Fitoterapia Nas Desordens Organicas 1
Fitoterapia Nas Desordens Organicas 1
Fitoterapia Nas Desordens Organicas 1
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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3
IMPORTÂNCIA DA FITOTERAPIA........................................................ 15
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 52
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NOSSA HISTÓRIA
2
INTRODUÇÃO
A fitoterapia e o uso de plantas medicinais fazem parte da prática da
medicina popular, constituindo um conjunto de saberes internalizados nos
diversos usuários e praticantes, especialmente pela tradição oral.
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Observa-se um crescimento na utilização de fitoterápicos pela população
brasileira. Dois fatores poderiam explicar este aumento.
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Para Nunes, a saúde pública se estrutura de acordo com a política
nacional de saúde desde o século XX, onde ocorreu a sistematização
das práticas sanitárias.
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Se o saber científico acaba sendo empregado em detrimento ao saber
popular, as práticas de saúde que não são ditas “cientificas”, são excluídas. Os
cuidados alternativos em saúde passam a não ter valor e surge uma
dependência entre os médicos e os medicamentos industrializados,
caracterizando o que chamamos de medicalização da sociedade.
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Paim e Merhy et al., sugerem como estratégias de enfrentamento desta
situação, intervenções nos sistemas de saúde, objetivando a
implantação de um modelo de assistência que vá além do conceito de
saúde como mera cura de doenças, garantindo o direito de cidadania
nos serviços públicos que estariam voltados para a defesa da vida.
Para esses autores, essa é uma prática complexa a construir-se, que
implicará em inúmeros fatores que hoje permeiam as discussões em
relação ao SUS.
Para Grams “[...] a crença popular de que uma simples planta funcionava
para tratar doenças aos poucos foi sendo substituída pelo forte apelo dos
remédios [...], que causavam certa atração nos pacientes devido à promessa de
uma cura rápida e total”.
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deixou de ser viável e a existência de um único medicamento para o tratamento
de cada patologia, levou ao surgimento de medicação alopática nas décadas de
1930 e 1940.
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fitoterápicos. No Brasil estima-se que o comércio de fitoterápicos seja
na ordem de 5% do total de medicamentos, o que corresponde a mais
de US$ 400 milhões/ano.
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Na America Latina, 50% da população têm pouco ou nenhum acesso aos
medicamentos, mas ainda é marginal o diálogo da política de saúde e o uso de
fitoterápicos na atenção básica no SUS.
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No entanto, “a utilização de plantas medicinais tem sido muitas vezes
considerada como fato desvinculado da assistência à saúde como um todo e
vista como simples medicamentação”.
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No Paraná, uma experiência com programa de fitoterápicos na rede
pública deu-se no município de Curitiba, onde as plantas medicinais e os
fitoterápicos são usados como recurso terapêutico desde 1990.
Mas, ainda existe uma crença difundida de que o que é natural não faz
mal, que as plantas apenas curam, o que acaba por direcionar ainda mais ao
consumo e à aceitação das terapias alternativas, especialmente da fitoterapia o
que ainda é referido pelos mesmos autores.
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aspectos da implantação da política de fitoterápicos até a extensão dos
conhecimentos dos profissionais de saúde, em relação à fitoterapia nas UBS.
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Esta intensa presença vegetal faz com que as pesquisas e o próprio
desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos possam ocorrer como destaque
no cenário científico mundial (Yunes et al., 2001; França et al., 2008).
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integrativa, medicamentos, medicina herbária, fitoterapia no SUS, medicina
integrativa e sistemas públicos de saúde e planta medicinal.
IMPORTÂNCIA DA FITOTERAPIA
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A crença popular em Curandeiros, raizeiros, parteiras, médiuns e a própria
tradição oral ancestral transforma o uso de plantas medicinais em verdadeiro
sincretismo de concepções (Santos et al., 1995).
Além disso, a fitoterapia faz com que o ser humano volte a se conectar
com a natureza e assim buscar na vegetação uma forma de ajudar o organismo
em vários sentidos, como a restaurar a imunidade enfraquecida, normalizar
funções fisiológicas, desintoxicar órgãos e até mesmo para rejuvenescer (França
et al., 2008).
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morbimortalidade causados pelos efeitos adversos e toxicidade
provocada por estes produtos.
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Visando a eficácia e o baixo custo operacional da utilização de plantas
medicinais nos programas de atenção primária à saúde, pode-se considerar uma
integrativa terapêutica muito útil e importante.
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ainda é bastante preocupante na visão do controle de qualidade desde a
produção até a comercialização e uso pela população, pois a capacitação de
profissionais nesta área ainda é escassa (Calixto, 2000).
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substâncias bioativas presentes, e estes podem ser afetados também por
condições climáticas como luminosidade, índice pluviométrico, condições do
solo e outros fatores. Faz-se necessário conhecer mais acerca da taxonomia do
material botânico a ser utilizado, uma vez que os fitoterápicos apresentam altos
risco de efeitos colaterais e intoxicações (França et al., 2008).
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MEDIDAS PARA IMPLANTAÇÃO DA FITOTERAPIA NO SUS
21
Fitoterápicos, porém esta só foi aprovada no ano de 2006 pelo decreto
Presidencial nº 5.813, de 22 de junho de 2006 (Brasil, 2006b).
22
· Com a finalidade de instituir o programa Farmácia Viva no Sistema Único de
Saúde (SUS) em 2010 foi aprovada a Portaria nº 886/GM/MS. O programa
Farmácia Viva foi criado pelo professor Francisco José de Abreu Matos da
Universidade Federal do Ceará, que estudou por mais de 50 anos plantas
medicinais e originou vasta e reconhecida literatura científica sobre estas plantas
e uso. O programa foi o primeiro de assistência farmacêutica baseado no
emprego científico de plantas medicinais desenvolvido no Brasil, tendo por
objetivo produzir medicamentos fitoterápicos acessíveis à população (Matos,
1998) e realizar todas as etapas do cultivo, coleta, processamento,
armazenamento de plantas medicinais, manipulação, dispensação de
preparações magistrais até oficinas de plantas medicinais e produtos
fitoterápicos (Simoni, 2010).
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desenvolvimento de pesquisas nesta área, que enriqueceriam o conhecimento
dos profissionais e estudantes da saúde, auxiliando e tornando mais seguras e
eficazes a implementação das práticas fitoterápicas no SUS.
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Entre as Práticas Integrativas E Complementares no SUS, as plantas
medicinais e fitoterapia são as mais presentes no Sistema, segundo diagnóstico
do Ministério da Saúde, e a maioria das experiências ocorrem na APS.
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O lendário imperador Shen Nung discutiu plantas medicinais em suas
obras, as quais, pela medicina tradicional chinesa, foram sistematizadas e
escritas entre 100 e 200 a.C.
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tal à sua complexidade, estimando-se mais de dois milhões de espécies distintas
de plantas, animais e micro-organismos. Isso coloca o Brasil como detentor da
maior diversidade biológica do mundo (WILSON, 1997).
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matéria-prima utilizada na produção de fitoterápicos (ADAME;
JACCOUD; COBRA, 2005).
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A Organização Mundial da Saúde (OMS), considerando as plantas
medicinais como importantes instrumentos da assistência farmacêutica, por
meio de vários comunicados e resoluções, expressa sua posição a respeito da
necessidade de valorizar a sua utilização no âmbito sanitário ao observar que
70% a 90% da população nos países em vias de desenvolvimento depende delas
no que se refere à Atenção Primária à Saúde (WHO, 1993; 2011).
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Quanto aos produtos, os serviços disponibilizam plantas medicinais em
uma ou mais das seguintes formas: planta medicinal in natura, planta medicinal
seca (droga vegetal), fitoterápico manipulado e fitoterápico industrializado
(RODRIGUES; SANTOS; DE SIMONI, 2011).
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No que diz respeito à legislação do setor, a Anvisa, baseada nas diretrizes
das políticas nacionais, promoveu ampla revisão das legislações para o setor,
elaborou novas normas, como a RDC nº 10/2010, que dispõe sobre a notificação
de drogas vegetais, assim como promoveu, por meio da Farmacopeia Brasileira,
a revisão das monografias de plantas medicinais.
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PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA NA SAÚDE DA FAMÍLIA
32
diagnóstico, desafios e potencialidades da MT, assim como o papel e objetivos
da Organização.
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A Organização Mundial da Saúde recomenda que tanto as políticas
nacionais como a regulamentação para os produtos oriundos das práticas
tradicionais contemplem, entre outros, os conceitos de medicina tradicional e
medicina complementar/alternativa.
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Quanto à existência de farmacopeias nacionais, elas estavam presentes
em 34 dos países membros, sendo que aqueles que não possuem as utilizam
de outros países, principalmente as farmacopeias europeia, britânica e
americana (WHO, 2005).
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saúde, alimentos funcionais, fitoprotetores, e outros tipos em diferentes locais
(WHO, 2011).
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medicina tradicional chinesa, ayurveda, naturopatia, medicina unani
(RODRIGUES; BARBANO, 2007).
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O mais recente congresso sobre medicina tradicional promovido pela
OMS ocorreu em Pequim, China, em novembro de 2008, com a presença de
ministros de Estado e técnicos de diversos países, que debateram sobre a
situação e propostas para a MT no mundo. Desse evento resultou a Declaração
de Beijing, baseada nas recomendações de Alma-Ata, nos documentos e
recomendações da OMS, na importância da MT/MCA para a saúde da
população, entre outros.
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A Atenção Primária à Saúde (APS), definida como o primeiro contato do
usuário com a rede assistencial do sistema de saúde, é complexa e demanda
intervenção ampla em diversos aspectos para que possa ter efeito positivo sobre
a qualidade de vida da população, exigindo um conjunto de saberes para ser
eficiente, eficaz e resolutiva. Caracteriza-se, principalmente, pela continuidade e
integralidade da atenção, coordenação da assistência dentro do próprio sistema,
atenção centrada na família, orientação e participação comunitária e
competência cultural dos profissionais (STARFIELD, 2004). Dessa forma, são
definidos os quatro atributos essenciais da APS: o acesso de primeiro contato
do indivíduo com o sistema de saúde, a longitudinalidade e a integralidade da
atenção, e a coordenação do cuidado dentro do sistema.
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É desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão,
democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a
populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a
responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território
em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de cuidado complexas e
variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e necessidades de saúde
de maior frequência e relevância em seu território, observando critérios de risco,
vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda,
necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos.
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desse nível de atenção/Estratégia e pela característica da prática da fitoterapia,
que envolve interação entre saberes, parcerias nos cuidados com a saúde,
ações de promoção e prevenção, entre outras.
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aliada à oferta dessa prática nas UBS permitem a troca de saberes e a
construção do conhecimento sobre plantas medicinais, fortalecendo o seu uso
racional.
42
As ações/ programas se desenvolveram na rede pública, mas de forma
diferenciada com relação aos níveis de complexidade e tipo de produtos e
serviços oferecidos.
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POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS À INSERÇÃO DAS
PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA NOS CUIDADOS
PRIMÁRIOS EM SAÚDE
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POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E
COMPLEMENTARES (PNPIC) NO SUS
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A aprovação da Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares no SUS desencadeou o desenvolvimento de políticas,
programas, ações e projetos em todas as instâncias governamentais, pela
institucionalização dessas práticas no SUS. Muitos foram os avanços com a
PNPIC nestes cinco anos de existência da política nacional e, neste momento,
entre os desafios para aplicação das estratégias e atividades e avaliação dos
seus efeitos, têm-se a formação e qualificação de profissionais em número
adequado para atuarem no SUS; a estruturação dos serviços na rede pública; o
desenvolvimento/adequação de legislação específica para os serviços no SUS;
e o investimento em P&D para o desenvolvimento de processos e produtos e
instituição de Centro Colaborador em MT nos moldes da OMS.
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de Saúde (SUS), cujo processo se iniciou em junho de 2003, quando
representantes das Associações Nacionais de Fitoterapia, Homeopatia,
Acupuntura e Medicina Antroposófica reuniram-se com o então ministro da
Saúde Humberto Costa, com a demanda de uma política nacional. Por
solicitação dele, instituiu-se um grupo de trabalho, coordenado pelo
Departamento de Atenção Básica/SAS e pela Secretaria Executiva, com a
participação de representantes das Secretarias de Ciência, Tecnologia e
Insumos Estratégicos e de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde/MS,
Anvisa e Associações Brasileiras de Fitoterapia, Homeopatia, Acupuntura e
Medicina Antroposófica, para discussão e implementação das ações no sentido
de se elaborar a política nacional (BRASIL, 2006b
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As experiências mais frequentes foram as práticas complementares
(62,9%) e a fitoterapia (50%), seguidas pela homeopatia (35,8%), acupuntura
(34,9%) e medicina antroposófica (1,7%), ressaltando que as ações de todas as
práticas aconteciam preferencialmente na atenção básica e em menor
ocorrência na atenção especializada, hospitais, serviços de saúde mental, entre
outros (BRASIL, 2006a). Concluindo o processo de desenvolvimento das
políticas, a PNPIC foi amplamente discutida e aprovada pelas principais
instâncias de aprovação de políticas de saúde, a Comissão Intergestores
Tripartite e o Conselho Nacional de Saúde. O Ministério da Saúde aprovou, por
meio da Portaria GM nº 971, de 3 de maio de 2006, a Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, que contempla as
diretrizes e ações para inserção de serviços e produtos relacionados à medicina
tradicional chinesa/ acupuntura, homeopatia e plantas medicinais e fitoterapia,
assim como para observatórios de saúde do termalismo social e da medicina
antroposófica, promovendo a institucionalização dessas práticas no Sistema
Único de Saúde.
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- Promover a racionalização das ações de saúde, estimulando alternativas
inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento sustentável de
comunidades;
49
- Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências da PNPIC
nos campos da atenção, da educação permanente e da pesquisa em saúde;
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O campo da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares,
mais especificamente, abrange os sistemas médicos complexos e recursos
terapêuticos3 que envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos
naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por adotar o conceito
de fitoterápico descrito na RDC 48/Anvisa, de 16 de março de 2004, revogada
pela RDC nº 14, de 2010.
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REFERÊNCIAS
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multidisciplinar. Niterói: EDUFF; 1996.
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2000; 5(2):251-264.
52
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de saúde. [artigo da internet]. [acessado 2008 ago 14]. Disponível em:
http://sbmfc.org.br/site/bib/influenciapositiva.pdf
Martins ER, Castro DM, Castellani DC, Dias JE. Plantas medicinais. Viçosa:
Universidade Federal de Viçosa; 2000.
53
Lima JJF. Perspectivas dos cirurgiões dentistas sobre a inserção da fitoterapia
na atenção básica de saúde [dissertação]. Natal: Universidade Federal do Rio
Grande do Norte; 2005.
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