Protocolo de Lusaka
Protocolo de Lusaka
Protocolo de Lusaka
Tendo em mente,
Anexo 1: Agenda de Trabalhos para as Conversações de Paz sobre Angola entre o Governo e a
UNITA;
Anexo 2: Reafirmação da aceitação pelo Governo e pela UNITA dos Instrumentos jurídicos
pertinentes;
Anexo 5: Polícia;
Anexo 8: Mandato da ONU, o Papel dos Observadores dos “Acordos de Paz" e a Comissão
Conjunta;
Pelo Governo da República de Angola Venâncio de Moura Ministro das Relações Exteriores da
República de Angola
Pela União para a Independência Total de Angola Eugénio N'golo 'Manuvakola" Secretário-
Geral da Unita
Pela Organização das Nações Unidas Alioune Blondln Beye Representante Especial do
Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas em Angola
I. Reafirmação da aceitação pelo Governo e pela UNITA dos instrumentos jurídicos pertinentes:
1. "Acordos de Paz"
II. Continuação da implementação dos "Acordos de Paz” e conclusão dos trabalhos de Abidjan:
2. Policia
3. Mandato da ONU, o papel dos Observadores dos "Acordos de Paz" e a Comissão Conjunta
4. Reconciliação nacional
1. "Acordos de Paz"
a) Restabelecimento do cessar-fogo
1. Cessação bilateral e efectiva das hostilidades e dos movimentos e acções militares "in situ",
em todo o território nacional.
4. Verificação e fiscalização pelas Nações Unidas de todas as tropas identificadas como FAA,
devendo o Governo dar às Nações Unidas informações acutiladas, fidedignas e verificáveis
sobre a composição das suas forças, armamento, meios e respectivas localizações,
5. As FAA desengajar-se-ão a partir das posições avançadas num dispositivo que permita a
verificação e fiscalização pelas Nações Unidas
Ill. MODALIDADES
3. Desengajamento limitado das forças nas áreas onde estejam em contacto directo.
4. Tratamento das situações em que as FAA e as força militares da UNITA não estejam em
contacto directo.
5. Fornecimentos pelas FAA e pelas forças militares da UNITA às Nações Unidas de
informações relativas às suas respectivas forças.
6. Reforço do pessoal das Nações Unidas actualmente existente, tanto a nível dos
observadores militares como a nível de forças de manutenção de paz armadas.
8. Identificação dos itinerários e dos meios para a movimentação das forças militares da UNITA
para as áreas de aquartelamento.
11. Recolha, armazenamento e custódia do armamento das forças militares da UNITA sob a
supervisão e controle das Nações Unidas.
14. Regresso dos generais da UNITA saídos das FAA. Selecção e desmobilização das forças
excedentárias no âmbito da conclusão da formação das FAA.
Dia D - Rubrica do Acordo pelo Governo da República de Angola e pela UNITA sobre os
princípios gerais e específicos e procedimentos dos pontos da agenda de trabalhos das
conversações de Lusaka II.
D + 10 - Reunião dos Estados Maiores das FAA e das forças militares da UNITA sob os auspícios
das Nações Unidas e dos Observadores presentes para estabelecerem as modalidades técnicas
da cessação das hostilidades 'in situ', tendo em vista:
D + 17
Primeira Fase
A primeira fase consiste em cinco etapas que devem ser observadas pelas duas partes:
• A primeira etapa inicia-se com o fim de todos os movimentos ofensivos e acções militares "in
situ" em todo o território nacional. As duas partes abster-se-ão de qualquer movimento. A
cessação das hostilidades" in situ" significa que as forças militares permanecerão onde se
encontram. As forças militares podem ser abastecidas de alimentos e medicamentos sob a
verificação e fiscalização das Nações Unidas. Não podem receber qualquer equipamento
militar, letal ou semelhante. Todos os movimentos ofensivos e acções militares são interditos.
• Antes da chegada dos observadores das Nações Unidas, os Estados Maiores de ambas as
partes serão encorajados a tomarem medidas conjuntas para reduzir a possibilidade de uma
violação do cessar-fogo e para investigar incidentes. As Nações Unidas serão notificadas da
evacuação dos combatentes fendas e doentes para efeitos de controle e verificação. • A
segunda etapa inicia-se com a instalação de mecanismos de verificação, fiscalização e controle
(incluindo comunicações triangulares) pelas Nações Unidas. Essa etapa inclui a notificação
pelas partes de todos os dados importantes às Nações Unidas. As Nações Unidas criarão e
colocarão no terreno equipas suas para fiscalizar e verificar a cessação das hostilidades em
todo o território nacional e investigar alegadas violações. Os dispositivos das Nações Unidas
serão colocados no terreno com base na lista de prioridades previamente estabelecidas. • A
terceira etapa começa com a libertação de todos os prisioneiros civis e milhares detidos ou
retidos em consequência do conflito, sob a supervisão do CICV. • Quarta etapa - A quarta
etapa envolve o desengajamento limitado de forças nas áreas onde elas estejam em contacto
(desengajamento das duas forças), sob a supervisão das Nações Unidas. As duas partes serão
informadas de qualquer movimento a ser efectuado. Nos locais em que as tropas estão em
contacto, as forças das duas partes cessarão os combates e observarão uma postura defensiva.
As duas partes executarão um desengajamento de forças limitado (far-se-á uma
movimentação curta para se evitar combates directos ou indirectos) com a assistência das
Nações Unidas. O desenga1amento de forças será coordenado e acordado entre as Nações
Unidas, as FAA e as forças militares da UNITA. As tropas da UNITA deslocar-se-ão para as áreas
designadas pelas Nações Unidas e acordadas entre os Estados Maiores. As Forças Armadas
Angolanas deslocar-se- ão para os seus quartéis mais próximos. O desengajamento de forças
será supervisionado pelas Nações Unidas, - Nos locais em que as Forças Armadas e as forças
militares da UNITA não estejam em contacto, as duas permanecerão onde estiverem. As
Nações Unidas serão oficialmente informadas sobre a localização dessas unidades pelas duas
partes. As modalidades de reabastecimento mencionadas na primeira etapa continuam
aplicáveis. -Em todos os casos, as duas partes fornecerão os detalhes concernentes às suas
respectivas forças, incluindo o número de efectivos, composição e tipo de força, tipo de
equipamento e a sua localização específica. Isso permitirá às Nações Unidas estabelecer os
mecanismos apropriados de verificação, fiscalização ou de controle. • A quinta etapa consiste
no repatriamento de todos os mercenários presentes em Angola.
D + 45 - Segunda Fase
• A primeira etapa inicia-se com o reforço do pessoal actual das Nações Unidas, tanto dos
observadores militares como das forças de manutenção de paz armadas. Esse reforço
permitirá a retirada das forças militares da UNITA das áreas por ela ocupadas, a efectiva
verificação e fiscalização das áreas desocupadas pelas forças militares da UNITA, e a verificação
e
fiscalização das tropas do Governo que permanecem in situ". • A segunda etapa envolve as
Nações Unidas e as duas partes na organização de áreas de aquartelamento, itinerários e
identificação de meios para a movimentação das forças militares da UNITA para as áreas de
aquartelamento. Para fins de planificação por parte das Nações Unidas, as áreas de
aquartelamento devem ser pelo menos 12. Durante essa etapa, as forças do Governo e da
UNITA permanecerão onde estiverem. Após o estabelecimento das condições para o
aquartelamento das forças da UNITA, as Nações Unidas notificarão as duas partes sobre as
modalidades específicas da retirada. • A terceira etapa inicia-se com a movimentação das
tropas da UNITA para as áreas de aquartelamento. Aquando da retirada das forças da UNITA,
as Nações Unidas verificarão e fiscalizarão as áreas por ela desocupadas. As forças do Governo
(FAA) permanecerão onde estiverem e não será permitida a ocupação das áreas desocupadas
pelas forças militares da UNITA até à incorporação das forças militares da UNITA nas FAA.
Enquanto as forças militares da UNITA se deslocam para as áreas de aquartelamento, as forças
do Governo em coordenação com as Nações Unidas, podem retirar-se para as áreas onde
possam ser facilmente verificadas e fiscalizadas pelas Nações Unidas. Na maior parte dos
casos, as forças do Governo regressarão aos seus quartéis de origem. O conceito consiste nas
forças do Governo concentrarem-se a fim de facilitar a sua verificação. Contudo, não haverá
movimentação de forças sem a notificação e verificação por parte das Nações Unidas. O
movimento das forças será progressivamente fiscalizado e verificado pelas Nações Unidas e
será executado com base na disponibilidade dos seus dispositivos, O pessoal das Nações
Unidas será colocado no terreno no quadro do novo mandato das Nações Unidas. • A quarta
etapa envolve a conclusão do aquartelamento das forças da UNITA, a recolha, o
armazenamento e a cust6dia do seu armamento sob a supervisão e controle das Nações
Unidas e o início da recolha, armazenamento e custódia de todo o armamento na posse de
civis, pela Polícia Nacional, sob a verificação e fiscalização das Nações Unidas. A operação de
recolha de todo material de guerra letal das forças militares da
UNITA será conduzida directamente pelo Estado-Maior Geral e Comando destas tropas, sob a
verificação, fiscalização e controle das Nações Unidas. As Nações Unidas recolherão acto
continuo esse material de guerra letal, procedendo ao seu armazenamento das munições e
dos materiais ficarão separados das áreas de aquartelamento. • A quinta etapa consiste na
conclusão do processo de aquartelamento, no regresso dos generais da UNITA saídos das FAA,
no início do processo de selecção para as FAA das forças militares da UNITA e na
desmobilização das forças excedentes. A selecção para as FAA e a desmobilização das forças da
UNITA terão somente início após a conclusão do processo de aquartelamento. • A sexta etapa
inclui a verificação pelas Nações Unidas, em conformidade com o seu mandato, da livre-
circulação de pessoas e bens.
I. PRINCÍPIOS GERAIS
1. processo da conclusão da formação das FAA, sob a verificação e fiscalização das Nações
Unidas, garantirá a existência de forças armadas únicas, nacionais, apartidárias, obedientes aos
órgãos de soberania da República de Angola.
comunidade internacional.
4. Durante o processo de conclusão da formação das FAA, aquando da selecção das forças
militares da UNITA, terá lugar a adequação da composição das FAA ao princípio da
proporcionalidade acordado entre o Governo da República de Angola e a UNITA.
5. As Nações Unidas verificarão no quadro de seu novo mandato o estrito cumprimento dos
acordos respeitantes às FAA, sem prejuízo das competências do Governo da República de
Angola em matéria de política de defesa nacional.
6. A comissão conjunta a ser criada no quadro do novo mandato das Nações Unidas, com a
participação do Governo de Angola, UNITA, Nações Unidas e Países Observadores será
também encarregada de fazer cumprir os princípios gerais e específicos relativos à conclusão
da formação das FAA e o processo de selecção e desmobilização dos efectivos militares
excedentários das partes.
III. MODALIDADES
Primeira Fase
Começa com a rubrica dos Acordos de Lusaka entre o Governo da República de Angola e a
UNITA e vai até ao aquartelamento das forças
militares da UNITA.
Criação de um grupo de trabalho para supervisionar a conclusão da formação das FAA e
desmobilização, no contexto da comissão conjunta a ser criada no quadro do novo mandato
das Nações Unidas. O referido grupo de trabalho compreenderá representantes das Nações
Unidas, do Governo de Angola e da UNITA. O trabalho deste grupo será baseado nas
informações fornecidas às Nações Unidas pelo Governo de Angola e pela UNITA relativas ao
efectivo, composição e localização de suas respectivas forças militares e das deliberações
provenientes da reunião entre os Estados Maiores Generais das FAA e das forças militares da
UNITA. O grupo de trabalho responsabilizar-se-á pelo acompanhamento das seguintes tarefas
concernentes à conclusão formação das FAA e desmobilização:
Primeira Etapa
Segunda Etapa
Terceira Etapa
Quarta Etapa
Selecção do pessoal militar da UNITA para as FAA e dos que serão desmobilizados. O Estado-
Maior General das FAA assumirá também a responsabilidade do apoio logístico e
administrativo a todo o pessoal militar da UNITA, tanto os seleccionados para as FAA como os
seleccionados para a desmobilização. Esta etapa inclui também a selecção pelo Governo de
Angola do seu pessoal militar que permanecerá nas FAA e aqueles que serão desmobilizados.
Quinta Etapa
Incorporação por fases nas FAA, do pessoal militar da UNITA seleccionado para as FAA e
movimento para os centros de formação de especialistas militares ou para as unidades
operacionais.
Sexta Etapa
Movimento inicial dos militares das FAA e das forças militares da UNITA que serão
desmobilizados para os centros de formação profissional.
Terceira Fase
militar da UNITA nas FAA, selecção do pessoal militar do Governo que permanece nas FAA, e
vai até à conclusão da formação das FAA, total desmobilização e verificação final pelas Nações
Unidas do cumprimento do que prescreve o Protocolo de Lusaka quanto à conclusão da
formação das FAA e desmobilização dos excedentes.
I. PRINCÍPIOS GERAIS
1. A Polícia Nacional Angolana, colocada sob a autoridade legítima, será verificada e fiscalizada
nas suas actividades pela ONU, no quadro do seu novo mandato, afim de garantir a sua
neutralidade.
11. A Polícia de Intervenção Rápida será apenas estacionada em locais estratégicos ao país.
III. MODALIDADES
I. PRINCÍPIOS GERAIS
1. A grave crise que o país vive exige uma solução global que conduza ao reencontro entre os
Angolanos, de modo a viverem pacificamente na mesma Pátria e em espírito de cooperação
para a prossecução do bem comum.
Toda a acção humana nos campos político, económico, social e cultural deve reflectir o grande
objectivo que é a Reconciliação Nacional, de forma a construir-se uma sociedade angolana de
progresso e de tolerância.
2. A Reconciliação Nacional, hoje um imperativo nacional, é a expressão da vontade popular,
que se traduz sem equívoco pela vontade política do Governo da República de Angola e da
UNITA de coexistirem no quadro da ordem constitucional, política e jurídica angolana,
reafirmando designadamente o seu respeito pelos princípios da aceitação da vontade popular
expressa em eleições livres e justas e do direito à oposição.
3. A Reconciliação Nacional tem por objectivo, entre outros, restabelecer uma Paz justa e
duradoura em Angola e permitir, no estrito respeito pela legislação em vigor, respeitando as
disposições pertinentes dos Acordos de Bicesse e do Protocolo de Lusaka, a participação de
todos os Angolanos na promoção de um clima social de tolerância, fraternidade e confiança
recíproca.
Protocolo de Lusaka.
forem autorizadas.
Os titulares dos órgãos do poder local serão eleitos em conformidade com a legislação que
será elaborada em virtude das disposições da alínea c) do Artigo 89 da lei constitucional.
Os primeiras setenta deputados eleitos pelas listas de candidaturas da UNITA, todos os que já
tornaram posse e os que ainda o não fizeram, constituem o grupo parlamentar da UNITA.
Os deputados do grupo parlamentar da UNITA, designados pela direcção do Partido e que
sejam nomeados para assumir funções incompatíveis com as funções parlamentares, serão
substituídos em conformidade com os Artigos 168 e 169 da Lei 5/92 de 16 de Abril.
13. Assim que a ONU, no quadro do seu novo mandato, tiver constatado que as condições
requeridas mencionadas nas modalidades estão reunidas, a Administração do Estado será
exercida.
15. Todo o património da UNITA voltará à posse da UNITA, no estado em que se encontrar.
16. Os dirigentes da UNITA investidos em funções nas diversas estruturas políticas, militares e
administrativas do Estado, gozarão das regalias e dos benefícios inerentes aos seus cargos,
definidos pela legislação em vigor.
III. MODALIDADES
1. Em aplicação das disposições pertinentes do Artigo 4, alínea e), dos Princípios Gerais da
Reconciliaç5o Nacional supramencionado, as modalidades concretas da participação da UNITA
nos diferentes cargos do Governo e da administração do Estado, bem como nas missões
diplorr4ticas no estrangeiro, tais como acordadas entre o Governo e a UNITA e que figuram
num documento que é parte integrante do anexo do Protocolo de Lusaka relativo à
Reconciliação Nacional, serão objecto de uma carta a enviar pelas autoridades angolanas à
Direcção daquele partido.
7. Após a movimentação das forças militares da UNITA das localidades em que se encontram
para os locais de aquartelamento, feita de
acordo com o Artigo 3 dos Princípios Específicos relativos ao Parágrafo 1, alínea b), do Ponto 2
da Agenda de Trabalhos, e após a ONU ter constatado que as condições para o efeito estão
reunidas, incluindo as relativas à segurança de pessoas e bens, a administração do Estado
nessas localidades será normalizada.
Nesse quadro, a participação dos elementos provenientes da UNITA nos diferentes sectores da
actividade da administração Pública realizar- se-á de acordo com o que foi acordado, nos
termos do Artigo 10 dos Princípios Específicos da Reconciliação Nacional supramencionado.
Quando for caso disso, a nomeação dos elementos provenientes da UNITA para os cargos nos
órgãos administrativos aos níveis provincial, municipal e comunal será antecipada por acordo
ente o Governo e a UNITA, se se verificar a existência de condições para o efeito.
Em qualquer desses casos, se se verificar a existência de condições para tal efeito, a execução
das disposições precedentes deste ponto nº 8 das Modalidades da Reconciliação Nacional será
antecipada por acordo entre o Governo e a UNITA.
9. A substituição de qualquer dos titulares dos cargos atribuídos à UNITA a todos os níveis da
administração do Estado, durante a vigência do Protocolo de Lusaka, far-se-á nos termos do
Protocolo de Lusaka.
I. PRINCÍPIOS GERAIS
2. O processo eleitoral angolano, iniciado com as eleições previstas nos Acordos de Paz para
Angola (Bicesse), encontra-se por concluir devido à crise pós-eleitoral. Nos termos do nº 3 do
Artigo 147 da Lei 5/92 de 16 de Abril, o mesmo deve ser concluído através da realização da
segunda volta das eleições presidenciais.
3. A segunda volta das eleições presidenciais terá lugar após a ONU, no quadro do seu novo
mandato, depois de ouvida a Comissão Conjunta e recolhidos os pareceres consultivos
julgados necessários, ter declarado que todas as condições requeridas para o efeito,
designadamente as de natureza política e material, estão reunidas.
segunda volta das eleições presidenciais será organizada pelas instituições competentes do,
Estado angolano, nomeadamente o Conselho Nacional Eleitoral, com o apoio, a verificação e a
fiscalização apropriados da ONU, bem como com a participação de observadores
internacionais.
2. O controle sobre o desenrolar da segunda volta das eleições presidenciais será exercido, no
quadro dos órgãos previstos pela Lei 5/92 de 16 de Abril, nomeadamente pelos mandatários e
delegados de listas dos candidatos a essas eleições.
3. A segunda volta das eleições presidenciais terá lugar num período determinado pela
Assembleia Nacional após a ONU ter declarado que as condições requeridas estão reunidas. A
data da segunda volta será estabelecida nos termos do Artigo 159 da Lei 5/92 de 16 de Abril,
dentro do período fixado pela Assembleia Nacional.
4. Para a realização da segunda volta das eleições presidenciais, são consideras como
condições requeridas, comprovadas pelas Nações Unidas, entre outras, as seguintes: - garantia
de segurança, livre- circulação de pessoas e bens e de liberdades públicas em todo o território
nacional; - garantia efectiva de funcionamento da Administração do Estado e da articulação da
vida nacional em todo o território nacional, incluindo o restabelecimento das vias de
comunicação e a reinstalação dos deslocados.
8. Num prazo máximo de 48 horas após a proclamação oficial dos resultados nacionais da
segunda volta das eleições presidenciais, a ONU fará uma declaração sobre o carácter livre e
justo das mesmas.
III. MODALIDADES
1. No quadro do seu novo mandato e para o bom andamento da segunda volta das eleições
presidenciais, os meios humanos e materiais da ONU deverão ser adaptados à sua missão de
apoio, de verificação e de fiscalização.
5. A elaboração dos cadernos de registo eleitoral através da inscrição dos cidad5os eleitores,
bem como a publicação por afixaç5o edital das listas dos registados deles extraídas, deverão
efectuar-se nos prazos apropriados, sob a direcção do Conselho Nacional Eleitoral, com o
apoio, a verificação e a fiscalização da ONU, que terá esta matéria em conta para os efeitos
previstos no Princípio Especifico nº 3.
6. Deverá ser levada acabo, dentro dos prazos requeridos e através dos meios adequados, uma
campanha de educação cívica dos eleitores acerca dos objectivos da segunda volta das
eleições presidenciais, do processo eleitoral e do modo como cada eleitor deve votar.
A. O MANDATO DA ONU
I. PRINCÍPIOS GERAIS
do Protocolo de Lusaka, a realizar, para além das suas missões de bons ofícios e mediação, as
tarefas mencionadas no presente mandato. Os Países Observadores do processo de paz
(Estados Unidos da América, Federação da Rússia e Portugal) apoiam plenamente este convite.
4. O Governo e a UNITA reafirmam o seu desejo expresso de que a ONU, no quadro do seu
novo mandato, desempenhe um papel alargado e reforçado na implementação dos "Acordos
de Paz para Angola" (Bicesse) e do Protocolo de Lusas, conforme o acordado nos domínios das
questões militares, da Policia Nacional, da Reconciliação Nacional e da conclusão do Processo
Eleitoral.
6. Assim que o Conselho de Segurança da ONU autorizar a criação da nova missão da ONU em
Angola, um acordo estabelecendo o estatuto da missão e dos seus membros será concluída
sem demora entre a ONU e o Governo na base do pertinente acordo-tipo da ONU, cujo
conteúdo terá sido antecipadamente comunicado pelo Governo à UNITA.
9. A ONU executará as tarefas que lhe serão confiadas no quadro do seu novo mandato, no
estrito respeito pela soberania do Estado Angolano e pelas disposições pertinentes dos
"Acordos de Paz para Angola" (Bicesse) e do Protocolo de Lusaka.
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS
1.2 Verificação e fiscalização do respeito pela cessação de toda a propaganda hostil entre o
Governo da República de Angola e a UNITA tanto a nível nacional como a nível internacional
(Princípio Geral nº 5);
1.5 Recepção das informações actualizadas, fidedignas e verificáveis fornecidas pela UNITA
sobre a composição das suas forças, armamento, meios e respectivas localizações (Princípio
Específico nº 3, Modalidade nº 5);
1.6 Recepção das informações actualizadas, fidedignas e verificáveis fornecidas pelo Governo
sobre a composição das suas forças, armamento, meios e respectivas localizações (Princípio
Específico nº
4);
1.7 Verificação e fiscalização de todas as tropas identificadas como FAA (Princípio Específico nº
4);
1.8 Verificação e fiscalização ao dispositivo resultante do desengajamento das FAA das suas
posições avançadas, durante a retirada e o aquartelamento das forças militares da UNITA
(Princípio Específico nº 5);
1.9 Reforço do pessoal das Nações Unidas tanto a nível dos observadores militares como a
nível de forças de manutenção da paz armadas (Modalidade nº 6, Calendário das Modalidades,
segunda fase, primeira etapa);
1.10 Organização e participação na reunião dos Estados-Maiores das FAA e das forças militares
da UNITA no dia D+10 (Calendário das Modalidades);
1.13 Recepção das notificações relativas à evacuação dos combatentes feridos e doentes para
efeitos de controle e verificação (Calendário das Modalidades, primeira fase, primeira etapa);
1.14 Criação e colocação no terreno de equipas para fiscalizar e verificar a cessação das
hostilidades em todo território nacional e investigar alegadas violações (Calendário das
Modalidade primeira fase, segunda etapa);
1.15 Supervisão do desengajamento limitado das forças nas áreas em que elas estejam em
contacto (Calendário das Modalidades, primeira fase, quarta etapa A);
1.17 Supervisão da deslocação das tropas da UNITA para as áreas designadas pelas Nações
Unidas e acordadas entre os Estados Maiores, durante o desengajamento limitado das forças
nas áreas onde elas estejam em contacto (Calendário das Modalidades, primeira fase, quarta
etapa A);
1.18 Supervisão da deslocação das Forças Armadas Angolanas para os seus quartéis mais
próximos durante o desengajamento limitado das forças nas áreas onde elas estejam em
contacto (Calendário das Modalidades, primeira fase, quarta etapa);
1.19 Recepção das informações oficialmente fornecidas sobre a localização das unidades das
FAA e das forças militares da UNITA que não estejam em contacto (Calendário das
Modalidades, primeira fase, quarta etapa B);
1.20 Verificação e fiscalização das áreas desocupadas pelas forças militares da UNITA
(Calendário das Modalidades, segunda fase, primeira etapa);
1.21 Verificação e fiscalização das forças do Governo que permanecem "in situ" (Calendário
das Modalidades, segunda fase, primeira etapa);
1.23 Notificação às duas partes das modalidades específicas da retirada das forças militares da
UNITA para as áreas de aquartelamento (Calendário das Modalidades, segunda fase, segunda
etapa);
1.26 Verificação, fiscalização e controle da recolha de todo o material de guerra letal das forças
militares da UNITA pelo Estado-Maior das forças militares da UNITA. A ONU recolherá acto
contínuo esse material de guerra letal no terreno, procedendo ao seu armazenamento e
custódia (Calendário das Modalidades, segunda fase, quarta etapa);
1.28 Verificação e fiscalização do processo da conclusão da formação das FAA (Princípio Geral
nº 1 do documento relativo à conclusão da formação das FAA, incluindo a desmobilização);
1.29 Verificação do estrito cumprimento dos acordos respeitantes às FAA, sem prejuízo das
competências do Governo da República de Angola em matéria de política de defesa nacional
(Princípio Específico nº 5 da Conclusão da formação das FAA);
1.30 Participação nos trabalhos do grupo de trabalho criado afim de supervisionar a conclusão
da formação das FAA e desmobilização (Modalidades, primeira fase, segundo parágrafo);
1.31 Ligação técnica com grupo de trabalho dependendo do Estado- Maior das FAA,
funcionando na área de Planeamento, que supervisionará o cumprimento das tarefas que
levam à conclusão da formação das FAA (Modalidades da conclusão da formação das FAA,
segunda fase, terceira etapa);
empreendido pelo Governo de Angola, com a participação UNITA, para os efectivos militares
excedentários ao número a ser acordado entre o Governo de Angola e a UNITA para a
composição das FAA (Princípio Geral nº 3 da Conclusão da formação das FAA);
1.34 As partes signatárias do Protocolo de Lusaka acordam em que o Governo solicite ajuda à
ONU e às instituições especializadas para proceder às operações de desminagem no País.
Neste âmbito, o Governo e a UNITA acordam em fornecer todas as informações disponíveis
relativas às minas e outros explosivos, ajudar a executar programas de levantamento de minas,
de sensibilização sobre as minas e de desminagem a favor de todos os Angolanos. A ONU
compromete- se a fornecer o apoio na criação de uma capacidade nacional neste domínio.
2.1 A Polícia Nacional Angolana, colocada sob a autoridade legítima, será verificada e
fiscalizada nas suas actividades pela ONU, no quadro do seu novo mandato, afim de garantir a
sua neutralidade (Princípio Específico n4 í);
4.3 Verificação e fiscalização da actuação dos membros da mesa das Assembleias de Voto,
coadjuvados pelos delegados de listas dos
4.4 Emissão de uma declaração, num prazo máximo de 48 horas após a proclamação oficial dos
resultados nacionais da segunda volta das eleições presidenciais, sobre o carácter livre e justo
das mesmas (Princípio Específico nº 8;
4.6 Apoio, verificação e fiscalização à elaboração dos cadernos de registo eleitoral, bem como
à publicação por afixação edital das listas dos registados deles extraídas (Modalidade nº 5 do
Processo Eleitoral).
2.1 Assistir à reunião do dia D + 10 dos Estados-Maiores das FAA e das forças militares da
UNITA (Calendário das Modalidades, D + 10);
2.5 Em todas as reuniões, as decisões são tomadas depois de ouvida a opinião dos
representantes dos Países Observadores.
2.6 As funções dos Representantes dos Países Observadores na Comissão Conjunta cessam na
altura da dissolução desta.
C. A COMISSÃO CONJUNTA
1. COMPOSIÇÃO
1.3 com assento na qualidade de observadores: - Governo dos Estados Unidos da América; - O
Governo de Portugal; - Governo da Federação da Rússia.
2. ATRIBUIÇÕES
2.1 Velar pela aplicação de todas as disposições políticas, administrativas e militares ainda não
implementadas dos Acordos de Paz para Angola (Bicesse) e de todas as disposições do
Protocolo de Lusaka, conforme o acordado nos domínios das questões militares, da Polícia
Nacional, da Reconciliação Nacional e da conclusão do Processo Eleitoral;
2.2 Acompanhar a aplicação das resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações
Unidas;
2.3 Decidir em última instância sobre as alegações de violação. Em caso de violação aos
Acordos, proceder às diligências necessárias à certificação da identidade do infractor e decidir
em última instância sobre a correcção da referida violação.
3. FUNCIONAMENTO
3.1 A Comissão Conjunta terá a sua sede em Luanda. Não obstante, ela pode realizar as suas
reuniões, em caso de necessidade, em qualquer outro local do território.
Armamentos – Este termo faz referência a todas as armas e sistemas de armamento e a todas
as munições ou ao material visando apoiar essas armas ou sistemas de armamento utilizados
por todas as forças terrestres, marítimas ou aéreas. Os armamentos incluem, mas não se
limitam a estas, as pequenas armas de todos os calibres; todos as morteiros, a artilharia
(autopropulsada ou rebocada) e os sistemas de lança-róquetes múltiplos; toda a artilharia de
defesa aérea e todos os mísseis, incluindo os mísseis terra-ar, ar-ar e ar-terra (com sistemas de
radar e orientação); todos os tanques; todos os veículos de transporte de tropas auto e
blindados (com rodas ou lagartas) ; todas as armas anti-tanque e os sistemas de mísseis; todas
as minas aquáticas e terrestres (anti-pessoal e anti-tanque) e todos os engenhos explosivos
utilizados para sabotagem (bombas, detonadores, etc.). O termo faz igualmente referencia a
qualquer veiculo, aeronave ou barco que possa ser utilizado como plataforma para armas ou
sistemas de armamento e a partir do qual qualquer tipo de armamento possa ser operado ou
lançado; isto pode incluir, mas não se limitar a, caças, caças- bombardeiros, helicópteros de
combate, navios ou barcos de assalto,
Controle – Este termo implica o acto de dirigir, regulamentar, verificar e fiscalizar todas as
acções em conformidade com os Acordos de Paz para Angola (Bicesse) e o Protocolo de
Lusaka. O mesmo não implica o recurso à força com vista a obrigar o Governo ou a UNITA a
respeitar as disposições dos Acordos de Paz para Angola (Bicesse) e do Protocolo de Lusaka.
Material de Guerra Letal – Refere-se a qualquer armamento e outro material capaz de causar
morte ou ferimento ao pessoal e prejuízo ou destruição a estruturas material.
Equipamento Militar – Esta expressão aplica-se a todo o equipamento utilizado para apoio a
situações de guerra, incluindo o material de comunicações, o material de apoio logístico e os
veículos, aeronaves e navios com características militares (reboques para canhão, jeeps,
veículos de transporte de tropas e qualquer outro material de guerra, etc).
Pessoal Militar – Este termo aplica-se às pessoas recrutadas e formadas com vista a serem
empregues como soldados. Elas devem necessariamente ser organizadas em unidades com
uma estrutura de direcção e de comando podendo ou não ser equipadas e armadas. São
formadas e orientadas para combater durante períodos prolongados com um objectivo
específico e são apoiadas por um sistema logístico.
DIA D
Antes de D + 15
D+15
Conjunta.
A partir de D + 17
D+45
A partir de D + 455
1. A calendarização detalhada bem como a precisão das tarefas a realçar, serão estabelecidas
pela Comissão Conjunta.
2. Nenhuma tarefa será iniciada antes de que a precedente tenha sido concluída.