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Protocolo de Lusaka

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Protocolo de Lusaka

O Governo da República de Angola e a União Nacional para a Independência Total de Angola


(UNITA),

Com a mediação da Organização das Nações Unidas, representada pelo Representante


Especial do Secretário-Geral da ONU em Angola, Senhor Alioune Blondin Beye,

Na presença dos Representantes dos Países Observadores do Processo de Paz em Angola,

Governo dos Estados Unidos da América; Governo da Federação da Rússia; Governo de


Portugal;

Tendo em mente,

• a necessidade da conclusão da implementação dos "Acordos de Paz para Angola" assinados


em Lisboa a 31 de Maio de 1991; • a necessidade de um funcionamento regular e normal das
instituições resultantes das eleições realizadas nos dias 29 e 30 de Setembro de 1992; • a
necessidade da instauração de uma Paz justa e duradoura no quadro de uma verdadeira e
sincera reconciliação nacional; • as pertinentes resoluções do Conselho de Segurança da ONU,

Aceitam como obrigatórios os documentos seguintes, que constituem o Protocolo de Lusas:

Anexo 1: Agenda de Trabalhos para as Conversações de Paz sobre Angola entre o Governo e a
UNITA;

Anexo 2: Reafirmação da aceitação pelo Governo e pela UNITA dos Instrumentos jurídicos
pertinentes;

Anexo 3: Questões Militares I;

Anexo 4: Questões Militares II;

Anexo 5: Polícia;

Anexo 6: Reconciliação Nacional;

Anexo 7: Conclusão do Processo Eleitoral;

Anexo 8: Mandato da ONU, o Papel dos Observadores dos “Acordos de Paz" e a Comissão
Conjunta;

Anexo 9: Calendário de Aplicação do Protocolo de Lusaka;

Anexo 10: Questões Diversas.

O Governo da República de Angola e a União Nacional para a Independência Total de Angola


(UNITA) comprometem-se solenemente a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para
respeitar e fazer respeitar o espírito e a letra do Protocolo de Lusaka.

O presente Protocolo, cujos documentos constitutivos foram rubricados em Lusaka, no dia 31


de Outubro de 1944, pelos chefes das delegações do Governo e da UNITA, Senhores Fernando
Faustino Muteka e Eugénio Ngolo "Manuvakola" e pelo Representante Especial do Secretário-
Geral da ONU em Angola, Senhor Alioune Blondin 8eye, foi posteriormente aprovado pelas
autoridades constitucionalmente competentes da República de Angola e pelas instância
estatutariamente competentes da UNITA e entrará em vigor imediatamente após a sua
assinatura.

Lusaka, aos 20 de Novembro de 1994.

Pelo Governo da República de Angola Venâncio de Moura Ministro das Relações Exteriores da
República de Angola

Pela União para a Independência Total de Angola Eugénio N'golo 'Manuvakola" Secretário-
Geral da Unita

Pela Organização das Nações Unidas Alioune Blondln Beye Representante Especial do
Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas em Angola

ANEXO 1: AGENDA DE TRABALHOS PARA AS CONVERSAÇÕES DE PAZ SOBRE ANGOLA ENTRE


O GOVERNO E A UNITA

I. Reafirmação da aceitação pelo Governo e pela UNITA dos instrumentos jurídicos pertinentes:

1. "Acordos de Paz"

2. Resoluções do Conselho de Segurança

II. Continuação da implementação dos "Acordos de Paz” e conclusão dos trabalhos de Abidjan:

1. Questões militares: a) Restabelecimento do cessar-fogo b) Retirada, aquartelamento e


desmilitarização de todas as forças militares da UNITA c) Desarmamento de toda a população
civil d) Conclusão da formação das Forças Armadas Angolanas (FAA), incluindo a
desmobilização

2. Policia

3. Mandato da ONU, o papel dos Observadores dos "Acordos de Paz" e a Comissão Conjunta

4. Reconciliação nacional

5. Conclusão do processo eleitoral e outras questões pendentes

III. Questões diversas

1. Data e local da assinatura do Protocolo de Lusaka.

ANEXO 2: PONTO I DA AGENDA DE TRABALHOS REAFIRMAÇÃO DA ACEITAÇÃO PELO


GOVERNO E PELA UNITA DOS INSTRUMENTOS JURÍDICOS PERTINENTES

1. "Acordos de Paz"

2. Resoluções do Conselho de Segurança


Lusaka, 19 de Novembro de 1993

A Sua Excelência, Maître Alioune Blondin Beye, Representante Especial do Secretário-Geral


da ONU para Angola Lusaka

LUSAKA, 20 DE NOVEMBRO DE 1993

Excelência, Servimo-nos da presente para comunicar-lhe que, no âmbito do tratamento do I


ponto da Agenda dos Encontros de Lusaka, o Governo da República de Angola, representado
pela sua Delegação, reafirma. de forma solene e formal. a validade dos Acordos de Paz para
Angola, celebrados com a UNITA a 32 de Maio de 1991, em Lisboa, Portugal.

O Governo da República de Angola, reafirma também a sua aceitação inequívoca, das


resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o conflito pós-eleitoral,
mormente as resoluções nº 804, de 29 de Janeiro de 1993; 811, de 12 Março de 1993; 823, de
30 de Abril de 1993 e, 834 de 1 de Junho de 1993; 851 de 14 de Julho de 1993 e, 864, de 15 de
Setembro de 1993.

O Chefe da Delegação do Governo Fernando Faustino Muteka

POSIÇÂO DA UNITA EM RELAÇÃO AO PONTO I-1 DA AGENDA DE LUSAKA-II: A UNITA reafirma a


validade dos Acordos de Paz para Angola, como base do processo de Paz em Angola. Tendo em
consideração a situação actual do nosso País e os imperativos da Paz, os Acordos de Paz para
Angola devem ser actualizados.

POSIÇÃO DA UNITA EM RELAÇÃO AO PONTO I-2 QA AGENDA DE LUSAKA-II : A UNITA reafirma


que tomou boa nota das resoluções do Conselho de Segurança sobre a crise angolana,
nomeadamente a Resolução 864/93, conforme carta de 30 de Outubro de 1993 a sua
excelência o Dr. Boutros Boutros Ghali, Secretário-Geral da ONU. (assinatura)

ANEXO 3: PONTO II. 1 DA AGENDA DE TRABALHOS QUESTÕES MILITARES (I)

a) Restabelecimento do cessar-fogo

b) Retirada, aquartelamento e desmilitarização de todas as forças militares da UNITA

c) Desarmamento de toda a população civil

I. DEFINIÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS

1. O restabelecimento do cessar-fogo consiste na cessação das hostilidades entre o Governo


da República de Angola e a UNITA com vista à obtenção da Paz em todo o território nacional.

2. O restabelecimento do cessar-fogo deve ser total e definitivo em todo o território nacional.

3. O restabelecimento da cessar-fogo deve garantir a livre-circulação de pessoas e bens em


todo o território nacional.

4. A supervisão, controle e verificação geral do cessar-fogo restabelecido será da


responsabilidade das Nações Unidas actuando no quadro do seu novo mandato com a
participação do Governo e da UNITA.
5. O restabelecimento do cessar-fogo inclui a cessação de toda a propaganda hostil entre o
Governo da República de Angola e a UNITA tanto a nível nacional como a nível internacional.

II. PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS RELATIVOS AO RESTABELECIMENTO DO CESSAR-FOGO

1. Cessação bilateral e efectiva das hostilidades e dos movimentos e acções militares "in situ",
em todo o território nacional.

2. Instalação dos mecanismos de verificação e fiscalização pelas Nações Unidas, no quadro do


novo mandato.

3. Retirada e aquartelamento de todas as forças militares da UNITA (parágrafo 8 da Resolução


864 do Conselho de Segurança da ONU), devendo a UNITA dar às Nações Unidas informações
actualizadas, fidedignas e verificáveis sobre a composição das suas forças, armamento, meios e
respectivas localizações.

4. Verificação e fiscalização pelas Nações Unidas de todas as tropas identificadas como FAA,
devendo o Governo dar às Nações Unidas informações acutiladas, fidedignas e verificáveis
sobre a composição das suas forças, armamento, meios e respectivas localizações,

5. As FAA desengajar-se-ão a partir das posições avançadas num dispositivo que permita a
verificação e fiscalização pelas Nações Unidas

durante a retirada e o aquartelamento das forças militares da UNITA.

6. Repatriamento de todos os mercenários existentes em Angola.

7. Livre-circulação de pessoas e bens.

8. No contexto do processo de selecção de efectivos destinados à conclusão da formação das


FAA, dar-se-á a recolha, armazenamento e custódia, pelas Nações Unidas, do armamento das
forças militares da UNITA no momento do aquartelamento.

9. Recolha, armazenamento e custódia de todo o armamento na posse de CMS.

10. Libertação de todos os prisioneiros civis e militares detidos ou retidos em consequência do


conflito, sob e Supervisão do CICV;

Ill. MODALIDADES

1. Cessação das hostilidades “in situ".

2. Estabelecimento de mecanismos de verificação, fiscalização e controle, incluindo o sistema


triangular de comunicações e questões logísticas.

3. Desengajamento limitado das forças nas áreas onde estejam em contacto directo.

4. Tratamento das situações em que as FAA e as força militares da UNITA não estejam em
contacto directo.
5. Fornecimentos pelas FAA e pelas forças militares da UNITA às Nações Unidas de
informações relativas às suas respectivas forças.

6. Reforço do pessoal das Nações Unidas actualmente existente, tanto a nível dos
observadores militares como a nível de forças de manutenção de paz armadas.

7. Estabelecimento das áreas de aquartelamento.

8. Identificação dos itinerários e dos meios para a movimentação das forças militares da UNITA
para as áreas de aquartelamento.

9. Verificação e fiscalização das forças militares do Governo.

10. Movimentação das forças militares da UNITA para as áreas de aquartelamento.

11. Recolha, armazenamento e custódia do armamento das forças militares da UNITA sob a
supervisão e controle das Nações Unidas.

12. Recolha, armazenamento e custódia de todo o armamento na posse de civis.

13. Libertação de todas os prisioneiros civis e militares detidos ou retidos em consequência do


conflito, sob a supervisão do CICV.

14. Regresso dos generais da UNITA saídos das FAA. Selecção e desmobilização das forças
excedentárias no âmbito da conclusão da formação das FAA.

15. Livre-circulação de pessoas e bens.

IV. CALENDARIZAÇÃO DAS MODALIDADES DO CESSAR-FOGO BILATERAL

Dia D - Rubrica do Acordo pelo Governo da República de Angola e pela UNITA sobre os
princípios gerais e específicos e procedimentos dos pontos da agenda de trabalhos das
conversações de Lusaka II.

D + 10 - Reunião dos Estados Maiores das FAA e das forças militares da UNITA sob os auspícios
das Nações Unidas e dos Observadores presentes para estabelecerem as modalidades técnicas
da cessação das hostilidades 'in situ', tendo em vista:

• desengajamento das tropas; • as questões logísticas; • estabelecimento dos mecanismos de


verificação; • as linhas de comunicação; • os itinerários de movimentos; • os números
específicos, tipo e localização das forças; • as áreas de aquartelamento para as forças da
UNITA. D + 15 - Data da assinatura formal do Protocolo de Lusaka pelo Governo da República
de Angola e a UNITA e início do seu

cumprimento. O Governo e a UNITA farão declarações públicas sobre a implementação do


restabelecimento do cessar-fogo.

D + 17

Primeira Fase
A primeira fase consiste em cinco etapas que devem ser observadas pelas duas partes:

• A primeira etapa inicia-se com o fim de todos os movimentos ofensivos e acções militares "in
situ" em todo o território nacional. As duas partes abster-se-ão de qualquer movimento. A
cessação das hostilidades" in situ" significa que as forças militares permanecerão onde se
encontram. As forças militares podem ser abastecidas de alimentos e medicamentos sob a
verificação e fiscalização das Nações Unidas. Não podem receber qualquer equipamento
militar, letal ou semelhante. Todos os movimentos ofensivos e acções militares são interditos.
• Antes da chegada dos observadores das Nações Unidas, os Estados Maiores de ambas as
partes serão encorajados a tomarem medidas conjuntas para reduzir a possibilidade de uma
violação do cessar-fogo e para investigar incidentes. As Nações Unidas serão notificadas da
evacuação dos combatentes fendas e doentes para efeitos de controle e verificação. • A
segunda etapa inicia-se com a instalação de mecanismos de verificação, fiscalização e controle
(incluindo comunicações triangulares) pelas Nações Unidas. Essa etapa inclui a notificação
pelas partes de todos os dados importantes às Nações Unidas. As Nações Unidas criarão e
colocarão no terreno equipas suas para fiscalizar e verificar a cessação das hostilidades em
todo o território nacional e investigar alegadas violações. Os dispositivos das Nações Unidas
serão colocados no terreno com base na lista de prioridades previamente estabelecidas. • A
terceira etapa começa com a libertação de todos os prisioneiros civis e milhares detidos ou
retidos em consequência do conflito, sob a supervisão do CICV. • Quarta etapa - A quarta
etapa envolve o desengajamento limitado de forças nas áreas onde elas estejam em contacto

(desengajamento das duas forças), sob a supervisão das Nações Unidas. As duas partes serão
informadas de qualquer movimento a ser efectuado. Nos locais em que as tropas estão em
contacto, as forças das duas partes cessarão os combates e observarão uma postura defensiva.
As duas partes executarão um desengajamento de forças limitado (far-se-á uma
movimentação curta para se evitar combates directos ou indirectos) com a assistência das
Nações Unidas. O desenga1amento de forças será coordenado e acordado entre as Nações
Unidas, as FAA e as forças militares da UNITA. As tropas da UNITA deslocar-se-ão para as áreas
designadas pelas Nações Unidas e acordadas entre os Estados Maiores. As Forças Armadas
Angolanas deslocar-se- ão para os seus quartéis mais próximos. O desengajamento de forças
será supervisionado pelas Nações Unidas, - Nos locais em que as Forças Armadas e as forças
militares da UNITA não estejam em contacto, as duas permanecerão onde estiverem. As
Nações Unidas serão oficialmente informadas sobre a localização dessas unidades pelas duas
partes. As modalidades de reabastecimento mencionadas na primeira etapa continuam
aplicáveis. -Em todos os casos, as duas partes fornecerão os detalhes concernentes às suas
respectivas forças, incluindo o número de efectivos, composição e tipo de força, tipo de
equipamento e a sua localização específica. Isso permitirá às Nações Unidas estabelecer os
mecanismos apropriados de verificação, fiscalização ou de controle. • A quinta etapa consiste
no repatriamento de todos os mercenários presentes em Angola.

D + 45 - Segunda Fase

A segunda fase consiste em seis etapas:

• A primeira etapa inicia-se com o reforço do pessoal actual das Nações Unidas, tanto dos
observadores militares como das forças de manutenção de paz armadas. Esse reforço
permitirá a retirada das forças militares da UNITA das áreas por ela ocupadas, a efectiva
verificação e fiscalização das áreas desocupadas pelas forças militares da UNITA, e a verificação
e

fiscalização das tropas do Governo que permanecem in situ". • A segunda etapa envolve as
Nações Unidas e as duas partes na organização de áreas de aquartelamento, itinerários e
identificação de meios para a movimentação das forças militares da UNITA para as áreas de
aquartelamento. Para fins de planificação por parte das Nações Unidas, as áreas de
aquartelamento devem ser pelo menos 12. Durante essa etapa, as forças do Governo e da
UNITA permanecerão onde estiverem. Após o estabelecimento das condições para o
aquartelamento das forças da UNITA, as Nações Unidas notificarão as duas partes sobre as
modalidades específicas da retirada. • A terceira etapa inicia-se com a movimentação das
tropas da UNITA para as áreas de aquartelamento. Aquando da retirada das forças da UNITA,
as Nações Unidas verificarão e fiscalizarão as áreas por ela desocupadas. As forças do Governo
(FAA) permanecerão onde estiverem e não será permitida a ocupação das áreas desocupadas
pelas forças militares da UNITA até à incorporação das forças militares da UNITA nas FAA.
Enquanto as forças militares da UNITA se deslocam para as áreas de aquartelamento, as forças
do Governo em coordenação com as Nações Unidas, podem retirar-se para as áreas onde
possam ser facilmente verificadas e fiscalizadas pelas Nações Unidas. Na maior parte dos
casos, as forças do Governo regressarão aos seus quartéis de origem. O conceito consiste nas
forças do Governo concentrarem-se a fim de facilitar a sua verificação. Contudo, não haverá
movimentação de forças sem a notificação e verificação por parte das Nações Unidas. O
movimento das forças será progressivamente fiscalizado e verificado pelas Nações Unidas e
será executado com base na disponibilidade dos seus dispositivos, O pessoal das Nações
Unidas será colocado no terreno no quadro do novo mandato das Nações Unidas. • A quarta
etapa envolve a conclusão do aquartelamento das forças da UNITA, a recolha, o
armazenamento e a cust6dia do seu armamento sob a supervisão e controle das Nações
Unidas e o início da recolha, armazenamento e custódia de todo o armamento na posse de
civis, pela Polícia Nacional, sob a verificação e fiscalização das Nações Unidas. A operação de
recolha de todo material de guerra letal das forças militares da

UNITA será conduzida directamente pelo Estado-Maior Geral e Comando destas tropas, sob a
verificação, fiscalização e controle das Nações Unidas. As Nações Unidas recolherão acto
continuo esse material de guerra letal, procedendo ao seu armazenamento das munições e
dos materiais ficarão separados das áreas de aquartelamento. • A quinta etapa consiste na
conclusão do processo de aquartelamento, no regresso dos generais da UNITA saídos das FAA,
no início do processo de selecção para as FAA das forças militares da UNITA e na
desmobilização das forças excedentes. A selecção para as FAA e a desmobilização das forças da
UNITA terão somente início após a conclusão do processo de aquartelamento. • A sexta etapa
inclui a verificação pelas Nações Unidas, em conformidade com o seu mandato, da livre-
circulação de pessoas e bens.

ANEXO 4: PONTO II. 1 DA AGENDA DE TRABALHOS (CONTINUAÇÃO): QUESTÕES MILITARES (II)

4. conclusão da formação das Forças Armadas Angolanas (FAA), incluindo a desmobilização.

I. PRINCÍPIOS GERAIS
1. processo da conclusão da formação das FAA, sob a verificação e fiscalização das Nações
Unidas, garantirá a existência de forças armadas únicas, nacionais, apartidárias, obedientes aos
órgãos de soberania da República de Angola.

2. A composição das Forças Armadas Angolanas obedecerá ao principio da proporcionalidade


entre as forças militares do Governo e da UNITA conforme os Acordos de Bicesse.

3. Os efectivos militares excedentários ao número a ser acordado entre o Governo de Angola e


a UNITA para a composição das FAA serão desmobilizados e integrados na sociedade civil,
dentro de um programa nacional de reinserção social a ser empreendido pelo Governo da
República de Angola com a participação da UNITA e a ajuda da

comunidade internacional.

II. PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS

1. Após o processo de selecção das forças militares da UNITA, os elementos seleccionados


serão incorporados nas FAA, sob a supervisão do Estado-Maior General das Forças Armadas
Angolanas, onde já estarão presentes os oficiais generais oriundos da UNITA.

2. Para efeitos administrativo-logísticos, os elementos excedentários serão geridos pelo


Estado-Maior General acima referido, no que diz respeito à formação profissional,
desmobilização e à reinserção na sociedade civil.

3. O processo de selecção, incorporação e enquadramento militar das forças militares da


UNITA nas FAA iniciar-se-á após a conclusão do aquartelamento de todas as forças militares da
UNITA.

4. Durante o processo de conclusão da formação das FAA, aquando da selecção das forças
militares da UNITA, terá lugar a adequação da composição das FAA ao princípio da
proporcionalidade acordado entre o Governo da República de Angola e a UNITA.

5. As Nações Unidas verificarão no quadro de seu novo mandato o estrito cumprimento dos
acordos respeitantes às FAA, sem prejuízo das competências do Governo da República de
Angola em matéria de política de defesa nacional.

6. A comissão conjunta a ser criada no quadro do novo mandato das Nações Unidas, com a
participação do Governo de Angola, UNITA, Nações Unidas e Países Observadores será
também encarregada de fazer cumprir os princípios gerais e específicos relativos à conclusão
da formação das FAA e o processo de selecção e desmobilização dos efectivos militares
excedentários das partes.

III. MODALIDADES

Primeira Fase

Começa com a rubrica dos Acordos de Lusaka entre o Governo da República de Angola e a
UNITA e vai até ao aquartelamento das forças

militares da UNITA.
Criação de um grupo de trabalho para supervisionar a conclusão da formação das FAA e
desmobilização, no contexto da comissão conjunta a ser criada no quadro do novo mandato
das Nações Unidas. O referido grupo de trabalho compreenderá representantes das Nações
Unidas, do Governo de Angola e da UNITA. O trabalho deste grupo será baseado nas
informações fornecidas às Nações Unidas pelo Governo de Angola e pela UNITA relativas ao
efectivo, composição e localização de suas respectivas forças militares e das deliberações
provenientes da reunião entre os Estados Maiores Generais das FAA e das forças militares da
UNITA. O grupo de trabalho responsabilizar-se-á pelo acompanhamento das seguintes tarefas
concernentes à conclusão formação das FAA e desmobilização:

• critérios para a selecção • efectivos a acordar entre o Governo da República de Angola e a


UNITA • adequação da composição das FAA, respeitando o princípio da proporcionalidade: a.
no caso do exército, respeitando o princípio da paridade b. no caso da marinha e da força área,
os efectivos militares da UNITA serão incorporados segundo as disposições estabelecidas pela
CCFA (Acordos de Paz) e instruções do Estado-Maior das FAA • definição da localização e
reabilitação dos centros de formação militar lá existentes • definição da localização e
reabilitação dos centros de formação profissional lá existentes, para os militares candidatos à
desmobilização • definição da localização, construção e reabilitação dos quartéis, para as
unidades das FAA • recursos necessários para o enquadramento militar e especialização dos
efectivos das FAA • recursos logísticos e administrativos para todas as tarefas. • Segunda Fase
Começa com a conclusão do aquartelamento das forças milhares da UNITA e vai até ao inicio
do movimento para os centro de formação profissional dos militares desmobilizados.

Primeira Etapa

Regresso dos oficiais generais da UNITA saídos das FAA.

Segunda Etapa

Dissolução do grupo de trabalho mencionado na primeira fase e a assunção pelo Estado-Maior


General das FAA das suas funções relativas à conclusão da formação das Forças Armadas
Angolanas e desmobilização.

Terceira Etapa

Criação de um grupo de trabalho, dependendo do Estado-Maior das FAA, funcionando na área


de planeamento, que supervisionará o cumprimento das tarefas que levam a conclusão da
formação das FAA. Este grupo de trabalho terá uma ligação técnica com as Nações Unidas.

Quarta Etapa

Selecção do pessoal militar da UNITA para as FAA e dos que serão desmobilizados. O Estado-
Maior General das FAA assumirá também a responsabilidade do apoio logístico e
administrativo a todo o pessoal militar da UNITA, tanto os seleccionados para as FAA como os
seleccionados para a desmobilização. Esta etapa inclui também a selecção pelo Governo de
Angola do seu pessoal militar que permanecerá nas FAA e aqueles que serão desmobilizados.

Quinta Etapa
Incorporação por fases nas FAA, do pessoal militar da UNITA seleccionado para as FAA e
movimento para os centros de formação de especialistas militares ou para as unidades
operacionais.

Sexta Etapa

Movimento inicial dos militares das FAA e das forças militares da UNITA que serão
desmobilizados para os centros de formação profissional.

Terceira Fase

Começa com o prosseguimento da selecção e incorporação do pessoal

militar da UNITA nas FAA, selecção do pessoal militar do Governo que permanece nas FAA, e
vai até à conclusão da formação das FAA, total desmobilização e verificação final pelas Nações
Unidas do cumprimento do que prescreve o Protocolo de Lusaka quanto à conclusão da
formação das FAA e desmobilização dos excedentes.

ANEXO 5: PONTO II. 2 DA AGENDA DE TRABALHOS: POLÍCIA

I. PRINCÍPIOS GERAIS

1. A Polícia Nacional Angolana é o órgão da administração do Estado angolano encarregue da


manutenção da ordem pública e da defesa dos interesses, da integridade e da segurança de
todas as pessoas que se encontram em Angola, independentemente da sua nacionalidade,
naturalidade, raça, religião, origem social ou opção política.

2. A Polícia Nacional Angolana é regida pela legislação em vigor, respeitando as disposições


pertinentes dos Acordos de Bicesse e do Protocolo de Lusas. Ela exerce as suas funções em
conformidade com esses textos e respeitando a letra e o espírito dos princípios democráticos e
dos direitos humanos reconhecidos no plano internacional, tais como a Declaração Universal
dos Direitos do Homem.

3. A Polícia Nacional Angolana é uma corporação que, tendo em consideração os princípios da


descentralização administrativa, exerce as suas competências em todo o território nacional aos
níveis nacional, provincial, municipal e comunal. Ela exerce as suas actividades nos limites
autorizados pela legislação em vigor, respeitando as disposições pertinentes dos Acordos de
Bicesse e do Protocolo de Lusaka, no estrito respeito pelos princípios do Estado de Direito e
das liberdades fundamentais. As suas actividades, salvo nos casos previstos pela lei, não
poderão em circunstância alguma serem orientadas com vista a impedir ou limitar o exercício
dos direitos políticos dos cidadãos ou a favorecer qualquer partido político. Toda a violação
desses princípios implica, em conformidade com a lei, a responsabilidade da Policia Nacional
Angolana, isto sem prejuízo da responsabilidade individual, civil e criminal dos seus membros
perante os competentes tribunais de Angola.

4. Os elementos da Policia Nacional Angolana devem receber uma formação profissional


adequada e os seus meios materiais devem ser adaptados à sua função que é a de manter a
ordem e a segurança públicas.
5. A Polícia Nacional Angolana deve ser um instrumento de reforço da Reconciliação Nacional
Neste espírito, ela deve ser uma instituição apartidária que, no quero dos Acordos de Bicesse e
do Protocolo de Lusaka, incorporará no seu seio, elementos provenientes da UNITA de forma
significativa.

II. PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS

1. A Polícia Nacional Angolana, colocada sob a autoridade legítima, será verificada e fiscalizada
nas suas actividades pela ONU, no quadro do seu novo mandato, afim de garantir a sua
neutralidade.

2. As funções da Policia Nacional Angolana incluem, salvo as excepções previstas na lei, a


garantia do normal funcionamento das instituições democráticas e o exercício regular dos
direitos e liberdades fundamentais. Neste quadro, qualquer indivíduo suspeito de ter cometido
actos i1ícitos e detido preventivamente pela Polícia deverá, no estrito respeito pela lei, ser
apresentado perante as tribunais judiciais.

3. Sendo a Polícia Nacional Angolana dependente do Ministério do Interior, ela é orgânica e


funcionalmente independente das FAA. Os militares desmobilizados a incorporar na Polícia
Nacional Angolana sujeitar-se-ão ao estatuto da Polícia Nacional Angolana, cessando todos os
seus anteriores vínculos estatutários militares e partidários.

4. elementos provenientes da UNITA serão incorporados na Polícia Nacional Angolana a todos


os níveis e especialidades, incluindo nos órgãos de comando e serviços previstos no estatuto
orgânico da Polícia Nacional Angolana.

5. Nos termos da legislação em vigor, designadamente as disposições pertinentes da lei


Constitucional e do decreto nº 20/93 de 11 de Junho e em aplicação dos princípios da
descentralização administrativa à Polícia Nacional Angolana, as responsabilidades ao nível
provincial, de

direcção, coordenação e fiscalização da actividade de todos os seus órgãos e serviços,


competem aos comandos provinciais.

6. A Polícia de Intervenção Rápida é um dos órgãos da Polícia Nacional Angolana preparada e


destinada a ser utilizada, respeitando a legislação em vigor e as disposições pertinentes dos
Acordos de Bicesse e do Protocolo de Lusaka, em acções de manutenção e de reposição da
ordem pública, no combate a situações de violência concertada, na acção contra a
criminalidade violenta e organizada, na protecção de instalações estratégicas e na segurança
de altas entidades.

7. Qualquer acção da Polícia de Intervenção Rápida será efectuada ao abrigo do princípio da


legalidade e requerida pelas autoridades político- administrativas competentes.

8. A Polícia de Intervenção Rápida agirá nas circunstâncias em que os demais órgãos


especializados da Polícia Nacional Angolana manifestem impossibilidade técnica de agir em
conformidade com o parágrafo 6 acima referido.
9. Reposta a ordem pública nos termos do parágrafo 6, as unidades da Polícia de Intervenção
Rápida regressam às suas instalações.

10. O aquartelamento da Polícia de Intervenção Rápida e a adequação do seu armamento e do


seu equipamento à natureza da sua missão serão efectuados sob a verificação e fiscalização da
ONU.

11. A Polícia de Intervenção Rápida será apenas estacionada em locais estratégicos ao país.

12. É proibida a existência de qualquer outro órgão de vigilância ou policiamento não


expressamente previsto pela legislação em vigor ou pelas disposições pertinentes dos Acordos
de Bicesse e do Protocolo de Lusaka.

III. MODALIDADES

1. A participação de elementos provenientes da UNITA na Polícia Nacional Angolana será feita


na seguinte base (5.500): a) 180 afinais b) 550 sargentos c) 4.770 agentes

2. O número de efectivos referidos no parágrafo 1 inclui o número a incorporar na Polícia de


Intervenção Rápida, na seguinte base (1.200) : a) 40 oficiais b) 120 sargentos c) 1.040 agentes

3. A calendarização bem como a determinação dos locais de aquartelamento da Polícia de


Intervenção Rápida serão estabelecidas no Dia D + 10 pela ONU e o Governo na presença da
UNITA e. dos representantes dos Países Observadores, ficando entendida que a UNITA terá a
possibilidade de exprimir junto das Nações Unidas todos os seus pontos de vista sobre todas as
matérias em discussão.

A formalização da participação dos elementos provenientes da UNITA na Polícia Nacional


Angolana e na Polícia de Intervenção Rápida será feita no decurso da mesma reunião do Dia D
+ 10 com a participação do Governo, da UNITA, da ONU e dos representantes dos Países
Observadores.

4. O processo de selecção e de incorporação de elementos desmobilizados das forças militares


da UNITA nos quadros da Polícia Nacional Angolana terá início após a conclusão do
aquartelamento de todas as forças militares da UNITA.

5. Todos os elementos, oficiais, sargentos e agentes da Polícia de Intervenção Rápida recebem


cursos de base e cursos específicos adaptados à sua missão.

ANEXO 6: PONTO II. 4 AGENDA DE TRABALHOS A RECONCILIAÇÃO NACIONAL

I. PRINCÍPIOS GERAIS

1. A grave crise que o país vive exige uma solução global que conduza ao reencontro entre os
Angolanos, de modo a viverem pacificamente na mesma Pátria e em espírito de cooperação
para a prossecução do bem comum.

Toda a acção humana nos campos político, económico, social e cultural deve reflectir o grande
objectivo que é a Reconciliação Nacional, de forma a construir-se uma sociedade angolana de
progresso e de tolerância.
2. A Reconciliação Nacional, hoje um imperativo nacional, é a expressão da vontade popular,
que se traduz sem equívoco pela vontade política do Governo da República de Angola e da
UNITA de coexistirem no quadro da ordem constitucional, política e jurídica angolana,
reafirmando designadamente o seu respeito pelos princípios da aceitação da vontade popular
expressa em eleições livres e justas e do direito à oposição.

3. A Reconciliação Nacional tem por objectivo, entre outros, restabelecer uma Paz justa e
duradoura em Angola e permitir, no estrito respeito pela legislação em vigor, respeitando as
disposições pertinentes dos Acordos de Bicesse e do Protocolo de Lusaka, a participação de
todos os Angolanos na promoção de um clima social de tolerância, fraternidade e confiança
recíproca.

4. A Reconciliação Nacional implica:

a) a aceitação por todos os Angolanos, independentemente das suas filtrações partidárias ou


religiosas, diferenças raciais ou étnicas, de viverem na mesma Pátria, em espírito de
fraternidade e tolerância; b) o respeito pelas regras do Estado de Direito, pelos direitos e
liberdades fundamentais do homem tais como definidos pela legislação nacional em vigor e
pelos diferentes instrumentos jurídicos internacionais de que Angola e parte, incluindo as
pertinentes disposições dos Acordos de Bicesse e do Protocolo de Lusaka; c) que, na
prossecução do interesse nacional, elementos provenientes da UNITA participem de maneira
adequada nos diversos níveis e instituições da actividade política, administrativa e económica;
d) que, nos termos das alíneas d) e c) do Artigo 54 e das alíneas c) e d) do Artigo 89 da Lei
Constitucional da República de Angola, se proceda à efectiva descentralização e
desconcentração administrativa do país; e) a condenação da utilização da violência como meio
de resolução de diferendos ou de conflitos entre as diversas forças que compõem a sociedade
angolana, os quais deverão ser solucionados por meios pacíficos; f) utilização dos meios de
comunicação social de forma a contribuir para a pacificação dos espíritos no apoio ao processo
de convivência, de reconciliação nacional e de consolidação do processo democrático, nos
termos do Artigo 35 da Lei Constitucional, respeitando as disposições pertinentes dos Acordos
de Bicesse e do

Protocolo de Lusaka.

5. No espírito da Reconciliação Nacional, todos os angolanos devem perdoar e esquecer os


agravos resultantes do conflito angolano e encarar o futuro com tolerância e confiança. Para
além disso, as instituições competentes procederão a uma amnistia nos temes da alínea h) do
Artigo 88 da Lei Constitucional, para os actos ilícitos praticados por quem quer que seja
durante o período anterior à assinatura do Protocolo de Lusaka, no contexto do actual conflito.

II. PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS

1. Afim de ser promovido na sociedade angolana o espírito de tolerância, de coexistência e de


confiança referido nos Princípios Gerais, o Governo da República de Angola e a UNITA levarão
a cabo uma campanha adequada de sensibilização da opinião pública angolana e internacional.

2. No quadro da Reconciliação Nacional, a segurança dos cidadãos sem distinção, as liberdades


de expressão, de organização profissional e sindical, bem como a liberdade de imprensa,
previstas e consagradas nos Artigos 32, 33 e 35 da Lei Constitucional, são garantidas em
conformidade com a legislação em vigor, o Protocolo de Lusaka e os princípios universais do
Estado de Direito.

3. Tendo em conta a importância de que se reveste o sector da comunicação social para


melhorar o clima de tolerância e confiança mútua inerentes à Reconciliação Nacional, é
garantido aos partidos políticos o direito de acesso à imprensa, à rádio e à televisão
estatizadas, desde que respeitados a lei, o Protocolo de Lusaka e os princípios universais do
Estado de Direito.

4. A VORGAN, emissora de ondas curtas pertencente à UNITA, no interesse da Reconciliação


Nacional, excepcionalmente, continuará a emitir no quadro da campanha de sensibilização
mencionada no parágrafo 1 dos Princípios Específicos, até ao dia D+9 meses. Até esta data e
em conformidade com a legislação pertinente em vigor (Leis 22/91, de 15 de junho e 9/92, de
16 de Abril) estará concluído o processo de mudança do estatuto da VORGAN para uma
estação de radiodifusão apartidária e emitindo nas frequências adequadas que lhe

forem autorizadas.

5. No quadro da reconciliação Nacional, e sem prejuízo do princípio da unidade, a realização


concreta da descentralização e da desconcentração administrativa, tal como estipulado na
alínea d) do nº 4 dos Princípios Gerais, será efectuada.

As autoridades provinciais dispõem de poderes próprios nos domínios administrativos,


financeiro, fiscal e económico, compreendendo a capacidade de atraírem investimentos
estrangeiros, em conformidade com a legislação em vigor, o Protocolo de Lusaka e os
princípios universais do Estado de Direito. Em conformidade com a lei e com as disposições do
parágrafo nº 5 dos Princípios Específicos do Protocolo de Lusaka relativos à Polícia, as
responsabilidades da Polícia a nível provincial concernentes à direcção, coordenação e
fiscalização da actividade de todos os seus órgãos e serviços, designadamente no domínio da
manutenção da Ordem Pública, competem aos Comandos Provinciais.

Os titulares dos órgãos do poder local serão eleitos em conformidade com a legislação que
será elaborada em virtude das disposições da alínea c) do Artigo 89 da lei constitucional.

6. Para além do estatuto fixado no nº 2 do Artigo 77 da Lei Constitucional, e tendo em conta a


sua condição de presidente do maior partido da oposição, será garantido ao Presidente da
UNITA um estatuto especial.

7. No quadro da Reconciliação Nacional, todos os primeiros 70 deputados eleitos nas listas de


candidaturas da UNITA nas eleições legislativas de Setembro de 1992. salvo os casos previstos
no nº 3 do Artigo 165 da Lei 502, de 16 de Abril, serão investidos nas suas funções na
Assembleia Nacional. As vagas existentes nos termos do n4 3 do Artigo 165 da Lei 5/92 de 16
de Abril, serão preenchidas nos termos da Lei.

Os primeiras setenta deputados eleitos pelas listas de candidaturas da UNITA, todos os que já
tornaram posse e os que ainda o não fizeram, constituem o grupo parlamentar da UNITA.
Os deputados do grupo parlamentar da UNITA, designados pela direcção do Partido e que
sejam nomeados para assumir funções incompatíveis com as funções parlamentares, serão
substituídos em conformidade com os Artigos 168 e 169 da Lei 5/92 de 16 de Abril.

Todos os deputados da Assembleia Nacional gozam dos direitos, liberdades, garantias,


imunidades e privilégios previstos na Lei.

8. Uma segurança apropriada, a acordar entre o Governo e a UNITA, será igualmente


garantida, enquanto que necessário, nos termos da lei e das disposições pertinentes do
Protocolo de Lusaka, aos altos dirigentes da UNITA que não gozem de outro regime especial de
segurança inerente aos seus cargos.

9. No quadro da reconciliação Nacional, os casos dos angolanos impedidos de exercer os seus


direitos laborais em virtude do circunstancialismo anterior à assinatura do Protocolo de
Lusaka, serão devidamente examinados pelas instâncias competentes do Estado.

10. Para cimentar a Reconciliação Nacional, o princípio da participação de elementos


provenientes da UNITA, incluindo os profissionalmente habilitados a exercer funções de
administração pública, designadamente professores, agentes de saúde e técnicos, nos
diferentes níveis da actividade administrativa e económica do Estado, compreendendo o
sector dos meios de comunicação social e o das empresas públicas, concretizar-se-á pela sua
integração, em toda a medida do possível, tendo em conta as suas capacidades técnicas e,
profissionais e o disposto pela lei e pelo Protocolo de Lusaka.

11. Para consolidar o processo de Reconciliação Nacional no País, os programas de assistência


e de reinserção social devem ser aplicados em todo o território nacional.

12. Para reforçar a reconciliação Nacional, estimular e expandir o desenvolvimento económico


em todo o território nacional, todos os angolanos são encora1ados e apoiados pelo Governo
da República de Angola, através designadamente do Fundo de Apoio ao Empresariado
Nacional, na criação de empresas privadas nos diferentes ramos da actividade económica
(agricultura, indústria, comércio e serviços) numa base de igualdade de oportunidades.

13. Assim que a ONU, no quadro do seu novo mandato, tiver constatado que as condições
requeridas mencionadas nas modalidades estão reunidas, a Administração do Estado será
exercida.

14. No quadro do parágrafo anterior, o Governo assumirá a gestão de todo o património do


Estado, no estado em que se encontrar.

15. Todo o património da UNITA voltará à posse da UNITA, no estado em que se encontrar.

16. Os dirigentes da UNITA investidos em funções nas diversas estruturas políticas, militares e
administrativas do Estado, gozarão das regalias e dos benefícios inerentes aos seus cargos,
definidos pela legislação em vigor.

No quadro da reconciliação Nacional, serão atribuídas à UNITA instalações partidárias


adequadas e residências apropriadas aos seus dirigentes, em função das possibilidades
existentes e em estreita colaboração entre as duas partes na sua programação e execução:
• para os membros da Comissão Política: 76 residências; • para os Secretários Nacionais: 11
residências; • para os Secretários e Secretariados Provinciais; 1 residência por Província; 1
instalação por Província; • para a Sede Central em Luanda: 1 instalação partidária. 17. No
quadro da Reconciliação Nacional e em conformidade com as disposições do Artigo 120, nº 3,
da Lei Constitucional, os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos são garantidos
através da independência do poder judicial.

18. É considerada importante, no contexto da Reconciliação Nacional, a questão da revisão dos


símbolos da República de Angola no quadro das instâncias competentes.

III. MODALIDADES

1. Em aplicação das disposições pertinentes do Artigo 4, alínea e), dos Princípios Gerais da
Reconciliaç5o Nacional supramencionado, as modalidades concretas da participação da UNITA
nos diferentes cargos do Governo e da administração do Estado, bem como nas missões

diplorr4ticas no estrangeiro, tais como acordadas entre o Governo e a UNITA e que figuram
num documento que é parte integrante do anexo do Protocolo de Lusaka relativo à
Reconciliação Nacional, serão objecto de uma carta a enviar pelas autoridades angolanas à
Direcção daquele partido.

2. A aplicação prática do estatuto referido no Princípio especifico nº 6 da Reconciliação


Nacional supramencionado não terá nenhum efeito jurídico até que haja um acordo em
contrário sobre esta matéria entre o Governo e a UNITA.

3. Os pormenores do estatuto especial de segurança que, enquanto necessário, será garantido


aos dirigentes da UNITA que não gozem de outro regime especial de segurança inerente aos
seus cargos, estão contidos num documento acordado entre o Governo e a UNITA, que faz
parte integrante do anexo do Protocolo de Lusaka relativo à Reconciliação Nacional.

4. A campanha de sensibilização da opinião pública interna e internacional mencionada no


Princípio Específico n4 1 da Reconciliação Nacional supramencionado será iniciada no dia da
rubrica do Protocolo de Lusaka.

5. No dia da rubrica do Protocolo de Lusaka, o Governo e a Direcção de UNITA farão cada um


uma declaração acerca da importância e significado do perdão e da amnistia, tais como
referidos no Princípio Geral nº 5 da Reconciliação Nacional supramencionado.

6. Em aplicação das disposições do Artigo nº 1 das Modalidades da Reconciliação Nacional


supramencionado e no seguimento das consultas entre o Governo e a UNITA, esta enviará às
autoridades angolanas uma lista plurinominal de pessoas a prover em cada um das diferentes
cargos do Governo e da administração do Estado, bem como nas missões diplomáticas no
estrangeiro, até ao dia D+45.

As listas supramencionadas serão acompanhadas do “curriculum vitae" das pessoas delas


constantes.

7. Após a movimentação das forças militares da UNITA das localidades em que se encontram
para os locais de aquartelamento, feita de
acordo com o Artigo 3 dos Princípios Específicos relativos ao Parágrafo 1, alínea b), do Ponto 2
da Agenda de Trabalhos, e após a ONU ter constatado que as condições para o efeito estão
reunidas, incluindo as relativas à segurança de pessoas e bens, a administração do Estado
nessas localidades será normalizada.

Nesse quadro, a participação dos elementos provenientes da UNITA nos diferentes sectores da
actividade da administração Pública realizar- se-á de acordo com o que foi acordado, nos
termos do Artigo 10 dos Princípios Específicos da Reconciliação Nacional supramencionado.

Quando for caso disso, a nomeação dos elementos provenientes da UNITA para os cargos nos
órgãos administrativos aos níveis provincial, municipal e comunal será antecipada por acordo
ente o Governo e a UNITA, se se verificar a existência de condições para o efeito.

8. Em aplicação das disposições do princípio Geral nº 4, alínea c), da Reconciliação Nacional


supramencionado, os elementos provenientes da UNITA nomeados para exercerem funções
no Governo Central e nas Missões Diplomáticas no exterior, os Deputados mencionados no
Princípio Especifico nº 7 da Reconciliação Nacional supramencionado e os elementos
provenientes da UNITA que ocuparão lugares de quadros superiores da Polícia Nacional,
deverão tomar posse dos seus lugares o mais tardar imediatamente após a conclusão dos
procedimentos previstos no Artigo 3 dos Princípios Específicos relativos ao Parágrafo 1, alínea
b), do ponto 2 da Agenda de Trabalhos.

Em qualquer desses casos, se se verificar a existência de condições para tal efeito, a execução
das disposições precedentes deste ponto nº 8 das Modalidades da Reconciliação Nacional será
antecipada por acordo entre o Governo e a UNITA.

9. A substituição de qualquer dos titulares dos cargos atribuídos à UNITA a todos os níveis da
administração do Estado, durante a vigência do Protocolo de Lusaka, far-se-á nos termos do
Protocolo de Lusaka.

10. No âmbito da implementação do parágrafo 16 dos Princípios Específicos da Reconciliação


Nacional supramencionado, a UNITA entregará ao Governo, até ao dia D + 45, uma carta
contendo os

nomes e os respectivos cargos dos seus dirigentes.

11. O período da promulgação da Lei da Amnistia constará do cronograma do Protocolo de


Lusaka.

DOCUMENTO RELATIVO AO REGIME ESPECIAL DE SEGURANÇA GARANTlDO AOS DIRIGENTES


DA UNITA EM APLICAÇÃO DO PARÁGRAFO 3 DAS MODALIDADES DA RECONCILIAÇÃO
NACIONAL

DOCUMENTO RELATIVO À PARTICIPAÇÃO DA UNITA NOS GOVERNOS CENTRAL, PROVINCIAL E


LOCAL, E NAS, MISSÕES DIPLOMÁTICAS NO ESTRANGEIRO, EM APLICAÇÃO DO Nº 1 DAS
MODALIDADES DA RECONCILIAÇÃO NACIONAL

NORMAS DE PARTICIPAÇÃO DOS ELEMENTOS DA UNITA NO GOVERNO DE UNIDADE E


RECONCILIAÇÁO NACIONAL
ANEXO 7: PONTO II. 5 DA AGENDA DE TRABALHOS: CONCLUSÃO DO PROCESSO ELEITORAL

I. PRINCÍPIOS GERAIS

1. Como em todas as sociedades democráticas e pluripartidárias, a participação de todos os


cidadãos na definição das grandes linhas e opções políticas, sociais e económicas nacionais,
bem como na livre escolha dos dirigentes do pais, é garantida pelo respeito do princípio da
expressão da vontade popular por ocasião de eleições periódicas, justas e livres e da aceitação
dos seus resultados.

2. O processo eleitoral angolano, iniciado com as eleições previstas nos Acordos de Paz para
Angola (Bicesse), encontra-se por concluir devido à crise pós-eleitoral. Nos termos do nº 3 do
Artigo 147 da Lei 5/92 de 16 de Abril, o mesmo deve ser concluído através da realização da
segunda volta das eleições presidenciais.

3. A segunda volta das eleições presidenciais terá lugar após a ONU, no quadro do seu novo
mandato, depois de ouvida a Comissão Conjunta e recolhidos os pareceres consultivos
julgados necessários, ter declarado que todas as condições requeridas para o efeito,
designadamente as de natureza política e material, estão reunidas.

4. Nos termos dos Artigos 8 e 12 da Lei 5/92 de 16 de Abril, a

segunda volta das eleições presidenciais será organizada pelas instituições competentes do,
Estado angolano, nomeadamente o Conselho Nacional Eleitoral, com o apoio, a verificação e a
fiscalização apropriados da ONU, bem como com a participação de observadores
internacionais.

II. PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS

1. A segunda volta das eleições presidenciais desenrolar-se á em conformidade com as


pertinentes disposições da legislação em vigor, nomeadamente as Leis 5/92 e 6/92 de 16 de
Abril, com as emendas julgadas necessárias introduzidas pela Assembleia Nacional, bem como
com as pertinentes disposições dos "Acordos de Paz para Angola" (Bicesse) e do Protocolo de
Lusaka.

As emendas acima referidas seguem o procedimento legislativo.

2. O controle sobre o desenrolar da segunda volta das eleições presidenciais será exercido, no
quadro dos órgãos previstos pela Lei 5/92 de 16 de Abril, nomeadamente pelos mandatários e
delegados de listas dos candidatos a essas eleições.

3. A segunda volta das eleições presidenciais terá lugar num período determinado pela
Assembleia Nacional após a ONU ter declarado que as condições requeridas estão reunidas. A
data da segunda volta será estabelecida nos termos do Artigo 159 da Lei 5/92 de 16 de Abril,
dentro do período fixado pela Assembleia Nacional.

4. Para a realização da segunda volta das eleições presidenciais, são consideras como
condições requeridas, comprovadas pelas Nações Unidas, entre outras, as seguintes: - garantia
de segurança, livre- circulação de pessoas e bens e de liberdades públicas em todo o território
nacional; - garantia efectiva de funcionamento da Administração do Estado e da articulação da
vida nacional em todo o território nacional, incluindo o restabelecimento das vias de
comunicação e a reinstalação dos deslocados.

5. Durante o processo de realização da segunda volta das eleições presidenciais, a equidade na


utilização de todos os meios do Estado, incluindo os seus meios financeiros, deverá ser
assegurada em

conformidade com a legislação em vigor, nomeadamente as pertinentes disposições das Leis


5/92 e 8/92 de 16 Abril. O apoio às campanhas eleitorais por meios privados, bem como o
tratamento dos candidatos por pessoas colectivas privadas, devem ser conformes às
pertinentes disposições da Lei 5/92 de 16 de Abril.

6. Os membros da mesa das Assembleias de Voto, com a indispensável coadjuvação dos


delegados de listas dos candidatos concorrentes, serão os fiéis depositários de todo o material
eleitoral da Assembleia de Voto e terão a protecção da Polícia Nacional e a verificação e
fiscalização das Nações Unidas, não podendo as umas ser removidas dos locais de voto antes
do apuramento final dos resultados da Assembleia de Voto.

7. Sem embargo da inderrogável liberdade de imprensa, a publicação dos resultados eleitorais


pelos meios de difusão massiva assim como quaisquer projecções estatísticas dos resultados
do apuramento final, deverão obedecer ao estipulado na lei.

8. Num prazo máximo de 48 horas após a proclamação oficial dos resultados nacionais da
segunda volta das eleições presidenciais, a ONU fará uma declaração sobre o carácter livre e
justo das mesmas.

III. MODALIDADES

1. No quadro do seu novo mandato e para o bom andamento da segunda volta das eleições
presidenciais, os meios humanos e materiais da ONU deverão ser adaptados à sua missão de
apoio, de verificação e de fiscalização.

2. A ONU constatará por declaração formal, depois de ouvida a Comissão Conjunta, a


existência de todos os requisitos indispensáveis e de todas as condições requeridas para a
realização da segunda volta das eleições presidenciais, especialmente aquelas que se
subsumem à satisfação de todas as obrigações do Protocolo de Lusaka.

3. Todos os organismos e instituições implicados na organização da segunda volta das eleições


presidenciais, designadamente o Conselho Nacional Eleitoral, deverão efectuar os preparativos
indispensáveis nos prazos requeridos.

4. A concepção, fabricação, recepção e armazenamento do material eleitoral far-se-á nos


prazos adequados, em conformidade com a lei, sob a direcção do Conselho Nacional Eleitoral,
com o apoio, a verificação e a fiscalização da ONU.

5. A elaboração dos cadernos de registo eleitoral através da inscrição dos cidad5os eleitores,
bem como a publicação por afixaç5o edital das listas dos registados deles extraídas, deverão
efectuar-se nos prazos apropriados, sob a direcção do Conselho Nacional Eleitoral, com o
apoio, a verificação e a fiscalização da ONU, que terá esta matéria em conta para os efeitos
previstos no Princípio Especifico nº 3.

6. Deverá ser levada acabo, dentro dos prazos requeridos e através dos meios adequados, uma
campanha de educação cívica dos eleitores acerca dos objectivos da segunda volta das
eleições presidenciais, do processo eleitoral e do modo como cada eleitor deve votar.

ANEXO 8: PONTO II. 3 DA AGENDA DE TRABALHOS: O MANDATO DA ONU, O PAPEL DOS


OBSERVADORES DOS "ACORDOS DE PAZ" E A COMISSÃO CONJUNTA

A. O MANDATO DA ONU

I. PRINCÍPIOS GERAIS

1. O Governo da República de Angola (o Governo) e a União Nacional para a Independência


Total de Angola (a UNITA) reafirmam que se comprometem a respeitar e a implementar os
"Acordos de Paz para Angola" (Bicesse), as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança
da ONU e o Protocolo de Lusaka.

2. O Governo e a UNITA reconhecem que o sucesso da conclusão do processo de Paz no


quadro dos "Acordos de Paz para Angola" (Bicesse), das resoluções pertinentes do Conselho de
Segurança da ONU e do Protocolo de Lusaka releva antes de tudo da sua própria
responsabilidade e comprometem-se a cooperar plenamente e de boa fé com a ONU com vista
à implementação efectiva e duradoura do processo de paz.

3. O Governo e a UNITA convidam a ONU, tendo em vista a implementação integral dos


"Acordos de Paz para Angola" (Bicesse) e

do Protocolo de Lusaka, a realizar, para além das suas missões de bons ofícios e mediação, as
tarefas mencionadas no presente mandato. Os Países Observadores do processo de paz
(Estados Unidos da América, Federação da Rússia e Portugal) apoiam plenamente este convite.

4. O Governo e a UNITA reafirmam o seu desejo expresso de que a ONU, no quadro do seu
novo mandato, desempenhe um papel alargado e reforçado na implementação dos "Acordos
de Paz para Angola" (Bicesse) e do Protocolo de Lusas, conforme o acordado nos domínios das
questões militares, da Policia Nacional, da Reconciliação Nacional e da conclusão do Processo
Eleitoral.

Ambos reafirmam que estão determinados a respeitar e a proteger a Missão da ONU em


Angola, as suas operações, o conjunto dos seus membros, as suas instalações, assim como os
seus bens.

5. O Governo e a UNITA convidam a ONU, no quadro do seu novo mandato, a assumir a


presidência da Comissão Conjunta e de todas as reuniões apropriadas entre o Governo e a
UNITA, na presença dos representantes dos Países Observadores.

6. Assim que o Conselho de Segurança da ONU autorizar a criação da nova missão da ONU em
Angola, um acordo estabelecendo o estatuto da missão e dos seus membros será concluída
sem demora entre a ONU e o Governo na base do pertinente acordo-tipo da ONU, cujo
conteúdo terá sido antecipadamente comunicado pelo Governo à UNITA.

7. A UNITA compromete-se a respeitar todas as disposições do Acordo referido no Artigo 6


supramencionado e a cooperar na sua implementação.

8. O Governo e a UNITA comprometem-se a cooperar entre si além de respeitar todo o


calendário da implementação do Protocolo de Lusaka.

9. A ONU executará as tarefas que lhe serão confiadas no quadro do seu novo mandato, no
estrito respeito pela soberania do Estado Angolano e pelas disposições pertinentes dos
"Acordos de Paz para Angola" (Bicesse) e do Protocolo de Lusaka.

10. O Governo e a UNITA comprometem-se a implementar os "Acordos

de Pai para Angola" (Bicesse), as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança da ONU e o


Protocolo de Lusaka, no respeito pelas regras do Estado de Direito, pelos princípios gerais dos
Direitos Humanos universalmente reconhecidos e, mais particularmente, dos Direitos
Humanos e das liberdades fundamentais do Indivíduo tais como definidos pela legislação em
vigor e os diferentes instrumentos jurídicos internacionais dos quais Angola é parte.

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS

O Governo e a UNITA convidam a ONU, no quadro do seu novo mandato, a assumir as


seguintes tarefas:

1) No que concerne às questões militares (Ponto II. 1 da Agenda de Trabalhos)

1.1 Supervisão, controle e verificação geral do cessar-fogo restabelecido, com a participação


do Governo e da UNITA (Princípio Geral nº 4);

1.2 Verificação e fiscalização do respeito pela cessação de toda a propaganda hostil entre o
Governo da República de Angola e a UNITA tanto a nível nacional como a nível internacional
(Princípio Geral nº 5);

1.3 Verificação e fiscalização da retirada e aquartelamento de todas as forças militares da


UNITA – Parágrafo 8 da Resolução 864 do Conselho de Segurança da ONU (Calendário das
Modalidades do cessar-fogo bilateral, segunda fase, terceira etapa);

1.4 Instalação dos mecanismos de verificação, de fiscalização e de controle, incluindo as


comunicações triangulares (Princípio Específico nº 2; Calendário das Modalidades, primeira
fase, segunda etapa);

1.5 Recepção das informações actualizadas, fidedignas e verificáveis fornecidas pela UNITA
sobre a composição das suas forças, armamento, meios e respectivas localizações (Princípio
Específico nº 3, Modalidade nº 5);

1.6 Recepção das informações actualizadas, fidedignas e verificáveis fornecidas pelo Governo
sobre a composição das suas forças, armamento, meios e respectivas localizações (Princípio
Específico nº
4);

1.7 Verificação e fiscalização de todas as tropas identificadas como FAA (Princípio Específico nº
4);

1.8 Verificação e fiscalização ao dispositivo resultante do desengajamento das FAA das suas
posições avançadas, durante a retirada e o aquartelamento das forças militares da UNITA
(Princípio Específico nº 5);

1.9 Reforço do pessoal das Nações Unidas tanto a nível dos observadores militares como a
nível de forças de manutenção da paz armadas (Modalidade nº 6, Calendário das Modalidades,
segunda fase, primeira etapa);

1.10 Organização e participação na reunião dos Estados-Maiores das FAA e das forças militares
da UNITA no dia D+10 (Calendário das Modalidades);

1.11 Verificação e fiscalização da realização do abastecimento em alimentos e medicamentos


das FAA e das forças militares da UNITA (Calendário das Modalidades, primeira fase, primeira
etapa);

1.12 Notificação, verificação e fiscalização de toda a movimentação de forças no território


angolano (Modalidades do cessar-fogo, segunda fase, terceira etapa);

1.13 Recepção das notificações relativas à evacuação dos combatentes feridos e doentes para
efeitos de controle e verificação (Calendário das Modalidades, primeira fase, primeira etapa);

1.14 Criação e colocação no terreno de equipas para fiscalizar e verificar a cessação das
hostilidades em todo território nacional e investigar alegadas violações (Calendário das
Modalidade primeira fase, segunda etapa);

1.15 Supervisão do desengajamento limitado das forças nas áreas em que elas estejam em
contacto (Calendário das Modalidades, primeira fase, quarta etapa A);

1.16 Participação, com as FAA e as forças militares da UNITA, no

processo de coordenação e de acordar o desengajamento das forças (Calendário das


Modalidades, primeira fase, quarta etapa A);

1.17 Supervisão da deslocação das tropas da UNITA para as áreas designadas pelas Nações
Unidas e acordadas entre os Estados Maiores, durante o desengajamento limitado das forças
nas áreas onde elas estejam em contacto (Calendário das Modalidades, primeira fase, quarta
etapa A);

1.18 Supervisão da deslocação das Forças Armadas Angolanas para os seus quartéis mais
próximos durante o desengajamento limitado das forças nas áreas onde elas estejam em
contacto (Calendário das Modalidades, primeira fase, quarta etapa);

1.19 Recepção das informações oficialmente fornecidas sobre a localização das unidades das
FAA e das forças militares da UNITA que não estejam em contacto (Calendário das
Modalidades, primeira fase, quarta etapa B);
1.20 Verificação e fiscalização das áreas desocupadas pelas forças militares da UNITA
(Calendário das Modalidades, segunda fase, primeira etapa);

1.21 Verificação e fiscalização das forças do Governo que permanecem "in situ" (Calendário
das Modalidades, segunda fase, primeira etapa);

1.22 Organização, em colaboração com as duas partes, das áreas de aquartelamento,


itinerários e identificação de meios para a movimentação das forças militares da UNITA para as
áreas de aquartelamento (Calendário das Modalidades, segunda fase, terceira etapa);

1.23 Notificação às duas partes das modalidades específicas da retirada das forças militares da
UNITA para as áreas de aquartelamento (Calendário das Modalidades, segunda fase, segunda
etapa);

1.24 Coordenação com as forças do Governo da possibilidade de se retirarem para as áreas


onde possam ser facilmente verificadas e fiscalizadas e que serão, na maior parte dos casos, os
seus quartéis de origem. O conceito consiste nas forças do Governo concentrarem-se afim de
facilitar a sua verificação (Calendário das Modalidades, segunda

fase, terceira etapa);

1.25 Supervisão e controle da conclusão do aquartelamento das forças militares da UNITA, da


recolha, do armazenamento e da custódia do seu armamento (Calendário das Modalidades,
segunda fase, quarta etapa);

1.26 Verificação, fiscalização e controle da recolha de todo o material de guerra letal das forças
militares da UNITA pelo Estado-Maior das forças militares da UNITA. A ONU recolherá acto
contínuo esse material de guerra letal no terreno, procedendo ao seu armazenamento e
custódia (Calendário das Modalidades, segunda fase, quarta etapa);

1.27 Verificação da livre-circulação de pessoas e bens (Calendário das Modalidades, segunda


fase, sexta etapa);

1.28 Verificação e fiscalização do processo da conclusão da formação das FAA (Princípio Geral
nº 1 do documento relativo à conclusão da formação das FAA, incluindo a desmobilização);

1.29 Verificação do estrito cumprimento dos acordos respeitantes às FAA, sem prejuízo das
competências do Governo da República de Angola em matéria de política de defesa nacional
(Princípio Específico nº 5 da Conclusão da formação das FAA);

1.30 Participação nos trabalhos do grupo de trabalho criado afim de supervisionar a conclusão
da formação das FAA e desmobilização (Modalidades, primeira fase, segundo parágrafo);

1.31 Ligação técnica com grupo de trabalho dependendo do Estado- Maior das FAA,
funcionando na área de Planeamento, que supervisionará o cumprimento das tarefas que
levam à conclusão da formação das FAA (Modalidades da conclusão da formação das FAA,
segunda fase, terceira etapa);

1.32 Verificação final do cumprimento do que prescreve o Protocolo de Lusaka quanto à


conclusão da formação das FAA e desmobilização dos excedentes (Modalidades, terceira fase);
1.33 Apoio, em conformidade com a autorização do Conselho de Segurança da ONU, ao
programa nacional de reinserção social

empreendido pelo Governo de Angola, com a participação UNITA, para os efectivos militares
excedentários ao número a ser acordado entre o Governo de Angola e a UNITA para a
composição das FAA (Princípio Geral nº 3 da Conclusão da formação das FAA);

1.34 As partes signatárias do Protocolo de Lusaka acordam em que o Governo solicite ajuda à
ONU e às instituições especializadas para proceder às operações de desminagem no País.
Neste âmbito, o Governo e a UNITA acordam em fornecer todas as informações disponíveis
relativas às minas e outros explosivos, ajudar a executar programas de levantamento de minas,
de sensibilização sobre as minas e de desminagem a favor de todos os Angolanos. A ONU
compromete- se a fornecer o apoio na criação de uma capacidade nacional neste domínio.

2) No que concerne às actividades da Polícia (Ponto II.2 da Agenda de Trabalhos)

2.1 A Polícia Nacional Angolana, colocada sob a autoridade legítima, será verificada e
fiscalizada nas suas actividades pela ONU, no quadro do seu novo mandato, afim de garantir a
sua neutralidade (Princípio Específico n4 í);

2.2 Verificação e fiscalização do processo de aquartelamento da Polícia dè Intervenção Rápida


e da adequação do seu armamento e equipamento à natureza da sua missão (Princípio
Especifico nº 10);

2.3 Estabelecimento da calendarização e determinação dos locais de aquartelamento da


Polícia de Intervenção Rápida, no dia D + 10, com o Governo e na presença da UNITA e de
representantes dos Países Observadores (Modalidade nº 3);

2.4 Participação, com o Governo, a UNITA e os representantes dos Países Observadores, na


reunião do dia D+ 10 em que será feita a formalização da participação dos elementos da UNITA
na Policia Nacional Angolana e na Polícia de Intervenção Rápida (Modalidades nº 3);

2.5 Verificação e fiscalização da recolha, armazenamento e custódia de todas as armas em


posse de civis pela Polícia Nacional Angolana

(Questões Militares I, Calendário das Modalidades do Cessar-Fogo Bilateral, segunda fase,


quarta etapa);

2.6 Verificação e fiscalização da neutralidade da actividade da Policia Nacional Angolana


relativamente aos compromissos assumidas em matéria de segurança dos dirigentes da UNITA
(Documento relativo ao regime especial de segurança garantido aos dirigentes da UNITA em
aplicação do parágrafo 3 das Modalidades Reconciliação Nacional, Artigo 9);

2.7 Verificação e fiscalização da neutralidade da actividade da Nacional Angolana no que


concerne à protecção dos membros da mesa das Assembleias de Voto e dos delegados de li
dos candidatos concorrentes (Conclusão do processo eleitoral, Princípio Específico nº 6).

3) No que concerne à Reconciliação Nacional (Ponto II.4 da Agenda de Trabalhos)


3.1 Constatação dê que as condições requeridas, incluindo relativas à segurança de pessoas e
bens, estão reunidas para normalização da Administração do Estado (Princípio Específico nº
13, Modalidade nº 7).

4) No que concerne à Condução do Processo Eleitoral (Ponto II.5 da Agenda de Trabalhos)

4.1 Declaração formal, depois de ouvida a Comissão Conjunta e recolhidos os pareceres


consultivos julgados necessários, de que todas as condições requeridas para a realização da
segunda volta das eleições presidenciais, designadamente as de natureza política e material,
bem como as que se subsumem à satisfação de todas as obrigações do Protocolo de Lusaka,
estão reunidas (Princípio Geral nº 3, Princípio Específico nº 4 e Modalidade nº 2 do Processo
Eleitoral);

4.2 Apoio, verificação e fiscalização apropriados à organização pelas instituições competentes


do Estado Angolano, designadamente o Conselho Nacional Eleitoral, da segunda volta das
eleições presidenciais (Princípio Geral n4 4);

4.3 Verificação e fiscalização da actuação dos membros da mesa das Assembleias de Voto,
coadjuvados pelos delegados de listas dos

candidatos concorrentes, enquanto fiéis depositários de todo o material eleitoral da


Assembleia de Voto (Princípio Específico nº 6);

4.4 Emissão de uma declaração, num prazo máximo de 48 horas após a proclamação oficial dos
resultados nacionais da segunda volta das eleições presidenciais, sobre o carácter livre e justo
das mesmas (Princípio Específico nº 8;

4.5 Apoio, verificação e fiscalização à concepção, fabricação, recepção e armazenamento do


material eleitoral (Modalidade nº 4 do Processo Eleitoral);

4.6 Apoio, verificação e fiscalização à elaboração dos cadernos de registo eleitoral, bem como
à publicação por afixação edital das listas dos registados deles extraídas (Modalidade nº 5 do
Processo Eleitoral).

B. O PAPEL DOS OBSERVADORES NA IMPLEMENTAÇÃO DOS "ACORDOS DE PAZ PARA


ANGOLA" (BICESSE) E DO PROTOCOLO DE LUSAKA

1. Os Governos dos Estados Unidos da América, da Federação da Rússia e de Portugal são os


observadores do processo de paz em Angola. Nesta qualidade, têm assento na Comissão
Conjunta.

2. As atribuições dos Representantes dos Países Observadores são:

2.1 Assistir à reunião do dia D + 10 dos Estados-Maiores das FAA e das forças militares da
UNITA (Calendário das Modalidades, D + 10);

2.2 Assistir à reunião do dia D + 10 sobre a calendarização e a determinação dos locais de


aquartelamento da Polícia de Intervenção Rápida (Policia, Modalidades nº 5);
2.3 Acompanhar a aplicação de todas as disposições políticas, administrativas e militares ainda
não implementadas dos Acordos de Paz para Angola (Bicesse) e de todas as disposições
políticas, administrativas e militares do Protocolo de Lusaka.

2.4 Os Representantes dos Países Observadores tornam assento, qualidade, em todas as


reuniões da Comissão Conjunta e em qualquer subsidiário criado por esta.

2.5 Em todas as reuniões, as decisões são tomadas depois de ouvida a opinião dos
representantes dos Países Observadores.

2.6 As funções dos Representantes dos Países Observadores na Comissão Conjunta cessam na
altura da dissolução desta.

C. A COMISSÃO CONJUNTA

A Comissão Conjunta tem a composição, atribuições e regas de funcionamento seguintes:

1. COMPOSIÇÃO

A Comissão Conjunta compõe-se de:

1.1 com assento na qualidade de membros: - o Governo da República de Angola; - a UNITA;

1.2 com assento na qualidade de presidente: a ONU, cujo Representante Especial do


Secretário-Geral em Angola assume as funções de bons ofícios e de mediação;

1.3 com assento na qualidade de observadores: - Governo dos Estados Unidos da América; - O
Governo de Portugal; - Governo da Federação da Rússia.

2. ATRIBUIÇÕES

2.1 Velar pela aplicação de todas as disposições políticas, administrativas e militares ainda não
implementadas dos Acordos de Paz para Angola (Bicesse) e de todas as disposições do
Protocolo de Lusaka, conforme o acordado nos domínios das questões militares, da Polícia
Nacional, da Reconciliação Nacional e da conclusão do Processo Eleitoral;

2.2 Acompanhar a aplicação das resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações
Unidas;

2.3 Decidir em última instância sobre as alegações de violação. Em caso de violação aos
Acordos, proceder às diligências necessárias à certificação da identidade do infractor e decidir
em última instância sobre a correcção da referida violação.

3. FUNCIONAMENTO

3.1 A Comissão Conjunta terá a sua sede em Luanda. Não obstante, ela pode realizar as suas
reuniões, em caso de necessidade, em qualquer outro local do território.

3.2 A Comissão Conjunta estabelece o seu próprio regulamento interno.

3.3 A Comissão Conjunta decide por consenso.


3.4 A Comissão Conjunta entra em funções no dia da assinatura do Protocolo de Lusaka.

DEFINIÇÃO E EXPLICAÇÕES DOS PRINCIPAIS TERMOS MILITARES EMPREGUES NO


DOCUMENTO SOBRE O MANDATO DAS NAÇÕES UNIDAS (PROTOCOLO DE LUSAKA)

Adaptação de Armamento – Refere-se a qualquer modificação ou variação que seja necessária,


de qualquer armamento e equipamento, com esta a torná-lo conforme à missão a levar a
cabo.

Armamentos – Este termo faz referência a todas as armas e sistemas de armamento e a todas
as munições ou ao material visando apoiar essas armas ou sistemas de armamento utilizados
por todas as forças terrestres, marítimas ou aéreas. Os armamentos incluem, mas não se
limitam a estas, as pequenas armas de todos os calibres; todos as morteiros, a artilharia
(autopropulsada ou rebocada) e os sistemas de lança-róquetes múltiplos; toda a artilharia de
defesa aérea e todos os mísseis, incluindo os mísseis terra-ar, ar-ar e ar-terra (com sistemas de
radar e orientação); todos os tanques; todos os veículos de transporte de tropas auto e
blindados (com rodas ou lagartas) ; todas as armas anti-tanque e os sistemas de mísseis; todas
as minas aquáticas e terrestres (anti-pessoal e anti-tanque) e todos os engenhos explosivos
utilizados para sabotagem (bombas, detonadores, etc.). O termo faz igualmente referencia a
qualquer veiculo, aeronave ou barco que possa ser utilizado como plataforma para armas ou
sistemas de armamento e a partir do qual qualquer tipo de armamento possa ser operado ou
lançado; isto pode incluir, mas não se limitar a, caças, caças- bombardeiros, helicópteros de
combate, navios ou barcos de assalto,

barcos-patrulha, fragatas, cruzeiros, destroyers e outros navios de guerra.

Controle – Este termo implica o acto de dirigir, regulamentar, verificar e fiscalizar todas as
acções em conformidade com os Acordos de Paz para Angola (Bicesse) e o Protocolo de
Lusaka. O mesmo não implica o recurso à força com vista a obrigar o Governo ou a UNITA a
respeitar as disposições dos Acordos de Paz para Angola (Bicesse) e do Protocolo de Lusaka.

Desengajamento de Forças – Refere-se à movimentação de forças do Governo e da UNITA que


se encontrem em contacto para posições acordadas e coordenadas pelo Governo, a UNITA e a
ONU os quais assegurarão que as mesmas se encontrem fora da linha de fogo directa ou
indirecta de cada uma das forças. No final do desengajamento, ambas as forças ter-se-ão
movimentado de uma posição ofensiva para uma posição defensiva.

Estabelecer Áreas de Aquartelamento – As áreas de aquartelamento das forças da UNITA serão


seleccionados e acordadas conjuntamente pela UNITA e a ONU na presença do Governo da
República de Angola e dos Observadores. Sob a supervisão da ONU e, com a sua assistência e a
de outros grupos humanitários, o Governo da República de Angola e a UNITA participarão na
construção das áreas de aquartelamento e no estabelecimento de infra-estruturas com vista a
apoiar determinado número de homens em cada área. As infra-estruturas incluirão, mas não
se limitarão a: acomodação temporária (por exemplo tendas, edifícios existentes) com
condições higiénicas apropriadas, instalações médicas e de lazer, quartos de banho e
lavandarias, bem como instalações para confecção e conservação de alimentos.
"In Situ" – Refere-se aos locais onde as tropas do Governo e da UNITA se encontrem
desdobradas na altura da assinatura do Protocolo de Lusaka.

Locais de Armazenamento do Armamento e do Material das Forças Militares da UNITA – Os


mesmos serão seleccionados e acordados conjuntamente pela UNITA e a ONU na presença do
Governo e dos Observadores. Os locais de armazenamento não ficarão situados nas
proximidades das zonas de aquartelamento. Com o apoio da ONU, o

Governo da República de Angola construirá, renovará ou reforçará as instalações por forma a


torná-las conformes às normas de segurança; isto compreenderá a iluminação, a vedação e os
armazéns. A ONU garantirá a segurança de cada local de armazenamento.

Material de Guerra Letal – Refere-se a qualquer armamento e outro material capaz de causar
morte ou ferimento ao pessoal e prejuízo ou destruição a estruturas material.

Equipamento Militar – Esta expressão aplica-se a todo o equipamento utilizado para apoio a
situações de guerra, incluindo o material de comunicações, o material de apoio logístico e os
veículos, aeronaves e navios com características militares (reboques para canhão, jeeps,
veículos de transporte de tropas e qualquer outro material de guerra, etc).

Pessoal Militar – Este termo aplica-se às pessoas recrutadas e formadas com vista a serem
empregues como soldados. Elas devem necessariamente ser organizadas em unidades com
uma estrutura de direcção e de comando podendo ou não ser equipadas e armadas. São
formadas e orientadas para combater durante períodos prolongados com um objectivo
específico e são apoiadas por um sistema logístico.

Retirada – Refere-se ao movimento não táctico, de recuo, de tropas de qualquer escalão,


armadas ou não armadas, para uma área designada e acordada entre o Governo, a UNlTA e a
ONU.

Por Supervisão – entende-se a responsabilidade de coordenação e de gestão geral das tarefas


às quais o termo é aplicado, assumida pela ONU, com a participação do Governo e da UNITA.

Toda Movimentação de Tropas – Esta expressão aplica-se à movimentação de indivíduos e de


corpos de tropas de qualquer escalão, armados ou não armados e que podem ou não possuir
uma estrutura militar (hierárquica).

ANEXO 9: PONTO II. 5 DA AGENDA DE TRABALHOS: OUTRAS QUESTÕES PENDENTES

CALENDÁRIO DE APLICAÇÃO DO PROTOCOLO DE LUSAKA

DIA D

• Rubrica do Protocolo de Lusaka. • Declaração do Governo da República de Angola e da


Direcção da UNITA acerca da importância e significado do perdão e da amnistia. • Lançamento
da campanha de sensibilização da opinião publica interna e internacional, de modo a
promover o espírito de tolerância, de coexistência e de confiança, na Sociedade Angolana. •
D+10 • Reunião dos Estados Maiores das FAA e das forças militares da UNITA. sob os auspícios
das Nações Unidas e dos Observadores presentes. para estabelecerem as modalidades
técnicas da cessação das hostilidades "in situ" • Estabelecimento do calendário e
determinação dos locais de aquartelamento da Policia de Intervenção Rápida pela ONU e o
Governo na presença da UNITA e dos Representantes dos Países Observadores. • Formalização
da participação dos elementos provenientes da UNITA na Polícia Nacional Angolana e na
Polícia de Intervenção Rápida.

Antes de D + 15

Promulgação da Lei de Amnistia.

Definição das formas de implementação do Anexo relativo ao Regime Especial de Segurança


dos Dirigentes da UNITA e dos casos especiais julgados como tais, pelo Governo e pela UNITA.

D+15

Assinatura formal do Protocolo de Lusaka peio Governo da República de Angola e a UNITA e


início do seu cumprimento.

Declarações publicas pelo Governo e pela UNITA sobre a implementação do restabelecimento


do cessar-fogo.

Tomada de posse e início de funções dos membros da Comissão

Conjunta.

A partir de D + 17

• Entrada em vigor do cessar-fogo restabelecido. • Estrito respeito pela legislação em vigor e


das disposições pertinentes dos Acordos de Bicesse e do Protocolo de Lusaka (Princípio Geral
nº 3 da Reconciliação Nacional). • Todas as acções consignadas no Anexo relativo às Questões
militares I do Protocolo de Lusaka (Calendário das Modalidades do Cessar-Fogo Bilateral, I
Fase). • Instalação da Comissão Conjunta em Luanda. • Formalização pelo Governo da
República de Angola das modalidades concretas da participação da UNITA nos diferentes
cargos do Governo e da Administração do Estado, bem como nas Missões Diplomáticas no
estrangeiro. • Todas as acções consignadas no Anexo relativo às Questões militares II do
Protocolo de Lusaka (Calendário da Conclusão da Formação das FAA e Desmobilização, I Fase).
• Entrega pela UNITA às autoridades angolanas de uma lista plurinominal de pessoas a prover
em cada um dos diferentes cargos do Governo e da Administração, bem como nas Missões
Diplomáticas no estrangeiro. • Entrega pela UNITA ao Governo, de uma lista contendo os
nomes e respectivos cargos dos seus dirigentes com vista à implementação do parágrafo 10
das Modalidades da Reconciliação Nacional.

D+45

• Todas as acções consignadas no Anexo relativo às Questões Militares I do Protocolo de


Lusaka. (Calendário das Modalidades do Cessar-Fogo Bilateral, II Fase). A partir de D + 180

• Todas as acções consignadas no Anexo relativo às Questões Militares II do Protocolo de


Lusas. (Calendário das Modalidades da Conclusão da Formação das FAA e desmobilização, II
Fase).
• Após a conclusão da retirada, aquartelamento e desarmamento das forças militares da
UNITA, selecção e incorporação de elementos desmobilizados das forças militares da UNITA na
Polícia Nacional. • Formação profissional para os elementos seleccionados para incorporação
na Polícia Nacional e na Polícia e na Policia de Intervenção Rápida. • Constatação pela ONU de
que as condições estão reunidas com vista à normalização da administração do Estado. •
Normalização da Administração do Estado. • Assumpção pelo Governo de Angola, da gestão
de todo o património do Estado. • Atribuição à UNITA de instalações partidárias adequadas e
residências apropriadas aos seus dirigentes, em função das possibilidades existentes. •
Participação dos elementos provenientes da UNITA nos diferentes sectores da actividade da
Administração Pública, de acordo com o acordado nos termos do Artigo 10 dos Princípios
Específicos da Reconciliação Nacional. • Participação dos elementos provenientes da UNITA no
Governo central, provincial e local, nas Missões Diplomáticas no estrangeiro, na Assembleia
Nacional e na Polícia Nacional a nível de quadros superiores, em conformidade com as
disposições previstas no parágrafo 8 das Modalidades da Reconciliação Nacional. • Em
qualquer desses casos, se se verificar a existência de condições para tal efeito, a execução das
disposições precedentes deste ponto das Modalidades da Reconciliação Nacional será
antecipada por acordo entre o Governo e a UNITA. D+270

Conclusão da mudança do estatuto da VORGAN.

A partir de D + 455

• Verificação final pelas Nações Unidas do cumprimento do que prescreve o Protocolo de


Lusaka, quanto à conclusão da formação das FAA e desmobilização dos excedentes. •
Conclusão da formação profissional dos elementos

desmobilizados das forças militares da UNITA e incorporados na Polícia Nacional e na Policia


de Intervenção Rápida. • Declaração pela ONU de que todas condições requeridas estão
reunidas para a realização da segunda volta das eleições presidenciais. • Realização da II volta
das eleições presidenciais, no período determinado pela Assembleia Nacional e tomada de
posse do Presidente da República eleito. NOTAS:

1. A calendarização detalhada bem como a precisão das tarefas a realçar, serão estabelecidas
pela Comissão Conjunta.

2. Nenhuma tarefa será iniciada antes de que a precedente tenha sido concluída.

3. No caso de se verificar a existência de condições, os prazos previstos no presente calendário


poderão ser antecipados por acordo entre o Governo e a UNITA.

ANEXO 10: PONTO III DA AGENDA DE TRABALHOS: QUESTÕES DIVERSAS

Data e local da assinatura do Protocolo de Lusaka

1. Protocolo de Lusaka será assinado no dia 20 de Novembro de 1994.

2. Protocolo de Lusaka será assinado em Lusaka (Zâmbia).

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