Destaques Coletânea LIS-OPAS
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Destaques Coletânea LIS-OPAS
Sumário
Eixo A........................................................................................................................................ 3
A Ouvidoria da Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo: efetivando a participação
social no apoio à tomada de decisão no SUS. ....................................................................... 4
Frente pela Vida .................................................................................................................. 12
A Experiência do Conselho Nacional de Saúde No Monitoramento Do Plano Nacional De
Saúde A Partir Da Análise Do Relatório Anual De Gestão Do Ministério Da Saúde Do
Brasil: Uma Estratégia De Fortalecimento Da Governança E Participação Social ............. 17
Guia do SUS: instrumento para acesso ágil e oportuno à rede de Atenção à Saúde ........... 24
O direito à cidade e à saúde: O empoderamento da Associação Indígena e dos Moradores
do Parque das Tribos – AIMPAT, na cidade de Manaus na relação com o projeto Manaós.30
Políticas Públicas de Inclusão para a Garantia das Vidas nas Ruas A luta do MNPR e
Entidades Parceiras pelas vacinas contra Covid-19 para população em situação de rua na
pandemia ............................................................................................................................. 36
Educação permanente em saúde como método-ferramenta para formação de ativadores do
controle social do SUS em Minas Gerais. ........................................................................... 42
Práticas territoriais emancipatórias na autonomia do cuidado comunitário em uma
comunidade rural: a experiência do conselho local de saúde. ............................................. 49
Espaços de Educação Popular e Saúde no fortalecimento do SUS e da Democracia: o
Encontro Nacional de Educação Popular e Saúde e a Tenda Paulo Freire .......................... 56
Projeto de Desenvolvimento de Práticas Inovadoras Aplicadas ao Conselho Estadual de
Saúde do Espírito Santo ...................................................................................................... 63
Consolidación Estructura Social en Salud en el Marco del Modelo de la Gestión
participativa en salud de la Politica Nacional de Salud ....................................................... 70
La participación comunitaria en salud como política pública y acción participativa en
comunidades rurales con poblaciones étnicas del departamento del Cauca, Colombia ...... 75
Participación Comunitaria en Salud mediante el Mapeo de Activos Comunitarios en la
comuna de El Bosque .......................................................................................................... 82
Incidencia política y social hacia la constitución de la Conferencia Nacional de
Instituciones, Organizaciones Civiles y Movimientos Sociales a favor de la Salud Pública
(CONASAP). ...................................................................................................................... 88
Cogestión y Participación Ciudadana a través de las Comunidades Locales de
Administración de Salud (CLAS) ....................................................................................... 94
Participación social y formación de promotores en Uruguay entre 2020 y 2023 desde la
Red de Municipios y Comunidades Saludables ................................................................ 102
EIXO B.................................................................................................................................. 110
Formação de Multiplicadores/as em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde
(PICS) no Contexto da Pandemia (Covid 19). .................................................................. 111
2
Voltar à escola para participação social no SUS: articulação em rede entre uma equipe de
saúde da família e a Educação de Jovens e Adultos em Florianópolis-SC ....................... 116
Comitê Comunitário Virtual: Experiência de Controle Social no Monitoramento de Ações
de Enfrentamento da Covid-19 nos Bairros Populares de Salvador.................................. 124
Encontros de educação em saúde com pessoas privadas de liberdade .............................. 130
Curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular em Saúde – Edpopsus ........................ 136
Projeto de Formação em Educação Popular em Saúde (PedPopSus/ES): construindo o
caminho para a garantia do direito à saúde e em defesa do SUS no Espírito Santo.......... 144
Documentário: Manifesto! Pela Saúde Mental em Osasco/SP.......................................... 152
Movimento na Cidade: a participação social no processo de promoção da saúde. .......... 157
Radionovela “No ar, Posithivas na prevenção”. ................................................................ 163
Brincar para Eliminar: Integração Vigilância Ambiental e Atenção Básica na Prevenção da
Malária nas Escolas ........................................................................................................... 168
“Escucha Activa”............................................................................................................... 173
“Maternidades en comunidades rurales del Chubut: la cartografía social como herramienta
para un proceso de adaptación de estrategias de atención del embarazo a zonas
remotamente situadas” ...................................................................................................... 178
Proyecto de Recuperación áreas Verdes-Huertos Comunitarios”...................................... 185
Actividad Física para Jóvenes durante la Pandemia ......................................................... 191
Sin trabajo y sin vivienda no hay Salud Mental: red de dispositivos alternativos al Hospital
Psiquiátrico en Uruguay .................................................................................................... 196
3
Eixo A.
4
Introdução
A Ouvidoria do SUS é um importante canal de comunicação entre a população e
a gestão da saúde pública, trazendo importante dados da participação social por meio de
seus canais de acesso (sites, e-mail, telefones, presencialmente).
A Ouvidoria do SUS na Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo –
SESA/ES apresentava deficiência estrutural, com equipamentos antigos, carência de
capacitação da equipe, falta de entendimento sobre as ações da Ouvidoria e de percepção
dos gestores e trabalhadores das áreas técnicas sobre a legislação e capacidade
institucional do serviço, desarticulação com outros serviços e entes federados,
inexistência de política de comunicação interna e externa, além da deficiência na
construção de relatórios e sem alcance dos indicadores de gestão para a Ouvidoria.
A gestão das informações recebidas pela Ouvidoria permite configurar importantes
relatórios gerenciais capazes de apresentar a realidade local, auxiliando e subsidiando os
gestores na tomada de decisão, em prol da melhoria das políticas do SUS.
A reestruturação das atividades da Ouvidoria do SUS da SESA/ES se fez necessária
para garantir que a participação social fosse pilar efetivo da gestão, trazendo dados
qualificados (relatórios) para apoiar a tomada de decisão de gestores.
A publicização da Ouvidoria para a rede SESA, municípios e população era
imprescindível para ampliar a participação social com vistas à utilização dos dados.
A pandemia de COVID-19 foi fator preponderante para pensar a Ouvidoria
executando práticas exitosas como a disseminação de informações seguras em saúde à
população.
Foram detectados problemas relacionados aos processos de trabalho como:
5
Quem participou?
As atividades foram realizadas em diversas frentes. Os trabalhadores da Ouvidoria
da SESA eram pilares das ações. A relação com as comissões intergestores, Colegiado de
Secretarias Municipais de Saúde e Conselho Estadual de Saúde fizeram parte da
qualificação e interlocução dos processos de trabalho. Os trabalhadores e gestores da
SESA/ES foram outros atores importantes para consecução dos objetivos da experiência
de qualificação apresentada. O Ministério Público e a Ouvidora-geral do Estado foram
parte do processo de integração.
Metodologia/Desenvolvimento
6
Resultados
Após aproximadamente um ano, procedimentos operacionais padrão foram
criados, como modelo para registro e encaminhamento das manifestações por área
(assistência à saúde, assistência farmacêutica, regulação, dentre outras) considerando os
prazos de acordo com a classificação (solicitação, denúncia, elogio, pedido de acesos à
informação, reclamação ou sugestão).
Os trabalhadores da Ouvidoria foram estimulados a participação em cursos online
sobre Ouvidoria e participação social – realizados pela Controladoria Geral da União
(período da pandemia de COVID-19) e foram atribuídas atividades de recebimento em
8
canais específicos, criando uma divisão organizativa com responsáveis por áreas:
recebimento (manifestações vindas do Ministério da Saúde, site da SESA/ES,
atendimento presencial, além de tratamento de manifestação, encaminhamento,
monitoramento e qualidade da resposta).
A articulação com a rede da Secretaria foi possibilitada a partir de reuniões com
pontos focais, representantes das subsecretarias da SESA/ES para assuntos de Ouvidoria.
Os dados do indicador de Ouvidoria no Plano Estadual de Saúde (2020-2023) -
5.1.1 - Responder dentro do prazo legal as manifestações individuais e coletivas dos
usuários do SUS nos canais da Ouvidoria do SUS foram melhorados ao longo das ações:
2020 (76,65%), 2021 (91,81%) e 2022 (92,00%) o que demonstra que as atividades
qualificadas impactaram diretamente no indicador.
A Ouvidoria anualmente apresentou, no período de 2019 a 2021, o relatório anual
no Conselho Estadual de Saúde, inclusive com o ouvidor ocupando vaga de conselheiro
estadual de saúde em dois mandatos no referido colegiado facilitando a integração entre
os espaços.
A qualificação da Ouvidoria utilizou práticas de educação e informação em saúde
com atividades relacionadas à: quantificação de disseminações de informações em saúde;
qualificação das informações em relatórios e disseminadas à população, trazendo
evidências em saúde; publicação de principais perguntas e respostas; estruturação da
educação permanente em saúde com a equipe participando de cursos, rodas de conversas
internas para análise e discussões sobre as manifestações recebidas; relação com os
parceiros (secretarias municipais, rede SESA, Ouvidorias públicas, Ministério da Saúde).
A relação com a rede de municípios do Estado do Espírito Santo foi estimulada
em reuniões das comissões intergestores, COSEMS/ES, especificando a utilização de
recursos da Portaria GM/MS nº 1975/2018 (plano de trabalho para compra de
equipamento e realização de atividades de Ouvidoria) e apresentando a capacidade da
Ouvidoria do SUS para a gestão.
Ouvidorias já instituídas foram qualificadas e outros municípios iniciaram o
processo de implantação de Ouvidorias. Ao todo estavam previstos no plano de ação de
36 municípios (46%) a implantação e implementação de ouvidorias.
A aproximação com gestores se deu por meio da apresentação de dados da
Ouvidorias e possibilidades da utilização das evidências para avaliação dos serviços,
apoio a tomada de decisão ou, ainda, em discussões mais amplas sobre planejamento e
execução de políticas e ações dentro do contexto municipal.
9
bit.ly/OuvidoriaES
12
Túlio Batista Franco, Professor Dr. , [email protected]; Rosana Onocko Campos, Profa. Dra,
[email protected]; Lúcia Regina Solto, Profa. Dra., [email protected]; Elda Bussinger,
Profa. Dra., [email protected];
Introdução
A Frente pela Vida (FpV) foi criada no início de 2020, com o objetivo de fortalecer
o enfrentamento à pandemia e ao governo negacionista. Realizou seu primeiro ato público
em 9 de junho de 2020, uma marcha virtual com participação de mais de 6 mil pessoas,
coordenada pelas entidades Abrasco, Cebes, Rede Unida, Sociedade Brasileira de
Bioética, SBPC, CNBB e ABI. Nesta marcha, uma Declaração foi assinada por centenas
de entidades, estabelecendo as ideias centrais para mobilização e participação: i) O direito
à vida é o bem mais relevante e inalienável da pessoa humana, sem distinção de qualquer
natureza; ii) As medidas de prevenção e controle para o enfrentamento da pandemia de
COVID-19 devem ser estabelecidas com base científica e rigorosamente seguidas a partir
de planejamento articulado entre os governos federal, estadual e municipal; iii) O Sistema
Único de Saúde (SUS) é instrumento essencial para preservar vidas, garantindo com
equidade acesso universal e integral à saúde; iv) A solidariedade, em especial para com
os grupos mais vulneráveis da população, é um princípio primordial para uma sociedade
mais justa, sustentável e fraterna; v) É imprescindível para a vida no Planeta a preservação
do meio ambiente e da biodiversidade, garantindo a todos uma vida ecologicamente
equilibrada e sustentável; vi) A democracia e o respeito à Constituição são fundamentais
para assegurar os direitos individuais e sociais, bem como para proporcionar condições
dignas de vida para todas as brasileiras e todos os brasileiros.
convocada pelo Conselho Nacional de Saúde para 2023. Este cenário teve como pano de
fundo a experiência trágica do enfrentamento da pandemia de Covid-19, que deixou
milhões de vítimas no Brasil, sendo que muitos doentes permanecem com sequelas da
doença, criando uma forte pressão de demanda no SUS. Somam-se a estes os quase 700
mil mortos, dos quais um número significativo poderia ter sido evitado pela vacinação no
tempo certo e pela implementação de outras políticas sanitárias corretas.
O SUS, que conta com mais de 2 milhões e 400 mil trabalhadores da saúde,
demonstrou seu gigantismo no enfrentamento da pandemia de Covid-19, colocando-se à
frente na defesa e proteção à vida da população. Por outro lado, suas já notórias
fragilidades se mostraram mais evidentes, como por exemplo, o histórico
subfinanciamento agravado pelo desfinanciamento dos últimos anos, resultando na
precarização da rede de cuidados de saúde, carência de investimentos no complexo
industrial estatal da saúde, modelo de assistência desatualizado em relação às
necessidades de saúde do momento e maior demanda de construção de redes em
articulação com outras políticas e outros segmentos sociais. As deficiências existentes no
setor de saúde foram agravadas pelo desinvestimento em educação, ciência & tecnologia.
A defesa da vida no Brasil, atingido pelas políticas de morte, é uma bandeira que se abre
para a construção de um novo projeto para o país.
Por fim, a questão democrática é transversal a todos os temas. Não há SUS sem
democracia nem democracia sem uma política de acesso universal a cuidados de saúde.
À democracia está incorporada a diretriz de controle social do SUS, efetivada através dos
Conselhos e das conferências, fóruns de participação direta da comunidade. Em um país
14
onde a liberdade tem sido seriamente ameaçada, com instituições frágeis, a defesa da
democracia é uma questão a ser abraçada pelos movimentos sociais, em especial aqueles
da saúde.
Metodologia/Desenvolvimento
Resultados
A Frente pela Vida ficou como legado da intensa luta contra a Pandemia e o
governo negacionista. Se transformou em um Fórum Permanente do movimento sanitário,
com funcionamento cotidiano, e iniciativa para discutir os grandes temas da saúde no
Brasil. Ampliou os segmentos que dela participam, incorporando outros segmentos
sociais, como educação, direitos humanos, assistência social, movimento de
trabalhadores da saúde, etc... Neste sentido tem sido também inovadora, pois consegue
ampliar a discussão sanitária para além das entidades especificamente da saúde.
Como prova do seu reconhecimento, a Frente pela Vida foi convidada a participar
do Conselho de Participação Social da Presidência da República, órgão estratégico, que
atualmente elabora o Plano Plurianual, que orienta as diretrizes operacionais de governo,
a ser apresentado ao Congresso Nacional em agosto de 2023 para deliberar. Há ainda
16
bit.ly/FrentepelaVida
17
Introdução
Nos últimos anos o Conselho Nacional de Saúde vem desenvolvendo diferentes
estratégias para qualificar o processo de monitoramento do Plano Nacional de Saúde no
intuito de qualificar as análises do Relatório Anual de Gestão (RAG), obrigação legal
deste órgão conforme Lei Complementar nº 141/2012 e deliberações do próprio conselho!
Essa agenda de aprimoramento de análises dos instrumentos de gestão do SUS, dentre
estes o RAG, por parte do CNS foi intensificada a partir das auditorias de órgãos de
controle e dentre estes o Tribunal de Contas da União (TCU) que recomendou no Acórdão
nº 1130/2017 que aponta os conselhos de saúde, incluindo neste caso o CNS, como
protagonistas da governança do SUS reafirmando suas atribuições indissociáveis de
avaliar, direcionar e monitorar as melhores práticas relacionadas as ações e serviços a
serem desenvolvidos nas diferentes esferas de gestão.
O Conselho Nacional de Saúde (CNS), tomando como base as deliberações da 15ª
e 16ª Conferência Nacional de Saúde e das plenárias do conselho, e ainda, diante das
recomendações do TCU, estabeleceu algumas das diretrizes nacionais para reforçar a
atuação dos conselheiros e conselheiras de saúde nas diferentes instâncias do Sistema
Único de Saúde (SUS), descritas na Resoluções nº 554, de 15 de setembro de 2017 que
reforçou as deliberações das Resolução CNS nº 453/2012, nº 454/2012.
O próprio CNS precisaria avançar em estratégias de melhorias internas e no apoio
externo principalmente aos conselhos de saúde para fortalecer a governança do SUS.
Assim, a Comissão de Orçamento e Financiamento, procurou estabelecer com as demais
18
Metodologia/ Desenvolvimento
A metodologia de análise das Comissões Intersetoriais obedece a um roteiro
padrão e único, definido no âmbito da COFIN/CNS, com estrutura que contempla: uma
“Pergunta Chave” e quatro “Perguntas Norteadores” das análises para cada meta e que
acontece em processo automatizado, na ferramenta desenvolvida pelo Conselho, para que
cada coordenador de comissão insira s respostas e comentários complementares da CI,
assim, todas as comissões respondem simultaneamente as mesmas perguntas:
Pergunta Chave: “Se o(s) objetivo(s) e a(s) meta(s) proposta(s) no PNS, na PAS e
descritas no RAG, foram atendidas, considerando a execução orçamentária e as
justificativas do gestor para o período?”
02 - Nas informações apresentadas para esta Meta no Relatório Anual de Gestão (RAG), houve explicação
(ões) ou justificativa(s) por parte do Ministério da Saúde que mostrou/ mostraram os impactos dos
resultados alcançados nas condições de saúde da população?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
Deseja inserir Comentários:
( ) Sim ( )Não
Se sim, abre campo texto para Comentários das Comissão ou Câmara Técnica:
Obs.: O campo para as medidas corretivas está programado para o limite máximo de 500 caracteres.
03 - Existe recomendação específica da Comissão como proposta de medida corretiva a ser implementada
pela gestão para essa Meta?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
Se sim, abre campo texto: Insira a proposta de medida corretiva:
Obs.: O campo para as medidas corretivas está programado para o limite máximo de 500 caracteres.
04 - No entendimento desta comissão ou câmara técnica, após as análises das Metas realizadas
anteriormente, conclui-se que este objetivo foi:
( ) Atingido ( ) Parcialmente atingido ( ) Não foi atingido
Fonte: Elaboração própria a partir das definições metodológicas da COFIN em reuniões
ordinárias de junho e julho de 2021.
Saúde a partir de perguntas guia aprovadas pelo CNS com a finalidade de padronizar o
processo e a consolidação das análises realizadas pelas comissões em uma ferramenta
única, onde se registrava as contribuições analíticas das 18 comissões, exceto a COFIN,
quer realizar a análise da execução orçamentária e financeira.
Essa estratégia metodológica impactou diretamente o Conselho Nacional de
Saúde nas suas diferentes estruturas organizacionais desde os 48 conselheiros(as)
titulares, com seus representantes de usuários do SUS (50%), governo e prestadores da
área da saúde (25%) e profissionais de saúde (25%), mas principalmente as suas 19
comissões intersetoriais que atuam neste processo de análise do RAG para subsidiá-los
nas deliberações. As comissões do CNS são compostas por 36 membros, entre titulares e
suplentes atuando como organismos de assessoramento ao Plenário do CNS subsidiando
de forma temática as deliberações dos conselheiros(as) nacionais de saúde,
principalmente sobre a prestação de contas e relatório de gestão do Ministério da Saúde
do Brasil.
Uma vez definido o método a COFIN iniciou em junho de 2021 o
desenvolvimento da ferramenta integrada a plataforma moodle Rede Conselhos do SUS
(http://redeconselhosdosus.net/), sob gestão do CNS, que atendesse o método aprovado e
aprimorasse o processo de trabalho simultâneo das 18 comissões intersetoriais na análise
dos objetivos, meta e os respectivos resultados apresentados pelo Ministério da Saúde no
RAG de 2020 e 2021. Em julho 2021 o CNS finalizou a customização da ferramenta de
análise integrada do RAG e iniciou o treinamento das comissões intersetoriais para uso
na plataforma, com a elaboração de manual de uso e suporte aos usuários da ferramenta
para alimentação das análises de cada uma das comissões pelos seus coordenadores e
assessores.
A adoção da ferramenta tecnológica, que contemplara a metodologia aprovada
pelo CNS, qualificou o processo de trabalho e possibilitou que as comissões, a partir do
método de “perguntas guia”, informassem, na percepção de membros, se o Ministério da
Saúde atingiu os objetivos propostos e se os resultados apresentados e informações
complementares que constantes do RAG no ano anterior são suficientes ou não para:
aprovar, aprovar com ressalta ou reprovar a gestão do órgão, tendo como base seus
aspectos orçamentários, financeiros, assistenciais e gerenciais que competem ao
ministério.
São dificuldades para o avanço do projeto, a garantia de recursos para a
manutenção das equipes de desenvolvimento da tecnologia, bem como a infraestrutura
21
Resultados
A metodologia aprovada na COFIN em junho de 2021, submetida ao plenário do
CNS e aprovada em julho do mesmo ano, é o primeiro diferencial nesse processo, sendo
implementada nas rotinas das comissões intersetoriais no mês de agosto do mesmo ano e
incorporada as rotinas de análises do RAG no âmbito do Conselho.
Em outubro o parecer conclusivo foi consolidado pela COFIN, com a contribuição
de todas as comissões e câmaras técnicas do Conselho e enviado ao plenário do CNS para
deliberação pelos conselheiros de saúde. Os resultados identificados nas análises
exploratórias dos documentos técnicos, atas, resoluções e recomendações demonstraram
que o CNS em relação ao Relatório Anual de Gestão de 2020 e 2021 apresentados pelo
Ministério da Saúde, os pareceres aprovados nos anos anteriores (2016; 2017; 2018 e
2019) não apresentavam uma análise complementar substancial e padronizada pelas
comissões intersetoriais do CNS.
Nos pareceres de 2018 e 2019 não foi identificado processo formal e/ou
metodologia específica para essa análise integrada pelas comissões. Isso reforça a
ausência de processo formal instituído pelo pleno do CNS para a coleta e consolidação
das contribuições das comissões intersetoriais. os pareceres conclusivos dos RAG de anos
de 2016 e 2017 não fazia parte das rotinas de análise anual das CI/CNS, se limitando a
contribuírem apenas quando demandados pela COFIN e/ou após deliberação do pleno ou
por decisão da mesa diretora do CNS.
Ao término do processo de análise das comissões intersetoriais todos os 07
objetivos estratégicos e as 92 metas do Plano Nacional de Saúde foram analisados por
pelo menos uma das 18 comissões intersetoriais do CNS, tendo na sua maioria
considerado que os RAG 2021 apresentado pelo Ministério da Saúde “atingiram
parcialmente ou não atingiram” os objetivos estratégicos priorizados no PNS.
22
bit.ly/CNSBrasil
24
Introdução
O sistema local de saúde conta com uma rede de serviços próprios organizados a
partir da Atenção Primária à Saúde. Parte das demandas de saúde de média complexidade
são atendidas no município, as de média/alta complexidade que extrapolam a capacidade
instalada no território municipal são supridas mediante pactuações nas instâncias
deliberativas do Sistema Único de Saúde, ou por meio de contratação de serviços
complementares, conforme previsto no texto constitucional e na lei orgânica municipal.
Foi identificado, também, que alguns profissionais de saúde tinham dúvidas sobre
os fluxos para onde direcionar a população, comprometendo os processos de trabalho nas
unidades de saúde.
Quem participou?
Metodologia/Desenvolvimento
Foi adotada metodologia participativa para a produção do Guia, que iniciou com
a constituição de uma comissão, em março de 2022, com a tarefa de conduzir o processo
de elaboração de forma ascendente, com participação dos coordenadores das unidades de
saúde, do Conselho Municipal de Saúde e de atores estratégicos para a validação do
conteúdo.
Resultados
Um resultado indireto não previsto nas etapas iniciais, mas que foi bastante
evidenciado durante as avaliações das rodas de conversas diz respeito a satisfação dos
profissionais de saúde, especialmente os ACS e os ACE, que se sentiram
corresponsáveis pela experiência e contribuíram para a validação do Guia.
Para conhecer mais sobre as ações do “Guia do SUS: instrumento para acesso ágil
e oportuno à rede de Atenção à Saúde” sugerimos acessar a versão online do Guia do SUS
de Sarzedo.
bit.ly/SUSSarzedo
30
Cacica Lutana Kokama – mulher indígena do povo Kokama, liderança indígena e atual presidente da
Associação dos Indígenas e Moradores do Parque das Tribos (AIMPAT) – [email protected];
Raniele Alana Lima Alves – mestranda do Programa de Mestrado em Condições de Vida e Situações de
Saúde na Amazônia (PPGVIDA); [email protected]; Mayra Costa Rosa Farias de Lima –
mestranda do Programa de Mestrado em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia
(PPGVIDA); [email protected]; Rodrigo Tobias - Pós Doutor em Saúde Coletiva, Fiocruz
Amazônia – [email protected]; [email protected]
Introdução
A experiência ocorreu na cidade de Manaus, na Comunidade Parque das Tribos,
localizado no bairro Tarumã-Açu, zona oeste da cidade. A comunidade abriga uma
população estimada de 3 mil pessoas, com a presença de 35 etnias indígenas, considerado
assim o maior bairro multiétnico em contexto urbano no Brasil.
A realidade dos povos indígenas que vivem nos centros urbanos é marcada por
preconceitos e estigmas quanto a identidade étnica, em Manaus os movimentos e
associações indígenas tem reivindicado o reconhecimento da sua identidade nos espaços
urbanos, além da melhoria e acesso a direitos fundamentais a dignidade humana, como o
acesso a saúde.
A pandemia de Covid-19 explicitou e aprofundou as desigualdades e as injustiças
sociais em relação aos povos indígenas, que foram inclusive excluídos a prioridade na
vacinação, pois somente os indígenas aldeados entraram no grupo prioritário. Assim, em
meio as negligências vivenciadas pelos indígenas na cidade de Manaus no contexto
pandêmico, nasceu o projeto Manaós, assim denominado o projeto de pesquisa intitulado
“Saúde da População Indígena em Contexto Urbano: os desafios da atenção primária no
município de Manaus, cujo objetivo geral foi; avaliar as condições de saúde da população
indígena em contexto urbano, residente na Comunidade Parque das Tribos, e sua
capacidade de acesso à rede de serviços de saúde em Manaus, o projeto foi aprovado no
edital 001/2021 - Inova Fiocruz Saúde Indígena.
31
Quem participou?
O projeto Manaós foi construído de forma coletiva. Lideranças indígenas
estabeleceram suas prioridades e necessidades sociais e a equipe da Fiocruz traduziu essa
demanda e transformou em projeto aprovado e financiado pelo Ministério da Saúde.
O projeto nasceu da conjugação de esforços de várias instituições parceiras locais
da esfera municipal, estadual, federal e as organizações indígenas e representações
indígenas, lideranças indígenas da Comunidade, ILMD-Fiocruz/Amazônia, Universidade
Federal do Amazonas – UFAM, Universidade do Estado do Amazonas- UEA,
Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno – COPIME, a Coordenação das
Organizações Indígenas – COIAB, Centro de Medicina Indígena da Amazônia, Grupo de
Trabalho Intersetorial de Saúde Indígena da Região de Manaus e Entorno (GTI), e
Fundação Nacional do Índio – Coordenação Manaus e Entorno (FUNAI). O projeto foi
selecionado em edital para promover e fortalecer a implementação das “Orientações para
a aplicação de medidas de saúde pública não farmacológicas a grupos populacionais em
situação de vulnerabilidade no contexto da COVID-19” com financiamento da OPS
Washington.
O projeto atuou ativamente junto a Comunidade, tendo como um dos principais
resultados o fomento para a criação da Associação Indígena e dos Moradores do Parque
das Tribos – AIMPAT, que articulou em suas ações o engajamento dos jovens indígenas
e das lideranças indígenas e mulheres da Comunidade. Destaca-se que nesse processo de
realização do projeto e nascimento de uma organização social popular, as demandas reais
de saúde foram pautas de discussão com o poder público municipal, o que tem resultado
32
Metodologia/Desenvolvimento
O projeto iniciou com a reunião de atores estratégicos para a elaboração,
formulação e planejamento das ações do projeto. Importante pontuar que desde a
concepção do projeto as lideranças indígenas da Comunidade estiveram envolvidas. Em
todos os eixos de atuação utilizou-se como premissa a implementação do eixo transversal
de Promoção do Protagonismo Indígena e Autonomia da Comunidade, que acompanhou
e participou de todas as etapas do processo.
Na primeira fase de execução de atividades foram realizadas as ações que
compreenderam a fase de pactuação do projeto: Apresentação do Projeto de Pesquisa-
Extensão para a Comunidade Parque das Tribos e reuniões de pactuações de atividades
na comunidade; Realização de reuniões com as lideranças do Parque das Tribos para
estabelecer os critérios de seleção dos candidatos que compuseram a equipe de jovens
mobilizadores indígenas; Participação do projeto na criação da Associação Indígena e de
Moradores do Parque das Tribos (AIMPAT);
Na segunda fase foram desenvolvidas as atividades de extensão que foram
realizados junto com a Comunidade, as atividades compreenderam: Construção do
projeto de curso de atualização dos jovens mobilizadores indígenas para apoio à pesquisa
e coleta de dados; Realização da Primeira Oficina: “Valorizando os saberes e
conhecimentos tradicionais: colóquios sobre as vivências e experiências étnico-culturais
indígenas”; Planejamento da Segunda Oficina: “Um olhar para a saúde indígena em
contexto urbano e a organização sociocultural, política e das redes de serviços no Parque
das Tribos”; Construção do Website do Projeto Manaós; Planejamento de um webnário
Troca de Saber: “População indígena em contexto urbano no Brasil”, com Educadora da
UNIFESP, trabalhadora de UBS indígena em contexto urbano em São Paulo, Gestora da
saúde de Manaus e liderança indígena da Comunidade Parque das Tribos; Produção de
dois guias: Guia “O SUS nosso de cada dia”; Guia “Saberes Tradicionais na Prática do
Cuidado”, produção de produtos audiovisuais informativos Vídeo: “O que é COVID-
19?”; Vídeo: “Não compartilhe seu copo parente!”; Vídeo: “Tenho que trabalhar, e agora,
como me protejo?”; Vídeo: “Oficina: Valorizando os saberes e conhecimentos
tradicionais”.
33
Resultados
Para que vocês conheçam um pouco mais das atividades desenvolvidas pelo
Projeto Manaós junto com a Comunidade Parque das Tribos, disponibilizamos o endereço
do site oficial do Projeto que contém fotos das atividades desenvolvidas e produtos
gerados: como participação em assembleias e eventos promovidos pela comunidade,
realização de curso de capacitação para as jovens lideranças indígenas, oficinas de saberes
envolvendo a população, webnário sobre saúde da população indígena em contexto
urbano com participação indígena, e produção de guias e vídeos informativos para a
população. A princípio, o espaço abrigava somente conteúdo sobre o cronograma de
atividades do Projeto. Com o avançar da pandemia e a identificação e reconhecimento de
problemas, situações e questões de interesse da própria comunidade, o site Manaós
tornou-se também fonte de informações sobre meios de prevenção à COVID-19 entre
populações indígenas, espaço de divulgação científica e de diálogo entre parceiros e a
sociedade civil.
Além disso, disponibilizamos link da plataforma do curso Projeto de Atualização
dos Profissionais da Rede de Atenção no acolhimento à população indígena em Manaus;
e outros links das principais notícias veiculadas sobre o projeto citados neste texto.
35
bit.ly/ProjetoManaos
36
Políticas Públicas de Inclusão para a Garantia das Vidas nas Ruas A luta do
MNPR e Entidades Parceiras pelas vacinas contra Covid-19 para população
em situação de rua na pandemia
Natal/Rio Grande do Norte - Brasil
José Vanilson Torres da Silva. Coordenador Nacional do MNPR Conselheiro Nacional de Saúde pelo
MNPR e formado em Rualogia, [email protected]; Matheus Rios Silva Santos. Mestre em
Psicologia pela UFRN [email protected]
Introdução
No cenário da Pandemia da Covid-19, a principal orientação para evitar a
disseminação do vírus foi o isolamento social. No entanto, para a população em situação
de rua, tal direcionamento foi completamente distante da realidade. Dessa forma, o acesso
à vacinação se tornou decisivo para a vida ou para a morte das pessoas em situação de
rua. Baseando suas práticas nas orientações científicas, os objetivos da experiência do
MNPR que está sendo relatada no presente trabalho foram: a) antecipar a vacinação das
pessoas em situação de rua em Natal; b) bem como garantir o número suficiente de
imunizantes tendo em vista o aumento exponencial de pessoas em situação de rua durante
a pandemia. Em estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada estima
que 281.472 pessoas encontram-se em situação de rua no ano de 2023 no Brasil. Esse
ainda pode ser um número subnotificado. A seguir, relatamos a experiência de antecipar
a vacinação da população de rua em Natal.
Diante de tal cenário, o MNPR passou a atuar em outra frente para garantir a
imunização das pessoas em situação de rua, desta vez, não somente no Rio Grande do
Norte, mas em todo território nacional.
b) A luta por mais doses de vacina para população em situação de rua no Brasil;
À vista disso, o MNPR (nas pessoas dos coordenadores José Vanilson Torres da
Silva (MNPR/RN) e Samuel Rodrigues (MNPR/MG) e do apoiador do MNPR e psicólogo
Matheus Rios), Defensoria Pública da União (Defensor Renan Sotto Mayor), Polos de
Cidadania da UFMG (Professor André Luiz Freitas Dias) , Pastoral do Povo da Rua
(Cristina Bove), Fiocruz, (Marcelo Pedra) e Comitê Intersetorial de Acompanhamento e
Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua-CiampRua,
(Carlos Ricardo e Bárbara Cavalcanti) iniciaram um diálogo proveitoso com o Ministério
da Saúde (mais especificamente com a coordenação do Programa Nacional de
Imunização: Thaís Minuzzi e Ariana Gonçalves), a fim de garantir o aumento do
quantitativo de doses destinadas para a população em situação de rua no Brasil, uma vez
que até o 4° Plano Nacional de Imunização-PNI esse número era de 66.963 doses, e após
os primeiros diálogos esse número subiu para 149.595 doses.
Metodologia
De tal modo, a prática do MNPR operou para composição de uma rede que
envolvesse agentes públicos, pesquisadores acadêmicos, entidades socioassistenciais que
desenvolvem trabalhos com a população de rua, assim como mobilizou as próprias
pessoas em situação de rua para compor tais redes de diálogo e mobilização em prol da
luta para vacinação contra a Covid-19. Tais articulações aconteceram através de processos
de diálogos, sensibilização, campanhas nas redes sociais de modo que atingisse a opinião
pública, conscientizando a população sobre a vulnerabilidade em que tal segmento
populacional se encontra. A heterogeneidade dos atores e entidades que se somaram e se
mobilizaram para agregar mais atores foi fundamental para tanto efetuar a vacinação
como para conseguir um marco normativo com a contribuição e participação direta do
MNPR na sua elaboração junto às demais entidades da rede atuante em tal finalidade da
vacinação para população de rua.
Resultados
bit.ly/PopRuaRN
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Introdução
O presente relato de experiência insere-se no âmbito do controle social,
apresentando uma estratégia de formação de ativadores de educação permanente em
saúde para o controle social junto a conselheiros de saúde municipais de Minas Gerais.
Ela foi desenvolvida no contexto da pandemia de COVID-19 e dos protocolos de
isolamento social decorrentes desta crise sanitária, inviabilizando a execução de
estratégias de formação presenciais. A experiência aqui apresentada é uma parceria da
Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) com o Conselho Estadual
de Saúde de Minas Gerais (CES/MG), que foi construída e validada junto à Câmara
Técnica de Educação Permanente (CTEP) e Mesa Diretora do CES/MG. Ambas as
instituições participaram da construção do projeto pedagógico do curso, atuando no
acompanhamento e avaliação da ação educacional. Foi desenvolvida uma turma-piloto
que foi avaliada, readaptada e validada pela equipe de coordenação e pela CTEP para que
novas turmas sejam ofertadas no ano de 2023. Ademais, essa ação teve como público-
alvo usuários, gestores e trabalhadores de saúde que atuam como conselheiro(a) de saúde
em municípios mineiros. Observa-se um público com trajetória diversa, o que reivindica
uma proposta educacional sensível às especificidades de cada conselho.
Essa ação justifica-se diante das adversidades sinalizadas pelos Conselhos de
Saúde na efetivação de suas atribuições, demandando diversas ações formativas para
conselheiros de saúde. Este desafio foi reconhecido pelo Conselho Nacional de Saúde, o
qual instituiu em 2006 a Política Nacional de Educação Permanente para o Controle
Social no SUS. A ESP-MG, compreendendo a relevância de sua atuação neste cenário,
vem realizando desde o ano de 2017 ações de qualificação de conselheiros municipais de
saúde de todo estado. A experiência atual sustenta-se no referencial da Educação
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Metodologia
A ação educacional se baseia no referencial político e metodológico da Educação
Permanente em Saúde (EPS), que nos instiga a desenvolver ações educativas adequadas
às necessidades específicas dos conselhos de saúde de cada município para que a
aprendizagem seja significativa e ancorada na realidade dos conselheiros. Para esse
projeto de formação, optou-se pelo ensino remoto síncrono, pois o diálogo, a troca e as
discussões entre os alunos, mediadas pelo docente, é a principal abordagem pedagógica
da ação educativa. Além disso, no contexto de pandemia, defendemos o fortalecimento
de espaços de fala dos alunos, sejam eles usuários, trabalhadores, gestores. Para isso,
utilizou-se uma plataforma de videoconferência que permite a realização de encontros
síncronos, com ferramentas de mediação da participação e a formação de reuniões
simultâneas em subgrupos.
A carga horária total da formação dos ativadores foi de 20 horas, sendo 12 horas
de ensino remoto – distribuídos em 4 encontros remotos síncronos de 3 horas cada – e 8
horas destinadas à realização das atividades de dispersão. Os encontros síncronos foram
mediados por docentes da ESP-MG, nos quais foi possível trabalhar conceitos e contextos
fundamentais relacionadas à EPS, ao SUS e ao controle social em saúde. Para esta
abordagem, procurou-se a problematização de casos e, também, a utilização de
experiências e situações dos próprios conselheiros em formação que apresentassem
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aspectos de suas realidades. A matriz curricular do curso pode ser acessada por meio de
link apresentado na seção “Para saber mais”.
Ao longo da realização da formação, considerando o objetivo de realizar o
diagnóstico do Controle Social nos municípios, foi apresentado aos conselheiros a Matriz
de Diagnóstico do Controle Social no Município, instrumento criado pela equipe da ESP-
MG e disponibilizado em formulário online para preenchimento dos alunos participantes.
Sua produção foi realizada com base em estudo de bibliografia disponível sobre avaliação
de desempenho e condições de atuação do Controle Social. Essa ferramenta é organizada
em seis dimensões, sendo elas: autonomia; representatividade; dinâmica organizacional;
planejamento e acompanhamento de políticas públicas; participação comunitária; e
educação permanente em saúde. Os participantes foram orientados sobre o seu uso e
preenchimento, que ocorreria no desenvolvimento da carga horária destinada às
atividades de dispersão. Para a realização deste diagnóstico pelos participantes foi
estipulado prazo de dezoito dias para envio dos dados por meio do formulário online.
Disponibilizamos link para acesso ao termo de referência com as dimensões avaliativas
da matriz de diagnóstico, bem como ao formulário online utilizados na seção “Para saber
mais”.
A aplicação da Matriz Diagnóstico do Controle Social no Município permitiu
orientar a problematização e discussão da atuação e da realidade do Conselho Municipal
pelo conselheiro-participante da formação junto com seus pares. Além disso, permitiu
identificar os desafios e as fragilidades da realidade municipal, bem como suas possíveis
causas, oportunizando a realização de um exercício coletivo de reflexão sobre a própria
prática do Conselho.
A coordenação do curso realizou análise dos dados informados pelos conselheiros
no instrumento de diagnóstico, com atribuição de pontuações para cada uma das
subdminensões avaliadas, disponibilizando um consolidado de cada conselho municipal.
A partir do consolidado, foi possível identificar as dimensões que demandavam maior
atenção para elaboração de um plano de ativação do conselho municipal. O modelo
padrão do Plano de Ativação da Educação Permanente em Saúde para o Controle Social
no SUS foi disponibilizado virtualmente, sendo previsto o preenchimento de forma
coletiva com os pares do respectivo conselho municipal do aluno participante. Seu
objetivo é fortalecer o conselho no que se refere às necessidades identificadas e
implementação de ações educativas e de mudanças e você também poderá conhecê-lo na
seção “Para saber mais”. Os planos de ativação construídos pelos conselhos municipais
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Resultados:
Considerações finais:
A Formação de Ativadores do Controle Social é sustentada pelo referencial da
Educação Permanente em Saúde, apoiando-se na prática e realidade local dos conselhos
de saúde. O ponto de partida da ação, por sua vez, é a problematização da participação
social nas políticas de saúde a partir do olhar dos próprios conselheiros, fortalecendo a
autonomia e a valorização dos saberes destes atores sociais. Nesse sentido, a
aprendizagem significativa e transformadora da realidade atribui importância ao processo
formativo sem desconsiderar a historicidade dos sujeitos envolvidos, mas utiliza-a como
ponto de partida para teorizar as práticas do trabalho. A ação educacional possui uma
dimensão transformadora, pois fomenta mudanças nos processos de trabalho e na atuação
no controle social do SUS, mediante diagnóstico elaborado pelos próprios conselheiros.
A partir de um olhar direcionado ao funcionamento do conselho, por meio da construção
de um plano de ativação da educação permanente em saúde (EPS), é incentivada a
construção de uma estratégia que permita, de modo factível, a implementação das
mudanças identificadas como necessárias.
Ademais, a execução desta ação educacional de modo institucionalizado, a partir
de parceria estabelecida entre a ESP-MG e o CES-MG, qualifica-a também como
inovadora. Acrescenta-se, neste cenário, a participação de conselheiros estaduais em
todas as atividades prevista para o curso, bem como na elaboração e acompanhamento da
ação. A realização de novas turmas para o ano 2023 foi pactuada com o CES/MG,
tornando-se um compromisso institucional da ESP-MG. Para reforço à
institucionalização dessa oferta, será elaborado Termo de Acordo de Cooperação entre as
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duas instituições. Além disso, do ponto de vista interno, a previsão da realização das
turmas desta ação educacional está inserida no planejamento de ação orçamentária
finalística da ESP-MG, vinculando-se a metas físicas e financeiras da instituição no Plano
Plurianual de Ação Governamental do Estado. Tais posturas reafirmam o compromisso
de ambas as instituições na qualificação do controle social, bem como no fortalecimento
de uma cultura política democrática mediante participação social nas políticas públicas.
bit.ly/AtivadoresMG
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Introdução
A referida ESF conta com uma equipe de saúde da família constituída por uma
médica, uma enfermeira, um dentista, um agente de saúde bucal, dois técnicos de
enfermagem, um gerente e cinco agentes comunitários de saúde, possui 05 microáreas
adscritas e 03 Unidades Básicas de Saúde, UBS Baixio das Palmeiras, UBS Muquém,
UBS Romualdo. A ESF é uma unidade que possui integração ensino-serviço-
comunidade, pois recebe residentes do Programa de Residência Multiprofissional em
Saúde Coletiva da Universidade Regional do Cariri (PRMSC/URCA), sendo a enfermeira
preceptora e membro do Núcleo da Enfermagem.
Desse modo, tem-se por objetivo relatar as ações intersetoriais que foram adotadas
e que estimularam práticas emancipatórias do cuidado de base territorial em uma área
adscrita por uma ESF localizada em uma área rural do Cariri Cearense.
Quem participou?
A presente experiência busca chamar atenção à realização de ações intersetoriais,
assim como a adoção de práticas emancipatórias do cuidado territorial de uma
comunidade rural, por meio do conselho local de saúde, com a finalidade de servir como
fonte de inspiração para outros cenários territoriais.
Cabe ressaltar que os grupos sociais que foram diretamente impactados com as
experiências foram os próprios moradores da comunidade local, dado que em algum
momento participaram de alguma das atividades realizadas e/ou indiretamente por
integrarem e se sentirem verdadeiramente pertencentes ao território.
Metodologia/Desenvolvimento
O planejamento da experiência teve como ponto de partida o movimento de
articulação em defesa da preservação da territorialidade já instaurado dentro da
comunidade junto às lideranças locais e às entidades parceiras, no âmbito das atividades
desenvolvidas oriundas do Conselho Local de Saúde. Desse modo, as reuniões
conseguiam manter um número médio de 20 partcipantes, aconteciam na escola da
comunidade, com representação dos trabalhadores, comunidade, lideranças locais e da
gestão municipal, sendo que os diálogos durante os encontros permearam assuntos
relativos às questões das necessidades em saúde do território, estrutura da Unidade Básica
de Saúde, dentre outras discussões concernentes aos direitos e deveres dos usuários do
Sistema Único de Saúde (SUS), participação social, princípios e diretrizes do SUS.
Além disso, a partir das parcerias e articulações consolidadas fez com que a equipe
de saúde participasse das atividades de integração e fortalecimento territorial que
aconteciam na comunidade, de grupos de WhatsApp da comunidade, reuniões da
associação rural, reuniões sobre o cinturão das águas e atividades que eram ofertadas para
o fortalecimento e resistência do território.
Resultados
Em virtude do envolvimento crescente com as pautas de interesse comunitário, o
Conselho Local de Saúde do Baixio das Palmeiras tornou-se uma instância
representativa de governança no território e atua impactando a população beneficiada
com os avanços conquistados, com o apoio de todos os colaboradores que participam
dos encontros, entre eles, as lideranças locais, usuários dos serviços de saúde,
profissionais do PRMSC/URCA, representantes da gestão municipal e trabalhadores da
saúde que compõem a ESF, demonstrando a efetividade, escassa em outros cenários, do
controle social.
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Palmeiras também, dentro do evento, foi espaço de visitação e troca de saberes. O evento
teve como objetivo compartilhar as experiências, fomentar a cooperação, divulgar as
ações desenvolvidas na comunidade e fomentar o fortalecimento conjunto das iniciativas
que ocorrem sob a óptica e a ética da Permacultura.
A partir desse evento, em 2018, houve o alinhamento das ações que acabou por
resultar em um projeto de extensão articulado com o Curso de agronomia da
Universidade Federal do Cariri, UFCA, para a implementação de uma Farmácia Viva na
UBS, a qual foi chamada de Jardim Medicinal, o projeto permaneceu por 02 anos e
implementou o Jardim medicinal em duas UBS que a equipe de saúde da Família do
Baixio das Palmeiras atua, na UBS Baixio das Palmeiras e na UBS Romualdo. Ainda
hoje subsidia ações de fomento ao uso de Plantas Medicinais e resgate da ancestralidade
na Atenção Primária à Saúde, como a construção de um e-book e uma cartilha sobre as
plantas medicinais que fazem parte do Jardim Medicinal, com o intuito de disseminar o
uso correto e racional das plantas no território,além da realização de oficinas sobre
etnobotânica, entre outras atividades.
À medida que a intersetorialidade avançava, havia a necessidade de fortalecer e
dar maior visibilidade às ações de Educação Popular e promover a interculturalidade no
território, em 2019 através da parceria com o PRMSC/URCA, foi promovida a I Mostra
de Saberes e Cuidados Territoriais, com a participação de mezinheiras, benzedeiras,
cordelistas, grupos culturais de Maneiro Pau e Mulheres coqueiras. O objetivo da mostra
foi promover reflexões e discutir as práticas de saúde que defendam a vida, a educação
popular com foco em um cuidado amplo e o planejamento participativo dos serviços
oferecidos, impactando positivamente na qualidade de vida da comunidade.
Em 2020, organizada pela ESF Baixio das Palmeiras houve a II Mostra de
Saberes e Cuidados territoriais dentro do evento V Fórum Nacional de Diálogos e
Práticas Interprofissionais em Saúde (FONDIPIS), uma parceria entre a Rede Unida e a
URCA, que se propôs a reunir usuários/as do SUS, estudantes, profissionais da área da
saúde e organizações da sociedade civil para debater propostas assistenciais efetivas no
âmbito do SUS de forma interprofissional. Além disso, buscou promover espaços que
possibilitem a discussão acerca dos desafios e das perspectivas relacionadas ao
fortalecimento do SUS, no intuito de estimular uma visão crítica e reflexiva sobre a
temática abordada.
55
bit.ly/CLSBaixio
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Introdução
que nasce na Tenda e culmina em uma ação na plenária final demandando espaços mais
plurais de discussão e valores mais acessíveis para a inscrição no Congresso.
Desde então, as Tendas Paulo Freire têm se constituído como espaços democráticos
nos Congressos de Saúde e Educação, assim como Conferências de Saúde pelo Brasil,
Congressos de Categorias, de Estudantes e de Extensão. No âmbito dos Congressos
Brasileiros de Saúde Coletiva (Abrascão), a Tenda Paulo Freire promove espaços de
reconhecimento dos saberes populares de saúde e de diálogo com os movimentos sociais
e populares locais, dos que estão às margens dos espaços de decisão. A Tenda tem como
objetivo democratizar os espaços de discussão sobre saúde, saúde coletiva na constituição
de orientações teórico-metodológicas, políticas públicas, pesquisas, dentre outros.
Participação
Nas 6 edições do Eneps estiveram envolvidas na organização a Abrasco,
Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde (Aneps),
Movimento Popular de Saúde (Mops), Rede de Educação Popular (RedePop), Ministério
da Saúde, Fiocruz, dentre outras organizações e grupos do movimento de educação
popular brasileiro (Educadores, Estudantes, Gestores, Cuidadores, Curandeiras,
Parteiras), suas várias práticas e experiências. Além das entidades mencionadas,
comissões locais compostas por representantes dos diversos grupos citados e outros
movimentos sociais, protagonizaram a organização dos encontros. Cada uma das edições
recebeu entre 300 e 900 participantes. Em sua edição mais recente participaram mais de
300 pessoas, de todas as regiões do país. As experiências e reflexões sobre as estratégias
de ação do movimento de Educação Popular em Saúde foram partilhadas em vivências,
oficinas, rodas de conversa e muito mais.
Assim como os ENEPS, as Tendas contam com o protagonismo do GT de EPS da
Abrasco, Aneps, especialmente dos núcleos regionais, Mops, RedePop. Dentre os grandes
apoiadores destaca-se a própria Abrasco, o Ministério da Saúde, a Fiocruz, os Conselhos
Nacional e Estaduais de Saúde, Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra
(MST), Movimento das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN), Central de
Movimentos Populares (CMP), dentre outros. Buscam ainda acolher trabalhadores de
saúde do nível técnico, participantes de movimentos sociais, usuários do SUS,
representantes de Práticas Populares de Saúde.
As Tendas têm um público bastante flutuante, entre congressistas, delegados
(quando em Conferências), pessoas dos movimentos sociais, dentre outros, dividindo-se
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entre aqueles que sabem exatamente a programação da Tenda e aqueles que passam e
ficam pois se interessam pelas atividades. Em sua última edição, em 2022, estima-se que
recebeu cerca de 100 participantes por dia.
Resultados
A construção de novas experiências, vivências, pesquisas, espaços de articulação e
redes é o principal resultado dos espaços de Educação Popular e Saúde aqui relatados,
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bit.ly/TendaPauloFreire
Agradecimentos
Gostaria ainda de ressaltar que vários outros membros do GT participaram dessa
construção. E os cito aqui nominalmente: Grasiele Nespoli; José Carlos da Silva; José
Ivo dos Santos Pedrosa; Marcos Aurélio Matos Lemões; Maria Rocineide Ferreira da
Silva; Maria Waldenez de Oliveira; Osvaldo Peralta Bonetti; Pedro Cruz; Theresa
Siqueira; Vanderleia L. Pulga.
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Juliana Vieira Wahl Pereira; Ana Clara Fraga; Alexandre de Oliveira Fraga; Ednéa Harckbart; Caique
dos Santos Pereira; Mariana Pereira Monteiro ([email protected])
Introdução
O Conselho Estadual de Saúde do Estado do Espírito Santo (CES/ES) é um
órgão colegiado de caráter permanente e deliberativo, com funções de formular
estratégias, controlar e fiscalizar a execução da política estadual de saúde. Composto
por representantes de trabalhadores da saúde, gestores públicos, prestadores de
serviços de saúde e usuários do sistema, este espaço vocaliza a participação da
sociedade na gestão do Sistema Único de Saúde. Apesar dos conselhos de saúde serem
parte da conquista da participação popular na gestão do SUS, por si só, a existência
destes espaços não garante a efetividade do controle social sobre as políticas de saúde.
Tal processo requer habilidades de mobilização e fiscalização, que muitas vezes não
são repassadas aos atores sociais quando começam a atuar nos conselhos. Diversas
pesquisas brasileiras sobre participação social na saúde demonstram que existem
dificuldades em implementar ações coletivas qualificadas nestes espaços, e o processo
decisório tem sido insuficiente. No caso do estado do Espírito Santo não é diferente.
Visando enfrentar esta realidade, atores sociais envolvidos no controle social
do SUS capixaba, passaram a reivindicar junto a Secretaria Estadual de Saúde, a
composição de uma assessoria técnica para o desenvolvimento de ações de
comunicação, pesquisa e educação permanente no âmbito do Conselho Estadual de
Saúde, assim como apoiar o exercício da participação popular desenvolvidas nos
Conselhos Municipais de Saúde.
Atendendo a esta demanda, surge o Projeto de Desenvolvimento de Práticas
Inovadoras para Qualificação da Participação Social na Saúde - PDPi/CES, fruto de
uma parceria do Conselho Estadual de Saúde e o Instituto Capixaba de Ensino
Pesquisa e Inovação - ICEPi, instituto de ciência e tecnologia criado em 2019. Tal
projeto tem como objetivo desenvolver atividades de ensino, pesquisa e inovação
voltadas à participação social no SUS no estado do Espírito Santo, tendo o Conselho
Estadual de Saúde como instituição protagonista, e apoiar os Conselhos Municipais
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Desta forma, o projeto tem realizado pesquisas sobre temáticas para subsidiar
os debates que ocorrem dentro do conselho estadual de saúde, debates e eventos sobre
questões relevantes para a saúde pública no Espírito Santo, ações educativas para a
capacitação dos conselheiros e atores sociais para o fortalecimento do controle social,
e ainda, um projeto de comunicação que visa divulgar as ações dos conselhos de saúde
por meio de redes sociais.
Metodologia/Desenvolvimento
Tendo como eixos principais a análise de políticas públicas a formação de
conselheiros de saúde e atores sociais e a comunicação social, o PDPi/CES, conta
atualmente com uma equipe de sete bolsistas, entre o coordenador do projeto, duas
analistas de políticas sociais, uma analista de projeto, uma jornalista e dois técnicos
de mídias sociais. Para potencializar o eixo de educação permanente para o controle
social no SUS capixaba, está previsto a ampliação de equipe, com a contratação de
quatro tutores e/ou tutoras, que atuarão nas diferentes regiões de saúde do estado, bem
como um supervisor de projetos.
No tocante às parcerias, por ser um projeto do ICEPi, o instituto tem como
parceiros estratégicos a Rede Unida e a Organização Pan Americana de Saúde
(OPAS), e ainda, uma parceria direta a Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), onde tem realizado interlocução com núcleos das áreas de Política Sociais e
de Comunicação, com objetivo mapear e analisar os impactos da cultura digital sobre
os atores sociais nos conselhos de saúde, e como eles comunicam os processos de
participação social em que estão envolvidos. Por outro lado, conta com o apoio direto
da Mesa Diretora e Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Saúde, Conselhos
Municipais de Saúde e também da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo.
O projeto é guiado pelo Plano de Trabalho desenhado e destrinchado em cinco
vertentes, sendo elas: 1 Diagnóstico Situacional Interno do CES/ES; 2
Assessoramento de comissões e comitês do CES/ES; 3 Educação Permanente para o
controle social do SUS capixaba; 4 Comunicação; 5 Ciência de dados. As ações são
ancoradas nos pilares do ensino, pesquisa e inovação, trabalhando de forma horizontal,
com escuta, acolhimento das demandas e intervenções que objetivam a qualificação,
bem como a autonomia dos atores impactados/envolvidos.
Nesse contexto, foi realizado o diagnóstico situacional interno do CES, no qual
a equipe do projeto promoveu uma oficina de planejamento estratégico aos
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bit.ly/ConselhoES
70
Introducción
En Bolivia, se ha implementado la política de Salud Familiar Comunitaria e
Intercultural (SAFCI) desde 2009, basada en la estrategia de Atención Primaria de Salud.
Para su implementación y desarrollo, la política nacional de salud establece un modelo
de gestión participativa en salud y un modelo de atención de servicios de salud. El modelo
de gestión participativa en salud se aplica a nivel local, municipal, departamental y
nacional.
Metodología/Desarrollo
Se llevaron a cabo "Cumbres de Salud Indígena" tanto en la zona del trópico como
en el altiplano. Como resultado, se generaron productos que incluyeron un diagnóstico de
la situación y un plan de desarrollo de redes indígenas de salud, los cuales destacaron el
enfoque intercultural y la integración de la medicina tradicional. Además, se reconstruyó
el Consejo Social Nacional de Salud (COSONASA) con la participación de todas las
organizaciones sociales pertenecientes al pacto de unidad. Se brindó capacitación a los
representantes de los Consejos de Salud para mejorar su participación en los Comités de
Análisis de Información (CAI), así como en las reuniones de gestión a nivel municipal y
departamental, con el objetivo de lograr una participación más efectiva.
Resultados
Se ha logrado que la perspectiva específica de la salud indígena sea considerada
en la agenda de las autoridades municipales, departamentales y nacionales. Se ha
fortalecido la capacidad de participación de la estructura social en el control social y en
los espacios de gestión de salud. Después de 4 años de interrupción, se ha reconstituido
el COSONASA, y se ha establecido un enfoque estratégico sólido para el mismo. Se ha
alcanzado la mantención de reuniones regulares del COSONASA y su vinculación con
73
Para saber más sobre la experiencia, lo invitamos a acceder al e-book "Salud Familiar
Comunitaria Intercultural Documento Técnico Estratégico" así como al Encuentro de
Fortalecimiento del Sistema Único de Salud SUS y la Política de Salud Familiar
Comunitaria Intercultural SAFCI a través de la gestión participativa y control social en
salud, realizado en conjunto con la Organización Panamericana de la Salud.
bit.ly/MarcoBolivia
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Cauca – Colômbia
Abelardo Jiménez C, Enf, MEP1; Marta C. Jaramillo-Mejía, Md, PhD1,2; Helena María
Cancelado, Ing, PhD (c)1,3; Delfidia Góngora, L. Educ1; Victoria González, CP1.
1
Proyecto Convocatoria 844 de 2020 Minciencias-Universidad Icesi-Universidad Libre;
2Departamento de Gestión Organizacional Universidad Icesi; 3Departamento de
Ingeniería Industrial, Universidad Icesi.
Correspondencia: [email protected].
Introducción
Icesi y Libre operan y financian recursos del proyecto que tiene cofinanciación del
Ministerio de Ciencia y Tecnología de Colombia (Minciencias)
Metodología/Desarrollo
propias que dan sustento a una gobernanza en salud orientada a la autogestión. Las
experiencias participativas se restringen a modos de convocatoria para informar y
consultar brigadas de salud, o a la participación autónoma en la que no toma gran
figuración los temas de salud, excepto cuando hay intervenciones externas de agencias de
cooperación o del gobierno nacional. La subsidiariedad de la gobernación del Cauca en
salud pública, está supeditada a las intervenciones de salud colectiva que excluyen la
participación como meta de salud. Aunque la mayoría de los municipios son beneficiarios
de programa de paz y en dicho proceso se construyeron espacios de consulta y
participación, los productos y cosechas para la participación en salud fueron nulos, con
la excepción de las “casas de la salud” consideradas como espacios para promover la
salud propia y el cuidado ancestral de la salud entre pobladores afrocolombianos. Dos
experiencias de participación que se documentaron, dan cuenta del valor que tienen los
agentes interculturales que ofrecen asistencia a quienes buscan atención intercultural en
las instituciones de salud. La asimilación de las estructuras burocráticas del sistema de
salud convencional, se valora como una limitación de un modelo de salud propia entre
comunidades afrocolombianas, lo cual no les permite afirmar su identidad como rasgo
distintivo del modelo de atención, y al contrario subordina dicha dimensión a las
estructuras de la provisión de servicios medicalizados.
Los talleres consultivos con la comunidad y las consultas con los “técnicos” de
salud sirvieron de recipiente para definir y validar los lineamientos de PCS. El proceso
empezó con el abordaje de las prioridades en salud, de lo cual se dedujo la baja densidad
de problemas de participación. Las brechas de participación para el diseño fueron: la
inexistencia de medidas que motiven la participación institucionalizada, la rigidez en los
proveedores de atención en salud para canalizar procesos de colaboración e incidencia
con las comunidades a excepción del trámite de quejas, tensiones interculturales en el
trato por el personal de salud en la entrega y trámite de servicios y, el desarrollo endógeno
de mecanismos participativos en las comunidades étnicas relacionados con la salud pero
muy al margen de verdaderos ejercicios de concertación o empoderamiento en salud.
Estos elementos fueron la base para el diseño de los lineamientos de PCS; se organizaron
las apuestas y estrategias para afirmar derechos colectivos, incidir en los determinantes
de la desconexión entre las obligaciones estatales de mejorar la accesibilidad en salud y
79
Facilitadores: Marco legal que estimula y obliga a activar mecanismos de PCS; Modelo
de salud que reclama la PCS como un rasgo propio y de la calidad de la atención en salud;
Agenciamiento de las direcciones locales de salud municipal de estrategias participativas
desde un ejercicio de aprender a hacer la participación como parte del modelo de salud;
Voluntad política de las organizaciones comunitarias y las autoridades autóctonas;
Espacios propios (Comités de salud, Consejos o Asambleas comunales) para el impulso
de la micro participación como recurso clave de incidencia en salud; Disposición al
aprendizaje y a la co-creación por parte de agentes de salud institucionales.
Resultados
MP como un medio para superar las barreras de incomunicación con el sector salud y la
posibilidad de que la salud rural sea una prioridad pública; y advirtieron los desafíos de
que una PCS auténtica no puede sino reconocer las tradiciones y formas de organización
propias de las comunidades étnicas.
Para que puedas conocer un poco más de nuestro trabajo, hemos puesto a tu
disposición la memoria general del proyecto, fotos de las actividades, los contenidos del
diplomado formativo, nuestro equipo de investigadores(as) y demás publicaciones de
interés, al igual que la metodología de diseño creativo de los lineamientos de
participación.
bit.ly/AccionEtnica
82
Introducción
En la comuna de El Bosque (Santiago de Chile) se desarrolló, desde abril a
noviembre de 2022, una experiencia de participación comunitaria en salud basada en la
identificación colectiva de factores y recursos, presentes en las comunidades y sus
territorios, implicados en el bienestar de dichas comunidades (denominados “activos”
para la salud). Este proceso surgió de la necesidad de dar continuidad a una nueva forma
de relación entre los equipos de salud municipales y la comunidad, forjada en los
momentos de crisis provocados por la pandemia de SARS-COV2 en el año 2020, que
dejó en evidencia la dialéctica de subordinación -subversión presente -hasta ese
momento- en el modo de habitar el territorio. Las tensiones y contradicciones expresadas
en los vínculos comunitarios (incluyendo a los equipos de salud), afloraron al momento
de implementar acciones de respuesta tendientes a producir y sostener el cuidado. Para
preservar los modos de relación (re)productores del cuidado, las comunidades
encontraron un “sentido de coherencia” en medio de la crisis a través de la interpelación
a sus modos de habitar en el territorio. Este hito permitió inaugurar una nueva experiencia
de participación social -a nivel comunal- respetuosa de las particularidades territoriales
de la comuna y enfocada en las singularidades de los vínculos entre las comunidades y
sus equipos de salud. A partir de esta nueva configuración relacional se desarrolla durante
el año 2021 una serie de seis conversatorios de salud a nivel comunal, en los cuales
participaron un total de 86 dirigentes sociales de las distintas villas y poblaciones de la
comuna de El Bosque; cuatro conversatorios con niños, niñas y adolescentes y uno con
padres y madres de niños y niñas del Programa de Salud Mental Infantil (PASMI). En
dichos conversatorios participaron equipos de salud multidisciplinarios de cada uno de
83
los seis Centros de Salud Familiar (CESFAM), junto a integrantes de la comunidad, con
el propósito de analizar el concepto de salud y sus elementos característicos a fin de poder
proyectar acciones de promoción y fortalecimiento de la salud pertinentes a cada una de
las comunidades desde una perspectiva territorial.
¿Quiénes participaron?
¿Cuántos participaron?
FASE N° Participantes
Conformación del Equipo Motor 44
Planificación por Sector 203
Mapeo de Activos Comunitarios 90
Difusión Comunitaria -
Acuerdos Sociales 130
Metodología/Desarrollo
5. Acuerdos Sociales.
SECTORES
TIPOS DE ACTIVOS
1 2 3 4 5 6
Individuales: miembros de la comunidad, 10 1 2 14 4 7
trabajador@s, vecin@s, familia
Asociaciones Formales: Clubes deportivos, grupos 2 2 13 12 9 4
religiosos, juveniles, voluntarios, vecin@s,
autoayuda, asociaciones de pacientes, grupos de
cuidador@s, mujeres, clubes de personas mayores,
etc.
Asociaciones informales: Red de cuidador@s, 0 0 1 0 0 1
Redes de apoyo.
Recursos Físicos: plazas, parques, centros, sedes, 6 7 6 10 2 7
CESFAM, otros.
Recursos Culturales: grupos musicales, grupos de 0 0 1 1 1 0
baile, grupos literarios, artes escénicas, etc.
Recursos Organizacionales: Servicios 0 1 5 5 14 0
Municipales, Dirigentes, Mesas Territoriales, GDL,
JJVV, Funcionarios, etc.
87
Para conocer un poco más de nuestro trabajo, hemos dispuesto un enlace donde
encontrarás un artículo acerca de este proyecto con más detalles sobre sus aspectos
metodológicos, un mapa de activos de la comuna, algunas fotos de las actividades y un
video que muestra un resumen de esta experiencia.
bit.ly/ActivosComunitarios
88
Introducción
Desde 2010 nuestras organizaciones impulsan políticas públicas sobre control del
tabaco, grasas trans, alcohol, participación significativa de pacientes y cobertura universal
de salud.
Ante ello consideramos que la sociedad civil organizada debe apoyar a los
gobiernos para afrontar tales presiones y denunciarlas, además de impulsar iniciativas
legislativas y regulatorias que protejan la salud de las personas ante los intereses
lucrativos de dichas industrias.
¿Quien participó?
Metodología/Desarrollo
Entre las barreras que solemos afrontar destaca sin duda alguna la interferencia de
las industrias de productos nocivos que tratan de captar el favor de funcionarios,
legisladores y aun de investigadores para que retrasen el desarrollo de iniciativa o
desechen su discusión y malogren la aplicación de disposiciones reglamentarias.
Resultados:
Consideramos que cada año desde 2013 hemos podido impactar a decenas de
miles de personas en el país, entre quienes interactúan directamente con nosotros, las que
reciben las publicaciones que generamos o se benefician de las medidas regulatorias que
hemos impulsado. Mayoritariamente pensamos en que hemos podido influir en los
integrantes de las principales organizaciones sociales que trabajan en la prevención y
atención de enfermedades, en prestadores de servicios de salud y aun en estudiantes de
medicina que ya brindan atención en clínicas y hospitales. Buscaremos que varias de esas
organizaciones participen en la CONASAP.
Para desalentar el uso nocivo de alcohol publicamos en 2020 y 2023 los reportes
sombra sobre la aplicación de políticas públicas; realizamos una campaña amplia de
sensibilización y comunicación estratégica y un Foro de Alto Nivel en el Senado de la
República, con participación de funcionarios de la Secretaría de Salud, de la Comisión
Nacional contra las Adicciones, de los Institutos Nacionales de Psiquiatría y Salud
Pública, así como senadoras (es) de la Comisión de Salud del Senado; desarrollamos;
https://saludjusta.mx/wp-content/uploads/Reporte-de-la-sociedad-civil
bit.ly/CONASAPMexico
94
Ministerio de Salud.
Introducción
La CLAS es una instancia con personería jurídica con miembros están elegidos de y
por las comunidades en el ámbito y además de miembros seleccionados de instancias
públicas según la Ley de Cogestión. El convenio tripartito se basa en el programa de
salud local (PSL), cuya formulación y vigilancia cuenta con la participación de la CLAS
y cuyo financiamiento es del Estado. Los establecimientos de salud (EESS)
cogestionados con CLAS siguen la misma política de salud que los EESS sin CLAS, pero
con diferencias importantes en su gestión y nivel de participación comunitaria, dando a
la CLAS la flexibilidad y eficiencia para lograr mejores resultados en coberturas, calidad
y equidad. El PAC/CLAS representa un nuevo modelo de financiamiento y gestión del
primer nivel de atención del Ministerio de Salud (MINSA) con la participación de la
95
Metodologia/Desarrollo
que los esfuerzos gubernamentales en los servicios sociales no iban a avanzar sin un
aumento sustancial de la financiación y/o nuevos mecanismos de administración.
Entre mayo y julio del 1994, se organizaron las primeras CLAS en dos áreas. En
julio, se inauguraron cuatro CLAS en la Subregión de Salud de Ayacucho, y nueve CLAS
en Chincha en la Subregión de Salud de Ica.
Al año 1997 hubo 500 EE.SS CLAS, cuando se congeló el programa para realizar
algunos estudios de evaluación y resolver dudas sobre el programa. Con resultados muy
positivos de los estudios, en 1998 se volvió a expandir el programa para llegar al 2002 a
2,155 EE.SS CLAS en todas las 33 regiones sanitarias del Perú, entre el total de 6,680
EE.SS del primer nivel a nivel nacional.
¿Quiénes participan en una Asociación CLAS? Una CLAS tiene los tres órganos
de una asociación civil según el Código Civil del Perú: Asamblea General, Consejo
Directivo y Director Ejecutivo (Gerente de la CLAS). Se elige la Asamblea General cada
tres años de las siguientes instancias en el ámbito de la CLAS: dos miembros elegidos de
cada comunidad (un líder comunal y un agente comunitario de salud); un representante
98
La participación social en las CLAS incluye las siguientes acciones: (i) Vigilancia
y control sobre el uso de recursos públicos transferidos del Estado; (ii) Diagnóstico: apoyo
el censo comunal de salud; (iii) Participación en la planificación del Programa de Salud
Local (PSL); (iv) Monitoreo y control del PSL; (v) Decisiones sobre uso de ingresos
propios; (vi) Selección y despido del personal de salud contratado con el regimen privado;
(vii) Control de la calidez de la atención; (viii) Evaluación de la gestión del EESS; (ix)
Asegurar el mantenimiento y seguridad del EESS; (x) Apoyo a actividades promocionales
en la comunidad; (xi) Promoción del uso de servicios por la comunidad; (xii)
Movilización de recursos adicionales.
99
Resultados
Al año 2006, el programa PAC/CLAS habia escalado al 31% de los EESS del
primer nivel de atención con la cogestión con la comunidad, con diferencias según nivel
de capacidad resolutiva desde I-1 (menor capacidad) al I-4 (mayor capacidad). Entre los
EESS del nivel I-3 y I-4 (con 3-5 médicos), 52% son CLAS en la zona rural y 41% son
CLAS en la zona urbana. Entre los EESS del nivel I-2 (algunos con médico), 43% son
CLAS en la zona rural y 33% son CLAS en la zona urbana. Los EESS de menor nivel
resolutivo (I-1) tienen menos CLAS: 26% en la zona rural y 27% en la zona urbana. Las
diferencias se explican porque los EESS con CLAS mejoran su nivel resolutivo con
inversiones en equipamiento y infraestructura por la gestión local de presupuesto.
Estudios comparativos de los EESS con CLAS versus los EESS administrados por
la ley de administración pública sin CLAS, muestran evidencia de mejores índices de (1)
cobertura, (2) calidad, (3) equidad, (4) eficiencia de gasto y (5) impacto en la salud, entre
otros cualitativos.
Un estudio comparativo de todos los 675 EESS del primer nivel de atención del
sector público en tres regiones subnacionales (Cusco, Huánuco y La Libertad) mostró que
el promedio número de visitas al año por niño menor de cinco años fue significativamente
mayor en CLAS versus no-CLAS. Hubo un promedio de 2.94 visitas por niño en CLAS
urbano y 2.32 visitas por niño en CLAS rural, versus 1.73 y 1.32 visitas por niño en no-
CLAS urbano y rural, respectivamente (Altobelli, 2004).
no-CLAS exoneraron a 80% de sus pacientes, versus los EESS CLAS que exoneraron al
56.8% en el estrato alto (Vicuña et al, 1999).
bit.ly/CLASPeru
102
Introducción
Uruguay es un país con 3,5 millones de habitantes con una transición demográfica
avanzada. En las primeras décadas del siglo XXI el país logró abatir sustantivamente la
pobreza (pasó de 40% a 8% de la población) y la indigencia (2,5% a 0,1%). El aumento
del salario real, el salario mínimo y las jubilaciones, la mayor formalización del empleo
(78% de la población activa tiene vínculos laborales formales con cobertura de seguridad
social y salud) junto a una matriz de protección social ampliada, redujeron en parte las
grandes desigualdades existentes. La esperanza de vida al nacer, para 2021 fue de 78,2
años lo que representa un aumento de 4,7 años respecto del año 2000. Los principales
problemas de salud están relacionados con las Enfermedades Crónicas No Transmisibles
como primera causa de muerte (60%) y enfermedad. Las muertes por suicidios,
accidentes y homicidios, son asimismo importantes (6,7%). La creación del SNIS Sistema
Nacional Integrado de Salud en 2006 fue un cambio trascendente en un sector sanitario
en crisis y con grandes deficiencias. Es un proceso inconcluso con grandes avances y
pendientes. El SNIS incorpora la participación social de usuarios y trabajadores en la
Junta Nacional de Salud, en Juntas Departamentales y Locales de Salud y en Consejos
Consultivos en cada institución sanitaria. Su implementación es un proceso rico en
experiencias, con luces y sombras. En 2017 se aprobó la ley 19529 que cambia
sustantivamente la atención en salud mental pero no se ha avanzado en su
implementación. En 2015 se aprobó la creación de un Sistema Nacional de Cuidados (ley
19353) que dió varios pasos iniciales (programa de Asistentes Personales, Centros de Día,
etc). La pandemia y el cambio de gobierno en 2020 afectaron fuertemente el escenario
en materia sanitaria y social 1 . En este contexto de crisis multidimensional, varios actores
1
Anzalone, Pablo (2023) Evaluación de la gestión de la pandemia en Uruguay. La Diaria. Disponible en:
https://ladiaria.com.uy/opinion/articulo/2023/4/evaluacion-de-la-gestion-de-la-pandemia-enuruguay/
103
Protagonistas
La Red MCS fue conformada en marzo de 2020 con varios antecedentes de la
estrategia Municipios y Comunidades Saludables en el país desde el año 1996 primero
como proyectos puntuales y después como convenios entre el Ministerio de Salud y
algunos municipios. El trabajo en red de los distintos actores a nivel nacional surge como
necesidad sentida en 2019 y 2020. Ante la pandemia se enfrentó la disyuntiva de postergar
104
la creación de la Red MCS o continuar con los planes previstos,y se optó por una tercera
opción que implicó multiplicar las actividades, usando creativamente las herramientas
virtuales. Los tres grandes grupos de actores que integran la Red MCS son las
organizaciones sociales, la academia y algunos gobiernos locales. La Organización
Nacional de Jubilados, el Movimiento Nacional de Usuarios de Salud, la Organización
de Usuarios del Oeste son los principales movimientos sociales aunque también han
participado la Sociedad Medicina Familiar, Espacio Participativo de Usuarios,
Asociación de Nutricionistas, Asociación de Nurses, la Red de Adultos Mayores y
muchos colectivos de personas mayores, discapacitados, sindicatos de trabajadores de la
salud, afrodescendientes, colectivos de salud mental, entre otros. En la Academia los
actores más importantes son de la Universidad de la República de Uruguay (Udelar) y
dentro de ella el Instituto de Psicología de la Salud, el Programa APEX (Aprendizajes y
Extensión), Laboratorio de Ciencias Sociales de la Salud, y también Facultades de
Enfermería, Ciencias Sociales, Escuela de Nutrición, etc. Los gobiernos locales que
trabajan en la Red MCS son las Intendencias de Montevideo y Canelones, así como los
municipios de Montevideo denominados A, B, C, G y F. Debe tenerse en cuenta que en
setiembre de 2020 se realizaron elecciones departamentales y municipales en Uruguay
con todas sus consecuencias de campañas electorales y cambio de autoridades. Los
efectores de salud no han participado en general de este proceso aunque en algunos
talleres hubo expositores que tenían responsabilidades en ellos. La heterogeneidad y
amplitud de los actores fue una fortaleza (aunque también generó dificultades) porque se
trabajó con amplitud y horizontalidad poniendo el énfasis en las acciones conjuntas. Los
participantes de las actividades fueron integrantes de colectivos sociales (nacionales y
locales), de servicios sociales o sanitarios y estudiantes o docentes universitarios y
público en general.
Metodología y actividades
Se utilizaron aprendizajes provenientes de distintas experiencias con
metodologías participativas y educación popular, aunque en el entendido que la coyuntura
desde 2020 era muy especial y diferente por el contexto de pandemia y crisis social. En
tal sentido tanto las posibilidades como las dificultades fueron, en gran medida, nuevas y
fue necesario aprender de lo que se iba haciendo con procesos participativos de reflexión
crítica y autocrítica.
No hubo una curricula rígida en los cursos sino que se hicieron instancias abiertas
105
Resultados
Los impactos deben analizarse en relación con los objetivos planteados: producir
conocimientos por dialogo de saberes, formación/acción de personas y colectivos, mayor
capacidad de diagnóstico y planificación comunitaria y el desarrollo de redes. La cantidad
de talleres abiertos fue 16 en 2020, 18 en 2021 y 18 en 2022, con alrededor de tres veces
más reuniones preparatorias y de evaluación. La cantidad de participantes varió según los
temas y el momento (la pandemia afectó las actividades educativas y de participación
social) entre 30 y 400 participantes en cada taller, superando las tres mil personas en su
conjunto. La participación no se limitó a la asistencia a los talleres sino que se
conformaron grupos de trabajo específicos, instancias previas, grupos de sistematización,
reuniones amplias de coordinación y consulta. Las personas participantes provienen de
todos los departamentos del país (con mayor peso de la capital y el área metropolitana),
con predominio femenino, y son integrantes de organizaciones sociales, trabajadores de
servicios sociosanitarios y estudiantes o docentes universitarios. En todos los objetivos
se avanzó sustantivamente en relación con la situación anterior y todos ellos se
cumplieron parcialmente. La reafirmación del compromiso de trabajo conjunto de los
distintos actores de la Red MCS y la buena convocatoria de las distintas actividades son
indicadores que muestran avances. De todas maneras, no son objetivos que puedan
completarse en procesos de corto plazo y los pasos dados muestran la necesidad de
profundizar en las líneas de trabajo planteadas. Cuando fue posible realizar encuentros
presenciales en las ciudades de Paysandú, Artigas, Bella Unión, Florida y Durazno,
además de Montevideo y Canelones se encaró la formación de promotores como parte
del trabajo de las redes comunitarias. El apoyo de la Comisión Sectorial de Extensión de
Udelar (CSEAM) y Comisión Sectorial de Investigación Científica ( CSIC) ha
contribuido a su realización. La sistematización de las experiencias fue un aspecto
priorizado a fines de 2020, 2021 y nuevamente en 2022, junto con la evaluación de lo
realizado. Las percepciones de los participantes, recogidas en el capítulo 25 pag 226 del
libro Construyendo Salud desde los Territorios, son muy expresivas de cómo fue vivida
la experiencia de la Red así como el Epílogo de pag 273. Además de los videos, se
107
produjeron una gran cantidad de documentos que incluye relatorías de cada taller,
artículos de prensa y actas de todas las reuniones que en lo sustancial fueron recogidos en
el libro Construyendo Salud Desde los Territorios .
En Uruguay hay muchos antecedentes de participación comunitaria en salud y de
formación de promotores. Lo innovador en esta experiencia puede ser: a) la amplitud y
heterogeneidad de los actores comprometidos en el tema conjuntamente. b) el contexto
de pandemia con todas sus complejidades. c) la utilización creativa de herramientas
virtuales para llegar a muchos lugares del país como complementarias de las presenciales.
d) la profundización en las metodologías participativas y la sistematización de la
experiencia. La articulación entre investigación, formación y acción y las estrategias de
Investigación Acción Participación (IAP) . e) la creación del repositorio virtual (canal de
youtube) para facilitar el acceso a las experiencias. f) un espacio permanente de formación
de promotores. g) la elaboración de propuestas de abordaje local de la pandemia y los
aportes a los Objetivos Sanitarios Nacionales 2030.
Hay un compromiso con la continuidad de la labor conjunta de la Red MCS
combinando el espacio permanente de formación de promotores con la realización en
noviembre de 2023 del Congreso Salud Participación Social y Comunidad en el Mercosur
“Dr.Pablo Carlevaro” y de un Foro Nacional de Salud . Estas dos instancias centrales
serán preparadas por Conferencias sobre temas priorizados cuyas sedes presenciales irán
rotando entre distintas ciudades (manteniendo la posibilidad de participación virtual). En
abril 2023 se realizó la Conferencia sobre Salud Mental en el Dpto de Canelones, en mayo
la Conferencia sobre Infancias y Adolescencias en el Municipio A de Montevideo y en
la ciudad de Bella Unión en Artigas. En julio una Conferencia sobre Personas Mayores
en Maldonado. En setiembre la Conferencia Regional del Norte y en octubre una
Conferencia sobre Alimentación. Estas conferencias se combinarán con Encuentros
Locales de Salud. Cada conferencia está siendo preparada por grupos de colectivos
involucrados. Se ha logrado sumar todavía más organizaciones e instituciones para el
trabajo hacia el Congreso. En este contexto se procurará retomar la elaboración de
proyectos de acción comunitaria como parte de la formación, promover la redacción
colectiva de guías para diagnósticos locales y planes acordes y volver a trabajar con la
figura de “tutores” o “facilitadores” de esos proyectos.
Algunas de las principales dificultades son: a) la no convocatoria a los organismos
participativos del SNIS por parte de las autoridades sanitarias nacionales y la ausencia de
una estrategia de fortalecimiento en este sentido. b) la falta de traducción de los Objetivos
108
Sanitarios Nacionales en planes nacionales y locales para los cuales se convoque a las
organizaciones sociales y colectivos territoriales, gobiernos locales y academia, con
acciones claras y rendición de cuentas períodica. c) las dificultades para que los gobiernos
locales en todo el país asuman como una línea fuerte de responsabilidad la promoción de
la salud y el trabajo en Red, con excepciones positivas de larga data de algunos gobiernos.
d) la falta de una agenda clara de la academia en relación con el campo de la salud, una
agenda compartida y discutida con las organizaciones sociales y los distintos niveles de
gobierno que implique compromisos sostenidos. e) la debilidad del entramado social en
muchos lugares, la heterogeneidad existente en este plano y la fragmentación de los
actores. La unidad es uno de los grandes aprendizajes históricos del movimiento social
uruguayo. f) los procesos culturales de cambio del paradigma de salud frente al modelo
asistencialista, vertical y excluyente. g) la subestimación de la educación comunitaria
como campo relevante de la sociedad y la influencia de concepciones pedagógicas
verticales, unidireccionales, “bancarias” al decir de Paulo Freire. Las estrategias ante
desafíos y dificultades apuntan a un trabajo amplio, horizontal de construcción de redes,
donde las acciones comunitarias se vinculen con valores, ejercicio de derechos y
concepciones de la salud como construcción social colectiva. La experiencia adquirida
muestra que se trata de procesos complejos llenos de dificultades, pero posibles y
necesarios.
El desafío mayor es lograr un involucramiento activo de la población en el
abordaje integral de los problemas de salud. La situación se ha agravado con el
debilitamiento de la respuesta asistencial, el aumento de la pobreza y en especial la
pobreza infantil y juvenil, la malnutrición y la inseguridad alimentaria, la contaminación
ambiental, el incremento de los problemas de salud mental, las violencias, los suicidios,
los accidentes y las adicciones. Enfrentarlos con politicas públicas participativas,
integrales y cercanas a los territorios y comunidades son desafíos trascendentes.
El envejecimiento de la sociedad uruguaya (también a nivel regional y mundial)
es un gran logro civilizatorio que requiere políticas que lo sostengan para asegurar la
calidad de los años de vida ganados. Ello incluye políticas como la planificación urbana,
la construcción de espacios y ciudades amigables (en particular con niños, discapacitados
y personas mayores), mayor seguridad social, mejores servicios de salud, seguridad y
convivencia ciudadanas y una política integral de cuidados. La creación del Sistema
Nacional de Cuidados fue el inicio en Uruguay de una politica amplia para garantizar el
derecho a los cuidados a toda la población y en particular a los sectores mas vulnerables.
109
Sin embargo en el ultimo período no han habido avances en esta materia y sí algunos
retrocesos. Es un fuerte desafío construir envejecimiento saludable y activo, que haga
realidad los derechos establecidos en la Convención Interamericana sobre Personas
Mayores. La vulnerabilidad de la población infantil y juvenil aumentó en este período y
requiere revertir esta desigualdad y afectación profunda de derechos desde la primera
infancia. Las Enfermedades Crónicas No Transmisibles son la principal causa de
enfermedad y muerte y ello implica desafíos intersectorial .Todas las acciones tienen
valor en sí mismas, pero es la continuidad y vinculación transversal las que van
conformando una estrategia de trabajo de la Red MCS. El compromiso de los actores
sociales, gubernamentales y académicos es la garantía de continuidad para seguir
avanzando en participación social y salud comunitaria.
bit.ly/PromotoresUruguay
110
EIXO B
111
Antônio Lacerda Souto – Pedagogo. E-mail: [email protected]; Cláudia Maria dos Santos Ferreira
– Socióloga e Assistente Social. E-mail: [email protected]; Camila Guimarães Guedes – Pedagoga.
E-mail: [email protected]; Edjane Rodrigues Silva – Gestão de Recursos Humanos:
[email protected]; José Ramix de Melo Pontes Júnior – Gestão de Recursos Humanos:
[email protected].
Introdução
O curso fez parte da uma campanha denominada “Campanha Campo Conectado
pelo Bem”, realizada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais
Agricultores/as Familiares – CONTAG, por meio da Secretaria de Políticas Sociais, em
parceria com Escola de Formação da Contag – ENFOC. Referida campanha foi lançada
em 2020, tinha como objetivo contribuir e apoiar pessoas que necessitavam de ajuda,
financeira ou assistência à saúde física ou mental, em função dos efeitos da Pandemia
(Covid 19) e foi implementada em quatro ações: (i) mapeamento das comunidades rurais
afetadas pela Covid -19; (ii) construção de uma rede de profissionais da saúde que
pudessem atender, mesmo que de forma virtual, as comunidades rurais afetadas pela
Covid 19; (iii) construir uma rede de costureiras/os ligadas/os para a produção de
máscaras; e, (iv) arrecadação de alimentos para as comunidades em vulnerabilidades.
Durante a implementação da ação II, surgiu à proposta da Universidade Federal
do Recôncavo Baiano (UFRB) em oferecer o curso em PICS como uma forma de usar
estas práticas para amenizar os efeitos da Covid 19.
Desta forma, foi estabelecido a parceria com a UFRB para a realização do curso
e, durante o processo de sua realização ficou demonstrando o quão foi importante, com
ele foi possível definir estratégias sensíveis e capazes de articular formas comunitárias
cooperadas e solidárias em trabalhar a promoção da saúde, garantindo processos
continuados de inserção das PICS no Sistema Único de Saúde (SUS).
112
Participantes
O curso contou com 60 participantes distribuídos entre agricultores e
agricultoras familiares ligados ao sistema Contag (80%), Articulação Nacional de
Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde – ANEPS (15%) e Confederação
Nacional das Agentes Comunitárias de Saúde – CONACS (5%).
Metodologia
Em função da realização do curso ter sido realizado de forma virtual e para que
as aulas online não se tornassem cansativas, utilizou-se uma metodologia referenciada em
práticas pedagógicas e metodológicas já testadas e avaliadas positivamente por diversas
instituições de ensino e programas de educação com bases nos princípios da educação do
campo e educação popular, são elas: os cursos do Programa Nacional de Educação na
Reforma Agrária –PRONERA, Programa Nacional de Licenciatura em Educação do
Campo – PROCAMPO, Pedagogia da Alternância utilizada pelas Escolas Família
Agrícola – EFA e Casas Familiar Rural – CFR.
A partir destes referenciais teóricos, pedagógico e metodológico e, considerando
o período de oito meses de duração, o curso foi estruturado com aulas semanais de quatro
horas/aula com duas modalidades: aulas virtuais e tempo comunidade.
As aulas virtuais aconteceram todas segundas feiras, com duração de quatro
horas e, para que as mesmas fossem menos cansativas possíveis, utilizamos três práticas
pedagógicas, quais sejam: (i) mística de abertura (3 minutos); (ii) rememória da aula
anterior (5 minutos) e, (iii) pratica corporal (5 minutos).
O tempo comunidade foi fundamental para que os educandos/as pudessem
materializar os conteúdos apreendidos durante as aulas virtuais em um espaço
selecionado, para tanto, cada equipe estadual selecionou uma comunidade para o tempo
comunidade, conforme quadro citado anteriormente.
Para a realização do tempo comunidade, utilizou como referência a pedagogia
da alternância experimentada pelas EFAS e CFR com resultados comprovados. Em
função da pandemia, o tempo comunidade foi realizado por meio de pesquisas em
ambientes virtuais.
Cada equipe, em seu estado, pesquisou e levantou informações em uma
comunidade selecionada, tendo como resultado a elaboração de um plano de ação que
apresentaram demandas diversas, com destaque para duas ações comuns em basicamente
todas as comunidades: instalação de espaços de PICS e a implantação de unidades
produtivas de plantas medicinais.
Essa dinâmica estabeleceu a relação entre a teoria e a pratica contribuindo na
formação dos sujeitos. Esta relação entre a teoria e a prática foi uma busca constante no
curso, principalmente por se tratar de um curso em PICS, onde a relação entre o
114
Resultados
O curso mobilizou e capacitou 60 educandos/as representantes de agricultores/as
familiares de 18 Sindicatos de Trabalhadores/as Rurais, Educadores Populares da ANEPS
e Agentes Comunitários de Saúde.
Para além da formação de 60 Multiplicadores/as em PICS, destaca-se a
elaboração de 19 Planos de Ação, conforme relatado na metodologia.
Destaca-se ainda, duas ações desenvolvidas, fruto do processo de realização do
Curso de Formação de Multiplicadores/as em PICS, são elas: (i) Parceria Contag e o
Instituto Federal de Brasília – IFB; e, (ii) Parceria Contag e a Fundação Osvaldo Cruz –
FIOCRUZ.
Com o IFB foi realizado um acordo de cooperação técnica para a realização de
um Curso de Extensão de Formação de Multiplicadores/as em Agroecologia. O curso está
em andamento, conta com a participação de 60 educandos/as e tem como referência a
metodologia utilizada no curso de formação de Multiplicadores/as em PICS, com três
inovações: a) elaboração de 8 (oito) cadernos temáticos; b) sistematização de experiências
agroecológicas; e, c) distribuição de sementes de hortaliças para a implantação de
unidades produtivas de horticultura orgânica. As atividades dos itens B e C computam
como carga horária do tempo comunidade.
Com a FIOCRUZ a parceria é voltada para a realização de um Curso de
Aperfeiçoamento em Bioeconomia das Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Agricultura
Familiar. O curso tem 40 participantes e tem como objetivo central qualificar
agricultores/as familiares para a implantação de plantas medicinais atendendo a demanda
dos 19 Planos de Ação elaborados no tempo comunidade do Curso Formação de
Multiplicadores/as em PICS.
Nos links a seguir constam aulas online e planas de ação das comunidades:
115
bit.ly/MultiplicaPICS
116
Introdução
A população do Morro do 25, atendida pela equipe 690 ou laranja, é composta por
moradores locais que remontam a época de resistência à escravidão e migrantes do norte-
nordeste do país que vem em busca de um emprego ou “futuro melhor”. Concentram-se
principalmente nas atividades de serviços domésticos e atividades braçais em geral.
Também compõem a comunidade migrantes venezuelanos e haitianos. Muitas vezes, os
migrantes vêm sem vínculo formal empregatício e têm escolaridade baixa (fundamental
completo ou incompleto).
No dia 22/10/2022 foi realizada uma ação de saúde referente ao “Outubro Rosa”
durante o sábado na praça do Morro do 25 com a oferta de inserção de Dispositivo
Intrauterino (DIU) na Escola Infantil João Machado; atendimentos referente a
anticoncepção; coleta de preventivo; roda de conversa com mulheres; auriculoterapia;
roda de conversa sobre direito à moradia com arquitetas e urbanistas; roda de conversa
sobre “voltar a estudar”; avaliação e orientação odontológica; vacinação e varal de poesia
sobre saúde planetária.
A EJA é uma modalidade da educação básica que deve ser ofertada a partir de
modelos pedagógicos próprios desenvolvidos conforme as características de cada
comunidade, contextos sociais, necessidades e interesses dos sujeitos. Na Rede Municipal
de Ensino, a identidade pedagógica própria da modalidade se constitui por meio da
pesquisa como princípio educativo. Nesta proposta curricular, o processo pedagógico se
desenvolve a partir das pesquisas realizadas em sala de aula, a partir do interesse dos
estudantes.
119
O plano de trabalho proposto pelos professores para o ano letivo de 2022, previa
dois projetos principais: "Pé na rua" e "Mão na Terra". O primeiro tinha por objetivos a
ampliação da territorialidade dos estudantes por meio de trabalhos de campo e saídas de
estudo que contribuíssem para a apropriação de espaços públicos da cidade, em especial
as áreas verdes dos parques. O segundo, tinha dois objetivos: desenvolver o senso de
pertencimento ao espaço escolar desenvolvido nas instalações da Aflodef e promover o
contato com os ciclos da natureza, com a observação do solo, das nuvens, das espécies
vegetais presentes no Polo de EJA.
Durante o ano de 2022 a turma de EJA ocupou-se dos canteiros do pólo e concluiu
o ano letivo com o desafio de ter um espaço maior para o plantio. Foi nesse contexto que,
em 2023, buscou-se com o Centro de Saúde Agronômica a possibilidade de manejo da
horta local que necessitava de cuidados. Assim em janeiro, iniciou-se o projeto integrado
da EJA e da Horta do Centro de Saúde Agronômica que ocorre semanalmente com a
revitalização dos canteiros e a parte da formação dos sujeitos no espaço da APS com
conversas com os profissionais da saúde tanto sobre aspectos da horta como do cuidado
em saúde e participação social.
ter resultados positivos para a saúde ao retornar aos estudos. O resultado desta
aproximação foi a construção de um currículo que é tecido a partir das questões que
atingem a vida dos estudantes, como o alcoolismo, a necessidade de conquistar
autonomia, ou o desejo de realizar um sonho profissional em um processo de reabilitação.
sujeitos desta modalidade, a aproximação entre as duas instituições até então realizada,
demonstrou a possibilidade de que a parceria se configure como uma estratégia
multidisciplinar de acolhimento comunitário e o desenvolvimento de um currículo que
amplia a compreensão do que vem a ser conteúdo escolar ao abranger o reconhecimento
dos direitos da população atendida. Além de estar atuando no determinante de saúde da
escolaridade, a volta aos estudos também pode ser terapêutica no sentido de ocupar o
espaço de um projeto de vida das pessoas, e também um projeto de SUS.
Agradecimentos
bit.ly/VoltaEscola
124
Introdução
Salvador é uma cidade desigual. A maioria de sua população é negra, mora nas
comunidades empobrecidas no centro e na periferia da cidade, tem renda mensal menor
que dois salários mínimos, nível de escolaridade abaixo do ensino fundamental, residem
em condições de moradia precárias e desumanas, com pouca ventilação, alta densidade
domiciliar, desemprego crônico, violência policial por histórica concentração de renda e
discriminação. Em tal cenário, as doenças infecciosas, como a Covid-19, e muitos outros
agravos encontram condições ideais para sua disseminação.
Quem participou?
126
Cedeca BA
CEDHU
Centro Cultural Mamulengo (CCM)
Centro Cultural que Ladeira é essa
Centro Educacional Comunitário Educar pra Liberar
Cirandeiras
Coletivo Cultural Assim é o gueto
Coletivo de Mulheres do Calafate
Coletivo de Mulheres Negras Ayomidê Yalodê
Coletivo MULHER POR MULHER DO SUBÚRBIO
Coutos Contra o Covid19 e Associação Cultural Pé de Moleque
CRIA e Rede Mulher e Mídia
Defende Brasil, direitos humanos
Escola de Dança da Funceb
Espaço Tô Vivendo
Federação das Associações de Bairros de Salvador (FABS)
Grupo de Jovens Liberdade Já!
Ilê Axé Maroketu
Instituto de Esporte, Cidadania e Inclusão Social - IECIS
Instituto de Mulheres Kalamaço
Juventude Ativista de Cajazeiras
Movimento Nosso Bairro é 2 de Julho
Mulheres de Fibra do Calabar
Odara Instituto da Mulher Negra
ONG Bahia da Paz
Paroquia Conversão de São Paulo
Projeto Corisco
PSB
Samba de Mesa no Gogó
Fonte: Comitê Comunitário
Metodologia/Desenvolvimento
Resultados
divulgação de uma campanha educativa para as festas de fim de ano, além da divulgação
de informações úteis, compartilhamento de notícias e materiais educativos.
bit.ly/ComiteCOVID
130
Andreia Beatriz Silva dos Santos, Mestra em Saúde Coletiva e Médica de Familia e Comunidade, email:
[email protected]; Lavinia Boaventura Silva Martins, Especialista em Saúde Pública e
Fisioterapeuta email: [email protected]
Introdução
No mundo existem mais de 10 milhões de pessoas privadas de liberdade e uma
parte importante destas pessoas estão vivendo em condições sanitárias precárias, em
instituições superlotadas e com pouco ou nenhum acesso a serviços de saúde. A população
privada de liberdade no Brasil vem crescendo ao longo dos últimos anos, colocando o
país no terceiro lugar no ranking populacional prisional mundial, com mais de 750 mil
pessoas jovens, negras, com baixa escolaridade e que se encontram em situação de grande
vulnerabilidade. Metade das instituições prisionais brasileiras não possuem consultório
médico e historicamente, as ações de saúde têm sido de cunho reducionista e biologicista,
demandando estratégias que superem estes os aspectos na abordagem de saúde deste
grupo. Estudos apontam que há muitas mortes que poderiam ser evitadas entre as pessoas
que estão presas, revelando a desassistência e exclusão destas pessoas do Sistema Único
de Saúde (SUS).
O acesso a saúde no âmbito prisional está previsto pela Lei de Execução Penal
(LEP) e sua inclusão no SUS tem se dado através da Política Nacional de Atenção Integral
à Saúde da Pessoa Privada de Liberdade, a PNAISP. Esta política que tem como diretriz
principal o atendimento às pessoas presas em todos os níveis de complexidade, ampliando
e organizando desde as formas de financiamento das equipes de saúde prisional até as
principais ações de saúde para as pessoas presas, incluindo ações de educação em saúde.
Diante desta realidade, surge a proposta de realização de encontros para discussão
sobre saúde com pessoas privadas de liberdade, envolvendo estudantes dos cursos de
graduação em saúde da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) e
profissionais de saúde que atuam na unidade de saúde da Penitenciária Lemos
Brito(PLB), na cidade de Salvador, Bahia. A intervenção em tela encontrou amparo na
131
equidade que, enquanto princípio do Sistema Único de Saúde, permite uma abordagem
de saúde diferenciada, reconhecendo as necessidades e especificidades das pessoas que
se encontram em desvantagem no acesso a saúde e as assimetrias que incidem nas pessoas
que se encontram presas.
A iniciativa foi acolhida em parceria entre a direção e a equipe de saúde da
Penitenciária Lemos Brito, a instituição de ensino Escola Bahiana de Medicina e Saúde
Pública/Coordenação da disciplina Prática Interprofissional em Saúde e as pessoas
privadas de liberdade, pois o tema saúde das pessoas privadas de liberdade encontra
pouco ou nenhum espaço durante o processo de formação de profissionais de saúde. Neste
sentido, a proposta apresentada ganha relevância no caminho para a superação dos
estigmas que envolvem as pessoas presas, o espaço prisional e o cuidado a saúde desta
população. Na PLB existem 03 equipes de saúde, cada uma com: 01 médica,
01enfermeira, 01dentista, 01 técnica de enfermagem e 01 técnica de higiene dental, as
quais se dividem para o atendimento a população prisional. A unidade ainda conta com
01 psiquiatra, 02 assistentes sociais e 02 psicólogas para as pessoas presas naquela
unidade. Foi identificado que as equipes de saúde prisional se encontram imersas em
práticas individuais de assistência, reservando pouco ou nenhum espaço para atividades
coletivas de promoção da saúde e prevenção de agravos.
Os encontros ocorreram semanalmente, de agosto a dezembro de 2022, nas
dependências do Módulo IV da PLB, que abriga aproximadamente 150 pessoas em
situação de prisão. Este módulo, juntamente com os Módulos I, II, e V, compõe a
Penitenciária Lemos Brito. Esta unidade prisional é a maior em regime fechado de prisão
e é a mais antiga em funcionamento no estado e foi erguida na década de 1950, no bairro
da Mata Escura, na cidade de Salvador. Atualmente tem capacidade para 771 pessoas,
mas abriga, aproximadamente 1000 pessoas, acomodadas nos quatro módulos. Lá, as
pessoas já estão condenadas pelo sistema de justiça criminal e terão de cumprir a pena de
privação de sua liberdade, devendo os demais direitos serem resguardados pelo Estado,
entre eles, a saúde.
Objetivos da experiência: 1. Realizar encontros entre estudantes dos cursos de
graduação em saúde, profissionais de saúde e pessoas privadas de liberdade para a saúde,
na Penitenciária Lemos Brito, em Salvador, Bahia de agosto a dezembro de 2022; 2.
Promover práticas de educação em saúde para a população privada de liberdade no
módulo IV da Penitenciária Lemos Brito, em Salvador, Bahia; 3. Promover a participação
e a corresponsabilização no cuidado a saúde da população prisional, através da abordagem
132
dos seus principais problemas de saúde, fortalecendo a adesão das pessoas presas;
4.Potencializar o processo de trabalho da equipe de saúde prisional, com vistas a melhoria
das condições de saúde da população privada de liberdade; 5.Introduzir o debate sobre o
cuidado com equidade, com ênfase nas necessidade de saúde das pessoas presas, no
processo de formação de profissionais de saúde de forma precoce e contextualizada
(graduação e profissionais de saúde); 6. Garantir o acesso aos cuidados em saúde dentro
dos princípios do SUS, tendo a educação em saúde como uma importante ferramenta no
cuidado na Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
As práticas de educação ocorreram no interior do Módulo IV da Penitenciária
Lemos Brito, de agosto a dezembro de 2022. Lá se encontram homens jovens e adultos,
mulheres trans e pessoas idosas, muitas delas com limitações físicas. O processo de
preparação para a realização das práticas educativas envolveu seis momentos. No
primeiro momento ocorreu a preparação para entrada no território, com duração de cinco
semanas com os estudantes da graduação, envolvendo discussão e aproximação com a
literatura que versa sobre práticas interprofissionais em saúde, políticas e ciclo de
políticas de saúde, políticas de saúde para pessoas privadas de liberdade, atividades em
grupo e trabalho multidisciplinar em saúde. O segundo momento, a territorialização,
envolveu a realização de uma visita dos estudantes para conhecer o território, aqui
identificado como a PLB, reconhecendo a estrutura e a dinâmica de funcionamento da
instituição. Após a territorialização, o terceiro momento foi uma reunião com a equipe de
saúde, oportunidade em que os profissionais diversos informaram os principais agravos
que incidiam na população atendida, além das dificuldades encontradas pela equipe de
saúde para o cuidado das pessoas. No quarto momento, houve uma roda de conversa com
as pessoas privadas de liberdade onde ocorreu a apresentação dos estudantes, a
apresentação da disciplina Práticas Interprofissionais em Saúde e o levantamento dos
principais problemas de saúde identificados pela população prisional o público. No quinto
momento os estudantes se reuniram para discutir a territorialização, as informações
fornecidas pela equipe de saúde e pelas pessoas em situação de prisão, articulando com a
literatura e as discussões realizadas na fase de preparação. Foram identificados os
principais temas elencados em comum com vistas a priorização das temáticas a serem
trabalhadas, levando em conta a estrutura e a dinâmica de funcionamento da unidade
prisional, com destaque para questões de segurança, os limites e possibilidades apontados
133
pela equipe de saúde e pelas pessoas presas. No sexto momento, houve uma reunião para
a apresentação e discussão da proposta de intervenção, com temas escolhidos, datas,
prazos, formato da atividade e responsabilidades para as práticas de educação em saúde
dentro a unidade prisional, com a PPL, profissionais diversos da equipe, coordenações de
saúde e segurança, estudantes e responsável pela disciplina Práticas Interprofissionais em
Saúde. Como parte do processo, foram ajustados e pactuados encontros semanais dentro
do Módulo IV da Penitenciária Lemos Brito, nas segundas-feiras, das 14h as 17h, em
horário adequado de forma a respeitar as regras de segurança para entrada na unidade, e
também a rotina dos internos da penitenciária e da instituição, sobretudo observando o
horário em que é servida a refeição da noite, a qual é fornecida no final da tarde.
Entre os temas elencados estão: Saúde do Homem, Depressão, Cefaléia,
Hipertensão, Diabetes, Alimentação saudável, Prevenção de doenças, Saúde da população
LGBTQIPNA+, Infecções sexualmente transmissíveis em seus eixos de prevenção,
tratamento e recuperação, além da abordagem dos mitos que envolvem estes temas.
Foram realizados 12 encontros semanais, com uma variação de participação em
torno de 20 a 40 pessoas presas, aproximadamente 05 profissionais da equipe de saúde da
atenção primária prisional (EAP) que se revezam na participação - para que a assistência
a saúde seja mantida para as demais pessoas presas -, 10 estudantes de graduação das
diversas áreas de saúde matriculados na disciplina de Práticas Interprofissionais em
Saúde, promovida pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) e também
em torno de 02 a 03 policiais penais que atuam no serviço de saúde e/ou no módulo
prisional em questão. A realização das atividades recebe apoio da direção da Penitenciária
Lemos Brito, da coordenação de saúde da unidade prisional e da coordenação da
disciplina da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Transversalizando os encontros são discutidos temas que permitem um olhar com
equidade para a complexidade que envolve o debate sobre as prisões e sua função social,
como o surgimento e o papel das prisões, relações étnico-raciais e encarceramento,
gêneros e prisão, políticas de guerra as drogas, abolicionismo penal, aproximando os
estudantes, a equipe de saúde e as pessoas presas da produção de autores como Angela
Davis, Loic Wacquant, Michel Foucault, Luis Carlos Valois, Ruth Gilmore, entre outras.
Ainda que não haja tempo hábil para um aprofundamento da produção destes autores, as
suas trajetórias acadêmico-políticas são apresentadas em sua interlocução com realidade
prisional. Além disto, os livros e textos destes e outros autores são apresentados ao longo
134
dos encontros sob a forma física para que o grupo possa conhecer e são disponibilizados
ao grupo, quando demandado.
Foram realizados: exposição dialogada, jogos, dinâmicas de grupo, Rodas de
Conversa. Ao final de cada encontro como os diversos atores envolvidos, foi realizada
uma avaliação qualitativa com o grupo e depois separadamente com o grupo de estudantes
e equipe de saúde. Os principais desafios encontrados estão relacionados a logística de
funcionamento de uma unidade prisional, onde as rotinas e horários e demandas de
segurança e judiciais vem em primeiro lugar. É necessário ultrapassar as barreiras criadas
pela sociedade em relação aos direitos das pessoas presas e os mitos sobre o perfil e
comportamento negativos das pessoas presas e também das pessoas que lá trabalham. Por
fim, a própria dinâmica da prisão (limites de segurança, funcionamento somado a
estrutura física e suas limitações) impuseram restrições para a realização de algumas
atividades e uso de equipamentos, a exemplo de exibição de filmes.
Resultados
Por meio desta experiência foi possível fomentar a participação das pessoas presas
em atividades de educação em saúde, através do contato com os temas discutidos que
promovem reflexões e outros olhares sobre o pensar e produzir cuidados em saúde para
as pessoas presas. Compreende-se que os resultados estão sendo colhidos pela equipe e
pela população prisional e também serão colhidos ao longo do processo de formação pelos
estudantes do curso de saúde da disciplina PIS e posteriormente no processo de cuidado
das pessoas com as quais estarão envolvidas. Também percebe-se algumas mudanças
provenientes dos encontros de educação: maior aproximação das pessoas presas com a
equipe de saúde, melhora da adesão medicamentosa e não-medicamentosa ao tratamento
da população prisional, uma maior compreensão da importância do pacto de
corresponsabilidade no cuidado a saúde, desconstrução de mitos sobre adoecimentos,
tratamento e cura de doenças crônicas transmissíveis e não transmissíveis, maior
compreensão dos profissionais de saúde sobre os limites e possibilidades para o cuidado
das pessoas que se encontram privadas de liberdade. Tem sido percebido pela equipe de
saúde uma sensível redução nos atendimentos das intercorrências das doenças crônicas e
suas descompensações.
As avaliações apontaram que os encontros foram bastante positivos e contribuíram
para a formação dos estudantes de saúde e para que as pessoas presas aprendam mais
sobre saúde e descontruam mitos sobre alguns temas. Dos principais objetivos,
135
destacamos a garantia do acesso aos cuidados em saúde dentro dos princípios do SUS,
com a compreensão da educação em saúde como uma importante ferramenta no cuidado
na Atenção Primária à Saúde. Ainda como parte dos resultados, temos a manutenção da
discplina Pratica Interprofissional em Saúde: Encontros de educação em saúde com
pessoas privadas de liberdade no primeiro semestre de 2023, uma vez que os impactos
positivos e benefícios gerados puderam ser identificados, para a equipe de saúde,
estudantes de graduação em saúde e pessoas privadas de liberdade.
Uma vez que se trata de atividades realizadas no interior de uma unidade prisional,
há restrições no que tange o registro e divulgação das atividades.
Para saber mais: Encontros de educação para a saúde com pessoas privadas de
liberdade
Para que vocês possam conhecer um pouco mais do nosso trabalho, podem acessar, nos
links abaixo, as informações sobre a disciplina PIS-Prática Interprofissional em
Saúde/Programa Candeal da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e um resumo
de artigo publicado nos Anais do 13º Congresso da Associação Brasileira de Saúde
Coletiva, que apresenta nossa primeira experiência em uma unidade prisional feminina
com a disciplina PIS, o qual nos ajudou a aprimorar a metodologia de nossa proposta de
intervenção.
bit.ly/EncontrosEducacao
136
Introdução
ainda a maior estratégia formativa no campo da educação popular em saúde, mesmo não
tendo sido possível renovar seu financiamento a partir de 2019, devido às mudanças de
governo e ao desinvestimento nas ações de educação popular e participação política.
Inicialmente o curso foi previsto para 7000 participantes, sendo que 70% das
vagas foram reservadas para ACS e AVS/ACE e o restante foi disponibilizado para outros
trabalhadores da atenção básica, representantes do controle social e de movimentos
sociais.
Metodologia/Desenvolvimento:
● Foram definidos seis eixos temáticos nos quais são abordados: gestão
participativa e sistematização de experiências; Educação Popular e o
Processo de Trabalho na Atenção Básica; Direito à Saúde e Promoção da
Equidade; Território, lugar de História e Memória; Participação no processo
de democratização do Estado; O território e o processo de saúde-doença-
cuidado;
Cada turma foi e continua sendo composta por até 35 educandos e dois
educadores, sendo um com graduação completa e experiência docente na área da saúde e
o outro com ensino fundamental completo e experiência de educação popular na área da
saúde ou em movimento social. Ambos desempenham papéis similares, sem hierarquia,
no desenvolvimento do curso.
Resultados
Também foi inovadora a proposta pedagógica que valorizou o educador que não
tinha graduação universitária, possibilitando incluir no processo de ensino aprendizagem
educadores que trouxeram a perspectiva dos movimentos sociais e experiência da
educação popular, legitimando diferentes saberes nesse processo. A integração entre a
dupla de educadores foi uma experiência muito rica, pela qual ambos aprenderam entre
si e com a turma.
bit.ly/Edpopsus
144
Introdução
O estado do Espírito Santo reúne inúmeras lutas históricas em prol dos direitos do
povo. Constituído de geopolíticas distintas e diversas, do campo à cidade, as regiões de
saúde encontram a preservação dos conhecimentos e práticas de saúde das comunidades
tradicionais e populares residentes em toda extensão estadual, uma vez que este é um
Estado fundamentalmente marcado pela presença de povos originários, populações
quilombolas, populações do campo, comunidade pesqueira e comunidades periféricas.
Com o objetivo de fomentar a implementação da PNEPS-SUS no Espírito Santo,
reconhecer os conhecimentos e práticas populares em saúde, contribuir para a formação
145
Metodologia
e educação popular em saúde nos territórios. Além disso, cada educador(a) popular
organiza os encontros comunitários, a partir de sua própria realidade, com temáticas
diversas, que fazem referência aos eixos acima. Sendo assim, cada educador e educadora
popular em formação, atua com outros sujeitos, havendo a práxis no processo formativo,
em que reflete sobre a sua realidade a partir dos estudos realizados teoricamente,
individual e coletivamente. Portanto, a reflexão-ação-reflexão, como processo contínuo
da formação, sendo (re)elaborado individual e coletivamente, foram, intencionalmente,
construindo uma prática emancipatória dos sujeitos em Movimentos, sendo possível pela
alternância pedagógica e acompanhamento por meio da supervisão e das formações que
são dialogadas e preparadas pela equipe.
Resultados e Considerações
Por isso, vale refletir sobre os encontros comunitários, que tem a intencionalidade
de construir mobilização para que sejam amplos e participativos, com as temáticas
geradoras e problematização. A partir das discussões provocadas por estes encontros,
espera-se a ampliação da participação e do controle social na saúde e a ampliação do
protagonismo popular. Espera-se que os sujeitos sejam capazes de refletir, propor e
desenvolver ações de mobilização pelo direito à saúde e a qualificação da participação
nos processos de formulação, implementação, gestão e controle social das políticas
públicas. Os encontros buscam também, produzir novos conhecimentos e sistematizar
saberes com diferentes perspectivas teóricas e metodológicas, tendo como resultado a
produção de ações comunicativas, conhecimentos e estratégias para o enfrentamento dos
desafios ainda presentes no SUS, a partir das diversas linguagens artísticas referenciadas
na realidade dos territórios e comunidades das regiões.
havendo dificuldade de colocá-los aqui porque são vários territórios e coletivos, assim
como educadores(as). Além disso, ainda não sistematizamos toda a experiência, o que
parte será realizada pela metodologia das Cartas Pedagógicas, inspiradas em Paulo Freire
- estamos atualmente em avaliação processual e final do projeto, o que contribuirá para a
organização da nova turma do Curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular em
Saúde.
bit.ly/PedPopSus
152
Introdução
Quem participou?
Metodologia/Desenvolvimento
Resultados
bit.ly/ManifestoOsasco
157
Movimento na Cidade:
a participação social no processo de promoção da saúde.
Introdução
Como forma de fortalecer e incentivar a prática de atividade física pela população
e de atender as demandas do Programa Brasil Saudável do MS, em 2006 surgiram os
Pontos de Encontro Comunitário (PEC), cuja finalidade seria o Brasil cumprir seu
compromisso com as diretrizes previstas pela Estratégia Global de Alimentação Saudável,
Atividade Física e Saúde, de modo a melhorar a qualidade de vida da população mundial
através da prática de atividade física.
No Distrito Federal, esses pontos de encontro foram implantados pela Secretaria
Especial do Idoso (SEI/DF), criada por meio do decreto nº 33.116, de agosto de 2011.
Esses espaços recebem o nome de Pontos de Encontro Comunitário, por serem pontos em
que todas as pessoas, incluindo idosos, podem se reunir para a prática de atividade física
e outras atividades culturais e de lazer, além de serem locais de socialização e inclusão
social.
Esses locais também funcionam com um incentivo à inclusão social e à melhoria
da autoestima das pessoas que os utilizam. Os PECs utilizam espaços de praças e parques
numa tentativa de revitalização de áreas públicas e estimular a prática de atividade física.
Por ser em locais públicos, sua utilização é livre durante todo o dia e seu uso é de inteira
responsabilidade do participante.
O Projeto Movimento na Cidade é um programa idealizado pelo Núcleo Ampliado
de Saúde da Família (NASF) da Unidade Básica de Saúde (UBS) 01 da Asa Sul, pelos
profissionais residentes Thiago Diniz (Profissional de Educação Física) e Rayssa Farias
(Nutricionista), em parceria com a gestão e as equipes de saúde da família (eSF). As
instituições envolvidas nesse projeto foram a Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz Brasília
e a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF). O projeto foi dirigido
158
aos moradores da Asa Sul, bairro da Região Administrativa do Plano Piloto, Brasília,
Distrito Federal.
O objetivo do Projeto Movimento na Cidade é ensinar os cidadãos a como utilizar
os aparelhos dos PECs de maneira adequada e não lesiva. Esses espaços constituem uma
importante ferramenta de promoção da saúde e são acessíveis aos mais diversos públicos.
Além disso, os PECs podem ser espaços onde a população pode socializar e criar vínculos
entre os moradores das quadras, especialmente o público idoso.
Quem participou?
As instituições e parceiros na execução do projeto foram a Fundação Oswaldo
Cruz - Fiocruz Brasília, a Gerência da UBS 01 Asa Sul vinculada à SES, no qual
contribuiu com a técnica para a realização do projeto, as eSFs que contribuíram com seu
trabalho e apoio e ao NASF, como apoiador na realização projeto. Além dessas
instituições, as prefeituras das quadras visitadas também contribuíram com a divulgação
e mobilização dos moradores.
O público-alvo deste projeto foram os moradores atendidos pela UBS 01 da Asa
Sul, onde o projeto foi desenvolvido. Apesar de ser localizada em bairro nobre de Brasília,
a UBS em questão atende uma população bem heterogênea, com moradores dos mais
diversos níveis sociais e etários e possuem níveis de escolaridade variados. No período
compreendido entre os dias 01/05 a 30/09/2022 foram realizadas visitas às 16 PECs,
atendendo a mais de 100 moradores da Asa Sul.
Metodologia/Desenvolvimento
O projeto Movimento na Cidade foi derivado do projeto Espaço Saúde, onde
foram oferecidas atividades que buscavam promover saúde através da mudança de
hábitos, através da atividade física e da orientação da alimentação saudável nos
equipamentos públicos de saúde localizados na UBS 01 da Asa Sul. Sendo assim, a
proposta do projeto foi visitar as quadras da Asa Sul junto à eSF responsável pela área
para realizar atividades de promoção da saúde e buscar aproximar mais a população das
suas respectivas equipes. Para isso, foram realizadas reuniões com as eSFs para planejar
um cronograma onde as equipes disponibilizassem horários para as intervenções nas
quadras. Além disso, foi realizado o contato com as prefeituras das quadras para viabilizar
o acesso e divulgação dos dias e horários em que o projeto estaria sendo realizado na
quadra.
159
Buscando não restringir o acesso a apenas algumas áreas, foi realizado um rodízio
entre as equipes de saúde da família, ou seja, o projeto não foi desenvolvido duas semanas
consecutivas na área de uma mesma equipe. Os critérios de seleção dos locais foram o
engajamento da comunidade e o interesse dos mesmos em ter o projeto em suas quadras.
Dessa forma, quadras que mostraram mais interesse da comunidade com o projeto foram
priorizadas.
Foram realizadas visitas em diferentes PECs da Asa Sul, semanalmente, cada qual
em 2 dias diferentes e intercalados da semana, onde o profissional de educação física
orientou a população a como realizar exercícios de maneira correta nos PECs, dando dicas
e sugestões de exercícios. Em casos excepcionais, o cronograma poderia ser flexibilizado,
seja por conta da indisponibilidade da equipe ou por condições climáticas.
Para a divulgação foram confeccionados panfletos e banners que foram
compartilhados com as eSFs para que sugerissem a participação de seus pacientes e com
as prefeituras, para que distribuísse e divulgasse os materiais nos prédios das quadras.
Além disso, também foram criadas postagens nas redes sociais das quadras para que a
divulgação fosse ampliada. Já para a execução dos exercícios propostos, foram utilizados
todos os aparelhos disponíveis (simulador de caminhada, esqui, pressão de pernas,
multiexercitador, alongador, simulador de cavalgada, remada sentada, surf, rotação dupla
diagonal e rotação vertical) e alguns exercícios foram adaptados para serem realizados na
estrutura dos aparelhos, como agachamento, elevação lateral da perna e panturrilha.
Contudo, algumas dificuldades foram encontradas para a realização do projeto.
Uma dificuldade está relacionada à divulgação do projeto, onde sem os veículos de
comunicação via rádio, TV e internet, não é possível atingir grande parte da população,
que sequer sabe da existência. Outro fator importante para a aplicação e expansão do
projeto é a falta de contratação de profissionais de educação física para cargo efetivo na
Secretaria de Saúde. Os únicos profissionais de educação física com vínculo à SES são
residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica da Fiocruz,
cujo vínculo se encerra em 03/2023. Dessa forma, é importante que esses profissionais
sejam incluídos no quadro de servidores efetivos, pois podem contribuir para a promoção
da saúde dos moradores do DF já na Atenção Primária.
Outro desafio encarado foi o processo de trabalho junto às eSFs. Observou-se que
parte dos profissionais possuíam interesse em participar e auxiliar no planejamento e
execução do projeto, se disponibilizando a organizar a rotina de trabalho para encaixar as
atividades dentro de suas agendas. Contudo, não foi uma disposição comum de todos os
160
Resultados
Diversas pessoas buscavam os grupos da UBS para aprender a como utilizar de
forma adequada os PECs e muitos passavam a realizar os exercícios próximos às suas
moradias. Pudemos visualizar que, apesar de gerar independência, esse movimento gerou
um distanciamento entre a população e a UBS. A ideia do trabalho em grupos é fazer com
que as pessoas busquem condições de apoio e socialização, estimulando sempre uma
aproximação entre as pessoas. Assim, a partir da demanda percebida durante o grupo e
para buscar uma maior aproximação com a comunidade, foram discutidas propostas com
o NASF e as eSFs para que as experiências e o acesso à orientação e educação permanente
em saúde pudessem ser ampliados para uma maior parcela da população.
Dessa forma, optamos por nos deslocar para fora da UBS, onde as pessoas
pudessem se sentir mais próximas da sua realidade, além de desmistificar a ideia de que
a saúde só é trabalhada dentro do consultório. Assim, acreditamos que aproximar a
comunidade das equipes fortalece não só as suas relações entre o Sistema Único de Saúde,
mas também fazer com que as pessoas explorem as praças e os equipamentos públicos
para a promoção da saúde.
Se analisarmos que são mais de 570 PECs distribuídos no DF e que próximo a
maioria das UBSs existe ao menos um PEC, é possível compreender que esse projeto
pode ser expandido para todas as RAs do DF. Portanto, existe espaço e demanda para
aplicação em demais regiões, principalmente regiões mais vulneráveis
socioeconomicamente. Levar a promoção da saúde através da atividade física para a
população, independente de classe social ou renda, deveria ser uma prioridade dos planos
de governo.
Segundo o próprio relato dos participantes, muitos não sabiam utilizar os
aparelhos e/ou utilizavam de maneira inadequada e, após as intervenções, começaram a
frequentar mais vezes os PECs e seguir as recomendações dadas pelo profissional de
educação física. Alguns participantes relataram inclusive que a forma como realizavam
os exercícios provocavam dores pelo corpo, e quando receberam as orientações,
começaram a observar mais o seu corpo e como é importante a execução adequada dos
exercícios para prevenir lesões e dores.
161
ações em promoção da saúde propostas pelo governo, uma vez que precisam ser eficazes,
de bom uso, acessível e adequada a todos.
bit.ly/MovimentoCidade
163
Renata Soares de Souza - Assistente Social, Silvia Andrea Viera Aloia - Administradora em Sistemas e
Serviços de Saúde, Rafaela Queiroz, psicóloga; E mail para contato:
[email protected], [email protected]
Introdução
Esta experiencia decorre não somente dos dados abaixo citados, como de nossa
vivencia no movimento social através de acolhimentos e a parceria com a área da saúde
e o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas. Alguns fatos caracterizaram a maior
percepção da sociedade quanto a um risco eminente nas relações de afeto, amor, paixão,
desejo, dentre outras. Num tempo anterior a Epidemia do HIV/AIDS, pouco se discutia
sobre sexualidade, o assunto era tido como tabu e proibido qualquer diálogo público sobre
o assunto.
63,2% em negras (13,7% de pretas e 49,5% de pardas). No período de 2000 até junho de
2022, foram notificadas no país 149.591 gestantes/parturientes/puérperas infectadas pelo
HIV, das quais 8.323 no ano de 2021.
Entre os anos de 2011 e 2021 o total de jovens com HIV, de 15 a 24 anos, de ambos
os sexos, foi de 52.513 que evoluíram para AIDS, mostrando a importância do
desenvolvimento da doença nessa faixa etária e a necessidade de envidar esforços para a
vinculação desses jovens nos serviços e adesão à terapia antirretroviral (TARV). Apesar
do adoecimento por AIDS, da mortalidade e de novas infecções terem reduzido, segundo
o mesmo boletim, sabe-se que há subnotificações podendo não trazer ainda dados exatos,
mesmo assim foram notificados 11.238 óbitos em 2021. Dentre estes dados cerca de 108
mil pessoas no Brasil desconhecem seus status sorológico.
No mês de Abril de 2022, o Fundo Posithivo publicou o 10º edital público para
financiamento de projetos de prevenção ao HIV e outras infecções sexualmente
transmissíveis com estratégias inovadoras de prevenção. Foram inscritos 51 projetos de
vários estados brasileiros, sendo 15 selecionados. O tema da seleção foi promoção de
ações de prevenção ao HIV/AIDS, incidência politica e assistência.
assim como falar sobre os danos causados pelo estigma, preconceito e discriminação em
relação à prevenção.
Metodologia
Resultados:
167
bit.ly/Posithivas
168
Introdução
O município de Mazagão, que fica na região sul do estado do Amapá, tem um
forte histórico no tocante aos casos de malária. O município é considerado prioritário para
o ministério da saúde, no que se diz respeito a estratégias de combate, visando a
eliminação da doença. No ano de 2019, foram registrados 1860 casos, sendo 576 casos
na população infantil de 1 a 14 anos, o que configura que 40% dos casos de malária do
município foram em crianças e em sua maioria na zona rural. A malária em crianças vai
além do sofrimento pelos sintomas clínicos, também está atrelada ao baixo rendimento e
evasão escolar e ao declínio na interação social, pois a criança com malária não brinca.
O Departamento de Vigilância Ambiental vem trabalhando a
multidisciplinariedade, fazendo parcerias e trabalhando de forma integrada com outros
níveis de atenção à saúde. Uma das ferramentas usadas para fortalecer essa rede de
comunicação para prevenção foi o PSE (Programa Saúde na Escola). O município de
Mazagão possui 56 escolas, 3906 alunos e 336 professores. Ao mensurar esse corpo
pedagógico, vemos um grande potencial educativo para combate da malária. Enxergar a
criança como multiplicadora de informação a serem disseminadas na sua comunidade é
uma estratégia de educação que além de promover saúde, promove também a educação
autônoma.
O projeto brincar para eliminar teve o início da sua execução no ano de 2020 e
tem como seu objetivo tornar as crianças protagonistas do processo de prevenção da
malária, oferecendo conhecimento de forma equânime, pedagógica e divertida.
Quem participou?
Deste o processo de planejamento até a avaliação contamos com varias entidades
atuando como parceiras e mentoras de algumas das ações. A secretaria municipal de
169
Metodologia/Desenvolvimento
O desenvolvimento da experiência começou com o planejamento baseado no
levantamento de dados. Criamos um fluxo de trabalho que ajudou a reunir ferramentas
que embasassem nossas ações. Tais ferramentas tinham que ser interdisciplinares, pois
tinham que mostrar a realidade da educação e também da saúde. Então começamos a
elaborar a estratificação epidemiológica e traçar o perfil das áreas com mais casos de
malária. De forma articulada, também estávamos analisando o censo escolar e a PENSE
(Pesquisa Nacional de Saúde Escolar), bem como as bases da educação do campo, tendo
em vista que a maiorias das escolas estão inseridas em zonas rurais. A partir dessas
análises, selecionamos as duas localidades piloto, sendo elas as comunidades do carvão e
do rio preto.
Resultados
A experiência BRINCAR PARA ELIMINAR traz em sua essência a quebra de
barreiras de comunicação com o público infantil, buscando de forma equânime tornar as
questões pertinentes à prevenção e ao combate à malária mais acessíveis e fluidas
171
metodologicamente. A informação tem que ser compreensível para o receptor. Por esta
razão, utilizamos a educação popular em saúde e as práticas pedagógicas, pois são
perspectivas que consideram a realidade dos educandos para a definição dos conteúdos,
dos materiais didáticos e dos processos interacionais. A intersetorialidade tem sido um
grande aliado para a continuidade do projeto, pois a divisão de tarefas faz com que tanto
a vigilância ambiental, como a atenção básica, por intermédio do PSE, sintam-se
responsáveis pelo processo educativo das crianças e pelo enfrentamento à malária
melhorando as condições de saúde da população.
Em suma, nossa maior missão é fazer com que as crianças aprendam brincando,
tendo em vista que brincar, além de ser a forma natural de expressão e relação da criança,
propicia inúmeros benefícios a saúde, ao desenvolvimento, a aprendizagem e, sobretudo,
à qualidade de vida. Ao todo foram mais de 300 crianças alcançadas pelas atividades,
crianças essas oriundas das localidades ribeirinhas e extrativistas do município.
A adesão e o encantamento da população com as atividades foram massivas, era
notório o brilho nos olhos das crianças que aprendiam enquanto brincavam, ao termino
das ações recebíamos os abraços calorosos da população que sempre vinha com um relato
ou fala de que nunca tinham visto as crianças tão fascinadas por uma temática da área da
saúde, que era uma novidade ver os pequenos entendendo de um assunto tão sério e que
historicamente sempre esteve presente na vida dos habitantes do município.As
brincadeiras geraram dados epidemiológicos muito positivos.
Identificamos a redução de 29% dos casos de malária nas crianças com a faixa
etária atendidas pelo projeto, foram 40 casos a menos. Como legado deixamos um vasto
acervo de material educativo, jogos, animações e brincadeiras para que essa temática
possa continuar perpetuando-se de forma lúdica e prazerosa.
Temos muitos materiais e fotos, temos também uma animação infantil e um vídeo
institucional do projeto.
172
bit.ly/BrincarparaEliminar
173
“Escucha Activa”
Buenos Aires – República Argentina
Introducción
El Gobierno de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires, a través de la Secretaría de
Bienestar Integral, llevó adelante la primera encuesta post-pandemia sobre soledad no
deseada en personas mayores. En una muestra representativa de vecinos mayores de 60
años, se midieron distintas variables para una comprensión integral de la realidad de las
personas mayores en la Ciudad, específicamente sobre aquellos factores que pueden
incidir en su percepción de la soledad no deseada y sentimiento de tristeza. La soledad no
deseada es la sensación subjetiva de tener menor afecto y cercanía de lo deseado en el
ámbito íntimo, relacional y/o comunitario. El aislamiento y la soledad constituyen una
problemática frecuente en la sociedad, pero se presenta con más fuerza en las personas
mayores debido a que en esta etapa de la vida pueden aparecer cambios que alteran las
relaciones afectivas, los ingresos económicos, la composición del hogar y, por sobre todo,
la salud. La Ciudad de Buenos Aires es uno de los distritos más envejecidos del país: 1
de cada 4 vecinos tiene 60 años o más. La vejez se reconoce como una etapa en la que las
personas están más expuestas a encontrarse o sentirse en situación de soledad de manera
involuntaria, pudiendo esto impactar de forma negativa en la salud y el bienestar, al
repercutir en su estado anímico. Algunos datos de la encuesta mencionada anteriormente
nos arrojaron que, más del 50% de las personas encuestadas presentaron sentimiento de
tristeza de manera recurrente. Desde el Gobierno de la Ciudad trabajamos la salud de las
personas desde una mirada integral, para potenciar el bienestar de la comunidad, en todas
las etapas de la vida entendiendo que cada vejez es única. Esto implica abordar la soledad
no deseada de manera innovadora y creativa, impulsando la integración y la construcción
de redes para las personas mayores y su entorno. En ese marco, surge Escucha Activa, un
espacio de diálogo y acompañamiento para personas mayores, con el fin de fomentar su
integración a través del diálogo y de la empatía
El principal objetivo es que las Personas Mayores reciban acompañamiento
afectivo que las ayude a motivarse y estimularse, que las pueda orientar ante determinadas
situaciones y, fundamentalmente, contribuya a reducir la sensación de soledad y el
aislamiento.
¿Quién participó?
Es un canal de recepción de las demandas de las personas mayores que requiere
articulación y coordinación con diversas áreas de gobierno. La colaboración requiere
174
Metodología/Desarrollo
Escucha Activa fue creado en octubre de 2022 para brindar a las personas mayores
un espacio libre de prejuicios, y para que puedan sentirse acompañadas cuando lo
necesiten. El programa fue pensado para promover la participación e integración social,
y brindar un ambiente amigable a los adultos mayores que marquen el #147 (Opción 5).
También se puede acceder al servicio desde otras localidades de Argentina, marcando un
número alternativo: #08009992727 (Opción 5). Del otro lado de la línea, hay un operador
del call center que ha sido capacitado por especialistas en gerontología para escuchar
atentamente e identificar las necesidades de la persona que llama y sus intereses. El
operador tiene acceso a todos los programas y actividades que se realizan en Buenos Aires
para mayores de 60 años.
Escucha Activa comienza a desarrollarse a partir de la necesidad de abordar en
clave de derechos la soledad no deseada y el aislamiento en las personas mayores de la
Ciudad de Buenos Aires como factores que afectan a la salud integral de esta población.
Su implementación incluye las reuniones de trabajo en las que se recogieron compromisos
de colaboración y articulación de las áreas de la Secretaría. Para esto, se realizó un
relevamiento inicial de programas, proyectos y actividades orientadas al segmento de
personas mayores del Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires, con el objetivo de
centralizar, promover y difundir las actividades especialmente diseñadas para fomentar la
participación comunitaria de las personas mayores entre las personas que se comuniquen
telefónicamente a través de la línea 147. Para brindar la atención a las personas mayores,
se acordó con el call center proveedor del servicio llevar a cabo capacitaciones periódicas
sobre buenos tratos, escucha empática, el funcionamiento de los dispositivos de abordaje
de situaciones de las personas mayores, entre otras cosas. El equipo de operadores,
ejercita una escucha atenta, activa y empática, libre de prejuicios y pensada para ser un
espacio de acompañamiento y contención. Para todas las etapas de implementación, se
realizaron testeos territoriales del dispositivo. Se avanzó mediante la centralización de la
información de todas las actividades dirigidas a la población mayor de la Ciudad, teniendo
en cuenta que en Buenos Aires, 1 de cada 4 personas es mayor de 60 años. El análisis y
seguimiento constante de las problemáticas presentadas es parte de la metodología
aplicada en el desarrollo del Programa.
175
Para dar a conocer Escucha Activa a las personas mayores y a la ciudadanía en general,
se realizaron múltiples acciones de difusión, tanto territorial como virtual a través de las redes de
comunicación oficiales de las diferentes reparticiones del Gobierno de la Ciudad Autónoma de
Buenos Aires. Para dar a conocer Escucha Activa, se partió de la encuesta de soledad no deseada,
la primera que se realizó post pandemia. Se visitaron espacios en desarrollo de la Secretaría, como
talleres y capacitaciones de inclusión digital, se promovieron y realizaron espacios de formación
en organismos públicos sobre atención gerontológica, talleres y mesas de trabajo con centros de
salud, coordinadores de centros de día y coordinadores de centros de jubilados, entre otros. Se
realizaron actividades de difusión y explicación del Programa, además de las ya mencionadas
capacitaciones periódicas que se realizan en el marco de la actualización constante a operadores
del 147.
Resultados
Al ser una política recientemente desarrollada, hasta el momento ha tenido un
alcance y recepción generalizada que viene superando las expectativas de la Secretaría.
Hasta el momento, el canal del programa ha recibido más de 16.000 llamadas. Entre las
actividades proyectadas para Escucha Activa, se encuentra la difusión y promoción
ampliada en distintas localidades, por lo tanto, se espera un impacto gradual que
contribuye con el objetivo de reducción de la soledad no deseada en las personas mayores.
En esta etapa inicial, el eje está en el testeo territorial basado en la recolección del
feedback, la difusión y la implementación articulada entre áreas. La implementación dió
cuenta de la necesidad de realizar mesas de trabajo articuladas para el seguimiento de las
situaciones que requieren intervención, la necesidad de protocolizar y estandarizar las
derivaciones entre el sistema de cuidados, las inscripciones a los distintos programas y la
necesidad de revisión constante de la información brindada por el operador a la persona
mayor que se comunica. Hasta el momento, se ha cumplido la etapa inicial de alcance
esperada. Los próximos pasos incluyen el fortalecimiento institucional de áreas que
tengan atención a personas mayores, con el objetivo de concientizar a los equipos de
agentes que prestan servicios en el Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires en primera
instancia, y luego poner a disposición de otras localidades, la herramienta de manera
progresiva. Teniendo como faro la disminución de la soledad no deseada y el aislamiento
en las personas mayores y disminuir el impacto que esta problemática tiene en la salud
integral de las personas mayores.
Uno de los principales problemas que tuvimos que superar fue la brecha
generacional entre las personas mayores usuarias del servicio, y los operadores de la línea
#147. Fue posible abordar este desafío a través de una instancia de testeo territorial, donde
las personas fueron invitadas a probar la plataforma, y realizar una devolución con
comentarios que se tradujeron en espacios de capacitación a los operadores del call center
Las capacitaciones se realizan en forma continuada por parte de especialistas en
gerontología con los operadores para que la atención sea la mejor posible, entendiendo
que, las personas mayores que utilizan el servicio son protagonistas y su feedback es
invaluable para nosotros. Como principales dificultades podemos señalar la gran cantidad
de información que se centraliza a través del operador en la línea. Mantener las bases de
datos actualizadas con días, horarios, direcciones, teléfonos, correos, etc., ha requerido
176
bit.ly/EscuchaArgentina
178
Introducción
La provincia de Chubut (uno de los 24 estados provinciales de la República
Argentina) se caracteriza por un territorio extenso (224.686 km2) y escasamente poblado
(603.000 Hab, 2022), donde sólo cinco ciudades concentran el 82% de la población. El
proyecto se realizó en comunidades definidas como rurales y remotamente situadas de la
Provincia de Chubut algunas de ellas con vías de acceso de difícil tránsito, pero que
mayoritariamente se localizan alrededor de rutas principales (rutas 26, 40 y 25) que las
conectan con localidades de mayor jerarquía del sistema urbano provincial-regional
(ciudades pequeñas y medianas que no superan los 250.000 habitantes) (ver cuadro 1).
Las distancias entre estas comunidades rurales usualmente son amplias, pero cuando estas
distancias no son tan extensas se relacionan de un modo más estrecho definiendo flujos y
trayectorias comunes.
Cuadro 1: Localidades rurales seleccionadas Provincia del Chubut por habitantes y
distancia a centro de referencia.
Sección Localidades Tipo de servicio Habitantes 2022 Distancia a
(proyectado) maternidad de
referencia
¿Quién participó?
180
Metodología/Desarrollo
Si bien este proyecto no censura otros aportes metodológicos, en términos
generales se asume como parte del enfoque de pesquisa cartográfica ya que propone la
incorporación de múltiples vectores para la comprensión de una realidad compleja; la
investigación intenta acceder al” plano común” que articula, conecta y moviliza esas
diferentes aristas de la realidad, tensionando la perspectiva desde la posición y
experiencia (como elemento central del análisis) de diferentes sujetos-actores.
Analizando los diferentes momentos de este proyecto, el mismo podría identificarse con
las Investigaciones Participativas de Base Comunitaria (Community-Based Participatory
Researh o CBPR por sus siglas en inglés) con la diferencia que se enfoca en múltiples
comunidades y que incluye en su propósito el objetivo de armonizar el enfoque local con
181
Resultados
La población total de las comunidades donde se desarrolló esta experiencia suma
alrededor de 16800 personas aproximadamente; esto constituye la totalidad de las
personas que viven en el centro de la Provincia (conocido como meseta chubutense) y
183
una porción mayoritaria de la población rural que vive en las otras grandes regiones de la
provincia (costa Atlántica y Cordillera).
Si bien la población objetivo de este proyecto fueron mujeres y familias de zonas
rurales de la provincia de Chubut, en el desarrollo del proyecto notamos que un grupo
especifico -los trabajadores de salud de hospitales rurales- fueron especialmente
impactados por esta experiencia. En los 17 hospitales rurales y postas sanitarias
alcanzados, los miembros del equipo de salud son además miembros trascendentes de
las comunidades en estudio y por lo tanto actores clave en un fenómeno sanitario
(atención del EPP, un trazador destacado del desempeño de hospitales rurales y de
accesibilidad sanitaria global) pero también de la dinámica social comunitaria. En
términos generales podemos decir de las personas que han participado de este proceso
han expresado con claridad los siguientes adjetivos:
▪ Identidad: se han sentido identificados con los productos que se han generado de
este proyecto (trabajos de investigación).
▪ Pertenencia. Han manifestado que participar de un proceso de esta característica
fortalece el sentido de pertenencia a su comunidad.
▪ Gratitud. Fundamentalmente en aquellos procesos que implicaban escucha activa
de personas con gran experiencia.
▪ Confort. Describen como agradable y cómodo participar de los talleres de
cartografía social.
▪ Utilidad. Perciben que las herramientas que se utilizan en este proceso les puede
ser de utilidad para otros problemas sociales de envergadura que les afectan
(accesibilidad, desarrollo local, etc).
▪ Reflexión crítica. Los participantes perciben que son espacios donde se pueden
generar conocimientos basados en una reflexión de la realidad y un mayor
autoconocimiento.
Dado que el proyecto no ha finalizado aun (se espera ello ocurra en diciembre
2023) el proceso evaluativo del mismo no concluyó y existe la posibilidad de que surjan
nuevas ramas, productos intermedios o finales.
bit.ly/MaternidadesChubut
185
Carolina Cabello Aguilera, Área de Salud Corporación Municipal Viña del Mar [email protected];
Laura Hernández Norambuena, Jefe Centro de Salud Comunitario Las Palmas [email protected];
Marcela Gallardo Gómez, Asistente Social CESFAM Jorge Kaplan [email protected]; Vanesa Muñoz
Norambuena, Monitora Social, huertos comunitarios [email protected]; Estephania
Leyton Chacón, Centro de Salud Comunitario-Santa Julia [email protected]
Introducción
La comuna de Viña del Mar ubicada en la Región de Valparaíso conforma una de
las áreas urbanas más grandes y turísticas del país. La ciudad cuenta con 334.248
habitantes, representando un 18,4% de población regional, con una densidad poblacional
correspondiente a 2.748,8 hab./km2.
Para la cobertura de atención primaria de salud, se dispone de diez centros de salud
familiar, cuatro centros comunitarios de salud familiar, cinco servicios de atención
primaria de urgencia, y cuatro unidades transversales de: Droguería- Laboratorio,
Resolución de Especialidades Ambulatorias, Cuidados Radiológicos y Medicina
Complementaria.
Metodología y Desarrollo
• Boletín Atención Primaria de Salud Viña del Mar N°38, febrero 2018, encontrará
nota comunicacional sobre inauguración Sendero Ecológico Las Palmas.
• Boletín Atención Primaria de Salud Viña del Mar N°50, febrero 2019, encontrará
nota comunicacional Sendero Ecológico Las Palmas segunda etapa Pág. 4, y nota
comunicacional sobre habilitación huerto medicinal de la comunidad Nag Mapu
Pág. 7.
• Boletín Atención Primaria de Salud Viña del Mar N°46, octubre 2018, encontrará
nota comunicacional sobre inauguración Ecoplaza Los Pinos
• Registro fotográfico de huertos habilitados en Fan page de los centros de salud:
o CECOSF Achupallas Sergio Donoso Rodríguez;
o Centro Comunitario de Salud Familiar Santa Julia
o Junta de Vecinos El Olivar - Primera Etapa
190
bit.ly/HuertosComunitarios
191
Introducción
El COVID-19 trajo muchos desafíos para la humanidad en los aspectos sociales,
económicos, sanitarios y culturales. Provoco cambios significativos en el dia a dia de las
personas en consecuencia del aislamiento social. Asi fue necesario innovar para mantener
la salud física integral de los individuos, en especial, los jóvenes que mas sufrieron el
impacto del aislamiento social. Hay diversos trabajos que demuestran los efectos
favorables de las actividades físicas y mencionan los “efectos y beneficios y con bajo
costo para el control del asma y la salud en general”.
Participaron niños y jóvenes entre las edades de 10 a 17 años, de ambos sexos,
diagnosticados con asma o problemas alérgicos respiratórios.
La iniciativa partió de la Asociación Panameña de Asma y Deportes (APAD) con
el apoyo científico de un docente del programa de pós-graduación en Salud Publica
(PPGSP-UFC) de la Universidad Federal de Ceará- Brasil. La ejecución fue cordinada
por una profesora Magister de la APAD con la colaboración de profesores de educación
física y voluntarios. Las barreras para realizar las actividades fue la inexperiencia en este
tipo de estrategia metodológica para la elaboración de los entrenamientos. Los alumnos
tenían dificultades para tener una señal de internet que le permitiera hacer las actividades
y ni todos tenían un notebook o celular con internet. Por ese motivo fue reducido el
número de participantes en relación a los que ya realizaban los entrenamientos de manera
presencial. El propósito general de la intervención fue oportunizar actividades físicas y
deportivas on line con el intuito de ofrecer un factor de protección y dar mayor seguridad
a estos jóvenes que tenían una pre-disposición para problemas respiratorios, de esta
manera considerados de grande vulnerabilidad.
Metodologia/Desarrollo
192
sociales al igual que para el relato de este proyecto. Los niños y jóvenes practicaron los
ejercicios durante las clases virtuales para ejecutarlos de la mejor manera posible.
Una de las mayores dificultades fue el acceso a la plataforma, ya que para muchos
era la primera vez utilizando la plataforma Meet, pero, al pasar de los meses, todos fueron
aprendiendo y las clases se realizaron con una mejor fluidez de ambas partes.
Tuvimos varios puntos estratégicos para mantener las prácticas más divertidas y
variadas, pero siempre siguiendo una metodología adecuada. Por lo cual invitamos a
profesionales de educación física y nutrición
También se les explicó a los estudiantes que deberían ayudar en las tareas
domésticas para moverse y tener más tiempo activos, ya que eso les ayudaría con el
control del estrés y la ansiedad. Sin embargo, debemos seguir desarrollando estrategias
pilotos como estas que permitan a esta población mantener un estilo de vida saludable, ya
que somos promotores de salud.
Resultados
El mayor resultado fue poder contribuir con una propuesta innovadora de
protección y promoción de la salud de niños y adolescentes durante la pandemia. El
número reducido de jóvenes se debe a las dificultades con el acceso a internet.
El segundo resultado fue la posibilidad de contactar con otros profesores y
profesionales de la salud de otros países para intercambio de ideas prácticas de actividades
físicas y deportivas durante el aislamiento social. Que concluyo con la elaboración de un
libro intitulado “Actividad Física para Jovenes durante la Pandemia” disponible de
manera gratuita en formato digital para todos los profesionales de habla hispana y
portugués.
En relación a los resultados que median el esfuerzo subjetivo ayudo a desenvolver
una mayor sensibilidad al realizar los ejercicios físicos que ayudo también a reconocer
sua capacidad, tanto en los jóvenes como en sus familiares.
Se observó que entre los niños y adolescentes un total de 41,2% se mostró
ligeramente cansado y entre los padres 58,8%. Pudiendo observar que los familiares no
tuvieron una práctica constante, como fue en casos de los niños y adolescentes que
realizan sus prácticas de mayo a noviembre.
Conclusión
195
bit.ly/ActividadFISICA
196
Introducción
Nuestra historia como programa surge en el año 2008, cuando la Aux. De
Enfermería, Selva Tabeira decidió realizar un grupo de trabajo junto con Usuarios
internados en el Hospital Vilardebó. Comenzando a gestar un dispositivo de trabajo que
funcionará distinto a las lógicas propias del Hospital Psiquiátrico, así nace el Taller Sala
12. En él se enseñarán oficios (carpintería, serigrafía, herrería, albañilería, etc). Para el
año 2015 y viendo el compromiso de estas personas es que se creó la Residencia “el
Trébol” . Siendo esta una casa de medio camino para usuarios que se encuentran
internados y bajo un proceso de judicialización dentro del Hospital Vilardebó.
Contemplando la carencia en nuestro país de una opción destinada a la reinserción
laboral para estos usuarios, fue que en el año 2017 tanto la coordinadora como usuarios
crean la Cooperativa Social DODICI. Es de resaltar que en ese año también nacen los
apartamentos supervisados a distancia.
Continuando con la idea de profundizar las soluciones habitacionales para esta
población se funda en 2019 la cooperativa de vivienda, reciclaje y ayuda mutua
HAMABI. La misma tiene como objetivo que sus integrantes puedan contar con
viviendas dignas brindado soluciones habitacionales permanentes .
Por otra parte, la Sra. Tabeira, vislumbró la carencia de un órgano de asesoría
técnica en asuntos relacionados a la construcción y que tenga en cuenta la complejidad
del campo de la Salud Mental. Fue entonces que en el año 2019 nace el Instituto de
Asesoramiento Técnico (IAT) “3 de diciembre”. La Sra. Tabeira es su actual presidenta.
197
¿Quien participó?
Las entidades que colaboran o han colaborado con estos dispositivos son:
Comisión Honoraria del Patronato del Psicópata (CHPP), la Administración de los
Servicios de Salud del Estado (ASSE), Intendencia de Montevideo (IMM), Institución
Nacional de los Derechos Humanos (INDDHH), Instituto del Niño y el Adolescente del
Uruguay (INAU) Administración Nacional de Educación Pública (ANEP), Directores
Asociados de Espectaculos Carnavalescos Populares del Uruguay (DAECPU),
TENFIELD, Ministerio de Desarrollo Social (MIDES) y personalidades del ámbito
político y musical, entre otras.
198
Metodología/Desarrollo
Desde el año 2008 hasta la fecha el Taller Sala 12 está funcionando dentro del
Hospital Vilardebó. Este dispositivo se piensa como uno donde el Usuario pueda concurrir
y aprender a oficios así como también trabajar y confiar en el compañero. Dentro del
Taller, el usuario aprende hábitos de cuidado, usar herramientas, trabajar con los
materiales y hablar de sus conflictos mediante el trabajo. Esto también implica que, a
través del trabajo, el sujeto pueda reelaborar y resignificar situaciones vividas previo a su
internación. .
En el año 2015 se presentó una propuesta a CHPP para crear una casa de medio
camino que funcionara como una solución habitacional transitoria para los usuarios que
se comprometieron con el dispositivo taller. Fue así que una organización estatal, el
INAU, cedió una propiedad al CHPP para este fin. Para el 16 de setiembre del año 2015
comenzó el reciclaje de la futura Residencia, siendo los mismos usuarios los encargados
de llevar adelante el proceso junto con la Sra. Tabeira. El 13 de octubre del mismo año,
se inaugura la Residencia “El Trébol”.
Actualmente la Aux. Selva Tabeira es la Coordinadora de la Residencia, siendo
acompañada por un Psicólogo y cinco Operadores Terapéuticos que acompañan a los
residentes de la vivienda las 24hs. La misma se encuentra fuera del ámbito hospitalario y
es una casa de medio camino para usuarios que, estando en condiciones psiquiátricas de
egresar del Hospital Vilardebó, cuentan con la autorización judicial para ello. Cabe
resaltar que, para que un sujeto pueda ingresar a la residencia, es necesario que este haya
concurrido al Taller Sala 12 y ser evaluado en su desempeño.
Continuando, los sujetos que ingresan a la casa mantienen las tareas de
rehabilitación en el Taller, a la vez que participan en actividades comunitarias y retoman
hábitos de cuidado para consigo, su compañero y el espacio que habitan. También se
retoman hábitos de buena convivencia.Es de destacar que continúan sus controles
psiquiátricos en la policlínica del Hospital Vilardebó, y en el Instituto Técnico Forense
199
(ITF) debiendo informar sobre la evolución de acuerdo a lo estipulado por los jueces.
Por otra parte, se vislumbró que era necesario para la rehabilitación generar un
dispositivo que permita enfocarse en el área de reinserción laboral. Entonces en el año
2017 se propuso realizar una cooperativa social que funcione como lavadero industrial.
Se presentó un proyecto a CHPP y gracias a la organización estatal ANEP (que cedió en
comodato a CHPP el predio para realizar el lavadero) el proyecto se concretó.
Fue así que, desde el 15 de marzo del 2017 al 13 de julio de ese año fue realizada
la remodelación del local cedido y comienza a trabajar la Cooperativa Social DODICI
Cabe resaltar que los usuarios miembros de esta cooperativa además de contar con la
experiencia previa del Taller Sala 12, fueron capacitados en cooperativismo por el
Ministerio de Desarrollo Social (MIDES).
La Cooperativa Social DODICI se encuentra integrada por residentes y egresados
del Trébol (en su mayoría usuarios Judiciales) y tiene como objetivo reinsertar en el
mercado laboral a estos usuarios mediante el formato de lavadero industrial.
Además de esto se restauraron los apartamentos que se encontraban en el mismo
predio de la cooperativa, lo cual permitió generar egresos desde la Residencia “el Trébol”
para ahí, contribuyendo a incrementar la autonomía de los usuarios que se encontraban
preparados. Estos apartamentos son otro escalón hacia la autonomía progresiva del
usuario, permitiéndole, bajo una supervisión distinta a la de la Residencia “El Trébol”,
vivir en ellos y poder mantenerlos.
Cabe resaltar que, al igual que en la Residencia y la cooperativa DODICI los
usuarios fueron los encargados de su reciclaje y acondicionamiento.
Por otra parte, viendo la necesidad de contar con una solución habitacional real y
digna para estas personas fue que en el año 2019 se concreta la fundación de la
Cooperativa de vivienda, reciclaje y ayuda mutua HAMABI. Se proponen los mismos
usuarios construir, a través del formato del cooperativismo, 14 viviendas definitivas.
Cabe resaltar que, si bien se encuentra compuesta en su mayoría por los usuarios,
también hay personas que no tuvieron un pasaje por nuestro programa o internaciones en
el Hospital, lo cual hace aún más nutricia esta experiencia ya que se combate estigma y
la “getización”.
HAMABI continúa hasta la fecha realizando ventas económicas los domingos
para lograr juntar dinero y así abaratar costos en la futura obra. Actualmente los usuarios
se encuentran esperando a que la Intendencia de Montevideo de las llaves para el predio.
Por otra parte, dentro ese año, nuestra coordinadora en conjunto con otros
200
profesionales (un arquitecto, un contador, una escribana y una trabajadora social), crean
un Instituto de Asesoramiento Técnico (IAT) nombrado “3 de diciembre”. Su cometido
radica en asesorar en cuestiones relacionadas a la construcción desde todo ámbito posible
a este estilo de población. Su nacimiento se relaciona con que los IAT que se consultaron
se negaban a la posibilidad de trabajar con nuestros usuarios debido al estigma social que
se les adjudica.
Como facilitadores para el desarrollo de la experiencia se pueden encontrar el
lograr generar redes que permitan a estos proyectos sigan su curso a través de donaciones
estatales, privadas y anónimas. Además de esto el poder exponer las obras y poder mostrar
lo que los usuarios hacen día a día.
Una de las barreras que se puede ver desde el inicio de estas experiencias es el
estigma con que la sociedad carga a los usuarios en Salud Mental. Esto genera desde
respuestas negativas a la hora de solicitar ayuda, cuestionamientos en torno a la capacidad
que ellos tienen para desempeñar su trabajo o simplemente el abandono por parte de la
sociedad en su conjunto.
Resultados
Como se dijo más arriba, se logro impactar aproximadamente a 28 personas entre
los distintos dispositivos mencionados que en su mayoría tuvieron un trayecto de
institucionalización dentro del Hospital Vilardebó.
Absolutamente todos los integrantes de esta experiencia destacan los resultados
favorables de la misma ya que se encuentran trabajando y esperando la propiedad para
lograr empezar la refacción.
Dentro de las reformas realizadas en el Hospital Vilardebó por parte del Taller
Sala 12 se pueden destacar: remodelar la enfermería de Sala 12, el sector Post-mortem,
cancha de fútbol, sector de residuos contaminados, espacio de rehabilitación del sector
femenino, peluquería, se acondicionó el espacio de duchas y se pintó las paredes de la
sala 12, refacción de sala 11 luego de un motín, reforma de consultorios de sala 11,
reforma del salón gremial, perrera, amplicación del taller sala 12, baños de sala 8,
consultorio de las psiquiatras de sala 12, creación del espacio de recuperación patrimonial
del Hospital Vilardebó (museo), etc.
Es de destacar que además de esas reformas también se realizan obras de arte con
materiales en desuso (hierro, madera, mármol, plástico, etc) reciclándolos. Un ejemplo
son los bancos hechos con tapas de botellas y camas en desuso de la vieja colonia
201
Etchepare. Uno de esos bancos fue entregado al expresidente Jose “pepe” Mujica.
Fue posible concretar múltiples exposiciones en distintos lugares de Montevideo
para exhibirlas. Ejemplos son la exposición “decidimos irnos” realizada en el anexo del
palacio legislativo (año 2016) o las realizadas en el Centro Cultural Goes.
Desde el plano de la reinserción laboral, es de destacar que la cooperativa DODICI
logró lavar hasta 9000 kilos del ropa al mes para el Hospital Vilardebó no siendo este su
único cliente (cabe resaltar que trabajan con otras instituciones estatales). DODICI es
administrada enteramente por los usuarios integrantes, realizando el flete de la ropa, el
lavado, llevar actas, asambleas y todas las actividades inherentes a una cooperativa.
En conjunto con lo anterior, se destaca en sentido de pertenencia de los usuarios
para con este proyecto, trabajando todos los días como cooperativistas. Esto además
contribuye a que los usuarios (y técnicos) dejen de pensar desde un lugar de “paciente”
(Hospitalocéntrico) para lograr comenzar a posicionarse como cooperativistas,
trabajadores o compañeros.
Pasando al plano de la vivienda, la cooperativa de vivienda, reciclaje y ayuda
mutua HAMABI a logrado realizar ventas económicas, fletes de donaciones y asambleas
entre sus integrantes. Esto ayuda a la reinserción social y ejercicio de la ciudadanía ya
que como se mencionó, si bien HAMABI se encuentra compuesta en su mayoría por la
población de usuarios mencionada, la integran otras personas que no tuvieron un trayecto
por el Hospital.
Finalizando este escrito, mencionar que estamos concretando lo planteado por la
ley 19.529 aprobada en el año 2017, mejorando no solo las condiciones edilicias donde
cada usuario habita, sino que además se brindan alternativas concretas (como lo es el
trabajo y la vivienda) que contribuyen al campo complejo de la Salud Mental.
Es necesario resaltar en este escrito que los usuarios participaron desde el inicio
en estos proyectos, siendo cada dispositivo un resultado de su esfuerzo, constancia y
confianza. Son, en conjunto con la Sra. Tabeira, los protagonistas principales que lograron
(y continúan haciéndolo) cambiar su historia.
Para saber más acerca de nuestra historia e imaginar las actividades realizadas, ponemos
a disposición estos links de Youtube, un artículo e imágenes ilustrativas:
202
bit.ly/SaludMentalUruguay
203