SedimentaçãoHolocenicaPlataformaContinentalSalvador Renata Rebouças
SedimentaçãoHolocenicaPlataformaContinentalSalvador Renata Rebouças
SedimentaçãoHolocenicaPlataformaContinentalSalvador Renata Rebouças
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA
ÁREA DE GEOLOGIA MARINHA, COSTEIRA E SEDIMENTAR
TESE DE DOUTORADO
SALVADOR-BA
DEZEMBRO-2010
- ii -
DEDICATÓRIA
- iii -
Dai-me senhor a perseverança das ondas do
mar, que fazem de cada recuo um ponto de
partida para um novo avanço.
Gabriela Mistral
- iv -
AGRADECIMENTOS
Aos colegas Adeylan, Juliana, Junia, Lucas, e Marcus vocês são minha
segunda família... Obrigada pelo carinho e amizade.
-v-
RESUMO
- vi -
período de nível de mar baixo, quando uma rede de drenagem se desenvolveu sobre a
plataforma.
- vii -
ABSTRACT
The continental shelf in front of the city of Salvador has different uses, and also a great
historical value due to the presence of numerous shipwrecks.The aim of this study is to
investigate the Holocene sedimentation on the continental shelf of Salvador (CSS)
mapping their bottom sediments in detail scale. This knowledge will support decisions
about their uses, as well as, enable a better understanding of the sedimentary processes
operating in the continental shelf. We analyzed the texture and composition of 400
sediment samples collected on the CCS. Nine sedimentary facies were identified,
among them, four are siliciclastic and five bioclastic. The siliciclastic facies are: (i)
quartz sand, found mainly on the Santo Antonio Bank (SAB) and on the Salvador
Channel; (ii) quartz sand with mollusc and echinoderms, found along the inner shelf;
(iii) quartz muddy-sand with foraminifera and mollusc, found around the SAB; and (iv)
quartz gravelly-sand with bryozoan, mollusc and echinoderms, found in the central axis
of the Salvador Channel. The bioclastic facies are: (i) bioclastic muddy-sand with
foraminifer and mollusk, found on the Rio Vermelho Plateau, in the central axis of the
Santo Antônio Channel, on the Amaralina and Boca do Rio Depressions, and on the
shelf-break in front of these depressions; (ii) bioclastic gravelly-muddy-sand with
coralline algae, bryozoans and foraminifera, found on the the Pituba High outer part,
shelf-break and slope; (iii) bioclastic sandy-muddy-gravel with coralline algae,
echinoderm and bryozoan, found in the inner part of the Pituba High and in part of the
inner shelf; (iv) bioclastic sandy-muddy-gravel with coralline algae and echinoderm,
found on the Itapuã High outer part; and (v) bioclastic sandy-muddy-gravel with
coralline algae, found on the Itapuã High inner part.
The siliciclastic facies on the SAB and on the Salvador Channel are probably relict.
The sediments were transported by wind, while the platform was exposed at a lowstand
sea-level time.The siliciclastic facies found in the inner shelf seems to be in equilibrium
with current processes, representing the shoreline progradation sediments.The
distribution of bioclastic facies, mainly in the midle and outer shelf, was controlled by
the presence of hard substrates and by the topography, which are remnants of a
paleorelief formed in the Last Glacial Maximum, when a drainage network developed
on the platform.
- viii -
The distribution of facies performed in this study allowed the identification of
siliciclastic and bioclastic deposits, over the Santo Antonio Bank and Itapuã High,
respectively, which may possibly have potential for economic exploitation.
- ix -
INDÍCE
DEDICATÓRIA .............................................................................................................. iii
AGRADECIMENTOS .......................................................................................................v
RESUMO ........................................................................................................................ vi
ABSTRACT ................................................................................................................... viii
INDÍCE ............................................................................................................................x
ÍNDICE DE FIGURAS.................................................................................................... xi
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13
1.1 Natureza da sedimentação na plataforma continental ............................................... 13
1.2 Sedimentação recente na plataforma continental ...................................................... 14
1.3 Usos e recursos minerais associados à sedimentação marinha .................................. 19
2. OBJETIVOS ................................................................................................................ 22
3. METODOLOGIA ........................................................................................................ 23
3.1 Coleta de sedimentos................................................................................................. 23
3. 2 Análises sedimentológicas ........................................................................................ 25
3. 2.1 Textura .................................................................................................................. 25
3.2.2 Composição ........................................................................................................... 26
3.3 Espacialização dos dados.......................................................................................... 27
4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ............................................................. 28
4.1 Fisiografia da plataforma continental ....................................................................... 28
4.2 Contexto geológico ................................................................................................... 31
4.3 Contexto oceanográfico ............................................................................................ 32
5. RESULTADOS ............................................................................................................ 36
5.1 Distribuição da textura do sedimento superficial....................................................... 36
5.1.1 Cascalho ................................................................................................................ 36
5.1.2 Areia ...................................................................................................................... 38
5.1.3 Lama ...................................................................................................................... 40
5.1.4 Mediana (D 50) ...................................................................................................... 42
5.2 Distribuição da composição dos sedimentos.............................................................. 44
5.2.1 Siliciclastos ............................................................................................................ 44
5.2.1.1 Quartzo ............................................................................................................... 46
5.2.1.2 Outros componentes siliciclásticos ...................................................................... 48
5.2.2 Bioclastos............................................................................................................... 50
5.3.2 1 Algas Coralinas................................................................................................... 52
5.3.2 2 Foraminíferos ..................................................................................................... 54
5.3.2.3 Moluscos ............................................................................................................. 56
5.3.2.4 Briozoários.......................................................................................................... 58
5.3.2.5 Equinodermos ..................................................................................................... 60
5.3.2.6 Algas calcárias articuladas ................................................................................. 62
5.3.2.7 Outros componentes biogênicos .......................................................................... 64
5.4 Distribuição das fácies sedimentares na PCS ............................................................ 64
7. DISCUSSÃO ............................................................................................................... 66
7.1 Composição, Textura e Fácies sedimentares associadas ........................................... 66
7.2 Origem da sedimentação holocênica na plataforma continental de Salvador ............ 69
7.3 Potencialidade dos recursos minerais ....................................................................... 74
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 79
9. PRETENSÕES FUTURAS ........................................................................................... 81
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 82
-x-
ÍNDICE DE FIGURAS
Fig. 5. Padrão de circulação na área de estudo para a preamar (A) e baixa-mar (B) de
sizígia sob condições meteorológicas normais (CRA 2000, modificado por Nunes 2002).
Consultar a Fig. 3 para a observação das localidades citadas. ................................... 34
Fig. 6. Padrão de circulação na área de estudo para a preamar (A) e baixa-mar (B) de
sizígia sob condições meteorológicas de frente fria (CRA 2000, modificado por Nunes
2002). Consultar a Fig. 3 para a observação das localidades citadas. ........................ 35
Fig. 10. Distribuição do D50 (em phi) na plataforma continental de Salvador. ........... 43
Fig. 11. Teor percentual de siliciclastos da PCS (em relação à amostra total
analisada). .................................................................................................................. 45
Fig. 12. Teor percentual de quartzo da PCS (em relação à amostra total analisada). . 47
Fig. 13. Teor percentual de fragmentos de rocha da PCS (em relação à amostra total
analisada) ................................................................................................................... 49
Fig. 14. Teor percentual de bioclastos da PCS (em relação à amostra total analisada).
................................................................................................................................... 51
Fig. 15. Teor percentual de algas coralinas da PCS (em relação à amostra total
analisada). .................................................................................................................. 53
Fig. 16. Teor percentual de foraminíferos da PCS (em relação à amostra total
analisada). .................................................................................................................. 55
- xi -
Fig. 17. Teor percentual de moluscos da PCS (em relação à amostra total analisada).
................................................................................................................................... 57
Fig. 18. Teor percentual de briozoários da PCS (em relação à amostra total analisada).
................................................................................................................................... 59
Fig. 19. Teor percentual de equinodermos da PCS (em relação à amostra total
analisada). .................................................................................................................. 61
Fig. 20. Teor percentual de algas calcárias articuladas da PCS (em relação à amostra
total analisada). .......................................................................................................... 63
Figura 24. Praia do largo da Mariquita, no Rio Vermelho, nos anos 50 (A), e,
atualmente(B), a mesma praia “sem areia”. ............................................................... 75
Fig 25. Perfil de sísmica rasa transversal a um trecho interno do BSA (Rebouças,
2009). ......................................................................................................................... 76
- xii -
1. INTRODUÇÃO
______________________________________________________________________
- 13 -
influência significativa, como o comportamento do nível relativo do mar, da turbidez
das águas, da natureza do substrato, do fluxo de nutrientes e do regime hidrodinâmico.
A ausência ou um baixo aporte terrígeno também é um fator importante, já que as
maiores áreas de deposição carbonática atual (Bahamas, Caribe, Yucatán, Golfo
Arábico, Austrália Ocidental, Indonésia, etc.) ocorrem sob essas condições. Quando a
plataforma experimenta uma sedimentação dessa natureza, fica caracterizado o processo
de suprimento autóctone (Wilson, 1975; Ponzi, 2004; Johnson e Baldwin, 1996).
- 14 -
Para estes autores (Shepard, 1932, 1973; Emery, 1952, 1968), a rápida subida
no nível do mar durante o Holoceno afogou estes ambientes, cujos sedimentos foram
preservados sobre a plataforma, não havendo, portanto, qualquer relação destes com os
processos hidrodinâmicos atuais. Evoluiu-se, então, do modelo de uma predita
plataforma continental em “estado de equilíbrio” para o modelo de um ambiente em
estado de desequilíbrio em relação aos processos recentes. Este conceito de
sedimentação relicta dominou o pensamento acadêmico por muitos anos (Shepard,
1973; Emery, 1968). Tal linha de pensamento considerava que o tamanho dos
sedimentos mostra pouca relação com a distância da costa. Sedimentos grossos são
comuns em plataformas externas, e muitas áreas na plataforma continental interna
podem ser cobertas por lama. Rocha e cascalho, geralmente são encontrados em
abundância na plataforma continental externa.
- 15 -
FUNDO Pontas rochosas. Mais comuns em baixas
ROCHOSO Contíguo a costas com falésias temperaturas (cascalhos).
(geralmente rochosas. E na plataforma interna
associados com Plataformas abertas sob a influência (afloramentos).
cascalhos, seixos ou de fortes correntes.
rochas) Altos no relevo da plataforma
continental.
CORAL ___ Baixas latitudes onde há
altas temperaturas.
CONCHAS ___ Não é diagnóstico de
temperaturas.
Emery (1952) também considera como fatores ambientais que contribuem para
a distribuição irregular dos sedimentos as correntes de fundo, exposição a ondas de
tempestade, proximidade de desembocaduras fluviais significativas, praias arenosas
contíguas, relevo e materiais antecedentes, abundância de organismos calcários, e
atividade vulcânica recente.
- 16 -
Posteriormente, Curray (1965) apontou a existência de cinturões de sedimentos
modernos finos próximos à costa, e sugeriu que estes progradam formando uma
plataforma continental gradada texturalmente.
- 17 -
sedimentos tomando como base a razão entre a taxa de suprimento de sedimentos e taxa
de criação/destruição de espaço de acomodação (Swift e Thorne, 1991). Essa
abordagem de Swift e Thorne, (1991) reintroduz o conceito de Jonhson de plataforma
em equilíbrio e fornece uma base teórica que relaciona aspectos de sedimentação
modernos a de sedimentação de ambientes antigos.
- 18 -
1.3 Usos e recursos minerais associados à sedimentação marinha
- 19 -
A orla de Salvador é constituída por uma faixa de praia estreita e em muitos
pontos observam-se sinais de erosão associados a eventos meteorológicos (Livramento,
2008). A alimentação destas praias com areia da plataforma poderia reduzir os prejuízos
ocasionados por conta destes eventos, bem como ampliar a área de recreação das
mesmas. A alimentação das praias é viável, entre outros fatores, quando se dispõe de
grandes volumes de areia e os depósitos estão alocados a uma distância adequada da
linha de costa.
Para a PCS, até agora, apenas três estudos no âmbito acadêmico foram
realizados na escala de 1:100 000. Nunes (2002) caracterizou o sedimento superficial de
fundo na região da plataforma em frente ao bairro do Rio Vermelho e vizinhanças.
Pereira (2009) discutiu a origem dos sedimentos finos existentes numa feição negativa
- 20 -
da PCS, o Baixo da Boca do Rio e Rebouças (2008) investigou, utilizando métodos
geológicos e geofísicos a origem do BSA. O conhecimento atual sobre a PCS no que se
refere a sua fisiografia e sedimentos de fundo, entre outras características importantes
para a compreensão dos processos atuantes, é descrito, mais adiante, no Capitulo 4.
Este estudo é também relevante, sob o aspecto econômico, uma vez que esta
plataforma é um ambiente com diversos usos, e apresenta ainda outros usos potenciais,
como a explotação de granulados marinhos. Como se vê, embora a plataforma
continental de Salvador seja vizinha a uma grande região metropolitana, onde existem
demandas atuais e futuras por este tipo de informação, não existe um mapeamento em
escala adequada sobre a cobertura sedimentar da PCS.
- 21 -
2. OBJETIVOS
____________________________________________________________
- 22 -
3. METODOLOGIA
______________________________________________________________________
- 23 -
Fig. 1. Estações de coleta de sedimentos superficiais na plataforma continental de Salvador.
- 24 -
Fig. 2. Draga Van Veen utilizada para a coleta de sedimentos.
3. 2 Análises sedimentológicas
3. 2.1 Textura
- 25 -
partículas maiores que 2 mm, daí a necessidade de integrar-se os resultados obtidos ao
método tradicional do peneiramento a seco.
Nas subamostras 2, onde existiam partículas maiores que 2 mm, esta fração foi
separada do restante da amostra e analisada por peneiramento a seco (Suguio, 1973) e
determinado o percentual por peso desta fração em relação a amostra total.
Posteriormente os pesos das frações obtidas por esses dois diferentes métodos foram
corrigidas para 100% e integrados através de uma ponderação simples.
3.2.2 Composição
- 26 -
Ginsburg (1956) e Purdy (1963a e b). A identificação dos principais grupos
constituintes dos sedimentos foi feita para as frações mais grossas que 0,125 mm (areia
fina) prosseguindo até as maiores partículas sedimentares presentes na amostra. As
proporções relativas dos constituintes dos sedimentos foram ponderadas pelo peso de
cada fração numa planilha elaborada no aplicativo Excel ®, para obtenção dos
percentuais dos componentes bióticos em relação à amostra total, ao cascalho e à areia.
- 27 -
4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
______________________________________________________________________
- 28 -
Entre esses baixos, onde as isóbatas exibem uma protuberância, existe uma
região mais alta nomeada de Alto da Pituba, essa feição se estende até a quebra da
plataforma. Imediatamente após o Baixo da Boca do Rio, o relevo na plataforma média
começa a elevar-se, esta região é conhecida como Alto de Itapuã, associado a um
sistema de falhas, limita a área de estudo (Fig.3).
- 29 -
Fig. 3. Figura da área de estudo, mostrando a batimetria e as principais feições do relevo da plataforma continental de Salvador.
- 30 -
4.2 Contexto geológico
- 31 -
Margem Costeira Atlântica, formada por depósitos terciários e quaternários,
constituídos por acumulações pouco espessas de sedimentos inconsolidados de natureza
argilosa, arenosa e areno-argilosa, modelados por flutuações climáticas e do nível
relativo do mar, e (iii) o Alto de Salvador, que representa um horst de rochas cristalinas
arqueanas e/ou paleoproterozóicas, metamórficas de alto e médio grau, que separa a
Bacia Sedimentar do Recôncavo do Oceano Atlântico.
- 32 -
entorno do emissário submarino do Rio Vermelho, o escoamento predominante tende a
se alinhar em direção ao canal entre o BSA e o Farol da Barra (Cirano e Lessa, 2007),
denominado neste trabalho de Canal de Santo Antônio. As correntes superficiais nessa
região são bidirecionais no sentido E-W e são moderadamente altas, com correntes
máximas variando entre 67 cm/s no entorno do emissário, a mais de 80 cm/s nas
proximidades do BSA (Fig. 5). Correntes mais fortes ocorrem no Canal de Salvador,
próximas à superfície. A máxima velocidade de corrente verificada neste local foi de
130 cm/s, com valores médios na ordem de 40 cm/s. Essas correntes são também
bidirecionais, orientadas no sentido Norte-Sul (Lessa et al., 2001; CRA, 2000; CRA,
2003).
A forte influência das marés nas proximidades da entrada da BTS até o Rio
Vermelho é indicada pela clara bimodalidade na distribuição das direções de corrente e
pelas velocidades elevadas em todas as profundidades ao longo da coluna d’água. Nesta
área, correntes de enchente, com orientação W, são mais fortes e predominantes, com
velocidades máximas de 80 cm/s, excedendo aquelas associadas às marés vazantes de
curta duração, com velocidades máximas de 50 cm/s, em todas as profundidades (Lessa
et al., 2001; Cirano e Lessa, 2007).
- 33 -
Fig. 5. Padrão de circulação na área de estudo para a preamar (A) e baixa-mar (B) de
sizígia sob condições meteorológicas normais (CRA 2000, modificado por Nunes
2002). Consultar a Fig. 3 para a observação das localidades citadas.
- 34 -
Fig. 6. Padrão de circulação na área de estudo para a preamar (A) e baixa-mar (B) de
sizígia sob condições meteorológicas de frente fria (CRA 2000, modificado por Nunes
2002). Consultar a Fig. 3 para a observação das localidades citadas.
- 35 -
5. RESULTADOS
______________________________________________________________________
5.1.1 Cascalho
- 36 -
Fig.7. Distribuição do teor percentual de cascalho na plataforma continental de Salvador.
- 37 -
5.1.2 Areia
A fração areia predomina em quase toda PCS, sendo que teores acima de 90%
são encontrados no Banco de Santo Antônio, no Canal de Santo Antônio, em parte do
Canal de Salvador, e de uma maneira geral, até a isóbata de 10m de toda área de estudo
(Fig. 8).
- 38 -
Fig.8 Distribuição do teor percentual de areia na plataforma continental de Salvador.
- 39 -
5.1.3 Lama
- 40 -
Fig.9. Distribuição do teor percentual de lama na plataforma continental de Salvador
- 41 -
5.1.4 Mediana (D 50)
- 42 -
Fig. 10. Distribuição do D50 (em phi) na plataforma continental de Salvador.
- 43 -
5.2 Distribuição da composição dos sedimentos
5.2.1 Siliciclastos
- 44 -
Fig. 11. Teor percentual de siliciclastos da PCS (em relação à amostra total analisada).
- 45 -
5.2.1.1 Quartzo
- 46 -
Fig. 12. Teor percentual de quartzo da PCS (em relação à amostra total analisada).
- 47 -
5.2.1.2 Outros componentes siliciclásticos
O teor mais alto de fragmentos de rocha entre os componentes dos sedimentos, 11%
da amostra total analisada, encontra-se na região próxima à linha de costa contígua ao Banco
de Santo Antônio. Teores de 2 a 6 % de fragmentos de rochas estão distribuídos na região do
Plateau do Rio Vermelho e Baixo de Amaralina, e na plataforma externa e talude, adjacentes
a essas regiões. Os mesmos teores são encontrados na extremidade sul do Banco de Santo
Antônio, nos arredores do Baixo da Boca do Rio e na quebra da plataforma na região de
Itapuã (Fig. 13).
- 48 -
Fig. 13. Teor percentual de fragmentos de rocha da PCS (em relação à amostra total analisada)
- 49 -
5.2.2 Bioclastos
- 50 -
Fig. 14. Teor percentual de bioclastos da PCS (em relação à amostra total analisada).
- 51 -
5.3.2 1 Algas Coralinas
- 52 -
Fig. 15. Teor percentual de algas coralinas da PCS (em relação à amostra total analisada).
- 53 -
5.3.2 2 Foraminíferos
- 54 -
Fig. 16. Teor percentual de foraminíferos da PCS (em relação à amostra total analisada).
- 55 -
5.3.2.3 Moluscos
- 56 -
Fig. 17. Teor percentual de moluscos da PCS (em relação à amostra total analisada).
- 57 -
5.3.2.4 Briozoários
- 58 -
Fig. 18. Teor percentual de briozoários da PCS (em relação à amostra total analisada).
- 59 -
5.3.2.5 Equinodermos
- 60 -
Fig. 19. Teor percentual de equinodermos da PCS (em relação à amostra total analisada).
- 61 -
5.3.2.6 Algas calcárias articuladas
- 62 -
Fig. 20. Teor percentual de algas calcárias articuladas da PCS (em relação à amostra total analisada).
- 63 -
5.3.2.7 Outros componentes biogênicos
- 64 -
Fig.21. Distribuição das fácies sedimentares na plataforma continental de Salvador.
- 65 -
7. DISCUSSÃO
______________________________________________________________________
- 66 -
Apesar das fácies arenosas estarem distribuídas por toda a plataforma
continental, a areia predomina na plataforma interna e externa. A fácies de areia
quartzosa, composta de teores de quartzo acima de 90%, encontra-se distribuída no
Banco de Santo Antônio, cuja origem será discutida posteriormente. A fácies de areia
quartzosa com a contribuição de moluscos e equinodermas, distribuída na plataforma
interna, não ultrapassa a isóbata de 30 m. Estes organismos contribuem de forma
modesta para os sedimentos; e a presença de equinodermos indica uma associação
destes a diversos afloramentos rochosos encontrados nesta região da plataforma até a
linha de costa (Rebouças, 2009). A fácies quartzosa não avança sobre a plataforma
média e externa por não existir nenhuma fonte expressiva de sedimentos chegando à
PCS (Dominguez, 2009). Portanto, a partir da isóbata de 30 m ocorre uma transição de
uma fácies quartzosa com moluscos e equinodermos para uma fácies areno-lamosa
biodetrítica com moluscos e foraminíferos.
- 67 -
efeitos das correntes, e dessa forma condicionam a sedimentação de partículas mais
finas. Esse “efeito trapa” ocorre também em locais onde o gradiente batimétrico é
abrupto, como na frente do Plateau do Rio Vermelho e numa reentrância batimétrica da
quebra da plataforma até a isóbata de 100 m, próxima ao Alto de Itapuã. A lama no
Baixo da Boca do Rio, assim como o cascalho é de origem biodetrítica, pois exibe
teores de carbonato que variam entre 40 e 80% da amostra (Pereira, 2009).
- 68 -
distribuição do cascalho está condicionada à presença de substratos duros aí existentes,
remanescentes de um paleorelevo, que será discutido mais adiante.
Nos últimos dois milhões de anos, período Quaternário, durante a maior parte
do tempo, o nível eustático do mar esteve em média 30 metros abaixo do nível atual e
no último milhão de anos, esteve pelo menos 7 vezes à cerca de 100 metros abaixo do
nível atual (Miller, 2005). A PCS apresenta uma extensão que varia entre 8 a 15 km, e
sua quebra se localiza entre as isóbatas de 50 a 60 m, portanto durante este período a
PCS foi exposta diversas vezes, desencadeando um intenso processo erosivo que afetou
- 69 -
toda zona costeira (Dominguez e Bittencourt, 2009). Por volta de 20 mil anos atrás, o
nível do mar alcançou um mínimo de 120 m abaixo do nível atual, este período
correspondeu ao avanço máximo dos lençóis de gelo no Hemisfério Norte, conhecido
como Último Máximo Glacial (UMG) (Fairbanks, 1989, 1990; Fleming et al., 1998;
Hanebuth, 2009). Há aproximadamente 11 mil anos, início do Holoceno, o nível do mar
encontrava-se a cerca de 50 metros abaixo do atual (Miller, 2005) e a linha de costa na
região da PCS situava-se próxima à quebra da plataforma.
- 70 -
sedimentar com geometria em “drape” sobre um fundo ondulado, cobertura essa que
não ultrapassa 2 metros de espessura. Em alguns trechos da porção externa da PCS, o
paleorelevo nem sequer foi soterrado, aflorando por diversas vezes, e em outros trechos
ocorre uma acumulação pouco significativa de material areno-cascalhoso, cuja
cobertura sedimentar não ultrapassa 5 metros de espessura, de origem biodetrítica.
1
2 3 4
5
ESPESSURA MÍNIMA
MÚLTIPLAS
- 71 -
verificado na batimetria, os quais funcionam como uma armadilha para estes sedimentos
que preenchem parcialmente estas feições. Estes sedimentos finos parecem ser
predominantemente autoctónes por exibir teores de até 60% de carbonato de cálcio
(Pereira, 2009). Por fim, na plataforma externa volta a predominar a fração areia, de
origem carbonática, que origina-se especialmente das algas coralinas e briozoários, que
crescem incrustados sobre os afloramentos rochosos aí presentes.
- 72 -
quando o nível do mar esteve mais baixo que o atual, tendo sido posteriormente
afogados com a elevação do nível do mar no Holoceno. Desde então esses sedimentos
vêm sendo retrabalhados pela dinâmica de maré atual, como indicado por registros do
sonar de varredura lateral (Rebouças, 2008, 2009) que mostram a existência de
inúmeras dunas hidráulicas, justamente onde a intensidade das correntes é maior, no
topo do BSA e na região próxima da linha de costa.
Apesar dos avanços deste trabalho, a origem do BSA continua hipotética, pois
as informações aqui obtidas e por Rebouças (2008, 2009), ainda não foram suficientes
para se conhecer a espessura e geometria dos depósitos sedimentares do BSA, o que
permitirá fazer considerações mais conclusivas sobre a origem desta feição singular da
PCS.
- 73 -
7.3 Potencialidade dos recursos minerais
- 74 -
A
Figura 24. Praia do largo da Mariquita, no Rio Vermelho, nos anos 50 (A), e,
atualmente (B), a mesma praia “sem areia” (Silva Filho, 2008).
- 75 -
disponível aproximadamente 400.000.000 m3 de areia silicilástica. A granulometria do
sedimento superficial é predominantemente de areias médias e grossas e são
compatíveis com os sedimentos encontrados nas praias de Salvador. Estes sedimentos
encontram-se a profundidades máximas de 20 m, e a uma distância razoável das praias
existentes entre a Barra e o Rio Vermelho, podendo para esta região representar uma
fonte de sedimentos para engordamento direto das praias simultâneo à dragagem. No
que diz respeito às demais praias, nas quais Bittencourt et al. (2008) identificaram os
hotspots erosivos, estes depósitos estão muito distantes para uma alimentação das praias
simultânea à dragagem, nada impedindo no entanto, que esses sedimentos sejam
transportados para esses locais. Tendo em vista estas características conclui-se
preliminarmente que este depósito seja potencialmente utilizável para a alimentação das
praias de Salvador, desde que sejam observados e realizados, sobretudo, estudos de
impactos provenientes do manejo destes recursos e de viabilidade operacional e
econômica.
Fig 25. Perfil de sísmica rasa transversal a um trecho interno do BSA (Rebouças, 2009).
- 76 -
Este trabalho fez uma primeira identificação dos recursos minerais da PCS. A
viabilidade econômica de sua exploração, contudo, só poderá ser determinada por
estudos mais aprofundados, que melhor caracterizem os sedimentos de interesse, bem
como, que melhor caracterizem a configuração e a espessura dos depósitos, viabilizados
pela utilização de sísmica e sonografia.
- 77 -
A pluma de sedimentos em suspensão pode prejudicar atividades recreativas
como o mergulho e afetar a balneabilidade das praias.
- 78 -
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
______________________________________________________________________
- 79 -
Por fim, as informações sobre a distribuição dos sedimentos superficiais de fundo
geradas neste trabalho são importantes para subsidiar o manejo dos diversos usos
praticados na PCS.
- 80 -
9. PRETENSÕES FUTURAS
______________________________________________________________________
- 81 -
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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