Apostila CFP Exame 46 - Mod 1

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SOBRE NÓS
Com mais de 50 mil alunos, a Academia Rafael Toro
(também chamada de ART), foi fundada em 2017, tendo o
professor Rafael Toro como idealizador e fundador. Movido
pela vontade de transformar a maneira com que as pessoas
aprendiam, o Toro desenvolveu uma metodologia de
aprendizado que revolucionou o mercado de Certificações
no Brasil e já aprovou milhares de pessoas nas principais
provas da Anbima, Planejar, Ancord e Apimec.
Sumário Módulo I
Planejamento Financeiro

Módulo I: Objetivo ............................................................................................................................. 02

Capítulo 1: O processo do Planejamento Financeiro do Profissional CFP® ........................................ 03


1.1 Etapas do Processo de Planejamento Financeiro........................................................... 04

Capítulo 2: Responsabilidades Fiduciária e Conduta Profissional .................................................... 53


2.1 Código de Ética CFP® ...................................................................................................... 54

Capítulo 3: Perfil de Competências do Planejador Financeiro ........................................................... 88


3.1 Matriz de Capacidades do Planejador Financeiro .......................................................... 89

Capítulo 4: Ambiente Macroecônomico, Regulatório e Fundamentos de Economia e Finanças .. 111


4.1 Sistema Financeiro Nacional ........................................................................................ 112
4.1.1 Participantes do Mercado Financeiro ....................................................................... 128
4.2.1 Principais Indicadores Econômicos ........................................................................... 157
4.2.2 Políticas Macroeconômicas: Monetária, Fiscal e Cambial ........................................ 183
4.2.3 Análises de Ciclos Econômicos .................................................................................. 208
4.3 Normas e Regulação ..................................................................................................... 212
4.3.1 Lavagem de Dinheiro (PLD-FT) .................................................................................. 213
4.3.2 Normas & Padrões Éticos .......................................................................................... 247
4.4 Fundamentos de Finanças ............................................................................................ 253
4.5 Análise de Investimentos ............................................................................................. 309

Capítulo 5: Gestão Financeira ........................................................................................................... 338


5.1 Matriz de Capacidades do Planejador Financeiro ........................................................ 339
5.2 Balanço Patrimonial Pessoal ........................................................................................... 345
5.3 Crédito e Gestão de Dividas............................................................................................ 351
Planejamento Financeiro
Objetivo
O conhecimento do processo de planejamento financeiro do profissional CFP® visa permitir
aos candidatos desenvolver um plano financeiro estruturado para um cliente. Adicionalmente
aos princípios básicos do processo de planejamento financeiro, são incluídos neste módulo
outros assuntos que sustentam esse processo:
Ø a análise da gestão financeira de um indivíduo ou uma família;
Ø o conhecimento de fundamentos de economia e finanças; e
Ø a aplicação e avaliação de métodos de análise de investimentos.
Complementam os conhecimentos exigidos de um profissional CFP® o Código de Ética e
Responsabilidade Profissional da PLANEJAR, o Perfil de Competências do Planejador Financeiro
e as Melhores Práticas de Planejamento Financeiro.
Conceitos de matemática financeira e conceitos básicos de estatística são pré-requisitos para
os cálculos que serão exigidos nesse módulo, bem como uma avaliação e formulação de
estratégias em função do ambiente econômico e regulatório, da necessidade de utilização de
operações de crédito e dos investimentos.
Os componentes exigidos na parte de gestão financeira visam preparar os profissionais para
desenvolverem estratégias e técnicas de otimização do fluxo de caixa, ativos e passivos,
liquidez, orçamento e o uso do crédito responsável.

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CFP® - Certified Financial Planner
Capítulo 1:
O Processo de Planejamento
Financeiro do Profissional CFP®
3
1.1 Etapas do Processo de
Planejamento Financeiro
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CFP® - Certified Financial Planner

Propósito e Benefícios do Planejamento


Conceito
O Planejamento Financeiro ajuda a alcançar os objetivos de curto, médio ou longo prazo,
abordando os seguintes temas:
Construção do orçamento;
Racionalização dos gastos;
Otimização dos investimentos.
Segundo a FPSB, o Processo de Planejamento Financeiro é uma abordagem colaborativa e
interativa que os profissionais de planejamento financeiro utilizam para considerar todos
os aspectos da situação financeira de um cliente ao formular estratégias de planejamento
financeiro e fazer as devidas recomendações. Essa abordagem fornece um guia para
estruturar os investimentos do cliente dentro dos parâmetros estabelecidos, gerando
segurança para que ele possa agir. Já o cliente se beneficia ao ter um plano individual, no
qual ele pode visualizar como atingir seus sonhos, gerando a disciplina que muitas vezes
falta aos clientes. Além disso, o Planejamento Financeiro também faz com que a pessoa
enxergue todas as suas obrigações, como, por exemplo, o que aconteceria com sua família
caso o cliente venha a falecer.

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Etapas do Processo de Planejamento Financeiro
Ordem Cronológica
As seis etapas do Planejamento Financeiro são:
(1) Definir e estabelecer o relacionamento com o cliente.
(2) Identificar necessidades ou Coletar informações necessárias para elaborar um
plano financeiro e que permitam uma visão completa do cliente: gestão financeira,
ativos e investimentos, seguros, aposentadoria, fiscal e sucessória.
(3) Analisar e avaliar a situação financeira do cliente.
(4) Sintetizar ou Desenvolver as recomendações de planejamento financeiro e
apresentá-las ao cliente.
(5) Implementar as recomendações de planejamento financeiro.
(6) Monitorar a situação do cliente.
Desta forma, podemos decorar as 6 etapas como DIA-SIM, o dia perfeito em que o cliente
diz SIM, mas também memorizado como DCADIM.

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ETAPA 1: Definir relacionamento com o cliente


Conceito
Esta é a etapa inicial de todo o planejamento financeiro, no qual o profissional irá
informar e explicar como funciona o seu serviço, mas também alinhando expectativas do
que o cliente espera. Desta forma, o profissional deverá:
Informar adequadamente ao cliente como irá funcionar a relação profissional;
Delimitar o seu escopo de atuação em razão de suas competências;
Explicar claramente e documentar os serviços que irá fornecer ao cliente;
Explicar como será remunerado pelo serviço, deixando claro eventuais acordos de
compensação com terceiros, já que o profissional poderá ser remunerado
exclusivamente pelo cliente ou receber uma remuneração híbrida, advinda parte por
comissionamento de próprios financeiros, por exemplo.
O documento de Escopo de Relacionamento deverá ser assinado por ambas as partes e
será a base do contrato a ser elaborado. Neste escopo já deverá constar:
O prazo estimado de duração da prestação de serviço pelo planejador;
A responsabilidades do cliente e do planejador;
Possíveis conflitos de interesses.

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CFP® - Certified Financial Planner
ETAPA 1: Definir relacionamento com o cliente
Remuneração do Planejador
O planejador financeiro pode ter diversos tipos de remunerações, podendo ela ser de um
único tipo ou uma combinação delas. Alguns desses exemplos são:
Tarifas ou Mensalidades: valor fixo pago ao planejador financeiro;
Taxa de administração: cobrada de cada cliente pelo serviço de gestão e
administração da carteira, ou seja, do valor total administrado;
Taxa de performance: cobrada quando a rentabilidade supera um número
previamente definido (recai apenas sobre o rendimento excedente);
Comissões ou Rebates: são os custos gerados pela intermediação da venda de
algum produto, como por exemplo, Prêmios de Seguros ou Taxa de Administração
em Planos de Previdência.
Importante reforçar que o Agente Autônomo de Investimento é proibido pela CVM de
receber valores financeiros motivados por outra forma que não seja o comissionamento
(corretagem ou rebate de fundos).

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ETAPA 1: Definir relacionamento com o cliente


Responsabilidades
A responsabilidade profissional surge para ambos os lados: tanto para o profissional,
quanto para o cliente, devendo ser descritas no contrato de prestação de serviços.
Resumidamente, podemos elencar essas responsabilidades da seguinte forma:
Responsabilidades do Planejador:
▪ Assessorar seus clientes apenas naquelas áreas de sua competência;
▪ Colocar os interesses do cliente em primeiro lugar;
▪ Comunicar todos os fatos relevantes, sempre que necessário, para evitar que
clientes ou partes relacionadas sejam induzidos a erros ou enganos
▪ Fazer recomendações adequadas ao seu cliente conforme seu Suitability (API);
▪ Fornecer serviços profissionais de forma prudente, objetiva e com integridade;
▪ Informar possíveis conflitos de interesses;
▪ Tratar as informações do cliente como confidenciais e protegê-las.
Responsabilidades do Cliente:
▪ Não omitir informações;
▪ Realizar as tarefas acordadas no plano financeiro;
▪ Cumprir com todas as obrigações financeiras e tributárias;
▪ Descrever todas as informações que possam gerar informações privilegiadas.

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ETAPA 2: Coletar informações
Conceito
Esta etapa visa COLETAR as informações necessárias para elaborar um plano financeiro e
que permitam uma visão completa do cliente: gestão financeira, gestão de investimentos,
gestão de risco e seguros, planejamento da aposentadoria, planejamento fiscal e
sucessório. Nesta PRIMEIRA ENTREVISTA com o cliente, o profissional deverá ser capaz:
Identificar os objetivos pessoais e financeiros do cliente, suas necessidades e
prioridades (objetivos de acumulação de capital, tais como geração de renda,
aposentadoria, entre outros);
Coletar dados e processar informações qualitativas (perfil psicológico, disposição a
assumir riscos e propensões) e restrições específicas, visando à análise adequada do
perfil do investidor (suitability), e sua capacidade de suportar perdas;
Coletar dados e processar informações quantitativas e documentos, visando à
análise adequada;
Coletar dados e processar informações de situações específicas, tais como:
divórcio, invalidez, doença terminal, filhos com necessidades especiais, entre outras,
visando à análise adequada.

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ETAPA 2: Coletar informações


Coletando Informações
A coleta de informações ocorre normalmente através do preenchimento de um
QUESTIONÁRIO, podendo ser através de perguntas mais fechadas (nome, quantidade de
filhos, valor de cobertura das apólices) e/ou de perguntas mais abertas (como ele reagiria
se a bolsa de valores desvalorizasse 20%; quais são os sonhos que o cliente gostaria de
alcançar).
Em relação aos tipos de informações, elas podem ser do tipo quantitativa ou do tipo
psicológica. As informações quantitativas são aquelas que apresentam números, tais
como: Declaração de Ajuste de Imposto de Renda; Orçamento doméstico; Contracheques;
Apólices de seguros; Planos de Previdência; entre outros documentos que podem
também ser solicitados ao cliente. Já as informações psicológicas são coletadas
principalmente através do API e servem para entender a disposição do cliente em de
assumir risco.

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ETAPA 2: Coletar informações
Identificação de Aspectos Relevantes
Quando o profissional estiver coletando e identificando as necessidades do cliente, ele
deve se ater não somente nas Informações Genéricas, mas também nas Necessidades
Especiais. Podemos destrinchar estes dados da seguinte forma:
INFORMAÇÕES GENÉRICAS:
▪ Situação financeira atual;
▪ Capacidade de poupança;
▪ Atitude e expectativas;
▪ Tolerância ao risco;
▪ Gestão e Exposição ao risco.
NECESSIDADES ESPECIAIS:
▪ Divórcio, segundo casamento ou relacionamento extraconjugal;
▪ Planejamento de caridade;
▪ Necessidade de dependentes adultos;
▪ Crianças com deficiências;
▪ Planejamento para casos de doenças terminais;
▪ Planejamento para empresas familiares (sucessão).

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ETAPA 2: Coletar informações


Perfil do Cliente
Nesta etapa 2 (dois) são coletados os dados qualitativos e as restrições específicas,
visando à análise adequada do perfil do investidor (suitability) e sua capacidade de
suportar perdas. Nesta etapa se determina a TOLERÂNCIA AO RISCO DE INVESTIMENTO
do cliente. Alguns pontos também são interessantes a serem realizados na coleta de
dados, pois podem dar indícios de como será o perfil do investidor, tais como:
ORIGEM DE RECURSOS: Significa como e quando os recursos foram obtidos.
Normalmente, recursos advindos de atos únicos (heranças, doações, bilhetes
premiados) podem indicar pessoas menos propensas a riscos do que advindo de
empreendedorismo.
PATRIMÔNIO (REAL VS. PERCEPÇÃO): Cada indivíduo tem sua percepção sobre
riqueza e isso interfere no nível de tolerância de risco. No entanto, uma carteira de
investimentos que gera mais rendimentos que o estilo de vida do dono, é uma
carteira passível a aumentar o risco.
CICLO DE VIDA: Em geral, há uma relação inversa entre idade e tolerância de risco,
ou seja, quanto mais próximo da aposentadoria, menor o risco que o investidor
deseja correr.

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ETAPA 2: Coletar informações
Definições das Fases da Vida
O ciclo de vida de um indivíduo tende a ser dividido em quatro fases, que serão citados
abaixo. No entanto, não se apegue em “decorar” o nome com a idade, mas sim
compreender cada uma das fases.
Fundação da Riqueza (entre 18 e 28 anos): Aqui o investidor está iniciando a sua
jornada financeira, com patrimônio e renda baixa, comparado com o seu próprio
potencial. Além disso, ele tende a não ter obrigações com terceiros e com isso, pode
assumir riscos acima da média.
Acumulação de Capital (entre 28 e 40 anos): O cliente está iniciando a sua família e
está ascendendo profissionalmente. Seu patrimônio líquido ainda é baixo, mas seus
ativos já são relevantes, pois muitos deles foram adquiridos através de dívidas. Desta
forma, seguros de vida e previdência privada são boas alternativas nesse momento.
Conservação ou Proteção de Capital (entre 40 a 60 anos): Nesta fase da vida, o
investidor tende a não ter mais aumento na sua renda e as estratégias para
planejamento tributário e blindagem patrimonial passam a ser relevantes, como a
construção de holdings, trusts, seguros de vida resgatáveis, entre outros.
Distribuição ou Transferência de Capital (acima de 60 anos): O cliente se
aposentou e diminuiu seus custos com terceiros. Aqui passa a ser muito interessante
o seguro acidentes pessoais (custo/benefício) e o planejamento sucessório.
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ETAPA 2: Coletar informações


Gráfico

CICLO DE VIDA

Geração
de Renda

Acúmulo Manutenção
Fundação Distribuição

Idade
18 – 28 28 – 40 40 – 60 +60

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ETAPA 3: Analisar Informações
Conceito
Esta etapa visa ANALISAR os objetivos, necessidades, valores e informações do cliente
através dos dados coletados na etapa 2. Desta forma, deve-se:
Analisar as informações do cliente e determinar sua capacidade de correr riscos;
Avaliar os objetivos, necessidades e prioridades do cliente;
Avaliar compatibilidade entre objetivos x riscos x situação patrimonial;
Analisar o perfil do cliente (suitability): identificar o perfil de risco do cliente e, em
função de seus objetivos, horizonte de investimento e expectativas de retorno,
avaliar todas essas informações para formular uma estratégia adequada de
investimentos;
Analisar e avaliar os tipos de risco aos quais o cliente está exposto (vida,
patrimônio, renda, acidentes pessoais, saúde, aposentadoria, responsabilidade civil
etc.).

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ETAPA 3: Analisar Informações


Análise do Perfil do Investidor (API)
O API é uma metodologia que orienta o investidor a identificar seu perfil (disponibilidade
e capacidade ao risco) e a verificar a adequação dos produtos de investimentos,
desenvolvida a partir de um questionário ao investidor pessoa física, antes da decisão
sobre em quais produtos ele irá aplicar seus recursos. Desta forma, o API auxilia o cliente
na tomada de decisão na aplicação dos recursos e proporciona maior transparência no
momento do investimento.
A Resolução CVM 30/2021 regulamenta o dever de verificação da adequação dos
produtos, serviços e operações ao perfil do cliente. Estas regras são aplicáveis às
recomendações de produtos ou serviços, direcionadas a clientes específicos, realizadas
mediante contato pessoal ou com o uso de qualquer meio de comunicação (forma oral,
escrita, eletrônica ou pela rede mundial de computadores), e devem ser adotadas para o
cliente titular da aplicação.

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ETAPA 3: Analisar Informações
API: Os 3 Pilares
Os pilares obrigatórios para a construção do API do cliente são:

OBJETIVOS DO SITUAÇÃO
CONHECIMENTO
INVESTIMENTO FINANCEIRA

Período em que o Valor das receitas Tipos de produtos, serviços


cliente deseja manter regulares declaradas e operações com os quais o
os investimentos pelo cliente cliente tem familiaridade.

A natureza, o volume e a
Preferências
Valor e ativos que frequência das operações já
declaradas do cliente
compõem o patrimônio realizadas pelo cliente, bem como o
quanto à assunção de
do cliente. período em que tais operações
riscos
foram realizadas.
Necessidade futura de
Finalidades dos Formação acadêmica e experiência
recursos declarada pelo
investimento. profissional.
cliente

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ETAPA 3: Analisar Informações


API: Objetivos do Investidor
O processo de análise do perfil do investidor envolve também compreender os objetivos
do cliente. Em linhas gerais, um investimento pode ter como objetivo custear:
Educação;
Aquisição de bens móveis e imóveis;
Aposentadoria.
É possível também que o investidor tenha como objetivo fazer aplicações para formação
de uma poupança como reserva para despesas inesperadas. É o que se costuma chamar
de Colchão de Segurança ou Reserva de Emergência.
Os objetivos sempre são acompanhados por uma expectativa de prazo para que eles
sejam atingidos. Por exemplo, um investidor pode querer se aposentar em 30 anos, mas
gostaria de adquirir um novo imóvel em, no máximo, cinco anos. Tão importante quanto o
objetivo é o horizonte desse investimento.

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ETAPA 3: Analisar Informações
API: Horizonte de Tempo
Os horizontes de tempo são períodos nos quais uma carteira de investimentos é dividida
para que possa ter liquidez (ou geração de recursos) para atender os objetivos traçados
com o cliente. Esses períodos podem ser divididos da seguinte forma:
Curtíssimo Prazo: até 12 meses (reserva de emergência).
Curto prazo: menos de 3 anos.
Médio prazo: entre 3 e 10 anos.
Longo prazo: mais de 10 anos.
Vale ressaltar que, a definição destes prazos variam de instituição para instituição,
portanto, não é preciso decorá-los, mas sim, ter a compreensão básica desses prazos.
Outro ponto importante é ter a consciência que os objetivos do cliente alteraram com o
passar dos anos, por vontade própria, mas também por percalços da vida. Assim, sempre
é importante ter o API atualizado com o seu cliente.

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ETAPA 3: Analisar Informações


API: Situação Financeira
A Resolução CVM 30/2021 destaca, no inciso II do Artigo 3º, os profissionais devem
analisar no mínimo os seguintes fatores para o pilar SITUAÇÃO FINANCEIRA:
Ø VALOR DAS RECEITAS REGULARES DECLARADAS PELO CLIENTE: Isso se refere à
renda regular do investidor, que fornece informações sobre sua capacidade de
investir e suportar determinados níveis de risco. A renda é um fator crucial para
determinar o valor que o investidor pode alocar em investimentos e o tipo de
investimentos que podem ser adequados para ele.
Ø VALOR E OS ATIVOS QUE COMPÕEM O PATRIMÔNIO DO CLIENTE: Envolve a
análise dos ativos financeiros e não financeiros que compõem o patrimônio do
investidor. Isso pode incluir ações, títulos, imóveis, investimentos em fundos, entre
outros. A composição do patrimônio fornece insights sobre a diversificação, o nível
de exposição a diferentes ativos e a capacidade do investidor de assumir riscos.
Ø NECESSIDADE FUTURA DE RECURSOS DECLARADA PELO CLIENTE: Esse fator se
refere às necessidades financeiras futuras que o investidor declara, como
aposentadoria, educação de filhos, compra de imóveis, entre outros. Compreender
essas necessidades auxilia na determinação dos objetivos financeiros do investidor e
no alinhamento das estratégias de investimento.

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ETAPA 3: Analisar Informações
API: Grau de Conhecimento Financeiro
A ICVM 30/2021 destaca, no inciso III do Artigo 2º, que um dos pontos a ser avaliado no
API do cliente é se ele possui conhecimento necessário para compreender os riscos
relacionados a aquilo que está sendo oferecido, ou seja, o seu nível de conhecimento.
Uma forma de se assegurar que o cliente possui tal conhecimento seria verificar qual a
experiência desse cliente com investimentos. Clientes que investem há mais tempo, ou
ainda que investem em produtos mais sofisticados, tendem a apresentar mais
conhecimento do mercado financeiro. Por sua vez, clientes que investem há pouco tempo
(ou mesmo que nunca investiram anteriormente), ou aqueles que concentram suas
aplicações em produtos mais simplificados e de baixo risco tendem a apresentar um
conhecimento menos profundo do mercado financeiro.
Ao identificar o grau de conhecimento do mercado financeiro de seu cliente, o
profissional de investimentos saberá como se comunicar melhor com ele e também quais
produtos (mais ou menos arriscados) lhe oferecer.

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ETAPA 3: Analisar Informações


API: Tolerância aos Riscos
A tolerância ao risco é determinada pela:
Disposição de assumir risco (fatores psicológicos):
▪ Sensação em relação à possibilidade de perder dinheiro;
▪ Tomar decisões de investimento baseado em medo ou euforia.
Capacidade de assumir riscos (fatores econômicos):
▪ Valor das receitas regulares declaradas;
▪ Valor e os ativos que compõem o patrimônio;
▪ Prazo (curto / longo) e importância (necessidade / desejos) de objetivos;
▪ Necessidade futura de recursos declarada pelo cliente.
Vale ressaltar que a Disposição e a Capacidade de assumir riscos são independentes,
devendo ser colocado como prioritário aquele que for o menor, ou seja, se o cliente tem
baixa DISPOSIÇÃO a risco, mas alta capacidade, devemos respeitar a disposição do
cliente; se a CAPACIDADE a risco for menor que a disposição, devemos respeitar a
capacidade.

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ETAPA 3: Analisar Informações
API: Tolerância aos Riscos (Exemplos)

BAIXA TOLERÂNCIA A RISCO ALTA TOLERÂNCIA A RISCO

Objetivos de curto prazo Objetivos de longo prazo

Estar próximo da aposentadoria Ter uma longa jornada para se aposentar

Patrimônio está altamente comprometido Patrimônio não comprometido


para gerar renda para as despesas para gerar renda para as despesas

Tem baixa capacidade de poupança Tem alta capacidade de poupança

Mudanças bruscas no mercado financeiro Mudanças bruscas no mercado financeiro


causam ansiedade não causam ansiedade

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ETAPA 3: Analisar Informações


API: Tipos de Perfis
Após a realização do API, poderemos ter 3 tipos de Perfis:
Perfil Conservador (RISCO BAIXO): Objetivo principal é a segurança, com a
preservação do capital e baixa tolerância a riscos. Desta forma, suas aplicações
tendem a ter uma rentabilidade menor e, normalmente, ter posições a longo prazo.
Exemplos: Renda Fixa de bancos AAA, fundo de investimentos Referenciados ou
Curto Prazo e Títulos Público.
Perfil Moderado (RISCO MÉDIO): Objetivo principal é ter retornos acima das
aplicações normais de renda fixa, podendo se expor levemente em riscos de renda
variável ou de crédito. Exemplos: fundos de renda fixa de médio e longo prazo;
multimercados; podendo aplicar uma pequena parte em fundos de ações.
Perfil Arrojado (RISCO ALTO): Tem como objetivo correr maior risco buscando
máxima rentabilidade para os seus investimentos Desta forma, o investidor possui
parcela mínima do seu patrimônio para as aplicações mais seguras, investindo em
aplicações mais arriscadas, se valendo também de investimentos especulativos de
curto prazo. Exemplos: day-trades; fundos de ações; exposição em derivativos.

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CFP® - Certified Financial Planner
ETAPA 3: Analisar Informações
API: Fatores Determinantes
Como o PERFIL PODE MUDAR COM O TEMPO, a CVM colocou um prazo máximo de 24
meses para que seja atualizado o API (veremos a seguir todas as regras). No entanto, as
instituições podem colocar como regra interna, prazos menores para a sua atualização,
mas nunca maiores que 24 meses.
No entanto, é interessante o profissional deixar claro ao cliente que há diversos fatores
que podem alterar o perfil e que, quando ocorrer qualquer um deles, seja refeito o devido
documento para que o profissional sempre possa recomendar os produtos e/ou serviços
adequados ao perfil do cliente.
Os fatores determinantes para essa mudança são itens que englobam os 3 pilares do API:
Conhecimento sobre o mercado financeiro e experiência profissional;
Horizonte ou prazo de investimento;
Nível de risco que o cliente aceita em suas aplicações;
Nível e horizonte de renda desejado;
Nível de despesa familiar;
Nível de segurança a garantir;
Mudança no valor patrimonial.

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ETAPA 3: Analisar Informações


API: Prazos de Atualização & Dispensa
A Resolução CVM 30/2021, diz que o API deverá ser ATUALIZADO NO MÁXIMO 24 MESES
após a sua realização ou atualização. Além disso, os profissionais devem manter, pelo
PRAZO MÍNIMO DE 5 (CINCO) anos contados da última recomendação prestada ao
cliente, ou da última operação realizada pelo cliente, conforme o caso, ou por prazo
superior por determinação expressa da CVM, em caso de processo administrativo, todos
os documentos e declarações exigidos por esta Resolução.
Ficarão DISPENSADOS da obrigatoriedade quando:
for investidor qualificado, EXCETO quando forem pessoas naturais classificadas
como investidor qualificado ou profissional, em qualquer situação;
for pessoa jurídica de direito público;
o cliente tiver sua carteira de valores mobiliários administrada discricionariamente
por administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM.
o cliente já tiver o seu perfil definido por um consultor de valores mobiliários
autorizado pela CVM e esteja implementando a recomendação por ele fornecida.

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ETAPA 3: Analisar Informações
API: Vedações & Obrigações
É vedado aos profissionais recomendar produtos ou serviços ao cliente quando:
Ø (I) o produto ou serviço não seja adequado ao perfil do cliente;
Ø (II) as informações relativas ao perfil do cliente não estejam atualizadas;
Ø (III) não sejam obtidas as informações que permitam a identificação do perfil do
cliente.
Quando o cliente ordenar a realização de operações nas situações previstas nos itens (I) e
(II) acima, os profissionais devem, antes da primeira operação com a categoria de valor
mobiliário:
Ø Alertar o cliente acerca da ausência ou desatualização de perfil ou da sua
inadequação, com a indicação das causas da divergência; e
Ø Obter declaração expressa do cliente de que está ciente da ausência,
desatualização ou inadequação de perfil.
q OBSERVAÇÃO: As providências exigidas na lei são dispensadas quando o cliente estiver,
comprovadamente, implementando recomendações fornecidas por consultor de valores
mobiliários autorizado pela CVM.

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CFP® - Certified Financial Planner

ETAPA 3: Analisar Informações


Tipos de Rentabilidade
Existem diversos tipos de rentabilidades, que são formas de apresentar os retornos dos
investimentos. É importante ter a concepção desses conceitos para não se misturar “alhos
com bagulhos”, ou seja, devemos sempre comparar com os mesmos tipos de
rentabilidade, que são:
Rentabilidade Observada;
Rentabilidade Esperada;
Rentabilidade Absoluta;
Rentabilidade Relativa;
Rentabilidade Bruta;
Rentabilidade Líquida;
Rentabilidade Real;
Rentabilidade Nominal.

Importante ressaltar que os tipos de rentabilidades poderão aparecer muitas vezes juntas,
como por exemplo uma rentabilidade observada com retorno relativo (um fundo rendeu
100% do CDI nos últimos 3 anos). Veremos a seguir, as devidas diferenças para cada um
desses tipos.

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ETAPA 3: Analisar Informações
Rentabilidade Observada x Esperada
A RENTABILIDADE OBSERVADA de um investimento está relacionada com o conceito de
passado, com o seu devido histórico. Ela é muito comum aparecer quando se quer
demonstrar o retorno de investimento até o exato momento. Por exemplo, “o fundo de
investimentos XYZ rendeu 2% ao mês, nos últimos 36 meses”. Quando ela é apresentada a
um investidor através do retorno passado de um vendo, a lei exige que junto seja incluído
a frase “retornos passados, não são garantias de retornos futuros”.
Já a RENTABILIDADE ESPERADA condiz com a expectativa futura de um retorno. Seu
cálculo leva em consideração as possibilidades de cenários futuros ocorreram e os pesos
dos ativos.

Rentabilidade Rentabilidade
Observada Esperada

Linha do
Passado Hoje Futuro Tempo

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CFP® - Certified Financial Planner

ETAPA 3: Analisar Informações


Rentabilidade Absoluta x Relativa
A RENTABILIDADE ABSOLUTA de um investimento é o retorno total em percentuais que
um investidor irá receber. Por exemplo, um CDB rendeu 18% no período de 2 anos e uma
LTN foi contratada com retorno de 12% ao ano. Nos dois casos, o retorno está sendo
apresentada em retornos absolutos, ou seja, em taxas na qual o investidor sabe quanto
ganhou ou quanto irá ganhar.
Já a RENTABILIDADE RELATIVA de uma aplicação financeira, é quando a demonstração é
baseada com referência em outro retorno, sendo o caso mais comum, quando
demonstrada ou contratada através do CDI. Por exemplo, um CDB foi contrato com taxa
de 100% do CDI. Ou seja, o retorno do investidor dependerá do retorno que o CDI terá no
período. Esta é uma forma muito boa de se analisar se o retorno de um investimento foi
melhor ou pior que a sua referência (CDI, Selic, IPCA, Ibovespa, ...).
Como regra geral, títulos pós-fixados possuem rentabilidades relativas e títulos prefixados
possuem rentabilidades absolutas.

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ETAPA 3: Analisar Informações
Rentabilidade Bruta x Líquida
Imagine que um cliente investiu R$ 100 mil em um CDB que está rendendo 10% em dois
anos. Assim sendo, o valor atual aplicado no banco é de R$ 110.000,00, um rentabilidade
10% no período. No entanto, se ele decidir resgatar o valor do CDB, o que ele terá na sua
conta corrente não serão os R$ 110.000,00, mas sim o valor descontado do Imposto de
Renda (no caso 15%), que será de R$ 108.500,00, ou seja, 8,5%.
Assim, a RENTABILIDADE BRUTA são os 10% de retorno, já que o seu significado é “o
retorno antes de descontar o imposto de renda”. Já a o conceito de RENTABILIDADE
LÍQUIDA é “o retorno descontado do imposto de renda”, o que no nosso exemplo são os
8,5%. Esses retornos podem ser expressos em valores financeiros ou em taxas.
Salientamos que diversos investimentos não possuem imposto de renda para pessoas
físicas, tais como poupança, LCI e LCA. Assim, quando tratarmos produtos isentos de IR
com ativos não isentos, devemos fazer a comparação entre os mesmos TIPOS de
rentabilidade. Além disso, quando for feito um resgate de CDB ou Fundos de
Investimentos, o valor que entrar na conta já será o retorno líquido, e não bruto! Já que o
Imposto de Renda é retido na fonte pela instituição.

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ETAPA 3: Analisar Informações


Rentabilidade Real x Nominal
Conforme descrito no capítulo 4.3 Fundamentos de Finanças, a TAXA NOMINAL é a
rentabilidade a taxa contratada ou declarada em uma operação financeira, como por
exemplo, a “rentabilidade do fundo de investimentos nos últimos 12 meses foi de 12%”.
Estes 12%, é a taxa nominal da aplicação. Já a TAXA REAL é dada pela diferença entre a
TAXA NOMINAL e a INFLAÇÃO. Ela será a taxa que realmente gerou riqueza para o
investidor. Como o dinheiro somente é um meio troca (uma forma de pagamento), o que
importa de verdade é o quanto ele está comprando de bens e de serviços a mais, e não o
quanto ele, simplesmente, “cresceu”.
Por exemplo, imagine que você tenha R$ 100,00 e que uma maçã custe R$ 1,00. Desta
forma, hoje você poderia comprar 100 maçãs. No entanto, você tem como opção realizar
uma aplicação financeira que renda 15% por 1 ano. Caso você realize o investimento, no
próximo ano terá R$ 115,00. Mas não é somente o dinheiro que valoriza, os bens e
serviços também. Caso esta fruta valorize 10%, sendo o seu custo após 1 ano de R$ 1,10,
você comprará 104,5 maçãs, ou seja, o seu ganho REAL por ter investido no banco, será de
4,5 maçãs (4,5%). Perceba que não foi feito uma subtração da inflação pela da taxa
nominal (15% menos 10%), mas sim, uma divisão, pois dividimos R$ 115,00 por R$ 1,10
(o cálculo de taxas é ensinado no capítulo 4.3 Fundamentos de Finanças).

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ETAPA 3: Analisar Informações
Objetivos de Retorno da Carteira
As carteiras de investimentos devem ser criadas a partir das necessidades reais dos
clientes. Dessa forma, os tipos mais comuns de carteiras são:
PRESERVAÇÃO DE CAPITAL: Estratégia utilizada para quando o investidor necessita
que os seus investimentos consigam remunerar a inflação ou que se tenha grande
necessidade de liquidez. Este investidor tem um perfil e deve aplicar em ativo com
alta liquidez, baixo risco de crédito e caso sejam de longo prazo, ativos atrelados a
inflação, como por exemplo, NTN-B.
GERAÇÃO DE RENDA: É uma carteira formada para arcar os gastos do investidor.
Desta forma, terão ativos com remuneração constante, como por exemplo, títulos de
dívida que pagam cupons periódicos; ações com dividendos constantes; imóveis para
locação.
CRESCIMENTO: São investidores que necessitam que seu capital remunere bem
acima da inflação, em um período longo. Com isso, é recomendado dentre suas
aplicações, a carteira de investimentos tenha uma boa parcela em ativos com maior
volatilidade, como por exemplo ações.
ESPECULAÇÃO: Objetivo de crescimento acelerado com altíssimo risco. Raramente
é recomendada ao investidor.

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ETAPA 3: Analisar Informações


Cálculo do Objetivo de Retorno
❑ PERGUNTA: Rafael, possui atualmente R$ 100.000,00 e deseja ter em conta corrente
daqui 10 anos o valor de R$ 1 milhão a valores atuais. Se a inflação esperada é de 4% ao
ano e ele consegue investir anualmente R$ 70.000,00, qual deverá ser a rentabilidade
anual bruta que ele deverá buscar para seus investimentos?
Para resolvermos este problema, precisamos encontrar a rentabilidade anual bruta, ou
seja, o Retorno Nominal (Retorno Real + Inflação) da aplicação. Como o problema já nos
forneceu a inflação, nos falta somente calcular o devido Retorno Real e após isso, somar
com a inflação, lembrando que em juros compostos, “Soma” significa multiplicação.

Retorno Real: Rentabilidade Nominal:


▪ PV = 100.000 [CHS] o 100 [ENTER]
▪ PMT = 70.000 [CHS] o 4,22 [%] [+]
▪ FV = 1.000.000 o 4,00 [%] [+]
▪ n = 10 anos o 100 [-]
▪ i = ? = 4,22% a.a. R: 8,39% ao ano

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ETAPA 3: Analisar Informações
Exemplo (Mini-Case)
❑ EXEMPLO DE MINI-CASE: Rafael era proprietário da empresa ABC e a vendeu por R$ 25
milhões, sendo que agora, este é todo o seu capital. Após a venda, ele investiu 80% deste
valor em um projeto com projeção de 5 anos, no qual acreditava que, após este período, o
investimento renderia R$ 300 mil por mês a sua família. Com isso, ele deixou os 20%
restantes em um CDB com liquidez diária sem se preocupar com a rentabilidade. Logo em
sequência as suas aplicações, o mercado brasileiro entrou em crise e ele foi comunicado
que a expectativa de retorno do capital, foi modificado de 5 para 10 anos.
Com este mini-case, as duas problemáticas abaixo serão respondidas a seguir:
QUESTÃO 1: Caso o custo de vida da família seja de R$ 200.000,00, por quanto
tempo eles terão renda garantida, sendo o custo do capital do CDB é de 1% a.m?
QUESTÃO 2: Caso Rafael não tivesse feito nenhum saque nos investimentos
durante os 10 anos, considerando que em ambos o retorno bruto foi de 1% ao mês,
qual seria a taxa de retorno líquido ao final deste período caso houvesse resgate nos
investimentos? Considere a alíquota do Imposto de Renda em 15%.

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ETAPA 3: Analisar Informações


Exemplo (Mini-Case)
❑ QUESTÃO 1: Caso o custo de vida da família seja de R$ 200.000,00, por quanto tempo
eles terão renda garantida, sendo o custo do capital do CDB é de 1% a.m?
❑ RESPOSTA: Para resolvermos este problema, devemos simplesmente calcular o prazo
no qual os 20% dos R$ 25 milhões (R$ 5 milhões), que estão investidos no CDB com
liquidez diária, durará. Assim sendo:
PV = - 5.000.000 (20% de R$ 25MM)
FV = 0
PMT = +200.000 / mês
i = 1% a.m.
n = ? = 29 meses

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ETAPA 3: Analisar Informações
Exemplo (Mini-Case)
❑ QUESTÃO 2: Caso Rafael não tivesse feito nenhum saque nos investimentos durante
os 10 anos, considerando que em ambos o retorno bruto foi de 1% ao mês, qual seria a
taxa de retorno líquido ao final deste período caso houvesse resgate nos investimentos?
Considere a alíquota do Imposto de Renda em 15%.

1º: Cálculo do Resultado Financeiro Líquido: Cálculo da Taxa Líquida:


▪ PV = - 25.000.000 ▪ PV = - R$ 25.000.000
▪ PMT = 0 ▪ FV = R$ 73.883.221,51
▪ I = 1% am. ▪ PMT = 0
▪ n = 120 ▪ n = 10
▪ FV = ? = R$ 82.509.672,36 ▪ i = ? = 11,44% aa.

o Imposto (15%) =(FV – PV) × 15%


o Imposto (15%) = R$ 8.626.450,85
o Resultado Líquido = FV – IR
o Resultado Líquido = R$ 73.883.221,51

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ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


Definição
Esta etapa visa DESENVOLVER as recomendações de planejamento financeiro e
APRESENTÁ-LAS AO CLIENTE. Estas recomendações devem estar sempre baseadas nos
objetivos, necessidades e prioridades estabelecidas pelo cliente. Desta forma, o
profissional deverá:
Determinar e propor uma política de investimentos (Investment Portfolio
Statement-IPS) em função de sua situação financeira, estágio de vida, perfil
psicológico (suitability), objetivos e restrições;
Identificar e avaliar as estratégias de planejamento financeiro;
Identificar qualquer objetivo financeiro que não seja viável ou qualquer meta
pessoal declarada de curto, médio ou longo prazo que não pareça ser realista e
discute com o cliente como a(s) meta(s) pessoal(is) declarada(s) pode(m) ser
modificados ou abandonados.
Apresentar as recomendações de planejamento financeiro ao cliente e as
justificativas, de forma a permitir que o cliente tome uma decisão informada sobre
se as estratégias ajudarão a atingir os objetivos financeiros do cliente e as metas
pessoais declaradas.

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ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
IPS: Política de Investimentos
O IPS (Investment Portfolio Statement) é o documento elaborado entre o profissional e o
cliente que define todas as regras gerais que norteiam a alocação de ativos. Este
documento deverá demonstrar de forma clara os seguintes itens:
OBJETIVOS DE RETORNO do cliente de curto, médio e longo prazo;
RESTRIÇÕES DO INVESTIDOR que devem ser cuidadas;
TOLERÂNCIA AO RISCO do investidor;
RESTRIÇÕES aplicáveis, como necessidade de liquidez, considerações sobre
impostos, requisitos regulatórios e circunstâncias únicas;
Periodicidade de revisão do plano financeiro (quando ocorrerá a Etapa 6).
Metas de investimento geral;
Estratégias que o profissional deverá empregar para atingir os objetivos;
Limites de alocação em cada classe de ativo, podendo ter mínimo e máximo em
cada classe de ativo (renda fixa, ações, imóveis);
Critérios de Seleção dos Ativos.

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ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


IPS: Restrições
Montar o IPS do cliente envolve muito cuidado e alguns itens são extremamente
relevantes, pois podem gerar restrições na carteira de investimentos. São eles:
Horizonte de Tempo (T): quanto mais longo o tempo, maior a disponibilidade e a
capacidade de se tomar risco. São divididas em Pré-Aposentadoria (aquisição de
bens), Aposentadoria e Pós-Morte (Herança). Uma mudança de horizonte de tempo
acontece quando as circunstâncias e padrões de gasto ou receitas do investidor
mudam significativamente (prêmio de loteria).
Impostos (I): Afetam o retorno dos investimentos finais quando o imposto é pago
no final (Sucessão) ou durante a o percurso da carteira (renda/alienação).
Liquidez (L): São associadas as necessidade de liquidez contínuas (gastos mensais
ou periódicos), as imediatas (inesperadas) do investidor e aquelas chamadas de
ocasionais (compra de uma casa na praia).
Requisitos Regulatórios ou Legais (L): São associados a questões de legislação,
como por exemplo, regras que podem surgir em uma transferência patrimonial
através de um trust ou na discussão legal do VGBL & PGBL;
Circunstâncias Únicas (U): São todas as demais circunstâncias que não foram
mapeadas nos itens anteriores, como por exemplo, investimentos que o cliente não
deseja, por ser contra a sua ideologia.
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ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
IPS: Planejamento de Liquidez
O Planejamento de Liquidez é fundamental em uma carteira de investimentos, para que
não ocorra a necessidade de ter que transforma um investimento de longo prazo em
dinheiro em um curto espaço de tempo, causando um prejuízo não previsto por causa da
falta de liquidez ou causado pelo risco de resgate antecipado.
Este planejamento se baseia nos objetivos do cliente e nas necessidades de gastos
financeiros. Esta necessidade poderão ser:
Imediatas: são despesas que precisam ser atendidas em um espaço de tempo
muito curto (emergências médicas, etc.). Estes recursos devem vir de investimentos
com alta liquidez, como por exemplo: Fundo de Renda Fixa Curto Prazo; CDB de
liquidez diária de bancos de primeira linha (AAA ou AA); Tesouro SELIC (LFT);
Contínuas: são despesas recorrentes que devem ser honradas regularmente pelos
rendimentos da carteira de investimentos;
Ocasionais: São gastos em eventos planejados, normalmente são valores altos
comparado a carteira de investimentos (reformas na casa, viagens, troca de carro).

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ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


IPS: Reserva de Emergência
Recomendasse que o saldo equivalente seja de 3 a 12 vezes os gastos mensais da família,
devendo ser considerado as coberturas já contratadas contra riscos (seguros) no cálculo
da Reserva. Esse valor pode variar em função, por exemplo, das características das
entradas e saídas de recursos da família:
Maior previsibilidade quanto às rendas: Funcionários públicos, aposentados e
pensionistas (assalariados da iniciativa privada, autônomos e empresários precisarão
de maiores reservas de emergência).
Maior previsibilidade quanto aos gastos: Análise da estrutura de custos fixos e
variáveis da família pode levar a variações significativas no saldo recomendado para
a reserva de emergência.
É aconselhado que as aplicações da Reserva de Emergência sejam em investimentos com
baixíssimo risco (tanto de crédito, quanto de volatilidade) e possuam altíssima liquidez. As
aplicações mais recomendadas são: LFT; CDB de bancos com rating AAA; Fundo de
Investimentos Renda Fixa (Simples ou Curto Prazo).

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ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
IPS: Alterações
Conforme já mencionado, o profissional deverá deixar acordado qual será o período de
revisão dos dados do IPS (Política de Investimentos) do seu cliente. Mas isso não
necessita ser algo rígido, pois o próprio cliente não só pode, mas também deve comunicar
as mudanças relevantes (caso ocorra antes dos prazos acordados das revisões) para que o
profissional possa reajustar o seu IPS. Para que isso possa ocorrer, o cliente necessita
saber quais informações são relevantes e a troca de conhecimento é muito importante.
Os principais exemplos de mudanças na Política de Investimentos são:
OBJETIVOS: Antecipação ou a postergação da compra da casa própria ou da
aposentadoria; nascimento de filhos; doenças terminais; casamento;
SITUAÇÃO FINANCEIRA: Mudanças de emprego, herança, prêmio de loteria...
CONHECIMENTO: Formação acadêmica em finanças e experiência profissional;
MUDANÇAS ECONÔMICAS: Aqui vale uma ressalva, pois quando tratamos de
mudanças econômicas, nos referimos a parte de longo prazo e não de curto prazo.
Por exemplo, uma redução na taxa de juros pelo COPOM não modifica o IPS do
cliente, mas mudanças nos ciclos econômicos do Brasil, podem sim.

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ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


Asset Allocation
O objetivo do ASSET ALLOCATION, traduzido como ALOCAÇÃO DE ATIVOS, tem como
objetivo equilibrar a carteira de investimentos, mitigando os riscos de quem deseja
investir. Seu foco está na construção da parte da MACRO-ALOCAÇÃO de uma carteira de
investimentos, definindo o percentual que deverá ser alocado nas categorias de
investimentos, como, 80% em renda fixa e 20% renda variável.
Após a Alocação de Ativos, temos o que chamamos de Seleção de Ativos, que é a
atividade de seleção específica dos produtos financeiros (10% em Petrobrás e 10% em
Vale do Rio Doce, totalizando os 20% que foram definidos no Asset Allocation). Esta etapa
também é conhecida com MICRO-ALOCAÇÃO e ocorre na ETAPA 5 – Implementar as
Recomendações.
A ALOCAÇÃO DE ATIVOS é dividida também em Estratégica x Tática e Dinâmica x Estática,
que é aprofundado no Módulo II – Gestão de Ativos & Investimentos (Capítulo 7.3
Alocação de Ativos e Rebalanceamento de Carteiras).

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ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
Desenvolvendo Recomendações
Vimos até aqui como são importante as etapas iniciais (Etapa 2 – Coleta & Identificação de
Necessidades; Etapa 3 – Analisar e Avaliar a Situação do Cliente), pois se coletarmos os
dados equivocamente, não será possível Avaliar corretamente a Situação do Cliente. E se
tivermos uma avaliação equivocada, o documento que guiará todo o trabalho profissional,
que é o IPS (POLÍTICA DE INVESTIMENTOS), também estará equivocado.
Nos últimos exames foi exigido os seguintes pontos como padrão:
Nível de Risco da Carteira (concentração da carteira em ativos de risco);
Necessidade de liquidez (manter entre 5% a 10% em ativos de liquidez imediata);
Calcular o retorno exigido pelo cliente, sempre assumindo o menor risco possível;
Prestar muita atenção se os retornos das carteiras serão ou não sujeitos a
impostos, além de ficar atento se a questão está solicitando retorno real ou nominal.

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ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


Desenvolvendo Recomendações: Exemplo
Um investidor, 30 anos de idade, solteiro, herdou R$ 2.000.000,00 recentemente. Ele
não trabalha e suas despesas pessoais são de R$ 30.000 por mês. Ele não pretende
trabalhar e deseja viver com o rendimento real e ganho de capital gerados pela herança,
sem tocar no principal. A inflação é de 3,5% a.a., a taxa do ativo livre de risco real de
4% a.a. Qual é a carteira mais recomendada?

CARTEIRAS
ATIVOS
I II III IV
Fundos de Curto Prazo 5% 5% 0% 20%
Títulos do Governo LFT 5% 10% 0% 30%
Fundos de Renda Fixa de Longo Prazo 10% 25% 40% 40%
Fundos Private Equity 25% 15% 25% 0%
Ações 55% 45% 30% 10%
Retorno Esperado Total das Carteiras,
30% 24% 23% 18%
após os impostos

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ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
Desenvolvendo Recomendações: Exemplo
Primeiramente, devemos calcular o retorno necessário que o investidor necessita ter:
Suas despesas anuais são R$ 30.000 × 12 = R$ 360.000.
O retorno mínimo REAL que ele precisa ter é 360.000 ÷ 2.000.000 = 18% ao ano.
Considerando a inflação, o retorno nominal líquido será: 22,13%
▪ HP-12C:
o 100 enter
o 18 [%] [+]
o 3,5 [%] [+]
o 100 [-]
Devemos escolher a carteira que entrega o retorno necessário e que possua liquidez.
Importante notar que o retorno em vermelho é o retorno líquido e não o retorno real.
Carteira I: possui um retorno muito acima do necessário, gerando um risco
desnecessário ao investidor (80% está alocado em empresas: Ações + Private Equity)
CARTEIRA II: É a carteira que deve ser escolhida e apresentada ao cliente, pois
fornece o retorno necessário e possui liquidez (15% em LFT e fundos Curto Prazo).
Carteira III: mesmo tendo uma remuneração aceitável, não possui liquidez.
Carteira IV: não gera o retorno necessário para o investidor.

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CFP® - Certified Financial Planner

ETAPA 5: Implementar as Recomendações


ETAPA 5
Nesta etapa, deve-se IMPLEMENTAR as recomendações de planejamento financeiro. Esta
implementação poderá ser feita tanto pelo profissional, quanto pelo próprio cliente, sem
a parÇcipação do profissional. Vale ressaltar que o profissional somente poderá executar a
implementação das recomendações naquelas áreas na qual ele esteja habilitado
legalmente e caso o ele e o cliente tenham acordado isto no início do relacionamento
(que ocorreu na Etapa 1 – Definindo o Escopo de Trabalho). Portanto, um profissional
CFP® pode cobrar para fazer um inventário extrajudicial? SIM, desde que ele seja
advogado.
Se o profissional for o responsável pela implementação, ele deverá:
Obter aprovação sobre as responsabilidades na implementação do plano financeiro
pessoal.
Idenficar e apresentar os produtos e serviços adequados para implementação
do plano financeiro aprovado pelo cliente.
❑ OBSERVAÇÃO: Caso haja a possibilidade de um conflito de interesse nas indicações dos
produtos, os mesmos deverão ser informados ao cliente.

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CFP® - Certified Financial Planner
ETAPA 5: Implementar as Recomendações
Categorias de Produtos
Profissionais devem analisar e classificar as categorias de produtos com que atuem,
identificando as características que possam afetar sua adequação ao perfil do cliente,
devendo ser considerados, no mínimo:
Os riscos associados ao produto e seus ativos subjacentes;
O Perfil dos emissores e prestadores de serviços associados ao produto;
A existência de garantias;
Os prazos de carências.

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CFP® - Certified Financial Planner

ETAPA 5: Implementar as Recomendações


Vedações e Deveres
❑ É vedada a recomendação de produtos ou serviços ao cliente quando:
O perfil do cliente não for adequado ao produto ou serviço;
Não sejam obtidas as informações que permitam a identificação do perfil do
cliente;
As informações relativas ao perfil do cliente não estiverem atualizadas.
❑ Dever de quando o cliente ordenar a realização de operações, antes da primeira
operação:
Alertar o cliente acerca da ausência ou desatualização de perfil ou da sua
inadequação, com a indicação das causas da divergência; e
Obter declaração expressa do cliente de que está ciente da ausência,
desatualização ou inadequação de perfil.

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CFP® - Certified Financial Planner
ETAPA 6: Monitorar a Situação com o Cliente
Definição
Esta é a última etapa do planejamento financeiro, no qual deve-se MONITORAR a
situação do cliente, baseada na periodicidade acordada na Etapa 4 – Desenvolvimento de
Recomendações e Apresentação ao Cliente, no documento IPS (Investment Portfolio
Statement). Com isso, esta Etapa 6 – Monitoramento da Situação do Cliente, inclui:
Revisar e reavaliar periodicamente o plano financeiro propondo e implementando,
se for o caso, os ajustes necessários;
Obter aprovação sobre estratégias necessárias para implementar os ajustes
propostos.
Desta forma, nesta etapa ocorre o Feedback do cliente, criando-se um vínculo de longo
prazo entre o planejador financeiro e o cliente. Recomenda-se que seja feito pelo menos
uma vez por ano todo o processo do planejamento financeiro.

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CFP® - Certified Financial Planner
Capítulo 2:
Responsabilidade Fiduciária e
Conduta Profissional
53
2.1 Código de Ética CFP®
54
54
CFP® - Certified Financial Planner

Código de Ética
Tópicos
O Código de Conduta Ética e Responsabilidade Profissional da Planejar estabelece
Princípios e Regras aplicáveis a:
Pessoas físicas certificadas para o uso das marcas CFP® (Planejadores CFP®).
Pessoas jurídicas e físicas não certificadas para o uso das marcas que sejam
associadas à Planejar (Associados).
Tanto os Princípios quanto as Regras contidos neste Código constituem normas de
observância obrigatória. O descumprimento de quaisquer destas normas pelos
Planejadores CFP® e Associados acarreta a instauração de procedimentos
disciplinares para sua apuração. Vale ressaltar que:
Adesão ao código de ética é obrigatória a todos os associados; e
O código se aplica a todos os Profissionais que executem qualquer planejamento
envolvendo a Marca CFP®.
Estaremos focando nos principais itens do Código de Ética e do seu devido Anexo, sendo
a sua leitura obrigatória a todos que desejam ser aprovados.

(*) https://planejar.org.br/wp-content/uploads/2021/01/planejar_codigo_etica_ed001-1-1_correto.pdf

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CFP® - Certified Financial Planner
Termos e Expressões (Seção I)
Definição (I)
(I) Os Termos e Expressões que trata o código são:
Planejar: Associação Brasileira de Planejadores Financeiros;
Associado: Qualquer pessoa física ou jurídica associada à Planejar, ainda que não
seja certificada como Planejador CFP®;
Planejador: Qualquer profissional atualmente certificado pela Planejar, sendo-lhe
autorizado o uso das marcas CFP®;
Cliente: Qualquer pessoa, física ou jurídica, que contrate um Planejador CFP® e
Associado para lhe prestar serviços profissionais de planejamento financeiro.
Quando os serviços são prestados a uma pessoa jurídica, o cliente é a própria pessoa
jurídica, agindo por meio de seu representante legal;
Código: O presente Código de Conduta Ética e Responsabilidade Profissional da
Planejar;
Conflito de interesses: Situação ou circunstância em que o Planejador CFP® e
Associado obtenham ou possam obter, para si ou para terceiros, vantagem indevida
e de que resulte, ou possa resultar, prejuízo para seus clientes, ou que impeça ou
restrinja sua capacidade de prestar aconselhamento, recomendações ou serviços de
forma isenta.

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Termos e Expressões (Seção I)


Definição (II)
(II) Os Termos e Expressões que trata o código são:
Processo de planejamento financeiro pessoal ou processo de planejamento
financeiro: Compreende a análise de dados dos clientes, tais como objetivos, perfil
de tolerância ao risco e avaliação da situação financeira para o correto
desenvolvimento e monitoramento de recomendações e/ou alternativas de
planejamento financeiro;
Remuneração: Significa todo e qualquer ganho do Planejador CFP® ou Associado no
desenvolvimento de suas atividades junto aos clientes, contemplando todas as
fontes e formas, pecuniárias ou não, diretas e indiretas, de remuneração,
independentemente da denominação utilizada, que configurem benefício
econômico, tais como taxas, comissões, honorários, “rebates”, entre outras;
Suitability: Análise cuidadosa da situação financeira, experiência e objetivos do
cliente, para fins de apresentação de aconselhamento financeiro. Para a definição do
perfil do cliente, devem ser analisados, no mínimo, os seguintes aspectos:
(I) experiência em matéria de investimentos; (II) horizonte de tempo; (III) objetivos; e
(IV) capacidade de tolerância ao risco.

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Princípios (Seção II) e Regras (Seção III)
Definição
Os Princípios e Regras do Código expressam o reconhecimento pelo Planejador CFP® e
Associado de suas responsabilidades profissionais para com o público, clientes e colegas.
Os seus devidos conceitos são:
PRINCÍPIOS: Os Princípios expressam em termos gerais a postura ética profissional
esperada dos Profissionais CFP®, que devem persegui-los em suas atividades
profissionais. Desta forma, ressalta:
o Postura ética profissional esperada;
o Assuntos mais genéricos;
o Responsabilidades dos profissionais CFP® para com o público, clientes, colegas e
empregadores.
REGRAS: As Regras determinam os padrões éticos derivados dos dogmas contidos
nos Princípios. Assim sendo, as Regras clarificam os padrões de conduta ética e
responsabilidade profissional que devem ser observados e perseguidos em
determinadas situações. Desta forma, ressalta:
o Situações específicas;
o Algumas Regras não são aplicáveis a alguns tipos de serviços.

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CFP® - Certified Financial Planner

Princípios
Os 8 Princípios
Os 8 princípios do código de ética da planejar são:
Princípio 1 – Cliente em primeiro lugar: Colocar os interesses do cliente em
primeiro lugar;
Princípio 2 – Integridade: Fornecer serviços profissionais com integridade;
Princípio 3 – Objetividade: Fornecer serviços profissionais de forma objetiva;
Princípio 4 – Imparcialidade: Ser justo e imparcial nas suas relações profissionais;
Princípio 5 – Profissionalismo: Agir com conduta profissional exemplar;
Princípio 6 – Competência: Manter e desenvolver as habilidades e os
conhecimentos necessários para a boa atuação profissional;
Princípio 7 – Confidencialidade: Proteger a confidencialidade de todas as
informações dos clientes;
Princípio 8 – Diligência: Fornecer serviços profissionais de forma diligente.

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Princípio 1: Cliente em primeiro lugar
Definição
Este princípio diz que o profissional deve COLOCAR OS INTERESSES DO CLIENTE EM
PRIMEIRO LUGAR e não considerar ganhos ou vantagens pessoais acima dos interesses do
cliente é obrigação do Planejador CFP® e Associado.
É marca característica de profissionalismo do planejador financeiro CFP® colocar os
interesses do cliente em primeiro lugar, agindo de forma honesta e não colocando ganhos
ou vantagens pessoais acima dos interesses do cliente.

❑ PROVA: somente deverá ser assinalado, se os outros princípios estiverem errados, pois
este princípio sempre é violado, quando algum outro for violado também.

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CFP® - Certified Financial Planner

Princípio 2: Integridade
Definição
O Planejador CFP® e o Associado devem FORNECER SERVIÇOS PROFISSIONAIS COM
INTEGRIDADE, pois a integridade requer que observem não apenas o conteúdo dos
Princípios e Regras, mas também o espírito deste Código. A confiança depositada pelos
clientes pressupõe atuação honesta, integra e transparente. Agindo com integridade, o
Planejador CFP® e Associado mantêm e aprimoram a imagem pública do uso das marcas
CFP® e o compromisso de bem servir.

❑ PROVA: A dica é escrever “Hintegridade”, com H de HONESTIDADE e ressaltar que agir


com “propaganda enganosa” é uma violação deste princípio.

❑ EXEMPLO: Rafael trabalha em uma empresa de consultoria financeira. Ele garante a


um novo cliente, que acaba de ganhar na loteria R$ 10 milhões, que pode “prover todos
os serviços de investimentos que você possa precisar”. A empresa na qual Rafael
trabalha, pode dar consultoria em planejamento financeiro mas não pode atuar em
alocação de ativos e outros serviços. Qual princípio Rafael violou?
Resposta: Como Rafael utilizou de propaganda enganosa, ele violou o princípio da
integridade, já que sua empresa não pode atuar em todos os serviço.

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CFP® - Certified Financial Planner
Princípio 2: Integridade
Regras
❑ O profissional CFP® e o Associado deverão:
Assegurar que suas preferências ou interesses pessoais não afetem de forma
adversa os serviços prestados ao cliente. Falta: Leve a Grave, mais multa;
Exercer julgamento prudente ao oferecer e prestar serviços. Falta: Leve a Grave,
mais multa.
❑ O profissional CFP® e o Associado NÃO deverão:
Omitir a clientes ou terceiros os potenciais benefícios gerados em proveito próprio
pelos serviços prestados. Falta: Leve a Grave, mais multa;
Adotar conduta que possa impactar negativamente a imagem das Marcas CFP® e
da profissão de planejador financeiro. FALTA: GRAVE, MAIS MULTA.
Fornecer, direta ou indiretamente, informações falsas ou enganosas relacionadas
às suas qualificações ou serviços. FALTA: GRAVÍSSIMA E MULTA;
Incorrer em conduta desonesta, fraudulenta, enganosa ou falsa. FALTA:
GRAVÍSSIMA E MULTA.

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CFP® - Certified Financial Planner

Princípio 3: Objetividade
Definição
O Planejador CFP® e o Associado devem FORNECER SERVIÇOS PROFISSIONAIS DE FORMA
OBJETIVA. A objetividade na atuação do Planejador CFP® e Associado requer honestidade
intelectual e imparcialidade na atuação dentro do escopo de serviço acordado. As
recomendações devem ser feitas de forma pragmática, isenta, transparente e respaldada
em princípios técnicos.

❑ PROVA: A dica é escrever “objeSUITABILIDADE”, para lembrar de Suitability (API).

❑ EXEMPLO: Um planejador financeiro CFP® recebe instruções da instituição financeira


aonde trabalha, para ofertar um novo COE a todos os seus clientes, independente da
perfil do API (suitability). Ele segue as ordens e consegue que 90% de seus clientes
comprem o produto. Qual princípio foi violado?
Resposta: Ele violou o Princípio da Objetividade, pois não respeitou o perfil de seus
clientes (API), que é um princípio técnico.

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CFP® - Certified Financial Planner
Princípio 3: Objetividade
Regras
❑ O Profissional CFP® e o Associado deverão:
Comunicar todos os fatos relevantes, sempre que necessário, para evitar que
clientes ou partes relacionadas sejam induzidos a erros ou enganos. Falta: Leve a
Grave, mais multa;
Fazer e/ou implementar recomendações adequadas (“Suitability”) ao seu cliente.
Falta: Leve a Grave, mais multa;
Acordar com seus clientes os serviços e remuneração a serem fornecidos,
necessariamente, antes de implementá-los. Falta: Leve a Grave, mais multa;
Comunicar-se de forma a garantir que o cliente compreenda as recomendações de
seu planejamento financeiro e possa tomar decisões conscientes. Falta: Leve, mais
multa.

64
CFP® - Certified Financial Planner

Princípio 4: Imparcialidade
Definição
O Planejador CFP® e o Associado devem SER JUSTOS E IMPARCIAIS NAS SUAS RELAÇÕES
PROFISSIONAIS. A imparcialidade traduz-se na identificação, informação e administração
de possíveis conflitos de interesses envolvidos no processo de planejamento financeiro. O
Planejador CFP® e Associado devem informar clientes e colegas de forma imparcial sobre
seus direitos e deveres, assim como tratá-los como gostariam de ser tratados.

❑ PROVA: A dica é “Conflitos de Interesse”.

❑ EXEMPLO: Um gestor recomenda aos seus clientes a compra de ações da empresa em


que a sua esposa trabalhou no IPO recentemente. Ele não revela esta informação para
seus clientes. Qual princípio foi violado?
Resposta: Ele violou o Princípio de Imparcialidade, pois não informou sobre o possível
conflito de interesse, pois sua esposa poderá ser beneficiada se o IPO for bem
sucedido.

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CFP® - Certified Financial Planner
Princípio 4: Imparcialidade
Regras
❑ O Profissional CFP® e o Associado deverão segregar o patrimônio do cliente do seu
patrimônio individual, de seu empregador ou de quaisquer outros, a menos que tal
procedimento seja legalmente previsto e/ou expressamente autorizado por escrito entre
as partes. FALTA: GRAVE A GRAVÍSSIMA.

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CFP® - Certified Financial Planner

Princípio 5: Profissionalismo
Definição
O profissionalismo exige comportamento digno e respeitoso com clientes, colegas,
instituições vinculadas ou concorrentes e órgãos reguladores, sempre em conformidade
com a legislação vigente e as regras e princípios deste Código, agindo com conduta
profissional exemplar. O profissionalismo pressupõe o espirito de cooperação e requer
que posicionamentos públicos sejam feitos com moderação. Desta forma, o Planejador
CFP® e o Associado devem AGIR COM CONDUTA PROFISSIONAL EXEMPLAR.

❑ PROVA: A dica é “não ser agiota”.

❑ EXEMPLO: Um profissional CFP® está passando por dificuldades financeiras e toma


emprestado recursos financeiros de um cliente. Ele infringiu o Código de Ética?
Resposta: Sim, pois o profissional CFP® não pode emprestar recursos a clientes
(exceto a familiares até segundo grau) e tão pouco tomar dinheiro emprestado de
clientes, exceto se o cliente for uma instituição pertencente ao Sistema Financeiro
Nacional e o empréstimo não estiver relacionado com os serviços prestados.

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CFP® - Certified Financial Planner
Princípio 5: Profissionalismo
Regras
❑ O Profissional CFP® e o Associado deverão:
Respeitar as diretrizes e regras do Guia de Uso das Marcas CFP®. Falta: Leve a
Grave, mais multa;
Cumprir e respeitar os procedimentos da Planejar, incluindo as obrigações de
educação continuada, para manter o direito de uso das Marcas. Falta: Leve, mais
multa;
Manter atualizados seus dados cadastrais no sistema da Planejar, em até
30 (trinta) dias corridos da alteração. Falta: Leve, mais multa.

❑ O Planejador CFP® e Associado que receberem notificação de instauração de processo


judicial ou administrativo relacionado a sua atividade profissional deverão notificar a
Planejar por carta ou e-mail com AR (aviso de recebimento) ou protocolo em até
30 (trinta) dias corridos do recebimento da notificação. Após a conclusão do processo, a
Planejar deverá ser informada sobre o resultado. Falta: Leve a Grave, mais multa.

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CFP® - Certified Financial Planner

Princípio 5: Profissionalismo
Regras
❑ O Profissional CFP® e o Associado NÃO deverão tomar ou emprestar dinheiro ao
cliente, exceto se:
O cliente tiver relação ou parentesco até o segundo grau com o Profissional CFP® e
Associado, ou, ainda, quando for seu cônjuge ou companheiro;
O cliente for uma instituição pertencente ao Sistema Financeiro Nacional e o
empréstimo tomado pelo Profissional não estiver relacionado com os serviços
prestados ou se o dinheiro emprestado ao cliente for da instituição.
FALTA: GRAVE, MAIS MULTA.

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CFP® - Certified Financial Planner
Princípio 6: Competência
Definição
O Planejador CFP® e o Associado deve MANTER E DESENVOLVER AS HABILIDADES E OS
CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS PARA A BOA ATUAÇÃO PROFISSIONAL. A competência
exige atingir e manter um nível adequado de habilidades, capacidades e conhecimentos
para o fornecimento de serviços profissionais de planejamento financeiro pessoal,
conforme descrito no documento “Perfil de Competência do Planejador Financeiro”.
Inclui, também, a sabedoria e maturidade para conhecer suas limitações e situações em
que a consulta ou o encaminhamento para outro(s) profissional(is) seja apropriado. A
competência requer compromisso constante com a educação continuada.

❑ PROVA: Lembrar de humildade, só fazer o que sabe.


❑ EXEMPLO: Um profissional CFP®, especialista em renda variável, aconselha seu cliente
sobre planejamento sucessório. Este cliente possui diversas peculiaridades, como por
exemplo, bens no exterior. O Profissional CFP® não achou necessário o envolvimento de
um advogado. Desta forma, qual princípio foi violado?
Resposta: O profissional CFP® violou o Princípio da Competência, pois não deve
assessorar nas áreas em que não for competente, devendo buscar consultoria e/ou
encaminhar os clientes para profissionais qualificados.

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CFP® - Certified Financial Planner

Princípio 6: Competência
Regras
❑ O Profissional CFP® e o Associado deverão:
Assessorar seus clientes apenas naquelas áreas de sua competência. Nas áreas em
que não forem competentes, o Planejador CFP® e Associado deverão buscar
consultoria e/ou encaminhar os clientes para profissionais qualificados. Falta: Leve,
mais multa;
Realizar análise técnica e imparcial dos produtos e serviços a serem recomendados
aos clientes, podendo valer-se da análise de terceiros de reputação comprovada.
Falta: Leve, mais multa.
Manter seus conhecimentos atualizados em todas as áreas do conhecimento que
envolvam o processo de planejamento financeiro e cumprir todas as exigências de
educação continuada da Planejar. Falta: Leve, mais multa;
Conhecer e observar os seguintes documentos da Planejar disponíveis no site:
o Perfil de Competência do Planejador Financeiro;
o Melhores Práticas de Planejamento Financeiro.
o Falta: Leve, mais multa

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Princípio 7: Confidencialidade
Definição
O Planejador CFP® e o Associado deve PROTEGER A CONFIDENCIALIDADE DE TODAS AS
INFORMAÇÕES DOS CLIENTES. A confidencialidade exige do Planejador CFP® e Associado
a guarda e proteção das informações dos clientes, de forma a permitir acesso prudente
apenas às pessoas autorizadas. Um relacionamento de confiança com o cliente só pode
ser construído sob o entendimento de que as informações serão tratadas de forma
discreta e segura e não serão reveladas inadequadamente.

❑ PROVA: A dica é “só falar, se a justiça mandar”.

❑ EXEMPLO: Profissional fala dos negócios de um ex-cliente com amigos. Há violação?


Resposta: Sim, pois a palavra cliente na Planeja se aplica para clientes atuais, potenciais e
ex-clientes.
❑ EXEMPLO 2: Profissional é chamado para depor como testemunha num processo
judicial onde seu cliente é uma das partes envolvidas. Deve revelar as informações?
Resposta: Sim, não há violação do princípio da confidencialidade, pois é um processo
judicial.

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Princípio 7: Confidencialidade
Regras
❑ O Profissional CFP® e o Associado deverão tratar as informações do cliente como
confidenciais, EXCETO:
Responder a processos legais;
Satisfazer a legislação e regulamentação oficiais vigentes;
Atender a obrigações para com empregadores ou sócios;
Defender-se contra acusações de conduta irregular em disputa civil ou criminal;
Prestar serviços profissionais em nome do cliente com autorização por escrito do
mesmo.
FALTA: GRAVE A GRAVÍSSIMA

❑ O Planejador CFP® e Associado deverão agir com prudência para proteger as


informações e a propriedade do cliente, incluindo segurança de informações
armazenadas, seja de forma física ou eletrônica. O Planejador CFP® e Associado deverão
tratar todos os Dados Pessoais a que tiverem acesso no desempenho de suas funções,
única e exclusivamente para cumprir com a finalidade determinada junto ao Titular dos
Dados Pessoais, em atenção a legislação aplicável sobre o tema, em especial, a Lei Federal
nº 13.709/2018 (a “Lei Geral de Proteção de Dados”). FALTA: GRAVE, MAIS MULTA.

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CFP® - Certified Financial Planner
Princípio 8: Diligência
Definição
O Planejador CFP® e o Associado deve FORNECER SERVIÇOS PROFISSIONAIS DE FORMA
DILIGENTE. A diligência exige que o Planejador CFP® e Associado atendam aos
compromissos profissionais com zelo, dedicação e rigor, cuidando e supervisionando
adequadamente a execução dos serviços profissionais de acordo com o escopo, condições
e prazos acordados com o cliente.

❑ PROVA: A dica é lembrar de “Funções de um Gerente / Dirigente” .

❑ EXEMPLO: Um profissional tem um problema com um cliente por erro de um membro


de sua equipe. Ele é responsável pela falha de um de seus subordinados?
Resposta: Sim, pois o profissional deverá supervisionar ou direcionar de forma prudente e
responsável quaisquer subordinados ou terceiros a quem delegue responsabilidades por
quaisquer serviços para o cliente.

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CFP® - Certified Financial Planner

Princípio 8: Diligência
Regras
❑ O Profissional CFP® e os associados deverão:
Devolver documentos ou qualquer outro bem do cliente mediante solicitações do
mesmo, assim que possível, ou em conformidade com os prazos estabelecidos com o
cliente. Falta: Grave, mais multa.
Sempre que aplicável, documentar, identificar e manter atualizadas as informações
do cliente sobre as quais exerça qualquer tipo de supervisão. Falta: leve, mais multa.
Supervisionar ou direcionar de forma prudente e responsável quaisquer
subordinados ou terceiros a quem delegue responsabilidades por quaisquer serviços
para o cliente. Falta: Leve a Grave, mais multa.

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CFP® - Certified Financial Planner
Procedimentos Disciplinares (Seção IV)
Definição
O eventual descumprimento dos Princípios e Regras contidos neste Código será objeto de
apuração pela Planejar, seja de ofício ou mediante o recebimento de denúncia, devendo o
respectivo procedimento disciplinar ser conduzido de acordo com o estabelecido no
documento “Normas Disciplinares e Procedimentos Para Apuração de Descumprimentos
às Regras do Código de Conduta Ética e Responsabilidade Profissional da Planejar” (Anexo
do Código). Vale ressaltar que o procedimento disciplinar só será aplicado no caso de
eventuais descumprimentos deste código, mas não à outras normas ou infrações da lei.
Além disso, serão assegurados, na condução do procedimento disciplinar, a ampla defesa
e o contraditório, sendo observadas também a celeridade, a razoabilidade e a
simplificação dos atos (informalidade). Com isso, pretende-se que o processo seja rápido,
simplificado e razoável para que a punição não seja desproporcional à gravidade do
descumprimento eventualmente cometido pelo Planejador CFP® ou Associado
Na hipótese de reconhecimento da irregularidade atribuída ao Planejador CFP® e
Associado, serão aplicadas as penalidades também previstas no documento “Normas
Disciplinares e Procedimentos Para Apuração de Descumprimentos às Regras do Código
de Conduta Ética e Responsabilidade Profissional da Planejar”.

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CFP® - Certified Financial Planner

Melhores Práticas (Seção V)


Definição
As Melhores Práticas de Relacionamento entre Planejador CFP® e Associado e clientes
constituem recomendações, não sendo, dessa forma, de observância obrigatória.
Recomenda-se que o Planejador CFP® e Associado:
Desenvolvam mecanismos para formalizar com seu cliente o escopo do trabalho,
custos envolvidos, remuneração pelos serviços, prazos acordados e outros itens que
as partes julguem necessários;
Comuniquem ao cliente qualquer informação que possa afetar sua decisão de
contratá-lo;
Informem ao cliente que a Planejar é o canal oficial para reclamações.

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CFP® - Certified Financial Planner
Procedimentos Disciplinares (Anexo)
Equipes
O CONSELHO DE NORMAS ÉTICAS, composto por 5 a 9 membros, tem como função a
apreciação das denúncias, com o poder de decisão sobre a instauração ou não de
procedimento disciplinar. Além disso, ele conduz eventuais audiências, decidindo sobre a
celebração de termos de compromissos e impondo as penalidades previstas se for o caso.
Ela é a instância final, quem avalia todo o caso e decide qual será a atitude a ser tomada
diante do indício de descumprimento do Código.
A EQUIPE PLANEJAR é responsável pela supervisão, acompanhamento e verificação da
adequação dos documentos e condutas dos profissionais certificados perante as normas
do código de ética, além de receber as denúncias contra os profissionais certificados e os
associados. Caso seja identificada alguma irregularidade é iniciado um processo
disciplinar (esta é a verificação de ofício). Os integrantes são sempre do quadro de
profissionais da Planejar e designados pela Diretoria da entidade.
O GRUPO DE TRABALHO é responsável pela condução dos trabalhos na busca da
realidade dos fatos e elaboração de um parecer encaminhando-o para apreciação do
CONSELHO. Ele é composto por 3 membros (um membro do Conselho, sendo este o
coordenador do Grupo de Trabalho e relator do caso; e dois membros voluntários
indicados a exclusivo critério da Planejar).
78
CFP® - Certified Financial Planner

Procedimentos Disciplinares (Anexo)


Procedimentos para Apuração
❑ Art. 1º: Os procedimentos para apuração de eventuais descumprimentos estão sujeitos
às normas estabelecidas no Código, sendo sigilosos e terão por escopo exclusivamente a
apuração de eventuais descumprimentos dos Princípios e Regras. A interpretação das
normas será feita com base nos pilares da Integridade, Excelência e Engajamento.
❑ Art. 2º: Serão assegurados, na condução do procedimento disciplinar, a ampla defesa e
o contraditório, sendo observadas também a celeridade, a razoabilidade e a simplificação
dos atos (informalidade). São direitos do denunciado no procedimento disciplinar, sem
prejuízo dos demais direitos e faculdades garantidos por lei e anexo do código:
Ser comunicado acerca do início da apuração de eventual infração, podendo ter
vista e obter cópias dos autos;
Formular alegações, apresentar defesa escrita e documentos, assim como
comparecer pessoalmente perante o Grupo de Trabalho, em dia e hora por este
definidos, para prestar esclarecimentos e, ainda, na sessão de julgamento,
apresentar sustentação oral, ressalvado que a falta de manifestação das partes
interessadas não impedirá o andamento do procedimento disciplinar;
Fazer-se representar, facultativamente, por advogado; e
Manter-se silente.

79
CFP® - Certified Financial Planner
Procedimentos Disciplinares (Anexo)
Procedimentos para Apuração
❑ Art. 4º: A Equipe Planejar analisará eventuais descumprimentos ao Código, inclusive
aqueles de que tiver ciência por meio de denúncia ou de condenações definitivas em
processos administrativos instaurados por autoridades regulatórias.
Ø A denúncia pode ser efetuada por QUALQUER PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA, mas
somente será apreciada e considerada eficaz se FEITA POR INSTRUMENTO ESCRITO E
ENCAMINHADA PELOS CANAIS ELETRÔNICOS OFICIAIS DA PLANEJAR, COM A
IDENTIFICAÇÃO INEQUÍVOCA DO DENUNCIANTE, contendo a descrição da prática
objeto da denúncia e, sempre que possível, acompanhada dos documentos que a
fundamentem.

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CFP® - Certified Financial Planner

Procedimentos Disciplinares (Anexo)


Procedimentos para Apuração
❑ Art. 5º: Caso encontre, em sua análise técnica ou por meio de denúncia, efetivos
indícios de descumprimento das normas do Código, a Equipe Planejar encaminhará o
caso, apresentando todas as informações até então disponíveis, para o Conselho de
Normas Éticas, para que este, em reunião ordinária, a ser realizada até a 3ª (terceira)
reunião ordinária do Conselho dado do recebimento das informações pela Equipe
Planejar, aça análise preliminar do mérito e, conforme o caso, determine a instauração do
processo. Caso a análise não ocorra até a 3ª (terceira) reunião ordinária do Conselho, uma
reunião extraordinária será agendada para cumprir a obrigação de análise.
Na instauração do procedimento disciplinar, deverá haver clara indicação do fato
considerado irregular, da regra do Código infringida e do suposto autor da infração;
A denúncia será arquivada caso o Conselho de Normas Éticas, na reunião ordinária,
conclua de plano que não há indícios de violação, devendo o denunciado ser
notificado de tal fato, no prazo de 15 (quinze) dias úteis de tal decisão;
Caso o Conselho conclua que há indícios de violação, será determinada a
instauração do procedimento disciplinar e indicado o Coordenador do GT;
Caso o denunciado seja membro do Conselho de Normas Éticas ou da Equipe
Planejar, será automaticamente afastado do processo desde o início.

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CFP® - Certified Financial Planner
Procedimentos Disciplinares (Anexo)
Prazos
❑ Art. 6º: O Associado deverá apresentar sua defesa e eventuais alegações, por escrito,
em até 15 (quinze) dias úteis, contados do recebimento da notificação.
❑ Art. 28: O prazo para instauração do procedimento disciplinar prescreve em 5 (cinco)
anos, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou
continuada, do dia em que tiver cessado.
Interrompe-se a prescrição referida no “caput” deste artigo, sendo reiniciada uma
nova contagem, na data em que o fato tenha chegado ao conhecimento da Planejar.
O prazo para encerramento do procedimento disciplinar será de até 12 (doze)
meses, contados a partir da decisão de sua instauração, podendo ser prorrogado
uma única vez, a critério do Conselho de Normas Éticas.

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CFP® - Certified Financial Planner

Procedimentos Disciplinares (Anexo)


AS 10 ETAPAS
O fluxo dos acontecimentos em caso de denúncia será:
(1) EQUIPE PLANEJAR recebe a denúncia de possível descumprimento do Código
de Ética ou constata a denúncia em seu monitoramento rotineiro (como por
exemplo, condenações definitivas de em processos regulatórios);
(2) EQUIPE PLANEJAR encaminha o caso para o CONSELHO DE NORMAS ÉTICAS;
(3) CONSELHO, em reunião ordinária, a ser realizada até a 3ª (terceira) reunião
ordinária do Conselho, analisa e, caso identifique efetivos indícios de
descumprimento, na mesma reunião, indica o Coordenador do GT (os demais são
indicados pela Equipe Planejar) e determina a instauração do procedimento
disciplinar.
(4) Denunciado deve ser avisado em até 15 (quinze) dias úteis pela EQUIPE
PLANEJAR da instauração do processo, avisando-lhe também que o mesmo terá um
prazo de 15 (quinze) dias úteis, a partir do momento em que ele recebeu a
notificação, para a sua defesa.
(5) GRUPO DE TRABALHO conduz a investigação e pode, neste momento, solicitar
documentos por parte do denunciante e denunciado com relação ao caso;
(6) EQUIPE PLANEJAR elabore relatório sobre o caso em até 15 (quinze) dias úteis
contados de referida determinação e apresenta ao GRUPO DE TRABALHO.
83
CFP® - Certified Financial Planner
Procedimentos Disciplinares (Anexo)
AS 10 ETAPAS
(...) Continuação:
(7) GRUPO DE TRABALHO analisa o relatório e pode pedir ou não documentos e
depoimentos complementares que deverão ser obtidos pela EQUIPE PLANEJAR. O
GRUPO DE TRABALHO entendendo que há indícios de descumprimento ao código de
ética, encaminha parecer (indicando as penalidades que entende aplicáveis) ao
CONSELHO DE NORMAS ÉTICAS para apreciação final e decisão definitiva. Caso
contrário, o processo é arquivado.
(8) Se a infração for considerada de porte leve e de fácil reparação, o CONSELHO
pode enviar uma carta ao denunciado recomendando que seja tomada medidas para
ajustar a conduta irregular e assim que o profissional adotar as medidas e sanar a
irregularidade, o processo é extinto.
(9) Se a infração for considerada de porte grave, o caso será levado a julgamento.
Nesta sessão, o denunciado tem direito a sustentação oral de sua defesa, inclusive
podendo ser representado por advogados. A sessão é presidida pelo presidente do
CONSELHO DE NORMAS ÉTICAS, sendo a decisão decidida por maioria dos votos dos
presentes (membros do Conselho), sendo que o presidente não pode votar. A
decisão do CONSELHO é soberana e definitiva, não cabendo recurso.
(10) O Processo é concluído.
84
CFP® - Certified Financial Planner

Procedimentos Disciplinares (Anexo)


Sanções
❑ Art. 24º: O Planejador CFP® e Associado que descumprirem qualquer um dos Princípios
e Regras estabelecidos no Código estarão sujeitos à imposição das seguintes penalidades:
I – ADVERTÊNCIA PRIVADA do Conselho de Normas Éticas, através de reprimenda
por escrito, não publicada, mas apontada nos registros da Planejar e enviada
diretamente ao denunciado para INFRAÇÃO LEVE;
II – MULTA, que não poderá exceder a 50 (cinquenta) vezes o valor da respectiva
anuidade vigente, por ocasião da infração;
III – ADVERTÊNCIA PÚBLICA do Conselho de Normas Éticas, a ser divulgada nos
meios de comunicação da Planejar para INFRAÇÃO GRAVE;
IV – SUSPENSÃO TEMPORÁRIA do denunciado do quadro de associados e
proibição temporária, divulgada nos meios de comunicação da Planejar, do uso das
Marcas CFP® pelos Planejadores CFP® para INFRAÇÃO GRAVÍSSIMA;
V – REVOGAÇÃO do direito de uso das Marcas CFP® e exclusão do quadro de
Planejadores CFP® ou Associados, divulgada nos meios de comunicação da Planejar
para INFRAÇÃO GRAVÍSSIMA.

❑ OBS: A multa poderá ser aplicada cumulativamente com quaisquer outras penalidades
e níveis de infração, sendo definida pelo Conselho.

85
CFP® - Certified Financial Planner
Procedimentos Disciplinares (Anexo)
Atenuantes e Agravantes
❑ São ATENUANTES (diminui a penalização):
A reparação integral dos danos eventualmente causados pelo denunciado;
A confissão espontânea;
O arrependimento posterior eficaz.

❑ São AGRAVANTES (aumentam a penalização):


A reincidência abstrata, abrangendo toda e qualquer conduta cometida pelo
mesmo denunciado, em que pese a conduta da denúncia anterior for distinta da
atual em análise;
O motivo fútil;
O dolo de lesão ou vantagem econômica;
A acumulação de mais de uma infração cometida pela mesma conduta.

86
CFP® - Certified Financial Planner

Princípios e Regras: Resumo em tabela


PRINCÍPIO PRINCIPAIS CONCEITOS PRINCIPAIS REGRAS
Cliente em
- Colocar o cliente em primeiro lugar - Não há regras
Primeiro Lugar
- Não fornecer informações falsas ou enganosas;
Integridade - Não omitir benefícios gerados em proveito próprio;
- Fornecer serviços profissionais com integridade
(Hintegridade) - Exercer julgamento adequado e prudente ao oferecer e
prestar serviço.
- Agir de acordo com os objetivos do cliente;
Objetividade - Fornecer serviços profissionais de forma
- Comunicar todos os fatos relevantes;
OBJESUITABILIDADE objetiva
- Fazer com que o cliente entenda as recomendações.
Imparcialidade
- Ser justo e imparcial no relacionamento - Segregar o patrimônio e interesses do cliente daqueles do
(conflito de
profissional profissional e da instituição que o profissional trabalhar.
interesse)
- Não emprestar ou tomar dinheiro emprestado;
Profissionalismo - Agir com postura exemplar;
- Observar a lei, regras e códigos;

Competência - Manter-se atualizado acerca de conhecimentos


- Assessorar o cliente apenas na área que tem competência;
(ser humilde) para o desenvolvimento da atividade profissional.
- Agir com prudência para proteger dados do cliente;
Confidencialidade - Proteger as informações confidenciais do cliente
- Exceção em processos legais.
Diligência - Fornecer serviços respeitando o escopo e o prazo acordado;
- Fornecer serviços profissionais de forma
(Funções de - Supervisionar ou direcionar de forma prudente e
diligente
um gerente) responsável qualquer subordinado ou terceiro;

87
CFP® - Certified Financial Planner
Capítulo 3:
Perfil de Competências do
Planejador Financeiro
88
3.1 Matriz de Capacidades do
Planejador Financeiro
89
CFP® - Certified Financial Planner 89

Financial Planning Standards Board (FPSB)


Conceito
Em meados da década 70, surge nos Estados Unidos, a profissão de planejador financeiro
certificado. Em 2004, por causa do o crescimento da Certificação CFP® no mundo, nasce a
Financial Planning Standards Board (FPSB), entidade responsável pela divulgação,
gerenciamento e controle do uso das marcas CFP® nos países onde ela está presente no
mundo. Com isso, ela definiu também o Perfil de Competências do Planejador Financeiro.

https://www.planejar.org.br/institucional/fpsb/

90
CFP® - Certified Financial Planner
Perfil de Competências do Planejador Financeiro
Conceito
O Perfil de Competências do Planejador Financeiro, desenhado pelo FPSB, reflete o que o
profissional deve ter e fazer para proporcionar – de maneira competente – um serviço de
planejamento financeiro a um cliente. Estes itens são:
Ø CAPACIDADE de executar tarefas de planejador financeiro, que será dividida em:
o Coleta;
o Análise; e
o Síntese
Ø HABILIDADES PROFISSIONAIS adequadas, que serão divididas em:
o Responsabilidade Profissional;
o Prática;
o Comunicação; e
o Cognição
Ø CONHECIMENTO de questões de planejamento financeiro.
Os profissionais CFP® que optaram por especializar-se ou limitar-se a uma área
específica, devem (mesmo assim) serem capazes de dominar todo o conjunto de
capacidades do planejador financeiro, ou seja, devem ter domínio sobre todas as áreas

91
CFP® - Certified Financial Planner

Perfil de Competências do Planejador Financeiro


Gráfico

Coleta • Gestão Financeira


• Gestão de Ativos
CAPACIDADE Análise • Aposentadoria
• Seguros
• Impostos
Síntese
• Sucessão

COMPETÊNCIAS CONHECIMENTO

Responsabilidade Profissional
HABILIDADE Prática
PROFISSIONAL Comunicação
Cognição

92
CFP® - Certified Financial Planner
Perfil de Competências do Planejador Financeiro
Conhecimento
O Profissional deve dominar o conhecimento teórico e prático em um amplo leque de
tópicos de planejamento financeiro e afins para, então, poder aliar esse conhecimento a
habilidades e capacidades profissionais para proporcionar planejamento financeiro
competente.
O domínio do conjunto de conhecimentos da profissão de planejamento financeiro
permite que o profissional dessa área suscite o respeito e a confiança dos clientes e
adquira confiança em sua capacidade de exercer a profissão com competência

93
CFP® - Certified Financial Planner

Perfil de Competências do Planejador Financeiro


Capacidades
As Capacidades do Planejador Financeiro, determinadas pelo FPSB, descrevem as
diversas tarefas que os profissionais de planejamento financeiro CFP® devem ser
capazes de realizar no decorrer de trabalhos de planejamento financeiro para clientes,
qualquer que seja o tipo, o contexto ou sua localização. A FPSB classificou em três
funções, relacionando-os a cada um dos seis componentes do Planejamento Financeiro
(Gestão Financeira, Gestão de Ativos, Gestão de Risco, Planejamento Tributário,
Planejamento de Aposentadoria e Planejamento Sucessório) . Estas funções sãos:
Ø Coleta (Etapa 2);
Ø Análise (Etapa 3);
Ø Síntese (Etapa 4).
Lembrando que as 6 Etapas, conforme visto no “Capítulo 1 (1.2 – Etapas do Processo de
Planejamento Financeiro), a serem realizadas com um cliente são: (1) Definir Escopo;
(2) Coletar; (3) Analisar; (4) Sintetizar; (5) Implementar; e (6) Monitorar,.

94
CFP® - Certified Financial Planner
Matriz de Capacidades
Práticas Fundamentais
Representam as competências que se relacionam com a capacidade de o profissional de
planejamento financeiro de:
Ø Integrar as diversas competências essenciais do planejador financeiro e
componentes do planejador financeiro;
Ø Entender e dominar as inter-relações entre as diversas capacidades do planejador
financeiro de executar uma função de planejador financeiro.
Desta forma, o profissional de planejador financeiro usa uma ou mais Práticas
Fundamentais de Planejamento Financeiro ao fornecer um planejamento financeiro a um
cliente.

95
CFP® - Certified Financial Planner

Matriz de Capacidades
Coleta: Etapa 2
A coleta de informações necessárias para preparar um plano financeiro deve ir além da
simples reunião de informações, incluindo também a identificação de fatos relacionados,
por meio dos cálculos requeridos, e a ordenação das informações do cliente para análise.
q PRÁTICAS FUNDAMENTAIS:
Ø Identificar os objetivos, necessidades e valores do cliente que tenham implicações
financeiras;
Ø Identificar as informações necessárias para a elaboração o plano financeiro
pessoal;
Ø Identificar os problemas legais do cliente que afetem o plano financeiro pessoal;
Ø Identificar mudanças relevantes na situação pessoal e financeira do cliente;
Ø Determinar as atitudes e o nível de sofisticação financeira do cliente;
Ø Preparar as informações para possibilitar a análise.
q COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS:
Ø Coletar as informações QUANTITATIVAS e QUALITATIVAS necessárias para elaborar
um plano financeiro pessoal.

96
CFP® - Certified Financial Planner
Matriz de Capacidades
Análise: Etapa 3
O profissional de planejamento financeiro deve identificar e considerar problemas, fazer
análises financeiras e avaliar as informações resultantes para poder formular estratégias
para o cliente.
q PRÁTICAS FUNDAMENTAIS:
Ø Analisar os objetivos, necessidades, valores e informações do cliente para priorizar
os componentes do planejamento financeiro pessoal;
Ø Considerar as inter-relações entre componentes de planejamento financeiro
pessoal;
Ø Considerar oportunidades e restrições e avaliar as informações coletadas em
todos os componentes de planejamento financeiro;
Ø Considerar o impacto do ambiente econômico, político e regulatório no plano
financeiro pessoal do cliente;
Ø Medir o progresso em direção à conquista dos objetivos do cliente.
q COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS:
Ø Considerar as oportunidades e restrições potenciais;
Ø Avaliar as informações para formular estratégias.

97
CFP® - Certified Financial Planner

Matriz de Capacidades
Síntese: Etapa 4
O profissional de planejamento financeiro sintetiza as informações para formular e avaliar
estratégias para criar um plano financeiro.
q PRÁTICAS FUNDAMENTAIS:
Ø Priorizar as recomendações provenientes dos componentes de planejamento
financeiro para otimizar a situação do cliente;
Ø Consolidar as recomendações e passos de ação em um plano financeiro;
Ø Determinar o ciclo adequado de revisão do plano financeiro.
q COMPETÊNCIA ESSENCIAL:
Ø Sintetizar as informações para formular e avaliar estratégias para elaborar um
plano financeiro pessoal.

98
CFP® - Certified Financial Planner
Componentes do Planejamento Financeiro
Definição
Conforme estamos vendo, o planejador CFP® não avalia isoladamente as necessidades de
impostos, gestão de ativos ou aposentadoria ao fornecer planejamento financeiro a um
cliente. O profissional deve compreender que as habilidades de coleta, análise e síntese
(ou seja, as Capacidades do Planejador Financeiro) abrangem um amplo escopo, que
totalizam as seis áreas de conhecimento da prova, que são elas:
Ø Gestão Financeira (Módulo I);
Ø Gestão de Ativos (Módulo II);
Ø Planejamento de Aposentadoria (Módulo III);
Ø Gestão de Risco (Módulo IV);
Ø Planejamento Tributário (Módulo V);
Ø Planejamento Sucessório (Módulo VI).

99
CFP® - Certified Financial Planner

Componentes do Planejamento Financeiro


Gestão Financeira
Ø Coletar informações do cliente relativas: aos ativos e passivos; fluxo de caixa,
renda e/ou obrigações; e as necessárias para preparar um orçamento.
COLETA

Ø Preparar demonstrativos do patrimônio, fluxo de caixa e orçamento do cliente.


Ø Determinar: a propensão do cliente em poupar recursos; como ele toma
decisões sobre gastos; e as suas atitudes em relação a dívidas.

Ø Verificar se o cliente vive de acordo com suas posses;


Ø Avaliar o impacto de mudanças potenciais em receitas/despesas; as alternativas
ANÁLISE

de financiamento; e se o fundo de emergência é adequado e provisioná-lo;


Ø Determinar os problemas pertinentes aos ativos e passivos.
Ø Considerar possíveis estratégias de gestão de caixa.
Ø Identificar demandas conflitantes do fluxo de caixa.
Ø Formular estratégias de gestão financeira.
SÍNTESE

Ø Avaliar as vantagens e desvantagens de cada estratégia de gestão financeira.


Ø Otimizar as estratégias para fazer recomendações de gestão financeira.
Ø Priorizar os passos de ação para auxiliar o cliente a implementar as
recomendações de gestão financeira.

100
CFP® - Certified Financial Planner
Componentes do Planejamento Financeiro
Gestão de Ativos e Investimentos
Ø Coletar informações necessárias para preparar um demonstrativo detalhado de
Investimentos Atuais.
Ø Determinar a atual alocação dos ativos; a experiência do cliente, suas atitudes e
COLETA

tendências em relação a investimentos; seus objetivos de investimento; e a


tolerância do cliente ao risco de investimento.
Ø Identificar: as premissas do cliente e suas expectativas de retorno; o horizonte
temporal do cliente; e os fluxos de caixa disponíveis para investimento.

Ø Calcular a taxa de retorno requerida para atingir os objetivos do cliente.


ANÁLISE

Ø Determinar as características dos investimentos detidos; as implicações da


aquisição/alienação de ativos e considerar possíveis estratégias de investimento.
Ø Avaliar se as expectativas de retorno e a composição dos investimentos são
compatíveis com a tolerância ao risco e a taxa de retorno requerida.
Ø Formular estratégias e otimizar as estratégias para fazer recomendações e gestão
SÍNTESE

de ativos; e avaliar as suas vantagens e desvantagens;


Ø Priorizar os passos de ação para auxiliar o cliente a implementar as
recomendações de gestão de ativos.

101
CFP® - Certified Financial Planner

Componentes do Planejamento Financeiro


Planejamento de Aposentadoria
Ø Coletar dados sobre possíveis fontes de renda de aposentadoria;
COLETA

Ø Coletar dados sobre as despesas estimadas na aposentadoria;


Ø Determinar os objetivos de aposentadoria do cliente, as atitudes com relação a
este tema e o seu conforto com premissas de planejamento de aposentadoria.

Ø Fazer projeções financeiras com base na posição atual. Concluir se os objetivos


de aposentadoria do cliente são realistas.
ANÁLISE

Ø Considerar possíveis estratégias de planejamento de aposentadoria.


Ø Avaliar os requisitos financeiros na data da aposentadoria.
Ø Avaliar o impacto de mudanças das premissas nas projeções financeiras.
Ø Avaliar trade-offs necessários para atingir os objetivos de aposentadoria
Ø Formular estratégias de planejamento de aposentadoria e avaliar as vantagens e
desvantagens de cada uma destas estratégia;
SÍNTESE

Ø Otimizar as estratégias para fazer recomendações de planejamento de


aposentadoria.
Ø Priorizar os passos de ação para auxiliar o cliente a implementar as
recomendações de planejamento de aposentadoria.

102
CFP® - Certified Financial Planner
Componentes do Planejamento Financeiro
Gestão de Risco e Seguros
Ø Coletar dados sobre a atual cobertura de seguros do cliente;
Ø Identificar possíveis obrigações financeiras;
COLETA

Ø Determinar os objetivos de gestão de risco, a tolerância a exposição ao risco, as


questões pertinentes de estilo de vida do cliente e os problemas de saúde;
Ø Coletar dados para identificar os riscos de natureza patrimonial.

Ø Determinar as características da atual cobertura de seguros;


Ø Considerar estratégias atuais e possíveis de gestão de risco;
ANÁLISE

Ø Avaliar a exposição a risco financeiro;


Ø Avaliar a exposição a risco do cliente diante da atual cobertura de seguros e
estratégias de gestão de risco e as implicações de mudanças nas suas coberturas;
Ø Priorizar as necessidades de gestão de risco do cliente.
Ø Formular estratégias de gestão de risco;
SÍNTESE

Ø Avaliar as vantagens e desvantagens de cada estratégia de gestão de risco;


Ø Otimizar as estratégias para fazer recomendações de gestão de risco;
Ø Priorizar os passos de ação para auxiliar o cliente a implementar as
recomendações de gestão de risco.

103
CFP® - Certified Financial Planner

Componentes do Planejamento Financeiro


Planejamento Fiscal
Ø Coletar as informações necessárias para determinar a situação tributária do
cliente;
COLETA

Ø Identificar a natureza tributável dos ativos e passivos;


Ø Identificar passivos tributários correntes, diferidos e futuros;
Ø Identificar as pessoas envolvidas na situação tributária do cliente;
Ø Determinar as atitudes do cliente com relação à tributação.

Ø Revisar os documentos tributários pertinentes.


ANÁLISE

Ø Considerar possíveis estratégias e estruturas tributárias.


Ø Avaliar a adequação das atuais estratégias e estruturas tributárias.
Ø Avaliar o impacto financeiro de alternativas de planejamento tributário.
Ø Formular estratégias de planejamento tributário.
Ø Avaliar as vantagens e desvantagens de cada estratégia de planejamento
SÍNTESE

tributário.
Ø Otimizar as estratégias para fazer recomendações de planejamento tributário.
Ø Priorizar os passos de ação para auxiliar o cliente a implementar as
recomendações de planejamento tributário.

104
CFP® - Certified Financial Planner
Componentes do Planejamento Financeiro
Planejamento Sucessório
Ø Coletar contratos legais e documentos que afetem as estratégias de
planejamento sucessório.
COLETA

Ø Identificar os objetivos de planejamento sucessório do cliente.


Ø Identificar a dinâmica familiar e as relações comerciais que poderiam impactar
as estratégias de planejamento sucessório.
Ø Projetar o patrimônio no momento da morte;
Ø Considerar as restrições para atingir os objetivos de planejamento sucessório;
ANÁLISE

Ø Considerar possíveis estratégias de planejamento sucessório;


Ø Calcular possíveis despesas e impostos em função de morte;
Ø Avaliar as necessidades específicas dos beneficiários;
Ø Avaliar a liquidez da sucessão no momento da morte.
Ø Formular estratégias de planejamento sucessório.
SÍNTESE

Ø Avaliar as vantagens e desvantagens de cada estratégia sucessória.


Ø Otimizar as estratégias para fazer recomendações de planejamento sucessório.
Ø Priorizar os passos de ação para auxiliar o cliente a implementar as
recomendações de planejamento sucessório.

105
CFP® - Certified Financial Planner

Habilidades Profissionais
Conceito
As HABILIDADES PROFISSIONAIS descritas pelo FPSB (Financial Planning Standards Board)
identificam as habilidades que o profissional deve ter para aconselhar os clientes em
trabalhos de planejamento financeiro e que envolvem um alto grau de confiança,
incerteza, complexidade e acordo mútuo com clientes de vários tipos, ou na interação
com colegas ou outras pessoas na condição de profissional.
Este profissional certificado CFP®, precisa ser capaz de integrar sem rupturas, uma ou
mais habilidades profissionais com o devido conhecimento e capacidades adequadas em
cada um de seus atos ou interações profissionais, e comprometer-se em atualizar
permanentemente suas habilidades profissionais para manter a competência no campo
do planejamento financeiro.
Desta forma, o FPSB classificou as habilidades profissionais em quatro áreas:
Ø Responsabilidade Profissional;
Ø Prática;
Ø Comunicação; e
Ø Cognição.

106
CFP® - Certified Financial Planner
Habilidades Profissionais
Responsabilidade Profissional
A RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL envolve:
Ø Atuar no interesse do cliente ao prestar serviços profissionais;
Ø Estabelecer confiança em todas as relações profissionais;
Ø Demonstrar discernimento ético;
Ø Demonstrar honestidade intelectual e imparcialidade;
Ø Reconhecer o papel de interesse público da profissão e agir de acordo com isso; e
Ø Reconhecer os limites da competência e buscar voluntariamente a opinião de
outros profissionais ou encaminhar os cliente até eles.

107
CFP® - Certified Financial Planner

Habilidades Profissionais
Prática
Já a PRÁTICA envolve:
Ø Aprender continuamente para assegurar a atualização de seu conhecimento e
habilidades;
Ø Atualizar-se nos ambientes econômico, político e regulatório;
Ø Cumprir as leis e regulamentos pertinentes a serviços financeiros;
Ø Exerce autonomia e iniciativa no desempenho das atividades profissionais;
Ø Exercer responsabilidade pela capacidade sua e/ou da firma de prestar serviços ao
cliente ao longo de todo o trabalho;
Ø Fazer juízos adequados nas áreas não tratadas pelas normas existentes da prática;
Ø Realizar pesquisas adequadas ao analisar e formular estratégias; e
Ø Seguir o código profissional de ética e os padrões da prática.

108
CFP® - Certified Financial Planner
Habilidades Profissionais
Comunicação
A habilidade profissional COMUNICAÇÃO envolve:
Ø Apresentar raciocínios lógicos e persuasivos;
Ø Comunicar suas informações e ideias verbalmente ou por escrito de forma
compreensível para o cliente e outras pessoas;
Ø Conseguir obter a concordância do cliente e de outras pessoas;
Ø Dar atenção ao que o cliente e outras pessoas dizem e não se apressar para
entender os pontos levantados;
Ø Estabelecer uma boa ligação com o cliente e outras pessoas; e
Ø Obter a concordância e reclamações de maneira eficaz;
Ø Tratar objeções e reclamações de maneira eficaz.

109
CFP® - Certified Financial Planner

Habilidades Profissionais
Cognição
A COGNIÇÃO irá envolver:
Ø Analisar e integrar informações de várias fontes para chegar a soluções;
Ø Aplicar métodos ou fórmulas matemáticas conforme adequadas;
Ø Demonstrar a capacidade de adaptar seu pensamento e comportamentos;
Ø Tomar decisões fundamentadas quando contar com informações incompletas ou
incoerentes; e
Ø Usar a lógica e raciocínio para avaliar os pontos fortes e fracos de possíveis linhas
de ação.

110
CFP® - Certified Financial Planner
Capítulo 4:
Ambiente Macroeconômico, Regulatório
e Fundamentos de Economia e Finanças
118
4.1 Sistema Financeiro Nacional
112
112
CFP® - Certified Financial Planner

Sistema Financeiro Nacional


Conceito
Objetivo do Sistema Financeiro é facilitar a transferência de recursos entre os agentes
superavitários e os agentes deficitários.

Agente Agente
TRANSFERIR RECURSOS Deficitário
Superavitário

Poupadores Tomadores

Menor Risco Maior Risco

Rentabilidade Crédito
LUCRO

113
CFP® - Certified Financial Planner
Sistema Financeiro Nacional
Composição
Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Principais Operadores
Ø Instituições Financeiras:
BACEN Bancos; Corretoras; Cooperativas
CMN – Banco Central do Brasil de Crédito; Instituições não
Conselho Monetário bancárias; etc.
Nacional
CVM – Comissão de Ø Bolsa de Valores, Mercadorias
Valores Mobiliários e Futuros (B3)
Ø Seguradoras
CNSP – SUSEP – Ø Resseguradoras
Conselho Nacional Superintendência Ø EAPC - Entidades Abertas de
de Seguros Privados de Seguros Privados Previdência Complementar
Ø Sociedades de Capitalização
CNPC - Conselho PREVIC - Superintendência
Ø EFPC - Entidades Fechadas de
Nacional de Previdência Nacional de Previdência
Previdência Complementar
Complementar Complementar

114
CFP® - Certified Financial Planner

Sistema Nacional de Seguros


Resumo

CNSP CNPC
CMN Conselho Nacional
Conselho Nacional
Conselho Monetário Nacional de Seguros Privados
de Previdência
Complementar

BACEN CVM SUSEP PREVIC


Fiscalizam
Protegem

• Bancos • B3 S/A
• Corretoras CTVM • EAPC (Aberta) • EFPC (Fechada)
• Empresas Aberta
• Distribuidoras • Sócio Controlador • Seguradora • Fundos de Pensão
• Cooperativas • Resseguradora
• Op. financeiras

Sócio Minoritário
Clientes Segurados Participantes
Debenturista

115
CFP® - Certified Financial Planner
CMN - Conselho Monetário Nacional
Conceito
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o ÓRGÃO MÁXIMO DO SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL e tem como objetivo a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico
e social do país. Este é um órgão com caráter unicamente normativo, com a
responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito.
Os membros do conselho se reúnem uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos
relacionados com as suas competências, podendo acontecer mais de uma reunião por
mês em casos extraordinários. Ele é composto por 3 pessoas, que são:
Ø Ministro de Estado da Fazenda (Presidente do conselho);
Ø Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento;
Ø Presidente do Banco Central.
Vale ressaltar que, desde a Lei Complementar 179/2021, que dá autonomia ao Banco
Central, algumas funções que lhe faziam parte, foram revogadas, tais como:
Ø Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia
nacional e seu processo de desenvolvimento (Vetado);
Ø Autorizar as emissões de papel-moeda (Vetado);
Ø Determinar o recolhimento do compulsório (Vetado).

116
CFP® - Certified Financial Planner

CMN - Conselho Monetário Nacional


Principais Atribuições
As principais atribuição ao Conselho Monetário Nacional são:
Ø DEFINIR A META PARA A INFLAÇÃO (IPCA);
Ø Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida
pública, interna e externa.
Ø Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias
em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias
por parte das instituições financeiras;
Ø Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central do Brasil, por
meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito;
Ø Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps.
Ø Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;
Ø Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive a compra e venda de
ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira;
Ø Limitar as taxas de juros, descontos, comissões entre outras, quando necessário;
Ø Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;
Ø Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições
financeiras que operam no País, bem como a aplicação das penalidades previstas;
Ø Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.
117
CFP® - Certified Financial Planner
BACEN – Banco Central
Conceito
O banco central é a instituição de um país à qual se tenha confiado o dever de regular o
volume de dinheiro e de crédito da economia. Com isso, os bancos centrais possuem
diversas funções, sendo ele o:
Ø “Banqueiro do governo”;
Ø “Banco dos bancos”;
Ø Supervisor do sistema financeiro;
Ø Executor da política monetária;
Ø Executor da política cambial e depositário das reservas internacionais.
No brasil, o BACEN (Banco Central do Brasil) é uma autarquia de natureza especial, sem
vinculação a Ministérios, tutela ou subordinação hierárquica e tem como objetivos:
Ø Assegurar a estabilidade de preços (principal função);
Ø Zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro;
Ø Suavizar as flutuações do nível de atividade econômica;
Ø Fomentar o pleno emprego.

118
CFP® - Certified Financial Planner

BACEN – Banco Central


Lei Complementar Nº 179
Em 24 de fevereiro de 2021, sob a leu complementar nº 179, foi definido os novos
objetivos do Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) e também sobre a sua autonomia. Os
principais pontos a serem elencados sobre esta lei complementar são:
Ø Seu objetivo fundamental é assegurar a estabilidade de preços;
Ø Autonomia perante alguns itens, como por exemplo, o Bacen não necessita mais
de autorizações do CMN para na emissão do papel moeda. As metas de política
monetária continuam sendo estabelecidas pelo CMN, mas compete privativamente
ao Bacen conduzir a política monetária necessária para cumprimento das metas
estabelecidas.
Ø A Diretoria Colegiada do BACEN terá 9 (nove) membros, sendo um deles o seu
Presidente, todos nomeados pelo Presidente da República.
Ø O mandato do Presidente do Banco Central do Brasil terá duração de 4 (quatro)
anos, com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da
República, ou seja, não é concomitante ao do Presidente da República.
Ø Presidente do Banco Central do Brasil deverá apresentar, no Senado Federal, em
arguição pública, no primeiro e no segundo semestres de cada ano, relatório de
inflação e relatório de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas no
semestre anterior.
119
CFP® - Certified Financial Planner
BACEN – Banco Central
Principais Atribuições
As principais atribuições do Banco Central são:
Ø EMITIR PAPEL-MOEDA E MOEDA METÁLICA;
Ø EXECUTAR AS DIRETRIZES E NORMAS DO CMN;
Ø REALIZAR OPERAÇÕES DE REDESCONTO E DEFINIR SUA TAXA;
Ø Administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e o meio circulante;
Ø Conceder autorização às instituições financeiras
Ø Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar penalidades previstas;
Ø Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país;
Ø Determinar e Receber os recolhimentos compulsórios das instituições financeiras;
Ø Executar (conduzir) as políticas monetárias e cambiais, como por exemplo, efetuar
operações de compra e venda de títulos públicos federais;
Ø Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas;
Ø Regular e administrar o Sistema Financeiro Nacional.
Também é de responsabilidade do BACEN conceder a autorização para a prática de
operações no mercado de câmbio as instituições financeiras que desejarem.

120
CFP® - Certified Financial Planner

CVM – Comissão de Valores Mobiliários


Conceito
Conforme a Lei nº 10.411, a CVM é uma entidade autárquica em regime especial,
vinculada ao Ministério da Fazenda, personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada
de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica,
mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.
Tem como missão desenvolver, regular e fiscalizar o Mercado de Valores Mobiliários,
como instrumento de captação de recursos para as empresas S/A de capital, protegendo o
interesse dos investidores (principalmente os minoritários) e assegurando ampla
divulgação das informações sobre os emissores e seus valores mobiliários.
q RESUMO:
Ø Entidade autárquica, vinculada ao governo através do Ministério da Fazenda;
Ø O presidente e seus diretores são escolhidos pelo Presidente da República;
Ø Órgão supervisor voltado para o fortalecimento e o desenvolvimento do mercado
de títulos e valores mobiliários (ações, debêntures, bônus de subscrição, derivativos,
venda de mercadorias, fundos de investimentos, clubes de investimentos). Vale
ressaltar que títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal não são
considerados valores mobiliários.

121
CFP® - Certified Financial Planner
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
Principais Atribuições
As principais atribuições da CVM são:
Ø PROTEGER OS INVESTIDORES DE VALORES MOBILIÁRIOS;
Ø Assegurar a lisura nas operações de compra e venda de valores mobiliários
(emissão fraudulenta, manipulação de preços e outros atos ilegais);
Ø Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão,
fiscalizando as companhias abertas, a Bolsa de Valores, os agentes do mercado de
capitais e os Fundos de Investimento;
Ø Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores
mobiliários, tais como as operações na Bolsa de Valores (B3);
Ø Fiscalizar a intermediação das operações Corretoras e Distribuidoras de Valores
Mobiliários e dos Fundos de Investimentos;
Ø Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas (S/A) dada prioridade às que não
apresentem lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo
obrigatório;
Ø Propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de
preço, comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos
intermediários do mercado.

122
CFP® - Certified Financial Planner

SUSEP – Superintendência de Seguros Privados


Conceito
A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), uma autarquia vinculada ao Ministério
da Fazenda, é o órgão supervisor responsável pelo controle e fiscalização dos mercados
de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.
As Previdências Privadas Abertas, também são chamadas de EAPCs (Entidades Abertas de
Previdência Complementar), que são todas as previdências “abertas ao público”, ou seja,
que qualquer pessoa física possa aderir um devido plano. Esta ênfase é de suma
importância para a prova para que você não confunda com as EFPCs (Entidades
FECHADAS), também conhecidas como fundos de pensão, e que são fiscalizadas pela
PREVIC.

123
CFP® - Certified Financial Planner
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados
Principais Atribuições
As principais atribuições da SUSEP são:
Ø Autorizar e fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das
Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta
e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP;
Ø Zelar (proteger) pela defesa dos consumidores de seguros e previdência aberta.
Ø Atuar no sentido de proteger a captação de poupança que se efetua através das
operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
Ø Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por
este forem delegadas;
Ø Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os
efetuados em bens garantidores de provisões técnicas;
Ø Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a
eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros
Privados e do Sistema Nacional de Capitalização;
Ø Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua
expansão e o funcionamento das entidades que neles operem;
Ø Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
Ø Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado.
124
CFP® - Certified Financial Planner

PREVIC
Conceito
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma autarquia
especial vinculada ao Ministério da Fazenda, com a finalidade de FISCALIZAR E
SUPERVISIONAR AS ENTIDADES FECHADAS de previdência complementar (EFPC),
também chamadas de FUNDOS DE PENSÃO e de executar políticas para o regime de
previdência complementar.
q PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES:
Ø Autorizar a constituição e o funcionamento das EFPC (FUNDOS DE PENSÃO) e a
aplicação dos respectivos estatutos e dos regulamentos de planos de benefícios;
Ø Apurar e julgar as infrações, aplicando as penalidades cabíveis;
Ø Decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de
previdência complementar e nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei;
Ø Nomear administrador especial de plano de benefícios específico, podendo
atribuir-lhe poderes de intervenção e liquidação extrajudicial, na forma da lei;
Ø Promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de previdência
complementar e entre as entidades e seus participantes, assistidos, patrocinadores
ou instituidores.

125
CFP® - Certified Financial Planner
Tesouro Nacional
Conceito
O Tesouro Nacional é o órgão do Ministério da Fazenda responsável por garantir que os
recursos arrecadados serão distribuídos conforme o orçamento. A instituição busca
caminhos para que os gastos ocorram com qualidade, acompanhamento e controle. Essa
responsabilidade faz com que o Tesouro leve sempre em consideração a sustentabilidade
das contas públicas brasileiras.
O Tesouro Nacional é como se fosse o caixa do governo. Ele recebe o dinheiro arrecadado
pela Receita Federal e outros órgãos e faz a gestão destes recursos para cumprir o
orçamento público, que é um planejamento dos gastos do governo.

126
CFP® - Certified Financial Planner

Sistema Financeiro Nacional


Resumo
q CMN: regular a constituição e regulamentos das instituições financeiras; coordenar as
políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa;
disciplinar o crédito em todas as suas modalidades; definir a meta da inflação IPCA.
q BACEN: executor de diretrizes e normas do CMN; autorizar o funcionamento e fiscalizar
as Instituições Financeiras; emitir moeda; controlar crédito e capitais estrangeiros;
executar a política monetária e cambial; órgão autônomo.
q CVM: incentivar a poupança ao mercado de capitais e estimular o seu funcionamento;
fixar e implementar as diretrizes e normas do mercado de capitais; fiscalizar todos os seu
agentes (B3, S/A abertas, Fundos de Investimentos) e proteger os seus investidores.
q SUSEP: fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das
Sociedades Seguradoras, de Capitalização e Entidades Aberta (EAPC); proteger os
investidores desses mercados.
q PREVIC: fiscalizar e supervisionar as Entidades Fechadas (EFPC); promover a mediação
e conciliação dos participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores com os planos;
autorizar a constituição e o funcionamento das EFPC e suas regras.

127
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4.1.1 Participantes do Mercado
Financeiro
128
128
CFP® - Certified Financial Planner

Participantes do Mercado Financeiro


Conceito
Os participantes do mercado financeiros, quando são instituições são chamados também
como Operadores. Eles ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários, ou seja,
o elo final entre as pessoas e as devidas empresas. Os principais são:
Ø Bancos Comerciais;
Ø Bancos de Investimentos;
Ø Bancos Múltiplos;
Ø Corretoras de Valores Mobiliárias;
Ø Distribuidoras de Valores Mobiliárias;
Ø Clearing Houses.
Além destes tipos, um conceito importante sobre os participantes que será abordado a
seguir, será o do Investidor Qualificado, no qual este poderá realizar investimentos com
uma aceitação maior de risco.

129
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Bancos Comerciais
Conceito
São instituições financeiras privadas ou públicas (sempre sendo sociedades anônimas)
que têm como PRINCIPAL OBJETIVO FINANCIAR, A CURTO E A MÉDIO PRAZO, o
comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros
em geral. Sua captação pode ser através de depósitos à vista (conta corrente para livre
movimentação) ou depósitos a prazo, como por exemplo, CDBs. Diante dessas captações,
os bancos comerciais possuem a capacidade de “criar” moeda corrente e colocá-las em
circulação na economia, pois pode oferecer empréstimos e aumentar a base monetária
circulante na economia, de certa forma.
Estas instituições podem oferecer os seguintes serviços:
Ø EMPRÉSTIMOS E OPERAÇÕES DE CRÉDITO;
Ø Aluguel de cofres;
Ø Cobranças, mediante comissão;
Ø Custódia de valores;
Ø Emissão de meios de pagamento, como cheque e cartões de crédito;
Ø Recebimentos de impostos e tarifas públicas;
Ø Serviços de câmbio;
Ø Transferências de fundos.

130
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Bancos de Investimento
Conceito
São instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação
societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para
suprimento de CAPITAL FIXO E DE GIRO E DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS DE
TERCEIROS, devendo sempre serem constituídas como Sociedades Anônimas (S/A).
q PRINCIPAIS FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES:
Ø Coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades e
conglomerados, financeiros ou não, mediante prestação de serviços de consultoria,
participação societária e/ou concessão de financiamentos ou empréstimos;
Ø Conceder de crédito para financiamento de capital fixo e de giro;
Ø Operar em bolsas de mercadorias e futuros, bem como em mercados de balcão
organizados, por conta própria e de terceiros;
Ø Operar em câmbio, mediante autorização específica do Banco Central do Brasil;
Ø Pode manter contas de terceiros, mas sem juros e não movimentáveis por cheque;
Ø Praticar operações de compra e venda, por conta própria ou de terceiros, de
metais preciosos, no mercado físico, e de quaisquer títulos e valores mobiliários;
Ø Participar do processo de emissão, subscrição para revenda e distribuição de
títulos e valores mobiliários.

131
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Bancos Múltiplos
Conceito
São instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas,
passivas e acessórias das diversas instituições financeiras. Para ser considerado um Banco
Múltiplo, a instituição deve possuir PELO MENOS DUAS das carteiras mencionadas abaixo,
sendo uma delas COMERCIAL ou de INVESTIMENTOS. Além disso, um banco múltiplo
deve ser constituído com um CNPJ para cada carteira, podendo publicar um único
balanço.
q CARTEIRAS DE UM BANCO MÚLTIPLO:
Ø COMERCIAL;
Ø de INVESTIMENTOS e/ou de desenvolvimento (esta última, exclusiva de bancos
públicos);
Ø de crédito imobiliário;
Ø de crédito, financiamento e investimento (financeiras);
Ø de arrendamento mercantil (leasing).

132
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BNDES
Conceito
A BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), também não é um banco propriamente
dito, pois também é uma Instituição Financeira Pública, sendo administrado pelo Governo
Federal e sem ser de economia mista. Tem como objetivo proporcionar o suprimento
adequado ao financiamento, de médio e longo prazo, de programas e projetos que visem
promover o desenvolvimento econômico e social. Suas operações ativas são empréstimos
e financiamentos, dirigidos prioritariamente ao setor privado, utilizando muitas vezes em
seus empréstimos a TLP (Taxa de Longo Prazo), que é calculada pelo BACEN.
O Sistema BNDES é formado por três empresas:
Ø BNDES e suas subsidiárias;
Ø BNDES Participações S.A. (BNDESPAR), que atua no mercado de capitais nas
empresas onde a BNDESPar entra com investimentos e participa como socia;
Ø Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME), dedicada ao fomento da
produção e da comercialização de máquinas e equipamentos.

133
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Financeiras (SCFI)
Conceito
As Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI), conhecidas como
“FINANCEIRAS”, são instituições privadas que fornecem empréstimo e financiamento para
aquisição de bens, serviços e capital de giro. As SCFIs também podem operar em nichos
que não são atendidos pelos conglomerados bancários, principalmente nos empréstimos
e financiamentos com características específicas (risco mais elevado, financiamento de
veículos usados, convênios com estabelecimentos comerciais). Além disso as
FINANCEIRAS devem ser constituídas como Sociedade Anônima e ter a expressão
"Crédito, Financiamento e Investimento” em seu nome. Estas instituições também são
supervisionadas pelo Bacen.
Vale ressaltar que EMPRÉSTIMO, o recurso recebido não tem destinação obrigatória. Já o
FINANCIAMENTO, o recurso recebido está vinculado a aquisição de um determinado
bem.

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Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI)


Conceito
As Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI) são instituições financeiras especializadas no
financiamento habitacional, proporcionar amparo financeiro a operações imobiliárias
relativas à incorporação, construção, venda ou aquisição de habitação. Elas deverão ser
constituídas sob a forma de sociedade anônima, de cuja denominação constará
obrigatoriamente a expressão "crédito imobiliário", e, para funcionar, dependerão de
prévia autorização do Banco Central, se nacionais, ou de decreto do Poder Executivo, se
filiais de sociedades estrangeiras.
Segundo o Banco Central, o foco da SCI consiste no financiamento para construção de
habitações, na abertura de crédito para compra ou construção de casa própria e no
financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras
de material de construção. Atualmente, em decorrência da sua condição de repassadora,
as SCIs têm atuado de forma mais limitada, voltando-se para operações específicas, como
o programa “Minha Casa, Minha Vida”. Desde a década de 80, as SCIs não captam
recursos do público e atuam somente na condição de repassadoras.

135
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Corretoras e Distribuidoras de Valores Mobiliários
Conceito
As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVMs) e as Distribuidoras de Títulos e
Valores Mobiliários (DTVMs) são instituições financeiras que tem como atividades a
intermediação de operações nos mercados regulamentados de valores mobiliários, como
é o caso dos mercados de bolsa e de balcão para seus clientes; administração de clubes e
fundos de investimentos, realização de câmbio; estruturação de IPO; entre outras
funções. Vale ressaltar que as CTVM e as DTVM são instituições financeiras que atuam na
intermediação de valores mobiliários e por isso, são fiscalizadas pelo Banco Central (por
serem instituições financeiras) e pela CVM (pelas operações com valores mobiliários).
qPRINCIPAIS FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES:
Ø Abertura de capital e na subscrição de novas ações ou debêntures de uma
empresa (IPO e underwriting);
Ø Constituídas sob a forma de S.A e dependem da autorização da CVM;
Ø Operam nas bolsas de valores e de mercadorias (ações, derivativos,...);
Ø Podem administrar fundos e clubes de investimento;
Ø Podem atuar também por conta própria ou de terceiros;
Ø Podem intermediar operações de câmbio;
Ø Têm a função de dar maior liquidez e segurança ao mercado acionário.

136
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Corretoras de Câmbio
Conceito
Segundo o Banco Central, as corretoras de câmbio atuam, exclusivamente, no mercado de
câmbio, intermediando operações entre clientes e bancos ou comprando e vendendo
moedas estrangeiras de/para seus clientes. A diferença com relação aos bancos que
operam em câmbio é que estes, além de atuarem sem limites de valor, podem realizar
outras modalidades de operação como financiamentos a exportações e importações,
adiantamentos sobre contratos de câmbio e operações no mercado futuro de dólar em
bolsa de valores
Vale ressaltar que as Corretores de Câmbio podem realizar operações financeiras de
ingresso e remessa de valores do/para o exterior e operações vinculadas a importação e
exportação, desde que limitadas ao valor de US$ 100.000,00 ou o seu equivalente em
outras moedas.
Outro ponto interessante é que, diferentemente do que ocorre com as CTVM e as DTVM,
a Corretora de Câmbio são fiscalizadas apenas pelo Banco Central do Brasil, pois atuam
apenas com a intermediação de operações de câmbio.

137
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Clearing House
Conceito
As Clearing House (Câmara de Compensação) são responsáveis pelo registro de todas as
operações realizadas, além do acompanhamento das posições mantidas, compensação
financeira dos fluxos e liquidação dos contratos e tem como uma das suas principais
funções MITIGAR O RISCO DE LIQUIDAÇÃO.

Contrato Vendido Pagamento

Vendedor Comprador

Pagamento Contrato Vendido

138
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B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão


Conceito
A B3 é o resultado da combinação entre a BM&FBOVESPA (fusão entre a BOVESPA e a
BM&F) e a CETIP, oferecendo serviços de negociação (bolsa), pós-negociação (clearing),
registro de operações de balcão e de financiamento de veículos e imóveis. Desta forma, a
B3 acaba sendo a clearing house de todos os títulos privados, juntamente com alguns
títulos públicos.

139
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B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão
Principais Características
As principais características da B3 – Brasil, Bolsa e Balcão são:
Ø Desenvolve, implanta e provê sistemas e serviços de negociação e pós-negociação
(compensação e liquidação) de ações, derivativos de ações, financeiros e de
mercadorias, títulos de renda fixa, moedas à vista e commodities agropecuárias;
Ø É uma sociedade de capital aberto, cujas ações B3SA3 são negociadas no Novo
Mercado , sendo uma das 5 maiores bolsas de valores do mundo;
Ø Possui receita também através de Emolumentos;
Ø Possui tanto pregão eletrônico, quanto mercado de balcão;
Ø Realiza o registro, negociações e pós-negociações de ações, títulos de renda fixa
câmbio pronto e contratos de derivativos referenciados em ações, ativos financeiros,
índices, taxas, mercadorias, moedas entre outros.
Ø É associada mantenedora da BSM Supervisão de Mercados (BSM), uma associação
civil que dentre uma das suas funções, fiscaliza a atuação da B3, dos devidos
participantes do mercado e suas operações.

140
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Clearing House
B3
Conforme mencionado, a B3 tem como principais funções administrar os mercados
organizados de títulos, valores mobiliários e contratos futuros (interfinanceiro). Além
disso, ela presta o serviço de registro, depositária central, compensação e liquidação,
chegando atuar até mesmo como contraparte em alguns tipos de negociação.

Agentes de
Clearing.
Títulos Privados:
Ø Títulos de Renda Fixa (LCI, CRI, ...);
B3 Ø Valores Mobiliários (ações, fundos...);
Ø Mercado de balcão (swaps, termo de moeda e
opções flexíveis);
Ø Commodities;
SELIC Ø Demais títulos.

141
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Clearing House
SELIC
O SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), do BACEN, é o depositário central
dos títulos públicos federais, tendo como atividade a emissão, o resgate, o pagamento dos
juros e a custódia desses ativos. As suas liquidações são operadas no conceito de
Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), que garante agilidade e segurança.

Agentes de
Clearing.

B3 Títulos Públicos Federais (TPF):


Ø LTN (Tesouro Prefixado;
Ø LFT (Tesouro Selic);
Ø NTN-B Principal (Tesouro IPCA);
SELIC Ø NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais);
Ø NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais).

142
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Prazos de Liquidação
Conceito
Cada ativo possui um prazo de liquidação (tanto de recebimento do ativo, quanto do seu
pagamento financeiro). Por exemplo, as ações possuem liquidação física & financeira em
D+2 (2 dias úteis após a realização da operação), assim sendo, mesmo que um investidor
venda as suas ações da Petrobrás hoje, ele apenas receberá os recursos após 2 dias úteis.
Desta forma, os prazos de liquidação física e financeira dos principais ativos são:
Ø Tesouro Direto: ocorre em 0 dia útil (d+0), desde que seja até as 13hrs;
Ø Mercado a Vista (ETF de Renda Fixa): liquidação física e financeira em D+1;
Ø Mercado a Vista (Ações, FII, ETF de Ações): liquidação física e financeira em D+2;
Ø Operações day-trade: liquidação física em D+0 e financeira em D+2;
Ø Mercado a termo de ações: poderá ter sua liquidação antecipada, caso contrário,
ocorrerá no vencimento do contrato, onde foi previamente definida entre as partes.
Ø Mercado a Termo ou Swap: poderá ter sua liquidação antecipada, desde que
ambas as partes concordem. Caso contrário, ocorrerá no vencimento do contrato.
Ø Mercado futuro: não há possibilidade de liquidação antecipada, apenas na data
de vencimento. Porém, é possível encerrar a posição, realizando uma operação
contrária ao que foi feito inicialmente realizada.
Ø Mercado de Opções: os prêmios possuem liquidação em D+1 e, no vencimento,
será apurado o valor da liquidação a partir do exercício do direito dos compradores.
143
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Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB)
Conceito
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de procedimentos, regras,
instrumentos e operações integradas que, por meio eletrônico, dão suporte à
movimentação financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro,
tanto em moeda local quanto estrangeira, ou seja, é “a transferência de fundos próprios
e de terceiros realizados entre bancos em tempo real (LBTR – Liquidação Bruta em
Tempo Real), com o objetivo de reduzir o risco sistêmico”.
O SPB tem dois componentes principais: Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF) e
Arranjos de Pagamento. A IMF inclui IOSMF (Instituições Operadoras de Sistemas do
Mercado Financeiro) e SMF (Sistemas do Mercado Financeiro), que são conjuntos de
regras para atividades financeiras como liquidação e registro. As IOSMF são cruciais para a
estabilidade financeira, e o Banco Central do Brasil trabalha para garantir sua solidez. Já o
segmento de arranjos de pagamento engloba regras para serviços como Pix e cartões de
crédito, envolvendo instituições financeiras e de pagamento, conforme definido pela Lei
12.865/2013. Ambos os segmentos são essenciais para a economia e requerem confiança
e supervisão para funcionar adequadamente.

144
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Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB)


Gráfico
SISTEMA DE PAGAMENTO BRASILEIRO (SPB)

Segmentos Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF) Arranjos de Pagamento (AP)

Entidades CMN (Regras Gerais) e


CMN (Regras gerais) e BC
Normativas BC e CVM (nas suas respectivas competências)

Entidades BC (Ativos Financeiros CVM (Valores


BC
Supervisoras e Liquidação) Mobiliários)

Operadores ou Instituidores de Arranjos de


IOSMF e BC IOSMF
Instituidores Pagamento (IAP)

Sistemas ou Instituições Financeiras (IF) e


SMF SMF
Participantes Instituições de Pagamento ( IP)

q SIGLAS:
Ø IOSMF: Instituições Operadoras de Sistemas do Mercado Financeiro
Ø SMF: Sistemas do Mercado Financeiro

145
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Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB)
Resumo
Os principais pontos de exames sobre o SPB são:
Ø Podemos definir o SPB como “O conjunto de procedimentos, regras, instrumentos
e operações integradas que, por meio eletrônico, dão suporte à movimentação
financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro é o sistema”
Ø É o BACEN que administra o SPB e o meio circulante (moeda na economia);
Ø Principal função do SPB é diminuir o risco sistêmico.
Ø O SPB dá mais segurança e agilidade nas transferências entre agentes financeiros;
Ø Toda transação econômica que envolva como forma de pagamento a TED, DOC,
Cartão de Crédito, Cheque, Pix, Drex, entre outras, envolve o SPB.
Ø O Sistema de Transferência de Reservas (STR) realiza a transferência de recursos
entre instituições financeiras, sendo o sistema central do SPB, responsável pela
transferência de fundos com liquidação bruta em tempo real (LBTR).

146
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Investidor Qualificado
Conceito
INVESTIDOR QUALIFICADO é uma classificação oficial da Comissão de Valores Mobiliários
a um grupo específico de investidores pessoa física ou jurídica. Este grupo tem acesso a
investimentos com mais risco, como por exemplo, investimentos em FIDC (Fundos de
Investimentos em Direitos Creditórios) ou em FIP (Fundo de Investimentos em
Participações).
São considerados Investidores Qualificados:
Ø INVESTIDORES PROFISSIONAIS (trataremos a seguir esse conceito);
Ø Pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor
superior a UM MILHÃO DE REAIS e que, adicionalmente, atestem por escrito sua
condição de investidor qualificado mediante termo próprio; ou
Ø Pessoas naturais que foram aprovadas em exames de qualificação técnica ou
possuam certificações aprovadas pela CVM para Assessor de Investimentos,
administrador de carteira, analista e consultor de valores mobiliários em relação a
seus recursos próprios (Ancord, CEA, CGA, CNPI, CFP® e CFA®); e
Ø Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais
cotistas, que sejam investidores qualificados.”

147
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Investidor Profissional
Conceito
São considerados INVESTIDORES PROFISSIONAIS :
Ø Pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor
superior a DEZ MILHÕES DE REAIS e que, adicionalmente, atestem por escrito sua
condição de investidor profissional mediante termo próprio; ou
Ø Instituições Financeiras, Seguradoras e Resseguradoras;
Ø Fundos de Investimentos e de Previdência (EAPC e EFPC);
Ø Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de
carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM;
Ø Assessor de Investimentos, administrador de carteira, analista e consultor de
valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios;
Ø INVESTIDOR NÃO-RESIDENTE: investidor individual, pessoa jurídica, fundo ou
outro veículo de investimento coletivo, com residência, sede ou DOMICÍLIO NO
EXTERIOR, que investem os seus recursos no Brasil.
Vale ressaltar que todo investidor profissional é um investidor qualificado, mas nem todo
investidor qualificado é um investidor profissional. O Investidor Profissional tem acesso a
estruturas financeiras mais sofisticadas que o Investidor Qualificado, como por exemplo, a
possibilidade de ser cotista de um fundo exclusivo.

148
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Investidor Profissional
Investidor Não-Residente
Como dito, o INVESTIDOR NÃO-RESIDENTE pode ser uma pessoa física ou jurídica, fundos
e outras entidades de investimentos individuais ou coletivas, com RESIDÊNCIA, SEDE ou
DOMICÍLIO NO EXTERIOR, que investem os seus recursos no Brasil.
Esses investidores são comumente chamados de “INVESTIDOR 4373”, pois a sua
regulamentação vem através da Resolução nº 4373 da Conselho Monetário Nacional
(CMN), devendo os mesmos se registrarem na CVM, através das regras da RCVM 13/20
Em linha geral, estes investidores tem acesso aos mesmos mercados que o investidor
residente possui, podendo investir, por exemplo, na bolsa de valores.
Antes de iniciar seus investimentos, o “investidor 4373” deverá:
Ø Preencher formulário de identificação exigido pela legislação;
Ø Obter registro junto à CVM; e
Ø Constituir um ou mais representantes no País. Esse representante tem diversas
obrigações, tais como: (I) Guardar e apresentar para os órgãos reguladores o
formulário de identificação assinado e o contrato de representação; (II) Efetuar e
manter os registros atualizados; (III) Informar, imediatamente, a existência de
irregularidades; e (IV) Prestar informações aos órgãos reguladores.

149
CFP® - Certified Financial Planner
Agentes do Mercado Financeiro
Profissões
No mercado financeiro, diversas são as profissões que as pessoas físicas podem atuar,
podendo ser um empregado de uma instituição ou sendo sócio de uma empresa. Além
disso, podemos segmentar essa profissões em “DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS”, “GESTÃO
DE ATIVOS” ou “ANÁLISE DE INVESTIMENTOS”. A seguir, iremos discriminar as seguintes
profissões:
Ø Assessor de Investimentos (AI), antigo Agente Autônomo de Investimentos (AAI);
Ø Analista de Valores Mobiliários (Analista CVM);
Ø Consultor de Valores Mobiliários (Consultor CVM);
Ø Corretor de Seguros
Ø Gestor de Recursos (Gestor de Carteiras).
Na distribuição de produtos, o profissional poderá trabalhar de forma autônoma, mas
também poderá ser um EMPREGADOS, por exemplo, um Gerente de Relacionamento.
Neste caso, o CMN estabeleceu que as instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Bacen devem adotar providências com vistas a que seus
empregados, para exercerem, na própria instituição, as atividades de distribuição e
mediação de títulos, valores mobiliários e derivativos, sejam considerados aptos em
exame de certificação organizado por entidade de reconhecida capacidade técnica.

150
CFP® - Certified Financial Planner

Agentes do Mercado Financeiro


Assessor de Investimentos
O Assessor de Investimentos (AI), chamado antigamente de Agente Autônomo de
Investimentos, é definido pela resolução CVM nº 178/23. O AI é uma pessoa natural ou
jurídica registrada na CVM, sob a responsabilidade e como preposto de intermediário
integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários para realizar as seguintes
atividades:
Ø Prospecção e captação de clientes;
Ø Recepção e registro de ordens e transmissão dessas ordens para os sistemas de
negociação ou de registro cabíveis, na forma da regulamentação em vigor; e
Ø Prestação de informações sobre os produtos oferecidos e sobre os serviços
prestados pelos intermediários em nome dos quais atue. Estas informações incluem
as atividades de suporte, orientação e recomendações de investimento inerentes à
relação comercial com os clientes.
O AI NÃO pode, simultaneamente, exercer atividades de administração de carteiras, de
consultoria ou de análise de investimentos. Portanto, ele não pode atuar como planejador
financeiro CFP® ao mesmo tempo que está atuando como AI. No entanto, isto não
significa que o AI não possa ter o certificado CFP®, mas que ele não pode atuar como
planejador financeiro ou como consultor de valores mobiliários.

151
CFP® - Certified Financial Planner
Agentes do Mercado Financeiro
Analista de Valores Mobiliários
Também chamado de Analista CNPI, o ANALISTA DE VALORES MOBILIÁRIOS é a pessoa
natural ou jurídica que, em caráter profissional, elabora relatórios de análise destinados à
publicação, divulgação ou distribuição a terceiros, ainda que restrita a clientes. Esses
“relatórios de análises” podem ser textos, relatórios de acompanhamento, estudos ou
análises sobre valores mobiliários específicos ou sobre emissores de valores mobiliários
determinados que possam auxiliar ou influenciar investidores no processo de tomada de
decisão de investimentos.
Vale ressaltar que exposições públicas, apresentações, vídeos, reuniões, conferências
telefônicas e quaisquer outras manifestações não escritas, cujo conteúdo seja típico de
relatório de análise, são equiparadas a relatórios de análise. Outro ponto importante é
que esta legislação não se aplica a pessoas naturais ou jurídicas que desenvolvam
atividades de classificação de risco de crédito.

152
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Agentes do Mercado Financeiro


Consultor de Valores Mobiliários
Também chamado de Consultor CVM, o CONSULTOR DE VALORES MOBILIÁRIOS atua na
consultoria de valores mobiliários a prestação dos serviços de orientação, recomendação
e aconselhamento, de forma profissional, independente e individualizada, sobre
investimentos no mercado de valores mobiliários, cuja adoção e implementação sejam
exclusivas do cliente. Esta prestação de serviço pode se dar por meio de uma ou mais das
seguintes formas de orientação, recomendação e aconselhamento sobre:
Ø Classes de ativos e valores mobiliários;
Ø Títulos e valores mobiliários específicos;
Ø Prestadores de serviços no âmbito do mercado de valores mobiliários; e
Ø Outros aspectos relacionados a essas atividades.
Os agentes autônomos de investimento, gerentes de investimentos de instituições
financeiras e outras pessoas que atuem na distribuição de valores mobiliários podem
prestar informações sobre os produtos oferecidos e sobre os serviços prestados pela
instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários pela qual
trabalhem ou tenham sido contratados, sem configurar a atividade de consultoria. Mas
vale ressaltar que esta prestação de informações circunscreve-se às atividades de suporte
e orientação inerentes à relação comercial com os clientes.

153
CFP® - Certified Financial Planner
Agentes do Mercado Financeiro
Corretor de Seguros
O CORRETOR DE SEGUROS, pessoa física ou jurídica, é o intermediário legalmente
autorizado a angariar e promover contratos de seguro entre as sociedades seguradoras e
as pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, devidamente registrado, conforme as
instruções estabelecidas na Circular SUSEP 127/2000 (e suas atualizações). Cabe à
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP conceder a autorização para o exercício da
profissão, na forma do registro, e expedir a competente carteira ou título de habilitação
para o corretor ou corretora de seguros, respectivamente, atendidos os requisitos formais
e legais.
Para o exercício da profissão de corretor de seguros, o profissional depende da obtenção
do Certificado de Habilitação Profissional em Instituição oficial ou autorizada, o que
ocorre atualmente pela ENS (Escola de Negócios e Seguros), e do seu devido Registro.

154
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Agentes do Mercado Financeiro


Gestor de Recursos
Também chamado de Gestor de Carteiras, o GESTOR DE RECURSOS realiza a gestão de
uma carteira de valores mobiliários, incluindo a aplicação de recursos financeiros no
mercado de valores mobiliários por conta do investidor. Este profissional deverá se
registrar na CVM como administrador de carteiras de valores mobiliários, escolhendo a
categoria Gestor de Recursos.
O Gestor de Recursos pode ser pessoa física ou jurídica, mas estamos tratando aqui
apenas da pessoa física. Diferentemente das demais profissões, o profissional neste caso é
obrigado a ser graduado em curso superior ou equivalente, em instituição reconhecida
oficialmente no País ou no exterior.

155
CFP® - Certified Financial Planner
Agentes do Mercado Financeiro
Planejador Financeiro CFP®
O Planejador Financeiro CFP® é o profissional que auxilia as pessoas físicas a atingir as
metas financeiras da vida, por meio do gerenciamento adequado dos seus recursos
financeiros. Ele ajuda o cliente a desenvolver uma visão holística e abrangente de suas
finanças, determinando onde ele está agora, onde gostaria de estar no futuro e o que
deve fazer para alcançar seus objetivos através de seis áreas, que são:
Ø Planejamento Financeiro e Ética
Ø Planejamento da Aposentadoria
Ø Planejamento Fiscal
Ø Planejamento Sucessório
Ø Gestão de Investimentos
Ø Gestão de Riscos e Seguros
Vale ressaltar que é possível ser um Planejador Financeiro sem ter o selo de distinção
internacional CFP®, já que todavia não existe uma determinação da CVM sobre
autorizações concedidas à Planejadores Financeiros. No entanto, a Certificação CFP® é a
mais desejada e respeitada certificação global para os profissionais que atuam com
planejamento financeiro.

156
CFP® - Certified Financial Planner

4.2.1 Principais Indicadores


Econômicos
157
157
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Principais Indicadores Econômicos
Conceito
Os principais indicadores da economia brasileira e cobrados em prova são:
Ø PIB – Produto Interno Bruto;
Ø PNB – Produto Nacional Bruto;
Ø Taxa SELIC-Meta e Selic-Over;
Ø Taxa DI;
Ø TR – Taxa Referencial;
Ø TLP – Taxa de Longo Prazo;
Ø PTAX – Taxa de câmbio; e
Ø IPCA e IGP-M – Índices de Inflação.

158
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PIB – Produto Interno Bruto


Conceito
O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida de tudo que é produzido dentro de um país
em um determinado ano, sendo considerado o melhor medidor de bem estar econômico
de uma sociedade. O economista Mankiw (2007) definiu PIB como “o valor de mercado de
todos os bens e serviços finais produzidos em um país em um dado período de tempo”.
Desta forma, é possível apresentar o PIB de forma NOMINAL (medido a preços correntes
do ano) e de forma REAL (medido a preços constantes de determinado ano, descontando
o efeito da inflação dos preços correntes).
Perceba que foi citado “valores finais” da cadeia produtiva. Isto ocorre para que não haja
um valor acima do que de fato um país produziu, excluindo da conta todos os bens e
serviços intermediários, mesmo que eles tenham contribuído para o devido cálculo. A
seguir veremos este conceito de valor agregado (ou valor adicionado), que serve para
saber o quanto cada produtor contribuiu individualmente para o PIB do país.
Para chegarmos nesse valor, é possível calcular através de três maneiras, que são:
Ø Ótica do Consumo (Dispêndio ou Despesa);
Ø Ótica da Produção;
Ø Ótica da Renda.

159
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PIB – Produto Interno Bruto
PIB e o Valor Agregado (Adicionado)
Cada bem ou serviço prestado está agregando valor ao PIB, mas como vimos, para o
devido cálculo consideramos apenas o valor final. Para descobrirmos o valor adicionado
de uma pessoa ao PIB, basta descontar do valor cobrado os bens e serviços intermediários
que lhe custou para gerar aquele faturamento. Por exemplo, um (1) MARCENEIRO vendeu
por R$ 500, madeiras para uma (2) FÁBRICA construir uma cama. Após isso, esta fábrica
vendeu por R$ 2 mil a cama. O PIB total gerado foi de R$ 2 mil, no entanto, o marceneiro
gerou R$ 500,00 e sobre a madeira, a fábrica AGREGOU mais R$ 1.500,00 ao PIB.

PIB TOTAL GERADO:


R$ 2.000,00

R$ 500 R$ 1.500

MARCENEIRO FÁBRICA CONSUMIDOR

160
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PIB – Produto Interno Bruto


Ótica do Consumo (Dispêndio)
Pela ÓTICA DO CONSUMO (Dispêndio), o PIB resulta da soma dos seguintes fatores:
Ø Consumo das Famílias: Como o nome já diz, é o consumo das pessoas físicas!
Ø Investimentos das Empresas: despesa das empresas em investimento, sendo em
bens de capital, matérias-primas e produtos (variação de estoques),;
Ø Gastos do Governo: este item leva em consideração todos os gastos que o
governo faz em bens ou serviços. Não é considerado os gastos com transferências
(como bolsa família) e nem os pagamento de juros sobre a dívida pública.
Ø Balança Comercial: Também chamada de EXPORTAÇÃO LÍQUIDA, é a resultante
das nossas exportações, descontado das importações. Quanto mais caro o dólar
(desvalorização do real), maior será esse item e maior será o PIB.

Balança Comercial

PIB = C onsumo + Investimentos + GGastos do Governo + Xexportação – iMportação

161
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PIB – Produto Interno Bruto
Ótica da Produção
Pela ÓTICA DA PRODUÇÃO, também chamado de ÓTICA DA OFERTA, o Produto Interno
Bruto corresponde à soma dos valores agregados líquidos dos setores primário,
secundário e terciário da economia (indústria, agropecuária e serviços), mais os impostos
indiretos, mais a depreciação do capital, menos os subsídios governamentais. Portanto, a
Ótica da Produção é o processo reverso da ótica do consumo, pois, para alguém comprar,
outra deve vender (produzir).
q FÓRMULA:

PIB = Produção
da Indústria + Produção
Agrícola + Produção
de Serviços

162
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PIB – Produto Interno Bruto


Ótica da Renda
Para chegarmos ao PIB pela ÓTICA DA RENDA, devemos somar todas as remunerações
com base em salários, juros, aluguéis e lucros distribuídos (dividendos), ou seja, o
somatório da renda do trabalho, renda do capital, renda de instalações e renda do
processo de produção.
Mesmo não sendo muito utilizada (o mais comum é mensurar o PIB através da Ótica do
Dispêndio ou pela Ótica de Produção), a ÓTICA DA RENDA tem como vantagem
compreender a situação dos rendimentos do país, mensurando a maneira pela qual é
remunerada toda produção nacional de riqueza.
q FÓRMULA:

PIB = Salários + Juros + Aluguéis + Dividendos

163
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PNB – Produto Nacional Bruto
Conceito
O Produto Nacional Bruto (PNB) se difere do PIB apenas por incluir os valores dos bens e
serviços produzidos e realizados no exterior. Enquanto que o PIB considera apenas o que
foi gerado INTERNAMENTE (dentro do país), o PNB considera o que foi gerado
INTERNAMENTE e EXTERNAMENTE, ou seja dentro e fora do país.
Com isso, para chegarmos no PNB devemos subtrair do PIB o que chamamos de Renda
Líquida Enviada ao Exterior (RLEE), que é a diferença dos valores enviados para o exterior
e os valores recebidos do exterior a partir dos fatores de produção. Quando mais valores
enviarmos para o exterior, menor será a produção nacional. Quando maior for o
recebimento dos valores do exterior, maior será a produção nacional.
q FÓRMULA:

PNB = PIB − RLEE (envio menos recebimento)

164
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SELIC-META
Conceito
A Selic-Meta é a taxa de juros definida pelo COPOM, que toma essa decisão com base na
Meta de Inflação (IPCA). Ela será a META que o governo deseja para taxa de juros
praticada pela economia brasileira em relação a dívida brasileira para aquele período.

q PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:
Ø É a meta da taxa de Juros brasileira;
Ø Definida pelo BACEN através do COPOM;
Ø Alterada através de AGO (cada 45 dias) ou AGE;
Ø Praticada pelo Governo.

165
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SELIC-OVER
Conceito
Já a SELIC-OVER é a taxa de juros apurada no SELIC (Sistema Especial de Liquidação e
Custódia). Ela é obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das
operações de financiamento por um dia, lastreadas em Títulos Públicos Federais e
cursadas no referido Sistema na forma de operações compromissadas.
A tendência é que a SELIC-OVER tenda a convergir para à SELIC-META. Essa taxa é o que
chamamos de TAXA LIVRE DE RISCO (TLR) da economia brasileira, que é o quanto um
investidor está recebendo por emprestar recursos para o Brasil. Desta forma, a taxa
cobrada nos demais segmentos de empréstimos existentes no mercado brasileiro é
composta pela meta da taxa de juros Selic, acrescido pelo Risco de inadimplência e
demais custos (custos administrativos, impostos, lucro, ...).
q PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:
Ø É a média diária das negociações dos Títulos Públicos Federais (TPF);
Ø É alterada diariamente (dias úteis) e anualizada;
Ø Praticada pelo Mercado Financeiro;
Ø Resolução em vigor para maiores informações: Resolução BCB nº 46/2020.

166
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DI – Depósito Interbancário
Conceito
A taxa DI, que significa Depósito Interbancário, é a taxa média ponderada das operações
realizadas entre instituições financeiras pelo prazo de um dia. Essas operações são
chamadas de CDI (Certificados de Depósito Interbancário), sendo um contrato privado de
empréstimo restrito ao mercado interbancário. Como de praxe, a taxa DI também é
expressa de forma anual e com base em 252 dias úteis.
No entanto, com o passar dos anos, esta operação ficou cada vez menos comum, gerando
um problema para a indústria de renda fixa, pois o CDI é muito utilizado como parâmetro
de rentabilidades (remuneração de CDB, LCI, LCA e também como benchmark para a
remuneração de taxa performance de diversos fundos de investimentos).
Desta forma, a CETIP (atual B3), criou um novo modelo de fallback (plano B) quando não
há operações suficientes para cálculo do DI (ocorrer menos de 100 operações ou o
somatório dos volumes das operações elegíveis para o cálculo da Taxa DI for inferior a
R$ 30 bilhões), ela será igual à Taxa SELIC Over divulgada no dia.

167
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DI X SELIC
Conceito
O Tesouro Nacional, através da emissão de papéis (mercado primário) dá o parâmetro
para a curva de juros da economia brasileira - curva Selic. No entanto, a taxa Selic Over é
obtida mediante o cálculo da taxa média das operações de financiamento por um dia
entre as instituições financeiras, lastreadas em títulos públicos federais. Quando o
financiamento é lastreado em Títulos Privados, temos a taxa DI.

Banco
Títulos Privados (DI)
Central IF IF
Taxa DI

Venda
de TPF Títulos Públicos Federais

IF
Taxa Selic Over
IF = Instituição Financeira

168
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TR – Taxa Referencial
Conceito
A TR é um índice de referência de juros da economia brasileira, principalmente utilizada
para correções da Poupança, empréstimos de habitação como o SFH, títulos da dívida
agrária (TDA) e do FGTS.
Para chegarmos no valor da Taxa Referencial, o banco central aplica um redutor sobre a
Taxa Básica Financeira. Para a formação da TBF, calculasse as taxas de juros negociadas
no mercado secundário com Letras do Tesouro Nacional (LTN). Assim, a TBF de um mês
será uma média ponderada entre as taxas médias das LTNs com vencimentos
imediatamente anterior e imediatamente posterior ao prazo de um mês, seguida da
aplicação, ao valor resultante, de um fator multiplicativo fixado em 0,93.

169
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TLP – Taxa de Longo Prazo
Conceito
A Taxa de longo prazo (TLP) é o principal custo financeiro dos financiamentos do BNDES.
Ela compõe a taxa de juros final, junto com as remunerações (spreads) do BNDES e dos
bancos repassadores e a taxa de risco de crédito do cliente. A TLP mensal é composta de
uma parcela de juros reais pré-fixados ("TLP-Pré") e da inflação (IPCA), sendo que a
TLP-Pré será CALCULADA E DIVULGADA NO INÍCIO DE CADA MÊS PELO BANCO CENTRAL.
A partir da data de início de vigência dos contratos em TLP, a parcela de juro real será fixa,
ao longo da vida dos contratos, variando apenas o componente da inflação, que é o IPCA.

= ×
Juros Reais
TLP Prefixados
(“TLP-Pré”)
Inflação
(IPCA)

170
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Taxa de Câmbio
Conceito
Por definição do Banco Central do Brasil a “Taxa de Câmbio é o preço de uma moeda
estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. No Brasil, a
moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a
cotação comumente utilizada seja a dessa moeda”.
Contratos de câmbio são realizados por motivos de viagens internacionais, transferências
unilaterais, negociações, podem ser realizados diretamente com uma corretora de câmbio
ou alguma instituição financeira autorizada pelo Bacen, sendo que elas possuem
liberdade para negociar as suas taxas pelos seus spreads. Para o fechamento de contrato
de câmbio, passa-se pelas fases de contratação, negociação da taxa e posterior liquidação.
A liquidação é a última fase do fechamento do contrato de câmbio. Ela acontece quando
se efetiva o envio da moeda estrangeira entre os envolvidos, através de um banco ou
corretora. O fechamento de câmbio se dá quando há a conversão das moedas da
negociação, quando há o crédito ou débito da moeda estrangeira entre as partes e a
instituição responsável realiza a transferência internacional através do SWIFT.

171
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Taxa de Câmbio
PTAX
A PTAX é a principal taxa de câmbio utilizada nacionalmente como referência do real por
dólares americanos. Seu nome veio da PTAX800, por causa da PTAX800, uma transação do
Sistema do Banco Central usada durante muitos anos pelo público para consultar taxas de
câmbio, mas que foi descontinuado em 2014.
Antigamente, a PTAX era calculada através de uma média ponderada pelo volume das
operações no mercado interbancário de câmbio, com liquidação em dois dias úteis. Hoje
em dia, o BANCO CENTRAL consulta os dealers em quatro momentos de alta liquidez no
mercado de câmbio, que informam qual foi o valor que eles fizeram numa única
negociação naquele momento com o dólar americano, ou seja, qual o preço praticado no
mercado interbancário. Com estas informações, o BACEN faz uma MÉDIA SIMPLES
(aritmética), de cada ponta de compra e venda do dólar, excluindo em cada caso, as duas
maiores e as duas menores. A divulgação da PTAX ocorra a cada consulta (são 4 por dia) e
no final do dia também, com a PTAX do dia. A participação dos dealers (instituições
financeira) no cálculo da Ptax é avaliada mensalmente e um desempenho insatisfatório, o
leva ao descredenciamento.

172
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Taxa de Câmbio
Outros tipos de cotação
Além da forma de mensuração do Banco Central do Brasil, podemos ter outros tipos de
cotação, como por exemplo:
Ø COMERCIAL: Conforme o próprio nome diz, faz referências às transações
comerciais, sendo utilizado para balizar as grandes movimentações de importação &
exportação das empresas brasileiras, transferências financeiras, etc. Esta também é a
cotação considerada nas ações do governo no exterior, como empréstimos
(registrados no Banco Central) de brasileiros residentes em outros países e.
Ø TURISMO: Já neste caso, representa a cotação das moedas para as pessoas físicas
que usarão a moeda para viajar ao exterior ou para comprar produtos e serviços em
sites interacionais. Sua cotação é baseada no custo da moeda comercial, com o
acréscimo do IOF praticado pelo Governo. Por se tratar de moeda física, possui
demais custos, como por exemplo, o de logística.
Ø SPOT: Chamado de Dólar a vista ou “Câmbio Pronto”, são operações com
liquidação em até D+2 e podem ser negociados nos mercados da B3.
Ø FORWARD: Termo utilizado para taxações feitas em contratos financeiros que
serão iniciados em uma data futura, como por exemplo, nos contratos futuros ou nos
contratos a termo da B3.

173
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Taxa de Câmbio
Câmbio Pronto e Câmbio Futuro
O CÂMBIO PRONTO é aquele em que ocorre a compra ou venda de moeda estrangeira
com prazo à vista, seguindo liquidação em até 2 dias úteis. Já o CÂMBIO FUTURO, possui
o seu preço também fechado no momento da contratação, mas sendo liquidado em um
prazo mais extenso, além de 2 dias úteis (uma liquidação futura).
As operações de câmbio contratadas para liquidação pronta devem ser liquidadas no
mesmo dia, quando se tratar de compras e de vendas de moeda estrangeira em espécie
ou em cheques de viagem; ou de operações ao amparo da sistemática de câmbio
simplificado de exportação. Caso não sejam esses casos, a liquidação ocorrerá em até dois
dias úteis da data da contratação, nos demais casos, excluídos os dias não úteis nas
praças das moedas.
Vale ressaltar que a liquidação pronta é obrigatória nos seguintes casos:
Ø Operações de câmbio simplificado de exportação ou de importação;
Ø Compras ou vendas de moeda estrangeira em espécie ou em cheques de viagem;
Ø Compra ou venda de ouro - instrumento cambial.

174
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Taxa de Câmbio
Desvalorização do Dólar
Como qualquer objeto, as moedas terão desvalorização quando mais pessoas estiverem
vendendo e/ou houver maior quantidade para vender. Desta forma, quando o dólar está
caro (R$ 4,00), muitas pessoas desejam vender a moeda estrangeira fazendo com que se
tenha mais dólares na economia brasileira DESVALORIZANDO o dólar e VALORIZANDO O
REAL, deixando o cenário mais atrativo para o IMPORTADOR. Esse aumento de dólares
pode ocorrer da seguinte forma:

Quantidade de Quantidade de
Dólares no Brasil Dólares no Brasil
Com o dólar “caro”, o aumento da
$ $ $ quantidade de dólares em $ $ $
$ $ $ circulação poderá ocorrer através $ $ $
de:
o Aumento das Exportações
$ $ $
o Aumento da Conta Turismo $ $ $
US 1,00 = R$ 4,00 o Venda de dólares pelo BC US 1,00 = R$ 2,00

175
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Taxa de Câmbio
Valorização do Dólar
A valorização da moeda estrangeira ocorre da mesma forma: quando há uma diminuição
da sua quantidade ou quando muitas pessoas a estão comprando. Ou seja, quando o
dólar está barato (R$ 2,00), muitas pessoas desejam comprar dólares, fazendo com que se
tenha menos moeda estrangeira na economia brasileira VALORIZANDO o dólar e
DESVALORIZANDO O REAL, deixando o cenário mais atrativo para o EXPORTADOR. Essa
diminuição de dólares na economia brasileira, pode ocorrer da seguinte forma:

Quantidade de Quantidade de
Dólares no Brasil Dólares no Brasil
Com o dólar “barato”, o seu
$ $ $ aumento de preço poderá $ $ $
$ $ $ ocorrer por causa do: $ $ $
o Aumento das Importações $ $ $
o Diminuição da Conta Turismo
o Compra de dólares pelo BC $ $ $
US 1,00 = R$ 4,00 US 1,00 = R$ 2,00

176
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Inflação
Conceito
Podemos definir INFLAÇÃO como a alta persistente e generalizada dos preços em uma
determinada economia, gerando para as pessoas a perda do poder de compra e como
iremos ver a seguir, existem vários motivos para ocorrer a inflação e para cada motivo,
temos um nome específico: inflação inercial, inflação de demanda, inflação de oferta
(custos), inflação estrutural.
Você pode perceber essa perda de poder de compra de duas formas: a primeira é
perceber que um serviço que custava R$ 50,00 agora está custando R$ 100,00, ou seja,
você precisa do dobro de dinheiro para contratar o mesmo serviço (ou produto). A outra
forma é na diminuição do produto, como por exemplo, nas barras de chocolate. A 10 anos
atrás, uma barra de chocolate de 200 gramas custava R$ 5,00. Hoje, quando você vai
comprar a mesma barra de chocolate, você percebe que ela continua custando R$ 4,00,
mas ao invés de ela ter 200 gramas, a barra de chocolate tem cem gramas (a metade), ou
seja, os mesmos R$ 4,00 compram a metade, ocorrendo a perda do poder de compra.
Importante entender essa perda do poder de compra, para podermos repor ela através de
correções nos contratos de alugueis, nas dívidas e, principalmente, nos salários. Mas para
isso, precisamos entender “quanto foi essa inflação” e assim, surgem os diversos índices
de inflação, sendo os dois principais o IPCA e o IGP-M.
177
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Inflação
Motivos para a Inflação
Os dois principais motivos que podemos ter inflação são:
Ø Inflação de Demanda: considerado como o tipo mais clássico, ocorre quando há
muito mais procura por produtos (serviços) do que há de ofertas. Esse tipo de
inflação tende a ocorrer quando há um rápido crescimento econômico e causado
também pela Inflação Monetária, que é quando o governo emite dinheiro de forma
descontrolada, através de redução de taxa de juros ou impressão de papel-moeda.
Ø Inflação de Custos: consiste no aumento dos preços gerados pelo aumento dos
custos, como por exemplo, redução da quantidade de certo produto ou aumento dos
custos de produção. Desta forma, esse tipo de inflação pode ser de duas formas:
§ Inflação de custos autônoma: quando o aumento dos preços ocorrem de forma
autônoma, como foi na pandemia, onde o preço das commodities subiu e gerou
aumento no custo generalizado, ou quando um grupo oligopolista aumenta o
preço dos seus produtos e/ou serviços.
§ Inflação de custos induzida: a inflação de demanda faz com que as empresas
lucrem mais e com isso, as empresas contratam mais pessoas. Se houver poucas
pessoas a serem contratadas, os valores a serem pagos serão maiores, gerando
um aumento no preço do produto e/ou serviço vendido pela empresa. O
exemplo disso, foi o setor de tecnologia durante a pandemia.
178
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Inflação
Hiperinflação, Deflação & Estagflação
Vimos que a mudança dos preços dos produtos e serviços geram o conceito de inflação.
No entanto, outros três conceitos são interessantes a serem compreendidos, que são:
Ø Hiperinflação: Como o próprio nome remete, a Hiperinflação ocorre quando há
um aumento dos preços dos produtos e serviços de forma completamente fora do
controle. Não há um percentual definido, mas de praxe, quando uma economia tem
uma inflação acima de 50% ao ano, entendemos que está ocorrendo este efeito. O
Brasil viveu este fenômeno nos anos 80 e início dos anos 90.
Ø Deflação: Este é o caso onde os preços ao invés de subirem, começam a
desvalorizar. Inicialmente, isso aparente ser bom, mas se todos os meses um produto
é vendido a um preço mais barato, o consumidor “sempre” prorroga a sua compra.
Qual a consequência? As empresas não vendem e com isso necessitam demitir
funcionários, fazendo com que a economia fique cada vez mais pobre.
Ø Estagflação: Este é um conceito técnico de quando o PIB de uma economia não
cresce, mas os preços não param de subir. Temos uma economia “estagnada”, com
depreciação do poder de compra da população.

179
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IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo
Definição
O IPCA é o índice de inflação oficial do Brasil, sendo calculado pelo IBGE. Ele tem como
objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no
varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, ou seja, é influenciado pela variação
dos preços no VAREJO.
Atualmente, a população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40
salários mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas áreas urbanas das regiões de
abrangência do SNIPC (Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor), as quais
são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória,
Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios
de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
A utilização do IPCA ocorre em diversas frentes, como por exemplo:
Ø É o indicador que o CMN utiliza como meta da inflação;
Ø Nos títulos públicos do governo federal (NTN-B e NTN-B Principal);
Ø Correção dos balanços e das demonstrações financeiras de companhias abertas;
Ø Fornecer um panorama sobre como está o poder de compra da população.

180
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IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo


Resumo
A PONDERAÇÃO DAS DESPESAS DAS PESSOAS PARA SE VERIFICAR
A VARIAÇÃO DOS CUSTOS FOI DEFINIDA PELO SEGUINTE MODO:
Tipo de Gasto Peso % do Gasto • Índice Oficial de Inflação do Brasil;
Alimentação 25,21 • Calculado pelo IBGE;
• Divulgado mensalmente;
Transporte e • Utilizado como referência para META de
18,77
Comunicação inflação definida pelo CMN para o COPOM;
Despesas Pessoais 15,68 • População-objetivo do IPCA abrange as
Vestuário 12,49 famílias com rendimentos mensais
compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta)
Habitação 10,91 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte
Saúde e cuidados de rendimentos, e residentes nas áreas
8,85
pessoais urbanas das regiões metropolitanas de
Artigos de residência 8,09 Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo
Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba,
Total 100,00 Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia.

181
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IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado
Definição
O IGP-M é um índice de inflação muito utilizado para correção de contratos de aluguéis e
também em contratos de dívidas de empresas. Ele é calculado pela FGV (Fundação
Getúlio Vargas), sendo na verdade, uma composição de três outros índices de inflação:
Ø 60% do Índice de Preços por Atacado (IPA): Atualmente chamado de Índice de
Preços ao Produtor Amplo, registra variações de preços de produtos agropecuários e
industriais nos estágios de comercialização anteriores ao consumo final.
Ø 30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC): medida de preço médio necessário
para comprar determinados bens de consumo e serviços no mercado varejista por
famílias que possuem renda de 1 a 33 salários mínimos residentes nos principais
centros consumidores do Brasil.
Ø 10% Índice Nacional de Custo de Construção (INCC): Reflete o ritmo dos preços de
materiais de construção e da mão de obra no setor imobiliário, sendo muito utilizado
na correção de contratos de Compra & Venda na planta.
Como podemos perceber, diferentemente do que ocorre no IPCA, que tem maior impacto
nos preços do varejo, o IGP-M tem como principal variável os preços no ATACADO e como
a variação cambial tem impacto mais relevante nos preços do atacado do que no varejo, o
IGP-M sofre variações mais impactantes do que o IPCA quando há variações cambiais.

182
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4.2.2 Políticas Macroeconômicas:


Monetária, Fiscal e Cambial
183
183
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Política Macroeconômicas
Conceito
Políticas Macroeconômicas são ferramentas de um governo para atingir os objetivos do
PIB desejado. Quando um governo deseja que o PIB cresça, chamamos de política
expansionista, e ao contrário, de política contracionista, ou seja:
Ø Política Expansionista: o governo “injetará” dinheiro na economia, fazendo com
que as variáveis que compõe o PIB, aumentem. A consequência é um aumento da
inflação, aumento da liquidez, aumento do PIB e uma diminuição da taxa de juros.
Ø Política Contracionista: o governo “retira” dinheiro da economia, fazendo com
que as variáveis que compõe o PIB, diminuam. A consequência é uma diminuição da
inflação, diminuição da liquidez, diminuição do PIB e um aumento da taxa de juros.
Estas estratégicas poderão vir através de 3 políticas (Monetária, Fiscal e Cambial), sendo
que elas não precisam ter as mesmas estratégias, ou seja, pode-se ter, por exemplo, uma
política monetária expansionista, enquanto a cambial é contracionista, lembrando que o
PIB é a soma de todos os setores que podem consumir dentro de um país (Pessoas Físicas,
chamado de Consumo; Pessoas Jurídicas, chamado de Investimentos; Governo,
considerado os Gastos do Governo; estrangeiros, resultante da Balança Comercial).

184
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Política Monetária
Conceito
Política monetária é o controle da oferta de moeda na economia, ou seja, o meio de
estabilizar e controlar os níveis de preços para garantir a liquidez ideal (equilíbrio) do
sistema econômico do país. Para controlar o dinheiro e a taxa de juros, as autoridades
monetárias utilizam-se dos seguintes instrumentos:
Ø Operações de Mercado Aberto (Open Market): Compra ou venda de Títulos
Públicos Federais (TPF) pelo BACEN. Este é o instrumento mais ágil e eficaz que o
governo dispõe para fazer política monetária.
Ø Depósito Compulsório: O Banco Central obriga os bancos a depositar parte dos
recursos captados dos clientes, via depósitos à vista, a prazo ou poupança, numa
conta no BACEN. Quanto maior o percentual do compulsório, menor será a liquidez
do mercado.
Ø Operações de Redesconto Bancário: É a taxa de juros cobrada pelo Banco Central
pelos empréstimos concedidos aos bancos. Quanto maior a alíquota cobrada pelo
BACEN, menor a liquidez do mercado.
Importante compreender que maior a oferta de moeda na economia, significa ter mais
dinheiro em circulação, e quanto mais dinheiro em circulação, maior o PIB e maior a
tendência de um aumento da inflação.

185
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COPOM
Conceito
Ao Comitê de Política Monetária (Copom), constituído no âmbito do Banco Central do
Brasil, compete, com base em avaliação do cenário macroeconômico e dos principais
riscos a ele associados:
Ø Definir a meta para a Taxa Selic (taxa básica de juros do Brasil);
Ø Definir as orientações e diretrizes estratégicas para a execução da política
monetária;
Ø Divulgar o Relatório de Inflação.
Este comitê é composto pelo Presidente do Banco Central e mais 8 diretores (9 membros),
se reunindo a cada 45 dias, durante dois dias. Suas decisões são tomadas visando com
que a inflação brasileira (IPCA) fique em linha com a meta definida pelo CMN.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Tem como principal função definir a meta da taxa de juros do Brasil (selic-meta);
Ø Divulgar a cada trimestre, o relatório de inflação, analisando detalhadamente a
conjuntura econômica e financeira do Brasil, juntamente com suas projeções;
Ø Composto pelo Presidente do Banco Central e mais 8 diretores (9 membros)
Ø Resolução em vigor para maiores informações: Resolução BCB nº 61/2021

186
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Política Monetária
Aplicação Prática
POLÍTICA OPERAÇÃO LIQUIDEZ INFLAÇÃO PIB
• COMPRAR Títulos Públicos.
• REDUZIR a Taxa de Juros.
Expansionista AUMENTA AUMENTA AUMENTA
• REDUZIR Compulsório.
• REDUZIR Redesconto.
• VENDER Títulos Públicos.
• AUMENTAR a Taxa de Juros.
Contracionista REDUZ REDUZ REDUZ
• AUMENTAR Compulsório.
• AUMENTAR Redesconto.

q EXEMPLOS:
Ø EXPANSIONISTA: Havendo uma diminuição do compulsório, os bancos terão mais
recursos para poder emprestar e, com isso, haverá mais recursos circulando na
economia.
Ø CONTRACIONISTA: Quando o Banco Central vende títulos públicos, o investidor
entrega o dinheiro para o governo e recebe os papéis (LFT, LTN, NTN-B ...). Desta
forma, há menos dinheiro na economia circulando.
187
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Política Fiscal
Conceito
Política Fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas
(impostos, taxas e contribuições) e realiza despesas de modo a cumprir três funções:
Ø Estabilização macroeconômica: crescimento do PIB e controle da inflação;
Ø Redistribuição da renda: projetos sociais, tais como bolsa família;
Ø Alocação de recursos: fornecimento de bens e serviços públicos.
Quando as arrecadações são menores que as despesas, o governo se financia através da
venda de títulos públicos. Esta análise primária, que leva em consideração somente as
despesas NÃO financeiras, quando positiva, chamamos de Superávit Primário, quando
negativa, déficit primário. Ela serve para analisar o quão eficiente está o governo atual.
Para analisar a eficiência do País como um todo, deve-se descontar também os juros que
ele está pagando por toda a sua dívida (dívidas criadas pelo governo atual e pelos
governos anteriores). Este resultado chamados de Superávit/Déficit NOMINAL.
Caso o governo tenha um déficit fiscal, ele pode tomar mais dívida (Vender Títulos
Públicos) ou tentar aumentar sua receita (aumentar os impostos, exceto o imposto de
exportação, já que o seu aumento faz com que as empresas nacionais vendam menos). O
dinheiro do compulsório não pode ser utilizado para isso.

188
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Política Fiscal
Contas do Setor Público

Superávit / Déficit
PRIMÁRIO
= Receitas
(impostos, taxas e
contribuições) ‒ Despesas NÃO
financeiras

Superávit / Déficit
NOMINAL
= Superávit / Déficit
PRIMÁRIO
‒ Pagamento dos
juros da dívida
Pública

189
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Política Fiscal
Aplicação Prática
POLÍTICA OPERAÇÃO

• Aumento dos gastos públicos;


EXPANSIONISTA • Diminuição das cargas tributárias;
• Aumento das transferências (Ex. bolsa família)

• Diminuição dos gastos públicos;


CONTRACIONISTA • Elevação da carga tributária;
• Extinção de transferências (Ex. leve leite).

q EXEMPLOS:
Ø Expansionista: Quando o Governo faz obras públicas (por exemplo, estradas), ele
está contratando pessoas e pagando com dinheiro. Consequentemente, estará
retirando dinheiro dos cofres públicos e injetando na economia.
Ø Contracionista: Quando há um aumento dos tributos, os recursos estão saindo das
empresas e das famílias, e indo para os cofres públicos. Desta forma, há menos
dinheiro circulando na economia.
190
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Política Cambial
Conceito
O Banco Central define POLÍTICA CAMBIAL como “o conjunto de ações governamentais
diretamente relacionadas ao comportamento do mercado de câmbio, inclusive no que se
refere à estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de
pagamentos”. Nessa política, podemos ter 3 regimes cambiais:
Ø Câmbio Fixo: regime na qual a taxa de câmbio é estritamente imutável ao longo
do tempo. O resultado é uma mudança constante nas reservais cambiais, pois o
governo se compromete a comprar/vender a moeda estrangeira, para manter o
equilíbrio de oferta e demanda.
Ø Câmbio Flutuante: resultado puro de oferta e demanda pela moeda, sem
intervenção do Banco Central, permanecendo inalterado as Reservas Internacionais.
Ø Flutuação Suja: Também chamado por Câmbio Flutuante Administrado, ele é o
Câmbio Flutuante, mas com interferência do Banco Central. Inicialmente, o Bacen
atuava apenas quando ultrapassava a “banda cambial”, que é um certo teto ou um
certo piso estabelecido por ele, mas hoje atua sempre que acredita que há
desiquilíbrio, necessitando de correções

191
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Política Cambial
Balanço de Pagamentos (BP)
A economia de um país aberto depende de um sistema eficiente de contabilidade
nacional, que registra os fluxos de produção, renda, comércio e capitais com o exterior.
Esse sistema inclui o Balanço de Pagamentos, que é uma ferramenta de contabilidade que
registra todas as transações econômicas entre um país e o resto do mundo durante um
determinado período de tempo, geralmente um ano. Ela é dividida em três contas
principais, que são:
Ø CONTA CORRENTE
Ø CONTA DE CAPITAIS
Ø CONTA FINANCEIRA
Essas contas fornecem dados essenciais para entender a situação macroeconômica,
auxiliando na formulação de políticas e na avaliação das relações econômicas
internacionais do país.
A seguir, veremos mais especificamente, cada uma delas.

192
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Política Cambial
BP: Conta Corrente
A CONTA CORRENTE, também chamada de transações correntes registra os fluxos entre
residentes e não residentes de um país de quatro sub-contas, que são:
Ø Balança Comercial (bens): também chamada de exportação líquida, mede a
diferença entre exportações e importações de bens.
Ø Serviços: mensura a os resultados das importações e exportações de serviços, e
também pelo saldo da conta turismo (os gastos das viagens de residentes ao exterior,
menos os das viagens de não-residentes para o país). Temos como exemplo nessa
conta, viagens, serviços de transportes e aluguel de equipamentos.
Ø Renda Primária: aqui são registrados os fluxos de renda entre residentes e não-
residentes, como por exemplo, o recebimento de juros, dividendos ou salários.
Ø Renda Secundária: no passado, esta sub-conta era chamada de “transferências
unilaterais”. Nela são registradas as contribuições a entidades de classe, a entidades
associativas e a organismos internacionais, bilhetes e prêmios de loterias oficiais,
impostos, taxas, indenizações não amparadas por seguros, aposentadorias, pensões
e reparações de guerra. Inclui, também, as transferências efetuadas por migrantes
(remessas de trabalhadores, doações, heranças, etc.)

193
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Política Cambial
BP: Conta de Capitais
Com relação a CONTA DE CAPITAIS registra transferências de patrimônio resultantes de
imigração ou emigração, ou seja, movimentações de ativos não financeiros entre o país e
o exterior. Isso pode incluir a transferência de propriedades, como terrenos, imóveis,
marcas, patentes, entre outros. Por exemplo, se uma empresa nacional vende uma
patente para uma empresa estrangeira, o valor da venda seria registrado nessa conta.
A CONTA DE CAPITAIS é dividida em duas sub-contas, que são:
Ø Compra e Venda de Ativos Não-Financeiros Não-Produzidos: Corresponde às
transações que envolvem a compra e venda de ativos não-financeiros não
produzidos entre residentes e não-residentes de um país. Isso inclui direitos sobre
recursos naturais, como minerais ou recursos pesqueiros, bem como ativos
intangíveis, tais como patentes, copyrights, marcas registradas e franquias.
Ø Transferências de Capital: Esta sub-conta engloba transferências de propriedade
de ativos entre residentes e não-residentes, assim como a transferência de recursos
para a aquisição de ativos fixos, impostos sobre heranças e dívidas perdoadas. Por
exemplo, quando um estrangeiro adquire uma propriedade ou ativo fixo (como uma
fábrica ou equipamento) no país, a transação é registrada aqui.

194
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Política Cambial
BP: Conta Financeira
A CONTA FINANCEIRA contabiliza as transações que envolvem ativos e passivos
financeiros entre residentes e não-residentes, sendo dividido da seguinte forma:
Ø Investimentos diretos: Compõem os investimentos diretos a participação no
capital de empresas e os empréstimos intercompanhia, sendo caracterizado por uma
participação duradoura e um significativo grau de influência na direção da empresa.
Ø Investimentos em carteira: Registra os fluxos líquidos de ativos e passivos,
constituídos por valores mobiliários comumente negociados em mercados
secundários de títulos, como ações e dívidas (renda fixa).
Ø Derivativos: Registra os fluxos financeiros relativos à liquidação de haveres e
obrigações decorrentes de operações de swap, opções e futuros e os fluxos relativos
aos prêmios de opções.
Ø Outros investimentos: Representa o somatório dos valores líquidos dos ativos e
passivos relacionados a créditos comerciais, empréstimos e financiamentos, moeda e
depósito e outros ativos e passivos a curto e a longo prazos.
Ø Reservas: Ativos externos que estão prontamente disponíveis e controlados pela
autoridade monetária, para fins de financiamento de necessidades do Balanço de
Pagamentos, intervenção no mercado de câmbio e outros fins relacionados.

195
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Política Cambial
Balança de Pagamentos
A BALANÇA DE PAGAMENTOS é o saldo das contas externas de um país, registrando as
suas transações com os demais país do mundo e com isso, sabemos se está entrando ou
saindo recursos estrangeiros. No Brasil, os valores são expressos em dólares americanos,
mesmo quando são efetuados com países que não são os EUA. O seu cálculo é feito por
duas grandes contas, que são as TRANSAÇÕES CORRENTES e a CONTA CAPITAL &
FINANCEIRA.
Ø TRANSAÇÕES CORRENTES: São as entradas e saídas cotidianas de um país, como se
fosse a conta corrente de uma pessoa. Ela é subdividida em três outras contas:
§ Balança Comercial: Registra o comércio de bens (exportação e importação);
§ Balança de Serviços: É o saldo dos serviços, por exemplo, comércio de bens,
fretes, seguros e serviços governamentais. Aqui também se contabiliza a Conta
Turismo, que correspondente aos gastos dos turistas estrangeiros no Brasil,
descontada dos gastos que os brasileiros fazem quando estão viajando.
§ Rendas primária: Incluem os recebimentos de juros, dividendos ou salários.
§ Rendas Secundárias: Engloba as transferências unilaterais, com por exemplo,
transferência bancárias, remessas, doações entre residentes e não residentes.
Ø CONTA DE CAPITAIS: Registra o saldo líquido entre as compras de ativos estrangeiros
por residentes, venda de ativos a estrangeiros, além da Amortização de Dívidas.
196
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Política Cambial
Reservas Internacionais
As reservas monetárias internacionais, também chamadas de “reservas cambiais”, são os
ativos dos bancos centrais e autoridades monetárias, tais como, moedas estrangeiras
(dólar, euro, libra esterlina, ...), direitos especiais de saque junto ao Fundo Monetário
Internacional (FMI), depósitos no Banco de Compensações Internacionais (BIS), ouro,
entre outros ativos.
Elas funcionam como uma espécie de seguro para o país fazer frente à seus compromissos
financeiros (obrigações no exterior, emissão de moeda e financiar déficits temporários em
seus balanços de pagamentos) e a choques de natureza externa, tais como crises cambiais
e interrupções nos fluxos de capital para o país.
As reservas aumentam quando há um superávit no Balanço de Pagamentos (BP), ou seja,
quando a soma das “Transações Correntes”, “Conta de Capital” e “Conta Financeira”
forem positivas. Assim, em um economia sem intervenção do governo, ocorrerá uma
valorização da moeda local, diminuindo assim o valor da moeda estrangeira. Da mesma
forma, quando o Balanço de Pagamento for negativo, haverá uma diminuição de moeda
estrangeira no país, ocasionando um valorização do dólar (desvalorização da moeda local,
no caso do Brasil, uma desvalorização do Real).

197
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Política Cambial
Reservas Internacionais
REGIME ENTRADA DE DÓLARES SÁIDA DE DÓLARES

Para manter o preço fixo, Para manter o preço fixo,


CÂMBIO
o BACEN irá comprar os dólares, o BACEN irá vender seus dólares,
FIXO aumentando sua reserva cambial. diminuindo suas reserva cambial.

O BACEN não irá interferir,


O BACEN não irá interferir,
CÂMBIO mantendo sua reserva cambial.
mantendo sua reserva cambial.
FLUTUANTE Com isso, o preço do dólar irá
Assim, o preço do dólar irá diminuir.
aumenta.

Se o BACEN entender ser relevante, Se o BACEN entender ser


CÂMBIO ele irá comprar parte desses dólares relevante, ele irá vender dólares
FLUTUANTE para minimizar a desvalorização do para minimizar a valorização do
SUJO dólar. Com isso, aumentará a sua dólar. Desta forma, diminuirá a
reserva cambial. sua reserva cambial.

198
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Política Cambial
Swap Cambial e Swap Cambial Reverso
Swap é um derivativo financeiro que promove simultaneamente a troca de taxas ou
rentabilidade de ativos financeiros entre agentes econômicos (neste caso, uma das partes
é o Banco Central), não ocorrendo transferências de ativos, mas sim um crédito ou débito
em moeda local no final da operação. Nesta operação, os indexadores serão a taxa Selic e
a variação cambial do dólar. Estas operações poderão ser de dois tipos:
Ø Swap Cambial: o Banco Central “vende” dólares com a obrigação de “recomprá-
los” no futuro, recebendo em troca a taxa de juros do período. Desta forma, o
governo age com o intuito de arrefecer uma alta do dólar.
Ø Swap Cambial Reverso: desta vez, o Banco Central está na ponta contrária ao
Swap Cambial. Ao invés de “vender” dólares, ele “compra” dólares para evitar uma
valorização do real (desvalorização do dólar), pagando ao investidor os juros do
período e recebendo a variação do dólar.
Nos dois casos, após a operação, analisa-se o resultado operacional da
valorização/desvalorização do dólar, havendo somente o pagamento/recebimento do
resultado financeiro.

199
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Política Cambial
Aplicação Prática
POLÍTICA OPERAÇÃO

EXPANSIONISTA • Banco Central compra dólares; ou


(Desvalorização Cambial) • Realiza Swap Cambial Reverso
CONTRACIONISTA • Banco Central vende dólares; ou
(Valorização Cambial) • Realiza Swap Cambial

q EXEMPLOS:
Ø Expansionista: Quando o Banco Central compra dólares, o governo pretende
deixar o dólar mais “caro”, pois pretende ESTIMULAR AS EXPORTAÇÕES e restringir
as importações, fazendo com que haja um AUMENTO no PIB, lembrando que uma
das variáveis do PIB é Balança Comercial (Exportação menos Importação).
Ø Contracionista: Quando o Banco Central vende dólares, o governo pretende deixar
o dólar mais “barato”, pois pretende ESTIMULAR AS IMPORTAÇÕES e restringir as
exportações, fazendo com que haja uma DIMINUIÇÃO no PIB, pois a Balança
Comercial será negativa.

200
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Política Cambial
Cupom Cambial
O CUPOM CAMBIAL pode ser definido como “a taxa de juros em dólar, que remunera
investimentos em moeda estrangeira feitos no Brasil”. É como se o investidor não
precisasse transformar seus recursos para reais, mantendo toda a aplicação em dólares.
Qualquer investidor poderá fazer essa aplicação através de duas formas, que são:
Ø Cupom Cambial Sujo (DDI): O valor do dólar inicial é calculado com base na PTAX,
sendo que ela utiliza a taxa média do dólar do dia anterior.
Ø Cupom Cambial Limpo (FRC): É retirado o efeito da variação cambial, substituindo
a PTAX do dia anterior pela operação da taxa do dólar spot.
Primeiramente iremos apresentar a fórmula direta do Cupom Cambial (taxa de juros
Brasil, dividida pela diferença do dólar futuro pelo dólar a vista). Depois iremos apresentar
a origem da fórmula, pois ela remete a fórmula dos juros compostos (valor presente
acrescido por uma certa taxa de juro). Outro ponto interessante é que estas taxas são
apresentadas ao ano e com isso, deveremos fazer as devidas conversões de taxas, sendo
que a taxa Brasil (Selic ou DI) possui conversão em juros compostos e base em 252 dias
úteis e a taxa do cupom cambial segue a regra americana, ou seja, conversão por juros
simples e base em 360 dias corridos.

201
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Política Cambial
Cupom Cambial: Fórmula 1
Para chegarmos no valor do cupom cambial, conforme fórmula abaixo, basta dividir a taxa
de juros Brasil do período pela variação do preço do dólar futuro em relação ao dólar a
vista. Mas para deixar mais fácil a compreensão do cálculo, iremos trazer um passo a
passo para o devido cálculo, conforme a seguir:
Ø (1) A TLR Brasil (taxa livre de risco: Selic ou DI) deverá ser convertida para o prazo
do período, utilizando a conversão por juros compostos e dias úteis (lembrando que
um ano possui 252 dias úteis).
Ø (2) Encontrar a variação do dólar, dividindo o dólar futuro pelo dólar spot.
Ø (3) Fazer a divisão da TLR Brasil do respectivo período, pela variação do dólar.
Ø (4) Converter a taxa encontrada para ano, devendo ser utilizada a conversão por
juros simples e através de dias corridos (um ano possui 360 dias corridos).

q FÓRMULA: !"
, + ./0 #$# @AB
!"#$% !'%()'* = −1 ?
1ó345 678759 C)'D E$FF)C$D
1ó345 4 :;<84

202
CFP® - Certified Financial Planner

Política Cambial
Cupom Cambial: Cálculo Fórmula 1
q EXEMPLO 1: O contrato futuro de dólar, com vencimento em 90 dias corridos (63 dias
úteis), está sendo negociado a R$ 2,10. Sabendo que o dólar spot está sendo negociado
a R$ 2,07, a taxa livre de risco Brasil está em 12,00%a.a, qual a taxa do Cupom Cambial?
q RESPOSTA: Perceba que o contrato apresentado está para 3 meses (90 dias corridos
e/ou 63 dias úteis), mas a taxa Brasil está apresentada ao ano. Diante disso, o primeiro
passo (1) é converter a taxa para o período do contrato (63 dias úteis). A segunda etapa é
saber (2) qual a diferente (em taxa) do dólar de hoje para o dólar futuro e para isso,
basta dividir os dois valores dos dólares, para posteriormente . Desta forma:

(1) TAXA BRASIL 63DU: (2) DÓLAR FUTURO POR (3) FÓRMULA
o 12 [i] DÓLAR A VISTA Com os valores de (1) e (2)
o 252 [n] o 2,10 [ENTER] calculados, iremos enxergar
o 63 o 2,07 [÷] aonde estes números são
o [R/S] R: 1,014493 aplicados na fórmula. Verás
R: 2,8737% = 1,028737 agora. que basta dividir e
converter para ano.

203
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Política Cambial
Cupom Cambial: Cálculo Fórmula 1
q EXEMPLO 1: O contrato futuro de dólar, com vencimento em 90 dias corridos (63 dias
úteis), está sendo negociado a R$ 2,10. Sabendo que o dólar spot está sendo negociado
a R$ 2,07, a taxa livre de risco Brasil está em 12,00%a.a, qual o valor do Cupom Cambial?
!"
, + ./0 #$# @AB
1 !"#$% !'%()'* = −1 ?
1ó345 678759 C)'D E$FF)C$D
1ó345 4 :;<84

,, BHIJ@J @AB
2 !"#$% !'%()'* = −1 ?
,, B,KKLA LB

3 !"#$% !'%()'* = ,, B,KB@I − 1 ? K

4 !"#$% !'%()'* = B, B,KB@I ? K

5 !"#$% !'%()'* = B, BMA,MB = M, AH% '$ 'O$

204
CFP® - Certified Financial Planner

Política Cambial
Cupom Cambial: Fórmula 2
Como foi dito, o Cupom Cambial faz parte da fórmula básica da matemática financeira de
juros compostos. Como assim? Exatamente isso, a fórmula básica nos diz que todo e
qualquer valor futuro parte do valor presente pela correção de uma certa taxa de juros e
o dólar futuro não é diferente.
Para chegamos no dólar futuro (Forward), basta termos o dólar a vista e multiplicarmos
por uma certa taxa. Mas qual taxa? Essa taxa será a divisão entre a taxa livre de risco
Brasil, dividida pela taxa do Cupom Cambial, conforme fórmula abaixo. Gostamos de
apresentar ela, pois os exames não costumam colocar a fórmula do Cupom Cambial nas
suas “listas de fórmulas”. No entanto, aqui teremos que fazer a parte algébrica,
necessitando “isolar” o Cupom Cambial para poder resolver o problema.

q FÓRMULA: PQ
, + ./0 HMH
!"#$%#& = ()"*×
21
, + 11×
345

205
CFP® - Certified Financial Planner
Política Cambial
Cupom Cambial: Cálculo Fórmula 2
q EXEMPLO 2: O contrato futuro de dólar, com vencimento em 90 dias corridos (63 dias
úteis), está sendo negociado a R$ 2,10. Sabendo que o dólar spot está sendo negociado
a R$ 2,07, a taxa livre de risco Brasil está em 12,00%a.a, qual o valor do Cupom Cambial?
!"
, + ./0 #$#
,, BHIJ@J
1 U$FV'FC = W#$X× 6 , + !!×B, HM =
P! ,, B,KKL@
, + !!× @AB
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, + ,H% #$#
2 R$ H, ,B = R$ H, BJ× 7 , + !!×B, HM = ,, B,KBK,
LB
, + !!× @AB

R$ H, ,B , + ,H% %,#$
3 R$ H, BJ
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, + !!×B, HM
8 !!×B, HM = ,, B,KBK, − ,

,, BHIJ@J B, B,KBK,
4 ,, B,KKL@ = 9 !! =
, + !!×B, HM B, HM

5 ,, B,KKL@ Z , + !!×B, HM = ,, BHIJ@J 10 !! = B, BMA,AK = M, AH% '. '.

206
CFP® - Certified Financial Planner

Política Cambial
Dólar Forward: Cálculo Fórmula 2
q EXEMPLO 3: Sabendo que faltam 90 dias corridos (63 dias uteis) para do contrato
futuro de dólar, que a taxa spot do dólar está em R$ 3,18, o cupom cambial em 6,00% ao
ano e a taxa livre de risco brasil em 11,25% ao ano, qual o valor do forward do dólar?
!"
, + ./0 #$#
,, BHJB,,
1 U$FV'FC = W#$X× 5 U$FV'FC = R$ @, ,I×
P! ,, B,M
, + !!× @AB

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, + ,,, HM% #$#
2 U$FV'FC = R$ @, ,I× 6 U$FV'FC = R$ @, ,I×,, B,,I@@
LB
, + A%× @AB

, + B, ,,HM %,#$ 7 U$FV'FC = R$ @, H,JA@B


3 U$FV'FC = R$ @, ,I×
, + B, BA×B, HM

4 ,, ,,HM %,#$
U$FV'FC = R$ @, ,I×
, + B, B,M

207
CFP® - Certified Financial Planner
4.2.3 Análise de Ciclos Econômicos
208
208
CFP® - Certified Financial Planner

Ciclos Econômicos
Conceito
Os Ciclos Econômicos referem-se às flutuações da atividade econômica no longo prazo. O
ciclo envolve uma alternância de períodos de crescimento relativamente rápido do
produto (recuperação e prosperidade), com períodos de relativa estagnação ou declínio
(contração ou recessão). Estes ciclos são caracterizados por inúmeras atividades
econômicas, tais como o PIB real e a taxa de desemprego. Definiu-se quatro fases para
um ciclo econômico. São eles:
Ø Declínio;
Ø Depressão;
Ø Recuperação;
Ø Boom (Pico).

209
CFP® - Certified Financial Planner
Ciclos Econômicos
As 4 Fases dos Ciclos Econômicos
As quatro principais fases dos ciclos econômicos são:
Ø Declínio (Contração / Recessão): Fase em que diminui o volume da produção e a
atividade empresarial. Caracteriza-se por um aumento do desemprego. Um país será
considerado em declínio quando se verificar uma quebra na atividade empresarial
(PIB negativo) durante dois trimestres consecutivos.
Ø Depressão (Fundo): É o "ponto mais baixo" ao qual caem a produção, a taxa de
desemprego aumenta e a taxa de inflação diminui com atraso (lag). Este período é
identificado quando o PIB tem uma queda muito acentuada (10% ou mais), gerando
muitos pedidos de Recuperação Judicial, alta taxa de desemprego e baixos níveis de
investimentos das empresas, por um longo período.
Ø Recuperação (Expansão): Ocorre após se chegar ao ponto mais baixo da
depressão. Esta fase se caracteriza pelo aumento da produção e diminuição da taxa
de desemprego. Enquanto a economia não atingir a capacidade produtiva plena, o
nível de inflação será baixo.
Ø Boom (Pico): É o ponto mais alto de todas as fases do ciclo econômico. A taxa de
desemprego atinge o nível mínimo ou mesmo desaparece, a economia opera em
potência plena e todos os recursos de trabalho e capital disponíveis no país são
engajados na produção. Via de regra, a inflação tende a aumentar nesse período.
210
CFP® - Certified Financial Planner

Ciclos Econômicos
Exemplo em Gráfico
EUA China

Alemanha
México
Japão

Itália

Brasil

Tendência de Crescimento
no longo prazo

Declínio Depressão Recuperação Boom (Pico)

211
CFP® - Certified Financial Planner
4.3 Normas e Regulação
212
212
CFP® - Certified Financial Planner

4.3.1 Lavagem de Dinheiro (PLD-FT)


213
213
CFP® - Certified Financial Planner
Lavagem de Dinheiro
Conceito
Em 1988, através da Convenção de Viena, iniciou-se o debate sobre como a Lavagem de
Dinheiro estava diretamente interligado com o tráfico ilícito de entorpecentes e de
substâncias psicotrópicas, como problema social. Diante disso, a Lavagem de Dinheiro
passou a ser um esforço internacional para coibir esse crime, já que, se o criminoso não
conseguisse utilizar os recursos ilícitos, haveria uma diminuição deste crime.
Mas qual a definição de LAVAGEM DE DINHEIRO? Ele é o processo pelo qual o criminoso
transforma, recursos obtidos através de ATIVIDADES ILEGAIS, em ativos com uma origem
APARENTEMENTE LEGAL, ou seja, caracteriza-se como crimes de lavagem de dinheiro
ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de
infração penal.
No Brasil, este crime está expresso na Lei 9.613/98 (com alteração pela Lei 12.683/12), e
visam garantir que as instituições financeiras, joalherias, concessionárias de veículos entre
outras, cumpram o seu papel no combate e na prevenção à lavagem de dinheiro. No
âmbito do sistema financeiro, as principais normas regulatórios são do Banco Central
(Circular 3.978) e da CVM (Resolução CVM 50/21 – no âmbito do mercado de valores
mobiliários).
214
CFP® - Certified Financial Planner

Lavagem de Dinheiro
Bacen e CVM
Conforme mencionamos, o Banco Central e CVM também fazem parte da fiscalização e
combate a lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, no qual chamaremos a
partir de agora de PLD-FT (Prevenção a Lavagem de Dinheiro & Financiamento do
Terrorismo).
As regras do Bacen, através da circular 3.978, dispõe sobre a política, os procedimentos e
os controles internos a serem adotados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil visando à prevenção da utilização do sistema financeiro para a
prática dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a
Lei nº 9.613/98 e de financiamento do terrorismo, previsto na Lei nº 13.260/16.
A CVM, através da Resolução CVM 50/21, dispõe sobre a PLD-FT no âmbito do mercado
de valores mobiliários; o estabelecimento da política de PLD-FT, da avaliação interna de
risco e de regras, procedimentos e controles internos; a identificação e o cadastro de
clientes, assim como as diligências contínuas visando à coleta de informações
suplementares e, em especial, à identificação de seus respectivos beneficiários finais; o
monitoramento, a análise e a comunicação das operações e situações mencionadas nesta
Instrução; e o registro de operações e manutenção de arquivos.

215
CFP® - Certified Financial Planner
Lavagem de Dinheiro
COI: As 3 fases
O crime de Lavagem de Dinheiro ocorre em três etapas basicamente, no qual, muitas
vezes, não são tão simples de se identificar, pois os criminosos acabam fazendo diversas
operações de lavagem de dinheiro e não apenas uma. Estas etapas são chamadas de:
(1) COLOCAÇÃO: Essa é a primeira etapa e os criminosos têm como objetivo inserir
o dinheiro no sistema financeiro. Eles tentam dificultar a identificação da
procedência do dinheiro, com técnicas como: fracionar os valores em pequenos
depósitos, compra de bens ou de instrumentos negociáveis, utilização de
estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie.
(2) OCULTAÇÃO: A segunda etapa consiste em dificultar o rastreamento contábil
dos recursos ilícitos, quebrando a cadeia de evidências ante a possibilidade da
realização de investigações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos buscam
movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas ou
de terceiros (vulgo laranjas), preferencialmente, em países com lei de sigilo bancário;
(3) INTEGRAÇÃO: na última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao
sistema econômico. As organizações criminosas prestam serviços entre si ou buscam
investir em empreendimentos que facilitem suas atividades. Uma vez formada a
cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.

216
CFP® - Certified Financial Planner

Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613


COAF
É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, atual Ministério da Economia, o Conselho
de Controle de Atividades Financeiras - COAF, com a finalidade de disciplinar, aplicar
penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de
atividades ilícitas previstas na Lei, sem prejuízo da competência de outros órgãos e
entidades. Ele é o ÓRGÃO MÁXIMO NO COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO e sua
composição é feita por servidores públicos de reputação ilibada e reconhecida
competência.
Com a Lei nº 13.974, de 7 de janeiro de 2020, o COAF foi vinculado administrativamente
ao Banco Central do Brasil, mas dispondo de autonomia técnica e operacional, atuando
em todo o território nacional. Além do mercado financeiro, a fiscalização do COAF
também ocorre obrigatoriamente em outros setores, como por exemplo:
Joias, pedras e metais preciosos;
Fomento comercial (factoring);
Bens de luxo ou alto valor;
Setores que não tem regulador próprio.

217
CFP® - Certified Financial Planner
Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
COAF: Funções
As PRINCIPAIS FUNÇÕES DO COAF são:
Tem como finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber,
examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta
Lei, sem prejuízo da competência de outros órgãos e entidades.
Deverá coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de informações
que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de
bens, direitos e valores.
Poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as informações cadastrais
bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas.
Comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos
cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados
indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.

218
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Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613


Quem está sujeito ao crime?
Com a redação dada pela Lei 12.683/12, incorre na mesma pena quem:
ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de
infração penal:
▪ os converte em ativos lícitos;
▪ os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em
depósito, movimenta ou transfere;
▪ importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal;
participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua
atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
Desta forma, todas as pessoas que participarem de alguma forma para que o crime de
Lavagem de Dinheiro ocorra, ficarão sujeitas às punições aplicáveis a este crime e diante
disto, é de suma importância que o profissional que trabalha no mercado financeiro atue
de forma extremamente diligente para que não seja enquadrado nesse crime.

219
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Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
Penalização
Às pessoas que incorrem do crime de Lavagem de dinheiro, terão de Pena de reclusão (de
3 a 10 anos) e multa pecuniária aplicada pelo COAF, sendo variável não superior ao:
Dobro do valor da operação;
Dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da
operação; ou
Valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais).
Além das penas pecuniárias, é possível haver sanções não pecuniárias, sendo elas:
Inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de
administrador das respectivas pessoas jurídicas;
Cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação ou
funcionamento.

220
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Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613


Penalização
A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem
cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. Mas ela
também poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente
com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações
penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens,
direitos ou valores objeto do crime.
Desta forma, percebemos que a pena poderá ser de 1 ano, pois é possível ter redução de
dois terços e que poderá chegar a 16,66 anos, pois há possibilidade de aumento de dois
terços.

221
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Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
Penalização
O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei (9.613/98):
Obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos
com reclusão, da competência do juiz singular;
Independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda
que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos
nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento;
São da competência da Justiça Federal:
▪ Quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-
financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de
suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
▪ Quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.
O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público (MP) ou mediante representação
do delegado de polícia, ouvido o MP em 24 horas, havendo indícios suficientes de infração
penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado
ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento,
produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais antecedentes.

222
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Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613


Penalização
A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte
interessada, mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos
terão tramitação em separado em relação ao processo principal.
O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens, com a
descrição e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os detém e local
onde se encontram. Com isso, o juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos
apartados, e intimará o Ministério Público. Feita a avaliação e dirimidas eventuais
divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído
aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão, preferencialmente
eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação.
Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em conta judicial remunerada. Em
relação a esses depósitos, os processos dependerão se a competência for da Justiça
Federal (ou da Justiça do Distrito Federal) ou se serão de competência da Justiça dos
Estados.

223
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Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
Penalização
Quando os processos forem de COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL E DA JUSTIÇA DO
DISTRITO FEDERAL, deverão seguir os seguintes critérios:
Os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou em instituição
financeira pública, mediante documento adequado para essa finalidade;
Os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal ou por outra
instituição financeira pública para a Conta Única do Tesouro Nacional,
independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24 horas; e
Os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por instituição financeira
pública serão debitados à Conta Única do Tesouro Nacional, em subconta de
restituição.
Já nos processos de COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DOS ESTADOS:
Os depósitos serão efetuados em instituição financeira designada em lei,
preferencialmente pública, de cada Estado ou, na sua ausência, em instituição
financeira pública da União;
Os depósitos serão repassados para a conta única de cada Estado, na forma da
respectiva legislação.

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Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613


Pessoas ligadas ao mecanismo de Controle
Sujeitam-se à lei as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou
eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:
A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros;
A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro;
A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou
administração de títulos ou valores mobiliários.
Prestem no mercado de valores mobiliários, em caráter permanente ou eventual,
os serviços relacionados à distribuição, custódia, intermediação, ou administração de
carteiras, que são funções do ADMINISTRADOR FIDUCIÁRIO, GESTOR,
CUSTODIANTE e DISTRIBUIDOR INDEPENDENTE;
Os AUDITORES INDEPENDENTES no âmbito do mercado de valores mobiliários;
Bolsas de valores, seguradoras & entidades de previdência, corretoras de seguros,
administradoras de cartão de crédito, administradoras de consórcios, factorings.
Comercializem joias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antiguidade ou
que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis.
❑ OBS: Análise e classificação de risco de uma empresa por meio de uma agência de risco
(rating) não são atividades sujeitas as leis da Prevenção de Lavagem de Dinheiro (PLD-FT).

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Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
Comunicação de Operações Financeiras
As pessoas ligadas ao mecanismo de controle deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de
dar ciência de tal ato a qualquer pessoa (inclusive ao cliente), NO PRAZO DE 24 (VINTE E
QUATRO) HORAS, a proposta ou realização, sendo que esta comunicação deverá ser feita
através do SISCOAF (Sistema de Controle de Atividades Financeiras).
Essas pessoas deverão comunicar ao COAF toda transação em moeda nacional ou
estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo
passível de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade
competente e nos termos de instruções por esta expedidas. Segundo a circular do Banco
Central, deve ser comunicado até o próximo dia útil, além das operações suspeitas, as
seguintes operações em espécie:
as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque em espécie de valor igual
ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais);
as operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos,
por meio de qualquer instrumento, contra pagamento em espécie, de valor igual ou
superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); e
a solicitação de provisionamento de saques em espécie de valor igual ou superior a
R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

226
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Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613


Responsabilidade Administrativa
As pessoas sujeitas ao mecanismo de controle bem como aos administradores das
pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as devidas obrigações, serão aplicadas,
cumulativamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções:
advertência;
multa pecuniária variável não superior ao:
▪ dobro do valor da operação;
▪ dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização
da operação;
▪ valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de
administrador das pessoas jurídicas referidas no mecanismo de controle;
cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação ou
funcionamento.

227
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Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
Manutenção dos Registros
As pessoas sujeitas ao mecanismo de controle:
Identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de
instruções emanadas das autoridades competentes;
Manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e
valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser
convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e
nos termos de instruções por esta expedidas;
Deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compatíveis com seu
porte e volume de operações, que lhes permitam atender ao disposto da Lei, na
forma disciplinada pelos órgãos competentes;
Deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão regulador ou
fiscalizador e, na falta deste, no COAF, na forma e condições por eles estabelecidas;
Deverão atender às requisições formuladas pelo COAF na periodicidade, forma e
condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo
das informações prestadas.
❑ OBS: Os cadastros e registros deverão ser conservados durante o período mínimo de
dez anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da transação.

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Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613


Disposições Gerais
A AUTORIDADE POLICIAL e o MINISTÉRIO PÚBLICO TERÃO ACESSO, exclusivamente, aos
dados cadastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço,
INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas
empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos provedores de internet e pelas
administradoras de cartão de crédito.
Além disso, os encaminhamentos das instituições financeiras e tributárias em resposta às
ordens judiciais de quebra ou transferência de sigilo deverão ser, sempre que
determinado, em meio informático, e apresentados em arquivos que possibilitem a
migração de informações para os autos do processo sem redigitação.

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PLD-FT – Bacen Circular 3.978/20
Circular 3.978/20
A circular 3.978 do Bacen, que entrou em vigor em 2020, compilou diversas circulares,
mas também “desengessou” o modelo controles sobre a PLD-FT a serem adotados pelas
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Agora as próprias
instituições financeiras devem implementar e manter uma política formulada com base
em princípios e diretrizes que busquem prevenir a utilização da sua instituição financeira
para práticas desses crimes. Essa política deve ser compatível com os perfis de risco:
dos clientes
da instituição,
das operações, transações, produtos e serviços; e
dos funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.
Esta nova política deverá ser aprovada pelo Conselho de Administração da instituição ou,
na falta deste, por sua diretoria. Além disso, esta circular exige a criação de uma estrutura
de governança para assegurar o cumprimento da referida política, DEVENDO SER
INDICADO AO BACEN O DIRETOR RESPONSÁVEL PELO CUMPRIMENTO DAS NOVAS
OBRIGAÇÕES INTRODUZIDAS POR ESSA CIRCULAR. Vale ressaltar o diretor mencionado
pode desempenhar outras funções na instituição, desde que não haja conflito de
interesses.

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PLD-FT – Bacen Circular 3.978/20


Circular 3.978/20
A política referida anteriormente deve contemplar, no mínimo a:
Ø Avaliação interna de risco e a avaliação de efetividade;
Ø Definição de papéis e responsabilidades para o cumprimento das obrigações;
Ø Definição de procedimentos voltados à avaliação e à análise prévia de novos
produtos e serviços, bem como da utilização de novas tecnologias, tendo em vista o
risco de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo;
Ø Verificação do cumprimento da política, dos procedimentos e dos controles
internos de que trata esta Circular, bem como a identificação e a correção das
deficiências verificadas;
Ø Promoção de cultura organizacional de prevenção à lavagem de dinheiro e ao
financiamento do terrorismo, contemplando, inclusive, os funcionários, os parceiros
e os prestadores de serviços terceirizados;
Ø Seleção e a contratação de funcionários e de prestadores de serviços terceirizados,
tendo em vista o risco de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo; e
Ø Capacitação dos funcionários sobre o tema da prevenção à lavagem de dinheiro e
ao financiamento do terrorismo, incluindo os funcionários dos correspondentes no
País que prestem atendimento em nome das instituições mencionadas na legislação.

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PLD-FT – Bacen Circular 3.978/20
Circular 3.978/20
A AVALIAÇÃO DE EFETIVIDADE citada anteriormente, significa que as instituições devem
avaliar a efetividade da política, dos procedimentos e dos controles internos. Esta
avaliação deve ser documentada em relatório específico e deve ser
Ø elaborado anualmente, com data-base de 31 de dezembro; e
Ø encaminhado, para ciência, até 31 de março do ano seguinte ao da data-base:
§ ao comitê de auditoria, quando houver; e
§ ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria da instituição.
Este relatório deve conter informações que descrevam:
Ø a metodologia adotada na avaliação de efetividade;
Ø os testes aplicados;
Ø a qualificação dos avaliadores; e
Ø as deficiências identificadas.

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PLD-FT – Bacen Circular 3.978/20


Conheça o seu Cliente (KYC)
O Cadastro de Clientes é elemento chave para fins de Prevenção e Combate à Lavagem de
Dinheiro, sendo o dossiê do cliente suporte e subsídio importantes nas análises de
operações dos clientes com a instituição. Caso o cliente se negue a fornecer informações,
a instituição financeira não deve aceitá-lo.
O procedimento de CONHEÇA SEU CLIENTE, em inglês “Know Your Customer” (KYC), é
feito junto com o cadastro, buscando identificar e conhecer a origem e constituição do
patrimônio e dos recursos financeiros do cliente, reduzindo a possibilidade dos bancos se
tornarem veículos ou vítimas de crimes financeiros. São procedimentos que devem ser
realizados na forma de uma due dilligence sobre o cliente, com o objetivo de conhecer
detalhes da sua vida pessoal e profissional, dando maior segurança às informações
apresentadas pelo cliente na Ficha Cadastral.
Este documento deverá ser atualizado no prazo máximo a cada dois (2) anos e DEVERÃO
SER CONSERVADOS DURANTE O PERÍODO MÍNIMO DE 10 (DEZ) ANOS A PARTIR DO
ENCERRAMENTO DA CONTA OU DA CONCLUSÃO DA TRANSAÇÃO, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.

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PLD-FT – Bacen Circular 3.978/20
Processo de Identificação dos Clientes
As pessoas ligadas ao mecanismo de Controle devem implementar procedimentos
destinados a conhecer seus clientes, incluindo procedimentos que assegurem a devida
diligência na sua identificação, qualificação e classificação. Esses procedimentos devem
ser compatíveis com:
o perfil de risco do cliente, contemplando medidas reforçadas para clientes
classificados em categorias de maior risco, de acordo com a avaliação interna de
risco;
a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo;
a avaliação interna de risco.
Além disso, as instituições financeiras deverão identificar seus clientes, representantes e
manter cadastro atualizado, nos termos de instruções emanadas das autoridades
competentes. Tratando de investidor Pessoa Jurídica, as informações cadastrais devem
abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-los, todos seus controladores,
diretos e indiretos, e as pessoas naturais que sobre eles tenham influência significativa,
até alcançar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final (salve exceções, por
exemplo, empresas S/A de capital aberto).

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PLD-FT – Bacen Circular 3.978/20


Conhecimento dos Funcionários & Parceiros
As instituições financeiras devem implementar procedimentos destinados a conhecer seus
funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo procedimentos
de identificação e qualificação, devendo esses procedimentos serem compatíveis com a
política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e com a
avaliação interna de risco aprovada pela sua diretoria.
As instituições referidas também devem classificar as atividades exercidas por seus
funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados nas categorias de risco
definidas na avaliação interna de risco e quando forem terceiros não sujeitos a
autorização para funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de
pagamento do qual a instituição também participe, devem:
ter informações que possam compreender a natureza da atividade e da reputação;
verificar se o terceiro foi objeto de investigação ou de ação de autoridade
supervisora relacionada com LD-FT;
quando for o caso, certificar que o mesmo tem licença do instituidor para operar;
conhecer os controles adotados pelo terceiro relativos à PLD-FT;
dar ciência do contrato ao diretor responsável.

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PLD-FT – Bacen Circular 3.978/20
Registro das Operações
As instituições financeiras devem manter registros de todas as operações realizadas,
produtos e serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos,
recebimentos e transferências de recursos, devendo conter, no mínimo, as seguintes
informações sobre cada operação:
Tipo;
Valor, quando aplicável;
Data de realização;
Nome;
CPF ou CNPJ do beneficiário da operação (valores acima de R$ 2.000,00);
Canal utilizado.
As instituições financeiras devem requerer dos sacadores clientes e não clientes
solicitação de provisionamento com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das
operações de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento,
de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Vale ressaltar que devem
manter registro de todas as operações, inclusive nas situações em que a operação ocorrer
no âmbito da mesma instituição.

236
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PLD-FT – Bacen Circular 3.978/20


Análise de Operações e Situações Suspeitas
As instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem implementar
procedimentos de análise das operações e situações selecionadas por meio dos
procedimentos de monitoramento e seleção, com o objetivo de caracterizá-las ou não
como suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. Diante disso:
O período para a execução dos procedimentos de análise das operações e
situações selecionadas não pode exceder o prazo de quarenta e cinco dias, contados
a partir da data da seleção da operação ou situação.
A análise mencionada deve ser formalizada em dossiê, independentemente da
comunicação ao Coaf sobre as operações ou situações suspeitas de lavagem de
dinheiro e de financiamento do terrorismo.
É vedado a esta análise a contratação de terceiros para sua realização e ela não poderá ser
realizada no exterior. Vale ressaltar que a vedação mencionada não inclui a contratação
de terceiros para a prestação de serviços auxiliares à análise referida.

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PLD-FT – Bacen Circular 4.001/20
Operações Suspeitas (I)
Através da Carta Circular Nº 4.001, o Bacen divulga uma relação de operações e situações
que podem configurar indícios de ocorrência dos crimes de lavagem de dinheiro. A lista é
muito vasta, mas também muito interessante de ser lida, pois ela é construída através de
casos reais. Diante de tantos exemplos, selecionamos os que entendemos serem os mais
relevantes:
Depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer
outro instrumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem
atipicidade em relação à atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a
sua capacidade financeira;
Depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes que exerçam atividade
comercial relacionada com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como
obras de arte, imóveis, barcos, joias, automóveis ou aeronaves;
Depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou
ainda que apresentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em
maços desorganizados e não uniformes;
Depósitos em espécie relevantes em contas de servidores públicos e de qualquer
tipo de Pessoas Expostas Politicamente (PEP);

238
CFP® - Certified Financial Planner

PLD-FT – Bacen Circular 4.001/20


Operações Suspeitas (II)
(...) continuação:
Abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de
procuração ou de qualquer outro tipo de mandato;
Aumentos substanciais no volume de depósitos ou aportes em espécie dentro de
curto período de tempo, a destino não relacionado com o cliente;
Fragmentação de depósitos ou outro instrumento de transferência de recurso em
espécie, inclusive boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor total da
movimentação;
Movimentação em espécie, que apresentem atipicidade em relação à atividade
econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;
Oferecimento de informação falsa;
Operações realizadas com a aparente finalidade de gerar perda ou ganho para as
quais falte, objetivamente, fundamento econômico ou lega;
Representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos
procuradores ou representantes legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;
Resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de
relacionamento ou para a atualização cadastral.

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CFP® - Certified Financial Planner
PLD-FT – Bacen Circular 4.001/20
Operações Suspeitas (III)
(...) continuação:
Informação de mesmo endereço residencial ou comercial por pessoas naturais,
sem demonstração da existência de relação familiar ou comercial;
Negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem
denominados em moeda estrangeira, que não apresentem compatibilidade com a
natureza declarada da operação;
Negociações envolvendo taxas de câmbio com variação significativa em relação às
praticadas pelo mercado;
Saques em espécie de conta que receba diversos depósitos por transferência
eletrônica de várias origens em curto período de tempo;
Registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Protocol (IP) por pessoas
naturais ou jurídicas, sem justificativa razoável para tal ocorrência.
Este são alguns de tantos exemplos que criminosos utilizam para burlar o sistema. Vale
ressaltar que, estes atos quando justificáveis, não caracterizam como operações suspeitas,
como por exemplo, se houver uma enchente em uma cidade e um marceneiro depositar
R$ 2.000,00 em notas molhadas um dia depois, isso não deverá ser considera como uma
operação suspeita.

240
CFP® - Certified Financial Planner

PLD-FT – CVM 50/21


Resolução CVM 50/21
Já a CVM, através Resolução nº 50, de 31 de agosto de 2021, também dispôs sobre a
prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e ao financiamento da
proliferação de armas de destruição em massa (PLD/FTP), mas no âmbito do mercado de
valores mobiliários.
O ponto mais central desta resolução, está na definição de palavras, como por exemplo:
CLIENTE ATIVO: o cliente que nos últimos 12 (doze) meses tenha:
▪ Efetuado movimentação, na sua conta-corrente ou na sua posição de custódia;
▪ Realizado operação no mercado de valores mobiliários; ou
▪ Apresentado saldo em sua posição de custódia.
Investidor: pessoa natural ou jurídica, fundo ou veículo de investimento coletivo ou
o investidor não residente em nome do qual são efetuadas operações com valores
mobiliários.
Beneficiário Final: pessoa natural ou pessoas naturais que, em conjunto, possuam,
controle ou influenciem significativamente, direta ou indiretamente, um cliente em
nome do qual uma transação esteja sendo conduzida ou dela se beneficie. Vale
ressaltar que, se equivalem ao beneficiário final, para fins da presente norma, os
seus prepostos, procuradores ou representantes legais.

241
CFP® - Certified Financial Planner
PLD-FT – CVM 50/21
Cadastro e Identificação de Beneficiário Final
As pessoas ligadas ao mecanismo de controle de PLD-FT que tenham relacionamento
direto com o investidor devem identificá-lo, manter seu cadastro atualizado. Elas devem
continuamente difundir perante seus clientes a importância da manutenção de seus
dados cadastrais atualizados, disponibilizando canais para que esses investidores e seus
representantes, conforme o caso, comuniquem quaisquer atualizações, observado que o
cadastro deve constar declaração, datada e assinada pelo investidor de o mesmo se
compromete a informar, no prazo de 10 (dez) dias, quaisquer alterações que vierem a
ocorrer nos seus dados cadastrais.
Vale ressaltar que as informações cadastrais relativas a clientes classificados como pessoa
jurídica, exceto pessoas jurídicas com valores mobiliários de sua emissão admitidos à
negociação em mercado organizado e os fundos de investimento registrados na CVM,
devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-los, todos seus
controladores, diretos e indiretos, e as pessoas naturais que sobre eles tenham influência
significativa, até alcançar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final. O
percentual de participação mínimo que caracteriza o controle direto ou indireto,
observado que, exclusivamente para fins de cumprimento da lei, o percentual não pode
ser superior a 25% (vinte e cinco por cento) da participação.

242
CFP® - Certified Financial Planner

PLD-FT – CVM 50/21


Cadastro e Identificação de Beneficiário Final
NÃO É NECESSÁRIO à obrigação de identificação da pessoa natural caracterizada como
beneficiário final nos seguintes casos:
Ø a pessoa jurídica constituída como companhia aberta no Brasil.
Ø instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo BACEN.
Ø seguradoras, EAPCs, EFPcs e RPPS.
Ø alguns tipo de investidores não residentes, como por exemplo os bancos centrais,
instituições financeiras, seguradoras e companhias abertas.
Ø fundos e clubes de investimento nacionais registrados, desde que:
§ não seja fundo exclusivo, ou seja, FUNDO EXCLUSIVA PRECISA;
§ obtenham recursos de investidores com o propósito de atribuir o
desenvolvimento e a gestão de uma carteira de investimento a um gestor
qualificado que deve ter plena discricionariedade na representação e na tomada
de decisão junto às entidades investidas, não sendo obrigado a consultar os
cotistas para essas decisões e tampouco indicar os cotistas ou partes a eles
ligadas para atuar nas entidades investidas; e
§ seja informado o número do CPF/MF ou CNPJ de todos os cotistas para a RFB
na forma definida em regulamentação específica daquele órgão.

243
CFP® - Certified Financial Planner
Lavagem de Dinheiro
Conselho de Segurança das Nações Unidas
A LEI 13.810 dispõe sobre o cumprimento de sanções impostas por resoluções do
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), incluída a indisponibilidade de ativos
de pessoas naturais e jurídicas e de entidades, e a designação nacional de pessoas
investigadas ou acusadas de terrorismo, de seu financiamento ou de atos a ele
correlacionados; e revoga a Lei nº 13.170, de 16 de outubro de 2015.
Esta lei faz com que às instituições reguladas pela CVM e pelo BACEN devam:
monitorar listas de sanções CSNU;
dispor de controles aptos a efetivar imediatamente bloqueio de ativos; e
comunicar imediatamente a indisponibilidade de ativos e as tentativas de sua
transferência ao BACEN ou CVM (conforme aplicável), ao Ministério da Justiça e
Segurança Pública e ao Coaf.
Da mesma forma, o Ministério da Justiça e Segurança Pública também deve ser
comunicado sem demora sempre que, por qualquer razão, a instituição regulada deixar
de dar cumprimento imediato às medidas de indisponibilidade determinadas pelo CSNU
ou designadas por seus comitês de sanções.

244
CFP® - Certified Financial Planner

Lavagem de Dinheiro
Pessoas Expostas Politicamente (PEP)
São consideradas Pessoas Expostas Politicamente (PEP) aquelas que desempenham ou
tenham desempenhado, nos últimos 5 (cinco) anos, cargos, empregos ou funções públicas
relevantes, no Brasil ou em outros países, territórios e dependências estrangeiros, assim
como seus representantes, familiares (parentes, na linha direta, até o segundo grau, o
cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada) e outras pessoas de seu
relacionamento próximo.
As instituições financeiras devem obter de seus clientes permanentes informações que
permitam caracterizá-los ou não como PEP e identificar a origem dos fundos envolvidos
nas transações dos clientes assim caracterizados, devendo dedicar especial atenção com
pessoas politicamente expostas oriundas de países com os quais o Brasil possua elevado
número de transações financeiras e comerciais, fronteiras comuns ou proximidade
étnica, linguística ou política.
O Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do
Terrorismo (GAFI/FATF), organismo internacional no qual o Coaf representa o Brasil,
enaltece que as medidas envolvendo PEP são preventivas e não devem ser interpretadas
como uma forma de classificar PEP como pessoas com potencial de se envolver em
atividade suspeita.
245
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Lavagem de Dinheiro
Exemplos de PEP
PESSOAS NO BRASIL QUE SEJAM: PESSOAS NO EXTERIOR QUE SEJAM:
I – Ministros, Deputados e Senadores; I – Chefes de estado ou de governo;
II – Presidente, Vice-presidente e Diretor de II – Políticos de escalões superiores;
entidades da administração pública ou de III – Ocupantes de cargos
economia mista; governamentais de escalões superiores;
III - Membros do STF e tribunais superiores; IV – Oficiais generais e membros de
IV - Membros do Conselho Nacional do escalões superiores do poder judiciário;
Ministério Público; V – Executivos de escalões superiores de
V - Membros do TCU União; empresas públicas;
VI - Presidentes e Tesoureiros de partidos VI – Dirigentes de partidos políticos.
políticos;
VII – Governadores, Deputados, Prefeitos e
Vereadores.

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4.3.2 Normas & Padrões Éticos


247
247
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Crimes no Mercado de Capitais
Conceito
Além das penalizações da CVM, os profissões e os investidores no mercado de capita,
também poderão ser sancionados através do Código Penal. Existem diversos crimes,
principalmente na parte de manipulação de ativos financeiros. Diante do nosso edital,
iremos separar em 4 grupos possíveis e suas respectivas tipificações, sendo elas:
USO INDEVIDO DE INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA:
▪ Insider Trading Primário & Secundário
▪ Front Running;
▪ Repasse de Informação Privilegiada.
MANIPULAÇÃO DO MERCADO:
EXERCÍCIO IRREGULAR DE CARGO, PROFISSÃO, ATIVIDADE OU FUNÇÃO REGULADA
OMISSÃO IMPRÓPRIA

q OBS: Somente USO INDEVIDO DE INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA está descrito no edital

248
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Crimes no Mercado de Capitais


Insider Trading: Conceito
O crime por “Insider Trading” ocorre devido a utilização de uma informação privilegiada
(em inglês, Insider Information) de dentro da companhia, como por exemplo, uma fraude
em um balanço ou a venda da companhia a um terceiro. Essas são informações relevantes
que ainda não foram divulgadas ao público em geral e que, normalmente, somente
funcionários, familiares ou profissionais acabam tendo acesso.
Algumas dessas informações são de cunho estratégico e devem manter sigilo (negociação
de venda da companhia). Outras há o dever de divulgação ao público o mais rápido
possível, através de um fato relevante, como por exemplo, uma fraude no balanço.
Se uma dessas pessoas tiver esse tipo de informação privilegiada e utilizar para benefício
próprio, ela estará incorrendo no chamado “INSIDER TRADING PRIMÁRIO”. No entanto, o
que também pode ocorrer, é uma segunda pessoa que não tem relação direta com a
empresa, receber a informação privilegiada do “Insider primário” e a utilizar para tirar
proveito. Essa segunda pessoa estará incorrendo num “INSIDER TRADING SECUNDÁRIO”.

249
CFP® - Certified Financial Planner
Crimes no Mercado de Capitais
Insider Trading: Exemplo
Para deixar mais claro o crime de Insider Trading, vamos trazer dois exemplos:
Exemplo 1: o MPF-SP denunciou Eike Batista por uso de informações privilegiadas,
pois ele teria vendido ações sem informar perspectivas negativas da OSX. Segundo o
MPF, o empresário obteve um lucro de R$ 8,7 milhões ilegalmente. Com isso, Eike
Batista foi denunciado pelo crime de INSIDER TRADING PRIMÁRIO.
Exemplo 2: Gustavo, diretor da empresa XYZ, comenta a seu irmão Rodrigo, que a
sua empresa será comprada pelo dobro do valor que está sendo negociada na bolsa
de valores. Com isso, seu irmão compra as ações antes desta notícia ser divulgada ao
mercado financeiro, tendo um lucro por esta informação privilegiada (insider
information). Após a operação, Rodrigo repassa parte do lucro ao seu irmão Gustavo.
Desta forma, por terem tido um benefício ao utilizar uma informação privilegiada,
Gustavo e Rodrigo cometeram o crime de Insider Trading. No entanto, Gustavo
(diretor) seria considerado um “INSIDER PRIMÁRIO” e Rodrigo (irmão), seria
considerado um “INSIDER SECUNDÁRIO”.

250
CFP® - Certified Financial Planner

Crimes no Mercado de Capitais


Front Running
Das mesma forma que o Insider Trading, o Front Running (tradução literal: correr na
frente) também é uma prática ilegal de obtenção de informações privilegiadas (Insider
Information). No entanto, o que diferencia um crime do outro, é a fonte da informação
privilegiada. Enquanto que a informação do Insider Trading parte de “dentro da
companhia”, relacionada a informações que impactam no resultado da empresa, a
informação do Front Running ocorre de um pedido de execução de uma grande ordem
de um cliente, no qual impactará nos preços das ações.
O crime ocorre quando um cliente solicita a realização de uma grande ordem de compra
ou de venda de uma certo ativo financeiro e o operador, sabendo que essa ordem irá
impactar nos preços desse ativo, decide, antes de realizar a operação do cliente, se
beneficiar dessa informação comprando ou vendendo para si (ou outra pessoa próxima),
“correndo na frente”, colocando assim o seu interesse pessoal acima dos clientes.
❑ EXEMPLO: Um cliente passa uma ordem para comprar R$ 10 milhões de ações da RToro
Education S/A na bolsa de valores. O funcionário sabendo que essa ordem impactará no
preço do ativo, compra primeiro para si e depois executa a ordem do cliente. Com isso, ele
tem um retorno financeiro ilegal e cometeu o crime Front Running.

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Crimes no Mercado de Capitais
Repasse de Informação
Outra forma de ser enquadro pelo crime de uso indevido de informação privilegiada está
relacionada, não a utilizam para si, mas sim, ao REPASSE DE INFORMAÇÃO. O código
penal diz que “incorre na mesma pena, quem repassa informação sigilosa relativa a fato
relevante a que tenha tido acesso em razão de cargo ou posição que ocupe em emissor
de valores mobiliários ou em razão de relação comercial, profissional ou de confiança
com o emissor”.
Desta forma, por exemplo, se o diretor financeiro de uma companhia repassa uma
informação privilegiada a um amigo, ele estará incorrendo do crime de “Uso indevido de
informação privilegiada” por “REPASSE DE INFORMAÇÃO”, mesmo não sendo beneficiado
financeiramente. Caso seja beneficiado financeiramente, seria classificado por “INSIDER
PRIMÁRIO”.

252
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4.4 Fundamentos de Finanças
253
253
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Matemática Financeira
Conceito
A MATEMÁTICA FINANCEIRA é uma área da matemática para calcular o valor do dinheiro
no tempo, ou seja, quanto um valor hoje deverá valer no futuro ou quanto um valor
futuro deveria valer hoje. A partir de diferentes fórmulas é possível mensurar este valor e
ter uma melhor compreensão sobre finanças e com isso, utilizar melhor o dinheiro para
realizar investimentos, como por exemplo, decidir se é melhor comprar um veículo a vista
ou tomar uma empréstimo; quanto necessito acumular todos os meses para atingir meu
objetivo ou até mesmo, qual o valor de uma empresa hoje baseado nos lucros futuros.

A fórmula básica desta compreensão da matemática é que o montante acumulado (valor


futuro) será o principal (valor de hoje) mais os juros gerados deste principal, ou seja, a
matemática financeira se resume a esta fórmula:

Valor Futuro (Montante) = Valor Presente (Principal) + JUROS

254
CFP® - Certified Financial Planner
Matemática Financeira
Definições
As principais definições para este início são:
Ø CAPITAL (C): Também chamado de Valor Presente (PV), representa o valor do
dinheiro hoje. Este valor pode ser de um investimento, dívida ou empréstimo.
Ø JUROS (J): Representam os valores gerados pela remuneração do capital inicial.
Podemos dizer que eles são o custo do dinheiro, podendo ser gerados por uma
aplicação (ou empréstimo) ou ainda pela diferença entre o valor à vista e o valor
pago prazo de uma compra, ou até mesmo de um pagamento de um tributo. Aqui
entrará os TIPOS DE JUROS (Juros Simples ou Juros Compostos).
Ø TAXA DE JUROS (i): É o percentual aplicado sobre os fluxos de caixa, também
chamado de custo ou remuneração do dinheiro. Ela sempre será associada a um
certo prazo (n), podendo ser ao dia, ao mês, ao bimestre, ao ano...
Ø PRAZO (n): é o tempo do “problema” apresentado. Vale ressaltar que no
momento do cálculo, o prazo (n) e a taxa de juros (i) devem estar no mesmo período.
Por exemplo, 2% ao mês aplicados por 24 meses (e não em 2 anos).
Ø MONTANTE (M): Também chamado de Valor Futuro (FV), representa o capital
inicial, mais os juros acrescidos.

255
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HP 12C – Valor Presente (PV)


Conceito
Valor Presente (PV) é o valor da soma de uma série de fluxos de caixa futuros,
descontados pela taxa de juros durante um período, ou seja, o quanto valeria esse fluxo
na data de hoje.

q Exemplo: Qual o valor a ser aplicado hoje, para que em 48 meses, a uma taxa de 10%
ao ano, eu tenha R$ 146.410,00?
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Digite [146.410] e pressione [FV]
Ø (3) Digite [10] e pressione [i]
Ø (4) Digite [48] e [ENTER], digite [12], pressione [÷] e pressione [n]
Ø (5) Aperte [PV]
Ø Resposta: -100.000,00

Precisamos aplicar (saída de caixa) R$ 100.000,00 para podermos RECEBER (entrada de


caixa) de R$ 146.410,00

256
CFP® - Certified Financial Planner
HP 12C – Valor Futuro (FV)
Conceito
Valor Futuro (FV) é o valor da soma de uma série de fluxos de caixa futuros, acrescidos
por uma taxa de juros durante um período, ou seja, o quanto valeria esse fluxo no
vencimento desse fluxo (último dia).

q Exemplo: Qual o total de um empréstimo de R$ 100.000,00 hoje, a uma taxa de juros


de 10% a.a, após 4 anos?
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Digite [100.000] e pressione [PV]
Ø (3) Digite [10] e pressione [i]
Ø (4) Digite [4] e pressione [n]
Ø (5) Aperte [FV]
Ø Resposta: -146.410,00

q OBS: A resposta desta vez está negativa, pois o valor inserido no PV foi positivo (entrou
R$ 100 mil na nossa conta do banco) e precisamos pagar (saída de caixa) de
R$ 146.410,00.

257
CFP® - Certified Financial Planner

Fluxo de Caixa (Cash Flow)


Conceito
É o conjunto de entradas e saídas de capital dispostas ao longo do tempo. Por exemplo,
Rafael tem um capital de R$ 1.000,00 e irá aplicar por 5 meses a uma taxa de 1% a.m.
Após esse período, resgatará R$ 1.051,00. Assim, temos que no período zero (hoje) há
uma saída de R$ 1.000,00 (aplicação) e no período 5 há uma entrada de recursos
(vencimento) de R$ 1.051,00. Nos demais períodos (1, 2 , 3 e 4), não há entradas e nem
saídas, apenas correção do valor do dinheiro.

CONVENÇÃO:
R$1.051 Valor
Futuro Ø Seta para cima: Entrada de recursos,
ou seja, resgates de aplicações e
0
tomadas de empréstimos);
5 Mês
1 2 3 4 Ø Seta para baixo: Saída de recursos,
ou seja, aplicações financeiras e
R$ 1.000 Valor Presente pagamentos de dívidas.

Os números 0, 1, 2, 3, 4 e 5 representam os períodos de tempo, sendo saída em 0 (seta


para baixo) e entrada dos recursos em 5 (seta para cima).

258
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Regimes de Capitalização: Juros Simples
Conceito
No Regime de Capitalização Simples, também conhecido como Regime de Juros Simples,
os juros incidem somente sobre o capital inicial. Desta forma, os cálculos só podem ser
executados se o tempo de aplicação n for expresso na mesma unidade de tempo a que se
refere a taxa i, ou seja, considerando o prazo em ano, a taxa deve ser ao ano; prazo em
mês, taxa ao mês, etc. As suas fórmulas são:
Ø FV (M) = C + J
ØJ=C×i×n
Ø FV (M) = C + (C × i × n) ou
Ø FV (M) = C × (1 + i × n)

Sendo que:
§ J = Juros;
§ C = Capital ou Valor Presente (PV)
§ FV (M) = Montante ou Valor Futuro
§ i = taxa de juros
§ n = prazo ou período

259
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Regimes de Capitalização: Juros Simples


Exemplo
q PERGUNTA: Qual o valor ano após ano (durante 4 anos), se aplicarmos R$ 100.000,00
a uma taxa de juros simples de 10% ao ano?

Para facilitar o entendimento, vamos demonstrar o crescimento do valor aplicado, ano


após ano, através da seguinte tabela:

PERÍODO JUROS SIMPLES

Principal R$ 100.000,00
Após 1 ano 100.000 + (1 × 0,10) × 100.000 = 110.000
Após 2 anos 100.000 + (2 × 0,10) × 100.000 = 120.000
Após 3 anos 100.000 + (3 × 0,10) × 100.000 = 130.000
Após 4 anos 100.000 + (4 × 0,10) × 100.000 = 140.000

260
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Regimes de Capitalização: Juros Simples
Exemplo
Qual a taxa anual que devemos ter para obter R$ 40.000,00 de juros após 4 anos , se
aplicarmos R$ 100.000,00 no Regime de Capitalização Simples?

Para calcularmos os Juros Simples, devemos utilizar a fórmula:

J=C×i×n
q SOLUÇÃO DO PROBLEMA:
Ø (1) J = C x i x n
Ø (2) R$ 40.000,00 = R$ 100.000,00 × i × 4 anos
!$ $%.%%%,%%
Ø (3) i =
!$ (%%.%%%,%% ×$ *+,-

Ø (4) i = 0,10 = 10% a.a

261
CFP® - Certified Financial Planner

Regimes de Capitalização: Juros Simples


Proporcionalidade de Taxas
Em JUROS SIMPLES, usamos TAXA PROPORCIONAL. Isso significa que, duas taxas são
proporcionais quando os seus valores guardam uma proporção com o tempo a que elas se
referem, portanto, é preciso reduzir o tempo a uma mesma unidade. Estes problemas
envolvendo taxas proporcionais podem ser resolvidos por meio de “Regra de Três”.

q EXEMPLO: Calcular a taxa mensal proporcional a 30% ao ano?


Ø Primeiro passo é reduzir o tempo a uma mesma unidade (1 ano = 12 meses).
Ø Depois, fazemos a “Regra de Três”:
§ 30% está para 12 meses, assim como X está para 1 mês, ou seja:

262
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Regimes de Capitalização: Juros Compostos
Conceito
No Regime de Capitalização Composta, também conhecido como Regime de Juros
Composto, os Juros incidem sobre o capital acrescido dos juros do período anterior e é
por este motivo, que falamos que são “juros sobre juros”. Da mesma forma como nos
juros simples, os cálculos só podem ser executados se o tempo de aplicação n for
expresso na mesma unidade de tempo a que se refere a taxa i, ou seja, considerando o
prazo em ano, a taxa deve ser ao ano; prazo em mês, taxa ao mês, etc.

A fórmula deste regime é:

Sendo que:
§ PV = Valor Presente
§ FV = Valor Futuro
§ i = taxa de juros
§ n = prazo ou período

263
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Regimes de Capitalização: Juros Compostos


Exemplo
q PERGUNTA: Qual o valor ano após ano (durante 4 anos), se aplicarmos R$ 100.000,00
a uma taxa de juros compostos de 10% ao ano?

Para facilitar o entendimento, vamos demonstrar o crescimento do valor aplicado, ano


após ano, através da seguinte tabela:

PERÍODO JUROS COMPOSTOS

Principal R$ 100.000,00
Após 1 ano 100.000 + (0,10) × 100.000 = 110.000
Após 2 anos 110.000 + (0,10) × 110.000 = 121.000
Após 3 anos 121.000 + (0,10) × 121.000 = 133.100
Após 4 anos 133.100 + (0,10) × 133.100 = 146.410

264
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Regimes de Capitalização: Juros Compostos
Exemplo: HP 12C
Qual a taxa de juros compostos de uma aplicação de R$ 100.000,00 para que se tenha
R$ 500.000,00 em um prazo de 5 anos?
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Digite [100.000] [CHS] e pressione [PV] → aplicação = saída de caixa
Ø (3) Digite [500.000] e pressione [FV] → recebimento = entrada de caixa
Ø (4) Digite [5] e pressione [n]
Ø (5) Aperte [i]
Ø RESPOSTA: 37,97% ao ano

q OBS: sabemos que a taxa está em ano, pois o prazo (n) foi inserido em anos: 5 anos. O
prazo e a taxa SEMPRE devem estar no mesmo período (taxa em ano, prazo em ano; prazo
em dias, taxa em dias).

265
CFP® - Certified Financial Planner

Equivalência de Taxas: Juros Compostos


Fórmula
Em JUROS COMPOSTOS, usamos TAXA EQUIVALENTE. Isso significa que as taxas de juros
não são proporcionais, ou seja, uma taxa de 12% ao ano é não é equivalente a 1% ao mês.
Teoricamente, taxa equivalentes significa que, aplicadas ao mesmo capital P durante o
mesmo período de tempo, através de diferentes períodos de capitalização, produzem o
mesmo montante final. Diante disso, necessitamos usar conceitos exponenciais para
fazermos a conversão de taxas equivalentes e sua fórmula é:

q Regra do QUERO/TENHO:
Ø iQ = taxa de juros que desejamos encontrar (taxa que “eu quero”).
Ø iT = taxa de juros que já sabemos (taxa que “eu tenho”).
Ø q = período em que está expressa a taxa que pretendemos encontrar (prazo que
“eu quero”).
Ø t = período em que está expressa a taxa que já sabemos (prazo que “eu tenho”).

266
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Equivalência de Taxas: Juros Compostos
Modelo 1: Fórmula
Qual a taxa equivalente ao mês de 12% ao ano?

Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]

Ø (2) Digite [1] e pressione [ENTER]

Ø (3) Digite [0.12] e pressione [+]

Ø (4) Digite [12], aperte e pressione

Ø (5) Digite [1] e pressione [-]

Ø (6) Digite [100] e aperte [x]

Ø Resposta: 0,948879

267
CFP® - Certified Financial Planner

Equivalência de Taxas: Juros Compostos


Modelo 2: Programação da HP-12
Qual a taxa anual equivalente ao mês de 12% ao ano?

PRESSIONAR OBJETIVO VISOR


12 i Introduzir a taxa que desejo converter no [i] 12,000
360 n Introduzir o prazo em dias, correspondente do [i] 360,000
Prazo desejado (dias que você quer 30). Caso seja em
30 30
dias úteis, 1 mês =21 dias; e 1 ano = 252 dias)
R/S Executa o programa 0,948879

q Resposta: 0,948879% ao mês.

Este método é sendo pela programação inserida (LIVRO APRESENTAÇÃO). Caso “limpe” a
programação (f PRGM) ou haja algum outro problema, será necessário inserir o passo-a-
passo novamente.

268
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Equivalência de Taxas: Juros Compostos
Modelo 2: Programação da HP-12
PRESSIONAR OBJETIVO VISOR
F R/S P/R: Entrar no modo de programação 00-
F R↓ PRGM: Limpar memória de programas anteriores 00-
STO 0 Guardar o prazo desejado na memória “0” 01- 44 0
RCL i Busca o valor digitado na taxa 02- 45 12
1 % Divide a taxa por 100 04- 25
1 + Soma 1 com a taxa unitária 06- 40
RCL 0 Busca o valor do prazo que quero 07- 45 0
RCL n Busca o valor do prazo que tenho 08- 45 11
÷ Divide os dois prazos 09- 10
Yx Eleva a taxa unitária somado 1, a razão das taxas 10- 21
1 - Subtrai 1 do resultado obtido 12- 30
1 13- 1
0 14- 0
Multiplica o resultado por 100, a fim de transformar a taxa unitária em percentual
0 15- 0
X 16- 20
G R↓ GTO: Retorna a primeira linha de programação. 17-43.33.00 (GOLD)
00 ou 000 Observação: usar “00” para HP (dourada) e “000” para HP Platinum. 017.43.33.000 (PLAT)

F R/S P/R: Finaliza o modo de programação 0,00000000

269
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Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real


Conceito
De modo geral, a TAXA NOMINAL é aquela divulgada pelas instituições financeiras, ou
seja, a taxa contratada ou declarada em uma operação financeira.
Exemplo: a rentabilidade do fundo de investimentos nos últimos 12 meses foi de 12%; ou
o CDB contratado irá render 8% por ano.

Já a TAXA REAL é dada pela diferença entre a TAXA NOMINAL e a INFLAÇÃO. Ela será a
taxa que realmente terá gerado de riqueza para o investidor. Como o dinheiro somente é
um meio troca, uma forma de pagamento, o que importa de verdade é o quanto ele está
comprando de bens e de serviços e não o seu valor nominal, mas sim o seu valor real.

Por exemplo, imagine que você tenha R$ 100, uma maçã custe R$ 1,00 e haja uma
aplicação financeira no banco que renda 15% por 1 ano. Hoje você poderia comprar 100
maçãs, mas caso você aplique no banco, no próximo ano terá R$ 115,00. Porém, se a fruta
estiver R$ 1,10 (aumentou seu preço em 10%), você comprará 104,5 maçãs, ou seja, o seu
ganho REAL por ter investido no banco, será de 4,5 maçãs (4,5%). Perceba que por se
tratar de juros compostos, não foi feito uma subtração da inflação pela da taxa nominal
(15% menos 10%), mas sim, uma divisão de taxas que te ensinaremos a seguir.

270
CFP® - Certified Financial Planner
Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real
Fórmula
Para calcularmos a taxa real, utilizamos a fórmula de Fischer:

1 + #$%$ ,-./0$)
#$%$ '($) = − 1 ×100
1 + 102)$çã-

Importante dizer que, o retorno nominal é o retorno total do investimento. Ressaltamos


isso, pois vamos ver adiante, produtos que rendem um “fixo MAIS inflação”, como na
NTN-B. No entanto, este “MAIS” não deverá ser utilizado como soma, mas sim, como
MULTIPLICAÇÃO. Provamos isso, reorganizando a fórmula de Fischer, no qual a Taxa
Nominal de um investimento, será dada pela Taxa Real e pela Inflação:

#$%$ ,-./0$) = 1 + #$%$ '($) × 1 + 102)$çã- − 1 ×100

Mas não se preocupe, te ensinaremos de uma forma fácil como calcular pra prova!

271
CFP® - Certified Financial Planner

Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real


Cálculo da Taxa Real: Modelo 1
EXEMPLO: Qual a taxa real de uma aplicação que rendeu 15% e a inflação foi 10%?

q Cálculo da Taxa Real: PASSO A PASSO NA HP-12C


!"!#% Ø (1) Pressione [f][CLx], para zerar a HP
1 #$ %&'l = − 1 ×100
!"!%% Ø (2) Digite [15] e pressione [ENTER]
!,!# Ø (3) Digite [100] [÷]
2 #$ %&'l = !,!%
− 1 ×100
Ø (4) Digite [1] [+]
Ø (5) Digite [10] e pressione [ENTER]
3 #$ %&'l = ., 0122 − 1 ×100
Ø (6) Digite [100] [÷]
4 #$ %&'l = 0, 0122 ×100 Ø (7) Digite [1] [+]
Ø (8) Pressione [÷]
R #$ %&'l = 4,55% Ø (9) Digite [1] [‒]
Ø (10) Digite [100] [×]
Ø Taxa Real: 4,55% ao ano

272
CFP® - Certified Financial Planner
Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real
Cálculo da Taxa Real: Modelo 2
Neste modelo, vamos calcular através das teclas [n], [i], [PV] e [FV], da seguinte forma:
Ø n: sempre receberá o valor [1]
Ø PV: aqui será inserido o valor da inflação, adicionado o valor 100. Este valor deverá
ser inserido como sendo negativo, ou seja, clicando em [CHS]
Ø FV: aqui será inserido o valor da taxa nominal, adicionado o valor 100
Ø PMT: não precisa inserir nada, já que sempre iremos zerar a HP antes do cálculo
Ø i: nossa resposta

q EXEMPLO: Qual a taxa real de uma aplicação que rendeu 15% e a inflação foi 10%?
Ø [f] [CLx] → zerar a hp-12c
Ø 100 [ENTER] 10 [+] [CHS] [PV] → Lançar o número “- 110”, entrada negativa
Ø 100 [ENTER] 15 [+] [FV] → Lançar o número “115”, entrada positiva
Ø 1 [n] → Prazo sempre será 1
Ø [i] → Esta será a nossa resposta: 4,55%

q OBS: Esta maneira de calcular serve para toda vez que for necessária “descontar
taxas” (divisão de taxas) em juros compostos.

273
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Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real


Calculando a Taxa Nominal
Para calcularmos a taxa nominal, simplesmente vamos somar as taxas, mas utilizando uma
base inicial: o número 100!

q EXEMPLO: Qual foi o retorno de uma NTN-B que está remunerando 4,55% + IPCA,
sabendo que a inflação do período foi de 10%?

Perceba que estes são os números que utilizamos até agora nos nossos exemplos: 10%
sendo a inflação e 4,55% a taxa real. Desta forma:
Ø 100 [ENTER] → numero que utilizaremos para a nossa base
Ø 4,55 [%] [+]→ estamos somando a taxa real na nossa base
Ø 10 [%] [+] → estamos crescendo 10% o número anterior
Ø 100 [-] → estamos descontando a nossa base
Ø Resposta: 15% é a nossa taxa nominal

274
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Estrutura a Termo da Taxa de Juros
Conceito
A estrutura a termo de taxas de juros (ETTJ), também chamada de curva de juros,
representa a expectativa de retornos nas aplicações de renda fixa, levando em
consideração a relação entre tempo e taxa. A ideia é conseguir compreender que cada
período de tempo possui uma certa taxa e que os retornos não são sempre os mesmos
em todo o período (mesmo que a gente acredite nisso).

Por exemplo, imagine que estamos no início de 2021 e que a expectativa de juros para
Brasil no ano de 2021 seja de 2% e a que a expectativa de juros para o ano de 2022 seja
de 3%. Se você aplicar hoje R$ 100,00 e tiver esses retornos, ao final do ano de 2021 terá
R$ 102,00 e ao final de 2022, terá R$ 105,06 (3% sobre os R$ 102,00), ou seja, terá um
retorno total de 5,06% para todo o período (ou 2,498780% por ano → conversão de taxa).

Tecnicamente a taxa SPOT do ano 1 é de 2%, que a taxa a TERMO entre os anos 1 e 2 é
de 3% e que a taxa SPOT dos dois primeiros anos é de 2,498780% por ano. Diante disso,
podemos compreender que taxa SPOT é uma taxa que inicia HOJE e que taxa a termo é
uma taxa que NÃO inicia hoje. Outro ponto relevante é que mesmo a gente dizendo que a
taxa spot de 2 anos é de 2,498780% ao ano, isso não quer dizer que rendeu essa taxa
TODOS os anos, pois ela foi uma composição de taxas (2% ano 1 e 3% no ano 2).
275
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Estrutura a Termo da Taxa de Juros


Gráfico
As taxas juros podem ter diversos gráficos para o longo prazo. O normal é quanto mais
longo for o empréstimo, maior o retorno por ano (ASCENDENTE). No entanto, podemos
ter fases em que as taxas de juros de um país estão decrescentes (INVERTIDA), quando
temos uma política monetária expansionista. Mas o relevante em se analisar estas curvas
no mercado financeiro é que elas demonstram as expectativas futuras de taxas de juros
de longo prazo.

NORMAL (Ascendente) INVERTIDA (Descendente) ARQUEADA


retorno retorno retorno

Tempo Tempo Tempo

276
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Estrutura a Termo da Taxa de Juros
Fórmula
Como a ETTJ é uma curva de juros (juros compostos), a sua fórmula se baseia na
multiplicação de cada fator de retorno para se encontrar o retorno total do período. Após
isso, apresentamos o retorno total do período ao ano.

Sabemos que a grande maioria, quando olha a fórmula apresentada abaixo, sente
calafrios. Mas não se preocupe, pois podemos transformar todos os cálculos exigidos na
fórmula em “soma” e “subtração”. Ou seja, será mais importante a compreensão do
conteúdo e saber montar os gráficos, do que decorar a devida fórmula.

q FÓRMULA:
(" + $! )! = " + $" × " + )# × ⋯×(" + )! )

Ø Zn: taxa spot anualizado do período total


Ø Z1: é a taxa spot para 1 ano
Ø f1: é a taxa a termo de um ano
Ø fn: taxa a termo para n períodos

277
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Estrutura a Termo da Taxa de Juros


Exemplo 1
Se a taxa spot atual de um ano é 2%, a taxa a termo de 1 ano (entre o primeiro e o
segundo ano) é 3% e a taxa a termo de 2 anos (entre o segundo e o terceiro ano) é de 4%,
qual a taxa spot de 3 anos?

2% 3% 4%

Taxa spot Taxa Termo 1A Taxa Termo 2A

0 (hoje) 1 ano 2 anos 3 anos

???

278
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Estrutura a Termo da Taxa de Juros
Exemplo 1: Resposta
Para encontrarmos a TAXA SPOT 0-3, vamos encontrar o retorno total e depois anualizar:
(1) RETORNO TOTAL DO PERÍODO DE 0 A 3: (2) TAXA SPOT 0-3:
§100 [ENTER] § 9,26 [i]
§ 2 [%] [+] § 3 [n]
§ 3 [%] [+] §1
§ 4 [%] [+] § [R/S]
§ 100 [-] R: 2,997% ao ano
R: 9,26%

2% 3% 4%

Taxa spot Taxa Termo 1A Taxa Termo 2A

0 (hoje) 3 anos
1 ano 2 anos

9,26% TOTAL
= 2,997% a.a

279
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Estrutura a Termo da Taxa de Juros


Exemplo 2
Sabendo que uma LTN com prazo de 3 anos rende 9,26% no período, a taxa a termo de 1
ano é de 3% (entre o primeiro e o segundo ano) e a taxa termo de 2 é 4% anos (entre o
segundo e o terceiro ano), qual a taxa spot de 1 ano?

??? 3% 4%

Taxa spot Taxa Termo 1A Taxa Termo 2A

0 (hoje) 1 ano 2 anos 3 anos

9,26% ao período
de 3 anos

280
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Estrutura a Termo da Taxa de Juros
Exemplo 2: Cálculo HP12C
Como percebemos, (1) a taxa total de um período é o somatório das taxas
intermediárias, e (2) um “pedaço” dessa taxa é a taxa total subtraída das taxas que não
queremos, lembrando que em juros compostos, “subtração” significa “divisão”.

Parte que deve ser subtraída

HP 12C: Parte que deve ser subtraída: HP 12C: Taxa Spot desejada
Ø 100 [ENTER] Ø 109,26 [FV]
Ø 3 [%] [+] Ø 107,12 [CHS] [PV]
1 Ø 4 [%] [+] 2 Ø 1 [n]
Ø 100 [-] Ø clicar em i
Ø Resposta: 7,12% Ø Resposta final: 2% a.a

281
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Desconto Bancário e Comercial (ou por fora)


Conceito
O desconto comercial simples, também chamado de desconto bancário ou por fora, é a
modalidade de desconto mais utilizada pelas instituições financeiras. O desconto se
baseia nos juros simples, produzidos pelo valor nominal do título (valor de resgate final).
Desta forma, representamos o Desconto (D) da seguinte maneira:

Desconto = (Valor Nominal) × (Taxa de juros) × (Prazo)

Para saber o valor que o cliente está antecipando, basta agora subtrair o “Desconto” do
valor nominal (valor futuro):

Valor Presente = (Valor Nominal) ‒ Desconto

282
CFP® - Certified Financial Planner
Desconto Bancário e Comercial (ou por fora)
Gráfico

R$ FV = Preço Futuro,
Valor de Nominal

PV = Valor Atual
D = Desconto

n
tempo
(período de antecipação)

283
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Desconto Bancário e Comercial (ou por fora)


Exemplo
Um cheque de R$ 3.000,00 é descontado por fora, 6 meses antes do seu vencimento, a
uma taxa de 2% ao mês. Considerando o regime de capitalização de juros simples, qual o
valor do desconto e o valor atual do título?

q RESPOSTA:
Ø Primeiramente, devemos calcular o desconto
o Desconto = (Valor Nominal) × (Taxa de juros) × (Prazo)
o Desconto = (R$ 3.000,00) × (2% ao mês) × (6 meses)
o Desconto = R$ 360,00
Ø A partir do desconto, subtraímos este resultado do valor nominal
o Valor Presente = (Valor nominal) – (Desconto)
o Valor Presente = 3.000,00 – R$ 360,00
o Valor Presente = R$ 2.640,00

284
CFP® - Certified Financial Planner
Série de Pagamentos (PMT)
Conceito
Séries de pagamentos, também chamadas de renda certa ou ANUIDADE, são nomes
dados à sequência de pagamentos, que tem por objetivo a quitação de empréstimos
(amortização) de forma parcelada, ou a formação de um montante (capitalização) para
utilização futura. Elas podem ser:
Ø Finitas: no caso de existir uma última prestação;
Ø Infinitas (Perpetuidade): quando NÃO existir uma última prestação.

Em relação ao vencimento de seus termos, possuímos também dois casos:


Ø ANTECIPADAS: quando os termos posicionam-se no INÍCIO de cada período. Para
utilizarmos os cálculos desta forma, devemos clicar nas teclas [g][7], o que fará surgir
no visor da HP-12C a sigla “BEG” de begin (início);
Ø POSTECIPADAS: quando os termos posicionam-se no FINAL de cada período. Para
utilizarmos os cálculos desta forma, devemos clicar nas teclas [g][8]. Importante
notar que não surgirá nenhuma informação no visor, ou seja, se não estiver
mostrando no visor a palavra “BEG”, significa que os cálculos estarão sendo feitos de
forma postecipada.

285
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Série de Pagamentos (PMT)


Exemplo 1
Rafael tem 30 anos e deseja se aposentar daqui 20 anos com um patrimônio financeiro de
R$ 1.000.000,00. Atualmente ele possui R$ 200.000,00 em um fundo de previdência
aplicados no banco com você a uma taxa de 0,5% ao mês. Qual deverá ser o aporte
mensal que Rafael necessitará fazer para atingir seu objetivo?

q RESPOSTA:
Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø Digite [200.000][CHS] e pressione [PV]
Ø Digite [0,5] e pressione [i]
Ø Digite [20] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]
Ø Digite [1.000.000] e pressione [FV]
Ø Aperte [PMT]
Ø Resposta: -R$ 731,45

286
CFP® - Certified Financial Planner
Série de Pagamentos (PMT)
Observações Importantes 1
Normalmente, em casos de acumulação para retirada futura, Valor Presente (PV) e
Pagamentos (PMT) têm o mesmo sinal. Consequentemente, o Valor Futuro (FV) terá sinal
contrário.

R$ 1.000.000
Taxa de juros
(i) = 0,5 a.m.
0
240n

-R$ 731,45

-R$ 200.000

287
CFP® - Certified Financial Planner

Série de Pagamentos (PMT)


Exemplo 2
Levando em consideração as mesmas condições do exemplo anterior, porém agora o
banco irá fornecer uma rentabilidade de 2% a.m. Qual deverá ser o aporte mensal que
Rafael necessitará fazer para atingir seu objetivo?

q RESPOSTA:
Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø Digite [200.000][CHS] e pressione [PV]
Ø Digite [2] e pressione [i]
Ø Digite [20] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]
Ø Digite [1.000.000] e pressione [FV]
Ø Aperte [PMT]
Ø Resposta: + R$ 3.860,73

288
CFP® - Certified Financial Planner
Série de Pagamentos (PMT)
Observações Importantes 2
Neste caso, ao invés de Rafael necessitar aportar, ele poderá resgatar todos os meses
R$ 3.860,73 e mesmo assim chegará no objetivo de R$ 1.000.000,00 em 20 anos. Este é
um exemplo claro de que devemos SEMPRE fazer o fluxo de caixa, já que normalmente o
PV e o PMT possuem o mesmo sinal, o que poderia nos levar ao equívoco da questão, já
que desta vez não o possuem!

R$ 3.860,73 R$ 1.000.000

0
240n
Taxa de juros
(i) = 2,00 a.m.

-R$ 200.000

289
CFP® - Certified Financial Planner

Série de Pagamentos (PMT)


Exemplo 3
Você irá adquirir um imóvel no valor de R$ 500.000,00. Se o financiamento prevê
pagamentos iguais mensais durante 30 anos, à taxa de 0,5% ao mês, qual será o valor das
prestações?
Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø Digite [500.000] e pressione [PV]
Ø Digite [0,5] e pressione [i]
Ø Digite [30] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]
Ø Digite [0] e pressione [FV]
Ø Aperte [PMT]
Ø Resposta: -R$ 2.997,75

q OBSERVAÇÃO: quando uma das variáveis for zero, não é necessário inseri-la. No
entanto, sempre teremos as 5 variáveis: [n],[i],[PV],[PMT] e [FV]

290
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Série de Pagamentos (PMT)
Observações Importantes 3
Quando uma pessoa toma uma empréstimo, este recurso entra na conta corrente (ou
seja, um valor positivo). Assim, as parcelas pagas serão negativas. Outro ponto importante
é: o final de toda é zero, portanto o FV será igual a zero (salve exceções).

R$ 500.000

Taxa de juros
(i) = 0,5 a.m.
360 meses
0
-R$ 2.997,75
R$ 0,00

291
CFP® - Certified Financial Planner

Série de Pagamentos (PMT)


Exemplo: Antecipado
Uma empresa realizou 6 depósitos trimestrais antecipados de R$ 405,74 e obteve o
montante de R$ 3.000,00. Qual foi a taxa de juros?

q RESPOSTA:
Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø Informa a função Begin (depósitos antecipados)
Ø Pressione [g] e depois [7]
Ø Digite [405,74][CHS] e pressione [PMT]
Ø Digite [3.000] e pressione [FV]
Ø Digite [6] e pressione [n]
Ø Aperte [i]
Ø Resposta: 6% ao trimestre

q OBSERVAÇÃO: Após realizar algum exercício que necessite utilizar a função Begin, volte
para a função END [g][8]. Raramente teremos duas questões seguidas com Begin.

292
CFP® - Certified Financial Planner
Perpetuidade do Valor Presente
Conceito
O termo perpetuidade (ou série infinita) sugere fluxos de duração infinita sem limite, ou
seja, seria a “utilização dos juros gerados da aplicação financeira (imóvel, ação, cdb, ...)”.
Como os juros gerados de uma aplicação é: PMT = PV × i, para encontrarmos a
perpetuidade de um valor presente, precisamos reorganizar a fórmula do juros, ou seja:

+-.
+,("#$) =
/
q EXEMPLO: Qual valor Rafael precisa investir para ter uma renda perpétua de
R$ 5.000,00 por mês, sabendo que a taxa de investimento é de 0,5% a.m?
Ø Fórmula: PVPER = 5.000 /0,005 = R$ 1.000.000,00
Ø Calculando pela HP-12C:
§ 0,5 [ENTER] → inserir taxa em %
§ 5.000 → inserir renda TOTAL deseja
§ [%T] → tecla para calcular renda perpétua
§ Resposta: R$ 1.000.000,00

293
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Financiamento
Conceito
Em um financiamento ou empréstimo para aquisição de um bem, é esperada a devolução
do capital acrescido de juros.

As maneiras mais comuns de pagamentos de uma dívida são os sistemas de amortização,


que se distinguem pela maneira de pagamento das prestações (constantes, variáveis ou
únicas):
Ø Tabela Price, também chamado de sistema francês;
Ø Tabela SAC (Sistema de Amortização Constante); e
Ø Tabela SAA (Sistema de Amortização Americano).

As prestações (P) são sempre compostas de: juros (J) e amortização (A)

Prestação = Juros + Amortização

294
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Tabela Price
Conceito
No sistema pela tabela Price, o empréstimo será pago em prestações iguais e, com isso, o
cálculo para descobrir o valor da parcela, será através da tecla “PMT” da HP-12C.
Comparando com o sistema SAC, as prestações iniciais serão menores, fazendo com que
gera uma possibilidade maior de alavancagem ao cliente.

q EXEMPLO: Empréstimo de R$ 5.000,00, a um juros de 5% ao ano, com pagamento


anual através da tabela Price.

q Cálculo: Prestação Juros Amortização Saldo


Período
(J + A) (J) (A) Devedor
Ø PV = + 5.000
Øn=5 0 5.000
Ø i = 5% 1 1.154,87 250,00 904,87 4.095,13
Ø FV = 0 (dívida) 2 1.154,87 204,76 950,11 3.145,02
Ø PMT = ? = - R$ 1.154,87
3 1.154,87 157,25 997,62 2.147,40
q OBS: o FV final de toda 4 1.154,87 107,37 1.047,50 1.099,90
dívida é zero. 5 1.154,87 55,00 1.099,87 0

295
CFP® - Certified Financial Planner

Tabela Price
Exemplo: Juros
Como já sabemos o valor da prestação, podemos calcular qual o valor de juros cobrado
em cada parcela. Para isso, precisamos sempre calcular o saldo devedor anterior a parcela
que desejamos descobrir. Por exemplo, se desejarmos saber o juros da parcela 3 (três),
precisamos encontrar o saldo devedor após o pagamento de 2 (duas) prestações. Com
este valor, basta aplicarmos a taxa de juros sobre este valor, vide demonstração abaixo.

q Cálculo: Prestação Juros Amortização Saldo


Período
(J + A) (J) (A) Devedor
Ø PV = + 5.000
Øn=2 0 5.000
Ø i = 5% 1 1.154,87 250,00 904,87 4.095,13
Ø PMT = - 1.154,87 2 1.154,87 204,76 950,11 3.145,02
Ø FV2 = ? = - R$ 3.145,02
3 1.154,87 157,25 997,62 2.147,40

Ø J = FV2 x 5% 4 1.154,87 107,37 1.047,50 1.099,90


Ø Resposta: 157,25 5 1.154,87 55,00 1.099,87 0

296
CFP® - Certified Financial Planner
Tabela Price
Exemplo: Amortização
Sabendo o valor da prestação e o valor do juros da parcela (demonstrado anteriormente),
podemos descobrir agora o valor da amortização de cada parcela, pois a amortização será
a diferença entre o valor da prestação e o juros cobrado daquela parcela, conforme
fórmula abaixo:
Ø Amortização = (Prestação) ‒ (Juros)

q Cálculo: Prestação Juros Amortização Saldo


Período
(J + A) (J) (A) Devedor
Ø P(3) = 1.154,87
Ø J(3) = 157,25 0 5.000
Ø A(3) = ? 1 1.154,87 250,00 904,87 4.095,13
2 1.154,87 204,76 950,11 3.145,02
Ø A = 1.154,87 – 157,25
3 1.154,87 157,25 997,62 2.147,40
Ø A = 997,62
4 1.154,87 107,37 1.047,50 1.099,90
5 1.154,87 55,00 1.099,87 0

297
CFP® - Certified Financial Planner

Tabela Price
Exemplo: Repactuação do Saldo Devedor
Uma pergunta cotidiana de clientes é: “caso eu deseja pagar um valor maior durante o
pagamento da minha dívida, o que irá ocorrer? Irei manter o prazo e pagar menos em
cada prestação, ou irei diminuir o prazo e manter a prestação? Qual é a melhor escolha”?

Primeiramente, não há “melhor escolha”, devemos analisar as condições e explicar as


diferenças ao cliente. Mas, para isso, precisamos compreender essas diferenças. Dentre o
nosso exemplo, vamos supor uma amortização extraordinária de R$ 1.000,00 em conjunto
a segunda parcela. Analisando a tabela anterior, se o cliente não tivesse essa amortização
extraordinária, Saldo Devedor seria de R$ 3.145,02. Com estes R$ 1.000,00, seu novo
saldo devedor será de R$ 2.145,02 (R$ 3.145,02 menos R$ 1.000,00).

Para resolvermos esta dúvida do cliente, basta calcularmos tudo de novo, imaginando que
ele “quitou” a dívida anterior e tomou um novo empréstimo de R$ 2.145,02, simples
assim, conforme cálculo a seguir.

298
CFP® - Certified Financial Planner
Tabela Price
Exemplo: Repactuação do Saldo Devedor
q Mantendo o valor da prestação (descobrir qual o novo prazo):
Ø PV = + 2.145,02 (novo saldo devedor)
Ø PMT = R$ 1.154,87 [CHS] (manteve o valor da prestação
Ø FV = 0 (valor da dívida que será quitada no final do prazo)
Ø i = 5%
Ø n = ? = 2, a dívida será quitada em mais duas parcelas e não em três.

q Mantendo o prazo (descobrir qual o novo valor da prestação):


Ø PV = + 2.145,02
Ø FV = 0 (valor da dívida que será quitada no final do prazo)
Ø n = 5 – 2 = 3 (quantidade de parcelas restantes)
Ø i = 5%
Ø PMT = ? = ꟷ R$ 787,67, a prestação reduziu de R$ 1.154,87, para R$ 787,67.

299
CFP® - Certified Financial Planner

Sistema de Amortização Constante (SAC)


Conceito
Neste sistema, o devedor também paga o empréstimo em prestações periódicas,
englobando juros e amortização. No entanto, a diferença é que agora a AMORTIZAÇÃO É
CONSTANTE em todos os períodos, fazendo com que as parcelas sejam sempre diferentes
e sempre decrescentes, já que o saldo devedor diminui ao longo do tempo
Assim, a amortização será obtida pelo quociente do valor da dívida pelo número de
períodos em que deve ser quitado o financiamento. Sua fórmula é:

Dívida (D)
Amortização (A) =
Número de Parcelas (n)

Este sistema é o que se paga menos juros comparado com os demais sistemas. Não
confunda “pagar menos juros” com “taxa de juros menor”. Se paga menos juros na SAC,
pois possui parcelas maiores no seu início, amortizando a dívida mais rapidamente.

300
CFP® - Certified Financial Planner
Sistema de Amortização Constante (SAC)
Exemplo
No sistema pela tabela SAC, o cálculo para descobrir o valor da parcela, deverá ser feito
em duas etapas. A primeira é descobrir o valor da amortização, e para isso, basta pensar
“qual o valor das prestações caso não houvesse juros?”. Após encontrar a Amortização,
necessitamos calcular o juros de cada prestação e somar a Amortização.
q EXEMPLO: Empréstimo de R$ 5.000,00, a um juros de 5% ao ano, com pagamento
anual através da tabela SAC.

q CÁLCULO: Prestação Juros Amortização Saldo


Período
(J + A) (J) (A) Devedor
Ø D = 5.000
Øn=5 0 5.000
Ø A = D / n = 1.000 1 1.250 250 1.000 4.000
2 1.200 200 1.000 3.000
3 1.150 150 1.000 2.000
4 1.100 100 1.000 1.000
5 1.050 50 1.000 0

301
CFP® - Certified Financial Planner

Sistema de Amortização Constante (SAC)


Exemplo: Saldo Devedor
Como já sabemos o valor da amortização, podemos calcular qual o valor do saldo devedor
de qualquer período. Para isso, basta multiplicarmos número de parcelas pagas pelo
cliente e descontar do valor da dívida. Perceba que não importa o valor do juros para esta
análise, pois em toda prestação, ele sempre paga todo o juros devido. Por exemplo, se
desejarmos saber o saldo devedor após 2 (duas) prestações, basta multiplicarmos a
amortização por 2 e diminuir da dívida inicial.

q CÁLCULO: Prestação Juros Amortização Saldo


Período
(J + A) (J) (A) Devedor
Ø Dívida Inicial = 5.000
Ø Amortizações Pagas: 2 0 5.000
Ø Valor amortizado: 1 1.250 250 1.000 4.000
2 x R$ 1.000 = 2.000 2 1.200 200 1.000 3.000
3 1.150 150 1.000 2.000
Ø Saldo Devedor:
5.000 – 2.000 = 3.000 4 1.100 100 1.000 1.000
5 1.050 50 1.000 0

302
CFP® - Certified Financial Planner
Sistema de Amortização Constante (SAC)
Exemplo: Juros
Como já sabemos o valor do saldo devedor, podemos calcular qual o valor de juros
cobrado em cada parcela, lembrando que precisamos sempre calcular o saldo devedor
anterior a parcela que desejamos descobrir. Por exemplo, se desejarmos saber o juros da
parcela 3 (três), precisamos encontrar o saldo devedor após o pagamento de 2 (duas)
prestações. Com este valor, basta aplicarmos a taxa de juros sobre este valor, vide
demonstração abaixo.

q Cálculo: Prestação Juros Amortização Saldo


Período
(J + A) (J) (A) Devedor
Ø Dívida Inicial = 5.000
Ø Amortizações Pagas: 0 5.000
2 x 1.000 = 2.000 1 1.250 250 1.000 4.000
Ø Saldo Devedor (FV2): 2 1.200 200 1.000 3.000
5.000 – 2.000 = 3.000
3 1.150 150 1.000 2.000
Ø Juros = FV2 × 5%
Ø Juros = 3.000 × 5% 4 1.100 100 1.000 1.000
Ø Juros = R$ 150,00 5 1.050 50 1.000 0

303
CFP® - Certified Financial Planner

Sistema de Amortização Constante (SAC)


Exemplo: Repactuação do Saldo Devedor
Da mesma forma que trouxemos o problema do cliente em querer realizar uma
amortização extraordinária durante um financiamento através da tabela Price, esta dúvida
também pode ocorrer pelo financiamento pela tabela SAC.

Nosso exemplo anterior, supomos que houve uma amortização extraordinária durante a
segunda parcela no valor de R$ 1.000,00. Com isso, utilizaremos o mesmo exemplo.
Assim, analisando a tabela anterior, se o cliente não tivesse essa amortização
extraordinária, Saldo Devedor seria de R$ 3.000,00. Com estes R$ 1.000,00, seu novo
saldo devedor será de R$ 2.000,00 (R$ 3.000,00 menos R$ 1.000,00).

Para resolvermos esta dúvida do cliente, basta calcularmos tudo de novo, imaginando que
ele “quitou” a dívida anterior e tomou um novo empréstimo de R$ 2.000,00, simples
assim, conforme cálculo a seguir.

304
CFP® - Certified Financial Planner
Sistema de Amortização Constante (SAC)
Exemplo: Repactuação do Saldo Devedor
q Mantendo o valor da prestação (descobrir qual o novo prazo):
Ø Amortização = Dívida / número de parcelas
Ø Dívida = R$ 2.00,00
Ø Amortização = R$ 1.000,00
Ø n = ? = R$ 2.000,00 / R$ 1.000,00 = 2, a dívida será quitada em mais duas parcelas
e não em três.

q Mantendo o prazo (descobrir qual o novo valor da amortização):


Ø Amortização = Dívida / número de parcelas
Ø Dívida = R$ 2.000,00
Øn=3
Ø Amortização = ? = R$ 2.000,00 / 3 = R$ 666,67, a amortização reduziu de
R$ 2.000,00, para R$ 666,67

305
CFP® - Certified Financial Planner

Sistema de Amortização Americano (SAA)


Conceito
No Sistema de Amortização Americano (SAA), a amortização da dívida ocorre apenas no
final. Já os juros da operação, são pagos periodicamente. Em alguns casos, quando
descrito em contrato, os juros podem ser capitalizados e todo o valor ser quitado no final,
como ocorre em um CDB (no mercado financeiro, quando toda a dívida é quitada no final,
chamamos de Bullet ou Ballon).

q EXEMPLO: Empréstimo de R$ 5.000,00, a um juros de 5% ao ano, com pagamento


anual através do sistema SAA.

PERÍODO PRESTAÇÃO JUROS AMORTIZAÇÃO SALDO DEVEDOR


0 5.000
1 250 250 0 5.000
2 250 250 0 5.000
3 250 250 0 5.000
4 250 250 0 5.000
5 5.250 250 5.000 0

306
CFP® - Certified Financial Planner
Financiamentos: Sistemas de Amortização
Resumo: SAC x Price x SAA
O sistema americano (SAA) é o mais custoso (maior pagamento de juros), já que o saldo
devedor não é reduzido ao longo do tempo, somente na última prestação. Em relação
entre a SAC e a PRICE, pelo motivo da amortização ser maior no início pela SAC, a mesma
implica um menor pagamento de juros. Porém, trazendo a valor presente os fluxos de
caixa de ambas, as tabelas acabando sendo EQUIVALENTES.

TABELA PRICE TABELA SAC TABELA SAA


n PMT J A FV n PMT J A FV n PMT J A FV
0 5.000 0 5.000 0 5.000
1 1.154 250 904 4.095 1 1.250 250 1.000 4.000 1 250 250 0 5.000
2 1.154 204 950 3.145 2 1.200 200 1.000 3.000 2 250 250 0 5.000
3 1.154 157 997 2.147 3 1.150 150 1.000 2.000 3 250 250 0 5.000
4 1.154 107 1.047 1.099 4 1.100 100 1.000 1.000 4 250 250 0 5.000
5 1.154 55 1.099 0 5 1.050 50 1.000 0 5 5.250 250 5.000 0

307
CFP® - Certified Financial Planner

Matemática Financeira
Lembretes
Os Principais lembretes para você fazer os cálculos são:
Ø Nunca se esqueça de zerar a calculadora, pois pode haver dados guardados que
influenciarão seu cálculo, levando a respostas equivocadas na prova!
Ø Taxa de juros(i), períodos (n) e parcelas (PMT) devem estar sempre na mesma
base (mês com mês, ano com ano, etc), sendo que quando:
§ Houver PMT, o prazo “n” e a taxa “i” devem ficar na SEMPRE na base do PMT;
§ Não houver PMT, você pode escolher qual deve transformar. Porém, é mais fácil
converter a base do prazo (n) para a mesma base da taxa (ou seja, se a taxa está
em ano e o prazo em mês, é mais fácil converter tudo para ano);
Ø Convenção de sinais:
§ Entrada de caixa: sinal positivo
§ Saída de caixa: sinal negativo (CHS)
Ø Preste muita atenção no enunciado da questão para não passar desapercebido
quando indicarem que o fluxo é antecipado (ativar o modo BEGIN – “g7”)
Ø Sempre deixe a calculadora no modo END (“g8”), pois raramente teremos duas
questões em sequência que sejam de fluxo antecipado;
Ø E por último, FAÇA SEMPRE O FLUXO DE CAIXA!

308
CFP® - Certified Financial Planner
4.5 Análise de Investimentos
309
309
CFP® - Certified Financial Planner

Método de Análise de Investimentos


Conceito
A Análise de Investimentos busca identificar qual a melhor alocação para os recursos
financeiro entre as diversas alternativas existentes . Podemos afirmar que essa análise é
de suma importância ao se considerar a realização de um investimento, pois as
ferramentas utilizadas conseguem mensurar de forma clara, investimentos com prazos,
taxas e fluxos de pagamentos distintos, sendo uma ótima ferramenta de apoio a decisão
do investidor.
Os métodos de análise de investimentos são:
Ø Valor Presente Líquido (VPL);
Ø Taxa Interna de Retorno (TIR);
Ø Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM);
Ø Payback Simples;
Ø Payback Descontado.

310
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Custo de Oportunidade e TMA
Conceito
q TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA): representa o mínimo que um investidor se
propõe a ganhar quando faz um investimento, ou o máximo que um tomador de dinheiro
se propõe a pagar quando faz um financiamento. Em relação investimentos, ela deve ser
maior que o Custo de Oportunidade, senão, o investidor racional não tem motivos para
realizar. No Brasil, utilizamos muitas vezes a Taxa Selic como a TMA, já que ela é o
investimento de menor risco do país.
q CUSTO DE OPORTUNIDADE: é a opção que foi renunciada, entre as opções que
poderiam ter sido feitas. Ela não representa necessariamente uma taxa, mas sim o que foi
deixado de lado para ser realizada outra tarefa. No mundo dos investimentos,
normalmente dizemos que é uma taxa de retorno, vide que sempre que um investidor
realizado uma aplicação financeira, ele também está renunciando outras aplicações ou
projetos. Importante notar que o custo de oportunidade é diferente para cada ser
humano, vide que as pessoas não possuem as mesmas oportunidades.

311
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VPL – Valor Presente Líquido


Conceito
O VPL (Valor Presente Líquido), em inglês Net Present Value (NPV) é o principal método
de análise de investimentos. Ele consiste em trazer para a data zero todos os fluxos de
caixa de um investimento e somá-los ao valor do investimento inicial, usando como taxa
de desconto a TMA (Taxa Mínima de Atratividade) do investidor. Caso o cálculo do VPL
seja negativo, isto significa que o projeto não é financeiramente viável (o retorno é pior
que a TMA).

O termo FC0 representa o fluxo de caixa do período zero (investimento inicial).


Normalmente este termo entrará com sinal negativo na equação do VPL.
q OBS: Quando estamos analisando dois projetos, escolheremos sempre aquele que
possui o maior VPL.

312
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VPL – Valor Presente Líquido
Exemplo
q EXEMPLO: Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto que prevê fluxos de caixa
anuais positivos de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano;
R$ 30.000,00 no terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Sabendo que o Taxa
Mínima de Atratividade do investidor é a Taxa Selic, que está em 10% ao ano, qual o VPL
deste projeto?

R$ 10.000 R$ 20.000 R$ 30.000 R$ 40.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

-R$ 50.000

313
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VPL – Valor Presente Líquido


Solução do Exemplo
Para calcularmos o VPL, precisamos utilizar a função [g] das teclas [PV], [PMT], [FV] para
inserir dados e a função [f], para a resposta dos dados inseridos. Como o VPL é uma
comparação com outro projeto, além das informações dos fluxos, precisamos inserir a
TMA na taxa [i] também.

FLUXO TECLA MOTIVO RESULTADO


Fluxo de Caixa ZERO,
50.000 CHS CF0: [g][PV]
ou seja, Valor Presente
10.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 1
20.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 2
30.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 3
40.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 4
10 [i] Taxa TMA
Valor Presente
VPL NPV: [f][PV] R$ 25.479,82
Líquido

314
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TIR – Taxa Interna de Retorno
Conceito
A Taxa Interna de Retorno (TIR), em do inglês Internal Rate of Return (IRR), é a taxa de
desconto que faz com que o Valor Presente Líquido (VPL) de um projeto seja igual a zero,
ou seja, é o retorno do investimento. Assim sendo, se utilizarmos a metodologia da TIR
para analisarmos dois projetos, escolheremos aquele que possui a maior Taxa Interna de
Retorno. Importante ressaltar que, se estivermos analisando fluxos anuais, a TIR será
anual (sua periodicidade é a mesma dos fluxos analisados), se estivermos analisando
fluxos mensais, ela será uma taxa mensal.
Este estudo considera que os fluxos de caixa do projeto são reinvestidos pela própria TIR,
o que acaba sendo um grande problema, pois dificilmente ocorrerá na prática.

315
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TIR – Taxa Interna de Retorno


Exemplo
q EXEMPLO: Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto que prevê fluxos de caixa
anuais positivos de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano;
R$ 30.000,00 no terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Qual o retorno do
investimento?

R$ 10.000 R$ 20.000 R$ 30.000 R$ 40.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

-R$ 50.000

316
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TIR – Taxa Interna de Retorno
Solução do Exemplo
Como os fluxos de caixa são distintos, necessitamos calcular inserindo fluxo por fluxo na
HP-12C. Desta forma, utilizaremos a função [g] das teclas [PV], [PMT], [FV] para inserir
dados e a função [f], para a resposta dos dados inseridos.

FLUXO TECLA MOTIVO RESULTADO


Fluxo de Caixa ZERO,
50.000 CHS CF0: [g][PV]
ou seja, Valor Presente
10.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 1
20.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 2
30.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 3
40.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 4
Retorno do
TIR IRR: [f][FV] 27,27% a.a
Investimento

317
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Relação VPL x TMA


Conceito
Graficamente, a Relação VPL x TMA para esse exemplo pode ser expressa da seguinte
forma:
R$50.000,00

R$40.000,00

R$30.000,00
TIR
R$20.000,00
Aceitar o projeto
R$10.000,00

R$0,00
0% 5% 10% 15% 20% 25% 27% 30% 35%
(R$10.000,00)
Rejeitar o projeto

318
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Problemas com o enfoque da TIR
Conceito
Até agora vimos que, se a Taxa Interna de Retorno (TIR) for superior à Taxa Mínima de
Atratividade (TMA), o Valor Presente Líquido (VPL) será positivo e ambas medidas
fornecem o mesmo resultado, que devemos aceitar o projeto. No entanto, a TIR apresenta
alguns problemas conceituais, que são:
Ø PROBLEMA 1: A TIR assume que os fluxos de caixa intermediários serão
reinvestidos à própria taxa de retorno e na vida real, quando recebemos os fluxos de
caixa do projeto, precisamos reinvesti-los. No entanto, não temos como saber de
antemão a que taxa conseguiremos reinvestir. Desta forma, surgiu uma solução para
contornar esse problema, que foi o cálculo da TIR Modificada, que veremos a seguir.
Ø PROBLEMA 2: O fluxo “normal” nos investimentos é termos uma saída de caixa
inicial e várias entradas posteriores, como por exemplo, nos pagamentos de cupons
dos títulos públicos. Quando isso ocorre, o cálculo da TIR nos leva a uma única
resposta. No entanto, se houver mudanças nas direções dos fluxos de caixa, poderá
haver mais de uma resposta para a TIR. Nesse caso, o VPL será a medida mais
correta, como veremos mais à frente.

319
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TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada


Conceito
A Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) é um método de análise de projetos de
investimentos que consiste em trazer os fluxos de caixa negativos para valor presente e
levar os fluxos de caixa positivos para valor futuro, gerando desta forma um novo fluxo
de caixa convencional e eliminando assim o problema do reinvestimento sempre na
mesma taxa, no qual é apresentado no modelo da TIR tradicional.
No entanto, a TIR Modificada continua tendo os seguintes problemas:
Ø Mesmo aplicando em taxas diferentes, jamais saberemos exatamente qual será a
taxa futura de captação de recursos e/ou de reinvestimento.
Ø Quando o fluxo não for tradicional (somente uma mudança de sinal no fluxo de
caixa), poderemos ter mais de uma taxa de retorno, devendo assim, ser utilizado o
modelo VPL.

320
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TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada
Exemplo
q EXEMPLO: Um investidor aplica R$ 50.000,00 em um projeto que prevê fluxos de
caixa anuais positivos de R$ 20.000 pelos próximos 4 anos, sem valor residual. Se o
investidor consegue reinvestir esses fluxos à taxa de 10% ao ano, qual a taxa de retorno
do projeto?

R$ 20.000 R$ 20.000 R$ 20.000 R$ 20.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Fluxo 1 renderá Fluxo 2 renderá Fluxo 3 renderá Encerramento
10% por mais 3 anos 10% por mais 2 anos 10% por mais 1 anos do projeto
(até o ano 4) (até o ano 4) (até o ano 4)

-R$ 50.000

321
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TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada


Solução do Exemplo
Para resolvermos este problema, primeiro precisamos corrigir todos os fluxos positivos
para o último ano e soma-los (caso houvesse algum negativo, este deveria ser trazido a
valor presente e somado ao CF0). Desta forma, ao invés de termos 4 fluxos positivos,
teremos somente 1 fluxo no último ano.

R$ 20.000 R$ 20.000 R$ 20.000 R$ 20.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Fluxo 1 renderá Fluxo 2 renderá Fluxo 3 renderá Encerramento
10% por mais 3 anos 10% por mais 2 anos 10% por mais 1 ano do projeto
(até o ano 4) (até o ano 4) (até o ano 4)

-R$ 50.000

322
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TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada
Solução do Exemplo
Conforme mencionado, devemos corrigir os R$ 20.000,00 dos anos 1, 2 e 3 até o último
período, e acrescentar o ano 4, transformando assim tudo em um só valor no último ano.
Este cálculo possui o mesmo significado que “uma pessoa irá investir durante 4 anos,
R$ 20.000 a uma taxa de 10%a.a. Qual o valor final que ela terá?”
q CÁLCULO:
Ø n = 4 (anos)
Ø i = 10 (ao ano)
Ø PV = 0
Ø PMT = -20.000 [CHS]
Ø FV = ? = 92.820,00

323
CFP® - Certified Financial Planner

TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada


Exemplo
Agora que já calculamos qual o valor corrigido de todos os fluxos, podemos enxergar da
seguinte forma o problema:

R$ 92.820

0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Encerramento
do projeto
-R$ 50.000

Por fim, calcularemos o retorno (i) deste investimento, que é o que buscamos:
Ø PV = 50.000 [CHS]
Ø PMT = 0
Ø FV = + 92.820
Ø n = 4 anos
Ø i = ? = 16,73% ao ano, esta é a TIR Modificada.

324
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Payback
Conceito
O Payback, também chamado de “Payback Simples”, é o período de tempo necessário
para que as entradas de caixa do projeto se igualem ao valor a ser investido, ou seja, o
tempo de recuperação do investimento realizado. Diferentemente das análises de VPL e
da TIR, no qual, entre dois projetos, escolhemos aquele que der o maior resultado, pela
análise do Payback, devemos escolher aquele que dará o menor número.
Importante ressaltar que, após o retorno do capital, o Payback ignora todos os fluxos de
caixa de restante, seguindo a premissa de “depois que recuperar meu capital, o que vier é
lucro”.
q CÁLCULO: para descobrirmos o Payback, devemos somar os fluxos de caixa, com seus
respectivos sinais (entradas, positivo; saídas, negativo) até ele ser zerado. Poderá ocorrer
que, ao somar um dos fluxos de caixa, o valor ultrapasse o valor investido (tornar a soma
positiva). Desta forma, devesse utilizar o valor financeiro do último período proporcional
ao necessário para zerar o fluxo.

325
CFP® - Certified Financial Planner

Payback
Exemplo
q EXEMPLO: Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto A que prevê fluxos de caixa
anuais positivos de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano;
R$ 30.000,00 no terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Qual o Payback do
investimento?

R$ 10.000 R$ 20.000 R$ 30.000 R$ 40.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Ainda faltam Ainda faltam Neste ano foi
R$ 40.000 a serem R$ 20.000 a serem Recuperado o capital
recuperados recuperados investido e, ainda por cima,
ultrapassou R$ 10.000.
-R$ 50.000

326
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Payback
Solução do Exemplo
A maneira mais fácil de se calcular o Payback é realizar uma tabela e ir somando os fluxos
de caixa, até zerar a aplicação ou deixar positiva (para posteriormente, fazer a
proporcionalidade do período):

Período 0 1 2 3 4
Fluxo A (R$) -50.000 +10.000 +20.000 +30.000 +40.000
Somatório A -50.000 -40.000 -20.000 +10.000

Podemos notar que o capital foi recuperado no terceiro ano e, além disso, que “sobrou”
R$ 10 mil (o conceito de Payback é recuperar o capital investido). Ou seja, o que precisava
para recuperar o capital investido, não eram os R$ 30 mil do terceiro ano, mas R$ 20 mil
(devemos olhar para o ano anterior ao fluxo que ficou positivo). Desta forma, fazemos
uma regra de três com o que faltou do “ano 2” com o valor recebido do ano 3:

(). )))
!"#$"%& = = ), -- /01 + ( /013 = (, -- /013
+). )))

327
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Payback Modificado (Descontado)


Conceito
O “Payback Descontado” vem a consertar um problema primário do “Payback Simples”: o
valor do dinheiro no tempo. Desta forma, o “Payback Descontado” traz a valor presente,
todos os fluxos de caixa, para depois aplicar o mesmo conceito do “Payback Simples”, ou
seja, ele é o período de tempo necessário para recuperar o investimento, avaliando-se os
fluxos de caixa descontados.
q CÁLCULO: para descobrirmos o Payback Descontado, devemos primeiramente, trazer
cada fluxo de caixa a valor presente ([n], [i], [PV], [PMT] e [FV]). Após sabermos isso, o
cálculo passa a ser o mesmo do “Payback Simples”, ou seja, somar os fluxos de caixa, com
seus respectivos sinais (entradas, positivo; saídas, negativo) até ele ser zerado. Poderá
ocorrer que, ao somar um dos fluxos de caixa, o valor ultrapasse o valor investido (tornar
a soma positiva). Desta forma, devesse utilizar o valor financeiro do último período
proporcional ao necessário para zerar o fluxo.

328
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Payback Modificado (Descontado)
Exemplo
q EXEMPLO: Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto A que prevê fluxos de caixa
anuais positivos de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano;
R$ 30.000,00 no terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Sabendo que a TMA está
10% ao ano, qual o Payback Descontado do investimento?

R$ 10.000 R$ 20.000 R$ 30.000 R$ 40.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
O valor presente O valor presente O valor presente O valor presente
será R$ 9.090,91 será R$ 16.528,93 será R$ 22.539,44 será R$ 27.320,54

-R$ 50.000

329
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Payback Modificado (Descontado)


Solução do Exemplo
Primeiramente, devemos trazer para valor presente, cada fluxo de caixa, gerando um novo
fluxo de caixa:

PV do Fluxo 1 PV do Fluxo 2 PV do Fluxo 3 PV do Fluxo 4


Ø FV1 = 10.000 Ø FV2 = 20.000 Ø FV3 = 30.000 Ø FV4 = 40.000
Ø PMT = 0 Ø PMT = 0 Ø PMT = 0 Ø PMT = 0
Ø n=1 Ø n=2 Ø n=3 Ø n=4
Ø i = 10 Ø i = 10 Ø i = 10 Ø i = 10
Ø PV =? = 9.090,91 Ø PV =? = 16.528,93 Ø PV =? = 22.529,44 Ø PV =? = 27.320,54

R$ 9.090,91 R$ 16.528,93 R$ 22.529,44 R$ 27.320,54


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

-R$ 50.000

330
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Payback Modificado (Descontado)
Solução do Exemplo
Agora que temos o novo fluxo, fazemos a mesma tabela para do Payback Simples, mas
utilizando o valor presente de cada fluxo de caixa:

Período 0 1 2 3 4
Fluxo A (R$) -50.000 +9.090,91 +16.528,93 +22.529,44 +27.320,54
Somatório A -50.000 -40.909,10 -24.380,20 -1.850,72 +25.469,82

Trazendo os fluxos a valor presente a uma taxa de 10% ao ano, o Payback saiu de 2 anos e
pouco, para mais de 3 anos. Da mesma forma, por ter ficado um saldo positivo, devemos
fazer uma regra de três com o que faltou do “ano 3” com o valor recebido do ano 4 (ano
que zerou o fluxo e ficou positivo):

;. <=), >(
!"#$"%& 456%789":7 = = ), )> /01 + + /013 = +, )> /013
(>. +(), =?

331
CFP® - Certified Financial Planner

EBITDA (LAJIDA)
Conceito
O EBITDA (“Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”) é um
indicador financeiro bastante utilizado pelas empresas de capital aberto e pelos analistas
de mercado que representa o lucro operacional de uma companhia. A sua tradução seria
Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA em português).
O EBITDA é utilizado para diversas análises, pois consegue demonstrar se a empresa está
sendo bem gerida e também a sua capacidade de pagamento de dívidas. Com isso,
podemos utilizar esse conceito de algumas formas:
Ø Margem EBITDA: este indicador demonstra a eficiência operacional da companhia,
bastando dividir o lucro operacional (EBITDA) pela receita líquida. Por exemplo, se a
empresa X tem uma receita de R$ 100 mil e um EBITDA de R$ 40.000,00, temos que:
R$ 40.000,00 / R$ 100.000,00 = 0,40. Portanto, a margem EBITDA é de 40%.
Ø Dívida Líquida/EBITDA: este indicador serve para analisar a solvência da empresa,
demonstrando em quantos anos a dívida líquida seria quitada através da geração.
Por exemplo, se a empresa Y tem uma Dívida Líquida de R$ 80.000,00 e um EBITDA
de R$ 40.000,00, temos que: R$ 80.000,00 / R$ 40.000,00 = 2. Portanto, a dívida
poderia ser paga em 2 anos através da geração de caixa.

332
CFP® - Certified Financial Planner
EBITDA (LAJIDA)
Cálculo do EBITDA
(+) RECEITA OPERACIONAL BRUTA
(-) Impostos Incidentes sobre Vendas (tais como PIS/COFINS)
(=) Receita Líquida de Vendas
SUBTRAIR
(-) Custo dos Produtos Vendidos
(-) Despesas Operacionais (Vendas, Administrativas, Outras)
(=) EBITDA (LAJIDA) = LUCRO OPERACIONAL AJUSTADO
(-) Despesas Financeiras (tais como Juros e JCP)
SOMAR (-) Depreciação e Amortização

(-) Tributos (IRPJ e CSLL)

(=) RESULTADO LÍQUIDO

333
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EBITDA (LAJIDA)
Exemplo
A empresa RToro Education S/A obteve no seu último ano fiscal, os seguintes resultados
financeiros:
Ø Receita Líquida: R$ 100.000,00
Ø Despesas com fornecedores: R$ 60.000,00
Ø Despesas operacionais: R$ 17.000,00
Ø Despesas financeiras: R$ 4.000,00
Ø Depreciação: R$ 4.000,00
Ø Amortização: R$ 2.000,00
Ø Impostos (IRPJ e CSLL): R$ 7.000,00
Ø Lucro Líquido: R$ 6.000,00

Desta forma, qual foi o valor do seu EBITDA?

334
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EBITDA (LAJIDA)
Solução do Exemplo
O EBITDA, também chamado de LAJIDA, pode ser calculado partindo tanto da sua Receita
Operacional (descontando seus custos operacionais), quanto do seu Lucro Líquido
(adicionando a parte não operacional: Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações).
Desta forma, mostraremos das duas formas para chegarmos na resposta de R$ 23.000,00:

R$ 100.000,00 RECEITA LÍQUIDA


(-) R$ 60.000,00 Despesas com Fornecedores
SUBTRAI
(-) R$ 17.000,00 Despesas Operacionais
(=) R$ 23.000,00 EBITDA (LAJIDA) LA
(+) R$ 4.000,00 Juros (Despesas Financeiras) J
(+) R$ 7.000,00 Impostos (IRPJ e CSLL) I
SOMA (+) R$ 4.000,00 Depreciação D
(+) R$ 2.000,00 Amortização A
R$ 6.000,00 LUCRO LÍQUIDO
335
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CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital


Conceito
O CMPC (em inglês WACC – Weighted Average Capital Cost) representa a média do custo
de capitais próprios e de capitais de terceiros de uma empresa. São esses capitais que
sustentam a companhia, seja por meio de financiamento (capital de terceiros) ou
investimentos internos (capital próprio), sendo que cada fonte tem um peso na Estrutura
de Capital.

!" %
CMPC = !" $ %
×#$ + !" $ %
×#&× ' − )#
Retorno Custo do
Peso do Requerido pelos Peso do Capital de Benefício Fiscal
Capital acionistas Capital de Terceiros
Próprio (CAPM) Terceiros

q Onde:
Ø PL: Patrimônio Líquido Ø RP: Retorno do Capital Próprio (CAPM das ações)
Ø D: Dívidas Ø RT: Retorno de Terceiros (YTM de debentures)
Ø PL + D = Total de Ativos Ø IR = Alíquota do imposto de renda

336
CFP® - Certified Financial Planner
Método de Análise de Investimentos
Resumo
q VPL (Valor Presente Líquido):
Ø VPL maior que zero: o projeto gera mais lucro que a TMA, devemos aceitá-lo;
Ø VPL menor que zero: o projeto gera menos lucro que a TMA, devemos negá-lo;
Ø VPL igual a zero: O projeto remunera apenas a TMA, sendo indiferente a escolha.
q TIR e a TIRM (Taxa Interna de Retorno e Modificada):
Ø É a taxa que faz com que o VPL seja zero!
Ø A TIR supõe que os fluxos de caixa serão reinvestido pela própria taxa da TIR. Já a
TIRM corrige esta falha fazendo com que os fluxos sejam reinvestidos em taxas
estipuladas pelo próprio investidor.
q PAYBACK e PAYBACK Descontado:
Ø O Payback calcula o tempo necessário para recuperar o capital investido, sem
considerar o valor do dinheiro no tempo. Já o Payback Descontado, traz a valor
presente todos os fluxos de caixa, considerando o valor do dinheiro no tempo.
q WACC (Custo Médio Ponderado de Capital):
Ø O Custo do Capital Próprio (RP) pode ser mensurado por CAPM;
Ø O Custo do Capital de Terceiros (RT) pode ser calculado por YTM.

337
CFP® - Certified Financial Planner
Capítulo 5:
Gestão Financeira
338
5.1 Orçamento e Fluxo de Caixa
339
339
CFP® - Certified Financial Planner

Demonstrações Financeiras Pessoais


Orçamento Doméstico (Fluxo de Caixa )
O Orçamente Doméstico, também chamado como Orçamento Familiar, é a junção da
construção e da análise de todas as fontes de renda da família, juntamente com os seus
devidos gastos. Com isso, passamos a enxergar que as pessoas físicas também devem ter
controles e análises como se fossem pessoas jurídicas (empresas). Somente após montar
o Fluxo de Caixa da Família, com entradas (rendas) e saídas (custos), que poderá ser
traçado planos para atingir os objetivos no futuro, como por exemplo, uma nova moradia,
uma viagem ou a antecipação da aposentadoria.

q FÓRMULA:

ORÇAMENTO DOMÉSTICO = RENDAS – DESPESAS

q OBSERVAÇÃO: Para a análise financeira, valores que acumulam ativos não devem ser
considerados como despesas (saídas), tais como aplicações mensais em CDB, VGBL e
PGBL.

340
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Demonstrações Financeiras Pessoais
Construindo um Plano Orçamentário
Na construção de um orçamento familiar, devemos identificar:
Ø Custos fixos, Custos variáveis e Custos sensíveis à inflação;
Ø Projetar o orçamento para os próximos 12 meses;
Ø Comparar as despesas reais com as projetadas (quando já foi feito a primeira).
Vale salientar que é muito importa analisar a o impacto da inflação no custo de vida do
cliente. Muitas pessoa possuem salário fixo e não conseguem reajustar a sua renda com o
devido aumento dos gastos gerados pelo aumento dos preços (inflação), gerando uma
perda na qualidade de vida.

RECEITAS DESPESAS
Ø Salários;
Ø Custos fixos (aluguel, financiamentos, prêmios de
Ø Receitas de juros;
seguros, pensão alimentícia,...);
Ø Receitas de dividendos;
Ø Custos variáveis (transporte, alimentação, telefone,
Ø Receitas de aluguéis;
internet, lazer, férias, ...);
Ø Reembolso de impostos;
Ø Demais tipos de custos.
Ø Outras receitas.

341
CFP® - Certified Financial Planner

Demonstrações Financeiras Pessoais


Capacidade de Poupança
A capacidade de poupança é um dos principais itens a ser analisado no orçamento
familiar. Ele é o resultado do quanto uma família ganha e o quanto ela consegue guardar a
sua renda. Se as receitas são MAIORES que as despesas, a família possui “Capacidade de
Poupança”, e poderá continuar aumentando o patrimônio e a conquistar seus objetivos
financeiros. Porém, se as receitas são MENORES que as despesas, a família está com
problemas financeiros, necessitando tomar empréstimos para custear seu padrão de vida
ou vendendo ativos para se manter. Segue a fórmula para este indicador:

Resultado do Orçamento Doméstico


Índice de Poupança =
Receitas

q EXEMPLO: Rafael tem sua renda líquida de R$ 9.000,00 e consegue investir todos os
meses R$ 300,00. Seu índice de Poupança é:
300
Í89:;< 9< =>?@A8çA = = 3,33%
9000

342
CFP® - Certified Financial Planner
Demonstrações Financeiras Pessoais
Fundo de Emergência
O Fundo de Emergência, também chamado de Reserva de Emergência, é um valor
financeiro que deve estar aplicado em investimentos com muita liquidez, ou seja, que
possa ser convertido em dinheiro o mais rápido possível e sem variações bruscas, como
por exemplo LFT – Tesouro Selic, CDB liquidez diária, poupança, fundos Renda Fixa Curto
Prazo.
O objetivo desse recurso é para suprir imprevistos em nossas vidas (batida do carro,
problemas de saúde, e até mesmo desemprego) sem que seja necessário a tomada de
empréstimos com taxas extremamente altas ou a venda de patrimônio (ativos de longo
prazo). O aconselhável é que este valor seja de 3 a 12 meses das despesas correntes, ou
seja, se uma família tem renda de R$ 10 mil por mês e um custo de vida de R$ 5 mil,
iremos analisar de 3 a 12 meses sobre os R$ 5 mil (entre R$ 15 mil e R$ 60 mil para o
fundo de emergência).
Em 2019, o Banco Mundial constatou que mais de 70 milhões de brasileiros consideravam
impossível levantar cerca de R$ 2.500,00 numa necessidade extrema. No mundo, somente
outros sete países estão mais despreparados que o Brasil para surgimento de infortúnios.

343
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Orçamento Doméstico
Exemplo
(1) ENTRADAS
• Salário de João (líquido) R$ 15.000,00
• Salário de Maria (líquido) R$ 15.000,00
Total de Entradas R$ 30.000,00
(2) Saídas
• Casa (água, luz, telefone, ...) R$ 8.000,00
• Automóveis (combustível, impostos, ...) R$ 3.000,00
• Despesas Pessoais R$ 3.000,00
• Prêmios de seguros R$ 2.000,00
• Pagamento Prestação financiamento dos automóveis R$ 2.000,00
• Pagamento Prestação financiamento imobiliário R$ 3.000,00
Total de Saídas R$ 21.000,00
Saldo Final ( 1 - 2) R$ 9.000,00
CAPACIDADE DE POUPANÇA (Saldo ÷ Entradas))) 30%

344
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5.2 Balanço Patrimonial Pessoal
345
345
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Demonstrações Financeiras Pessoais


Balanço Patrimonial
É um relatório que demonstra qual a situação financeira de uma pessoa (física ou
jurídica), relacionada aos seus bens, direitos e suas obrigações, ou seja, é tudo que ela
poderia vender e tudo que ela precisa pagar em uma certa data específica. Existem
algumas regras que deverão ser respeitas para que se haja um padrão nestes relatórios,
mesmo sendo para as pessoas físicas, que são:
Ø O Patrimônio será composto por dois grandes grupos: Ativos e Passivos;
Ø ATIVOS: tudo o que foi adquirido e que poderá ser vendido (transformado em
dinheiro ou que já é dinheiro. Apólice de seguro de vida não é ativo);
Ø PASSIVO ou EXIGÍVEL: são as dívidas da pessoa.
Ø PATRIMÔNIO LÍQUIDO: ATIVOS menos os PASSIVOS, ou seja, se vender tudo e
pagar tudo o que deve, quanto irá sobra? Este será o Patrimônio Líquido
Ø São agrupados em contas dispostas em ordem decrescente de liquidez, ou seja,
primeiro aparecerão aqueles mais fáceis de vender ou que serão cobradas primeiro;
Ø Os ATIVOS das pessoas físicas são classificados com:
§ Bens de uso: Imóvel de moradia, veículos da família, casa de veraneio;
§ Bens de não uso: Aplicações financeiras, participações societárias, imóveis e
veículos que geram renda ou que o objetivo é uma venda futura.

346
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Balanço Patrimonial
Exemplo
ATIVO (A) EXIGÍVEL TOTAL (ET)
Ø Bens de Uso Ø Dívidas:
o Veículos da família R$ 100 mil o Cartão de Crédito R$ 5 mil
o Residência familiar R$ 500 mil o Financiamento do Carro R$ 55 mil
o Casa de Veraneio R$ 200 mil o Financiamento Imobiliário R$ 240 mil
Ø Bens de Não Uso
o CDB Liquidez Diária R$ 100 mil PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL)
o Previdência VGBL R$ 200 mil
Ø PL = ATIVOS – PASSIVOS = R$ 1,1 MM
o Imóveis para locação R$ 300 mil

ATIVOS = R$ 1,4 MM PL + ET = 1,4 MM

347
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Principais Indicadores
Índice de Cobertura das Despesas Mensais
O ÍNDICE DE COBERTURA DAS DESPESAS MENSAIS mede a capacidade da família em
honrar suas despesas mensais somente com os investimentos que possui de curto prazo,
ou seja, aqueles que possuem baixíssimo risco (liquidez e mercado), chamados de Ativos
de Curto Prazo. Este indicador é utilizado para saber em quantos meses as reservas
emergenciais serão consumidas pelas despesas. Assim sendo, sua fórmula é:

SPITMU HK LQOPM VORWM


ÍGHIJK HK LMNKOPQOR =
XKUYKURU ZKGURIU

q EXEMPLO: Victorio foi demitido e recebeu uma rescisão de R$ 30.000,00. Ele tem
despesas mensais de R$ 10.000,00 e recursos em CDB no valor de R$ 20.000,00. Quantos
meses ele consegue sobreviver no atual padrão de vida?

30.000 + 20.000
Í[\]^_ \_ ^`a_bcdbe = = 5 k<l<l
10.000

348
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Principais Indicadores
Índice de Liquidez
O ÍNDICE DE LIQUIDEZ nos diz se os ativos de curto prazo (com liquidez) conseguem
honrar as dívidas de curto prazo. Muitas famílias possuem um patrimônio elevado, mas
não possuem liquidez. Assim, em qualquer necessidade extrema, terão que vender ativos
de longo prazo com muito desconto, gerando prejuízos (ou diminuição de ganho) por falta
de planejamento. Para calcularmos este indicador, devemos fazer da seguinte forma:

SPITMU HK LQOPM VORWM


ÍGHIJK HK mInQIHKW =
VRUUITMU HK LQOPM VORWM

q EXEMPLO: Nathan tomou crédito pessoal por R$ 60.000,00 e está vencendo hoje. Seus
ativos são: R$ 4 mil conta corrente e R$ 40.000,00 em CDB com vencimento em 3 anos
sem liquidez. Desta forma, veremos que o índice de liquidez de Nathan é menor que 1 e
ele não tem liquidez para quitar a dívida.

4.000
Í89:;< 9< o:p?:9<q = = 6,67%
60.000

349
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Principais Indicadores
Índice de Endividamento
Como vimos, os ATIVOS são compostos por Capital Próprio (PATRIMÔNIO LÍQUIDO) e por
Capital de Terceiros (PASSIVOS), também chamado de Passivo Exigível, que são as dívidas.
Assim, é normal as pessoas terem dívidas para aquisição de bens. No entanto, no
momento em que se começa a adquirir dívidas, é importante que a família passe a
acompanhar a evolução do seu índice de endividamento para garantir que suas contas
estejam sob controle no curto, médio e longo prazo. Sua fórmula é:

ÍNDICE DE
ENDIVIDAMENTO = PASSIVOS (Passivo Exigível)
ATIVOS (Ativo Total)

q EXEMPLO: Marina tem ativos no valor de R$ 2.000.000,00. Suas dívidas, incluindo


pagamentos mensais de um Financiamento Imobiliário e do seu veículo, somam
R$ 900.000,00. O Índice de endividamento é:

!$ $%%.%%%
Índice de Endividamento = = 45%
!$ '.%%%.%%%

350
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5.3 Crédito e Gestão de Dívidas
351
351
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Créditos Rotativos
Cheque Especial
Segundo o Banco Central, o CHEQUE ESPECIAL é uma operação de crédito, a exemplo do
empréstimo, mas que é pré-aprovada e vinculada a uma conta de depósitos à vista. Tem o
objetivo de cobrir movimentações financeiras quando não há mais saldo disponível na
conta. O banco disponibiliza ao cliente um limite de crédito rotativo que, embora apareça
no extrato da conta, não é um recurso do cliente. Quando utilizado esse valor, o banco
pode cobrar juros sobre o valor usado, ou seja, sobre o saldo devedor.
Deve ser utilizado em situações de emergência (pagamento de uma conta quando se
sabe que receberá o dinheiro em alguns dias ou em prazos curtos). Para prazos mais
longos, deve-se analisar outras linhas de crédito, já que este é um dos maiores juros
cobrados por empréstimos, vide sua fácil disponibilidade.

352
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Créditos Rotativos
Cartão de Crédito: Conceito
O CARTÃO DE CRÉDITO tem dupla função, que é ser um instrumento de pagamento e um
instrumento de crédito pós-pago. A sua emissão é realizada por instituição financeira ou
instituição de pagamento, sendo eu sua regulamentação e fiscalização feita pelo BACEN.
Vale ressaltar que as instituições não são obrigadas a emitir cartão de crédito a que o
solicitar, podendo estabelecer critérios próprios em decorrência de sua política de crédito.
Além disso, os cartões de crédito podem ser de dois tipos: básico ou diferenciado. Na
modalidade de cartão de crédito básico, serve apenas para pagamentos de bens e de
serviços em estabelecimentos credenciados. Já na modalidade diferenciado, além das
funções do básico, oferece benefícios adicionais, como programas de milhagem, seguro
de viagem, desconto na compra de bens e serviços e atendimento personalizado no
exterior, entre outros.
Em relação ao serviço de cartão de crédito, as instituições podem cobrar de pessoas
naturais basicamente cinco tarifas, que são: (I) anuidade; (II) emissão de segunda via do
cartão; (III) uso do cartão para saque em espécie; (IV) uso do cartão para pagamento de
contas (por exemplo, faturas e boletos de cobranças de produtos e serviços); (V) pedido
de avaliação emergencial do limite de crédito.

353
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Créditos Rotativos
Cartão de Crédito: Características
As PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS do cartão de crédito são:
Ø Existem dois tipos de cartão de crédito: Básico e Diferenciado;
Ø As instituições não são obrigadas a oferecer cartão de crédito
Ø As instituições emissoras de cartão de crédito são obrigadas a fornecer extrato ou
fatura mensal a seus clientes;
Ø Existem diversas opções de pagamento da fatura, sendo elas:
§ Pagamento do valor integral até o dia do vencimento: Não há cobrança de
encargos financeiros, como os juros e o Imposto sobre Operações Financeiras
(IOF), imposto cobrado pelo governo em todas as operações de crédito.
§ Parcelamento da fatura (crédito rotativo): O total de parcelas pode já estar
definido em contrato ou ser discutido caso a caso. No parcelamento há cobrança
de encargos financeiros, juros e IOF no valor da fatura seguinte.
§ Pagamento mínimo da fatura: Não existe mais o pagamento mínimo
obrigatório de 15% do valor da fatura, mas, cada instituição financeira pode
estabelecer com os clientes percentual de pagamento mínimo mensal, em
função do risco da operação, do perfil do cliente ou do tipo de produto.
§ Pagamento parcial da fatura (mínimo ou outro valor distinto do total).

354
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Empréstimos Pessoais
Modalidades
As instituições financeiras normalmente possuem uma grade com uma vasta variedade de
empréstimos pessoais. Em linhas gerais, os principais tipos são:
Ø Crédito Automático;
Ø Crédito como Antecipação de Recebimentos Certos (IR, 13º Salário);
Ø Crédito com Garantia de Investimentos;
Ø Crédito Consignado (Lei 10.820/03): É uma modalidade de empréstimo pessoal
em que as parcelas são descontadas diretamente do salário, aposentadoria ou
pensão do solicitante. Através da LEI 14.432/22, foi alterado o limite máximo a ser
descontado para 40% do valor a ser comprometido, sendo 35% destinados
exclusivamente a empréstimos, financiamentos e arrendamentos mercantis e 5%
destinados exclusivamente à amortização de despesas contraídas por meio de cartão
de crédito consignado ou à utilização com a finalidade de saque por meio de cartão
de crédito consignado. Vale ressaltar que o saldo do FGTS pode ser utilizado como
garantia para este tipo de empréstimo, limitado a 10% do saldo da conta.
Vale ressaltar que, quanto maior a garantia do pagamento da dívida, menor será a taxa de
juros cobrada. Por este motivo, créditos automáticos são mais caros que as demais
modalidades (principalmente, comparado com o Crédito Consignado).

355
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Tributação sobre Empréstimos (IOF)


Alíquota
Com relação à tributação, incidem sobre operações de crédito o IOF-Crédito, cobrado de
duas formas:
Ø 0,38% sobre o saldo devedor, cobrado na liberação do empréstimo (o banco
geralmente oferece a possibilidade de financiar também o IOF); MAIS
Ø +0,0082% ao dia, limitado a 365 dias, ou seja, máximo de 3,0%.
Por exemplo, um empréstimo pessoal com valor de R$ 100 mil, incidiriam, a título de IOF,
as seguintes alíquotas:
Ø 0,38%, que corresponde a R$ 380,00; MAIS
Ø 0,0082% ao dia, ou seja, R$ 8,22 por dia, limitado a 365 dias (R$ 3.000,00).

356
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Custo Efetivo Total (CET)
Conceito
Custo Efetivo Total (CET) é a taxa que considera todos os encargos e despesas incidentes
nas operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro, contratadas ou
ofertadas: a pessoas físicas, microempresas ou empresas de pequeno porte (BC) como
por exemplo: Taxa de Juros cobrada pela instituição financeira; Tributos (IOF); Tarifas;
Seguros; e Custos relacionados a registro de contrato.
Na vida, estes custos podem fazer com que o tomador de crédito, tenha tomar um
empréstimo maior que o desejado para pagar os custos embutidos no momento do
crédito. Mas na prova, preste muita atenção se “os custos serão financiados pela
instituição”, porque se não forem, será descontado do valor que ele solicitou emprestado.
Portanto, o mais importante não é o custo da taxa de juros cobrada pelas instituições
financeiras, mas sim, o Custo Efetivo Total que a instituição financeira terá.
q OBS: Por legislação do Banco Central, quando as instituições financeiras forem
apresentar a taxa da CET anualizada para as pessoas, a conversão deverá ser feira pelo
critério de 365 dias corridos.

357
CFP® - Certified Financial Planner

Custo Efetivo Total (CET)


Exemplo
Um cliente contrai um empréstimo no valor de R$ 1.000,00, com taxa de juros anunciada
de 3% ao mês, para pagamento em uma parcela única, três meses após a contratação.
Sejam ainda devidos no empréstimo IOF de R$ 11,30 e taxa de confecção de cadastro
para início de relacionamento no valor de R$ 50,00, custos que serão financiados pela
instituição financeira. Qual valor a ser pago pelo cliente e o Custo Efetivo Total (CET)
anual da operação, respectivamente?
q RESPOSTA (1): O problema é dividido em três etapas: (1) descobrir quanto ele irá pagar
no final, (2) calcular o verdadeiro “i” da operação mensal; e (3) anualizar a taxa.

(1) Valor total a ser pago (FV): (2) CET (taxa ao mês): (3) CET (tx ano):
Ø PV = +1.061,30 (Custos) Ø PV = +1.000 (valor que queria) Ø 5,06 [i]
Ø PMT = 0 Ø PMT = 0 Ø 30 [n]
Ø n=3 Ø n=3 Ø 365 (ATENÇÃO)
Ø i=3 Ø FV = -1.159,71 Ø R/S
Ø FV = ? = -1.159,71 Ø i (CET) = ? = 5,06% a.m. R: 82,31% ao ano

358
CFP® - Certified Financial Planner
Financiamentos
Conceito
O FINANCIAMENTO é uma COMPRA PARCELADA de um produto ou serviço, em que se
acrescenta uma TAXA DE JUROS ao montante inicial, que variará conforme o tempo de
duração do mesmo. Difere-se do empréstimo por se tratar de uma ajuda para o
pagamento de um bem ou serviço, e não somente um montante pego emprestado sem
nenhuma finalidade. Na maioria dos casos, os financiamentos são feitos para a compra de
carros, motos e casas, podendo ser utilizado também para a compra de móveis e
computadores com periféricos. Normalmente, a instituição financeira que fornece
recursos para outra parte que está sendo financiada, podendo abranger diversas
modalidades, além de custos diferentes.
As principais modalidades existentes de financiamentos são:
Ø CDC (Crédito Direto ao Consumidor);
Ø Leasing (Operacional e Financeiro);
Ø Financiamento imobiliário;
Ø Cartões de crédito (quando financiado);
Ø Cheque especial;
Ø Operações com penhor.

359
CFP® - Certified Financial Planner

Financiamentos
CDC: Crédito Direto ao Consumidor
O crédito direto ao consumidor (CDC) é um financiamento para a aquisição de bens de
consumo duráveis (eletrodomésticos, eletrônicos, móveis e utensílios, veículos, entre
outros), sendo concedido por uma instituição financeira em parceria com a loja ou
empresa que está vendendo o bem ou serviço ao tomador, após realização de cadastro e
análise da renda do cliente.
Além disso, o Bacen admite ainda as operações relativas a prestações de serviços, como
pacotes turísticos, incluindo passagens e estadia, mediante a apresentação de documento
probatório, além de também poder financiar aquisição de máquinas, equipamentos e
veículos para compor o ativo imobilizado das empresas.

360
CFP® - Certified Financial Planner
Financiamentos
Seguro Prestamista
O SEGURO PRESTAMISTA tem como função garantir a quitação de uma dívida do
segurado, no caso de sua morte ou invalidez ou até mesmo desemprego involuntário.
Este seguro faz com que tanto a instituição financeira credora, quanto o devedor, tenham
maior tranquilidade com as prestações para pagar.
q OBSERVAÇÃO: caso o segurado tenha contratado uma apólice com valor superior ao
valor da dívida contraída, primeiramente será pago ao credor e, posteriormente, o
restante será creditado aos beneficiários da apólice.

361
CFP® - Certified Financial Planner

Leasing
Conceito
O Leasing é um contrato através do qual a arrendadora/locadora (a empresa que se
dedica à exploração de leasing) adquire um bem escolhido por seu cliente (o arrendatário,
ou locatário) para, em seguida, alugá-lo a este último, por um prazo determinado. Ao final
do prazo, é possível comprar o bem, renovar o contrato ou devolvê-lo à empresa. Assim, o
leasing está associado ao seu uso econômico e não à sua propriedade, e podem ser:
Ø LEASING FINANCEIRO: em geral, esta modalidade se assemelha a uma operação
de financiamento, por abranger a quase totalidade do valor do bem, o cliente quase
sempre opta pela compra do bem ao final do contrato. Seu prazo mínimo de
arrendamento é de dois anos para bens com vida útil de até cinco anos e de três
anos para os demais.
Ø LEASING OPERACIONAL: aqui possui prazo mais curto e similaridade com uma
locação, sendo mais utilizado quando o cliente não pretende, a princípio, adquirir o
bem. Neste caso, o seu prazo mínimo é de 90 dias.
Caso não seja respeitado os prazos mínimos, a operação de Leasing será desconfigurada e
transformada em um financiamento, sendo cobrado IOF. Portanto, consideramos que o
Leasing não pode ter pagamento antecipado a qualquer momento!

362
CFP® - Certified Financial Planner
Leasing
Características
As vantagens do Leasing perante aos financiamentos são:
Ø Benefício fiscal: dedução, da base de cálculo do Imposto de Renda, do valor das
contraprestações (exclusivo a Pessoas Jurídicas tributadas pelo Lucro Real);
Ø Diferentemente dos financiamentos, o Leasing NÃO possui de IOF! No entanto,
há incidência de ISS (Imposto Sobre Serviço);
Ø Menor imobilização dos ativos de uma empresa;
Ø Possibilidade de quitação antes do prazo definido, sendo vedada a cobrança de
qualquer taxa do cliente que queira quita antecipadamente o contrato. Caso seja
realizado antes dos prazos mínimos, o contrato deixa de ter característica de leasing
e passa a ser tratado como uma Compra & Venda a prazo.

363
CFP® - Certified Financial Planner

Operações de Crédito
Comparação

EMPRÉSTIMO FINANCIAMENTO LEASING


Análise mais detalhada que
Liberação dos recursos Análise mais detalhada
o empréstimo para
mais simples ara liberação do bem
liberação dos recursos

Juros tendem a ser mais Custo tende a ser mais baixo:


Juros mais altos em
baixos: o bem financiado o bem financiado serve
operações sem garantias
serve como garantia como garantia

Prazos mais curtos


Prazos geralmente Prazos geralmente
no leasing operacional e
mais curtos mais longos
mais longos no financeiro

No final da operação, é
Você usa o crédito da Recursos financeiros têm
possível renovar o contrato,
maneira que desejar uma destinação específica
devolver o bem ou comprá-lo

364
CFP® - Certified Financial Planner
Financiamento Imobiliário
Conceito
No Financiamento Imobiliário, o comprador obrigatoriamente deve contratar o SEGURO
PRESTAMISTA HABITACIONAL. Este seguro possui modalidade obrigatória (ou seja, não é
opcional), não possui franquia ou carência (exceção para casos de suicídio antes de dois
anos) e tem como finalidade primária, proteger prejuízos causados por acontecimentos
gerados de fora para dentro do imóvel ou também da possibilidade não pagamento da
dívida causado pela morte ou invalidez do cliente. Desta forma, dizemos que o seguro
habitacional possui dois tipos de coberturas, que são:
Ø DANOS FÍSICOS AO IMÓVEL (DFI): Garante a indenização ou reconstrução do
imóvel, caso ocorram danos físicos causados por riscos cobertos (incêndio, queda de
raio, explosão, vendaval, desmoronamento de paredes, rompimento de canos e
tubulações não pertencentes ao imóvel segurado ou outra parte estrutural), tendo
como cobertura máxima o valor de avaliação do imóvel (atualizado pelo índice
estipulado no contrato, quando for o caso);
Ø MORTE E INVALIDEZ PERMANENTE: quitação do saldo devedor para a instituição
financeira no caso de falecimento ou invalidez permanente do mutuário.
Além do seguro obrigatório, o financiador pode contratar coberturas adicionais para o
imóvel, como por exemplo, seguro para danos ao conteúdo interno dos imóveis.

365
CFP® - Certified Financial Planner

Consórcio
Conceito
Consórcio é a modalidade de compra baseada na união de pessoas físicas ou jurídicas em
grupos, promovida por administradoras de consórcios, que são fiscalizadas pelo Banco
Central, com a finalidade de propiciar a seus integrantes, por meio de autofinanciamento,
a aquisição de bens ou serviços. O grupo de consórcio tem prazo de duração e número de
cotas previamente determinados. Os consorciados podem ser contemplados por sorteio
ou através de lances, que correspondem a pagamentos antecipados de prestações, onde
deve possuir regras, previamente previstas em contrato. Como o Consórcio não é um
financiamento, ele não possui juros, mas sim, outros tipos de custos que são:
Ø TAXA DE ADMINISTRAÇÃO: taxa cobrada pela administração dos recursos.
Ø FUNDO DE RESERVA: é um cobrado valor sobre o valor do bem, para compor um
fundo que poderá ser utilizado para situações contratualmente previstas (não
pagamento de outros participantes). Caso não seja necessário a sua utilização, o
valor é devolvido aos consorciados.
Ø SEGURO DE VIDA: possibilidade (opcional) de contração junto a adesão.

366
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Consórcio
Características
As principais características dos consórcios são:
Ø Tende a ser mais barato que o financiamento, vide que não possui juros. Em
contrapartida, a pessoa não tem a certeza da data da aquisição do bem;
Ø É uma modalidade para aquisição bens ou serviços para o longo prazo e não para
o curto prazo, vide a incerteza da sua contemplação;
Ø Da mesma forma que nos financiamentos imobiliários, é possível a utilização do
saldo do FGTS para a aquisição de imóveis através de consórcios imobiliários, tanto
na utilização da amortização do saldo devedor, quanto na utilização para lances;
Ø A carta de contemplação do consórcio possui reajuste através de índices de
inflação. Com isso, quando há uma inflação elevada, as parcelas a serem pagas,
também possuíram uma correção elevada;
Ø Clientes que possuem dificuldade para acumular patrimônio, principalmente por
falta de disciplina, acabam conseguindo se organizar para pagar compromissos
firmados. Com isso, o consórcio se torna uma ferramenta de acumulação patrimonial
“forçada” para atingir os objetivos do cliente.

367
CFP® - Certified Financial Planner

Crédito Rural
Conceito
O crédito rural é o financiamento destinado ao segmento rural, como os produtores rurais
(pessoa física ou jurídica), as cooperativas rurais ou pessoas que tenham atividades
ligadas ao segmento (mesmo não sendo produtores rurais). Eles utilizam os recursos
concedidos pelas instituições financeiras nessa linha de crédito de diversas maneiras na
sua propriedade, podendo investir em: novos equipamentos e animais; custear matéria
prima para o cultivo; comercializar e industrializar a produção; pesquisa; atividades
florestais; entre outros. Essas atividades são as chamadas finalidades do crédito rural.
As finalidades do crédito rural, segundo Banco Central, podem ser descritas como:
Ø CUSTEIO: Destina-se a cobrir despesas normais dos ciclos produtivos, da compra
de insumos à fase de colheita.
Ø INVESTIMENTO: Destina-se aplicações em bens ou serviços cujo benefício se
estenda por vários períodos de produção;
Ø COMERCIALIZAÇÃO: Destina-se a viabilizar ao produtor rural ou às cooperativas os
recursos necessários à comercialização de seus produtos no mercado.
Ø INDUSTRIALIZAÇÃO: Destina-se à industrialização de produtos agropecuários,
quando efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural.

368
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Repasses BNDES
Conceito
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é um banco público,
sendo o principal instrumento do Governo Federal para o financiamento de longo prazo e
investimento em todos os segmentos da economia brasileira. O BNDES financia quase a
totalidade dos setores da economia, dentre eles: infraestrutura; indústria, comércio e
serviços; agropecuária; exportação; desenvolvimento regional; cultura; entre outros.
São passíveis de investimento pelo BNDES: implantação, expansão, modernização,
ampliação e recuperação de empresas; produção e aquisição de máquinas e
equipamentos novos, de fabricação nacional credenciados pelo BNDES; entre tantos
outros. Em regra geral, o BNDES não financia itens usados e é destinado a empresas
privadas; MEI; pessoas físicas (microempreendedor, produtor rural e transportador
autônomo); e outros. Estas operações (empréstimos) podem ser de três tipos:
Ø OPERAÇÃO DIRETA: realizada diretamente com o BNDES ou através de
mandatário;
Ø OPERAÇÃO INDIRETA: realizada por meio de instituição financeira credenciada, ou
através do uso do Cartão BNDES;
Ø OPERAÇÃO MISTA: Combina a forma direta com a forma indireta não automática.

369
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Repasses BNDES
Principais Produtos
NOME DO FINALIDADE
PRODUTO DOS RECURSOS
BNDES Finame: Produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos.
Crédito rotativo pré-aprovado para as micro, pequenas e médias
Cartão BNDES:
empresas e dos microempreendedores individuais.
Procult: Programa criado para a cadeia produtiva da economia da cultura.
BNDES Automático Projeto de investimento de até R$ 20 milhões.
BNDES Finem Projeto de investimento com valor superior a R$ 20 milhões.
Ampliar o acesso ao crédito entre os microempreendedores
BNDES Microcrédito
formais e informais.
Engenharia financeira suportada contratualmente pelo fluxo de
BNDES Project
caixa do projeto aprovado, sendo que os ativos e os recebíveis do
Finance
projeto, são as suas garantidas.

370
CFP® - Certified Financial Planner
Penhor
Conceito
Refere-se a uma forma de direito real de garantia que consiste na transferência de algo
móvel ou mobilizável (qualquer objeto que garante o direito imaterial). Os sujeitos que
aqui atuam são o devedor e o credor. O devedor é o sujeito passivo da obrigação principal
ou um terceiro que ofereça o ônus real, como um fiador. O credor é aquele que empresta
o dinheiro e recebe um bem empenhado. Isso implica também receber a posse deste.
Normalmente os juros são inferiores em função da garantia dada.
A CEF (Caixa Econômica Federal) é a maior atuante no mercado financeiro neste tipo de
modalidade e segundo suas informações:
Ø O recurso é disponibilizado na hora, após o bem ser analisado, sem a necessidade
de análise cadastral ou avalista, com os bens ficando em total segurança no cofre;
Ø É possível renovar o contrato de penhor quantas vezes precisar.
Ø Os limites de empréstimos podem chegar até 100% do valor da garantia;
Ø Os bens passarão por uma análise no exato momento;
Ø Exemplos de bens: joias; pratarias de valor; canetas de valor; relógios de valor.

371
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Linhas de Créditos Educacionais


Conceito
q PÚBLICO:
Ø FIES: O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é um programa do Ministério da
Educação (MEC) destinado à concessão de financiamento a estudantes regularmente
matriculados em cursos superiores presenciais não gratuitos e com avaliação positiva
nos processos conduzidos pelo MEC. O FIES (I) possui taxa de juros zero, se
enquadrando pessoas de até 3 salários mínimos. Já o FIES (II) e (III) os juros variam
de acordo com o banco e é destinado para estudantes com até 5 salários mínimos.
Ø PROUNI: Programa que concede bolsas de estudo integrais e parciais de 50% em
instituições privadas de educação superior, em cursos de graduação e sequenciais de
formação específica, a estudantes brasileiros sem diploma de nível superior.
q PRIVADO: Normalmente, quando o estudante não conseguiu se encaixar nas regras do
financiamento estudantil público, ele busca o financiamento privado. Nestes casos, as
instituições financeiras repassam o valor financiado das mensalidades diretamente para a
faculdade e o estudante assume o compromisso de efetuar o pagamento no futuro, da
dívida com os juros e a correção monetária. Por não ser público, os juros tendem a ser
mais elevados e com prazos de pagamentos também diferentes, podendo ser mensal,
semestral ou anual.

372
CFP® - Certified Financial Planner
Linhas de Créditos Educacionais
Tabela Comparativa
ITENS FIES P-FIES
É uma ação do Ministério da Também é um
Educação que financia cursos financiamento estudantil e
O que é?
superiores privados com parecido com o FIES, mas
avaliação positiva no SINAES. com menos subsídios.

Categoria Financiamento Financiamento


Varia de instituição
Taxa de Juros Taxa Real zero de juros
para instituição
Renda Familiar Até 3 salários mínimos Até 5 salários mínimos
% de Financiamento De 50% a 100% da semestralidade 100% da semestralidade
Pagamento Após conclusão do curso Após conclusão do curso
Modalidades Modalidade I Modalidades II e III

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CFP® - Certified Financial Planner

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