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GUARULHOS
2017
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A eugenia no Brasil
Já no Brasil, a ideia não foi apenas importada, como criou-se um movimento interno
de eugenia. A considerada elite da época compreendia essa ideia como uma solução para o
desenvolvimento do país. Muitos buscavam o respaldo na biogenética para assim excluir
asiáticos, deficientes e negros. Assim apenas os brancos de origem europeia povoariam o que
eles compreendiam como “nação do futuro”. A eugenia surgiu oficialmente no Brasil, em
1914, com uma tese orientada por Miguel Couto da Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro. Mas apenas Renato Kehl (1889-1974) médico e sanitarista, considerado pai da
eugenia que incentivou a comunidade científica a esforça mais em favor dessa ideia. “Ele
acreditava que a melhoria racial só seria possível com um amplo projeto que favorecesse o
predomínio da raça branca no país.” (Site Geledés). A professora Maria Eunice Maciel, do
Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
enumerou algumas ideias apresentadas por Kehl, sendo elas: “segregação de deficientes,
esterilização do ‘anormais e criminosos’, regulamentação do casamento com exame pré-
nupcial obrigatório, educação eugênica obrigatória nas escolas” (Site Geledés) entre outros.
Renato Kehl foi um grande influenciador na comunidade científica para levar a ideia da
eugenia adiante, com uma visão de um progresso para o país.
Intelectuais em disputa: os que eram a favor, os que eram contra, e os que não tinham
uma opinião clara
Mas havia aqueles que não possuíam uma opinião clara acerca do momento histórico
que eugenia ocupou. Após a proclamação da República, o Brasil vivia um novo momento. Os
negros recém-libertos disputavam o mercado de trabalho com diversos imigrantes de variadas
partes do mundo. E nesse contexto, em 1933, Gilberto Freyre, escritor pernambucano,
publicou o livro “Casa Grande e Senzala”, que tentou mostrar a sociedade brasileira como a
miscigenação se tornou um traço único do país. Mas para a pesquisadora Pietra Diwan, autora
do livro “Raça Pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo”, as ideias que Freyre
apresentava como um contraponto a eugenia.
No entanto, houve aqueles que foram opositores a essa ideia de eugenia. Um deles a
qual destacamos foi o médico sergipano, Manoel Bonfim. No ano de 1905, ele publicou um
livro chamado “A América Latina: males de origem” no qual ele critica a eugenia de “falsa
ciência” e expõe o preconceito dos europeus em relação aos latino-americanos. A formulação
de Bonfim dada ao que era vigente na época sobre o fator das raças serem o motivo do
subdesenvolvimento o levou a formulação da ideia de ‘parasitismo social’. “Parasitismo
social é a tese de que os países ricos invadem as nações para extrair a riqueza e fazer dos
nativos uma classe dominada.” (Site Geledés)
Segundo Diwan, esse pensamento persiste em nossa sociedade. Como ela mesma
afirma
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Parecer CNE/CEB nº 06/2011. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=8180-pceb006-11-
pdf&Itemid=30192. Acesso: 07/12/2017 às 15:39.
BRASIL. Ministério da Educação. Parecer CNE/CEB nº 15/2010. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=6702-pceb015-
10&Itemid=30192. Acesso: 07/12/2017 às 15:42.
FERREIRA, Tiago.O que foi o movimento de eugenia no Brasil: tão absurdo que é difícil acreditar.
2017. Disponível em: https://www.geledes.org.br/o-que-foi-o-movimento-de-eugenia-no-brasil-tao-
absurdo-que-e-dificil-acreditar/ - Acesso: 07/12/2017 às 18:20.
RIBEIRO, Rodrigo de Oliveira. Literatura e racismo: uma análise sobre Monteiro Lobato e sua obra.
2015. Disponível em: https://www.geledes.org.br/literatura-e-racismo-uma-analise-sobre-monteiro-
lobato-e-sua-obra/. Acesso: 07/12/2017 às 18:23.