Aula 4

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Testes de Comparação

Os testes de comparação nos a judam a determinar a convergência/divergência de uma série

à partir de uma comparação entre os seus termos e os termos de uma série que é sabidamente

convergente/divergente.


X ∞
X
Teste da Comparação Direta: Suponha que as séries an e bn sejam tais que 0 ≤
n=1 n=1
an ≤ b n para todo n ∈ Z+ .

X ∞
X
ˆ Se bn é convergente, então a série an também é convergente.

n=1 n=1


X ∞
X
ˆ Se an é divergente, então a série bn também é divergente.

n=1 n=1

Exemplo 1. Em cada caso, determine se a série converge ou diverge.


∞ ∞ ∞
5 3 n+1
(a) . (b) . (c) .
X X X
2
2n + 4n + 3 2 + 3n n2
n=1 n=1 n=1

Resolução:

∞ ∞
5 5 5 5X 1
(a) Temos que an = 2 ≤ 2 para todo n ∈ Z . Como a série
X
+
=
2n + 4n + 3 2n n=1
2n2 2 n=1 n2

1
converge (pois a série é uma p-série com p = 2 > 1 e, portanto, é uma série
X
n 2
n=1

5 5
convergente) e como 0 ≤ an ≤ 2 para todo n ∈ Z+ , então a série
X
2n 2
2n + 4n + 3
n=1
também converge.

3 3 1 1
(b) Temos que an = ≤ n = n−1 para todo n ∈ Z . Entretanto, a série é
X
+
2+3 n 3 3 3n−1
n=1
a 1/3 1
uma série geométrica de razão r = 2 = = < 1. Como |r| < 1, então essa série
a1 1 3

1
geométrica converge. Como 0 ≤ an ≤ n−1 para todo n ∈ Z+ , então a série an também
X
3 n=1
converge.

n+1 n 1 1 1 1 1
(c) Temos que an = 2 = 2 + 2 = + 2 ≥ . Como a série harmônica diverge
X
n n n n n n n=1
n

1
e 0 ≤ ≤ an para todo n ∈ Z , então a série an também diverge.
X
+
n n=1


X ∞
X
Teste da Comparação no Limite: Suponha que as séries an e bn sejam tais que

n=1 n=1
+ an
an ≥ 0 e bn ≥ 0 para todo n∈Z . Se lim =c>0 então ou ambas as séries convergem ou
n→∞ bn
ambas as séries divergem.

1
Exemplo 2. Em cada caso, determine se a série é convergente ou divergente.
∞ ∞ ∞
1 1 cos2 n
(a) . (c) . (e) .
X X X
n
√ 3+1
n=1
2 +1 n=1
7n2 + 3 n=1
n
∞ ∞ ∞
2n2 + 3n 1 1
(b) . (d) . (f) .
X X X
√ √ √
n=1
5 + n5 n=1
n− n+1 n=1
n+1

Resolução:

1 1
(a) Observe que os termos e n são positivos para todo inteiro positivo n e que
2n +1 2
1
2n +1 2n 1
lim 1 = lim = lim = 1 > 0.
n→∞ n
n→∞ 2 + 1 n→∞ 1 + 1n
2n 2

∞ ∞
1 1
Como a série é convergente, então a série também é convergente.
X X
n
= 1 n
n=1
2 n=1
2 + 1

2n2 + 3n 2n2
(b) Observe que os termos √ e √ são positivos para todo inteiro positivo n e que
5 + n5 n5
2n2 √ √
√ +3n
5+n5 2n2 + 3n n5 2n2 + 3n n5
lim 2n2 = lim √ · = lim · √
n→∞ √
n5
n→∞ 5 + n5 2n2 n→∞ 2n2 5 + n5
r s
2n2 + 3n

n5 3 1
= lim 2
· 5
= lim 1 + 5 = 1 > 0.
n→∞ 2n 5+n n→∞ 2n n5
+1

∞ ∞ ∞
2n2 2n2 X 2 1
Como a série 1 é o dobro de uma p-série com p = < 1, então
X X
√ = 5 =
n=1 n5
n=1 n
2
n=1 n
2 2

2n2 + 3n
ela é divergente. Concluímos (pelo teste de comparação no limite) que a série
X

n=1
5 + n5
também é divergente.
1 1
(c) Observe que os termos √ 2
e √ 2 são positivos para todo inteiro positivo n e que
7n + 3 n

√ 1
r s r
2 n2 n2 1 1 1
lim 7n1 +3 = lim √ = lim 2
= lim 3 = = √ > 0.
n→∞ √
n2
n→∞ 7n2 + 3 n→∞ 7n + 3 n→∞ 7 + n2 7 7
∞ ∞ ∞
1 1 1
Como a série (que é a série harmônica) diverge, então a série
X X X
√ = √
n=1 n2 n=1
n n=1
7n2 + 3
também diverge.
(d) Tentar usar o teste da comparação direta não é muito simples nesse caso, pois há uma
subtração no denominador (o torna um pouco complicado comparar esta função com outra
diretamente). Vamos utilizar então o teste da comparação no limite entre esta série e a

1
série (que é a série harmônica). Observe que os termos das duas série são sempre
X

n=1
n

2

positivos (no caso da série do enunciado isto acontece porque n ≥ n para todo n ≥ 1).
Temos que
√1
n− n+1 n 1 1
lim 1 = lim √ = lim √ = lim = 1.
n→∞ n→∞ n − n + 1 n→∞ 1 − n + 1 n→∞ 1− √1 + 1
n n n n n


1
Como a série harmôcica diverge, então a série também diverge.
X

n=1
n− n+1

(e) Observe que 0 ≤ cos2 n ≤ 1 para todo n. Logo,


cos2 n 1 1
0≤ ≤ < .
n3 + 1 n3 + 1 n3
∞ ∞
1 cos2 n
Como a p-série converge, então a série também converge.
X X

n=1
n3 n=1
n3 + 1

1
(f) Observe que o natural é tentar comparar essa série de alguma forma com a série √ .
X

n=1
n

X 1 1 1
Como a série √ diverge e 0 < √ < √ , então não podemos armar nada
n=1
n n+1 n
pelo teorema da comparação direta. Vamos então tentar usar o teorema da comparação no
limite. Temos que
√1

n+1 n 1
lim 1 = lim √ = lim = 1.
n→∞ √
n
n→∞ n + 1 n→∞ 1 + √1n

∞ ∞
1 1
Como a p-série √ diverge, então a série também diverge.
X X

n=1
n n=1
n + 1

Séries alternadas

X
Dizemos que uma série an é uma série alternada se a sequência {an }∞
n=1 for uma sequência
n=1
alternada. O seguinte teorema nos a juda a determinar a convergência de uma série alternada:


Se a série alternada an satiszer as condições
X
Teorema 1.
n=1

ˆ |an+1 | ≤ |an | para todo n ∈ Z+ ,

ˆ lim |an | = 0,
n→

então a série é convergente.


Exemplo 3. Em cada caso, determine se a série dada converge ou diverge.
∞ ∞ ∞ ∞
(−1)n+1 n2 (−1)n (−1)n+1
(a) . (c) . (d) . (e) .
X X X X
(−1)n+1
n=1
n n=1
n3 + 1 n=1
ln n n=1
4n2 + 1
4 4 4 4 4
(b) − + − + − + ....
7 8 9 10 11
3
Resolução:


(−1)n 1 1 1 1 1
(a) A série + − + − + ... é chamada de série harmônica alternada.
X
= 1−
n=1
n 2 3 4 5 6

(−1)n 1 (−1)n+1 1 1 1
ˆ Temos que |an | = = e |an+1 | = = . Como < ,
n n n+1 n+1 n+1 n
então |an+1 | < |an | para todo n ∈ Z .
+

1
ˆ lim |an | = lim = 0.
n→∞ n→∞ n

Pelo teorema das séries alternadas, a série harmônica alternada é convergente.


(b) Vamos obter uma fórmula geral para o termo an . Observe que
ˆ o numerador dos termos é sempre 4;
ˆ o denominador aumenta de 1 em 1, para n = 1 o denominador é 7 e, portanto, o
denominador é n + 6;
ˆ a série é uma série alternada começando com sinal negativo e, portanto, sua fórmula
envolve (−1)n .
4
Logo, uma fórmula geral para an é an = (−1)n , ou seja, a série dada é a série
n+6

4
.
X
(−1)n
n=1
n+6

4 4 4 4
ˆ Temos que |an | = (−1)n = e |an+1 | = (−1)n+1 = .
n+6 n+6 n+1+6 n+7
4 4
Como < , então |an+1 | < |an | para todo n ∈ Z+ .
n+7 n+6
4
ˆ lim |an | = lim = 0.
n→∞ n→∞ n + 6

Logo, a série é convergente.



n2 1 4 9 16
(c) + ....
X
(−1)n+1 3
= − + −
n=1
n +1 2 9 28 65

n2 n2 1 n+2 (n + 1)
2
ˆ Temos que |an | = (−1)n+1 = = e |a n+1 | = (−1) =
n3 + 1 n3 + 1 n + n12 (n + 1)3 + 1
(n + 1)2 1 1 1 1
3
= 1 . Como 1 ≥ > 1 , então
(n + 1) + 1 n + 1 + (n+1)2 n + n2 n+1 n + 1 + (n+1)2

|an+1 | < |an | para todo n ∈ Z+ .


1
n2
ˆ lim |an | = lim = lim n
= 0.
n→∞ n→∞ n3 + 1 n→∞ 1 + 13
n

Concluímos que a série é convergente.



(−1)n 1 1 1 1 1 1
(d) − ....
X
=− + − + − +
n=1
ln(n + 1) ln 2 ln 3 ln 4 ln 5 ln 6 ln 7
(−1)n 1
Temos que |an | = = (pois ln x > 0 se x > 1).
ln(n + 1) ln(n + 1)

4
1
ˆ Como a função ln x é crescente, então a função f (x) = é decrescente.
ln(x + 1)
Como f (n) = |an |, então a sequência |an | é decrescente, ou seja, |an+1 | < |an | para
todo n ∈ Z+ .
1
ˆ lim |an | = lim = 0.
n→∞ n→∞ ln(n + 1)

Concluímos que a série é convergente.



(−1)n+1 1 1 1 1
(e) + ....
X
= − + −
n=1
4n2 +1 5 17 37 65

(−1)n+1 1 (−1)n+2 1
ˆ Temos que |an | = 2
= 2
e |a n+1 | = 2
= .
4n + 1 4n + 1 4(n + 1) + 1 4(n + 1)2 + 1
1 1
Como 2
< 2 , então |an+1 | < |an | para todo n ∈ Z+ .
4(n + 1) + 1 4n + 1
1
ˆ lim |an | = lim = 0.
n→∞ n→∞ 4n2 + 1

Concluímos que a série é convergente.

Exercícios do livro Cálculo (Volume 2) do James Stewart (5ª edição).

ˆ Seção 11.4: 3-29.

ˆ Seção 11.5: 2-13, 15.

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