6o Ao 9o Anos - BCM - Ensino Religioso

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Firmo Camurça

Prefeito Municipal

José Marcelo Farias Lima


Secretário de Educação

Antonio Nilson Gomes Moreira


Secretário Executivo da Secretaria de Educação

Maria Eliana Almeida


Diretora Geral da Secretaria de Educação

Ivaneide Antunes da Silva


Diretora da Diretoria de Educação

Maria Apolinário dos Santos Chagas


Diretora da Diretoria de Avaliação e Monitoramento

André Batista de Albuquerque


Diretor da Diretoria de Suporte Operacional

Antonete Gomes de Oliveira


Presidente do Conselho Municipal de Educação

Marigel de Sousa Braga


Ilustração da capa
Prefeitura Municipal de Maracanaú
Secretaria de Educação

Base Curricular
de Maracanaú
Ensino Religioso
6o ao 9o Anos

Maracanaú | Ceará | 2019


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dos, tecendo considerações especiais sobre os proces-


sos de transição vivenciados pela criança pequena.
Do terceiro ao sexto volumes, contempla-se os
anos iniciais do Ensino Fundamental e do sétimo ao
décimo sexto, os componentes curriculares dos anos
nais. Em cada um desses documentos, há conside-
rações sobre a etapa de ensino, as características psi-
cossociais do público-alvo, as competências a serem
desenvolvidas em cada área do ensino, além de compe-
tências e habilidades a serem alcançadas pelo estudan-
te, em cada componente curricular.
Este volume foi elaborado especialmente para
você, professora ou professor de Ensino Religioso dos
anos nais do Ensino Fundamental! Esperamos que
faça uso do mesmo na perspectiva de garantir o direi-
to da aprendizagem dos estudantes maracanauenses, a
principal missão deste sistema educacional.

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investigação, a reexão, a análise crítica, a ima-


ginação e a criatividade, para investigar cau-
sas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das
diferentes áreas.
• Valorizar e fruir as diversas manifestações
artísticas e culturais, das locais às mundiais, e
também participar de práticas diversica-
das da produção artístico-cultural.
• Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral
ou visual-motora, como Libras, e escrita), cor-
poral, visual, sonora e digital –, bem como co-
nhecimentos das linguagens artística, matemá-
tica e cientíca, para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e senti-
mentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.
• Compreender, utilizar e criar tecnologias di-
gitais de informação e comunicação de forma
crítica, signicativa, reexiva e ética nas di-
versas práticas sociais (incluindo as escolares)
para se comunicar, acessar e disseminar in-
formações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e autoria na
vida pessoal e coletiva.

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• Valorizar a diversidade de saberes e vivên-


cias culturais e apropriar-se de conhecimentos
e experiências que lhe possibilitem entender as
relações próprias do mundo do trabalho e fazer
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e
ao seu projeto de vida, com liberdade, autono-
mia, consciência crítica e responsabilidade.
• Argumentar com base em fatos, dados e infor-
mações conáveis, para formular, negociar
e defender ideias, pontos de vista e decisões
comuns que respeitem e promovam os direi-
tos humanos, a consciência socioambiental
e o consumo responsável em âmbito local, re-
gional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do
planeta.
• Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, exibilidade, resiliência e de-
terminação, tomando decisões com base em
princípios éticos, democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários.
• Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saú-
de sica e emocional, compreendendo-se na
diversidade humana e reconhecendo suas
emoções e as dos outros, com autocrítica e ca-
pacidade para lidar com elas.

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• Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de


conitos e a cooperação, fazendo-se respeitar
e promovendo o respeito ao outro e aos direitos
humanos, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos e de grupos sociais,
seus saberes, identidades, culturas e potencia-
lidades, sem preconceitos de qualquer natu-
reza (GRIFOS NOSSOS).

A Base Curricular de Maracanaú estabelece ob-


jetivos de ensino e aprendizagem a serem atingidos
durante determinado período da escolarização. Estas
precisam ser materializadas em habilidades, compe-
tências e atitudes desenvolvidas pelo educando. Pra
tanto, fazem-se necessárias um conjunto de ações ar-
ticuladas que contemple, dentre outros, as orientações
sobre a implementação do currículo, a formação inicial
e continuada, o planejamento periódico e avaliação no
âmbito das escolas.
As avaliações externas, em função dos instru-
mentos utilizados, não têm como objetivo aferir toda
riqueza curricular das escolas. As matrizes de referên-
cia não podem ser tomadas como currículo, mas ape-
nas como relacional. Desse modo, a partir da Base Na-
cional Comum Curricular, foram elaborados os mapas
curriculares que se conguram através das seguintes

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áreas do conhecimento e seus respectivos Componen-


tes Curriculares:

• Linguagens: Língua Portuguesa, Arte, Educação


Física, Língua Inglesa;
• Matemática: Matemática;
• Ciências da Natureza: Ciências;
• Ciências Humanas: Geograa, História e Ensi-
no Religioso:

Nesses mapas estão apresentadas: os campos de


atuação e as práticas de linguagem, especícos da Lín-
gua Portuguesa; os eixos, próprios da língua inglesa;
as Unidades Temáticas, presentes neste e nos demais
componentes curriculares; os objetos de aprendiza-
gem; e as habilidades.
As habilidades expressam as aprendizagens essen-
ciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferen-
tes contextos escolares e estão relacionadas a diferentes
objetos de conhecimento, entendidos como conteúdos.
É importante considerar que a transição das
crianças da educação infantil para o ensino fundamen-
tal, anos iniciais, impõe novos desaos. A perspectiva
é que a equipe pedagógica e os professores planejem o
que deve ser ensinado nessa fase de escolarização, valo-
rizando as situações lúdicas e experiências vivenciadas

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na primeira etapa, visando o aprofundamento, amplia-


ção e apropriação das diferentes lógicas de organização
dos conhecimentos relacionados às áreas para desaos
de maior complexidade nos anos nais.
Desse modo, uma proposta para os anos iniciais
deve evidenciar a interação entre o brincar e o letra-
mento, como dimensões fundamentais do desenvol-
vimento e da aprendizagem das crianças, por meio de
práticas docentes que possibilitem o reconhecimento
de suas diferentes histórias, valores e concepções, bem
como de competências e habilidades importantes para
o processo de alfabetização.

1.1 Competências específicas das áreas e dos


componentes curriculares

Adiante estão relacionadas as competências es-


pecícas para cada área e seus respectivos componen-
tes curriculares, quando for o caso.

1.1.1 Competências específicas da área de


Ciências Humanas (Geografia, História e
Ensino Religioso)

• Compreender a si e ao outro como identidades


diferentes, de forma a exercitar o respeito à di-

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ferença em uma sociedade plural e promover os


direitos humanos.
• Analisar o mundo social, cultural e digital e
o meio técnico-cientíco-informacional com
base nos conhecimentos das Ciências Huma-
nas, considerando suas variações de signicado
no tempo e no espaço, para intervir em situa-
ções do cotidiano e se posicionar diante de pro-
blemas do mundo contemporâneo.
• Identicar, comparar e explicar a intervenção
do ser humano na natureza e na sociedade,
exercitando a curiosidade e propondo ideias
e ações que contribuam para a transformação
espacial, social e cultural, de modo a participar
efetivamente das dinâmicas da vida social.
• Interpretar e expressar sentimentos, crenças
e dúvidas com relação a si mesmo, aos outros
e às diferentes culturas, com base nos instru-
mentos de investigação das Ciências Huma-
nas, promovendo o acolhimento e a valoriza-
ção da diversidade de indivíduos e de grupos
sociais, seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de qual-
quer natureza.
• Comparar eventos ocorridos simultaneamen-
te no mesmo espaço e em espaços variados,

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e eventos ocorridos em tempos diferentes no


mesmo espaço e em espaços variados.
• Construir argumentos, com base nos conheci-
mentos das Ciências Humanas, para negociar e
defender ideias e opiniões que respeitem e pro-
movam os direitos humanos e a consciência so-
cioambiental, exercitando a responsabilidade e
o protagonismo voltados para o bem comum e a
construção de uma sociedade justa, democráti-
ca e inclusiva.
• Utilizar as linguagens cartográca, gráca e
iconográca e diferentes gêneros textuais e tec-
nologias digitais de informação e comunicação
no desenvolvimento do raciocínio espaço-tem-
poral relacionado a localização, distância, dire-
ção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e
conexão.

1.1.1.1 Competências específicas de Ensino Religioso

• Conhecer os aspectos estruturantes das dife-


rentes tradições/movimentos religiosos e lo-
soas de vida, a partir de pressupostos cientí-
cos, losócos, estéticos e éticos.
• Compreender, valorizar e respeitar as manifes-
tações religiosas e losoas de vida, suas expe-

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riências e saberes, em diferentes tempos, espa-


ços e territórios.
• Reconhecer e cuidar de si, do outro, da coleti-
vidade e da natureza, enquanto expressão de
valor da vida.
• Conviver com a diversidade de crenças, pensa-
mentos, convicções, modos de ser e viver.
• Analisar as relações entre as tradições religio-
sas e os campos da cultura, da política, da eco-
nomia, da saúde, da ciência, da tecnologia e do
meio ambiente.
• Debater, problematizar e posicionar-se frente
aos discursos e práticas de intolerância, dis-
criminação e violência de cunho religioso, de
modo a assegurar os direitos humanos no cons-
tante exercício da cidadania e da cultura de paz.

1.2 Os anos finais do Ensino Fundamental

No decorrer do tempo, o Ensino Fundamental


vem se congurando em um grande desao para os sis-
temas educacionais de ensino. A partir da Conferência
Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtien, na
Tailândia, em 1990, a universalização do ensino funda-
mental consiste em transformar a escola em um lócus
privilegiado para a inclusão de todos. Importante lem-

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brar que a Constituição de 1988 já evocava e reconhecia


a educação como direito de todos e dever do Estado e
da família.
Nessa perspectiva, a escola pública passa a ab-
sorver todos os estudantes pertencentes às camadas
populares, que trazem consigo as mazelas sociais im-
postas pelos elevados índices de vulnerabilidade e de-
sigualdade social.
De acordo com a BNCC, os estudantes dos Anos
Finais do Ensino Fundamental se deparam, especi-
camente, “com desaos de maior complexidade”, pois
precisam avançar nos estudos para dar continuidade
aos conhecimentos adquiridos na etapa anterior, vi-
sando a obtenção de um nível mais elevado de aprofun-
damento e abstração dos objetos de conhecimento. Isso
implica a necessidade de os professores retomarem os
saberes consolidados nos anos iniciais para aprofunda-
rem e ressignicarem as aprendizagens que se seguem.
Contudo, a dinâmica e o ativismo da organização
dos diferentes componentes curriculares dessa etapa,
protagonizados pelos professores, impossibilitam a
sistematização dos saberes da etapa anterior e os fa-
zem avançar na “matéria” sem propiciar o nivelamen-
to dos estudantes. Essa ação provoca desinteresse nas
aulas advindas da não compreensão do que está sen-
do exposto, além de desencadear ausência de sentido

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aos conteúdos ensinados. Isso traz como consequên-


cia sensação de incapacidade frente ao conhecimento,
baixa autoestima e a construção de um grande fosso na
transição entre o ensino fundamental e médio, acarre-
tando signicativos percalços para o estudante, mar-
cando sua trajetória escolar com um histórico de repe-
tência, distorção idade – série e abandono, indicadores
educacionais extremante visíveis no bojo das políticas
públicas e da sociedade, especicamente nos anos -
nais do ensino fundamental, que servem para balizar a
qualidade do ensino no país.
Nesse contexto, a escola torna-se totalmente
ineciente no desempenho do seu compromisso: a
promoção de uma educação que visa à formação e o
desenvolvimento humano, voltada “ao acolhimento, re-
conhecimento e desenvolvimento pleno” dos estudan-
tes nas suas singularidades e diversidades.
Nos anos nais, atender bem signica conside-
rar todas as dimensões do ser, com vistas a usufruir de
uma educação integral. Toda uma geração de meninos
e meninas na faixa etária entre 11 e 15 anos, está na fase
de transição entre a infância e a adolescência e traz
em seu arcabouço emocional diferentes experiências,
o que requer uma preparação do professor para lidar
com os desaos que esta fase da vida impõe, os quais
não têm sido tão bem compreendidos pelos professo-

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res. Por si só a adolescência é um caldeirão pulsante


de transformações, sejam sicas, biológicas, psicoló-
gicas, emocionais, sexuais e sociais. É a fase marcada
por uma busca identitária de armação do Eu, da con-
solidação dos laços afetivos, do sentimento de grupo e
da ampliação do intelecto, com possibilidades de ra-
ciocínios mais elaborados, em nível mais profundo de
abstração. Ao mesmo tempo, esse estudante é fruto de
uma geração digital que opera com o mundo de forma
mais ampla e imediata, contrapondo-se com a lógica
do professor que ainda faz referência ao seu tempo de
escola para exemplicar parâmetro de “bom” aluno. É
o estudante adolescente quem melhor encarna os de-
saos da cultura digital. Protagoniza novas formas de
relação com as mídias e novos processos de comunica-
ção em rede, realizados de forma imediata e efêmera,
contrapondo-se aos padrões estabelecidos pela cultura
escolar.
A ausência de políticas públicas direcionadas de
forma mais especíca a esta etapa de ensino corrobora
para a ruptura nos processos de aprendizagem entre
os anos iniciais e os anos nais e entre esses e o ensi-
no médio. Para superar os desaos citados, a escola,
principalmente nesta etapa, precisa atuar de forma
que possa cumprir seu papel de formadora das novas
gerações, conectadas com esse novo tempo onde a pro-

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fusão e agilidade de informações impulsionam análises


superciais.
Portanto, a instituição escolar precisa encontrar
formas para incorporar em suas práticas pedagógicas
decisões curriculares que busquem a equidade, tendo
como princípio o reconhecimento que as necessida-
des dos estudantes são diferentes, pois os mesmos são
seres singulares e plurais simultaneamente que preci-
sam de tratamentos de forma diferenciada, mas com
igualdade de direitos. Para isso, a homogeneização não
facilita o diálogo da escola com seu público alvo.
A escola deve incorporar ao seu modus operandi
novas abordagens metodológicas e outras linguagens
que promovam uma comunicação entre os estudantes
desta etapa de ensino. Valorizar o potencial de comu-
nicação advindo do universo digital dos adolescentes,
conceber novas formas de aprender, ressignicar os
sentidos da escola e, consequentemente, a importância
de uma boa relação entre professor – aluno reverberará
em aprendizagens signicativas.
A percepção do estudante como sujeito de direito,
portador de histórias e saberes construídos na relação
com o outro e com o seu entorno social produz uma
cultura juvenil, com linguagem, simbologia e comuni-
cação próprias. A compreensão por parte do professor
desses elementos é indispensável para potencializar o

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trabalho no espaço escolar e dar voz ao estudante ado-


lescente para que possa construir uma cidadania críti-
ca, participativa e consciente do seu papel na sociedade.
Nessa perspectiva, a escola pode atender as in-
quietudes dos adolescentes que frequentam os anos
nais propondo a construção do projeto de vida, para
que, através desse o condutor, se estabeleça uma ar-
ticulação que fortaleça a visão de futuro do educando,
ao mesmo tempo em que promove o gosto pela conti-
nuidade nos estudos. É uma forma de a escola moder-
nizar sua prática e ir além de conteúdos fechados em si
mesmos, construindo uma ponte para a vida que deve
ser reetida por eles mesmos, tendo como referência
suas experiências individuais, contribuindo desta for-
ma para o pleno desenvolvimento humano e formação
integral.
O Ensino Fundamental – Anos Finais – está or-
ganizado em cinco áreas do conhecimento, são elas:
Linguagens, Ciências Humanas, Matemática, Ciências
da Natureza e Ensino Religioso, como bem aponta o Pa-
recer CNE/CEB nº 11/2010 “favorecem a comunicação
entre os conhecimentos e saberes dos diferentes com-
ponentes curriculares” (BRASIL, 2010).
Cada área de conhecimento estabelece compe-
tências especícas de área. Quando estas abrigam
mais de um componente curricular (Linguagens e Ci-

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ências Humanas), também são denidas competên-


cias especícas do componente (Língua Portuguesa,
Arte, Educação Física, Língua Inglesa, Geograa e His-
tória) a serem desenvolvidas pelos alunos ao longo des-
sa etapa de escolarização.
Para garantir o desenvolvimento das compe-
tências especícas, cada componente curricular
apresenta um conjunto de habilidades. Estas estão
diretamente relacionadas aos diferentes objetos de
conhecimento entendidos como conteúdos, concei-
tos e processos que, por sua vez, são organizados em
unidades temáticas.
As unidades temáticas, por sua vez, definem
um arranjo dos objetos de conhecimento adequan-
do às especificidades dos diferentes componentes
curriculares.
A BCM é um ponto de partida das aprendizagens
consideradas essenciais para o desenvolvimento inte-
gral do educando, respeitando a história local e a rea-
lidade, com vistas a garantir o direito de aprendizagem
dos educandos de forma signicativa. A escola deve ser
um ambiente de curiosidade cientíca e de participa-
ção, ou seja, precisa ser reinventada para inspirar e
encantar sua comunidade educativa, principalmente a
etapa nal do Ensino Fundamental, por todas as razões
expostas neste texto.

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das experiências que cada um traz para o diálogo cons-


trutor de novas realidades.

Os modelos do Ensino Religioso


O ensino religioso compreende-se a partir de três
modelos de conhecimento: catequético, teológico e das
ciências da religião. Verica-se que o modelo das ciên-
cias da religião, garante autonomia no que se refere ao
pluralismo cultural e religioso.

Ciências da Reli-
Modelos Catequético Teológico
gião

Transdisciplinar/
Cosmovisão Unirreligiosa Plurirreligiosa
transreligiosa

Contexto Polí- Aliança Igreja- Sociedade Sociedade da Pós


tico -Estado secularizada Modernidade

Antropologia,
Conteúdos As Ciências da Re-
Fonte Teologia do
doutrinais ligião
pluralismo

Dedução/ Dou- Indução/ Filo- Complexidade/ Ho-


Método
trinação soa lístico/Sistêmico

Escola Tradi- Epistemologia Fe-


Anidade Escola Nova
cional nomenológica

Formação
Expansão das Educação do cida-
Objetivo religiosa dos
Igrejas dão
cidadãos

Conssões
Responsabili- Conssão Comunidade cientí-
Plurirreligio-
dade religiosa ca e do Estado
sas

Proselitismo e Catequese Neutralidade cien-


Riscos
Intolerância disfarçada tíca

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Os objetos de conhecimento do Ensino Religioso


As cinco unidades temáticas do Ensino religioso
apresentam-se em eixos organizadores para os blocos
de conteúdos (objetos do conhecimento) do ensino fun-
damental. São estas:

• Culturas e Tradições Religiosas: É o estudo do


fenômeno religioso à luz da razão humana, ana-
lisando questões como função e valores da tra-
dição religiosa, relação entre tradição religiosa
e ética, teodiceia, tradição religiosa natural e re-
velada, existência e destino do ser humano na
diferentes culturas.
• Escrituras sagradas e/ou Tradições Orais:
São os textos que transmitem, conforme a fé
dos seguidores, uma mensagem do transcen-
dente, onde pela revelação, cada forma de ar-
mar o transcendente, faz conhecer aos seres
humanos seus mistérios e na vontade, dando
origem às tradições. E estão ligados ao ensino.
À pregação, à exortação e aos estudos eruditos.
• Teologias É o conjunto de armações e conhe-
cimentos elaborados pela religião e repassando
para os éis o transcendente de modo organiza-
do ou sistematizados.
• Ritos É a série de práticas celebrativas pela tra-

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dição religiosa a partir dos rituais, símbolos e


espiritualidades.
• Ethos É a forma interior da moral humana em
que se realiza o próprio sentido do ser. É for-
mado na percepção interior dos valores, de que
nasce o dever como expressão da consciência e
do próprio eu pessoal.

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Mapas Curriculares
ENSINO RELIGIOSO
6o ao 9o Anos
BCM
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ENSINO RELIGIOSO

UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Manifestações religio- Místicas e espiritualidades (EF07ER01) Reconhecer e respeitar as práticas de comunicação
sas com as divindades em distintas manifestações e tradições reli-
giosas.
(EF07ER02) Identicar práticas de espiritualidade utilizadas
pelas pessoas em determinadas situações (acidentes, doenças,
fenômenos climáticos).
Lideranças religiosas (EF07ER03) Reconhecer os papéis atribuídos às lideranças de
diferentes tradições religiosas.
(EF07ER04) Exemplicar líderes religiosos que se destacaram
por suas contribuições à sociedade.
(EF07ER05) Discutir estratégias que promovam a convivência
ética e respeitosa entre as religiões.

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Crenças religiosas e - Princípios éticos e valores re- (EF07ER06) Identicar princípios éticos em diferentes tradi-
losoas de vida ligiosos ções religiosas e losoas de vida, discutindo como podem in-
uenciar condutas pessoais e práticas sociais.
Liderança e direitos humanos (EF07ER07) Identicar e discutir o papel das lideranças religio-
sas e seculares na defesa e promoção dos direitos humanos.
(EF07ER08) Reconhecer o direito à liberdade de consciência,
crença ou convicção, questionando concepções e práticas so-
ciais que a violam.
3.2 8º E 9º ANOS
ENSINO RELIGIOSO – 8º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Crenças religiosas e lo- Crenças, convicções e ati- (EF08ER01) Discutir como as crenças e convicções podem inuen-
soas de vida tudes ciar escolhas e atitudes pessoais e coletivas.
(EF08ER02) Analisar losoas de vida, manifestações e tradições
religiosas destacando seus princípios éticos.
Doutrinas religiosas (EF08ER03) Analisar doutrinas das diferentes tradições religiosas e
suas concepções de mundo, vida e morte.
Crenças, losoas de vida (EF08ER04) Discutir como losoas de vida, tradições e institui-
e esfera pública ções religiosas podem inuenciar diferentes campos da esfera pú-
blica (política, saúde, educação, economia).
(EF08ER05) Debater sobre as possibilidades e os limites da interfe-
rência das tradições religiosas na esfera pública.
(EF08ER06) Analisar práticas, projetos e políticas públicas que con-
tribuem para a promoção da liberdade de pensamento, crenças e
convicções.
Tradições religiosas, mí- (EF08ER07) Analisar as formas de uso das mídias e tecnologias pelas
dias e tecnologias diferentes denominações religiosas.
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ENSINO RELIGIOSO – 9º ANO

UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Crenças religiosas e lo- Imanência e transcendência (EF09ER01) Analisar princípios e orientações para o cuidado
soas de vida da vida e nas diversas tradições religiosas e losoas de vida.
(EF09ER02) Discutir as diferentes expressões de valorização
e de desrespeito à vida, por meio da análise de matérias nas
diferentes mídias.
Vida e morte (EF09ER03) Identicar sentidos do viver e do morrer em di-
ferentes tradições religiosas, através do estudo de mitos fun-
dantes.
(EF09ER04) Identicar concepções de vida e morte em di-
ferentes tradições religiosas e losoas de vida, por meio da
análise de diferentes ritos fúnebres.
(EF09ER05) Analisar as diferentes ideias de imortalidade ela-

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boradas pelas tradições religiosas (ancestralidade, reencarna-
ção, transmigração e ressurreição).
Princípios e valores éticos (EF09ER06) Reconhecer a coexistência como uma atitude ética
de respeito à vida e à dignidade humana.
(EF09ER07) Identicar princípios éticos (familiares, religio-
sos e culturais) que possam alicerçar a construção de projetos
de vida.
(EF09ER08) Construir projetos de vida assentados em princí-
pios e valores éticos.
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• Cosmovisões;
• Saberes;
• Crenças;
• Mitologias;
• Narrativas;
• Textos;
• Símbolos;
• Ritos;
• Doutrinas;
• Tradições;
• Movimentos;
• Práticas e princípios éticos e morais.

O professor deverá observar todos esses aspectos


apresentados e adotar metodologias ou procedimentos
que favoreçam: a pesquisa e diálogo; a mediação; a ob-
servação; a identicação; a análise; a apropriação; e a
ressignicação de valores.
Caberá ao professor realizar a avaliação através
das habilidades, adotando todos os princípios acima
relacionados. E cada aspecto referido na segunda colu-
na deverá ser utilizado para avaliar a unidade temática
correspondente.

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Unidades Temáticas
Identidade e Manifestações
Crenças reli-
Alteridade. Religiosas.
Representação giosas e Filoso-
Diversidades Experiência de
e Comunicação a de Vida
Religiosas Transcendência
O que se avalia?
• Identicação e acolhimento às semelhanças e diferenças entre o
eu, o outro e o nós;
• Reconhecimento e valorização da diversidade de textos religiosos
escritos e orais;
• Discussão sobre o estudo e a interpretação do texto religioso e
inuência às tradições religiosas;
• Estímulo a novas capacidades de compreensão crítica e criativa
dos educandos no que diz respeito à religião, religiosidade e espi-
ritualidade.

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