ATOS ADMINISTRATIVOS e RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
ATOS ADMINISTRATIVOS e RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
ATOS ADMINISTRATIVOS e RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
● Conceito de Ato Administrativo: Manifestação unilateral de vontade por parte da Adm. Pública,
na qual ela utiliza as suas prerrogativas de Direito Público; Toda prescrição unilateral, juízo ou
conhecimento, predisposta à produção de efeitos jurídicos, expedida pelo Estado ou por quem lhe
faça às vezes, no exercício de suas prerrogativas e como parte interessada numa relação,
estabelecida na conformidade ou na compatibilidade da lei, sob o fundamento de cumprir
finalidades assinaladas no sistema normativo, sindicável pelo Judiciário.
➔ Manifestação unilateral do Estado: o Estado pratica atos, produzindo efeitos, extinguindo
relações, declarando algo, etc.
➔ Nem todo ato que a Adm. Pública pratica é ato administrativo.
➔ Ato Administrativo é aquele praticado pela Adm. Pública, valendo-se de suas prerrogativas de
Direito Público (Superioridade perante o Particular);
➔ Particulares também podem praticar atos administrativos - Ex.: Quando exerce atividades
Administrativas, usando prerrogativas de Direito Público;
➔ Se falou em DIREITO PRIVADO, não existe ato administrativo;
➔ Os atos administrativos podem ser submetidos ao poder judiciário.
● Classificações:
➔ Ato Unilateral: há somente uma manifestação de vontade (Da Administração Pública); -
REGRA GERAL
➔ Ato Bilateral: mais de uma manifestação de vontade (Da Administração e do Administrado);
Ex.: Contrato Administrativo.
➔ Ato Vinculado: o adm. público não exerce nenhuma margem de escolha, exercendo o ato
exatamente como a Lei dispõe;
★ Uma vez preenchidos os requisitos legais, o adm. público deve praticar o ato nos exatos
termos da Lei.
➔ Ato Discricionário: o adm. público possui uma certa liberdade para praticar os atos;
★ Não é liberdade ABSOLUTA;
★ Mérito Administrativo: Juízo de Conveniência e Oportunidade, no qual o adm. público
decide qual a melhor maneira de atuar, visando proteger o interesse público; - Só existe
em ATO DISCRICIONÁRIO.
★ Sempre estará prevista em Lei e nos Conceitos Jurídicos Indeterminados (Boa-fé, Conduta
escandalosa, etc.) - Legalidade + Mérito;
★ Os limites estão previstos em Lei e nos Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade;
➔ Ato de Império: ato praticado pela adm. pública utilizando-se de sua supremacia;
★ Atos coercitivos;
★ Atos impositivos.
➔ Ato de Gestão: atos que o Estado pratica sem exercer sua supremacia;
➔ Ato de Expediente: atos internos; geram efeitos meramente internos;
➔ Ato Constitutivo: ato que faz algo novo; ato que cria, modifica ou extingue uma
situação/relação jurídica;
➔ Ato Declaratório: reconhece uma situação preexistente;
● Diferenciação de Ato:
➔ Ato Perfeito: diz respeito a suas etapas, a conclusão de suas etapas/ aquele que completou
seu ciclo de formação (Etapa);
➔ Ato Válido: é um ato que está em conformidade com o ordenamento jurídico (Lei);
➔ Ato Eficaz: apto para produzir seus efeitos (Efeitos);
COMO FIOFÓ
➔ Competência:
★ Atribuição legal para a prática do ato;
★ Quem pode praticar o ato?
★ Não é presumida, está prevista em Lei;
★ Sujeito que tem competência para praticar o ato.
★ Lei 9.784/99 - Características:
1) Irrenunciável - o agente público não pode abrir mão da competência;
2) Imprescritível - não perde a competência pelo não uso;
3) Intransferível - definição legal;
4) Imodificável - definição legal.
★ Admite a Delegação (quando é passado para outra pessoa o poder para praticar o ato);
➢ Não precisa ser para subordinado;
➢ Não transfere a Titularidade;
➢ Revogação - a qualquer tempo;
➢ Consideram-se praticados pela autoridade Delegada.
★ Não admite delegação - CENORA
➢ Competência Exclusiva;
➢ Atos Normativos;
➢ Decisão em Recurso Administrativo.
★ Admite a Avocação (tirar a competência de alguém);
➢ Medida temporária e excepcional;
➢ Deve ser motivada;
➢ Apenas de subordinados;
➢ Não podem ser avocadas: Competências Exclusivas.
★ Sempre Vinculado.
★ Vícios de Competência:
1. USURPAÇÃO DE FUNÇÃO/ COMPETÊNCIA – Art. 328 C.P. pessoa que não foi
investida em cargo, função ou emprego público e começa a praticar ato administrativo.
2. EXCESSO DE PODER (desvio de poder) abuso de poder (Lei 4898) a pessoa tem
competência, mas extrapola os seus limites.
3. SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO Lei 9784/99 (O agente que produziu o ato estava em
gozo de licença ou cumprindo uma pena de suspensão)
4. FUNÇÃO DE FATO - O ato praticado em desvio de função, sem que o funcionário
estivesse investido para tanto – o ato é válido perante terceiros, por força do princípio
da impessoalidade.
★ Finalidade:
★ Interesse público;
★ Respeito à finalidade prevista em Lei;
★ Objetivo do ato, intenção.
★ Princípio da Impessoalidade;
★ Ex.: Remoção de Ofício (Vingança e Punição - NÃO).
★ Sempre Vinculado.
★ Sucede a prática do ato. Corresponde a algo que a Administração quer alcançar com a
prática do ato.
➔ Forma:
★ Definida em Lei;
★ Procedimentos que devem ser observados para a prática dos atos.
★ Motivação - Exposição dos motivos; explicação dos motivos; apresentação dos motivos;
➢ Pode ser dispensada em alguns casos;
➢ Ex.: Exoneração de um cargo em comissão;
★ Regra: Escrita;
★ Determinada - quando a Lei exigir;
★ Sempre Vinculado.
➔ Motivos:
★ Refletem a situação fática (fatos) e jurídica (lei) que justificam a prática do ato;
★ Pressuposto de fato compreende um conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de
situações que levam a Administração a praticar o ato.
★ Pressuposto de direito é o dispositivo legal em que se baseia o ato.
★ A ausência de motivo ou a indicação de um motivo falso invalidam o ato administrativo.
★ “Justificativa” para a prática do ato.
★ Antecede a prática do ato. São os pressupostos de fato e de direito que levam a prática do
ato.
★ Pode ser Vinculado ou Discricionário.
➔ Objeto:
★ Conteúdo material do ato;
★ Efeitos imediatos do ato;
★ Resultado que se pretende atingir;
★ Fim que se pretende produzir.
★ Pode ser Vinculado ou Discricionário.
★ Lícito - em conformidade com a Lei
★ Possível - realizável no mundo dos fatos e do direito
★ Certo - definido quanto ao destinatário, aos seus efeitos, ao tempo e ao lugar.
★ Moral - em consonância aos padrões comuns de comportamento, aceitos como corretos,
justos, éticos.
● Funcionário de Fato ou Agente Putativo: é o servidor público que está investido irregularmente;
★ Os atos praticados são considerados válidos?? Sim, para terceiros de boa-fé!
★ Será remunerado por esse período? Sim!
● Mérito Administrativo:
➔ O que é o mérito administrativo?
É uma valoração feita pela Administração quanto às vantagens e desvantagens na realização
de um determinado ato.
➔ O mérito do ato administrativo não se constitui num elemento de formação do ato
administrativo.
➔ O mérito administrativo está diretamente relacionado à oportunidade, à convivência e à
justiça na realização do ato.
➔ Nesse caso, é confiado ao Administrador a valorização dos motivos e do objeto, não cabendo
ao Judiciário rever os critérios adotados pelo administrador, porque não há padrões de
legalidade para aferir essa situação.
➔ Porém, se sob o manto do mérito administrativo, aninhar qualquer ilegalidade resultante de
abuso ou desvio de poder, poderá ocorrer a sua anulação.
➔ Atos Ordinatórios:
★ São atos praticados em decorrência do Poder Hierárquico. Tem como objetivo
disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional dos seus
agentes.
★ Buscam orientar o servidor público no desempenho de suas atribuições.
★ Esses atos decorrem do Poder hierárquico, portanto, podem ser expedidos por qualquer
chefe de serviço aos seus subordinados, desde que faça, nos limites de sua
competência.
★ Esses atos só têm abrangência no âmbito interno das repartições e só alcançam os
servidores hierarquizados à chefia que o expediu.
★ Não alcançam particulares e nem tampouco funcionários submetidos a outras chefias.
★ Esses atos não geram direitos e obrigações e sim deveres e prerrogativas para os agentes
administrativos.
★ Através dos atos ordinatórios a Administração promove a investidura de servidores
subalternos em suas funções.
★ Dentre os atos ordinatórios, temos:
1) INSTRUÇÕES - são ordens escritas e gerais relacionadas ao modo e a forma de
execução de determinados serviços públicos, expedidas pelo superior hierárquico com
o escopo de orientar o subalterno no desempenho de suas atribuições.
As instruções não podem contrariar: a lei; o decreto; o regulamento; o regimento ou o
estatuto.
São atos inferiores, de mero ordenamento administrativo.
2) CIRCULARES – são ordens escritas e são expedidas a determinados agentes
administrativos no desempenho de certas atribuições em circunstâncias especiais.
São atos de menor generalidade do que as instruções, contudo, tem como objetivo
ordenar o serviço.
3) AVISOS - são atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos afetos ao
seu ministério.
4) PORTARIA – são atos administrativos internos pelos quais os chefes de órgãos,
repartições ou serviços: expedem determinações gerais ou especiais a seus
subordinados, designa servidores para funções e ou cargos; inicia uma sindicância.
Não atingem e nem obrigam os particulares.
5) ORDENS DE SERVIÇO – são determinações especiais contendo imposição de caráter
meramente administrativo.
6) OFÍCIOS – são comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre
subalternos e superiores e entre a Administração e o particular, em caráter especial.
7) DESPACHOS – são decisões que as autoridades executivas proferem em papéis,
requerimentos e processos sujeitos à sua apreciação.
➔ Atos Negociais:
★ Os atos administrativos propriamente ditos são aqueles que contém uma declaração de
vontade que tem um mandamento geral ou um provimento especial da Administração
Pública.
★ Porém, há outros atos em que a declaração de vontade da Administração Pública coincide
com a pretensão do particular.
★ Esses atos administrativos quando coincidem com a pretensão do particular tem
como objetivo CONCRETIZAR NEGÓCIOS JURÍDICOS PÚBLICOS.
★ Esses negócios jurídicos públicos são denominados por Meirelles, a exemplo da
doutrina italiana, de atos administrativos negociais.
★ Os atos administrativos negociais, são atos unilaterais da Administração Pública, mas por
encerrarem direitos recíprocos entre a Administração e o Administrado:
❖ Geram direitos e obrigações entre as partes;
❖ Na realização do ato, a Administração deve obrigatoriamente agir em conformidade
com os requisitos essenciais para a prática do ato administrativo;
★ Cabe ao particular se subordinar incondicionalmente aos requisitos dos atos
administrativos.
★ Atos administrativos negociais são declarações de vontade da autoridade
administrativa destinados a produzir efeitos específicos e individuais para o
particular interessado.
★ Os atos negociais podem ser:
➢ VINCULADOS – a lei estabelece os requisitos necessários à prática do ato.
➢ DISCRICIONÁRIOS - a expedição da formação do ato fica alvedrio da administração.
➢ DEFINITIVO – quando embasa no direito individual do requerente.
➢ PRECÁRIO – quando provém de uma liberalidade da administração.
➢ Os atos negociais são específicos e só geram efeitos jurídicos entre as partes
(Administração – Administrado).
★ Dentre os atos negociais, temos:
1) LICENÇA - é um direito subjetivo do interessado. Se o particular satisfaz todos os
requisitos legais para a obtenção da licença, a Administração em hipótese alguma pode
negar.
2) AUTORIZAÇÃO - ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO E PRECÁRIO.
Mesmo que o particular preencha todas as exigências administrativas, está no campo
da liberalidade da Administração (oportunidade e conveniência) autorizar uma certa
atividade, serviço ou utilização de um determinado bem público ou particular.
OBS: ALVARÁ (não é uma espécie de ato administrativo)– é um meio para se conceder
a licença ou autorização para a prática ou exercício de q.q. ato. O conteúdo do alvará é
a forma.
3) PERMISSÃO – é um ato administrativo unilateral, precário e discricionário.
Através desse ato, a Administração Pública, denominada Permitente, faculta ao
particular – permissionário- a execução de serviços que são de interesse coletivo ou
faculta ao particular o uso especial de um bem público, a título gratuito ou remunerado,
nas condições estabelecidas pela Administração. A discricionariedade se faz no
momento da prática do ato.
No primeiro caso serve de exemplo à permissão para o desempenho do serviço de
transporte coletivo, facultada precariamente por essa via.
No segundo caso, é quando a Administração Pública faculta a instalação de uma banca
de jornais em logradouro público ou de um quiosque para a venda de produtos de
tabacaria.
As permissões devem ser precedidas de licitação por força do art. 175 da Constituição.
São atos vinculados.
São atos discricionários quando o particular faz uso privativo de um bem público, por
exemplo – uma cadeira de rodas. Nesse caso a Administração tem a liberdade para
decidir, concordando ou não com a solicitação.
4) ADMISSÃO – Consiste num ato unilateral pela qual a Administração Pública faculta a
alguém a inclusão em estabelecimento governamental para um gozo de um serviço
público.
Ex: a utilização de um serviço hospitalar pelo correspondente internamento; o ingresso
em estabelecimento oficial de ensino na qualidade de aluno; a utilização do uso de uma
biblioteca pública na condição de inscrito entre os seus usuários.
5) VISTO – É o ato administrativo pelo qual o Poder Público controla ou confere outro ato
da Administração/administrado. Com o intuito de aferir a sua legitimidade formal para
dar-lhe exeqüibilidade. O visto não alcança o conteúdo do ato.
É, na opinião de Meirelles, ato vinculado. Porém, na prática, assinala que o uso do visto
tem sido desvirtuado para o exame discricionário.
6) HOMOLOGAÇÃO – Consiste num ato administrativo de controle pelo qual a
Administração concorda ou não com o ato jurídico já praticado. Não permite alteração
do ato controlado pela autoridade homologante.
O ato homologado torna-se eficaz desde o momento de sua homologação, mas pode
ter os seus efeitos contidos por cláusula ou condição suspensiva constante do próprio
ato ou da natureza do negócio jurídico.
Ex: a autoridade competente deliberar sobre o procedimento licitatório, nos termos do
Art. 43, VI da Lei nº 8.666/93. A autoridade competente abrange tanto os aspectos de
conveniência e oportunidade, como de legalidade da licitação.
7) DISPENSA – Consiste num ato administrativo que exime o particular do cumprimento
de determinada obrigação até, então exigida por lei. Ex: dispensa do serviço militar;
numa tomada de preço, dispensa-se a apresentação de determinados documentos se o
fornecedor já estiver cadastrado. Dispensa de pagamento da tarifa a pessoas idosas.
Pode ser discricionária ou vinculada.
8) RENÚNCIA – É ato pelo qual a Administração extingue unilateralmente um crédito ou
um direito próprio, liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a
Administração. A renúncia tem caráter abdicativo, não admite condição e é irreversível,
uma vez consumada. A Administração renuncia um determinado direito.
A renúncia depende de lei autorizadora.
➔ Atos Enunciativos:
★ São atos que não contém uma norma de atuação e nem tampouco ordenam uma
atividade administrativa interna, porém enunciam uma situação existente, sem
qualquer manifestação de vontade da administração sobre o seu conteúdo.
★ Os atos enunciativos – são aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a
atestar um fato, ou a emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se vincular
ao seu enunciado.
➔ Atos Punitivos:
★ São atos que impõem uma sanção àqueles que infringem disposições legais,
regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços públicos. São embasados no
Poder de Império da Administração ou no Poder Hierárquico ou disciplinar que exerce
sobre os agentes públicos ou sobre aqueles que descumpriram obrigações contratuais.
★ Como se observa há duas possibilidades de punição:
1ª - A primeira, a Administração age internamente, possuindo a sanção um caráter
eminentemente disciplinar. É endereçada aos seus servidores, é discricionária quanto à
oportunidade, conveniência e valoração dos motivos que a ensejaram.
2ª - A segunda, é externa, é dirigida aos administrados, razão pela qual é vinculada. A
Administração não tem liberdade para punir os particulares estranhos ao ordenamento
hierárquico do Executivo por encontrar limites intransponíveis nos direitos e garantias
individuais do cidadão.
★ O ato punitivo da Administração tem por base um ilícito administrativo, sendo medida
de autotutela da Administração. Aplicada por qualquer órgão da Administração.
★ O ato punitivo do Estado tem por base um ilícito criminal, sendo medida de defesa social.
Aplicada pelo Poder Judiciário.
★ Dentre os atos punitivos, temos:
1) MULTA – consiste numa imposição pecuniária a que se sujeita o administrado a título
de compensação do dano presumido da infração.
2) INTERDIÇÃO DE ATIVIDADE – é o ato pelo qual a Administração proíbe a alguém a
prática de atos que estão sujeitos ao seu controle ou que incidem sobre os seus bens.
Funda-se no Poder de Polícia administrativa. Deve ser precedida de processo regular e
do respectivo auto, que possibilite a defesa do interessado.
3) DESTRUIÇÃO DE COISAS – Consiste num ato sumário da Administração pelo qual se
inutiliza alimentos, objetos ou instrumentos imprestáveis ou nocivos ao consumo ou de
uso proibido por lei.
Não exige processo prévio, mas exige sempre os autos de apreensão e de destruição
em forma regular, nos quais deve constar os motivos da atitude drástica da
Administração e, deve, também, identificar as coisas destruídas para a oportuna
apreciação da legalidade.
● Retirada do Ato:
★ Nesse caso, a administração emite um novo ato concreto extinguindo o ato anterior.
★ Várias são as hipóteses:
1 – Revogação: consiste na supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz por razões
de conveniência e oportunidade. O ato é legal e perfeito, mas é inconveniente ao interesse
público.
A REVOGAÇÃO é baseada no interesse discricionário da Administração para rever a sua
atividade interna.
É quando a Administração retira a permissão concedida ao particular para o
estabelecimento de uma banca de jornais em uma dada esquina, sob o fundamento de que
encontra-se perturbando a circulação de pedestres no local.
REVOGAÇÃO = ATO DISCRICIONÁRIO (OPORTUNIDADE E CONVENIÊNCIA);
2 – Invalidação: retira-se o ato porque foi realizado em desconformidade com a lei.
É quando a Administração retira a autorização de porte de arma porque o porte de armas foi
dado a um menor de 18 anos. Aqui, também, cabe o caso do diploma.
INVALIDAÇÃO = ATO ILEGAL = DESCUMPRIMENTO DA ORDEM JURÍDICA;
3 – Cassação: retira-se o ato porque o destinatário descumpriu as condições que
deveria permanecer atendida a fim de poder continuar desfrutando da relação
jurídica;
Ex: a Administração cassa a licença de funcionamento de um determinado hotel por ter se
tornado uma casa de tolerância.
4 – Caducidade: a administração retira o ato, em decorrência de uma lei nova que
contraria o ato outorgado.
Ex: a Administração retira a permissão dada a um particular para a exploração de um
parque de diversões, porque uma nova lei de zoneamento, não permite mais o uso da área
para este tipo de atividade.
5 - Contraposição ou Derrubada de um ato: o ato sai do mundo jurídico em decorrência de
um fato diverso do que gerou o ato anterior.
Ex: um agente público foi nomeado para ocupação de um cargo Público e posteriormente
através de um novo ato foi exonerado. Os efeitos dos atos são contrapostos.
6 - Renúncia: É quando o administrado renuncia a uma situação jurídica que antes lhe era
favorável. Nesse caso o ato é rejeitado pelo beneficiário.
TÍTULO III
Dos Atos Ilícitos
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
TÍTULO IX
Da Responsabilidade Civil
CAPÍTULO I
Da Obrigação de Indenizar
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem.
★ Pessoa responsável;
1) Pessoas Jurídicas de Direito Público
2) Pessoas Jurídicas de Direito Privado prestadoras de Serviços Públicos.
★ Agentes do fato;
Agentes públicos.
★ Duplicidade de relações jurídicas.
1) Estado/Lesado - responsabilidade objetiva do Estado;
2) Estado/Agente - responsabilidade subjetiva ou com culpa.
● Elementos:
➔ Subjetiva:
★ Regra: para ser configurada, é necessário que haja prova da existência, no caso concreto
de:
1) Conduta - comissiva ou omissiva do agente praticando um ato;
❖ Deve ser no exercício da função do agente público.
❖ Pode ser pessoa jurídica de direito público ou privado, prestadoras de serviços
públicos.
SÚMULA N. 387
É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
3) Nexo de Causalidade - é o que liga a conduta ao dano; é o que faz com que a conduta
seja suficiente para causar o dano;
❖ Teoria da Causalidade Adequada: para configuração do nexo de causalidade e a
responsabilização seja atribuída 100% para o Estado, deve ser verificado se no caso
concreto, a conduta do Estado foi responsável por si só pelo dano;
➔ Objetiva:
1) Conduta - comissiva ou omissiva do agente praticando um ato;
❖ Deve ser no exercício da função do agente público.
❖ Pode ser pessoa jurídica de direito público ou privado, prestadoras de serviços
públicos.
SÚMULA N. 387
É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral
3) Nexo de Causalidade - é o que liga a conduta ao dano; é o que faz com que a conduta
seja suficiente para causar o dano;
❖ Teoria da Causalidade Adequada: para configuração do nexo de causalidade e a
responsabilização seja atribuída 100% para o Estado, deve ser verificado se no caso
concreto, a conduta do Estado foi responsável por si só pelo dano;
★ Não há necessidade de provar a CULPA.
● Sujeitos:
➔ Pessoa Jurídica de Direito Público e Pessoa Jurídica de Direito Privado Prestadora de
Serviços Públicos;
➔ Posições do STF:
★ Dano sofrido por não usuário do serviço público?
Responsabilidade Objetiva - não importa se é ou não usuário.
★ Empresas Estatais exploradoras de atividade econômica estão inclusas nessa regra?
Não, vez que não presta serviço público!
★ Tabeliães e Registradores Oficiais.
O Estado responde objetivamente e primariamente, cabendo o dever de direito de
regresso contra o agente que praticou o ato danoso.
★ Banca de Concurso - Indícios de fraude.
O Estado responde subsidiariamente por danos materiais causados a candidatos em
concurso público organizado por pessoa jurídica de direito privado, quando os exames são
cancelados por indícios de fraude.
● Ônus da Prova:
★ Defesa do estado:
A. provar a inexistência do fato administrativo;
B. provas a inexistência do dano ou a ausência de nexo causal entre o fato e o dano;
C. atenuar a sua responsabilidade demonstrando a culpa concorrente da vítima ou do
lesado.
● Responsabilidade do Agente:
➔ Teoria da Imputação Volitiva: os atos praticados pelo agente público no exercício de sua
função, são imputados ao órgão o qual ele faz parte;
➔ STF criou a “dupla garantia”: vítima e agente (até seus sucessores, no limite do valor da
herança) - Impossibilidade de o agente público responder pessoalmente pelos danos que
causou a terceiros - Direito Regressivo;
➔ Direito de Regresso: No caso de condenação do Estado, ele deverá entrar com uma ação
regressiva contra o agente público, porém só poderá fazer isso se o agente público tiver
agido com dolo ou culpa - Responsabilidade Subjetiva (Elemento culpa);
➔ Denunciação à LIDE - Não é possível chamar o agente público na mesma ação judicial.
Seção IV
Dos Pronunciamentos do Juiz
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões
interlocutórias e despachos.
➔ O Estado terá uma responsabilidade civil objetiva pelos danos que causar a terceiros;
➔ O risco é inerente à atividade administrativa;
➔ Existe a possibilidade de excludentes de responsabilidade (ausência do nexo causal);
● Teoria do Risco Integral - apenas nos casos de (Sem qualquer excludente de responsabilidade):
➔ Danos a bens e pessoas, passageiros ou não, provocados por atentados terroristas, atos de
guerra ou eventos correlatos, ocorridos no Brasil oi no exterior, contra aeronaves de matrícula
brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo público, excluídas as
empresas de táxi aéreo - Estado como garantidor universal;
➔ Dano decorrente de atividade nuclear - Danos para a sociedade;
➔ Dano ambiental - STJ (Responsabilidade objetiva subsidiária);
SÚMULA N. 652
A responsabilidade civil da Administração Pública por danos ao meio
ambiente, decorrente de sua omissão no dever de fiscalização, é de
caráter solidário, mas de execução subsidiária.
➔ Seguro DPVAT.
➔ Força Maior: eventos imprevisíveis ou inevitáveis, causados por situação alheia a vontade da
administração pública;
★ Decorre de fatos da natureza;
➔ Culpa exclusiva da vítima: quando a vítima tem culpa exclusiva; quando a vítima sozinha
pratica a conduta geradora do dano; a conduta do Estado não colabora para o resultado.