Doenças Inflamatórias Intestinais

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DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS

✔Representada pela Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCU)


✔ Doenças idiopáticas, crônicas e sistêmicas

O sistema imune do próprio organismo agride e inflama o intestino, dentre outros órgãos. A
etiologia precisa das DII é desconhecida, envolvendo múltiplos fatores (genéticos, étnicos,
ambientais, dietéticos e relacionados a microbiota intestinal), responsáveis por ativar as
células de defesa e orquestrar uma resposta inflamatória complexa com liberação de
mediadores inflamatórios (citocinas) e lesão tecidual.

FATORES DE RISCO

✔ HF +
✔ Idade bimodal: 15-30a / 50-80a
✔ Brancos
✔ Sedentarismo e dieta hiperlipídica
✔ Tabagismo: Aumenta o risco de DC, porém é protetor para RCU.

Diarreia sanguinolenta ou não


• Alta -> diarreia volumosa, poucas vezes ao dia -> DC
• Baixa -> pequeno volume, muitas dejeções ao dia, tenesmo e urgência -> CU/DC
Dor abdominal
Artralgia recorrente, monoarticular, assimétrica, sem deformidades

Febre

EVOLUIR:
1. Anemia
2. Desnutrição proteico-calórica

Colonoscopia

DC: aspecto inflamatório de "pedra em calçamento", fístulas, estenoses, predileção pelo íleo
terminal, e extensão variável "da boca ao ânus".
RCU: inflamação restrita ao cólon; ileíte de refluxo

Biópsia
CU: inflamação restrita à mucosa; criptite
DC: inflamação transmural; granuloma não caseoso

SÍNDROMES ENVOLVIDAS

DIARREIA- DOR ABDOMINAL - FEBRE - SÍNDROME CONSUMPTIVA- ARTRITE

MANIFESTAÇÕES EXTRAINTESTINAIS DAS DII


✔ Resposta imune (febre, leucocitose, e aumento de PCR)
✔ Colangite esclerosante primária (RCU) = uma desordem crônica progressiva que pode
evoluir para cirrose e colangiocarcinoma, além de aumentar o risco de câncer colorretal.
Caracteriza-se por inflamação, fibrose e estenoses dos médios e grandes ductos intra-
hepáticos e da árvore biliar, estenoses e dilatações num padrão de “contas de rosário, levando
a um padrão de colestase, ou seja, com um predomínio da elevação de fosfatase alcalina e
bilirrubina direta. Fadiga e prurido são os sintomas mais relatados.
✔ Uveíte (n acompanha atividade da doença ), episclerite e conjuntivite
✔ Eritema nodoso (DC) = paniculite / Pioderma gangrenoso (RCU) - lesão de aspecto ulcerado
e geralmente pouco dolorosa
✔ Dor articular periférica - AR - joelhos, os tornozelos e os punhos/ espondilite
anquilosante / oligoartrites assimétricas
✔ Cálculos renais e biliares (DC)
✔ Megacólon tóxico (pode ser a primeira)

Como já dito, a DC também pode aumentar a incidência de adenocarcinoma colorretal, e os


mesmos fatores de risco estão envolvidos (extensão e duração). A magnitude do risco não é tão
alta como na RCU, porém, a mesma conduta profilática (colonoscopia a cada 1-2 anos após oito
anos de doença) é recomendada... Pacientes com DC inativa que evoluem com sangramentos,
sintomas de obstrução, etc., devem ser prontamente avaliados para a possibilidade de câncer
intestinal

DIAGNÓSTICO

✔ EXAMES ENDOSCÓPICOS: colonoscopia + biópsia; cápsula endoscópica (delgado) -


cuidado!!
✔ EXAMES RADIOLÓGICOS: EnteroTC ou EnteroRM -> int delgado
✔ AUTOANTICORPOS: ASCA (CROHN) / p –ANCA (RCU)
✔ CALPROTECTINA FECAL: marcador de inflamação não invasivo;
• > 150 – proc inflamatório ativo
• < 50 – afasta processo inflamatório ativo
• Calprotectina presente no citosol de neutrófilos -> inflamação -> neutrófilos ->
apoptose -> calprotectina presente nas fezes

✔ HEMOGRAMA: Anemia, leucitose, plaquetose


✔ PCR

TRATAMENTO
• Remissão clínica e endoscópica SEM corticoide

A terapia com anticorpos monoclonais e imunossupressores é bastante utilizada, porém o


tratamento cirúrgico pode ser eventualmente necessário

RETOCOLITE ULCERATIVA

➡ Mucosa do retocólon -> POUPA REGIÃO ANAL

➡ Progressão ascendente e contínua


1. Limitada ao reto (proctite/retite)
2. Reto até a flexura esplênica (colite esquerda)
3. Flexura esplênica (colite extensa/pancolite).

• Diarreia Baixa -> pequeno volume, muitas dejeções ao dia, tenesmo (sensação de
esvaziamento incompleto) e urgência

▶ Erosões -> sangramento (diarreia sanguinolenta)


▶ Perda das haustrações -> 'cano de chumbo'

▶ Pseudopólipos: pós-inflamatórios podem surgir sob a forma de projeções filamentosas,


muitas vezes indistinguíveis dos pólipos adenomatosos

Obs.: na RCU de longa duração pode ocorrer displasia epitelial, que tem forte associação com
o desenvolvimento de neoplasia maligna do cólon como complicação tardia (ver adiante).
▶ Biópsia: criptite, microabcessos
▶diarreia mucossanguinolenta, com sintomas de dor abdominal, tenesmo (com sensação de
evacuação incompleta) e urgência fecal, sendo rara a presença de fístulas perianais, abscessos.
Quadros graves podem evoluir com anemia importante, síndrome consumptiva e até
mesmo megacólon tóxico, onde o cólon inflamado dilata bastante, com risco de perfuração e
necessidade de cirurgia.

DOENÇA DE CROHN

➡ Boca ao ânus com progressão salteada/descontínua


➡ Transmural
➡ Int Delgado afetado -> Sínd Disabsortiva
➡ Causa doença perianal -> fístula, fissura, abscesso
fenótipo da doença ( evolução de maneira transmural - o espessamento da parede intestinal,
com estreitamento do lúmen )
1. inflamatória
2. estenosante/obstrutiva - vômitos, distensão e dor abdominal mais intensa
3. Penetrante - Febre alta acompanhada de outros sinais inflamatórios (fístulas e
abscessos)
Fistula:
1. Enterovesical ( pode se manifestar com pneumatúria )
2. Enterovaginal
3. Enterocutânea

▶ Úlceras aftoides -> precoces -> pequenas ulcerações da mucosa que, caracteristicamente, se
desenvolvem sobre as placas de Peyer, no intestino delgado, ou sobre aglomerados linfoides
no cólon. Pode evoluir:
● Extensão lateral de forma linear, retilínea: quando várias úlceras progredindo retilineamente
se encontram, geralmente passam a separar áreas de mucosa normal, num aspecto de "pedras
de calçamento".
● Aprofundamento através das camadas da parede intestinal, resultando em fístulas para o
mesentério e órgãos vizinhos.

▶ Estenoses (inflamação excessiva) -> suboclusão intestinal -> oclusão -> pct citúrgico
▶ Pedras de calçamento
▶ Fístula
➡ Causa doença perianal -> fístula, fissura, abscesso -> pior prognóstico
▶ Biópsia => granuloma não caseoso
O local mais comumente acometido é a região ileocecal (transição entre o intestino delgado e
grosso), seguida do cólon e do intestino delgado. Há envolvimento transmural (todas as
camadas do intestino são acometidas), o que gera complicações comuns na doença, como
fístulas, estenoses e abscessos.
dor abdominal, diarreia, febre e perda de peso
Má absorção crônica pode causar deficiências nutricionais, particularmente das vitaminas D e
B12.
Megacólon tóxico é uma complicação rara da doença de Crohn colônica.
Existe risco aumentado de câncer nos segmentos de intestino delgado afetado

• O abdome é sensível e uma massa ou distensão pode ser palpável.


• *A existência de massa palpável no quadrante inferior direito pode representar, na DC,
uma alça intestinal edemaciada, de diâmetro bastante aumentado, geralmente
dolorosa à palpação, ou um abscesso intra-abdominal.

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