Dia 4 - Legislação Mapeada Extreme - Direitos Humanos - Soldado - PM PE
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Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua
compreensão, e marcações das partes mais importantes.
Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca PM PE e nos concursos anteriores da PM/PE.
Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o seguinte e-mail: [email protected].
Bons Estudos!
Rumo à aprovação!!
Pessoal!
CONTEÚDO
1.Teoria geral dos Direitos Humanos: conceito; terminologia; estrutura normativa; fundamento;
classificação; especificidades.
3. A natureza jurídica da incorporação de normas internacionais sobre Direitos Humanos ao direito interno
brasileiro.
Antes de entrar na legislação referente aos Direitos Humanos, precisamos estudar primeiramente
alguns conceitos doutrinários aplicáveis nos direitos humanos!
Conceito
Os Direitos Humanos são direitos inerentes à condição humana da pessoa, originários do direito
natural decorrem do fato da pessoa meramente existir (independente de criação normativa) – são
somente reconhecidos pelas normas jurídicas.
O reconhecimento do homem como sujeito de direitos, conforme explica Hannah Arendt: “o direito
de ter direitos é o primeiro direito humano”.
Terminologia
Direito humano: é o conceito mais amplo que o direito fundamental. Diz respeito ao direito
internacional, não depende de normas jurídicas para criá-las, tão somente para reconhecer a sua
existência.
Direito fundamental: é o direito humano que foi positivado na ordem jurídica interna (nacional).
Direitos x Garantia
Existem diferenciações entre a terminologia utilizada para referenciar os direitos humanos, assim,
direitos e garantias não são sinônimos para esta matéria.
Direitos: direitos naturais ou positivados são reconhecidos em prol dos seres humanos.
Estrutura Normativa
Direito-pretensão: dispõe ao titular o direito a ter alguma coisa que é devido pelo Estado ou até
mesmo por outro particular. Assim, o Estado (ou este particular) deve agir no sentido de realizar uma
conduta para conferir o direito.
Direito-Poder: possibilita à pessoa exigir a sujeição do Estado ou de outra pessoa para que esses
direitos sejam observados (obrigatoriedade).
Direito-Imunidade: impede que uma pessoa ou o Estado haja no sentido de interferir neste
direito.
Fundamento
Moral: capacidade de usar a razão e desenvolver uma ética (expressão de conceitos de justiça,
equidade, liberdade de determinada cultura).
Classificação
Os direitos humanos se classificam sobre duas formas diferentes: i) pelo status e ii) pela função:
Teoria dos quatro status: criada por Georg Jellinek, esta teoria analisa as quatro posições que
o indivíduo poderá assumir quando se relacionar com o Estado.
I) Negativo: o indivíduo possui o direito que o Estado se abstenha, ou seja, direito que o Estado
deixe de atuar (liberdades negativas).
Ex.: Liberdade de locomoção – Estado não tem o direito de impedir a livre locomoção do
indivíduo.
III) Ativo: o indivíduo tem o direito de participar da formação de vontade política do Estado.
VI) Passivo: o indivíduo assume uma posição passiva ao Estado, ou seja, existem deveres em relação
ao Estado (relação de sujeição).
II) Direito a prestações: direito de que o Estado atue – status positivo de Jellinek.
III) Direito de participação: direito de participar da vontade política do Estado – status ativo de
Jellinek
Especificidades ou Características
Apesar do edital do concurso a banca utiliza a nomenclatura especificidades, todavia, iremos utilizar
a nomenclatura mais usual encontrada na doutrina para facilitar a compreensão nos estudos. A
doutrina, em geral, traz as seguintes características como as mais importantes:
Tome nota!
Os apátridas também são sujeitos de direitos humanos, ou seja, gozam dos mesmos direitos que
todo o ser humano no planeta Terra.
Comentário:
Via de regra, os direitos humanos são inalienáveis, contudo existem raras exceções: direito à
propriedade – é possivel alienar a propriedade, portanto, este direito é uma exceção à regra geral.
Irrenunciabilidade: não podem ser renunciados por seu titular devido à fundamentabilidade
material para a dignidade da pessoa humana.
Indivisibilidade: compõem um único conjunto de direitos pois não podem ser vistos de forma
isolada.
Irrenunciabilidade: não podem ser renunciados por seu titular devido à fundamentabilidade
material para a dignidade da pessoa humana.
Indivisibilidade: compõem um único conjunto de direitos pois não podem ser vistos de forma
isolada.
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Efetividade: a ONU se subdivide, ou seja, o tratamento é global, mas certas áreas irão cuidar de
determinados direitos. Há uma descentralização para os sistemas regionais para prescrever a
complementariedade (art. 5º, §1º da CF/88).
Inexauribilidade: os direitos humanos são inesgotáveis, ou seja, não são sujeitos a rol taxativo.
Admite-se a ampliação, mas não a sua redução.
Concorrência: os direitos humanos coexistem, ou seja, eles podem ser exercidos conjuntamente,
sem que um anule o outro.
Vedação ao Retrocesso: o rol dos direitos humanos pode ser ampliado, mas não minorado.
Importante!
Essa característica é tida como política e não jurídica, pois há uma carga de subjetividade (depende
da opinião do intérprete).
Ex.: Redução da maioridade penal – no debate do campo jurídico alguns defensores da redução
fundamentam que não há retrocesso, uma vez que pune o menor que tem consciência do ilícito
cometido e protege os direitos humanos das vítimas, enquanto os apoiadores da manutenção da
maioridade penal demonstram que haveria o retrocesso ao punir menores.
Este tópico é bastante cobrado nos concursos públicos, portanto, atenção especial, ok?!
Para maior compreensão dos direitos humanos é necessário entender os acontecimentos históricos,
pois a história é parte imprescindível do conceito de Direitos Humanos. Os direitos humanos se
referem a acontecimentos históricos.
Com a transformação do mundo, através de revoluções e declarações, outros direitos vão ganhando
status de direitos humanos e inaugurando novas dimensões/gerações.
Os direitos humanos se preocupam com o indivíduo, no qual há limitações Estatais para garantir os
direitos a todos os seres humanos de forma universal.
Inaugura-se a ideia de que o Estado de direito enquanto controle do poder. A liberdade tratada no
seu caráter negativo de atuação – Estado negativa-se frente ao indivíduo
Marcos históricos:
Inaugura-se a ideia de que o Estado de direito enquanto provedor. A liberdade tratada no seu caráter
positivo de atuação.
Marcos históricos:
I) Revolução Mexicana (Constituição Mexicana de 1917 – importância dos direitos trabalhistas como
direitos humanos) - 1910
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Inaugura-se a ideia de que o Estado de direito enquanto controle do poder. A liberdade tratada no
seu caráter negativo de atuação – Estado negativa-se frente ao indivíduo
I) Difusos: titulares são pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato (meio ambiente
equilibrado).
II) Coletivos: titulares são pessoas integrantes a um determinado grupo, categoria ou classe
(categoria sindical).
Marco histórico:
I) Final da Segunda Guerra Mundial (Declaração Universal dos Direitos Humanos - 1948 - ONU) -
1945
Comentário:
Importante!
Direitos de 7ª geração: ainda não há entendimento consolidado acerca desta geração, mas alguns
doutrinadores defendem que se trata do direito à internet.
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Os tratados internacionais serão interpretados sempre que houver alguma contradição ou norma
que precise de complementação para dar sentido a referida norma. Esta interpretação será realizada
através dos Estados ou jurisdições internacionais.
Interpretação Autêntica
Esta interpretação ocorre quando os Estados-Parte do tratado realizada a interpretação, através dos
governos próprios. Estas interpretações realizadas pelos governos podem se tornar um novo tratado.
A Convenção de Viena conceitua os tratados, que trata de um acordo internacional realizado por
escrito entre os Estados-Partes e regido pelo Direito Internacional sobre uma matéria específica.
Desta forma, a Convenção sugere que os tratados devem ser inseridos internamente na condição de
norma.
Interpretação Jurisdicional
No Brasil, não existe nenhuma regra específica na Constituição Federal que determina a regra de
incorporação e aplicação dos tratados internacionais no ordenamento interno.
Assim, a posição dos tratados internacionais de direitos humanos é uma construção jurisprudencial
– STF.
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Um dos fundamentos da República é a soberania. O Brasil é soberano como qualquer outro país,
portanto a sua Constituição Federal está acima de tudo internamente, inclusive dos tratados
internacionais que versam sobre matéria de direitos humanos.
Comentário:
Importante!
Um tratado ou convenção internacional que versa sobre direitos humanos nunca estará acima da
constituição.
Natureza Jurídica
O STF apresenta a classificação de status normativo. Segundo a Suprema Corte, todo tratado e
convenção de direito internacional que verse sobre Direitos Humanos já adentra no Brasil com
status supralegal, ou seja, acima das normas comuns, mas abaixo da Constituição Federal.
Tome nota!
O art. 5º, §3º da CF descreve o quórum mínimo para que seja aprovada uma emenda constitucional,
se trata de um quórum qualificado.
Contudo, se o tratado internacional que trate sobre matéria de direitos humanos sobre o rito
rigoroso do quórum de emenda constitucional, o tratado terá status constitucional e não
supralegal.
Atualmente, existem quatro tratados internacionais de Direitos Humanos que possuem status
constitucional no ordenamento jurídico brasileiro:
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Artigo 1° - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de
razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Comentário:
Direito à vida, à liberdade e à segurança da pessoa. Tenha em mente a inclusão dos direitos
fundamentais no art. 5º da Constituição Federal.
Comentário:
Artigo 5° - Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
degradantes.
Comentário:
Comentário:
Comentário:
Estabelecimento do direito a ser protegido por lei contra violação dos direitos fundamentais.
Artigo 8° - Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as jurisdições nacionais competentes
contra os atos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
Comentário:
Comentário:
Artigo 10° - Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa e
publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e
obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.
Comentário:
Artigo 11° - 1. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se inocente até que a sua
culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as
garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
2.Ninguém será condenado por ações ou omissões que, no momento da sua prática, não
constituíam ato delituoso à face do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será
infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o ato delituoso foi
cometido.
Comentário:
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Artigo 12° - Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu
domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contrastais intromissões
ou ataques toda a pessoa tem direito a proteção da lei.
Comentário:
Artigo 13° - 1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no
interior de um Estado.
2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito
de regressar ao seu país.
Comentário:
Artigo 14° - 1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo
em outros países.
2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de
direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas.
Comentário:
Direito de asilo.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de mudar de
nacionalidade.
Comentário:
Direito à nacionalidade.
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2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos.
Comentário:
Comentário:
Artigo 18° - Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este
direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de
manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo
ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.
Comentário:
Artigo 19° - Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o
direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem
consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.
Comentário:
Artigo 20° - 1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.
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Artigo 21° - 1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do
seu país, quer diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções públicas do seu país.
Comentário:
Artigo 22° - Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode
legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis, graças
ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de
cada país.
Comentário:
Artigo 23° - 1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições
equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua
família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os
outros meios de proteção social.
4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos
para defesa dos seus interesses.
Comentário:
Direito ao trabalho, à livre escolha, garantindo um salário igual por um trabalho correspondente;
liberdade sindical.
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Comentário:
Artigo 25° - 1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua
família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à
assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no
desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de
subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças, nascidas
dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma proteção social.
Comentário:
Artigo 26° - 1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a
correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino
técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a
todos em plena igualdade, em função do seu mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do
Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade
entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das
atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos.
Comentário:
Direito à educação.
Artigo 27° - 1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que deste
resultam.
2. Todos têm direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer produção
científica, literária ou artística da sua autoria.
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Direito de fazer parte livremente da vida cultural e científica da comunidade. Direitos do autor.
Artigo 28° - Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional, uma
ordem capaz de tornar plenamente efetivos os direitos e as liberdades enunciadas na presente
Declaração.
Artigo 29° - 1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre
e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
2. No exercício deste direito e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações
estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos
direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública
e do bem-estar numa sociedade democrática.
3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente e aos fins e aos
princípios das Nações Unidas.
Artigo 30° - Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a
envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a alguma
atividade ou de praticar algum ato destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados.
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