Dia 4 - Legislação Mapeada Extreme - Direitos Humanos - Soldado - PM PE

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Ivalber Alex da Silva - [email protected] - CPF: 107.871.094-52


Você acaba de adquirir o material: Legislação Mapeada Extreme para o concurso de
Polícia Militar de Pernambuco – 2024.

Esse material é totalmente focado no certame e aborda os principais pontos do edital


da disciplina de Direitos Humanos.

Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua
compreensão, e marcações das partes mais importantes.

Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca PM PE e nos concursos anteriores da PM/PE.

Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o seguinte e-mail: [email protected].

Bons Estudos!

Rumo à aprovação!!

Ivalber Alex da Silva - [email protected] - CPF: 107.871.094-52


SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 4
TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................. 5
Conceito .......................................................................................................................................................... 5
Terminologia .................................................................................................................................................. 5
Direitos Humanos x Direitos Fundamentais ................................................................................................ 5
Direitos x Garantia........................................................................................................................................... 5
Estrutura Normativa ..................................................................................................................................... 6
Fundamento ................................................................................................................................................... 6
Classificação ................................................................................................................................................... 7
Especificidades ou Características ............................................................................................................. 8
EVOLUÇÃO HISTÓRICA E GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS ........................................................ 9
Evolução Histórica ...................................................................................................................................... 10
Primeira Dimensão – Direitos de Liberdade .............................................................................................. 10
Segunda Dimensão – Direitos de Igualdade ............................................................................................. 10
Terceira Dimensão – Direitos de Fraternidade .......................................................................................... 11
Geração de Direitos Humanos ................................................................................................................. 11
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS .... 12
Interpretação e Aplicação dos Tratados Internacionais de Proteção aos Direitos Humanos ... 12
Interpretação Autêntica................................................................................................................................ 12
Interpretação Jurisdicional ........................................................................................................................... 12
Aplicação dos Tratados ................................................................................................................................ 12
A NATUREZA JURÍDICA DA INCORPORAÇÃO DE NORMAS INTERNACIONAIS SOBRE
DIREITOS HUMANOS AO DIREITO INTERNO BRASILEIRO ............................................................... 13
Natureza Jurídica ........................................................................................................................................... 13
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS – ONU......................................................... 14

Ivalber Alex da Silva - [email protected] - CPF: 107.871.094-52


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pessoal!

Antes de iniciarmos o estudo de Direitos Humanos, apresentaremos os assuntos que foram


cobrados no edital do PM PE.

CONTEÚDO

1.Teoria geral dos Direitos Humanos: conceito; terminologia; estrutura normativa; fundamento;
classificação; especificidades.

2. Evolução histórica e gerações de direitos humanos.

3. A natureza jurídica da incorporação de normas internacionais sobre Direitos Humanos ao direito interno
brasileiro.

4. Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU - 1948).

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TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS

Antes de entrar na legislação referente aos Direitos Humanos, precisamos estudar primeiramente
alguns conceitos doutrinários aplicáveis nos direitos humanos!

Conceito

Os Direitos Humanos são direitos inerentes à condição humana da pessoa, originários do direito
natural decorrem do fato da pessoa meramente existir (independente de criação normativa) – são
somente reconhecidos pelas normas jurídicas.

O reconhecimento do homem como sujeito de direitos, conforme explica Hannah Arendt: “o direito
de ter direitos é o primeiro direito humano”.

Terminologia

Direitos Humanos x Direitos Fundamentais

A terminologia dos direitos pode variar a depender de alguns critérios específicos.

Direito humano: é o conceito mais amplo que o direito fundamental. Diz respeito ao direito
internacional, não depende de normas jurídicas para criá-las, tão somente para reconhecer a sua
existência.

Ex.: Vida - art. III da Declaração Universal de Direitos Humanos.

Ex.: Saúde - art. XXV da Declaração Universal de Direitos Humanos.

Direito fundamental: é o direito humano que foi positivado na ordem jurídica interna (nacional).

Ex.: direito à vida – art. 5º, caput da Constituição Federal de 1988.

Ex.: direito à saúde – art. 196 da Constituição Federal de 1988.

Direitos x Garantia

Existem diferenciações entre a terminologia utilizada para referenciar os direitos humanos, assim,
direitos e garantias não são sinônimos para esta matéria.

Direitos: direitos naturais ou positivados são reconhecidos em prol dos seres humanos.

Ex.: direito de ir e vir.


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Garantias: são instrumentos que se prestam a assegurar e promover os direitos.

Ex.: Habeas corpus – assegura o direito de ir e vir do cidadão.

Estrutura Normativa

Existem quatro estruturas normativas nos Direitos Humanos:

Direito-pretensão: dispõe ao titular o direito a ter alguma coisa que é devido pelo Estado ou até
mesmo por outro particular. Assim, o Estado (ou este particular) deve agir no sentido de realizar uma
conduta para conferir o direito.

Ex.: direito à educação deve ser prestado pelo Estado.

Direito-Liberdade: imputa a abstenção ao Estado ou a terceiros, no sentido de ausentarem, de


não atuarem como agentes limitadores (proteção individual).

Ex.: liberdade do credo.

Direito-Poder: possibilita à pessoa exigir a sujeição do Estado ou de outra pessoa para que esses
direitos sejam observados (obrigatoriedade).

Ex.: direito à assistência judiciária.

Direito-Imunidade: impede que uma pessoa ou o Estado haja no sentido de interferir neste
direito.

Ex.: imunidade tributária.

Fundamento

Existem três fundamentos nos Direitos Humanos:

Jusnaturalista: origem divina (direito natural clássico) ou da natureza (visão moderna). Os


direitos humanos são a evolução dos direitos naturais. A crítica a este fundamento é os direitos não
estão prontos, eles advêm de diversas lutas e resistências.

Positivista: reconhecimento legal (instrumentaliza) – a partir da criação das leis é possível


fundamentar os direitos humanos. Contudo, este fundamento restringe os direitos humanos, motivo
pelo qual é inserido os princípios.

Moral: capacidade de usar a razão e desenvolver uma ética (expressão de conceitos de justiça,
equidade, liberdade de determinada cultura).

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Importante!

Todos esses fundamentos se entrelaçam, ou seja, com a combinação de todos os fundamentos se


tornam a base dos direitos humanos.

Classificação

Os direitos humanos se classificam sobre duas formas diferentes: i) pelo status e ii) pela função:

Teoria dos quatro status: criada por Georg Jellinek, esta teoria analisa as quatro posições que
o indivíduo poderá assumir quando se relacionar com o Estado.

I) Negativo: o indivíduo possui o direito que o Estado se abstenha, ou seja, direito que o Estado
deixe de atuar (liberdades negativas).

Ex.: Liberdade de locomoção – Estado não tem o direito de impedir a livre locomoção do
indivíduo.

II) Positivo: o indivíduo possui o direito que o Estado atue positivamente.

Ex.: Direito à saúde.

III) Ativo: o indivíduo tem o direito de participar da formação de vontade política do Estado.

Ex.: Projeto de Lei de iniciativa popular.

VI) Passivo: o indivíduo assume uma posição passiva ao Estado, ou seja, existem deveres em relação
ao Estado (relação de sujeição).

Ex.: Pagamento de tributos.

Classificação funcional: a partir da Teoria de Jellinek é possível classificar os direitos humanos


através das funções a ele atribuídos:

I) Direitos de defesa: direito de que o Estado se abstenha – status negativo de Jellinek

Ex.: Direito à liberdade de se associar.

II) Direito a prestações: direito de que o Estado atue – status positivo de Jellinek.

Ex.: Direito à saúde.

III) Direito de participação: direito de participar da vontade política do Estado – status ativo de
Jellinek

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Ex.: Direito de voto.

Especificidades ou Características

Apesar do edital do concurso a banca utiliza a nomenclatura especificidades, todavia, iremos utilizar
a nomenclatura mais usual encontrada na doutrina para facilitar a compreensão nos estudos. A
doutrina, em geral, traz as seguintes características como as mais importantes:

Historicidade: os direitos humanos possuem antecedentes históricos relevantes e, através dos


tempos, adquirem novas perspectivas, ou seja, são complementados ao longo da história.

Universalidade: pertencem a todos e se encontram ligados a um sistema global (ONU), podem


também ser complementado – poder descentralizados.

Tome nota!

Os apátridas também são sujeitos de direitos humanos, ou seja, gozam dos mesmos direitos que
todo o ser humano no planeta Terra.

Inalienabilidade: não possuem relevância econômica-patrimonial, logo, são intransferíveis,


inegociáveis e indisponíveis.

Comentário:

Via de regra, os direitos humanos são inalienáveis, contudo existem raras exceções: direito à
propriedade – é possivel alienar a propriedade, portanto, este direito é uma exceção à regra geral.

Irrenunciabilidade: não podem ser renunciados por seu titular devido à fundamentabilidade
material para a dignidade da pessoa humana.

Inviolabilidade: não podem deixar de ser observados por disposições infraconstitucionais ou


por atos das autoridades públicas. O Estado em si não pode violar os direitos humanos.

Indivisibilidade: compõem um único conjunto de direitos pois não podem ser vistos de forma
isolada.

Irrenunciabilidade: não podem ser renunciados por seu titular devido à fundamentabilidade
material para a dignidade da pessoa humana.

Inviolabilidade: não podem deixar de ser observados por disposições infraconstitucionais ou


por atos das autoridades públicas. O Estado em si não pode violar os direitos humanos.

Indivisibilidade: compõem um único conjunto de direitos pois não podem ser vistos de forma
isolada.
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Imprescritibilidade: não se perdem com o tempo, não prescrevem, são sempre exercidos e
exercíveis, não deixam de existir pela falta do uso.

Complementariedade: os sistemas regionais descentralizam a ONU para respeitar os diferentes


elementos de base cultural, religiosa e social (descentralização do poder da ONU).

Interdependência: as dimensões ou gerações de direitos humanos apresentam uma relação


organiza entre si.

Efetividade: a ONU se subdivide, ou seja, o tratamento é global, mas certas áreas irão cuidar de
determinados direitos. Há uma descentralização para os sistemas regionais para prescrever a
complementariedade (art. 5º, §1º da CF/88).

Relatividade/Limitabilidade: o multiculturalismo impede e se consolide plenamente, não


podendo ser utilizados como um escudo para práticas ilícitas ou como argumento para afastamento
de responsabilidade.

Inexauribilidade: os direitos humanos são inesgotáveis, ou seja, não são sujeitos a rol taxativo.
Admite-se a ampliação, mas não a sua redução.

Concorrência: os direitos humanos coexistem, ou seja, eles podem ser exercidos conjuntamente,
sem que um anule o outro.

Vedação ao Retrocesso: o rol dos direitos humanos pode ser ampliado, mas não minorado.

Importante!

Essa característica é tida como política e não jurídica, pois há uma carga de subjetividade (depende
da opinião do intérprete).

Ex.: Redução da maioridade penal – no debate do campo jurídico alguns defensores da redução
fundamentam que não há retrocesso, uma vez que pune o menor que tem consciência do ilícito
cometido e protege os direitos humanos das vítimas, enquanto os apoiadores da manutenção da
maioridade penal demonstram que haveria o retrocesso ao punir menores.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA E GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

Este tópico é bastante cobrado nos concursos públicos, portanto, atenção especial, ok?!

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Evolução Histórica

Para maior compreensão dos direitos humanos é necessário entender os acontecimentos históricos,
pois a história é parte imprescindível do conceito de Direitos Humanos. Os direitos humanos se
referem a acontecimentos históricos.

Com a transformação do mundo, através de revoluções e declarações, outros direitos vão ganhando
status de direitos humanos e inaugurando novas dimensões/gerações.

Os direitos humanos se preocupam com o indivíduo, no qual há limitações Estatais para garantir os
direitos a todos os seres humanos de forma universal.

Estudaremos as principais dimensões dos direitos humanos: Liberdade, Fraternidade e Igualdade.

Primeira Dimensão – Direitos de Liberdade

Inaugura-se a ideia de que o Estado de direito enquanto controle do poder. A liberdade tratada no
seu caráter negativo de atuação – Estado negativa-se frente ao indivíduo

Liberdade civil (autonomia individual) e política (participação).

Marcos históricos:

I) Revolução Gloriosa na Inglaterra (Declaração de Direitos) - 1688

II) Independência dos Estados Unidos (Constituição Americana) - 1777

III) Revolução Francesa (Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão) – 1789

Segunda Dimensão – Direitos de Igualdade

Inaugura-se a ideia de que o Estado de direito enquanto provedor. A liberdade tratada no seu caráter
positivo de atuação.

Econômico, social e cultural (os direitos sociais tendem à igualdade).

Marcos históricos:

I) Revolução Mexicana (Constituição Mexicana de 1917 – importância dos direitos trabalhistas como
direitos humanos) - 1910

II) Revolução Russa (Declaração do Povo Trabalhador e Explorado) - 1917

III) Constituição Alemã de Weimar – 1919

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Terceira Dimensão – Direitos de Fraternidade

Inaugura-se a ideia de que o Estado de direito enquanto controle do poder. A liberdade tratada no
seu caráter negativo de atuação – Estado negativa-se frente ao indivíduo

Interesse comum (difusos e coletivos)

I) Difusos: titulares são pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato (meio ambiente
equilibrado).

II) Coletivos: titulares são pessoas integrantes a um determinado grupo, categoria ou classe
(categoria sindical).

Marco histórico:

I) Final da Segunda Guerra Mundial (Declaração Universal dos Direitos Humanos - 1948 - ONU) -
1945

Geração de Direitos Humanos

Os direitos humanos se classificam em dimensões ou gerações. Existem 6 gerações dos direitos


humanos já consolidados na doutrina:

Direitos de 1ª geração (Liberdade): compreende os direitos individuais – direitos civis, políticos.

Direitos de 2ª geração (Igualdade): são os direitos econômicos, sociais e culturais.

Direitos de 3ª geração (Fraternidade): abrangem os direitos de titularidade coletiva – direitos


difusos.

Direitos de 4ª geração: alcançam os direitos à democracia, informação e pluralismo político.

Direitos de 5ª geração: protegem os direitos advindos da realidade virtual.

Direitos de 6ª geração: compõem os direitos à democracia, pluralismo político e direito à


informação.

Comentário:

Importante!

Direitos de 7ª geração: ainda não há entendimento consolidado acerca desta geração, mas alguns
doutrinadores defendem que se trata do direito à internet.

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A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS

Interpretação e Aplicação dos Tratados Internacionais de Proteção aos Direitos Humanos

Os tratados internacionais serão interpretados sempre que houver alguma contradição ou norma
que precise de complementação para dar sentido a referida norma. Esta interpretação será realizada
através dos Estados ou jurisdições internacionais.

Interpretação Autêntica

Esta interpretação ocorre quando os Estados-Parte do tratado realizada a interpretação, através dos
governos próprios. Estas interpretações realizadas pelos governos podem se tornar um novo tratado.

A Convenção de Viena conceitua os tratados, que trata de um acordo internacional realizado por
escrito entre os Estados-Partes e regido pelo Direito Internacional sobre uma matéria específica.

Desta forma, a Convenção sugere que os tratados devem ser inseridos internamente na condição de
norma.

Ex.: Convenção de Genebra sobre Títulos de Crédito – interpretada pelo STF.

Interpretação Jurisdicional

A interpretação é realizada pelas jurisdições internacionais (Corte Internacional de Justiça ou cortes


regionais de proteção aos direitos humanos).

Aplicação dos Tratados

A rigor, todos os tratados internacionais de direitos humanos possuem a mesma estrutura


hierárquica, desta forma, não existe nenhuma norma internacional que determina uma regra de
incorporação dos tratados no ordenamento jurídico interno. Portanto, as Constituições dos Estados
determinam a regra de incorporação da norma internacional.

No Brasil, não existe nenhuma regra específica na Constituição Federal que determina a regra de
incorporação e aplicação dos tratados internacionais no ordenamento interno.

Assim, a posição dos tratados internacionais de direitos humanos é uma construção jurisprudencial
– STF.

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A NATUREZA JURÍDICA DA INCORPORAÇÃO DE NORMAS INTERNACIONAIS SOBRE
DIREITOS HUMANOS AO DIREITO INTERNO BRASILEIRO

Conforme já iniciamos os estudos, a Constituição Federal não descreve expressamente a regra de


incorporação dos tratados internacionais de direitos humanos, de forma que, coube ao Supremo
Tribunal Federal regulamentar este tema.

Um dos fundamentos da República é a soberania. O Brasil é soberano como qualquer outro país,
portanto a sua Constituição Federal está acima de tudo internamente, inclusive dos tratados
internacionais que versam sobre matéria de direitos humanos.

Comentário:

Importante!

Um tratado ou convenção internacional que versa sobre direitos humanos nunca estará acima da
constituição.

Natureza Jurídica

O STF apresenta a classificação de status normativo. Segundo a Suprema Corte, todo tratado e
convenção de direito internacional que verse sobre Direitos Humanos já adentra no Brasil com
status supralegal, ou seja, acima das normas comuns, mas abaixo da Constituição Federal.

Tome nota!

O art. 5º, §3º da CF descreve o quórum mínimo para que seja aprovada uma emenda constitucional,
se trata de um quórum qualificado.

Contudo, se o tratado internacional que trate sobre matéria de direitos humanos sobre o rito
rigoroso do quórum de emenda constitucional, o tratado terá status constitucional e não
supralegal.

Atualmente, existem quatro tratados internacionais de Direitos Humanos que possuem status
constitucional no ordenamento jurídico brasileiro:

CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS DAS PESSOA COM DEFICIÊNCIA E SEU


PROTOCOLO FACULTATIVO (Decreto nº 6.949/09)

PROTOCOLO ADICIONAL À CONVENÇÃO DA ONU SOBRE OS DIREITOS DA PESSOA COM


DEFICIÊNCIA (Decreto nº 6.949/09)

TRATADO DE MARRAQUECHE (Decreto nº 9.522/18)

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CONVENÇÃO INTERAMERICANA CONTRA O RACISMO, A DISCRIMANAÇÃO RACIAL E
FORMAS CORRELATAS DE INTOLERÂNCIA (Decreto nº 10.932/22)

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS – ONU

Artigo 1° - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de
razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Artigo 2° - Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na


presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de
religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de
qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político,
jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou
território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

Artigo 3° - Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Comentário:

Direito à vida, à liberdade e à segurança da pessoa. Tenha em mente a inclusão dos direitos
fundamentais no art. 5º da Constituição Federal.

Artigo 4° - Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos


escravos, sob todas as formas, são proibidos.

Comentário:

Proibição à escravidão e à servidão.

Artigo 5° - Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
degradantes.

Comentário:

Proibição à tortura e às penas cruéis, desumanas ou degradantes.

Artigo 6° - Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da sua


personalidade jurídica.

Comentário:

Reconhecimento da personalidade jurídica a todo ser humano


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Artigo 7° - Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos
têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra
qualquer incitamento a tal discriminação.

Comentário:

Estabelecimento do direito a ser protegido por lei contra violação dos direitos fundamentais.

Artigo 8° - Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as jurisdições nacionais competentes
contra os atos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.

Comentário:

Reconhecimento do direito de recursos aos tribunais nacionais competentes.

Artigo 9° - Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Comentário:

Reconhecimento das garantias contra detenção, a prisão e o exílio arbitrários.

Artigo 10° - Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa e
publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e
obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.

Comentário:

Reconhecimento do direito a uma justiça independente e imparcial.

Artigo 11° - 1. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se inocente até que a sua
culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as
garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.

2.Ninguém será condenado por ações ou omissões que, no momento da sua prática, não
constituíam ato delituoso à face do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será
infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o ato delituoso foi
cometido.

Comentário:

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Reconhecimento do direito à presunção de inocência e à não retroatividade da lei.

Artigo 12° - Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu
domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contrastais intromissões
ou ataques toda a pessoa tem direito a proteção da lei.

Comentário:

Direito à vida privada.

Artigo 13° - 1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no
interior de um Estado.

2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito
de regressar ao seu país.

Comentário:

Direito de ir e vir e de escolher livremente o local de sua residência.

Artigo 14° - 1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo
em outros países.

2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de
direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

Comentário:

Direito de asilo.

Artigo 15° - 1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.

2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de mudar de
nacionalidade.

Comentário:

Direito à nacionalidade.

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Artigo 16° - 1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir
família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da
sua dissolução, ambos têm direitos iguais.

2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos.

3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção desta e do


Estado.

Comentário:

Reconhecimento da igualdade de direitos entre o homem e a mulher de acordo com o matrimônio


e a proteção à família.

Artigo 17° - 1. Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.

2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.

Comentário:

Direito à propriedade individual e coletiva.

Artigo 18° - Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este
direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de
manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo
ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

Comentário:

Previsão de liberdade de pensamento, de consciência e de religião.

Artigo 19° - Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o
direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem
consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.

Comentário:

Liberdade de opinião, de expressão e do livre acesso à informação.

Artigo 20° - 1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.

2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

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Comentário:

Direito à liberdade de reunião e associação pacífica.

Artigo 21° - 1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do
seu país, quer diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.

2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções públicas do seu país.

3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos: e deve exprimir-se


através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto
secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.

Comentário:

Direito de participar do governo e de eleições periódicas e o direito de acesso ao serviço público do


país.

Artigo 22° - Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode
legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis, graças
ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de
cada país.

Comentário:

Direito à segurança social de forma digna.

Artigo 23° - 1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições
equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.

2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.

3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua
família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os
outros meios de proteção social.

4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos
para defesa dos seus interesses.

Comentário:

Direito ao trabalho, à livre escolha, garantindo um salário igual por um trabalho correspondente;
liberdade sindical.

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Artigo 24° - Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, especialmente, a uma limitação
razoável da duração do trabalho e as férias periódicas pagas.

Comentário:

Direito ao descanso e ao lazer no tempo livre.

Artigo 25° - 1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua
família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à
assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no
desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de
subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.

2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças, nascidas
dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma proteção social.

Comentário:

Direito à saúde, ao bem-estar social, ao tratamento especial à maternidade e às crianças.

Artigo 26° - 1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a
correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino
técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a
todos em plena igualdade, em função do seu mérito.

2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do
Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade
entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das
atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.

3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos.

Comentário:

Direito à educação.

Artigo 27° - 1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que deste
resultam.

2. Todos têm direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer produção
científica, literária ou artística da sua autoria.
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Comentário:

Direito de fazer parte livremente da vida cultural e científica da comunidade. Direitos do autor.

Artigo 28° - Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional, uma
ordem capaz de tornar plenamente efetivos os direitos e as liberdades enunciadas na presente
Declaração.

Artigo 29° - 1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre
e pleno desenvolvimento da sua personalidade.

2. No exercício deste direito e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações
estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos
direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública
e do bem-estar numa sociedade democrática.

3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente e aos fins e aos
princípios das Nações Unidas.

Artigo 30° - Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a
envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a alguma
atividade ou de praticar algum ato destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados.

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Ivalber Alex da Silva - [email protected] - CPF: 107.871.094-52

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