01 Curso de Gálatas Aplicado

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Curso de Gálatas Aplicado

Volume 01

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Curso de Gálatas Aplicado

Capítulo 01

Detectando o Falso Evangelho


O primeiro capítulo da carta apresenta o tema, que é o problema que as
igrejas da Galácia estavam enfrentando, a saber, a criação de um segundo
evangelho, isto é, adulterar o Evangelho de Cristo por não crer que somente a fé os
salvaria, tendo um sentimento que criou a necessidade de acrescentar algo à fé.
Foi-se perdendo a capacidade de crer em Jesus, somente, com simplicidade, e
criaram um zelo doentio, onde a fé simples, interna e profunda, foi substituída por
um culto exterior, superficial, burocrático e carnal. Nesse início, Paulo introduz a
questão do que é ser cristão, quais são as prisões e como aprender a ser livre; que
liberdade é essa que Cristo propõe e qual é a falsa, ou seja, o que aprisiona e o que
liberta (n)a nossa jornada de fé, dentro da vida com Deus.

“Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão


rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo,
para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o
evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão
perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo.”
(Gálatas 1:6,7)

Podemos reconhecer duas formas de fé em Gálatas: uma é o fato espiritual


bíblico, mas a outra é (auto)engano; uma fé liberta radical e completamente, mas a
outra fé escraviza secretamente. A Fé Cristã original demonstra, simultaneamente,
que somos piores do que pensamos, mas que, apesar disso, somos aceitos filhos,
como jamais pensávamos possível. E mais, a nossa maldade oculta pode (e deve)
ser tratada/anulada pela ação do Espírito Santo, mediante aquela fé, que semeia
Seu fruto e faz-nos perceber que somos aceitos. Simplesmente.

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Essa é a verdadeira liberdade que a verdadeira fé no verdadeiro Evangelho


provoca. Entretanto, ao chegar em Gálatas, vemos uma divisão - racial, ritual, social
e cultural. Sendo a divisão racial (judeus vs. gentios) a criadora das demais
divisões. O apóstolo argumenta que essa divisão é resultado do não entendimento
da essência do Evangelho, e as separações seguintes só aumentavam o abismo
entre os dois grupos, logo, as verdades de Cristo não estavam sendo aplicadas
nessas comunidades, e além de Cristo, algo mais estava sendo pregado.

“Mas ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho


diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado!”
(Gálatas 1:8)

Um “algo mais” que agravou as diferenças, reforçou estereótipos (judeus


sendo mais judeus contra gentios sendo mais gentios, e todos sendo menos
cristãos) e impediu a convivência, atrapalhando a caminhada como igreja e
fragmentando a unidade como corpo de Cristo. Paulo combate essas diferenças e
confusões pregando o Evangelho de Jesus, e acusa aqueles que adotaram
acréscimos à fé, de abandonar Cristo, pois Cristo não admite, e muito menos
precisa, de acréscimos. A indignação de Paulo é causada pela inconstância da
igreja, desviando os recém-convertidos para um evangelho falso. Os mestres locais
haviam sido judeus, agora convertidos, mas que estavam pervertendo o Evangelho,
ao obrigar o cumprimento da lei de Moisés para agradar a Deus, na verdade,
estavam afastando-se dEle e entristecendo Seu Espírito. Assim como Paulo no
passado, os gálatas buscavam salvação e acesso a Deus pelo próprio esforço, mas
a conversão paulina e seus primeiros passos na fé deveriam tê-los orientado, pois
Paulo caiu na mesma armadilha em seus anos de fanatismo farisaico, feriu e matou
muitos cristãos, mas foi resgatado do engano e recebeu um chamado de Deus:

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“Irmãos, quero que saibam que o evangelho por mim


anunciado não é de origem humana. Não o recebi de pessoa
alguma nem me foi ele ensinado; pelo contrário, eu o recebi
de Jesus Cristo por revelação.” (Gálatass 1:11,12)

Sem ter feito nada para merecer, Deus ministrou, pessoal e individualmente,
usando a própria história passada dele para capacitá-lo, sem a unção ou
autorização dos outros apóstolos, por iniciativa exclusiva do Senhor. Por isso Paulo
declara não ser um mestre local, pois seu chamado não foi local ou humano, antes
foi celestial, e proclama o Evangelho cuja única fonte é Deus e a única substância é
a graça (qualquer diferença ou acréscimo é maldito e deve ser rejeitado, um
evangelho que não é baseado na graça produz o mal e aprisiona o ser humano).
É preciso muita atenção ao que se crê! Jesus nos substituiu na Cruz. Nossa
condenação, pecados, faltas e excessos desqualificam toda adição que tentarmos
fazer à salvação. Igualmente, qualquer ato para complementar a obra de Cristo é
inútil. Nenhuma atitude ou virtude humana nos torna merecedores, nem dá acesso
a Deus, pois o Altíssimo foi motivado pela Sua própria vontade, para que ninguém
se orgulhe de si mesmo. E não havendo qualquer contrapartida humana, a essência
da relação com Deus é a fé, a essência dessa fé é a graça, e a essência dessa graça
é o amor do nosso Pai.

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