MODELO de Petição Inicial - Adjudicação Compulsória

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 8

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

(…)

(...), por seus procuradores (documento 1), com


escritório na Av. (...), São Paulo, SP, onde receberão intimações,
vem,respeitosamente, perante Vossa Excelência, aforar, pelo procedimento
comum, em face de(...)

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER – ADJUDICAÇÃO


COMPULSÓRIA,

o que faz com fundamento nos arts. 497 e 536 do Código de


processo Civil, arts. 16 e 22 do Decreto-Lei 58/1937 e arts. 1.417 e 1.418
do Código Civil, pelas razões que, a seguir, passa a aduzir:

FATOS

No dia (...), a autora firmou com o réu um compromisso


de compra e venda (documento 2) do imóvel localizado na rua (...) que, na
matrícula nº (...), Junto ao (...)º Ofício de Registro de Imóveis da (...)
(documento 3), está assim descrito e caracterizado: (descrição do imóvel,
idêntica à matrícula).
O referido compromisso de compra e venda foi firmado
em caráter irrevogável e irretratável, constando no seu bojo todos os
elementos necessários à escritura definitiva.

Estabeleceu-se, assim, o preço certo de R$ (...), pagos


através de 4 (quatro) parcelas iguais e consecutivas de R$ (...), a primeira
na data da assinatura do contrato e as demais em iguais dias dos meses
subsequentes.

O valor avençado entre as partes foi efetivamente


quitado, conforme provam os recibos anexos (documento 4)

Ou

Embora tenha recebido as três primeiras parcelas


(documento 4), o réu, arrependido ainda que tenha firmado o negócio em
caráter irretratável, recusa-se a receber a última parcela.

Nada obstante os esforços da autora, o réu se recusa,


ainda, a outorgar a escritura definitiva.

Sendo assim, a autora notificou o réu (documento 5), no


dia (...), para que, no dia (...), comparecesse com seus documentos pessoais
no (...)º Tabelião de Notas da Capital, para outorgar a escritura conforme
minuta que enviou.

Dominado pela solércia, cruzando os braços, o réu não


compareceu e, tampouco, alegou qualquer motivo para justificar sua mora
na obrigação de outorgar a escritura definitiva.

Assim, não existindo outra forma, baldos os esforços da


autora, não lhe restou alternativa senão socorrer-se do Poder Judiciário,
para obter sentença de adjudicação substitutiva da vontade do réu, apta a
transmitir a propriedade do imóvel objeto do compromisso de compra e
venda.

DIREITO

O Código Civil é claro quanto à responsabilidade do réu,


que se nega a cumprir sua obrigação de outorgar a escritura:
“Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor
que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.

(...)

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e


danos,mais juros e atualização monetária segundo índicesoficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

(...)

Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa,
mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”

Nestes casos, prevê o Código de Processo Civil:

“Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não
fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou
determinará providências que assegurema obtenção de tutela pelo
resultado práticoequivalente.

(...)

Art. 501. Na açãoque tenha por objeto a emissão de declaração de


vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada
em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.

(...)

Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade


deobrigação de fazerou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a
requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de
tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas
necessárias à satisfação do exequente.

§ 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre


outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de
pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade
nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.

§ 2º O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido


por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto no art. 846, §§
1º a 4º, se houver necessidade de arrombamento.

§ 3º O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando


injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua
responsabilização por crime de desobediência.

§ 4º No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de


obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525, no que couber.

§ 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento


de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não
obrigacional.”

Neste sentido:

Tribunal de Justiça de São Paulo. Compromisso de compra e venda. Ação


de obrigação de fazer e indenização por perdas e danos ajuizada pelo
comprador que praticamente integralizouo preço doimóvel,
remanescendo,do total de R$ 235.000,00, a quantia derradeira (R$
15.000,00) a ser satisfeita quando da outorga da escritura definitiva,
como previsto. Embora possa haver dúvida sobre qual das prestações
deveria ser providenciada primeiro, não soa como proporcional ou
razoável a recusa dos vendedores na subscriçãodo ato conclusivo se a
obrigação inadimplida do comprador é módica diante da totalidade do
negócio (adimplemento substancial) Aplicação doregimejurídico da
execução específica do contrato promessa de Portugal para determinar
que o autordeposite, emjuízo, o valoratualizadodaprestação, resguardando
o direito dos réus e conservando o negócio por inteiro, que é o interesse
maior. Recurso parcialmente provido para considerar os vendedores
obrigados a outorgar a escritura (aplicação do art. 466-B, do CPC) [atual
art. 512] servindo a sentença como título translativo junto à matrícula
doimóvelapós realizado o depósito. (Apelação 0007109-
37.2007.8.26.0126. Relator: Enio Zuliani Comarca: Caraguatatuba Órgão
julgador: 4ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 24.02.2011
Data de registro: 25.02.2011 Outros números: 71093720078260126).

DEPÓSITO DO VALOR CONTRATADO DADA A MORA


ACCIPIENDI:

Em razão da notificação (documento 5), é curial


concluir a mora do réu que se nega, injustificadamente, a cumprir a
obrigação assumida, tilizando, para tanto, o artifício de não receber a
quantia contratada, referente à última parcela do preço.

Em consonância com o acatado, o autor oferece, desde


já, a quantia de (...), correspondente ao valor atualizado devido pela última
parcela recusada injustamente pelo réu. (documento 6 – guia de
depósitojudicial).

É este o entendimento esposado pelo seguinte julgado:

Tribunal de Justiça de São Paulo. “Outorga de escritura – Relator: José


Carlos Ferreira Alves– Comarca: São Paulo– Órgão julgador: 7ª
Câmara de Direito Privado – Data do julgamento: 04/06/2008 – Data
deregistro: 13/06/2008 – Outros números: 4449674500, 994.06.015735-1
– Ação de obrigação de fazer – depósito judicial pelos compradores, no
decorrer dalide, dosaldo remanescente devidamente corrigido –
reconhecido o cumprimento integral da obrigação pelos compradores que
implica exigência da outorga da escritura do imóvel pelos vendedores,
sob pena de multa diária – Sucumbência parcial – Recurso parcialmente
provido” (Apelação9136773-89.2006.8.26.0000).

Aliás, o depósito liberatório da obrigação quando há


cumulação de pedidos, como no caso em tela, é admitido por jurisprudência
remansosa do Superior Tribunal de Justiça, que, nos termos do § 2º do art.
327 do CPC, exige a adoção do rito comum:
“Processual civil. Recurso especial. Dissídio jurisprudencial.
Comprovação. Acórdão recorrido. Fundamento inatacado. Cumulação de
pedidos. Consignação em pagamento e revisão de cláusulas contratuais.
Possibilidade. Emprego do procedimento ordinário. – Comprova-se o
dissídio jurisprudencial com a cópia dos acórdãos paradigmas ou a
menção do repositório oficial nos quais estejam publicados. – O recurso
especial deve atacar os fundamentos do acórdão recorrido. – Admite-se
a cumulação dos pedidos de revisão de cláusulas do contrato e
deconsignação em pagamento das parcelas tidas como devidas por força
do mesmo negócio jurídico. – Quando oautor opta por cumular pedidos
que possuem procedimentos judiciais diversos, implicitamente requer o
emprego do procedimento ordinário [agora comum]. – Recurso especial
não conhecido” (REsp 464439/GO – Rel. Ministra Nancy Andrighi –
Terceira Turma – julgado em 15.05.2003 – DJ 23.06.2003 – p. 358).

PEDIDO

Isto posto, requer a autora a procedência da presente


ação com:

I- a declaração de quitação da última parcela injustamente recusada


pelo réu, objeto de depósito nos presentesautos.
II- a procedência da presente ação de adjudicação compulsória, com
o consequente suprimento da declaração de vontade não emitida
voluntariamente, valendo a sentença como título translativo,
expedindo-se o competente mandado ao (...)º Ofício de Registro
de Imóveis da Capital para que proceda aoregistro;
III- a condenação do réu no pagamento de custas, despesas e verba
honorária, fixada esta entre os limiteslegais.
IV- a condenação do réu nas perdas e danos consubstanciadas no
valor dos honorários despendidos pelo autor, independentemente
dos honorários sucumbenciais, para postular seu direito nos
termos dos arts. 389, 395 e 404 do Código Civil (documento 7),
acrescido de juros legais.
CITAÇÃO

Requer-se que a citação do réu seja efetuada pelo


correio, nos termos dos arts. 246, I; 247 e 248 do Código de Processo Civil,
para responder no prazo de 15 (quinze) dias (art. 335, do Código de
Processo Civil), sob pena de serem tidos por verdadeiros todos os fatos
aqui alegados (art. 344 do Código de Processo Civil), devendo o respectivo
mandado conter as finalidades da citação, as respectivas determinações e
cominações, bem como a cópia do despacho do(a) MM. Juiz(a),
comunicando, ainda, o prazo para resposta, o juízo e o cartório, com o
respectivo endereço.

Ou

Nos termos do art. 246, II, do Código de Processo Civil


(justificar o motivo, posto que a citação por Oficial de Justiça é subsidiária)
requer-se a citação do réu por intermédio do Sr. Oficial de Justiça para,
querendo, responder no prazo de 15 (quinze) dias (art. 335, do Código de
Processo Civil), sob pena de serem tidos por verdadeiros todos os fatos
aqui alegados (art. 344 do Código de Processo Civil), devendo o respectivo
mandado conter as finalidades da citação, as respectivas determinações e
cominações, bem como a cópia do despacho do(a) MM. Juiz(a),
comunicando, ainda, o prazo para resposta, o juízo e o cartório, com o
respectivo endereço, facultando- se ao Sr. Oficial de Justiça encarregado da
diligência proceder nos dias e horários de exceção (CPC, art. 212, § 2º).

AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

Nos termos do art. 334, § 5º do Código de Processo


Civil, a autora desde já manifesta, pela natureza do litígio, desinteresse em
autocomposição.

Ou

Tendo em vista a natureza do direito e demonstrando


espírito conciliador, a par das inúmeras tentativas de resolver
amigavelmente a questão, a autora desde já, nos termos do art. 334 do
Código de Processo Civil, manifesta interesse em autocomposição,
aguardando a designação de audiência de conciliação.
PROVAS

Requer-se provar o alegado por todos os meios de prova


em direito admitidos, incluindo perícia, produção de prova documental,
testemunhal, inspeção judicial, depoimento pessoal sob pena de confissão
caso o réu (ou seu representante) não compareça, ou, comparecendo, se
negue a depor (art. 385, § 1º, do Código de Processo Civil).

VALOR DA CAUSA

Dá-se à presente o valor de R$ (...).

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade..., de ... de ...

Advogado
OAB/UF

Você também pode gostar