Capítulo Familia
Capítulo Familia
Capítulo Familia
Introdução
Desta forma, Fazenda (2005) refere que a família é uma unidade social que
não é fácil definir. Para o autor, esta é baseada em laços de parentesco e
afinidades estando em permanente mudança para se adaptar às necessidades
dos seus membros, sendo algo que não se apresenta de modo nenhum
estático no tempo.
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Domingues e Domingues (2005) partilham da opinião de Fazenda (2005) ao
referirem que a família é um conjunto de pessoas ligadas por laços onde cada
um tem os seus direitos, obrigações e expetativas próprias. No entanto, estes
autores, têm uma visão da família como um sistema que assegura funções
indispensáveis ou úteis aos seus elementos individuais, consideram-na ainda
um pilar, pilar este que terá de estar assente sobre bases éticas e morais de
modo a que o agir dos seus constituintes seja um agir racional, tendo como
meta o bem comum.
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o exterior, que mantém o seu equilíbrio ao longo de um processo de
desenvolvimento percorrido através de estádios de evolução diversificados.
Benson (1988, cit. Pereira, 1996) refere que a família varia quanto à forma,
dimensão, estrutura, religião, “background” cultural, educação, saúde,
localização geográfica, valores e crenças, difere ainda quanto ao número de
amigos e quanto ao número de elementos da família alargada. O autor
destaca ainda a importância de termos de considerar cada família como única.
O conceito de família não teve sempre a conotação que tem atualmente, mas
em síntese, e de acordo com o que os autores defenderam anteriormente,
podemos definir a família da nossa perspetiva.
Assim, sempre que nos referirmos a família estamos a falar de uma unidade
social, constituída por várias pessoas, onde existem laços de parentesco, que
podem ou não ser positivos. A família vai sofrendo alterações ao longo do
tempo, não pode ser vista como algo estático, pois todos nós nascemos numa
família, mas podemos constituir ou vir pertencer a outras famílias.
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História da evolução do conceito
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Dias, 1998) que as mulheres ingressaram no mundo do trabalho, o que vai
desencadear um sentimento de culpabilidade. Na opinião de Antunes (2009)
muitas mulheres não vão para o mundo do trabalho com o objetivo de
aumentar o rendimento familiar, embora isso seja em muitos casos um dos
motivos, mas fazem-no sobretudo para se sentirem realizadas, se
autonomizarem e se encontrarem como pessoas.
De seguida, abordaremos a família atual que é defendida por Ariés (1978, cit.
Dias, 1998) que se mantém extremamente atual.
A Família Atual
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o homem; o relacionamento entre os cônjuges passa a ser mais igualitário
levando a uma diminuição da carga autoritária relativamente aos filhos e a
uma repartição das tarefas domésticas. Com o número do agregado familiar
reduzido e com os cônjuges a integrarem ambos no mercado de trabalho é
fácil supor que haverá “pouca vida humana nas famílias dos nossos dias”.
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desemprego e a imigração faz aparecer os sem-abrigo e os meninos de rua;
a expectativa de vida aumenta implicando maior número de idosos.
De acordo com Barros de Oliveira (1994, cit. Carvalho, 2002) para além da
família tradicional surgem novas formas de família, as quais se podem
caracterizar da seguinte forma: a família de educador único (mães solteiras
ou casais divorciados); as famílias reconstituídas (casais em que um ou
ambos os elementos são divorciados, podendo haver filhos dos dois lados e
comuns); a família de casal homossexual e novas formas de parentalidade
(resultantes das inovações médicas já referidas). Assim, verifica-se cada vez
mais um desmoronamento da família tradicional, deixando de haver
comunhão entre as pessoas, o que aumenta o número de divórcios, o número
de filhos separados e a quantidade de famílias monoparentais. As figuras do
avô e da avó tendem a desaparecer dando lugar à televisão, companheira e
ama de tantas crianças enquanto esperam pelos pais ausentes nos seus
empregos precários lutando para a subsistência umas vezes e, outras nos
seus mundos egoístas de falsas aparências venerando o Ter e esquecendo o
Ser; é dificultado com estas atitudes, a plena integração da criança na família,
pela ausência de comunicação, dando-se início ao ciclo de marginalidade,
inicialmente familiar que rapidamente se alastra ao social.
Opinião diferente da anterior tem Fazenda (2005), a autora refere que temos
assistido, nomeadamente, a partir do século XX, a uma transformação
acelerada do papel da família na sociedade e da sua forma de organização
interna, que muitas pessoas confundem com o prenúncio de uma decadência
ou de um desaparecimento da família.
A autora pensa que não é isso que vai acontecer, apesar das grandes
transformações que se têm operado na família, que estão entrelaçadas com
as mudanças sociais ocorridas no último século, o grupo familiar continua a
ser o contexto em que se transmitem as aprendizagens fundamentais da
nossa cultura, e em que se encontram as melhores condições para o
crescimento harmonioso dos seus membros.
Para Cabrera, Tamis-LeMonda, Lamb & Boller (1999), Parke, (1996), Torres,
(2004) (cit. Monteiro, Veríssimo, Santos e Vaughn, 2008) as profundas
transformações económicas, sócio-demográficas e culturais ocorridas nas
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últimas décadas (onde a entrada massiva da mulher no mercado de trabalho
é apontada como o fator mais saliente), conduziram a uma mudança na
estrutura tradicional da família e nas expectativas acerca dos papéis a
desempenhar pelas figuras parentais. Para Monteiro, Veríssimo, Santos e
Vaughn (2008) quer seja por motivos económicos ou de desejo de autonomia
e realização pessoal, o número de mulheres com trabalho remunerado, em
Portugal, tem aumentado significativamente nas últimas décadas. Este
aumento foi acompanhado por um crescimento substancial do número de
crianças em cuidados não maternos, durante várias horas por dia. O aumento
do número de divórcios, de famílias monoparentais, de coabitações e de
famílias resultantes de segundos casamentos, tem contribuído, também, para
a alteração da estrutura familiar tradicional. A par da mudança na imagem
da mulher que, no presente, assume, simultaneamente, responsabilidades na
espera familiar e profissional, a imagem do homem tem vindo a alterar-se,
começando a ser visto como um pai afetuoso e ativamente envolvido no
quotidiano dos filhos. Em vez da atribuição de papéis específicos e
complementares, surge um novo ideal de co-parentalidade em que ambos os
pais partilham responsabilidades e tarefas nos domínios, financeiro,
doméstico, e nos cuidados das crianças de um modo mais igualitário.
Deutsch, 2001, Parke, 1996; Rohner & Veneziano, 2001 (cit. Monteiro, et al.
2008) referem a imagem cultural da mulher como primeira prestadora de
cuidados e a do pai como figura substituta ou apenas como companheiro de
brincadeira, facto que parece ser ainda, uma crença bastante enraizada na
Sociedade Ocidental.
Para Lamb & Tamis-Lemonda, 2004; Parke, 1996¸ Pleck & Masciadrelli, 2004
(cit. Monteiro, et al. 2008) embora alguns pais desempenhem, no presente,
um papel mais ativo na vida dos filhos, comparativamente com os seus
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próprios pais, ou com os seus pares, no global poucas mudanças se
verificaram.
Diversidade Familiar
Glat (s.d) defende que o ser humano já nasce numa família específica, com
características próprias, pertencente a uma determinada cultura na qual
ocupa uma posição sócio-económica. Mas, o ser humano nasce ainda com o
seu lugar dentro do grupo familiar de certa forma, determinado: pode ser o
mais velho, o mais novo, um filho desejado, ou não. Logo, a família realiza a
chamada socialização primária que consiste na aprendizagem de papéis
sociais, ou seja, na formação da identidade pessoal e social do indivíduo, na
imagem que cada um tem de si próprio.
De acordo com Pereira (1996) o primeiro passo no trabalho com famílias será
reconhecer a diversidade dos seus valores, crenças, aspirações e prioridades,
uma vez que cada família tem a sua estrutura própria, as suas áreas fortes e
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fracas, uma cultura e uma linguagem própria, que devem de ser respeitadas.
Não esquecendo o subsistema da família alargada, esta é constituída pelas
interações com a restante família, vizinhos e amigos. Quando existe uma
criança com deficiência no seio familiar, a família alargada pode ser benéfica
para o aumento da qualidade de vida, na medida em que constituirá um
importante recurso na vida dos pais.
Funções da Família
O facto de a família ser vista como uma unidade social leva-nos a considerar
que esta unidade social tem de ter princípios comuns, tem de lutar para
objetivos em conjunto, regendo-se pelos mesmos princípios e valores morais
que a vão caracterizar como grupo.
Segundo Sampaio & Gameiro (1995, cit. Carvalho, 2002) a função da família
é fornecer meios de subsistência aos seus elementos no sentido económico e
afetivo do termo, ao mesmo tempo que deve fazer face às tarefas de
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desenvolvimento e resolver situações que causem instabilidade (separações,
doenças, crises económicas…).
Minuchin (1979, cit. Costa, s.d.) define uma função interna e uma função
externa na família. Como função interna, o desenvolvimento e a proteção dos
seus membros, como função externa a socialização, a adequação e
transmissão de determinada cultura.
Relvas (1996, Costa, s.d.) considera que a família tem de resolver com
sucesso duas tarefas, por um lado, a criação de um sentimento de pertença
ao grupo, por outro, a individualização/ autonomização.
Na perspetiva de Kozier (1993, cit. Alvim 2002) entre as muitas funções que
a família realiza a mais importante é a de proporcionar apoio emocional e
segurança aos seus membros, mediante o amor, a aceitação, o interesse e a
compreensão. A componente afetiva é enfatizada pelo mesmo autor, pois
segundo ele, mantém as famílias juntas, dando aos seus membros o sentido
de pertença. É esse sentimento de pertença que conduz a um sentimento de
identidade familiar.
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sexualidade do casal e finalmente a possibilidade de amparo e apoio mútuo
dos seus elementos.
Desta feita, apesar da unicidade familiar que assiste cada família, podemos
constatar que por mais diferenças que haja entre elas, há pontos comuns,
nomeadamente, o ciclo vital pelo qual todas as famílias são sujeitas a passar,
bem como as funções que as caracterizam, como o sentimento de pertença
a um grupo, a resolução de situações de instabilidade, a procura incessante
por responder às necessidades económicas, domésticas, familiares, a
socialização, de entre muitos outros aspetos que foram supracitados.
O ciclo vital
A conceptualização do ciclo vital da família e das suas etapas tem tido como
referência a família tradicional, composta por pai, mãe e filhos e a idade da
evolução do filho mais velho.
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composição da família. Uma vez que esses estudos ainda não foram
realizados, de seguida, vamos abordar as distintas fases do ciclo vital da
família, consideradas por Relvas (1996, cit. Costa, s.d.), tendo em conta a
família tradicional.
Para Relvas (1996, cit. Costa,s.d., p.79) o ciclo vital da família é composto
por cinco fases: a formação do casal; a família com filhos pequenos; a família
com filhos na escola; a família com filhos adolescentes e família com filhos
adultos.
2. Família com filhos pequenos – inicia-se este ciclo quando nasce o primeiro
filho, a díade existente até então transforma-se em tríade;
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quais os padrões normais dos ciclos de vida da família, desta forma, dividem-
nos em seis fases:
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sabedoria e a experiencia das gerações mais velhas. Também há um
momento em que a doença e a morte são comuns na geração mais idosa, o
que afeta os cônjuges, parentes e pares;
Verificamos, que a forma como Relvas, McGoldrick e Carter veem o ciclo vital
é semelhante, no entanto, estes últimos dois autores distinguem-se de Relvas
ao acrescentarem um ciclo inicial (jovem adulto) e outro ciclo final (velhice,
doença e morte).
Uma vez abordada a família do ponto de vista do seu ciclo vital, faz também
sentido compreendê-la como um sistema com características bem distintas.
Para Cordeiro (1979, cit. Dias, 1998, p. 51) a família é um sistema, que na
sua generalidade enquadra os indivíduos no macrossistema que constitui hoje
em dia a "aldeia global". No entanto, o autor refere que não se trata de um
sistema único, mas de um conjunto de sistemas e subsistemas, entre os quais
é possível distinguir os sistemas social, cultural, ocupacional e biológico.
Esta visão de família como sistema aberto é partilhada por Lóio, (2003, cit.
Barbas, 2003) para o investigador, este sistema é organizado, independente
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e em transformação, o que implica que possua algumas propriedades comuns
aos outros sistemas vivos, são eles:
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comunidade a que pertence, mas por outro lado, nele habita e reconhece-se
essa mesma família e essa mesma comunidade.
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plataforma de suporte para o casal lidar com o stress intra e extra familiar.
Este subsistema é considerado vital para o crescimento dos filhos, servindo-
lhes de modelo relacional para o estabelecimento de futuras relações de
intimidade.
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família, tudo isto torna necessariamente vital a definição clara de “limites” e
“fronteiras”. Estes limites são considerados como “linhas divisórias”,
permitem regular a passagem de informação entre a família e o meio, assim
como entre os diversos subsistemas.
Minuchin (1979, cit. Alarcão, 2000, p.54) diferencia três tipos de limites: os
claros (que delimitam o espaço e as funções de cada membro ou subsistema,
permitindo, contudo, a troca de influências entre os mesmos), os difusos
(marcados por uma enorme permeabilidade que faz perigar a diferenciação
dos subsistemas) e os rígidos (que dificultam a comunicação e a compreensão
recíprocas). É a partir da diferenciação e permeabilidade dos limites que as
famílias são caracterizadas de emaranhadas ou desmembradas. Sendo que
as famílias emaranhadas possuem movimentos centrípetos e pelo mito da
unidade familiar, se fecham sobre si mesmas, desenvolvendo o seu próprio
microcosmos, promovem e alimentam um exagerado nível de intercâmbio e
de preocupações entre os diferentes elementos, reduzindo as distâncias
interpessoais e misturando as fronteiras entre gerações, subsistemas e
indivíduos. Os papéis familiares são rígidos e um dos pais é, frequentemente
colocado numa posição de one-down. São estabelecidas fronteiras rígidas
com o exterior, todas as solicitações de autonomia são vistas como falta de
lealdade para com o sistema familiar. O sofrimento de um dos membros tem
uma repercussão imediata no comportamento dos restantes, observando-se
uma invasão maciça das fronteiras pelas dificuldades que ecoam em todos os
subsistemas. Por outro lado, o autor sublinha que as famílias desmembradas,
são aquelas que estabelecem fronteiras rígidas no seu interior e difusas com
o exterior, numa profusão de movimentos centrífugos. Os intercâmbios
comunicacionais entre os subsistemas tornam-se difíceis e as funções de
proteção da família são diminuídas. Os membros destas famílias funcionam
de forma individualizada, os papéis parentais são instáveis, apesar da sua
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aparente rigidez. Estes sistemas familiares toleram uma grande diversidade
de variações individuais nos seus membros e o sofrimento de um deles
dificilmente ultrapassa as fronteiras, muito rígidas, que separam os diferentes
elementos: habitualmente, só em níveis muito elevados de sintomatologia é
que procuram ajuda.
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Assim, para Minuchin (1979, Costa, s.d.) as unidades sistémico/ relacionais
(subsistemas) são criadas por interações particulares que têm a ver com os
indivíduos nelas envolvidos, com os papéis desempenhados, estatutos
ocupados, com as finalidades e objetivos e, finalmente com as normas
transacionais que se vão paulatinamente construindo.
O autor elaborou uma teoria dos sistemas com os seguintes princípios chave:
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mesmos às instituições sociais que sobre elas têm influência) e qualquer
destas situações vai transformar o sistema familiar.
- Stress relativo aos períodos de transição do ciclo vital da família: este tipo
de stress é inegável ainda que esperado e normativo. O nascimento de uma
criança, a adolescência dos filhos, a morte de um progenitor idoso, são
acontecimentos que obrigam, naturalmente, à negociação de novas regras
familiares;
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que lhe caímos na teia. O autor explica que em grego, crise [krisis] significa
momento decisivo, e, na realidade, é isso que ela representa, tal como
Minuchin (1979, cit. Alarcão, 2000) o explicou claramente quando disse que
a crise era simultaneamente, ocasião de (crescimento, de evolução) e risco
(de impasse, de disfuncionamento).
Dias (1998) acrescenta que a família sempre foi a unidade social mais
permeável à mudança, denotando uma capacidade de transformação e,
tendência homeostática, imprescindível à manutenção do seu equilíbrio
dinâmico interno. Apesar da vivência da família ser alargada a uma referência
sócio-cultural e histórica, a verdade é que a própria família nuclear parece
querer dar lugar às famílias monoparentais. Esta necessidade de responder a
mudanças interiores e/ou exteriores é a única forma que a família encontra
para responder a cada tipo de tensões que se lhe apresente.
De acordo com Rabkin & Streuning, 1976 e Rosenberg, 1977 (cit. Marques,
1977) os membros das famílias das classes sociais mais baixas experimentam
situações de stress mais severas, embora não tão frequentes, do que os
membros das famílias da classe média, sendo que, as situações sócio-
económicas difíceis não só ocasionam um elevado nível de stress, como
também influenciam a capacidade dos pais interagirem com os seus filhos.
Frude (1991, cit. Marques, 1977) revela que níveis académicos elevados têm
sido associados a níveis elevados de stress parental relativamente ao
nascimento da criança com deficiência, em comparação aos níveis
encontrados nos pais das classes mais desfavorecidas. Também Price,
Bonham e Addison (1978, cit. Marques, 1977) referem que as famílias de
crianças com deficiência são particularmente vulneráveis à experiência do
stress. Estes estudos demonstram ainda o aumento do número de divórcios
e de suicídios.
Hoffman (1984, cit. Rubinstein, Ramalho, Netto 2002, p.32) destaca quatro
variáveis que podem afetar a criança e a família:
- A classe sócio-económica;
- O trabalho do pai;
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- O trabalho da mãe;
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