49384-Texto Del Artículo-200037-2-10-20220106
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O Anuário de Estudos Centro-Americanos (AECA), fundado em 1974, é uma revista acadêmica de acesso aberto, publicada na
Faculdade de Ciências Sociais da Universidade da Costa Rica. É uma publicação contínua, apresentada em formato eletrônico.
Atualmente é uma das poucas publicações publicadas sobre a América Central sob uma perspectiva regional. A AECA abrange temas
que tratam da análise da realidade histórica e atual da região centro-americana e das sociedades que a constituem.
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Recebido: 08/06/2021
Aceito: 30/07/2021
Sobre o autor
Andrea Cristancho Cuesta. salvadorenho. Chefe do Departamento de Comunicação e Cultura da Universidade
Centro-Americana José Simeón Cañas (UCA), El Salvador. Doutoranda em Ciências Sociais.
Contato: [email protected]
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4175-6280
Cláudia Ivon Rivera Andrade. salvadorenho. Mestre em Comunicação. Professor e pesquisador da Universidade
Centro-Americana José Simeón Cañas (UCA), El Salvador.
Contato: [email protected]
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9641-7796
Revista de acesso aberto publicada na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade da Costa Rica
Atribuição-NãoComercial-SemDerivs 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)
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Resumo
A legitimação das Forças Armadas, como ator predominante nas tarefas de segurança
pública, tem sido constante no discurso governamental do presidente salvadorenho Nayib
Bukele, desde o início de sua gestão, em junho de 2019. Esta pesquisa analisa os rituais
e cerimoniais da comemoração de o 198º aniversário da independência salvadorenha;
Neste momento, o presidente salvadorenho mostra a centralidade da sua figura, o seu
apoio através de frases, imagens, metáforas, tweets e retuítes, que enquadram todas as
virtudes da instituição militar que também definem e justificam a política de segurança
pública da sua administração.
Abstrato
A legitimação das Forças Armadas como ator predominante nas tarefas de segurança
pública tem sido uma constante no discurso governamental do presidente salvadorenho
Nayib Bukele desde o início de seu governo, em junho de 2019. Esta pesquisa analisa os
rituais e cerimônias da comemoração dos 198 anos do governo salvadorenho.
independência, momento em que o presidente salvadorenho mostra a centralidade de sua
figura, mostra seu apoio através de frases, imagens, metáforas, tweets e retuítes que
enquadram todas as virtudes da instituição militar e definem e justificam a política de
segurança pública de sua administração.
Introdução
Esse resultado o coloca como um dos presidentes mais bem avaliados da história
do país.
A história recente de El Salvador tem sido influenciada pela busca constante pelo
aprofundamento do modelo democrático, cujos fundamentos foram pactuados com
a assinatura dos Acordos de Paz em 1992. Este caminho rumo à democratização
permitiu a inclusão de diversos setores para vida nacional e o reconhecimento de
uma sociedade mais plural política e culturalmente. Um dos pilares da negociação
foi a desmilitarização da sociedade salvadorenha e, com ela, o fim da hegemonia
política e social das Forças Armadas, o que implicou não só a sua diminuição em
número, mas também a transformação do seu papel. Assim, Aguilar (2018) sustenta
que “o cerne da reforma militar foi a
1 Esta pesquisa faz parte do projeto “Análise histórica da violência 2020-2022” da CAFOD-
Editores UCA.
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administração por exibir uma imagem de dureza diante do crime e atribuir a esse
ator um importante papel simbólico com o qual legitima seus rituais públicos que,
para fins deste artigo, serão considerados como cerimônias que têm por finalidade
construir ou mostrar o poder das instituições, políticas, líderes e interesses dos
diferentes atores (Chihu Amparán, 2017).
(Riorda, 2013, p. 53). Nesta lógica, no caso de Bukele, a utilização desta ferramenta
de comunicação na sua gestão contrasta com o declínio do acesso à informação
pública, à transparência e à defesa dos direitos humanos, características de um
regime democrático.
Segundo José Luis Dader (2008), dado que atores e instituições competem no jogo
político através da utilização de recursos discursivos e cênicos para atingir seus
objetivos, “a manifestação discursiva e simbólica pode muitas vezes mascarar e
ofuscar a percepção do resto”. de componentes das ações que determinam a
ordem social, os processos de tomada de decisão, a produção institucional (...) as
lutas pelo poder” (p. 2). Ou seja, o que se sintetiza como ação política. Portanto,
conclui-se que é fundamental estudar esses elementos para saber como eles
afetam a formulação de políticas e a construção de apoios ou consensos sociais,
para conseguir sua aprovação em meio a uma diversidade de interesses dos atores.
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No entanto, este aumento do consumo de redes sociais pela população não tem
representado a superação da profunda exclusão digital no país, expressa na
desigualdade no uso e apropriação das tecnologias de informação e comunicação
(TIC) que gerou um novo tipo de exclusão. Por exemplo, a incidência da marginalização
digital é mais ampla nas zonas rurais do que nas zonas urbanas “1 em cada 4
pessoas com 10 anos ou mais nas zonas rurais tinha acesso à Internet; enquanto na
zona urbana, 3 em cada 4 tinham esse acesso” (Velásquez, Cisneros e Gil, 2021, p.
3), o que gera um abismo entre aqueles que têm a possibilidade de usufruir dos
benefícios oferecidos pelo ambiente digital e aqueles que não.
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Não há provas do impacto que esta medida teve na melhoria dos níveis objectivos
de segurança; Pelo contrário, a sua utilização nos últimos anos coincidiu com o
aumento da violência em El Salvador, resultando também num saldo negativo em
termos de direitos humanos, credibilidade institucional e custos orçamentais mais
elevados (p. 79).
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Regan (1994) concebe a militarização como um “processo pelo qual os estados passam
de um estado menos militarizado para um mais militarizado” (p. 4). O termo, então, está
associado à tendência de rejeitar ou aceitar o armamento numa sociedade. A
militarização aguda, por outro lado, visa mobilizar a população em torno de um conflito
armado iminente e planeado. No caso de El Salvador, a luta contra as gangues. Nesse
sentido, Laswell (1971) afirma que a militarização é um componente de propaganda
que visa justificar o uso da força ou da violência contra os chamados inimigos da nação:
Tão grandes são as resistências à guerra nas nações modernas que toda guerra
deve parecer uma guerra de defesa contra um agressor ameaçador e assassino.
Não deveria haver ambigüidade sobre quem o público deveria odiar (p. 175).
onze
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desta administração, bem como suas referências visuais, que tornam necessário
estudar não só o discurso, mas também as formas como o poder é ritualizado
através de celebrações, inaugurações ou outros atos protocolares que possam
demonstrar performatividade. , bem como a sua centralidade como figura
simbólica e factual de poder. Neste sentido, o presidente não só prepara as suas
instituições para “a guerra contra as gangues”, mas também os seus cidadãos ou
“súditos” para a luta contra “os inimigos do Estado e do presidente” e, no caso
de, se necessário, , para legitimar o exercício da força e da violência contra estes
inimigos da nação.
Por quais meios o presidente faz isso? No momento de conduzir esta investigação,
o presidente a executa através “da distorção de símbolos e ícones políticos
propagados em uma esfera pública cada vez mais moldada pela midiatização
eletrônica é uma indicação de que uma certa teatralidade é inerente ao poder”
(López Lara, 2005, p. 62). As redes sociais preparam o terreno fértil para que o
presidente transmita um discurso segmentado, desprovido de contato e favorável
às suas necessidades propagandísticas. Através de tweets individuais, tópicos e
respostas aos seus seguidores, dissidentes ou ministros, ele exalta emoções de
orgulho, aprovação e até ódio para gerar tendências de opinião. As imagens, do
relato das Forças Armadas, compõem os elementos do ambiente a partir de sua
figura no desfile, dos batalhões em formação e dos traços sérios e duros dos
soldados. O discurso escrito nos tweets, o oral –através do mestre de cerimônias–
e a composição da fotografia, fornecem as evidências para este ensaio. López
Lara (2005) sugere que este é um elemento-chave da atividade política nas
sociedades mediadas pelas novas tecnologias nas quais a atividade política:
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Metodologia
Esta investigação insere-se num projeto de análise multidisciplinar que visa
encontrar as chaves para a compreensão das diferentes formas de legitimação da
violência na administração pública de vários líderes e forças políticas no poder.
Nesse sentido, este estudo abrange um aspecto que merece observação e análise:
a militarização da segurança pública como política de governo e as construções
discursivas que buscam fomentar a relação simbiótica entre o líder das forças
armadas e a instituição por meio de rituais que “utilizam símbolos para representar
e legitimar um grupo de pessoas como uma comunidade ordenada e coerente com
valores e objetivos compartilhados” (Chihu Amparán, 2017).
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figura 1
Número de tweets produzidos pelo presidente durante setembro de 2019
23 24 24 24
17 19
vinte
8 9 8
0
5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 25 27 28 29 30
O total de tweets produzidos pelo presidente nos dias escolhidos para análise foi de 131.
Foi analisada a ligação com o tema do desfile cívico-militar e a amostra analisada foi de
97 tweets relacionados direta ou parcialmente ao desfile cívico-militar (Tabela 1 ).
quinze
tabela 1
independência
N/D 19 0 quinze 3. 4
Total 3. 4 60 37 131
López Lara (2005) sustenta que a função de toda a performatividade associada ao evento de comemoração
da independência busca estabelecer: “como a intensa emoção coletiva constrói a pessoa do presidente
como símbolo da nação e cria um sentimento de comunidade com os cidadãos” (p. 70). A finalidade
paradoxal do poder cerimonial e da disposição do cenário, longe de criar um sentimento de comunidade,
exalta e enquadra um líder a quem deve ser prestada reverência, colocado acima dos outros e isolado
dos seus cidadãos.
Ao contrário dos anos anteriores, nos governos da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional
(FMLN), por exemplo, a comemoração do
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Figura 2
Celebração do palco em perspectiva 198º aniversário da independência
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Figura 3
Centralidade da figura do presidente na cenografia
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Figura 4
Casal presidencial e referência à reconstrução da identidade
salvadorenha
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Figura 5
Prevalência de atores destacados em tuítes da conta presidencial
Total
Quatro cinco
40 41
35
30 31
25
22
vinte
quinze
10 12
5 5 Total
43 3
0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
vinte
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As fontes mais utilizadas por esses meios de comunicação são páginas do governo,
no caso, do Ministério da Defesa e da Presidência nas redes sociais que
disponibilizaram o conteúdo e o mesmo acompanhamento gráfico (mesmas fotografias
de ângulos diferentes) que enfatizaram a disponibilização de recursos para as
Armadas. Forças, por meio de uma única informação replicada catorze vezes por
diferentes meios de comunicação em um único dia: 14 de setembro de 2019 (Figura
6).
Figura 6
Classificação das contas retuitadas da conta do presidente
Total
cinquenta
40 40
30
24
vinte
13 14
10
6 5
0 1 1 1 1 vinte e um 12 1 2 1 1 Total
Pelo contrário, o PNC recebeu menos atenção (um vídeo) nos conteúdos veiculados
pelo presidente e na cobertura dos referidos meios de comunicação. Este vídeo
enfatiza a entrega de uniformes e botas aos agentes desta instituição. Pode-se afirmar
que a mensagem que foi colocada um dia antes da independência foi a da necessidade
da provisão e, consequentemente, da necessidade de maiores recursos para ambas
as instituições, mas priorizando o papel das Forças Armadas no combate ao crime.
vinte e um
A segurança pública ficará a cargo da Polícia Nacional Civil, que será um órgão
profissional, independente das Forças Armadas e independente de toda atividade
partidária (P. 2).
A Polícia Nacional Civil terá a seu cargo as funções de polícia urbana e de polícia
rural que garantam a ordem, a segurança e a tranquilidade pública, bem como a
colaboração no procedimento de investigação criminal, e tudo isto de acordo com a
lei e no estrito respeito pelos direitos humanos. (Assembleia Legislativa de El
Salvador, 1983, p. 34)
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Figura 7
Desfile civil-militar dos atores predominantes da nuvem de palavras
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A forte ênfase nos equipamentos e valores das Forças Armadas, através de todas
as suas instâncias, denota a mitificação dos militares e da sua instituição, para
resolver todos os problemas de segurança pública. Consequentemente, a
comemoração da independência, da lógica deste conceito de marca, torna-se o
principal instrumento para justificar a aprovação da política de segurança, como
motor central na sua administração. No entanto, a consolidação discursiva desta
política exige uma orientação estratégica que “permita aos cidadãos vislumbrarem o
futuro almejado, ao mesmo tempo que compreendam as questões-chave que estão
num horizonte credível e podem tornar-se um mito governamental, como um conjunto
de boas razões acreditar
(Riorda, 2010, p. 6), aspecto que não está claramente identificado na proposta de
Nayib Bukele.
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4. O Soldado Salvadorenho oferece sempre a sua vida pela Pátria, pela honra da
sua Bandeira e pelas glórias das suas Forças Armadas.
Como se pode perceber, a partir dos atributos atribuídos aos militares salvadorenhos,
por meio da repetição dessas palavras, exalta-se sua figura, posicionando-se como
ator relevante e capaz de cumprir as tarefas atribuídas pelo comandante das Forças
Armadas, Nayib Bukele. Desde esta narrativa heroica, el soldado es capaz de dar su
vida por la patria y se convierte en el ejecutor de la voluntad, deseos y anhelos de la
ciudadanía en contra de “los enemigos” de la patria, a través de la institución a la
que pertence. A seguir, as características mais relevantes do decálogo são
apresentadas em uma nuvem de palavras (Figura 8).
Figura 8
Características enfatizadas do soldado salvadorenho
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mesa 2
Principais diferenças entre as duas profissões
Militares Polícia
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A transmissão desse segmento começa às duas horas e nove minutos e dura dez
minutos. Começa com a entrada de um ônibus na avenida onde está montado o palco
presidencial. A narrativa começa, novamente, com a repetição do Decálogo do soldado
salvadorenho. Na cena, avista-se um helicóptero e, em seguida, o tenente de Infantaria
fica encarregado de apresentar “as competências do Comando das Forças Especiais,
especificamente, do Comando das Forças Antiterroristas”. 2 Conforme descreve o
narrador, a performance trata da perseguição de terroristas que sequestraram um
veículo (um ônibus).
2 Os atributos e frases entre aspas nesta seção correspondem a palavras literais do discurso do mestre de
cerimônias durante a apresentação.
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território nacional, mas que, finalmente, pelo Comando Especial Antiterrorista serão
neutralizados”. Novamente, o narrador reza:
Como comando que sou, esforçar-me-ei por cumprir a missão, exigindo o máximo
sacrifício físico e mental para o meu país. Mesmo que tenha que sacrificar minha
vida, vou me esforçar para continuar pronto e treinado para lutar, em equipes
pequenas e especializadas.
Apenas uma imagem foi apresentada nos sites oficiais desta implantação; No
entanto, foi excluído após críticas de muitos salvadorenhos.
Originalmente, a foto (Figura 9) foi tuitada pela conta da Secretaria de Imprensa da
Presidência (@PrensaBukele). Posteriormente, devido às críticas, foi apagado pela
instituição. O tweet original informava “O @FUERZARMADASV demonstra suas
habilidades antiterroristas diante do palco presidencial. #NaçãodeHeróis.
pic.twitter.com/sZS0L999SW” (Secretaria de Imprensa da Presidência, 2019).
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Figura 9
Apresentação dos resultados dos Comandos Especiais Antiterroristas
em atuação
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Contudo, o corpus revela uma gestão inédita ao posicionar conteúdos nas redes
sociais que favoreçam suas finalidades. O presidente passa a ser o porta-voz do
governo e seus retuítes dominam a agenda informativa, dando maior alcance aos
meios de comunicação relacionados à sua administração e limitando o raio de ação
dos dissidentes. Por exemplo, todas as notas de 14 de setembro apresentam uma
única informação destinada a justificar o apoio do presidente à Força.
Bukele mostra sua clara preferência pelo papel das Forças Armadas como ator capaz
de enfrentar o crime e com poder de proteger a nação contra inimigos internos e
externos. Seu comprometimento com a instituição militar é inferido pela quantidade
de vezes que posiciona o tema, pela necessidade de dotá-la de mais recursos e pela
apologia ao heroísmo que se constrói na voz do narrador da comemoração da
independência salvadorenha.
Por seu lado, o PNC ocupa um lugar subalterno no discurso presidencial, ao serviço
dos militares que são os heróis e também daqueles chamados a preservar a ordem
e a segurança pública. Vale destacar que a participação das Forças Armadas em
tarefas de segurança não é uma realidade nova; Contudo, destaca-se nesta gestão
a construção discursiva e simbólica associada à consolidação deste processo.
3º Os atributos e frases entre aspas são uma reprodução textual do discurso expresso na transmissão da
comemoração da independência.
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Como um epílogo
Com a chegada ao poder de Nayib Bukele em 2019, o contexto político
salvadorenho mudou substancialmente, uma vez que a gestão Nuevas Ideas
constitui o encerramento de um ciclo em que os partidos tradicionais surgidos da
assinatura dos Acordos de Paz, FMLN e Arena, tiveram um papel de destaque no
cenário nacional.
3. 4
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No que diz respeito à construção de sua imagem como candidato e figura política,
Bukele tem se caracterizado por posicionar meios de comunicação que produzem
matérias favoráveis à sua gestão ou a ele e, por outro lado, por desacreditar aqueles
espaços informativos que apontam falhas ou lacunas no gestão da sua direcção das
finanças públicas. Seu relacionamento com outros atores
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ÿpartidos e outras figuras políticasÿ tem sido conflituosa. Como prefeito, a relação
com esses atores “dissidentes” de sua gestão representou um desafio para o acesso
à informação pública e ao exercício jornalístico de informar a população; Como
presidente, desde a comunicação governamental, representa um risco para a
democracia, a transparência e a fiscalização do serviço público.
Este processo tornou-se mais agudo com o aumento do número de militares que
integram a instituição militar e as constantes alusões visuais aos soldados em
formação. Em seu relato, o presidente enfatizou:
O tweet acima foi publicado pelo Presidente Bukele em 19 de julho. Nesse dia
enfatizou que começou a quarta fase do Plano de Controle Territorial; Para isso, o
presidente precisa do crescimento das Forças Armadas como instituição responsável
pelas tarefas de segurança pública.
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Diretor
Escola de História Dra.
Elizeth Payne Iglesias,
Universidade da Costa Rica
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O Anuário é uma publicação internacional. Suas páginas contêm artigos, ensaios e resenhas
realizados, em espanhol e inglês, a partir de uma perspectiva interdisciplinar no amplo
espectro das ciências sociais e da cultura em geral, dentro e fora da região. O objetivo central é
compreender as sociedades centro-americanas sob as mais diversas perspectivas:
econômica, social, política e cultural. Para que se possam obter explicações científicas e
académicas para os principais problemas que afligem a região ou que a caracterizam a
partir das suas tradições, cultura material e imaterial, populações e etnias, género e ambiente,
entre outros aspectos.