Análise Nas Fachadas Cinética e Dinâmica-Um Estudo de Design Sobre Técnicas e Modelos Conceituais - Design e Tecnologia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 17

Análise nas fachadas cinética e dinâmica: um estudo

de design sobre técnicas e modelos conceituais


Kinetic and dynamic facades analysis: a design study on techniques and
conceptual models

Durante as últimas décadas, algumas tipologias arquitetônicas de fachadas aderiram a uma


nova tecnologia, onde apresenta uma idealização apoiada no uso de método evolutivo de
geração da forma. Neste sentido, o presente artigo tem como objetivo analisar de que modo
os profissionais das áreas de design, arquitetura, engenharias e empresários consideram as
fachadas cinética e dinâmica como um recurso que proporciona sustentabilidade,
economicidade e eficiência produtiva. Desta forma, os métodos de Entrevistas em
Profundidade (EPs) e focus group são abordagens para coleta de dados; e a revisão
bibliográfica para apresentar definições e princípios nas técnicas conceituais. Para codificar
os resultados, espera-se que a pesquisa em desenvolvimento possa responder aos objetivos
traçados e, assim, favorecer a análise real sobre a aplicação de princípios biomiméticos nas
faces exteriores envidraçadas que delimita pontos cruciais ao design criativo.
Palavras-chave: fachadas inteligentes; sistema cinético e dinâmico; design e criatividade.
During the last decades, some architectural typologies of facades have adhered to a new
technology, where it presents an idealization supported by the use of evolutionary method of
generating the form. In this sense, the present article, has the objective of analyzing how
professionals in the areas of design, architecture, engineering and entrepreneurs consider
kinetic and dynamic facades as a resource that provides sustainability, economy and
productive efficiency. Thus, the methods of In-Depth Interviews (EPs) and focus group are
approach for data collection; and the literature review to present definitions and principles in
the conceptual techniques. To codify the results, it is expected that the research under
development can respond to the outlined objectives and thus favor the actual analysis on the
application of biomimetic principles in exterior glazed faces that delimits crucial points to
creative design.
Keywords: intelligent facades; kinetic and dynamic system; design and creativi
1 Introdução
A complexibilidade da arquitetura e do design de produtos de fachadas vem aumentando e
possui suas peculiaridades devido às características de cada local. Esse novo projeto
informacional e conceitual de construção gerou uma revolução de conhecimento técnico em
soluções alternativas e na criatividade de um projetista ou equipe de projeto.
Esse processo criativo demonstra métodos e ferramentas que permitem ao design gerar
soluções úteis e inovadoras. Em razão da evolução constante das fachadas envidraçadas ao
longo dos últimos anos, novas técnicas se expandiram para os edifícios das cidades brasileiras,
e vem cada vez mais diversificadas em termos de sistemas construtivos (CARDOSO, 2019).
Com a mudança de paradigma que coincide com os avanços da construção e da
sustentabilidade, pesquisas foram conduzidas para discutir novas formas de projetos
inspirados nos conceitos sustentáveis com validação e intensificação do uso da tecnologia
responsiva de padrão cinético e dinâmico inteligente, com o propósito de adaptação climática.
Ou seja, com controle ou aproveitamento de fontes de energia natural, que possuem a
capacidade de sentir e agir em função da resposta aos requisitos de desempenho e condições
do entorno variável, visando uma abordagem para resolver questões de design e arquitetura
(LOONEN et. al, 2013).
De acordo com Pinto et al. (2015), devido ao clima tropical do Brasil, é sugerível a necessidade
de desenvolvimento de proteções para fachadas como otimização do conforto térmico e
luminoso dentro do ambiente construído. Uma das recomendações sugeridas para essa
aplicação da sustentabilidade seria a utilização da energia solar através das 1fachadas cinéticas,
onde diminuiria o consumo de energia elétrica, refrigeração e iluminação artificial (PINTO et
al., 2015).
Pesquisas, atualmente, estão sendo exploradas por arquitetos, engenheiros e designers para
melhorar a performance que envolve a aplicação de um recorrente sistema de automação,
com o objetivo de gerar edifícios que respondam aos diferentes estímulos ambientais. Estudos
indicam que a criatividade do design encontra soluções de projetos e buscam contribuições
relevantes no processo de desenvolvimento do produto (ACHTEN, 2014).
De acordo com Achten (2014), as edificações com sistemas inovadores podem ser definidas
como uma função que reage de forma inteligente nas condições de ambientes internos e
externos.
Considerando a contemporaneidade dos edifícios, tecnologias para condições ambientais
externas vêm sendo aplicadas de forma crescente em várias partes do mundo estabelecendo
uma reflexão sobre a capacidade de se adaptar e responder ao ambiente e ao clima do lugar.
Com o desconforto visual proveniente dos contrastes luminosos, foram desenvolvidas
soluções de projetos e materiais de anteparos para controle das condições térmicas e
luminosas implantadas no país. Na arquitetura brasileira, dois elementos foram concebidos
para ajudar tanto na incidência de luz quanto na ventilação natural das fachadas envidraçadas.
Esses elementos – como o 2cobogó e o 3brise soleil (figura 1) – deram impulso para os
arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer introduzirem no ano de 1936 uma técnica inovadora

1 Fachadas arquitetônicas que mudam dinamicamente, transformando edifícios de monólitos estáticos em


superfícies sempre em movimento.
2
Tijolo perfurado ou elemento vazado, utilizado na construção de paredes ou fachadas perfuradas.
3
Conhecido como quebra-sol, tem como função sombreamento nas fachadas.
móvel de operação independente, permitindo diferentes orientações que muda conforme a
direção da fachada, isto é, controla minimizando a radiação solar e a temperatura interna
(BARNUEVO, 2017).
Figura 1 – Fachadas em cobogós e brises soleil, 2015.

Fonte: BARROS (2018)


A técnica dessas fachadas com brises, funciona graças a lâminas fora da edificação, paralelas
entre si, onde fazem parte da identidade arquitetônica e com design diversificados e posições
diferentes.
Características ambientais e climáticas são parâmetros que variam de acordo com
determinado local. Na arquitetura convencional, edifícios com fachadas estáticas e elementos
mecânicos dinâmicos ajudam a melhorar as condições de conforto ao ambiente interno.
(BARNUEVO, 2017)
Nesta perspectiva, a inovação das fachadas cinéticas, deve ser um catalisador que proporcione
um salto significativo de ideias com implantação de sistemas nas 4envoltórias tradicionais,
constituídas de paredes executadas em blocos ou tijolos, revestidas em argamassa, e possa ser
em outros materiais pré-fabricados como painéis de concreto, placas cimentícias, placas de
vidros, painéis de ACM (Aluminum Composite Material) ou de cerâmica, adaptando-as às
tecnologias através do conceito projetual.
Sendo assim, diante dessas considerações, a pesquisa tem a hipótese de que uma fachada
cinética dinâmica autônoma venha a melhorar funcionalidade técnica, custo e
construtibilidade nos modelos conceituais em função da proteção solar, inserindo a prática de
projetos e os avanços científicos em harmonia com o meio ambiente.
Portanto, o avanço das tecnologias procura trazer desafios e novos olhares focados na
manutenibilidade e impacto da melhoria ambiental dos edifícios, visando contribuir para
novos princípios, formas, processos e estruturas sobre o ambiente natural. Em contra partida,
o pensamento biomimético vem permitindo o desenvolvimento de estudos e pesquisas
projetuais que surgem como técnicas avançadas em soluções complexas em diversas áreas
como na engenharia, na arquitetura e no design, buscando aprender com a natureza e
entender suas estratégias para utilizar conhecimento em diferentes domínios da ciência.
Considerando a particularidade dos edifícios, tecnologias para condições ambientais externas
vêm sendo aplicadas de forma crescente em várias partes do planeta terra, estabelecendo
uma reflexão sobre a capacidade de se adaptar e responder ao ambiente e ao clima do lugar.
Diante do motivo exposto, é justificada a importância do estudo em função da necessidade de
expandir conhecimentos mais aprofundados de forma prática nas soluções técnicas dos
avanços científicos tecnológicos de fachadas padrões disponíveis na arquitetura
contemporânea. Entretanto, a contribuição para o campo do design em harmonia com a

4 Função de uma edificação que trata de um conjunto formado pelas fachadas e pela cobertura de um edifício.
5
biomimética poderá proporcionar discussões em torno da implantação de tecnologias
emergentes nas envoltórias das edificações (BARROS, 2019).
Desse modo, o objetivo principal do artigo propõe analisar de que modo os profissionais das
áreas de design, arquitetura, engenharias e empresários, consideram as fachadas inteligentes
como um recurso que proporciona sustentabilidade, economicidade e produtividade para uma
nova implementação de um sistema com modelo conceitual padrão de características cinética
e dinâmica. Neste documento foram elaboradas quatro etapas como objetivos específicos:
Investigar os modelos conceituais térmicos e luminosos para controle nas fachadas;
Documentar estudos teóricos sobre os sistemas cinéticos e dinâmicos; Mapear técnicas
operacionais analisarque permitam analisar processos sobre fachadas cinéticas e dinâmicas
em contexto real nas empresas; e verificar a implementação dentro da área do design a
possíveis aplicações de soluções e técnicas inspiradas na Biomimética.
Dentro desse contexto, como a pesquisa está ainda em fase de desenvolvimento, a estratégia
do estudo foi o primeiro passo para uma definição maior da tese de doutorado e mostrar os
resultados que pode avançar ao longo do processo, permitido demonstrar que o design
criativo poderá auxiliar no sistema de novos conceitos teóricos somando a áreas de
conhecimento científico na arquitetura e na sustentabilidade.

2 Estudo da pesquisa e procedimentos metodológicos


Como procedimento metodológico para a realização deste estudo, a pesquisa exploratória tem
como objetivo mapear – na região do nordeste – técnicas que permitam a análise de processos
sobre fachadas cinéticas e dinâmicas em contexto real nas empresas de envoltória de vidro.
Nesta pesquisa adotamos como natureza teórica duas estratégias, levantamentos
bibliográficos e estudo de caso, respondendo às questões e à hipótese apresentada na
introdução.
Tem como metodologia desenvolver os principais temas envolvidos de forma experimental
com abordagem no problema e objetivos, caracterizando uma pesquisa de ação em
entrevistas, artigos científicos e fontes de livros. Segundo Fonseca (2002), essas pesquisas se
caracterizam na ciência como uma forma particular de conhecer o mundo. Entretanto, deseja
fornecer um conhecimento provisório, que facilite a interação, possibilitando previsões
confiáveis sobre acontecimentos futuros e indicar mecanismos de controle que possibilitem
uma intervenção sobre eles (FONSECA, 2002).
Entretanto, o estudo de caso é classificado como exploratório. Segundo Ellram (1996), essa
metodologia vem ganhando atenção crescente: o interesse pelos métodos empíricos vem
aumentando devido à necessidade de incorporar dados reais às pesquisas e, com isto, obter
resultados mais efetivos. Além disso, o estudo de caso também atribui possibilidades de
realizar uma análise de fatos ocorridos, é útil para investigar em casos similares no intuito de
prever repetibilidade das ocorrências.
Para Yin (2009), esse tipo de estudo procura responder questões do tipo “como” e “por que”,
objetiva explicar e demonstrar fatos com características holísticas e significativas. Importante é
buscar casos que representem de fato o fenômeno e estruturar o estudo para atingir os
objetivos pretendidos. A análise e a combinação dos dados obtidos das diversas fontes,
sobretudo as decorrentes do viés dos informantes, produz resultados mais estáveis e
confiáveis (YIN, 2009).

5
Ciência que busca praticar e estudar métodos e modelos em função presentes da natureza.
Dentre os diversos instrumentos de pesquisa utilizados, a entrevista é um dos mais
importantes. Isto porque, além de estar direcionada aos objetivos específicos, produz o
aprofundamento e a riqueza das informações que se espera da metodologia. Além disso,
segundo Lakatos e Marconi (2010), falam que o objetivo da pesquisa depende daquilo que se
propôs alcançar, deve ser previamente estabelecido e relacionado com determinada ciência
ou ramo de estudo.
Pela complexibilidade, a área do design, em geral, requer análises metodológicas que ampliam
conhecimentos pelos limites e desafios envolvidos no processo de investigação, considerando
o método de produção teórico-prático como uma estratégia de abordagem do problema
(MARTIN e HANINGTON, 2012).
Com base nessa lógica de pensar e intervir no design emergem procedimentos metodológicos
para aplicação das pesquisas qualitativas, utilizamos duas abordagens de forma virtual: a
primeira destina-se a Entrevista em Profundidade (Eps), técnica que permite explorar um ou
mais temas com maior profundidade, aplicada em um público-alvo mais específico na intenção
de ver o sentimento e percepções de cada um, para assim confrontar em relatórios
posteriores. Como segunda estratégia, utilizamos o método focus group, que consiste em
discussões realizadas em grupos, perfis pré-definidos, direcionado a apresentar
conceitos/produtos com objetivo de trazer pontos-chaves entre os envolvidos, coletar
opiniões e críticas relacionadas ao tema. Com foco na evolução da metodologia aplicada,
inserimos o uso de eliciação visual autodring, assim chamado cientificamente nas pesquisas
acadêmicas em foto-elicitação, que vem sendo aplicada com o objetivo de explorar técnicas
que ofereçam maior compreensão nas imagens dos fenômenos e perspectivas dos
participantes.
Sobretudo, tais desafios implicam, ao final do processo da pesquisa, procurar responder às
perguntas complexas de forma mais eficaz e eficiente.
Como possibilidade para atender a metodologia qualitativa estratégica, sistematizamos etapas
sequenciais, articuladas em movimentos circulares interativos e dinamizadores do processo
(Figura 2).
Figura 2 – Pesquisa estratégica sistêmica

Fonte: Adaptado pelos Autores 2022.


3 Metodologia

Os métodos aplicados para pesquisa inicial tiveram uma contribuição satisfatória, onde
participantes multidisciplinares como arquitetos, designers, engenheiros e construtores de
fachadas, foram bastante participativos e tiveram um grande interesse no tópico abordado.
Por ser um tema desconhecido por muitos, a evolução da coleta de dados deu-se pelo Google
Forms(https://docs.google.com/forms/d/1R9nPquxEc9LsvhUtAkZepuX6933pKkSzsZD8FRhgxQ/
edit#responses), que apesar de ser uma plataforma virtual, foi uma alternativa viável para
sanar as necessidades e confrontar com os objetivos propostos. As perguntas elaboradas
contêm respostas com múltipla escolha, textos curtos para esclarecer suas alternativas e tirar
dúvidas sobre o tema, conforme será mostrado no Quadro 2 na seção dos resultados.
A coleta de dados contou com a participação de 35 integrantes, sendo eles arquitetos,
engenheiros, designer e empresários. A escolha da amostra se deu pelo processo de
conveniência.
Depois de realizado este estudo de caso, no sentido de aprofundar-se ainda mais no contexto
das fachadas cinéticas e dinâmicas optou-se por proceder com a metodologia focus group, que
pode ser aplicada em qualquer fase da investigação, podendo ser combinada com outras
técnicas, segundo Sá, Costa e Moreira (2022) poderá ser explorada como abordagem que
permite investigar mais sobre o assunto, recolher dados para desenvolver ou propor plano de
ação. Na tentativa de implementar esse método, foi selecionado um grupo de especialistas e
empresários que atuam em tal segmento.
O planejamento do focus group constituiu-se de um roteiro para operacionalização conforme
o objetivo do estudo. Houve participação de um pequeno grupo, formado por oito integrantes
com experiência do modelo conceitual, dos quais: dois arquitetos, dois engenheiros, dois
empresários e dois designers (Quadro 1).
Quadro 1 – Integrantes da Metodologia Focus Group

EMPRESA A EMPRESA B ARQUITETA A ARQUITETO B


Empresário Empresário Doutoranda em Design Arquiteto e Urbanista
Pórtico Esquadrias WX Esquadrias UFPE
Gênero: Masculino Gênero: Masculino Gênero: Feminino Gênero: Masculino
‘Reside no Brasil - PE Reside no Brasil – JP Reside no Brasil - JP Reside no Brasil - PE
ENGENHEIRO A ENGENHEIRA B DESIGNER A DESIGNER B
Doutor em Engenharia Mestre em Engenharia Mestranda em Design Doutoranda em
Mecânica - USP de Produção - UNIBRA PUC-Rio Arquitetura - UFPB

Gênero: Masculino Gênero: Feminino Gênero: Feminino Gênero: Feminino


Reside no Brasil - SP Reside no Brasil – PE Reside no Brasil - PE Reside no Brasil - PB
Fonte: Elaborado pelos Autores 2022.

Para apresentar ao grupo presente, demonstramos um painel com vários modelos sobre
fachadas cinéticas e dinâmicas (Figura 3) com isso, pode-se propiciar um momento de
aquecimento grupal, fundamental para articulação de ideias para o debate (RIVIÉRE, 1988).
Reservamos uma sala de conferência na plataforma virtual Google Meet para contextualizar a
temática no período de uma hora e cinquenta minutos no dia 31 de Março de 2022.
Implementamos o processo com objetivo de acompanhar e registrar o conhecimento técnico
com a intenção de estabelecer ideias e feedbacks para alcance de melhores resultados
(ANDRADE, et. al., 2020).
Figura 3 – 1: Kolding Campus – University of Southern Denmark – Dinamarca;
2: Kiefer Technic Showroom – Áustria; 3: Media-ICT – Barcelona, Espanha;
4: Galleria Centercity – Coréia do Sul; 5: Brisbane Airport – Australia;
6: WZ Hotel – Brasil.

Fonte: Casa Vogue – Globo (2019)

Dessa forma, o trabalho apresentado traz alguns resultados da busca por desenvolver um
processo geral de análise das relações em função das fachadas inteligentes que delimitaram o
problema, com vistas a fornecer informações que subsidiem a tomada de decisões sobre a
delimitação das áreas de conhecimento científico. Assim, teve um questionamento polêmico
que norteou e ressaltou ainda mais na investigação: Que importância o estudo em design
sobre a técnica utilizada nos novos modelos conceituais da pesquisa veio a favorecer nas
indústrias, aos usuários e à sociedade nordestina?
Para responder a pergunta em questão, consequentemente, confrontar com os objetivos
específicos, descreve-se os princípios constituintes e de funcionamento para um melhor
entendimento das tecnologias que estão cada dia tomando força na realidade brasileira.
Para o avanço da pesquisa, futuramente usaremos dois processos metodológicos que
compreendem terminologias de formas diferentes: o primeiro baseado em análises
desenvolvidas por Bonsiepe (2012), Diacrônica: servirá para coleta de dados históricos do
produto e Sincrônica: identificar, confrontar e examinar as fachadas. O segundo método
conforme a técnica adotada por Lopéz (2017), com princípios na biomimética, baseado em
função aos parâmetros climáticos da natureza e em problemas referidos às questões de como
abstrair e transformar as ideias inovadoras em diferentes tipos de construções. A importância
dessas análises servirá como benefício para constatar a evolução do produto em favor das
mudanças tipológicas das fachadas inteligentes.

4 Recursos naturais nas Fachadas

O uso excessivo de áreas de vidros nas edificações no início do século XIX no Brasil, tem vindo
a ser cada vez mais frequente na construção civil, provocando problemas de caráter térmico e
lumínico com a entrada de luz natural, radiação solar e redução da ventilação no interior dos
ambientes.
Com o desconforto visual proveniente dos contrastes luminosos, foram desenvolvidas
soluções de projetos e materiais de anteparos para controle das condições térmicas e
luminosas implantadas no país. Na arquitetura brasileira, dois elementos foram concebidos
para ajudar na incidência de luz quanto na ventilação natural nas fachadas envidraçadas. Esses
elementos como cobogó e o brise soleil deram impulso para os arquitetos Lúcio Costa e Oscar
Niemeyer introduzirem no ano de 1936 uma técnica inovadora móvel de operação
independente, permitindo diferentes orientações que muda conforme a direção da fachada,
isto é, controla minimizando a radiação solar e a temperatura interna (BARNUEVO, 2017).
Como cada projeto tem as suas particularidades, a predominância do sistema fica de acordo
com o seu clima local, dependente da latitude, vegetação, estação do ano e orientação da
fachada. Sendo assim, com o avanço da tecnologia, os arquitetos, designers e engenheiros
criam soluções para melhoria da performance do ambiente interno, através de técnicas
construtivas e escolha de materiais a favor do isolamento térmico.

5 Tipologia cinética e dinâmica

Recentemente, o processo tecnológico das fachadas está se transformando e permitindo que


os projetistas desenvolvam um design que responda a estímulos ambientais inteligentes,
aprimorando as condições necessárias dos usuários e dos espaços internos. Muitas vezes essas
estruturas são denominadas em diversas terminologias para o termo como fachada: ativa,
inteligente, interativa, cinética, responsiva, multifuncional, adaptativa (STOFELLA; VAZ;
BERTOLI; KÓS, 2016 apud BARROS, 2019).
O primeiro modelo de fachada foi apresentado no pavilhão dos Estados Unidos, segundo
Barnuevo (2017), o criador tentou demonstrar a aplicação de um sistema cinético
autoregulável para controle da condição ambiental do espaço interno.
Outros exemplos de fachadas dinâmicas podem ser vistos na arquitetura contemporânea em
toda Europa. Cabe ressaltar que os sistemas foram operacionalizados de forma mista
apresentando a segunda pele que responde a estímulos climáticos (Figura 4).
Os dois possuem sistema de inovação com sombreamento dinâmico, com ângulos de
movimentação de acordo com a incidência dos raios solares.

Figura 4 – (1) SDU Campus Kolding. (2) Torres Al Bahar.


1 2

Fonte: Archdaily (2015)

Entretanto, a fachada cinética funciona como uma pele para o edifício, tomando-se uma
infinidade de formas com cinemática. Muitas vezes, se dividem entre estética e utilidade,
conciliando visuais exóticos e proteção ambiental.
No Brasil, o primeiro edifício residencial dinâmico construído em 2001, está localizado na
cidade de Curitiba, projetado pelo arquiteto brasileiro Bruno de Franco. Cada um dos onze
andares gira em 360 graus no sentido horário (Figura 5). Segundo o autor do projeto, o prédio
foi desenvolvido para funcionar de forma giratória todos os lofts de 120m² de maneira
independente, com ação de sistema de rodas dentadas acionadas por motores setorizado na
parte externa, cômodos localizados no centro do edfício foram construídos para ter uma
estabilidade fixa, toda a dinâmica foi elaborada por um painel eletrônico instalado na parede
com controle de luz, ar condicionado e sistema de segurança próprio.

Figura 5 – Vollard Suite – Curitiba

Fonte: Revista Contramarco (2021)

Por conta do alto valor imobiliário e de problemas administrativos, nunca chegou a ser
habitado. Alterações implementadas pela reforma trabalhista e civis, movidas contra a
empresa de engenharia levaram o edifício a ser penhorado e um impasse na justiça impediu
que ele pudesse ser utilizado.
Com a evolução do tempo outra fachada inteligente foi realizada no Brasil, em função de um
projeto de retrofit, situado na cidade de São Paulo, tem um diferencial na sua expressão, pois
o pano de vidro altera de cor conforme o ruído do seu entorno, fruto da mistura entre as
instâncias analógica e virtual (Figura 6). Esta pele metálica colorida ganha vida ao anoitecer,
acesa cria uma dinâmica interativa e habita a fachada com um comportamento próprio, que
reage em tempo real aos estímulos do ambiente (BARNUEVO, 2017).
“A partir de agora fazemos arquitetura não apenas com matéria física, mas também com o
digital” (BARNUEVO, 2017). Sensores e atuadores se integram ao tijolo, vidro e concreto.

Figura 6 – WZ Hotel Jardins – São Paulo - Brasil.

Fonte: Galeria da Arquitetura (2021)


A partir da análise, durante a pesquisa optou-se como ferramenta para captura de dados
algumas questões direcionadas aos integrantes do focus group, na intenção de promover
alternativa viável para desenvolvimento de fachadas cinéticas e dinâmicas no Brasil e no
Nordeste. O resultado mostrou pontos positivos e negativos para realização da mesma, porém
durante as entrevistas, os empresários ficaram em dúvida se o sistema seria viável para a
negociação, fabricação e manutenção, mas em relação à sustentabilidade foi unânime
apontando positivamente suas respostas, como mostra no Quadro 2 na seção dos resultados.

6 Componentes dos Sistemas Inteligentes

O design de fachadas desempenha um papel significativo na qualidade de um edifício,


formando uma barreira entre o espaço interno e o externo. Dispõe de diferentes tipos de
materiais e modelos padrões ou até mesmo confeccionado de acordo com a necessidade de
cada obra.
Um modelo convencional de fachadas é composto de elementos com estrutura em alumínio e
vidro, fornecido em diversas linhas comerciais que atende perfeitamente ao mercado da
construção civil e sua modelagem requer rapidez em sua fabricação e instalação (CARDOSO,
2019).
Porém, com a transformação e mudança de paradigma nas edificações, as empresas de
fachadas buscam um novo olhar para a evolução da arquitetura, isso sem falar nos exemplos
das ideias contemporâneas que estão despertando alternativas diferenciadas com seu design.
No decorrer do processo de projeto (Figuras 7 e 8), a empresa contratada desenvolveu um
protótipo específico, com o intuito de atender a solicitação dos projetistas. Sendo assim, as
indústrias estão proporcionando aos designers de produto oportunidades de transformar
ideias em realidade, desafios constantes de superar as expectativas inovadoras e atender aos
mais diversos projetos conceituais.

Fi gura 7 - WSTC – Fortaleza Figura 8 - BS Design – Fortaleza

Fonte: Empresa de fachada (2018) Fonte: Empresa de fachada (2019)

Na fase conceitual são buscados princípios de solução para apresentar procedimentos de


geração de ideias criativas e, assim, as indústrias buscam um constante aprimoramento dos
produtos para concorrer com a competitividade do mercado.
Para chegar a um conceito técnico nos componentes dos sistemas inteligentes,
primeiramente, é importante pensar na inovação do produto, o porquê está sendo criado, qual
sua função e o que vai auxiliar para atender às necessidades. Trata-se de uma escolha do
sistema operacional adequado e capaz de identificar e assimilar todos os componentes e
elementos fundamentais para ter ideias e criatividade no produto final.

7 Oportunidade e Design de Inovação

O design de produto atua de forma relevante no projeto, notadamente é uma área do


conhecimento que utiliza processos criativos em seus métodos, sendo ele uma disciplina que
lida constantemente com o desenvolvimento ou o aprimoramento de sistemas cada vez mais
complexos.
A criatividade é um elemento primordial para diversas áreas do conhecimento. Muitos estudos
apontam o tema como um desejo básico do ser humano, atuando no anseio da geração de
ideias, sendo a inovação o processo pelo qual as ideias criativas se transformam em processo,
métodos, produtos ou serviços.
Segundo Lobach (2001), a forma de trabalhar com um produto é racionalizar o uso de
componentes e melhorar a tecnologia que possa ser realizada por profissionais especializados.
Dessa forma, todo processo criativo conta com inspiração do projetista, como métodos e
ferramentas que permitam a criatividade. É possível entender que todo indivíduo com algum
conhecimento técnico, com motivação e entendendo os métodos seja capaz de gerar soluções
úteis e inovadoras, segundo Braxter (2011) um processo criativo precisa saber direcionar
soluções adequadas para um problema, de forma prática e objetiva, são questões que diferem
da arte de design.
Com relação ao domínio do design, a criatividade relacionada às fachadas cinéticas e
dinâmicas, na fase conceitual de um produto, busca-se princípios de soluções técnicas de
funções definidas através de práticas, procedimentos que possam dar impulso ao processo de
realização do produto.
O design busca um constante aprimoramento nas indústruias para concorrer com a
competitividade do mercado. Para ter alcance com metas favoráveis e necessárias, conceitos
de funcionalidade, estética, economia e sustentabilidade, darão respostas de otimização do
produto, apropriando-se de recursos que sirvam de ferramentas para o auxílio durante o
processo de geração de alternativas para o projeto em estudo (DETANICO; TEIXEIRA; SILVA,
2010).
Diante disso, ideias surgem como ponto positivo das fachadas criando barreiras de impacto
para minimizar choques dos arranha-céus. Os bons exemplos da tendência contemporânea de
design em harmonia com a natureza são os edifícios com aplicação de películas adesivas
inteligentes (Figura 9), chamadas “amigas dos pássaros”, que minimizem em 95% a colisão
contra superfícies dos vidros (CHIC PELÍCULA, 2021).
Pensando de forma sistêmica e biomimética, empresas de vidros estão desenvolvendo
produtos inspirados em algum organismo específico da natureza, gerando resultado positivo,
onde os animais conseguem ter percepção de um espectro de UV mais amplo que o dos
humanos. Segundo Brocco (2017), a técnica do vidro que conta com fibras internas, aos olhos
das aves, se assemelha a uma teia de aranha (Figura 9) e mostrou 70% de eficácia em testes
desenvolvidos em túneis de voou, diminuindo drasticamente as colisões de pássaros em
fachadas que utilizam essa tecnologia.
Figura 9 – 1: Película amiga dos pássaros;
2: Chapa de vidro inspirada na teia de aranha – Ornilux

1 2

Fonte: Casa Vogue – Globo (2019)

O biomimetismo ou a biônica são abordagens técnicas orientadas para aplicar as lições de


design da natureza que busca solucionar os problemas atuais da humanidade. Portanto, a
ciência procura trazer desafios e novos olhares focando no ecossistema, visando contribuir
para novos princípios, formas, processos e estruturas sobre o ambiente natural (ARRUDA,
2018).
Segundo Benyus (1997), a biomimética é uma abordagem radicalmente inovadora, baseada
não no que se pode extrair da natureza, mas o que é possível aprender com ela, onde é
possível mudar a forma de cultivar alimentos, de produzir materiais, de gerar energia, de
curar, de armazenar informações e de realizar negócios (DETANICO; TEIXEIRA; SILVA, 2010).
Segundo Brocco (2017), o conceito descreve, além da tecnologia, uma manifestação artística
do design, que busca soluções sustentáveis em mecanismos naturais, inspirados nos modos de
vida que se adequaram à terra durante o longo período de evolução dos seres vivos.

8 Resultados

Após a realização da pesquisa e análise dos dados, de como o envolvimento das grandes
empresas de fachadas inteligentes estão acompanhando a evolução da tipologia cinética e
dinâmica, com propósito de verificar a implementação dentro da área do design, da arte, da
arquitetura e da engenharia, possíveis aplicações de princípios de soluções técnica inovadoras,
como também a inspiração da Biomimética possa se adaptar ao contexto dessas fachadas.
Os dados foram sistematizados em perguntas que envolviam conhecimento técnico nas
fachadas inteligentes e inovadoras. Entre 35 participantes, os gráficos apontam uma
desigualdade de respostas conforme Quadro 2, a seguir:
Quadro 2 – Questionário no Google Forms

RESPOSTAS
PERGUNTAS NÃO
SIM NÃO
SEI
Você conhece o sistema cinético em fachadas nas edificações? 52,9% 47,1% -
As fachadas cinéticas e dinâmicas são uma solução viável para a
67,6% 32,4% 0%
sustentabilidade?
As fachadas cinéticas e dinâmicas contribuem para eficiência nos
85,3% 14,7% 0%
edifícios arranha-céus?
Com o avanço das tecnologias, os arquitetos, designers e as
empresas de fachadas devem se preocupar com manutenibilidade 91,2% 2,9% 5,9%
no sistema cinético?
Para comercialização no Brasil é viável as soluções de fachadas
cinéticas e dinâmicas como proposta para um projeto 52,9% 2,9% 44,1%
arquitetônico?
Para fabricação de um modelo cinético, as empresas de esquadrias
estão preparadas para atender ao contexto na produção industrial 14,7% 41,2% 44,1%
como na montagem?
O tempo de execução é satisfatório quando se compara um sistema
convencional de fachada de pele de vidro ao sistema de fachada 14,7% 14,7% 70,6%
cinética e dinâmica?
Nos países da Europa esse sistema é bastante usado devido ao
73,5% 0% 29,5%
clima. É viável usar esse sistema no nosso país?
Será que uma fachada cinética e dinâmica vem a melhorar a
76,5% 0% 23,5%
funcionalidade técnica e acústica dos ambientes?
Fachadas dinâmicas terão um impacto na Arquitetura Brasileira? 85,3% 0% 14,7%
A Biomimética como método criativo irá contribuir para soluções
95,7% 0% 4,3%
naturais em um projeto de fachadas envidraçadas?
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2022.

De acordo com o Quadro apresentado, notou-se que um percentual considerável de


respondentes não conheciam o sistema cinético de fachadas (47,1%), esse fato pode ser
explicado por ser um recurso que está em ascendência, mas ainda não é observado de um
modo geral nas construções urbanas.
Apesar do considerável percentual de desconhecimento da tecnologia, ressalta-se que ainda
sim grande parte dos entrevistados (67,6%) considerou que o uso dela pode proporcionar
efeitos sustentáveis, bem como eficiência para as edificações (85,3%). A redução do uso de
energia elétrica foi considerada essencial para o positivismo das respostas obtidas (conforme
observações deixadas no questionário Google Forms).
Também foi possível observar positivismo quanto à viabilidade das fachadas cinéticas e
dinâmicas (73,5%), funcionalidade técnica e acústica dos ambientes (76,5%) e soluções
naturais (95,7%) considerando, portanto, que essa tecnologia impactará de forma acentuada a
Arquitetura Brasileira (85,3%).
Além disso, quando indagados sobre os aspectos de manutenibilidade do sistema cinético e
como os profissionais das áreas de design, aquitetura, engenharia e empresas devem
acompanhar essas dinâmicas, observou-se que, quase de forma unâneme (91,2%), afirmaram
que esta deve ser considerada uma preocupação, uma vez que é preciso e essencial manter a
qualidade das respectivas funções dos recursos que foram aplicados.
No entanto, a grande preocupação se mostrou nas perguntas que trataram sobre preparação
das empresas de fachadas brasileiras e tempo de execução, pois embora as respostas acima
tenham sido bastante favoráveis ao uso do sistema cinático e dinâmico nas fachadas, observa-
se que a grande parte dos entrevistados acredita que as empresas não estão preparadas para
lidar com esses avanços tecnológicos (41,2%), bem como também afirmam ter dúvidas acerca
do tempo de execução (70,6%).
Essas questões são fundamentais para implementação e disseminação do sistema cinético e
dinâmico, uma vez que, se as organizações empresariais não estão preparadas, limita o uso da
tecnologia e impede que os profissionais se engagem na proposta.
Em relação à metodologia focus group, os oito participantes do grupo de debate foram
questionados a respeito de: Como seriam as fachadas atuais padrões construídas em
alumínio e vidro na região nordestina com adaptações de tipologias inovadoras que muitos
não tem conhecimento nos sistemas? Esta etapa contou com a disponibilização de um novo
desafio, a saber: Como criar um modelo conceitual de fachada que atendesse às aplicações
de princípios de soluções técnicas inovadoras inspiradas na natureza e também nas funções
diante da produtividade, operacionalidade e viabilidade. Implementamos de modo a
incentivar a interação interpessoal e liberdade de expressão de ideias, onde haja informações,
retrocessos e feedbacks dos ali presentes, mesmo sabendo que o processo de design possui
uma abordagem de pensamento sistêmico e não linear.
Como estratégia na evolução do processo de criação para pesquisa e entrevistas, a primeira
etapa contou com a divisão de dois grupos A e B formados pelos profissionais citados no
Quadro 1. Infelizmente o engenheiro A não pôde participar desta etapa, e assim formulamos a
Equipe 1 com quatro participantes de Pernambuco e Equipe 2 com três participantes de João
Pessoa (Quadro 3).

Quadro 3 – Formação das equipes para discurssões


GRUPO 1 (PE) GRUPO 2 ( JP)
EMPRESA A EMPRESA B
ARQUITETO B ARQUITETA A
ENGENHEIRA B DESIGNER B
DESIGNER A
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2022.

Mantido o desafio da etapa criando duas salas virtuais no Google Meet para que cada equipe
pudesse individualmente compartilhar suas ideias e informações durante 30 minutos,
apresentando de maneira clara e objetiva as questões: (a) Conceitos; (b) Soluções; e (c) Quais
soluções técnicas resolvem. Após a realização e discurssões das equipes, reunimos em outra
sala a fim de debatermos as questões definidas por cada grupo sobre o tema proposto durante
50 minutos. Todos os relatórios foram registrados através de gravação, para controle das
informações foi desenvolvido um cronograma com as principais perguntas e confrontar no
final os resultados e feedbacks encaminhados pelos grupos de forma escrita, onde facilitou a
definição concreta para o próximo passo.
A evolução do debate proporcionou experiências surpreendentes devido a troca de
conhecimentos entre os participantes. Por ser um diálogo interativo entre empresários,
arquitetos, designers e engenheiros, proporcionou a todos os envolvidos uma dinâmica
enriquecedora.
Um dos pontos positivos que chamou a atenção durante o debate dos Empresários e Designers
foi a expectativa de como seriam as fachadas atuais na cidade do Recife nesse novo panorama
tecnológico e de como ficariam as edificações de arranha-céus na visão dos usuários no
interior do ambiente com as películas e os vidros inteligentes instalados para ajudar a natureza
em relação aos impactos dos pássaros em ambiente urbano.
Os Arquitetos A e B abordaram em conjunto sobre a conscientização e a educação sobre a
questão das colisões que têm crescido no mundo. A chamada para a implementação de
películas amigas dos pássaros tem força não apenas na comunidade arquitetônica e de
construção, mas também nos estudos científicos multidisciplinares.
Como houve participação de um Engenheiro, foi questionado aos arquitetos sobre como
ficaria a entrada da claridade nos ambientes dos empresariais, onde precisava ser bem
planejada e contar com soluções eficientes para não elevar a temperatura dentro das
edificações, nem gerar desconforto visual e até mesmo danos a pisos, revestimentos, móveis,
equipamentos e eletrônicos. Após o término, os dados das respostas qualitativas do debate e
as quantitativas das discurssões do questionário, pôde dá seguimento para o próximo passo de
evoluções da pesquisa.
Os resultados, ainda que parciais, mostram a importância das análises em diversos aspectos da
história do produto. Sendo assim, a pesquisa alcançou resultados satisfatórios para a
aplicabilidade como plano de ação no conhecimento específico que poderá dar seguimento
futuro, aprimorando princípios para o designer lançar à criação de produtos mais inteligentes,
que aliam estética, economia e funcionalidade.

9 Considerações Finais

A pesquisa desenvolvida a partir da integração e utilização de plataformas intuitivas teve como


auxílio, no processo de registro, uma dinamicidade do grupo focal.
A proposta metodológica, embora incipiente, contribuirá, tanto para o contexto de fazer
design quanto para investigação qualitativa em geral, como o desenvolvimento de práticas
avançadas na utilização da Biomimética em função das estruturas naturais, no que abre uma
ampla gama de possibilidades inventivas.
Consideramos o conhecimento e a apropriação de ferramentas relevantes para repensarmos,
em conjunto, com equipe multidisciplinar conceitos de projeto, técnicas e modelos conceituais
que permita a tomada de decisão, baseada em dados específicos a partir de materiais
alternativos e do uso intensivo de design industrial.
Posteriormente, pretende-se representar uma nova direção conduzida aos princípios
Biomiméticos aplicados nas fachadas inteligentes, que de fato possa auxiliar o designer
durante a geração de alternativas do projeto de um produto.

10 Referências

ANDRADE, T. et al. Overview of Nastic Movements in Plants: A Data Collection forDeveloping


Responsive Facades. 2020. In 4th INTERNATIONAL CONFERENCE FOR Biodigital Architecture &
Genetics, ed. Alberto T. Estévez. Barcelona: iBAG-UIC, 212–21.
ACHTEN, H. One and Many: An Agent Perspective on Interactive Architecture source. Fonte:
ACADIA 14: Design Agency, Proceedings of the 34th Annual Conference of the Association for
Computer Aided Design in Architecture (ACADIA), Los Angeles, p. 479-486.
Archdaily. (2013, mar 28). As Torres Al Bahar e sua fachada sensível, por Aedas Architects.
Acesso em abril de 2022 em http://www.archdaily.com.br/br/01-93779/as-torres-albahar-e-
sua-fachada-sensivel-por-aedas-architects.
ARRUDA, A. J. V. de. Métodos e Processos em Biônica e Biomimética: A Revolução
Tecnológica Pela Natureza. 2018. São Paulo: Blucher.
BARROS, C. A. Proposta de esquadria para componente de fachadas cinéticas. Graduação em
Engenharia de Produção do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, RJ, 2019. Disponível
em:< http://www.uezo.rj.gov.br/tcc/ep/Carolina-Abreu-Barros.pdf >Acesso em: 07 abr. 2022.
BARNUEVO, T; AVIANI, F. Superfícies Dinâmicas Funcionais: O potencial de tecnologias
responsivas para a construção de fachadas. Dissertação de mestrado na Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. 65 Brasília, 2017. Disponível em: <
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/31038/1/2017_ThalesEnriqueBarnuevodeAzevedo.
pdf>. Acesso em: 18 mar. 2022.
BONSIEPE, G. Design como prática de projeto. São Paulo: Blucher, 214 p. 2012.
BAXTER, M. Projeto de Produto: Guia Prático para o Design de Novos Produtos. São Paulo.
Edgard Blucher, 2011.
BENYUS, J. Biomimicry: Innovation inspired by nature. New York. Quill Publishes, 1997.
BROCCO, G. C. Método Biomimético Sistêmico: Proposta Integrativa do Método de
PensamentoBiomimético e do método de pensamento sistêmico. 2017, 178 p. Tese (Mestrado
em Engenharia de Produção e Sistemas) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS),
São Leopoldo, 2017.

CARDOSO, A.B. Esquadria de alumínio no Brasil – Histórico, tecnologia, linhas atuais, gráficos
de desempenho. São Paulo, 2019. Disponível em: https://fesqua.com.br/category/pdf>.
Acesso em: 05 out. 2021.
Casa Vogue-Globo, 2019. Disponível em:
<https://casavogue.globo.com/Arquitetura/Edificios/noticia/2019/09/fachada-cinetica-10-
projetos-inovadores-no-mundo.html>. Acesso em: 01 mar. 2022.
Chic Película Adesivas, 2019. Faixas amiga dos pássaros. Disponível em:
<https://www.peliculachic.com.br/faixas-amigas-dos-passaros.html/>. Acesso em: 04 abr.
2022.
DETANICO, F. B.; TEIXEIRA, F. G.; SILVA, Tânia L. K. da. A biomimética como método criativo
para o projeto de produto. Design & Tecnologia, Rio Grande do Sul, v. 1, n. 2, p. 101-113, dez.
2010. Disponível em: www.researchgate.net/publication/279750227. Acesso em: 10 abr. 2022.
ELLRAM, L. The use of the case study method in logistics research, Journal of Business
Logistics, Vol. 17, No. 2, 93-138, 1996.
FONSECA, J. J. S. Apostila de metodologia da pesquisa científica. João José Saraiva da Fonseca,
2002.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da metodologia científica.
7. ed. São Paulo: Atlas, 2010
LOBACH, Bernd. Desenho Industrial. São Paulo, Editora Edgar. 2001
LOONEN, R., TRČKA D., CÓSTOLA D., HENSEN J.: Climate adaptative buildings shells: State-of-
the-art and future challenges. Renewable and Sustainable Energy Reviews 25, 483-493. (2013)
MARTIN, B.; HANINGTON, B.: Choice Reviews Online Universal Methods of Design: 100 Ways
to Research Complex Problems, Develop Innovative Ideas, and Design Effective Solutions.
2012. United States of America: Rockport Publishers. Película Chic, 2021. Disponível em:
<https://www.peliculachic.com.br/amiga-dos-passaros.html>. Acesso em: 05 mar. 2022.
PINTO, H. R. S.; CARDOSO, A. R. B.; QUEIROZ, N.; SOUSA, J. P. M. O desenvolvimento de
elementos de proteção de fachada responsivos: explorando o cobogó. UFPE, Brasil, 2015.
Disponível em: <http://papers.cumincad.org/data/works/att/sigradi2015_10.138.pdf>. Acesso
em: 04 mar. 2022.
RIVIÈRE, E.P. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
SÁ, Patrícia; COSTA, António Pedro; MOREIRA, António. Reflexões em torno de Metodologias
de Investigação: recolha de dados. Vol.2. Editora: UA Editora. 2022
STOFELLA, A.; VAZ, C. E. V.; BERTOLI, L. F.; KÓS, J. R. O desenvolvimento de um sistema de
proteção de fachadas cinéticos: um protótipo responsivo ao comportamento do usuário.
SIGraDi 2016, XX Congreso de la Sociedad Ibero-americana de Gráfica Digital. Buenos Aires,
Argentina, 2016.
Yin, R.K. (2009) Case study research, design and methods (applied social research methods).
Thousand Oaks. California: Sage Publications.

Você também pode gostar