Análise Nas Fachadas Cinética e Dinâmica-Um Estudo de Design Sobre Técnicas e Modelos Conceituais - Design e Tecnologia
Análise Nas Fachadas Cinética e Dinâmica-Um Estudo de Design Sobre Técnicas e Modelos Conceituais - Design e Tecnologia
Análise Nas Fachadas Cinética e Dinâmica-Um Estudo de Design Sobre Técnicas e Modelos Conceituais - Design e Tecnologia
4 Função de uma edificação que trata de um conjunto formado pelas fachadas e pela cobertura de um edifício.
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biomimética poderá proporcionar discussões em torno da implantação de tecnologias
emergentes nas envoltórias das edificações (BARROS, 2019).
Desse modo, o objetivo principal do artigo propõe analisar de que modo os profissionais das
áreas de design, arquitetura, engenharias e empresários, consideram as fachadas inteligentes
como um recurso que proporciona sustentabilidade, economicidade e produtividade para uma
nova implementação de um sistema com modelo conceitual padrão de características cinética
e dinâmica. Neste documento foram elaboradas quatro etapas como objetivos específicos:
Investigar os modelos conceituais térmicos e luminosos para controle nas fachadas;
Documentar estudos teóricos sobre os sistemas cinéticos e dinâmicos; Mapear técnicas
operacionais analisarque permitam analisar processos sobre fachadas cinéticas e dinâmicas
em contexto real nas empresas; e verificar a implementação dentro da área do design a
possíveis aplicações de soluções e técnicas inspiradas na Biomimética.
Dentro desse contexto, como a pesquisa está ainda em fase de desenvolvimento, a estratégia
do estudo foi o primeiro passo para uma definição maior da tese de doutorado e mostrar os
resultados que pode avançar ao longo do processo, permitido demonstrar que o design
criativo poderá auxiliar no sistema de novos conceitos teóricos somando a áreas de
conhecimento científico na arquitetura e na sustentabilidade.
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Ciência que busca praticar e estudar métodos e modelos em função presentes da natureza.
Dentre os diversos instrumentos de pesquisa utilizados, a entrevista é um dos mais
importantes. Isto porque, além de estar direcionada aos objetivos específicos, produz o
aprofundamento e a riqueza das informações que se espera da metodologia. Além disso,
segundo Lakatos e Marconi (2010), falam que o objetivo da pesquisa depende daquilo que se
propôs alcançar, deve ser previamente estabelecido e relacionado com determinada ciência
ou ramo de estudo.
Pela complexibilidade, a área do design, em geral, requer análises metodológicas que ampliam
conhecimentos pelos limites e desafios envolvidos no processo de investigação, considerando
o método de produção teórico-prático como uma estratégia de abordagem do problema
(MARTIN e HANINGTON, 2012).
Com base nessa lógica de pensar e intervir no design emergem procedimentos metodológicos
para aplicação das pesquisas qualitativas, utilizamos duas abordagens de forma virtual: a
primeira destina-se a Entrevista em Profundidade (Eps), técnica que permite explorar um ou
mais temas com maior profundidade, aplicada em um público-alvo mais específico na intenção
de ver o sentimento e percepções de cada um, para assim confrontar em relatórios
posteriores. Como segunda estratégia, utilizamos o método focus group, que consiste em
discussões realizadas em grupos, perfis pré-definidos, direcionado a apresentar
conceitos/produtos com objetivo de trazer pontos-chaves entre os envolvidos, coletar
opiniões e críticas relacionadas ao tema. Com foco na evolução da metodologia aplicada,
inserimos o uso de eliciação visual autodring, assim chamado cientificamente nas pesquisas
acadêmicas em foto-elicitação, que vem sendo aplicada com o objetivo de explorar técnicas
que ofereçam maior compreensão nas imagens dos fenômenos e perspectivas dos
participantes.
Sobretudo, tais desafios implicam, ao final do processo da pesquisa, procurar responder às
perguntas complexas de forma mais eficaz e eficiente.
Como possibilidade para atender a metodologia qualitativa estratégica, sistematizamos etapas
sequenciais, articuladas em movimentos circulares interativos e dinamizadores do processo
(Figura 2).
Figura 2 – Pesquisa estratégica sistêmica
Os métodos aplicados para pesquisa inicial tiveram uma contribuição satisfatória, onde
participantes multidisciplinares como arquitetos, designers, engenheiros e construtores de
fachadas, foram bastante participativos e tiveram um grande interesse no tópico abordado.
Por ser um tema desconhecido por muitos, a evolução da coleta de dados deu-se pelo Google
Forms(https://docs.google.com/forms/d/1R9nPquxEc9LsvhUtAkZepuX6933pKkSzsZD8FRhgxQ/
edit#responses), que apesar de ser uma plataforma virtual, foi uma alternativa viável para
sanar as necessidades e confrontar com os objetivos propostos. As perguntas elaboradas
contêm respostas com múltipla escolha, textos curtos para esclarecer suas alternativas e tirar
dúvidas sobre o tema, conforme será mostrado no Quadro 2 na seção dos resultados.
A coleta de dados contou com a participação de 35 integrantes, sendo eles arquitetos,
engenheiros, designer e empresários. A escolha da amostra se deu pelo processo de
conveniência.
Depois de realizado este estudo de caso, no sentido de aprofundar-se ainda mais no contexto
das fachadas cinéticas e dinâmicas optou-se por proceder com a metodologia focus group, que
pode ser aplicada em qualquer fase da investigação, podendo ser combinada com outras
técnicas, segundo Sá, Costa e Moreira (2022) poderá ser explorada como abordagem que
permite investigar mais sobre o assunto, recolher dados para desenvolver ou propor plano de
ação. Na tentativa de implementar esse método, foi selecionado um grupo de especialistas e
empresários que atuam em tal segmento.
O planejamento do focus group constituiu-se de um roteiro para operacionalização conforme
o objetivo do estudo. Houve participação de um pequeno grupo, formado por oito integrantes
com experiência do modelo conceitual, dos quais: dois arquitetos, dois engenheiros, dois
empresários e dois designers (Quadro 1).
Quadro 1 – Integrantes da Metodologia Focus Group
Para apresentar ao grupo presente, demonstramos um painel com vários modelos sobre
fachadas cinéticas e dinâmicas (Figura 3) com isso, pode-se propiciar um momento de
aquecimento grupal, fundamental para articulação de ideias para o debate (RIVIÉRE, 1988).
Reservamos uma sala de conferência na plataforma virtual Google Meet para contextualizar a
temática no período de uma hora e cinquenta minutos no dia 31 de Março de 2022.
Implementamos o processo com objetivo de acompanhar e registrar o conhecimento técnico
com a intenção de estabelecer ideias e feedbacks para alcance de melhores resultados
(ANDRADE, et. al., 2020).
Figura 3 – 1: Kolding Campus – University of Southern Denmark – Dinamarca;
2: Kiefer Technic Showroom – Áustria; 3: Media-ICT – Barcelona, Espanha;
4: Galleria Centercity – Coréia do Sul; 5: Brisbane Airport – Australia;
6: WZ Hotel – Brasil.
Dessa forma, o trabalho apresentado traz alguns resultados da busca por desenvolver um
processo geral de análise das relações em função das fachadas inteligentes que delimitaram o
problema, com vistas a fornecer informações que subsidiem a tomada de decisões sobre a
delimitação das áreas de conhecimento científico. Assim, teve um questionamento polêmico
que norteou e ressaltou ainda mais na investigação: Que importância o estudo em design
sobre a técnica utilizada nos novos modelos conceituais da pesquisa veio a favorecer nas
indústrias, aos usuários e à sociedade nordestina?
Para responder a pergunta em questão, consequentemente, confrontar com os objetivos
específicos, descreve-se os princípios constituintes e de funcionamento para um melhor
entendimento das tecnologias que estão cada dia tomando força na realidade brasileira.
Para o avanço da pesquisa, futuramente usaremos dois processos metodológicos que
compreendem terminologias de formas diferentes: o primeiro baseado em análises
desenvolvidas por Bonsiepe (2012), Diacrônica: servirá para coleta de dados históricos do
produto e Sincrônica: identificar, confrontar e examinar as fachadas. O segundo método
conforme a técnica adotada por Lopéz (2017), com princípios na biomimética, baseado em
função aos parâmetros climáticos da natureza e em problemas referidos às questões de como
abstrair e transformar as ideias inovadoras em diferentes tipos de construções. A importância
dessas análises servirá como benefício para constatar a evolução do produto em favor das
mudanças tipológicas das fachadas inteligentes.
O uso excessivo de áreas de vidros nas edificações no início do século XIX no Brasil, tem vindo
a ser cada vez mais frequente na construção civil, provocando problemas de caráter térmico e
lumínico com a entrada de luz natural, radiação solar e redução da ventilação no interior dos
ambientes.
Com o desconforto visual proveniente dos contrastes luminosos, foram desenvolvidas
soluções de projetos e materiais de anteparos para controle das condições térmicas e
luminosas implantadas no país. Na arquitetura brasileira, dois elementos foram concebidos
para ajudar na incidência de luz quanto na ventilação natural nas fachadas envidraçadas. Esses
elementos como cobogó e o brise soleil deram impulso para os arquitetos Lúcio Costa e Oscar
Niemeyer introduzirem no ano de 1936 uma técnica inovadora móvel de operação
independente, permitindo diferentes orientações que muda conforme a direção da fachada,
isto é, controla minimizando a radiação solar e a temperatura interna (BARNUEVO, 2017).
Como cada projeto tem as suas particularidades, a predominância do sistema fica de acordo
com o seu clima local, dependente da latitude, vegetação, estação do ano e orientação da
fachada. Sendo assim, com o avanço da tecnologia, os arquitetos, designers e engenheiros
criam soluções para melhoria da performance do ambiente interno, através de técnicas
construtivas e escolha de materiais a favor do isolamento térmico.
Entretanto, a fachada cinética funciona como uma pele para o edifício, tomando-se uma
infinidade de formas com cinemática. Muitas vezes, se dividem entre estética e utilidade,
conciliando visuais exóticos e proteção ambiental.
No Brasil, o primeiro edifício residencial dinâmico construído em 2001, está localizado na
cidade de Curitiba, projetado pelo arquiteto brasileiro Bruno de Franco. Cada um dos onze
andares gira em 360 graus no sentido horário (Figura 5). Segundo o autor do projeto, o prédio
foi desenvolvido para funcionar de forma giratória todos os lofts de 120m² de maneira
independente, com ação de sistema de rodas dentadas acionadas por motores setorizado na
parte externa, cômodos localizados no centro do edfício foram construídos para ter uma
estabilidade fixa, toda a dinâmica foi elaborada por um painel eletrônico instalado na parede
com controle de luz, ar condicionado e sistema de segurança próprio.
Por conta do alto valor imobiliário e de problemas administrativos, nunca chegou a ser
habitado. Alterações implementadas pela reforma trabalhista e civis, movidas contra a
empresa de engenharia levaram o edifício a ser penhorado e um impasse na justiça impediu
que ele pudesse ser utilizado.
Com a evolução do tempo outra fachada inteligente foi realizada no Brasil, em função de um
projeto de retrofit, situado na cidade de São Paulo, tem um diferencial na sua expressão, pois
o pano de vidro altera de cor conforme o ruído do seu entorno, fruto da mistura entre as
instâncias analógica e virtual (Figura 6). Esta pele metálica colorida ganha vida ao anoitecer,
acesa cria uma dinâmica interativa e habita a fachada com um comportamento próprio, que
reage em tempo real aos estímulos do ambiente (BARNUEVO, 2017).
“A partir de agora fazemos arquitetura não apenas com matéria física, mas também com o
digital” (BARNUEVO, 2017). Sensores e atuadores se integram ao tijolo, vidro e concreto.
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8 Resultados
Após a realização da pesquisa e análise dos dados, de como o envolvimento das grandes
empresas de fachadas inteligentes estão acompanhando a evolução da tipologia cinética e
dinâmica, com propósito de verificar a implementação dentro da área do design, da arte, da
arquitetura e da engenharia, possíveis aplicações de princípios de soluções técnica inovadoras,
como também a inspiração da Biomimética possa se adaptar ao contexto dessas fachadas.
Os dados foram sistematizados em perguntas que envolviam conhecimento técnico nas
fachadas inteligentes e inovadoras. Entre 35 participantes, os gráficos apontam uma
desigualdade de respostas conforme Quadro 2, a seguir:
Quadro 2 – Questionário no Google Forms
RESPOSTAS
PERGUNTAS NÃO
SIM NÃO
SEI
Você conhece o sistema cinético em fachadas nas edificações? 52,9% 47,1% -
As fachadas cinéticas e dinâmicas são uma solução viável para a
67,6% 32,4% 0%
sustentabilidade?
As fachadas cinéticas e dinâmicas contribuem para eficiência nos
85,3% 14,7% 0%
edifícios arranha-céus?
Com o avanço das tecnologias, os arquitetos, designers e as
empresas de fachadas devem se preocupar com manutenibilidade 91,2% 2,9% 5,9%
no sistema cinético?
Para comercialização no Brasil é viável as soluções de fachadas
cinéticas e dinâmicas como proposta para um projeto 52,9% 2,9% 44,1%
arquitetônico?
Para fabricação de um modelo cinético, as empresas de esquadrias
estão preparadas para atender ao contexto na produção industrial 14,7% 41,2% 44,1%
como na montagem?
O tempo de execução é satisfatório quando se compara um sistema
convencional de fachada de pele de vidro ao sistema de fachada 14,7% 14,7% 70,6%
cinética e dinâmica?
Nos países da Europa esse sistema é bastante usado devido ao
73,5% 0% 29,5%
clima. É viável usar esse sistema no nosso país?
Será que uma fachada cinética e dinâmica vem a melhorar a
76,5% 0% 23,5%
funcionalidade técnica e acústica dos ambientes?
Fachadas dinâmicas terão um impacto na Arquitetura Brasileira? 85,3% 0% 14,7%
A Biomimética como método criativo irá contribuir para soluções
95,7% 0% 4,3%
naturais em um projeto de fachadas envidraçadas?
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2022.
Mantido o desafio da etapa criando duas salas virtuais no Google Meet para que cada equipe
pudesse individualmente compartilhar suas ideias e informações durante 30 minutos,
apresentando de maneira clara e objetiva as questões: (a) Conceitos; (b) Soluções; e (c) Quais
soluções técnicas resolvem. Após a realização e discurssões das equipes, reunimos em outra
sala a fim de debatermos as questões definidas por cada grupo sobre o tema proposto durante
50 minutos. Todos os relatórios foram registrados através de gravação, para controle das
informações foi desenvolvido um cronograma com as principais perguntas e confrontar no
final os resultados e feedbacks encaminhados pelos grupos de forma escrita, onde facilitou a
definição concreta para o próximo passo.
A evolução do debate proporcionou experiências surpreendentes devido a troca de
conhecimentos entre os participantes. Por ser um diálogo interativo entre empresários,
arquitetos, designers e engenheiros, proporcionou a todos os envolvidos uma dinâmica
enriquecedora.
Um dos pontos positivos que chamou a atenção durante o debate dos Empresários e Designers
foi a expectativa de como seriam as fachadas atuais na cidade do Recife nesse novo panorama
tecnológico e de como ficariam as edificações de arranha-céus na visão dos usuários no
interior do ambiente com as películas e os vidros inteligentes instalados para ajudar a natureza
em relação aos impactos dos pássaros em ambiente urbano.
Os Arquitetos A e B abordaram em conjunto sobre a conscientização e a educação sobre a
questão das colisões que têm crescido no mundo. A chamada para a implementação de
películas amigas dos pássaros tem força não apenas na comunidade arquitetônica e de
construção, mas também nos estudos científicos multidisciplinares.
Como houve participação de um Engenheiro, foi questionado aos arquitetos sobre como
ficaria a entrada da claridade nos ambientes dos empresariais, onde precisava ser bem
planejada e contar com soluções eficientes para não elevar a temperatura dentro das
edificações, nem gerar desconforto visual e até mesmo danos a pisos, revestimentos, móveis,
equipamentos e eletrônicos. Após o término, os dados das respostas qualitativas do debate e
as quantitativas das discurssões do questionário, pôde dá seguimento para o próximo passo de
evoluções da pesquisa.
Os resultados, ainda que parciais, mostram a importância das análises em diversos aspectos da
história do produto. Sendo assim, a pesquisa alcançou resultados satisfatórios para a
aplicabilidade como plano de ação no conhecimento específico que poderá dar seguimento
futuro, aprimorando princípios para o designer lançar à criação de produtos mais inteligentes,
que aliam estética, economia e funcionalidade.
9 Considerações Finais
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