Literatur A
Literatur A
Literatur A
Politicamente, Vieira tinha contra si a pequena burguesia cristã (por defender o capitalismo
judaico e os cristãos-novos); os pequenos comerciantes (por defender o monopólio
comercial) e os administradores e colonos (por defender os índios). Essas posições,
principalmente a defesa dos cristãos-novos, custaram a Vieira uma condenação da
Inquisição, ficando preso de 1665 a 1667. A obra do Padre Antônio Vieira pode ser
dividida em três tipos de trabalhos: Profecias, Cartas e Sermões.
O grosso da produção literária do Padre Antônio Vieira está nas cerca de 500 cartas.
Elas versam sobre o relacionamento entre Portugal e Holanda, sobre a Inquisição e os
cristãos novos e sobre a situação da colônia, transformando-se em importantes documentos
históricos.
O melhor de sua obra, no entanto, está nos 200 sermões. De estilo barroco
conceptista, totalmente oposto ao Gongorismo, o pregador português joga com as
idéias e os conceitos, segundo os ensinamentos de retórica dos jesuítas. Um dos
seus principais trabalhos é o Sermão da Sexagésima, pregado na capela Real de
Lisboa, em 1655. A obra também ficou conhecida como "A palavra de Deus".
Polêmico, este sermão resume a arte de pregar. Com ele, Vieira procurou atingir
seus adversários católicos, os gongóricos dominicanos, analisando no sermão
"Porque não frutificava a Palavra de Deus na terra", atribuindo-lhes culpa.
Gregório de Matos Guerra
Carpe Diem
Barroco X Renascimento
Literatura Barroca
1
Sumário
1 – Introdução
2 – Contexto Histórico
2.1 – Características
2.2 - Principais autores, principais obras
3 - Conclusão
2
1-Introdução
Barroco, período que sucedeu o Renascimento, do final do século XVI ao final do século
XVII, estendendo-se a todas as manifestações culturais e artísticas européias e latino-
americanas. O barroco foi anunciado pelo maneirismo e se extinguiu no rococó, um barroco
exagerado e exuberante, considerado por muitos críticos a decadência do movimento.
2-Contexto Histórico
3
O termo Barroco é usado para designar o estilo que, partindo das artes plásticas, teve seu
apogeu literário no século XVII, prolongando-se até meados do século XVIII.
Devido a razões essencialmente didáticas, costuma-se delimitar este movimento, no Brasil, entre
1601 e 1768:
· 1601:publicação de Prosopopéia, de Bento Teixeira pinto;
· 1768:publicação das Obras poéticas, de Cáudio Manuel da Costa, que assinala o início do
Arcadismo no Brasil.
· A Reforma
Da Idade Média até o Renascimento, a igreja exerceu destacada ação política, social e
econômica.
Isto fez com que alguns dos seus elementos – ou que nela se infiltraram não por motivos
puramente religiosos, mas pelo desejo de participar do status alcançado através da atuação
clerical – vivessem como senhores nobres ou como pecadores contumazes, contrariando os ideais
de humildade e simplicidade de doutrina cristã.
Esta situação propiciou uma cisão no seio da Igreja, concretizada pela Reforma
Protestante de Martinho Lutero, iniciada em 1517, seguida da adesão de João Calvino, em
1532.
Os reformadores, Lutero na Alemanha e Calvino na França, reivindicaram a reaproximação
da igreja do espírito cristianismo primitivo. Calvino difunde a idéia de que todos os fiéis podem ter
acesso ao sacerdócio, inclusive as mulheres. Abole a hierarquia e institui os pastores como
ministros das igrejas, aos quais é permitido o casamento.
Calvino prega a teoria da predestinação, afirmando que Deus concede a salvação a poucos
eleitos e que o homem deve buscar o lucro por meio do trabalho e da vida regrada, identificando a
ética protestante com incipiente capitalismo e tornando-a atraente.
· A Contra Reforma
Com o objetivo de eliminar os abusos que haviam afastado tantos fiéis e permitindo o êxito
dos reformistas em alguns países, a Igreja organizou a Contra Reforma.Para tanto, foi
convocado o Concílio de Trento(1545-1563), que deveria objetivar o estabelecimento da
disciplina do clero e a reafirmação dos dogmas e crenças católicos.
A partir do Concílio de Trento, cria-se a Congregação do Índex, para censurar livros
contrários à doutrina católica (Index Librorum Prohibitorum), e a Inquisição é reorganizada para o
julgamento de cristãos, hereges e de judeus acusados de não seguirem a doutrina da igreja,
estabelecendo-se a tortura e a pena de morte.
A tentativa de conciliar o espiritualismo medieval e o humanismo renascentista resultou
numa tensão entre forças opostas:o teocentrismo e o antropocentrismo. A procura da conciliação
ou do equilíbrio entre ambas equivale à procura de uma síntese que, em resumo, é o próprio
estilo Barroco.
2.1-Características
4
O alegre do dia entristecido,
O silêncio da noite perturbando,
O resplendor do sol todo eclipsado,
O luzente da lua desmentindo!
(Gregório de Mattos)
· Gregório de Mattos
5
Com exceção de Gregório de Mattos, nenhum outro escritor se destacou no Barroco
brasileiro. O padre Antônio Vieira, embora tenha escrito boa parte de sua obra no Brasil, pertence
mais à literatura portuguesa do que à nossa.
Refletindo o dualismo barroco, ora demonstrava a versão que sentia pelo clero, ora
relevava em seus poemas uma profunda devoção ás coisas sagradas, ora escrevia versos
pornográficos e sensuais.
Cursou leis em Coimbra, época de suas leituras de Gôngora e Quevedo, poetas espanhóis
dos quais revela nítidas influências, além de Camões.
Graças à linguagem maliciosa e ferina com que criticava pessoas e instituições da época
(não dispensando palavras de baixo calão), recebeu o apelido de Boca do Inferno, tendo de exilar-
se por algum tempo em Angola, perseguido pelo filho do governador Antônio da Câmara Coutinho
(vítima de suas sátiras).
Sua obra costuma ser dividida em:
Poesia lírico-amorosa:
Poesia religiosa:
Poesia satírica:
6
Sua obra compreende:
· Obras de profecia:Histórias do futuro; Esperanças de Portugal
· Sermões, entre os quais se destacam: Sermão da sexagésima (sobre a arte de pregar);
Sermão pelo Bom sucesso das armas (por ocasião da invasão holandesa, em 1640);
Sermão de Santo Antônio( ou Sermão dos peixes, em defesa do índio escravisado.
O Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa (Portugal) em 1608 e morreu em Salvador (Bahia)
em 1697.
3-Conclusão
7
O Período Barroco foi marcado pela força da Igreja exercendo um poder político, social e
econômico tornando os elementos da sociedade enfraquecidos, estendeu-se a todas as
manifestações culturais e artísticas européias e latino-americanas. O termo Barroco é usado
para designar o estilo que, partindo as artes plásticas, teve seu apogeu literário no
século XVII, prolongando-se ate meados do século XVIII.
Devido a razoes essencialmente didáticas, costuma se delimitar este movimento, no
Brasil, entre 1601 e 1768.
4-Referências Bibliográficas
8
Pedro Ricardo Dias Batista PRDB
DADAÍSMO
ARTÍSTA
O NASCIMENTO DO DAÍSMO
DADÁ NA ALEMANHA
Richard Hülsembeck, autor de Cabeça Mecânica (1919-1920) -
Berlin - Coleção Hannah Hóch; organizou em 1918 a primeira Feira
Dadaísta.
Seu espírito revolucionário, divulga em um panfleto contra a
concepção da vida de Weimar, em 20 de abril de 1919, onde dizia
“Yo anuncio el mundo dadaísta! Me rio de la ciencia y la cultura,
estas seguridades miserables de una sociedad condenada a murte”.
O Club Dadá representava uma guerra de internacionalismo do
mundo, é um movimento internacional antiburguês.
Com o caos político e com a terrível situação econômica que
atravessava a Alemanha, sem dúvida, foi apropriado para o
surgimento do dadaísmo alemão que desde o início teve um
significado muito mais popular e violento do que poderia ter havido
em Zurich.
Dadá reune em Berlin artístas como Raoul Hausmann, Hannah
Höch, Johamnes Baader, Wieland Herzfelde, John Heartfied e
George Grosz.
Kurt Schurithers deixa escrito em uma carta datada de 1924,
que nuncahavia sido um dadaísta, sendo que havia inventado uma
fórmula política.
Raoul Hausmann, homenagia a nova arte revolucionária russa,
atacando o militarísmo alemão.
O artísta situa sobre sua cabeça de madeira, toda uma série
de apartos e sistemas, como se trata-se de controlar a capacidade
de pensamento do indivíduo.
De certo modo coincide plenamente com os pensamentos de
Duchamp, o Picabia e seus “antemecanismos”.
A obra de Schwitters se caracterizou sempre pelo sentido
eminentemente construtivo, de modo que, o reverso de toda a
trajetória destrutiva dadaísta.
A linha ideológica dos dadaístas alemães era a ruptura com o
sistema artístico burguês e a opção política revolucionária.
DADÁ EM PARIS
A EXPANSÃO DO DADAÍSMO
O séc. XV, com a prosperidade dos descobrimentos, ensaia formas mais ricas, das
fontes catalã e inglesa. O Gótico Final se reflete nas artes suntuárias. Pela primeira
vez, surge na pintura (Nuno Gonçalves) um sentido novo de luxo e modernidade em
que o país se afirma como grande potência. A esta variedade de influências e paixão
pelo real faltou, porém, unidade estilística. O primeiro esforço sincrético dá-se sob o
reinado de D. Manuel l, o Venturoso (1495-1521), com o estilo manuelino, amálgama
de elementos de raiz diversa: da alemã e mourisca até a oriental, unidos pela
ideologia imperial e tom eufórico de uma época que se julgava predestinada a
conquistar o mundo.
Se no Norte ainda foi possível o brilhante episódio de Nicolau Nasoni no Porto (torre
dos Clérigos, 1737-1752), seguido de André Soares na talha arquitetônica minhota,
em Lisboa, o tardo-barroco diluiu-se rapidamente entre um Rococó de influência
franco-germânica (Queluz) e a tradição castiça nacional que, após o terremoto de
1755, renasce sob a forma do estilo pombalino, tendendo à rigidez do Neoclássico
(Ajuda). Após o Romantismo (Sintra), o século XIX caraceteriza-se pelo ecletismo
sem unidade de gosto ou estilo, numa situação que faz lembrar o séc. XV e o neo-
manuelino, o "estilo nacional" por excelência.
No Brasil destacam-se Antonio Garcia Bento, Benedito Calixto de Jesus, Lasar Segal,
pintor da dor e sofrimento humanos, e Anita Malfatti, que modernizou a pintura
brasileira com temas nacionalistas, entre eles O Tropical, de 1916.
O grito
O grito (1893), de Edward Munch, é considerado o primeiro quadro expressionista.
Embora o pintor norueguês não militasse nas campanhas desse movimento,
tornou-se seu principal precursor pela capacidade de retratar os conflitos internos
de seus personagens.
Em 1912, Picasso realizou sua primeira colagem, Natureza morta com cadeira de
palha. Esta técnica assinala a transição para o cubismo sintético.
Escultura cubista
O busto em bronze de Fernande Olivier (também conhecido como Cabeça de mulher,
1909) mostra a consumada habilidade técnica de Picasso no tratamento das formas
tridimensionais. Compôs ainda grupos como Bandolim e clarinete (1914),
constituídos por fragmentos de madeira, metal, papel e outros materiais.
Realismo
Em estilo realista figurativo são: Pablo vestido de arlequim (1924), Três mulheres na
fonte (1921), As flautas de Pã (1923), Mulher dormindo na poltrona (1927) e
Banhista sentada (1930).
Pinturas: 1930-1935
Vários quadros cubistas do início da década de 1930, em que predominam a
harmonia das linhas, o traço curvilíneo e um certo erotismo subjacente, refletem o
prazer e a paixão de Picasso por seu novo amor, Marie Thérèse Walter, como se
observa em Moça diante do espelho (1932).
Guernica
Em 26 de abril de 1937, durante a Guerra Civil espanhola, a aviação alemã, por
ordem de Francisco Franco, bombardeou o povoado basco de Guernica. Poucas
semanas depois Picasso começou a pintar o enorme mural conhecido como Guernica,
em que conseguiu um esmagador impacto como retrato-denúncia dos horrores da
guerra.
A II Guerra Mundial e os anos do pós-guerra
A deflagração e o posterior desenvolvimento da II Guerra Mundial contribuíram para
que a paleta de Picasso se obscurecesse e a morte se tornasse o tema mais
freqüente da maior parte de suas obras. É o que se vê em Restaurante com caveira
de boi e em O ossário (1945).
Últimos trabalhos
Em 1964, realizou a maquete de Cabeça de mulher, monumental escultura em aço
soldado, erigida em 1966, no Centro Cívico de Chicago.
Pablo Picasso
A imensa obra do pintor e escultor espanhol Pablo Picasso exerceu uma grande
influência na arte contemporânea. Estabelecendo-se em Paris, em 1904, Picasso
adotou de início um estilo próximo ao do pós-impressionismo. Mais tarde, em suas
mais de 20 mil obras, desenvolveu outras tendências artísticas. É considerado o
artista mais importante do século XX.
Pedro Ricardo Dias Batista PRDB
Brasileira, Literatura, obras elaboradas no Brasil desde os textos de informação,
informações que os viajantes e missionários europeus colhiam sobre a natureza e o
homem do Brasil colônia, até nossos dias. Do ponto de vista literário interessa
destacar a evolução das formas estéticas que correspondem aos estilos artísticos que
tiveram representação no Brasil. A primeira etapa corresponde ao barroco literário. A
segunda, às transformações do barroco, às tentativas de renovação arcádica e
neoclássicas e ao romantismo e seus prolongamentos. A terceira, às tendências do
fim do século: modernismo e pós-modernismo.
Segundo Antônio Cândido, a literatura brasileira pode ser dividida em três períodos:
1º: a era das manifestações literárias que vai do século XVI à metade do século
XVIII. 2º: a era da configuração do sistema literário que tem início na primeira
metade do século XVIII à segunda metade do XIX. 3º: a era do sistema literário
consolidado, da segunda metade do século XIX até nossos dias.
Barroco
Os ciclos de ocupação da terra sucederam-se em consonância com as possibilidades
demográficas e os interesses econômicos. Do litoral para o interior foram se
definindo manchas de povoamento que originaram ilhas culturais. Estas, segundo
Viana Moog, foram sementes da literatura regionalista que se faz presente ao longo
de toda a história literária do país.
Nesta primeira fase, a literatura brasileira segue o ritmo lusitano do tempo. A obra
do jesuíta, catequista e orador sacro Antônio Vieira (1608-1697) sincretiza marcas
européias, portuguesas e brasileiras. Os 15 volumes de Sermões são de particular
interesse para nossa literatura, principalmente o Sermão da primeiro domingo da
Quaresma (1653) que versava sobre a extinção do escravismo índio e o Sermão XIV
do rosário (1633), sobre os escravos negros. Na História do futuro, Antônio Vieira
escreve um tratado sobre o profetismo onde defende a mística do 5º Império do
Mundo, que seria português, com sede no Brasil. Beirando a heterodoxia, este texto
obrigou seu autor a explicar-se ante o Tribunal do Santo Ofício. Maior orador sacro
do Brasil, o padre Antônio Vieira era um barroco. Sua oratória é prolixa, cheia de
alegorias nas quais revela a argúcia de seu raciocínio.
Bento Teixeira (1561-1600), cristão-novo português, nascido no Porto e morador em
Pernambuco, escreveu a Prosopopéia, exaltando o terceiro donatário da Capitania de
Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho. Obra barroca, calcada em Os Lusíadas,
exalta o herói estóico cristão, realcando valores como o heroísmo, a estirpe, o poder,
a glória, a honra, a riqueza, o saber e as virtudes. Inspira-se na terra e tem um
caráter eminentemente social e individual. Criação diretamente estruturada pela
realidade, permite a realização, num plano imaginário, de uma coerência jamais
atingida pelo autor, cripto-judeu, no plano real.
Frei Manoel de Santa Maria Itaparica, nascido na Bahia em 1704, escreveu uma
epopéia sacra, Eustáquidos (1769), imitação dos épicos, e um poema, Descrição da
cidade da Ilha de Itaparica. Simão de Vasconcelos produziu uma obra de edificação
religiosa em que se distingue a Vida do venerável padre José de Anchieta (1672).
Frei Manuel Calado inspira-se na defesa da terra contra invasores estrangeiros para
criar Valeroso Lucideno (1648). De autoria de Francisco Brito Freire é A Nova
Lusitânia (1675). Nesta primeira fase não se deve estranhar o teor das
manifestações literárias. Primeiro, pela fragilidade da vida intelectual na colônia, fato
compreensível uma vez que a colonização foi um fenômeno burguês, com caráter
empresarial, visando a produção e o lucro no comércio do açúcar. Não havia público
para a produção literária, nem interesse nela, em um meio acrítico e desinteressado
da vida cultural. No entanto, não houve deseuropeização: as estruturas do mundo
que se erigia eram genuinamente portuguesas, embora passíveis de adoçamentos.
As manifestações literárias foram, pois, desdobramentos da literatura portuguesa
que, por sua vez, ainda não tinha desenvolvido, perfeitamente, os gêneros literários.
Salvo raras exceções, a literatura barroca produzida na colônia acabou sendo de
qualidade inferior. A própria obra de Anchieta, a mais alta expressão do barroco no
seu tempo, não teve valor estético de primeira grandeza.
Neoclassicismo e Romantismo
Abrange as transformações do barroco, as tentativas de renovação arcádica e
neoclássica e o romantismo. O início do século XVIII deixa entrever o declínio do
barroco e as aberturas para o iluminismo, este ligado às transformações estéticas
das Academias. No Brasil é coetâneo ao deslocamento do eixo político da Bahia para
o Rio de Janeiro (1760) e a descoberta do ouro em Minas Gerais. Não é estranho
que, nestas áreas, tenha surgido um movimento cultural ligado à crise do
colonialismo e às aspirações de independência política. José de Santa Rita Durão
(1722-1784) escreveu o poema épico Caramuru (1781) onde faz um balanço da
colonização em meio a uma descrição hiperbólica da natureza. Neste poema são
retratados os costumes dos índios, exaltadas a fé e a defesa da terra contra os
invasores. José Basílio da Gama (1741-1795), com mentalidade iluminista e anti-
jesuítica, escreveu o poema Uruguai (1769) em que descreve o choque da cultura
branca com a indígena e, liricamente, adota uma atitude complacente com os
selvagens.
Nesta linha, Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) escreveu uma coleção de poemas
de amor dedicados à Marília que contêm reflexões sobre o destino, externando uma
visão horaciana do mundo. Autor também de Cartas chilenas (1789), poema satírico
contra a sociedade e o governador de Minas.
A invasão da poesia pela música leva às modinhas, poesia musicada, inspirada nas
áreas de ópera. Com elas, a poesia penetra mais e diminui a distância entre cultos e
incultos. Figuras representativas do último grupo dos românticos foram Franklin
Távora, Bernardo Guimarães e Alfredo d'Escragnolle Taunay. Franklin Távora (1842-
1888), teórico e romancista, escreveu sobre Pernambuco do século XVIII, adotando
restrições à tendência da literatura de se relacionar com a cultura européia.
Estabelece-se o conflito entre a tendência de vinculação à Europa e aquela que busca
estabelecer uma tradição local, extremos entre os quais se debateria a consciência
literária. Alfredo d'Escragnolle Taunay (1843-1899) compõe Inocência (1872) com
cenário e costumes sertanejos, além de diálogos naturais pelo tom e vocabulário.
Taunay voltou-se, depois, para o romance urbano, onde se destaca O declínio (1899)
que trata do descompasso entre a paixão e o envelhecimento.
Importante, ainda, é citar o grupo da revista Festa (1928) onde aparece Cecília
Meireles (1901-1964), e da revista Estética (1924-1925), dirigida por Sérgio Buarque
de Holanda (1902-1982) e Prudente de Morais Neto (1905-1927). Aos modernistas
de São Paulo, ligou-se um dos maiores poetas brasileiros: Manuel Bandeira. A parte
mais importante de sua poesia está reunida em Libertinagem (1930).
A partir dos núcleos de São Paulo e Rio de Janeiro, a renovação literária se expandiu
pelo Brasil através de manifestos, grupos e intercâmbio, frutificando, principalmente,
em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. Os anos de 1930 e 1940 aceitaram,
plenamente, o modernismo ao lado do qual floresceu o regionalismo crítico do
Nordeste.
Murilo Mendes (1901-1975) inicia sua produção com poesia humorística, sofre
influências do surrealismo refletida na obra O anjo (1934), e desagua no mistério e
na transcendência após sua conversão ao catolicismo refletida em A invenção de
Orfeu (1952).
Ainda na ficção, o realismo cientificista do século XIX é substituído pela visão crítica
das relações sociais, principalmente em Érico Veríssimo e José Américo de Almeida.
No romance psicológico caminha-se pela introspecção da psicanálise. Socialismo,
freudismo, catolicismo são usados para a compreensão do homem social. Na poesia,
o concretismo - ou poesia concreta - impôs-se depois de 1956 como expressão da
vanguarda estética. O grupo inicial é o da Antologia Noigrandes. Nomes de proa são
os de Haroldo de Campos, Auto do possesso (1950), Augusto de Campos, O rei
menos o reino (1951) e Décio Pignatari, O carnaval (1950). O grupo abandona o
verso e busca uma linha de sintaxe espacial. O ponto de partida da estética é a
estrutura verbo-visual. Inova no campo semântico (ideogramas), sintático
(redistribuição de elementos do discurso), léxico (neologismos, estrangeirismos,
tecnicismos), morfológico (desintegração dos sintagmas nos seus fonemas), fonético
(aliterações, assonâncias), topográfico (abolição do verso, uso construtivo de
espaços em branco).
Quanto aos indígenas, há certa ambigüidade, pois, embora a primeira parte do texto,
relativa aos primeiros dias na terra, faça referências à beleza e inocência de homens
e mulheres, sublinhando sua humanidade, na segunda parte eles aparecem como
“seres bestiais”.
De qualquer modo, apesar da visão etnocêntrica a permear o texto, o autor faz, sem
dúvida, uma imagem paradisíaca do homem primitivo.
Pedro Ricardo Dias Batista PRDB
Mitologia
Pode-se definir Mitologia como o estudo e a interpretação do
mito e do conjunto dos mitos de uma determinada cultura.
O mito é um fenômeno cultural complexo que pode ser
encarado de vários pontos de vista. Em geral é uma narração que
descreve e retrata em linguagem simbólica a origem dos elementos
e postulados básicos de uma cultura.
A narração mítica conta, por exemplo, como começou o
mundo, como foram criados os seres humanos e os animais e a
origem de certos costumes e formas das atividades humanas.
Quase todas as culturas possuem ou possuíram mitos algum
dia e viveram de acordo com eles.
Os mitos diferenciam-se dos contos de fadas por referirem-se a
um tempo diferente do tempo comum (contos tradicionais). A
seqüência do mito é extraordinária, desenvolvida num tempo
anterior ao nascimento do mundo convencional.
Como os mitos se referem a um tempo e um lugar
extraordinário, bem como a deuses e processos sobrenaturais, têm
sido considerados aspectos da religião.
Porém, como sua natureza é integradora, o mito pode iluminar
muitos aspectos da vida individual e cultural.
Desde os primórdios da cultura ocidental, o mito apresenta um
problema de significado e interpretação que tem gerado discussões
sobre o valor e a importância da mitologia.
-2-
O que é Mito?
Mitos são histórias tradicionais, quase sempre sobre deuses,
heróis ou criaturas do mundo animal, que explicam por que o
mundo é do jeito que é.
Pessoas de todos os tempos e de todos os tipos de cultura
constataram que a vida está repleta de mistérios. Por exemplo: qual
é a origem do mundo, por que o sol se movimenta atravessando o
firmamento, o que faz as coisas crescerem, por que as plantas
morrem no inverno e renascem na primavera, de que modo ocorrem
as marés, por que há terremotos, para onde vão as pessoas
quando morrem, se é que vão para algum lugar?
Na tentativa de responder a perguntas como essas, o homem
criou narrativas que transcendem a existência comum e cotidiana e
que se enraizaram em diferentes culturas.
Dessa maneira, as respostas para as mais complicadas
indagações da vida foram transmitidas de geração para geração, na
forma de mitos. Em geral havia semelhanças entres as histórias
contadas em sociedade marcadamente distintas, como nas
Mitologias da Grécia Antiga e dos Nórdicos, nas quais aparecem
temas universais como a vida após a morte e a origem do mundo.
Os mitos eram bem mais do que o simples contar história.
Cada cultura possuía cerimônias e rituais próprios associados aos
mitos. Essa associação implicava representar histórias exemplares
ou oferecer sacrifícios aos deuses, na esperança de receber
alguma benção em troca, como uma boa safra ou a vitória em uma
batalha.
Explicações mitológicas do mundo diferem das explicações
apresentadas pela filosofia, que se baseiam na experiência e na
razão. Os filósofos gregos buscavam explicações naturais, não
explicações sobrenaturais.
Esses filósofos diziam que os mitos não combinavam com um
entendimento adequado da realidade. Criticavam as histórias de
Homero porque nelas os deuses tem exatamente as mesmas
imperfeições dos seres humanos.
O pensamento mítico teve início na Grécia, do séc. XXI ao VI
a.C. e nasceu do desejo de dominação do mundo, para afugentar o
medo e a insegurança. A verdade do Mito não obedece à lógica
nem da verdade baseada na experiência, nem da verdade
científica.
-3-
É verdade compreendida, que não necessita de provas para
ser aceita. É portanto uma percepção compreensiva da realidade, é
uma forma espontânea do homem situar-se no mundo.
Normalmente, associa-se, erroneamente, o conceito de mito à
mentira, ilusão,ídolo, lenda ou ficção.
O mito não é uma mentira, pois é verdadeiro para quem o vive.
A narração de determinada história mítica é uma primeira atribuição
de sentido ao mundo, sobre o qual a afetividade e a imaginação
exercem grande papel.
Não podemos afirmar também que o mito é uma ilusão, pois
sua história tem uma racionalidade, mesmo que não tenha uma
lógica, por trabalhar com a fantasia.
Devemos diferenciar mito e ídolo, pois mesmo existindo uma
relação entre eles, o mito é muito "maior" que o ídolo (objeto de
paixão, veneração).
O mito é muito confundido com o conceito de lenda, porém esta
não tem compromisso nenhum com a realidade, são meras histórias
sobrenaturais.
O mito não é exclusividade de povos primitivos, nem de
civilizações nascentes, mas existe em todos os tempos e culturas
como componente inseparável da maneira humana de compreender
a realidade. O mito é, na realidade, uma maneira de entender o
passado.
Um historiador de religiões, certa vez afirmou: "Os mitos
contam apenas aquilo que realmente aconteceu". Isto não quer
dizer que os mitos explicam os fatos corretamente. Eles sugerem,
entretanto, que por trás da explicação existe uma realidade que não
pode ser conhecida e/ou examinada.
-4-
Tipos de mitos
Mitos cosmogônicos.
Dentre as grandes interrogações que o homem permanece
incapaz de responder, apesar de todo o conhecimento experimental
e analítico está à origem da humanidade e do mundo que habita.
É como resposta a essa interrogação que surgem os mitos
cosmogônicos. As explicações oferecidas por esses mitos podem
ser reduzidas a alguns poucos modelos, elaborados por diferentes
povos.
É comum encontrar nas várias mitologias a figura de um criador
que, por ato próprio e autônomo, estabeleceu ou fundou o mundo
em sua forma atual.
Os mitos desse tipo costumam mencionar uma matéria já
existente a toda a criação: o oceano, o caos ou a terra.
A criação a partir do nada, unicamente pela palavra de Deus,
aparece claramente no livro bíblico do Gênesis.
Mitos escatológicos
Ao lado da preocupação com o enigma da origem, figura para o
homem, como grande mistério, a morte individual, associada ao
temor da extinção de todo o povo e mesmo do desaparecimento do
universo inteiro.
Para a mitologia, a morte não aparece como fato natural, mas
como elemento estranho à criação original, algo que necessita de
uma justificativa, de uma solução em outro plano de realidade.
Algumas explicações predominam nas diversas mitologias. Há
mitos que falam de um primeiro período em que a morte não existia
e contam como ela sobreveio por efeito de um erro, de um castigo
ou para evitar a superpopulação.
Outros mitos, geralmente presentes em tradições culturais mais
elaboradas, fazem referência à condição original do homem como
ser imortal e habitante de um paraíso terreno, e apresentam a perda
dessa condição e a expulsão do paraíso como tragédia
especificamente humana.
-5-
Natureza do mito
-6-
A função dos Mitos
-7-
Mito e religião
-8-
Mito e sociedade
-9-
Mito e psicologia
- 10 -
Mito e arte
- 11 -
Mito e razão
- 12 -
Mitos sobre o tempo e a eternidade
- 13 -
Mitos de transformação e de transição
- 14 -
Deuses e heróis
- 15 -
O Mito hoje
- 17 -
A mitologia grega
- 18 -
Os gregos antigos acreditavam que a terra era de forma
achatada e circular, seu ponto central o Monte Olimpo ou Delfos. A
terra era dividida em duas partes iguais pelo Mar, como era
chamado então o Mediterrâneo (medi = meio, terrâneo = terra). Ao
redor da terra corria o Rio Oceano, cujo curso regular alimentava o
Mar e os rios.
Naqueles tempos remotos, os gregos pouco sabiam sobre a
existência de outros povos além deles mesmos, a não ser dos
povos vizinhos as suas terras. Imaginavam que ao norte vivia uma
raça de povo feliz, os Hiperbórios, que viviam numa eterna
felicidade.
Seu território não podia ser alcançado nem por terra nem por
mar. Eles nunca envelheciam nem adoeciam, não trabalhavam,
nem guerreavam. Ao sul vivia um outro povo feliz que se chamava
Aethiopios.
Eram amados pelos deuses que costumavam visitá-los e
compartilhar seus banquetes. Ao oeste encontrava-se o lugar o
mais feliz de todos, os Campos Elíseos, onde as pessoas que
tinham o favor dos deuses eram levadas para viver para sempre
sem nunca morrer.
A mitologia grega é uma das mais geniais concepções que a
humanidade produziu. Os gregos, com sua fantasia, povoaram o
céu e a terra, os mares e o mundo subterrâneo de Divindades
Principais e Secundárias. Amantes da ordem, instauraram uma
precisa categoria intermediária para os Semideuses e Heróis.
A mitologia grega apresenta-se como uma transposição da vida
em zonas ideais. Superando o tempo, ela ainda se conserva com
toda a sua serenidade, equilíbrio e alegria. A religião grega teve
uma influência tão duradoura, ampla e incisiva, que vigorou da pré-
história ao século IV e muitos dos seus elementos sobreviveram
nos Cultos Cristãos e nas tradições locais.
A civilização grega era constituída de pequenas cidades-
estados. Os gregos amavam a vida e a viviam com entusiasmo.
Eles tinham pouco interesse na vida após a morte, a qual, mesmo
para os grandes homens daquele tempo, era acreditada como
sendo incômoda.
Na Odisséia, a morte de Aquiles retrata que ele preferia ser um
escravo em vida à um rei morto. O melhor que um homem podia
esperar seria procurar realizar grandes façanhas que seriam
relembradas depois de sua morte.
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Os gregos acreditavam no individualismo e apreciavam as
diferentes personalidades e caráters. Eles eram fascinados pela
contradição que muitas virtudes podem levar um homem exemplar
à ruína ou à felicidade. Tinham uma forma de pensamento muito
sutil.
Seus mitos e religião refletiam estas características. Seus
deuses eram personalizados com poder e imperfeições individuais,
deuses que cometiam erros e eram flagrados enganando seus
cônjuges. Mas também eram deuses heróicos, hábeis, amáveis e
desenvolviam artes e habilidades essenciais de diversas maneiras,
como música, tecelagem, ferragem etc.
Os heróis mortais também tinham um papel importante na
mitologia. Houve tempos em que os deuses precisavam de um
herói mortal para vencer batalhas por eles. Mas muito raramente
faziam com que um herói viesse a se tornar um deus.
Muitos dos mais famosos contos heróicos apresentam, vez ou
outra, relatos de alguém sendo trazido de volta do mundo
subterrâneo. Esta característica apresenta um forte contraste às
religiões que consagram que a ida ao mundo além da vida é o
caminho correto para objetivo principal da existência.
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Deuses Gregos
Anteros
Símbolo do amor desgraçado, da resistência ao amor, da
vingança ao amor não correspondido ou ao desamor.
Apolo
Na lenda de Homero ele era considerado, principalmente, como
o deus da profecia. Apolo era músico e encantava os deuses com
seu desempenho com a lira. Era também um arqueiro-mestre e
excelente corredor, sendo creditada a ele a primeira vitória nos
Jogos Olímpicos. Era também o deus da agricultura, do gado, da
luz e da verdade. Ensinou aos humanos a arte da cura. Talvez por
causa de sua beleza, Apolo era representado com mais freqüência
na arte antiga que qualquer outra divindade
Ares
Deus da guerra, sanguinário e agressivo, personificava a
natureza brutal da guerra. Embora Ares fosse guerreiro e feroz, não
era invencível, mesmo contra os mortais.
Aristeu
Era adorado como o protetor dos caçadores, pastores e
rebanhos, e como o inventor da apicultura e da arte de cultivar
azeitonas. Era largamente venerado como um deus beneficente e
freqüentemente era representado como um pastor juvenil
carregando um cordeiro.
Asclépio
Deus greco-romano da medicina, com o poder de curar os
enfermos. Era também patrono dos médicos e era representado
como um homem barbudo, de olhar sereno, com o ombro direito
descoberto e o braço esquerdo apoiado em um bastão, o caduceu,
em volta do qual se enroscam duas serpentes, e que se
transformou no símbolo da medicina.
Dionísio
Deus do vinho e da vegetação, que mostrou aos mortais como
cultivar as videiras e fazer vinho.
Eros
Eros é descrito como o mais belo dos imortais, capaz de
subjugar corações e triunfar sobre o bom senso. Deus do amor e do
desejo.
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Hades
Deus dos mortos. Em algum lugar na escuridão do mundo
subterrâneo estava localizado o palácio de Hades. Era
representado como um lugar fúnebre, escuro e repleto de portões,
repleto de convidados do deus e colocado no meio de campos
sombrios, uma paisagem assombrosa. Em lendas posteriores o
mundo inferior é descrito como o lugar onde os bons são
recompensados e os maus são punidos.
Hefesto
Deus do fogo, tornou-se o ferreiro divino e instalou suas forjas
no centro dos vulcões. Patrono dos ferreiros e dos artesãos em
geral, é responsável, segundo a lenda, pela difusão da arte de usar
o fogo e da metalurgia
Hélio
Era a representação divina do Sol. Na Grécia clássica, Hélio foi
cultuado em Corinto e sobretudo em Rodes, ilha que lhe pertencia e
onde era considerado o deus principal, honrado anualmente com
uma grande festa.
Hermes
Mensageiro dos deuses, tinha sandálias com asas, um chapéu
alado e um caduceu dourado, ou vara mágica, entrelaçado por
cobras e coroado com asas. Hermes era também o deus do
comércio e o protetor dos comerciantes e dos rebanhos. Como a
divindade dos atletas, ele protegia os ginásios e estádios e atribuía-
se a ele a responsabilidade pela fortuna e a riqueza.
Himeneu
Deus do casamento. Personificação dos cantos nupciais.
Hipnos
Deus do sono.
Morfeu
Deus dos sonhos. Morfeu formava os sonhos que vinham para
aqueles que adormeciam. Ele também representava seres humanos
em sonhos.
Nereu
Deus do mar.
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Orfeu
Poeta e músico. Recebeu a lira de Apolo e tornou-se um
músico tão perfeito que não havia nenhum mortal capaz de ser
melhor do que ele. Quando tocava e cantava, movia todos os seres
animados e inanimados. Sua música encantava árvores e pedras,
domesticava animais selvagens, e até mesmo os rios mudavam o
seu curso na direção da música do jovem.
Pan
Pan ou Pã, cujo nome em grego significa "tudo", assumiu de
certa forma o caráter de símbolo do mundo pagão e nele era
adorada toda a natureza. Na mitologia grega, Pã era o deus dos
caçadores, dos pastores e dos rebanhos. Representado por uma
figura humana com orelhas, chifres, cauda e pernas de bode, trazia
sempre uma flauta, a "flauta de Pã", que ele mesmo fizera.
Poseidon
Deus do mar. Na arte, Poseidon é representado como uma
figura majestosa e barbada segurando um tridente, e
freqüentemente acompanhado por um golfinho.
Príapo
Deus da fertilidade, protetor dos jardins e dos rebanhos.
Urano
Personificação do céu, é o deus do firmamento. clássica não
havia culto a Urano.
Zeus
O deus supremo do mundo, o deus por excelência. Presidia
aos fenômenos atmosféricos, recolhia e dispersava as nuvens,
comandava as tempestades, criava os relâmpagos e o trovão e
lançava a chuva com sua poderosa mão direita, à sua vontade, o
raio destruidor; por outro lado mandava chuva benéfica para
fecundar a terra e amadurecer os frutos. Chamado de o pai dos
deuses, por que tinha autoridade sobre todos os deuses, dos quais
era o chefe reconhecido por todos. Tinha o supremo governo do
mundo e zelava pela ordem e da harmonia que reinava nas coisas.
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Deusas Gregas
Afrodite
Deusa do amor e da beleza
Anfitrite
Deusa do mar.
Ártemis
Tida como virgem e defensora da pureza, era também
protetora das parturientes e estava ligada a ritos de fecundidade;
embora fosse em essência uma deusa caçadora, encarnava as
forças da natureza e tutelava as ninfas, os animais selvagens e o
mundo vegetal.
Atena
Era o símbolo da inteligência, da guerra justa, da casta
mocidade e das artes domésticas e uma das divindades mais
veneradas.
Deméter
Deusa da colheita
Destinos
As três deusas que determinavam a vida humana e suas
ligações, também conhecidas como "Moiras". As Moiras repartiam
para cada pessoa, no momento de seu nascimento, uma parcela do
bem e do mau, embora uma pessoa pudesse acrescer o mau em
sua vida por si própria.
Retratadas na arte e na poesia tanto como mulheres velhas e
severas quanto virgens sombrias, as deusas eram freqüentemente
vistas como fiadeiras.
Cloto, a fiadeira principal, tecia o fio da vida;
Láquesis, a distribuidora de quinhões, decidia a quantidade e
designava o destino de cada pessoa; e
Átropos, a implacável, carregava o poder de cortar o fio da vida
no tempo designado. As decisões das Moiras não podiam ser
alteradas, nem mesmo pelos deuses.
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Eumênides
Antigos espíritos da terra ou deusas associados à fertilidade,
mas também tendo certas funções sociais e morais. Protetoras dos
suplicantes.
Erínias
Também conhecidas como Fúrias, eram as três divindades que
administravam a vingança divina, sendo elas:
Tisífona (a vingança contra os assassinos);
Megera (o ciúme) e
Alecto (a raiva contínua).
Eram justas, mas sem piedade e jamais analisavam as
circunstâncias que levaram a pessoa a cometer o erro.
Géia
O nome Géia, Gaia ou Gê, é utilizado como prefixo para
designar as diversas ciências relacionadas com o estudo do
planeta.
A deusa foi também a propiciadora dos sonhos e a protetora da
fecundidade. Gaia é a personificação da Terra.
Graças
Graças (ou Cárites), as três deusas da alegria, charme e
beleza. Chamavam-se:
Aglaia (o Esplendor);
Eufrosina (a Alegria) e
Tália (a Floração).
As Graças presidiam sobre os banquetes, danças e todos os
outros eventos sociais agradáveis, trazendo alegria e boa vontade
tanto para os deuses quanto para os mortais.
Hebe
Deusa da juventude. Durante muito tempo Hebe foi a copeira
dos deuses.
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Hécate
Deusa da escuridão, representava seus terrores. Em noites
sem luar, acreditava-se que ela vagava pela terra com uma matilha
de uivantes lobos fantasmas.
Era a deusa da feitiçaria e era especialmente adorada por
mágicos e feiticeiras, que sacrificavam cães e cordeiros negros a
ela.
Como deusa da encruzilhada, acreditava-se que Hécate e seu
bando de cães assombravam lugares fúnebres que pareciam
sinistros aos viajantes.
Hera
Rainha dos deuses, protegia o casamento e era a protetora de
mulheres casadas.
Íris
Como mensageira de Zeus e de sua esposa Hera, Íris deixava
o Olimpo apenas para transmitir os ordenamentos divinos à raça
humana, por quem ela era considerada como uma conselheira e
guia.
Viajava com a velocidade do vento, podia ir de um canto do
mundo ao outro, ao fundo do mar ou às profundezas do mundo
subterrâneo.
Era representada como uma linda virgem com asas e mantos
de cores brilhantes e um aro de luz em sua cabeça, deixando no
céu o arco-íris como seu rastro. Para os gregos, a ligação entre os
homens e os deuses é simbolizada pelo arco-íris.
Musas
Nove deusas e filhas de Zeus e de Mnemósina, a deusa da
memória. As Musas presidiam as artes e as ciências e acreditava-
se que inspiravam todos os artistas, especialmente poetas, filósofos
e músicos.
Calíope era a musa da poesia épica, Clio da história, Euterpe
da poesia lírica, Melpômene da tragédia, Terpsícore das canções
de coral e da dança, Erato da poesia romântica, Polímnia da poesia
sagrada, Urânia da astronomia e Tália da comédia.
- 26 -
Nêmesis
Entre os antigos gregos, Nêmesis foi a deusa da equanimidade
e, mais tarde, a personificação da desaprovação dos deuses à
arrogância. Seu nome se inspira no grego némein, "repartir segundo
o costume ou a conveniência".
A missão de Nêmesis era punir os faltosos e impor a execução
de normas que restabelecessem o equilíbrio entre os homens.
Nikê
Deusa da vitória. É representada carregando uma grinalda ou
palma da vitória.
Perséfone
Deusa da terra e da agricultura. Era uma personificação do
renascimento da natureza na primavera.
Selene
Deusa da Lua. Era uma linda deusa, de braços brancos, com
longas asas, que percorria o céu sobre um carro para levar aos
homens a sua plácida luz.
- 27 -
Titãs
- 28 -
Prometeu
Conhecido como amigo e benfeitor da humanidade. Prometeu
e seu irmão foi concebido para criar a humanidade e prover o
homem e todos os animais da terra com aquilo que necessitassem
para sobreviver.
Réia
Mãe dos deuses e que por muitas eras dominou o Universo
junto com Cronos.
Têmis
Deusa da justiça divina e das leis. Na arte antiga ela é
representada segurando para cima um par de balanças em que ela
pesa as reivindicações das partes contrárias.
- 29 -
Heróis
Aquiles
Hércules
Jasão
Perseu
Teseu
Ulisses
Centauro
Ciclopes
Harpias
Medusa
Minotauro
Pégaso
Quimera
Lendas Mitológicas
Agamenon
Ariadne
Medéia
Narciso
Sísifo
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Histórias Mitológicas
Hesíodo
Homéro
Ilíada
Odisséia
Tróia
- 31 -
Relação entre a Mitologia Grega e a Romana
- 32 -
NOME GREGO NOME PAPEL NA MITOLOGIA
ROMANO
Hermes Mercúrio Mensageiro dos deuses;
protetor dos viajantes, ladrões e
mercadores
Héstia Vesta Guardiã do lar
Hipnos Sonho Deus do sonho
Hades Plutão Deus dos mundos
subterrâneos; senhor dos
mortos
Posêidon Netuno Deus dos mares e dos
terremotos
Réia Cibele Esposa de Crono/Saturno;
Deusa mãe
Urano Urano Deus dos céus; pai dos Titãs
Zeus Júpiter Soberano dos deuses olímpicos
- 33 -
Conclusão:
Depois de termos pesquisado sobre o assunto referente à
mitologia, concluímos que ela é muito diferente do que pensamos,
devido a quantidade de deuses, heróis, monstros e de como era o
mundo na opinião dos gregos.
Descobrimos também que devemos diferenciar mito de
mentira, ilusão, ídolo, lenda ou ficção, porque o mito é verdadeiro
para quem o vive.
Ficamos surpresos ao saber que muitos deuses gregos têm na
civilização romana nomes diferentes e usados até hoje para originar
nomes de conceitos usados em Psicologia, dar nomes a planetas
ou até relacionar problemas e situações atuais com o que
aconteceu na antiguidade.
Descobrimos que até hoje construímos nossos mitos mudando
apenas a maneira de representar o Bem, o Mal e a Justiça, com a
crença em heróis de estórias em quadrinhos, filmes, desenhos
animados de seres de outros planetas ou mesmo daqui que viajam
através do espaço para levar a outras civilizações os ensinamentos
e características de sua origem.
E por último concluímos que se no passado a mitologia era
essencial para a vida humana, porque era através dela que se
explicava a origem de certas coisas é importante que aprendamos a
usar esses ensinamentos, sinais e mensagens deixadas pelas
gerações passadas para que nos ajudem a ter uma compreensão
melhor da nossa vida atual e o que queremos e desejamos para o
nosso futuro.
- 34 -
Pedro Ricardo Dias Batista PRDB
Platão
Platão nasceu em Atenas, em 428/7 a.C. Portanto, seu nascimento ocorreu logo
após a morte de Péricles, com quem Atenas chegara ao apogeu de sua democracia,
e o falecimento cerca de dez anos antes da batalha de Queronéia, que efetivou o
domínio de Filipe da Macedônia sobre a Grécia. Platão viveu entre a fase áurea da
democracia ateniense e o final do período helênico. Esse contexto histórico
determinaria o caráter essencialmente político de sua filosofia como estabelecimento
das condições para um estado político perfeito, o filósofo como o dirigente político
ideal.
O interesse pela política estava ainda mais intimamente ligado a Platão por ele
pertencer a uma família aristocrata que tinha participação efetiva nos destinos
políticos da Grécia. Contudo, o acontecimento que mais marcou foi seu encontro com
Sócrates, mestre que, sem escola e sem livros, usando apenas o diálogo, levava seus
discípulos ao conhecimento de si mesmos, do bem e das virtudes, ao mesmo tempo
em que demolia preconceitos e abalava falsos valores e reputações. Já restaurada a
democracia, Sócrates, acusado de corromper os jovens, foi condenado à morte.
Esse acontecimento revelou a Platão as profundas falhas de um sistema político
que fazia desaparecer “o mais sábio e o mais justo de todos os homens”. Tornava-se
evidente que a democracia grega deveria passar por profundas reformulações, sendo
necessário para isso buscar novas bases educacionais para os homens que
exerceriam as funções governamentais. Depois da morte de Sócrates, Platão viajou:
foi a Megara, em seguida para o Egito, à Itália meridional e Siracusa, na Sícila. Nesta
faculdade conheceu Dion, cunhado de Dionísio I, tirano da cidade. A inteligência de
Dion e seu interesse pela filosofia encantaram Platão, que via agora uma
possibilidade de colocar em prática, através do grande amigo, suas concepções
políticas. ao voltar para Atenas, Platão já havia concluído os primeiros Diálogos:
Críton, Lísis, Cármides, Eutifron, além da Apologia de Sócrates. A personagem
central desses diálogos é Sócrates.
Visando a concretizar seu projeto de educar os cidadãos para a vida política, em
387 a.C. Platão fundou sua escola, a Academia. Para implantar seu pensamento e
seu método de ensino, voltado para a busca da verdade, opôs-se aos sofistas,
mestres de eloqüência e de retórica que, em geral, preocupavam-se mais que com a
habilidade verbal em si do que com seu objetivo. Fundamentavam a retórica em uma
concepção da linguagem como nomos (“convenção”) e não como expressão da
natureza das coisas: para Platão, ao contrário, a linguagem só tinha valor por poder
exprimir a verdade, traduzir a essência do real. Durante os vinte anos que se
seguiram, ele dedicou-se ao ensino na Academia e à elaboração de novos diálogos.
Datam desse período: Mênon, Fédon, Banquete, República, Fedro, Eutídemo e
Crátilo. Essas obras vão superando progressivamente as posições da filosofia
socrática e formulando uma concepção propriamente platônica, cuja base é a
doutrina de idéias.
Em 367 a.C., Platão fez uma segunda viagem a Siracusa, a convite de Dion
(que via grandes possibilidades de influenciar a política da cidade, dirigida agora por
Dionísio II). Relatos antigos afirmam que o novo governante, temendo perder o poder,
expulsou Dion e prendeu o filósofo, que teve grandes dificuldades para voltar a
Atenas. Nos seis anos seguintes, passados na Academia, Platão escreveu outras
obras que revelam sua plena maturidade intelectual: Parmênides, Teeteto, Sofista e
Político.
Em 361 a.C, Platão recebeu um convite de Dionísio II para visitar Siracusa.
Dion, apesar de exilado, aconselhou-o a aceitar, com a esperança de poder retornar à
sua cidade. Assim o filósofo decidiu-se a embarcar. Mas nada do que se esperava
aconteceu. Ao voltar para Atenas, Platão encontrou Dion a caminho de Siracusa,
chefiando uma expedição armada que derrubaria Dionísio II. Mas o amigo do filósofo
não conseguiu governar com tranqüilidade e acabou assassinado pelos próprios
amigos. essa nova decepção minou todo o desejo de Platão de participar da política.
Ele passou o resto da vida a exercer o magistério filosófico na Academia e a escrever
novas obras: Timeu, Filebo, Críticas e Leis.
Tendo sua vida limitada à Academia, Platão pôde dedicar-se à elaboração de
seu sistema filosófico, cujo fundo e originalidade são constituídos pela sua teoria das
idéias. No Fédon, essa teoria surge como uma hipótese: o mundo sensível teria sua
causa explicativa situado num plano de realidade transcendente e constituído pelas
idéias (essências existentes em si, independentes das coisas e do intelecto humano).
Essa hipótese resulta da utilização generalizada do chamado “método dos
geômetras”: uma hipótese é levantada e dela se extraem as conseqüências lógicas.
Assim, através de um jogo de hipóteses, vai se construindo o sistema filosófico de
Platão.
As explicações propostas pelos filósofos anteriores, como os da escola de
Mileto, fundavam-se na descoberta de um elemento primordial que, ao desdobrar-se
e modificar-se criaria o universo na forma pela qual o homem o percebe. Platão
substitui esse caráter retrospectivo e unitário atribuído à origem do mundo físico por
um caráter ascendente e unitário: para cada classe de objetos do mundo sensível
existiria uma idéia da qual ela derivaria. Assim, as mesas seriam mesas porque
“participariam” da mesa em si (idéia de mesa).
Nos Diálogos, as idéias são caracterizadas como incorpóreas e invisíveis,
eternas e idênticas a si mesmas, não sofrendo nunca a ação do tempo. Perfeitas e
imutáveis, seriam os paradigmas dos quais as coisas materiais seriam as cópias
imperfeitas e transitórias. Mas isso cria o problema da possibilidade de se conhecer o
mundo das idéias: sendo o homem um ser corpóreo, mutável, imerso no tempo, como
poderia conhecer as idéias incorpóreas e eternas? No Mênon, Platão expõe a teoria
de que apenas o homem pode chegar ao conhecimento das idéias, pois só ele é
dotado de intelecto, e o intelecto como as idéias é incorpóreo. A alma humana teria
contemplado as idéias antes de juntar-se ao corpo; mas , depois que essa
encarnação se consuma, ela perde a possibilidade de manter um contato direto com
as idéias, sendo restringida a relacionar-se apenas com suas cópias (podendo,
contudo, recuperar gradativamente o conhecimento das idéias originais). Assim, a
hipótese das da existência do mundo das idéias apóia-se na hipótese da
reminiscência; e o ato de conhecer se configuraria como lembrar, reconhecer. A
concepção do ato de conhecer como reminiscência coloca outro dado importante do
sistema filosófico de Platão: o da preexistência e imortalidade da alma.
No Parmênides, Platão explica o relacionamento entre as idéias e os objetos
físicos de duas noções: a de participação e imitação. A noção de participação
reaparece na cosmogonia descrita no Timeu: o demiurgo, o divino artesão, dando
forma a uma matéria-prima tentou reproduzir as idéias, fazendo aparecer os objetos
sensíveis. Estes seriam, portanto, uma imitação das idéias, constituindo um grau
inferior de perfeição. Nessa medida, o que é produzido pelo artesanato humano,
apresenta-se como duplamente imperfeito, por ser uma cópia de outra cópia: a
realidade.
Ao elaborar a teoria das idéias, Platão ao mesmo tempo reformula a dialética
socrática, transformando-a numa construção teorética. Para Sócrates, o diálogo
constituía um confronto de opiniões que era, na verdade, a ocasião para o dramático
embate entre consciências e oportunidade para produzir-se o conhecimento de si
mesmo: em Platão, a dialética vai perdendo progressivamente seu caráter pessoal e
dramático para tornar-se um método impessoal e teórico que visa os próprios
problemas, e não apenas à sondagem da consciência dos interlocutores. A nova
dialética articula-se, de início, em uma forma ascendente: do mundo das idéias. No
plano sensível, a constatação de existência dos seres, dá-se através dos sentidos, o
conhecimento não ultrapassando a esfera da opinião (doxa). A superação da doxa
tem início com a passagem ao plano inteligível, através do conhecimento discursivo e
mediatizador (diânoia): esse primeiro nível de conhecimento inteligível estabelece
ligações racionais (como ocorre na matemática), mas o conhecimento inteligível só
chega à plenitude ao conseguir a evidência puramente intelectual (noêsis) das idéias.
As várias etapas do conhecimento estão metaforizadas na República através da
alegoria da caverna : o homem saindo da caverna onde estivera prisioneiro por
diversos graus de sombra e luz, que simbolizam os diversos graus de conhecimento ,
até olhar diretamente o sol , fonte de toda luz, símbolo do último da ascensão e
dialética.
Fundamentado na Teoria das Idéias e nas possibilidades apresentadas pelos
indivíduos para realizar a ascensão dialética. Platão cria um sistema político
apresentado primeiramente na República e posteriormente reformulado nas Leis . A
base fundamental postulada para o Estado é a justiça, virtude que seria conseguida
na medida em que cada parte da alma (a razão, a coragem, e o instinto) estivesse
preenchendo suas funções. Assim,o governo da cidade seria composto por três
classes, formando um todo harmonioso: os magistrados – filósofos , representando a
razão; os guerreiros, a coragem; e os trabalhadores, encarregados da satisfação das
necessidades materiais. A realização de tal modelo de sociedade resultaria da
adoção de determinado sistema educacional: os cidadãos, homens e mulheres, em
igualdade de condições, seriam encaminhados desde pequenos para as funções que
poderiam desempenhar com mais aptidão. Visando a prevenir as divisões políticas,
Platão propõe a participação comum dos cidadãos nos bens materiais e também a
supressão da família.
As Leis introduzem modificações no modelo político de Platão: suprime-se a
comunidade de bens, mulheres e crianças, havendo uma espécie de conciliação
entre a monarquia constitucional e a democracia.
Consciente da complexidade de seu sistema político assentado na teoria das
idéias , Platão previa as dificuldades que grande parte da população da polis teria
para entende-lo. Assim o Estado concebido por ele seria governado por magistrados-
filósofos, pois só estes seriam capazes de compreender e por em prática a virtude da
justiça.
Platão defende no homem uma alma imortal, racional, livre, espiritual. Admite a
metempsicose. Em ética: toda felicidade consiste na contemplação das idéias e,
sobretudo, da idéia suprema do bem. Seu conceito político (Estado totalitário,
igualdade social dos sexos, supressão da família, educação nacional da juventude)
ele próprio rejeitou mais tarde, desde que os governados são seres humanos, não
deuses. Sua doutrina, em geral, é tão elevada que informou até a mística católica.
Assim como há um rigoroso paralelismo entre a psicologia platônica e sua
ética,há também uma perfeita correspondência entre sua ética e a sua política. A
morte de Sócrates e suas experiências políticas na Sicília levaram Platão a verificar
que não é possível ser justo na cidade injusta, e que a realização da filosofia implica
não só a educação do homem, mas a reforma da sociedade e do Estado.
A pedagogia platônica, que incluía não só a formação intelectual, mas também
os exercícios físicos, a disciplina do corpo,revelam-se, assim, uma propedêutica da
política, pois sua razão de ser é a formação do homem de acordo com a Paidéia
(modelo ou ideal de cultura) e sua preparação para a vida na cidade.
Assim, como o amor é um demônio, um intermediário entre os deuses e os
homens, assim também o filósofo é um mediador entre o sábio e o ignorante. O sábio
não precisa filosofar porque já tem a sabedoria, e o ignorante porque não a tem e não
experimenta a necessidade de tê-la. Só pode filosofar aquele que, não sabendo, tem
consciência de que não sabe e, por isso mesmo, quer saber. Amor da sabedoria, e
não sabedoria propriamente, a filosofia é o caminho que nos deve conduzir do mundo
das aparências ao mundo da realidade, da contemplação das sombras à visão das
idéias, imutáveis e eternas, iluminadas pela idéia suprema do Bem.
Aristóteles
Conclusão
Platão é um dos filósofos mais influentes de todos os tempos: seu pensamento
domina a filosofia cristã antiga e medieval até a recepção do aristotelismo. O filósofo
reconhece que o "estado sem lei" seria inexeqüível naquela época, pois não havia
magistrados habilitados em número suficiente e entendeu que a lei deveria ter seus
textos acompanhados de exposição relativa à finalidade do ato normativo e justificou
a existência do Estado como o processo de adaptação criado pelo homem para suprir
as deficiências, pois surgiria como decorrência das impossibilidades de cada pessoa,
diretamente, prover as suas mais variadas necessidades.
O predomínio tardio do estoicismo e a evidente ambiência platônica em torno da
concepção do poder imperial acabaram por elidir a influência da filosofia peripatética,
mas o fato de ela ter ocorrido nos primórdios do processo histórico de sistematização
da ordem jurídica dos romanos e ter presidido a afirmação do direito romano como
sistema científico fizeram com que a caracterização geral do pensamento filosófico-
jurídico ficasse eivada dos princípios da filosofia de Aristóteles.
O caráter eclético de pensamento romanista favoreceu a expansão do
peripatetismo; e a concepção ciceroniana do Estado é uma renovação da doutrina
aristotélica, pois para o jurisconsulto romano, o homem está naturalmente impelido,
por instinto natural, para a convivência política.
A formação da jurisprudência com sistema científico absorveu as noções
aristotélicas da justiça e da eqüidade, concebendo-as inicialmente o direito como
dinamado do justo e não da norma.
A influência mais importante, entretanto, na filosofia de Aristóteles se manifestou
na caracterização geral da jurisprudência romana como sistema científico; isso
ocorreu em dois momentos, os quais correspondem aos dois sentidos que tomou a
evolução da lógica peripatética, após a morte do mestre, e também à concepção do
direito em dois planos, o do justo e do normativo.
No segundo momento a lógica estóica passou a preponderar, e a mentalidade jurídica
romana substituiu aos poucos a dialética que lhe vinha do Estagirita, pela
metodologia analítica, também aristotélica, mas já com um novo alcance que lhe
haviam dado os estóicos; nesse novo contexto, a fonte do direito não seria mais a
natureza, mas a alei e o Direito Positivo deixaria de ser concebida de maneira
pragmática como obra de júris prudência – a busca do justo conforme natureza – e
passaria a constituir um sistema formal, onde as soluções jurídicas seriam resultado
do trabalho racional, dedutivo, a partir dos princípios expressados nas regras.
É deveras sintomático que no momento em que se pretende restaurar a autenticidade
do pensamento aristotélico, se descobre na Tópica e na teoria da argumentação
dialética, a gênese do modo de pensar característico da jurisprudência.
Pedro Ricardo Dias Batista PRDB
REALISMO / NATURALISMO
I.) A Época é
II.) O ESTILO é
3.Concepção de homem é
4.Personagens é
Eis um exemplo:
6.Espaço focalizado é
8.Narrativa é
9.Linguagem é
Tendência realista:
1. Machado de Assis
2. Raul Pompéia
Tendência naturalista
1. Aluísio Azevedo
2. Inglês de Sousa
3. Adolfo Caminha
Pedro Ricardo Dias Batista PRDB
R E N A S C I M E N T O
INTRODUÇÃO à CARACTERÍSTICAS GERAIS
à FATORES DO RENASCIMENTO
à PRINCIPAIS RENASCENTISTAS
à CONCLUSÃO
RENASCIMENTO
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Dá-se o nome de Renascimento (ou Renascença) ao movimento de renovação
intelectual ocorrido na Europa dentro da transição do feudalismo para o capitalismo.
Na realidade, não se pode entender o Renascimento como limitado às Artes e às
Ciências, mas sim como uma mudança nas formas de sentir, pensar e agir em relação aos
padrões de pensa mento e comportamento vigentes na Idade Média. O Renascimento
exprime sobretudo os novos valores e ideais da burguesia, classe ascendente na transição
para o capitalismo.
Uma das principais características do Renascimento é o Humanismo, interpretado
comumente como sinônimo de antropocentrismo ou valorização do ser humano. O
verdadeiro sentido do humanismo renascentista, porém, era o estudo de Humanidades, isto
é, da língua e literatura antigas. Humanistas foram Erasmo de Rotterdam (o :”Príncipe dos
Humanistas”, autor do “Elogio da Loucura”), Thomas More (autor de “Utopia”) e o
português Damião de Góis.
FATORES DO RENASCIMENTO
PRINCIPAIS RENASCENTISTAS
É muito grande o número de artistas, escritores e cientistas que se celebrizaram durante
o Renascimento. Os mais importantes foram:
· na Pintura: Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael e Ticiano, na Itália; El Greco,
na Espanha.
· na Escultura: Michelangelo e Donatello, na Itália.
· na Arquitetura: Bramante, na Itália.
· na Literatura: Camões, em Portugal; Cervantes, na Espanha; Rabelais e Montaigne,
na França; Shakespeare, na Inglaterra.
· na Astronomia: Copérnico, na Polônia; Kepler, na Alemanha; Galileu, na Itália.
· na Medicina: Vesálio, em Flandres; Paré, na França; Servet, na Espanha
CONCLUSÃO
Índice
· Introdução -------------------------------------------------- 2
· Desenvolvimento ------------------------------------------ 3
· Alguns de seus Poemas ----------------------------------- 5
· Conclusão --------------------------------------------------- 9
· Obras Completa do Autor -------------------------------- 9
1
Introdução
Romantismo
A poesia lírica (sobre sentimentos individuais) é a principal expressão do romantismo.
Também são freqüentes os romances. Frases diretas, sonoridade das palavras, vocábulos
estrangeiros, metáforas, personificação e comparação são características marcantes. Mas a forma é
menos importante do que o conteúdo, em geral exposto com exagero e ligado a situações extremas.
Amores irrealizados, morte e fatos históricos são temas constantes.
No Brasil, as tendências românticas ganham caráter de movimento em 1836 com um
manifesto publicado na revista Niterói, que defende a consolidação de uma arte brasileira. O
patriotismo leva à valorização da natureza e do índio. No mesmo ano é publicado Suspiros Poéticos
e Saudades, do poeta Gonçalves de Magalhães (1811-1882), marco inicial do romantismo brasileiro.
A produção passa por quatro fases. A primeira (1836-1840) privilegia o misticismo, a
religiosidade, o nacionalismo e a natureza. Seus expoentes são Araújo Porto Alegre (1806-1879) e
Gonçalves de Magalhães.
Na segunda (1840-1850), predominam a descrição da natureza, a idealização do índio e o
romance de costumes. Os destaques são Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), autor do romance
A Moreninha, Gonçalves Dias (1823-1864), poeta de Canção dos Tamoios e Marabá, e José de
Alencar (1829-1877), autor do romance indianista O Guarani. Na terceira fase (1850-1860),
prevalecem o individualismo, a subjetividade e a desilusão. O nacionalismo intensifica-se. Na
poesia sobressaem-se Álvares de Azevedo (1831-1852), autor de Lira dos Vinte Anos, Casimiro de
Abreu (1837-1860), de As Primaveras, e Fagundes Varela (1841-1875), de Cantos e Fantasias. Na
prosa, consolidam-se os trabalhos de José de Alencar, com Senhora, e Bernardo Guimarães (1825-
1884), autor de A Escrava Isaura. Destaca-se ainda Manuel Antônio de Almeida (1831-1861), com
Memórias de um Sargento de Milícias.
Na quarta e última fase (1860-1880), prevalece o caráter social e liberal ligado às lutas
abolicionistas. A prosa está voltada para a vida urbana, a análise dos costumes e as culturas
regionais. Na poesia lírica, além do intimismo, há um lirismo de metáforas ousadas chamado de
poesia condoreira. É uma época de transição para o realismo e o parnasianismo. O grande
representante na poesia é Castro Alves (1847-1871), autor do poema Navio Negreiro. É ele quem
rompe com o amor irrealizado e torna a mulher personagem de uma relação real. Outro poeta
importante é Sousândrade (1832-1902), autor de Guesa. Na prosa, destacam-se Franklin Távora
(1842-1888), autor de O Cabeleira, e Machado de Assis (1839-1908), em suas primeiras obras,
como Helena.
Com o romantismo surgem as primeiras produções de caráter regionalista, que retratam de
forma idealizada tipos e cenários de regiões do país, como O Sertanejo, de José de Alencar, e
Inocência, de Visconde de Taunay (1843-1899).
Vamos falar sobre Manuel Antônio Álvares de Azevedo, autor
de Liras dos Vintes Anos.
2
Desenvolvimento:
Manuel Antônio Álvares de Azevedo (maneco, apelido de família), poeta pródigo mas importante
entre os poetas da segunda fase do nosso Romantismo – fase também chamada byroniana, satanista
ou ultra-romântica. Nasceu em São Paulo, em setembro de 1931. Filho do Doutor Inácio Manuel
Alvares de Azevedo e Dona Luísa Azevedo, foi um filho dedicado a sua mãe e a sua irmã
configurando um possível complexo de édipo.
Cursou o colégio Pedro II e, aos 16 anos ingressava na Faculdade de Direito de São Paulo, porém
tenha morrido aos vinte anos antes de concluir o curso, morte essa decorrida de um tumor na fossa
ilíaca proveniente de uma queda do cavalo.
Produziu uma obra poética de alto nível, deixando registrada a sua incapacidade de adaptação ao
mundo real e sua capacidade de elevar-se a outras esferas através do sonho e da fantasia para, por fim,
refugiar-se na morte, certo de aí encontrar a paz tão almejada. Grande leitor, Álvares de Azevedo
parace ter "devorado" tantos os clássicos como os românticos, por quem se viu irremediavelmente
influenciado. Embebedendo-se na dúvida dos poetas da geração do mal du siècle (mal-do-século),
espécie de tédio existencial que assaltava os poetas, desiludidos da vida. Herdou deles o pendor do
desregramento, para a vida boêmia e para o tédio. Lord Byron com certeza foi o grande inspirador dos
poemas de Álvares de Azevedo; poemas estes que estão voltados para o cenário europeu empregnados
de imagens Byronianas e Shaksperianas.
Lira dos Vinte Anos, única obra preparada pelo autor, é composta de três partes. Na primeira,
através de poesias como "Sonhando", "O poeta", "A T..." surge o poeta sonhador em busca do amor e
prenunciando a morte. Nas poesias citadas, desfila uma série de virgens sonhadoras que ajudam a
criar um clima fantástico e suavemente sensual. Por outro lado, em poemas como "Lembranças de
morrer", ou "Saudades" surge o poeta que percebe estar próximo da morte, confessa-se deslocado e
errante, deixando "a vida como deixa o tédio/ Do deserto, o poento caminheiro". A terceira parte de A
Lira, praticamente é uma extensão da primeira e, portanto, segue a mesma linha poética. É na segunda
parte que se encontra a outra face do poeta, o poeta revoltado, irônico, realista, concreto que soube
utilizar o humor estudantil e descompromissado. Essa passagem brusca da subjetividade para o
deboche, que ele, no prefácio, dizia ser o fruto de sua alma dividida, é na verdade o sinal de um
grande talento crítico, que poderia ter dado muito mais à poesia se o poeta tivesse vivido mais tempo.
Esta segunda parte abre-se com um prefácio de Álvares de Azevedo que adverte "Cuidado leitor, ao
voltar esta página!", pois o poeta já não é o mesmo: "Aqui dissipa-se o mundo visionário e platônico."
Algumas produções maiores do poeta aí estão como "Idéias íntimas" e "Spleen e charutos", poesias
que perfeitamente bom-humor, graciosidade e uma certa alegria. Deixa-se levar pelo deboche em "É
ela!, É ela!, É ela!, É ela!" , em que revela sua paixão pela lavadeira; em "Namoro a cavalo",
registrando as interpéries por que passa o namorado para encontrar sua amada que mora distante.
Resta lembrar que a obra de Álvares de Azevedo apresenta linguagem inconfundível, em cujo
vocabulário são constantes as palavras que expressam seus estados de espírito, a fuga do poeta da
realidade, sua busca incessante pelo amor, a procura pela vida boêmia, o vício, a morte, a palidez, a
noite, a mulher... Em "Lembrança de morrer", está o melhor retrato dos sentimentos que envolvem
sua vida, tão próxima de sua obra poética: "Descansem o meu leito solitário/ Na floresta dos homens
esquecida,/ À sombra de uma cruz e escrevam nela:/ - Foi poeta, sonhou e amou na vida."
3
Em seus poemas, Álvares de Azevedo inova utilizando a ironia como uma de suas técnicas
poéticas. Era costume do poeta também a descrição de objetos do seu cotidiano. Temos como exemplo
um de seus poemas chamado "A Lagartixa". Mais uma de suas características era o patriotismo, o
saudosismo e o satanismo.
(...)
(...)
4
Alguns de seus poemas
Lembrança de Morrer
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espirito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lagrima
Em pálpebra demente.
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu foi por til e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
5
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Álvares de Azevedo
Idéias Íntimas
Oh! ter vinte anos sem gozar de leve
A ventura de uma alma de donzela
E sem na vida ter sentido nunca
Na suave atração de um róseo corpo
Meus olhos turvos se fechar de gozo!
Oh! nos meu sonhos, pelas noites minhas
Passam tantas visões sobre meu peito!
Palor de febre meu semblante cobre,
Bate meu coração com tanto fogo!
Um doce nome os lábios me suspiram
Um nome de mulher... e vejo lânguida
No véu suave de amorosas sombras
Seminua, abatida, a mão no seio
Perfumada visão romper a nuvem,
Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras
O alento fresco e leve como a vida
Passar delicioso...Que delírios!
Acordo palpitante...inda a procuro;
Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas
Banham meus olhos e suspiro e gemo...
Imploro uma ilusão... tudo é silêncio!
6
Só o leito deserto, a sala muda!
Amorosa visão, mulher dos sonhos,
Estou tão infeliz eu sofro tanto!
Nunca virás iluminar meu peito
Com um raio de luz desses teus olhos?
Álvares de Azevedo
C...
Sim - coroemos as noites
Com as rosas do himeneu;
Entre flres de laranja
Serás minha e serei teu!
Eu soltarei-te os cabelos...
Quero em teu colo sonhar!
Hei de embalar-te...do leito
Seja lâmpada o luar!
Se Eu Morresse Amanhã!
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
· Poesias Diversas.
· O Poema do Frade.
· Macário (peça teatral) – um jovem estudante embriagado encontra-se com satã e passa em sua
companhia uma noite na cidade São Paulo.
· Noite na Taverna (livro de contos) – um grupo de rapazes reune-se numa taverna, onde todos se
embriagavam-se e então cada um conta uma história de assassinato, amores pós-Túmulo, casos de
antropofagia, paixões necrófilas, etc.
· Discursos.
· Cartas.
9
Pedro Ricardo Dias Batista PRDB
O Romantismo
Origens do Romantismo
O termo romantismo pode apresentar uma série de significações: romant ou romaunt;
língua românica ou neo-latina; narrativas escritas nesta língua; narrativas em geral;
oposição ao termo Classicismo (romântico x clássico); movimento cultural e estético da
primeira metade do século XIX; atualmente, sentimentalismo.
O Romantismo, apesar de estar relacionado aos sentimentos, refere-se à arte. As
significações mais adequadas, das citadas acima, seriam "oposição ao termo Classicismo
(romântico x clássico)" e "movimento cultural e estético da primeira metade do século
XIX".
Provavelmente tem seu início na Escócia, Inglaterra e Alemanha, países europeus mais
desenvolvidos, mas é na França, a partir do fim do século XVIII, mais precisamente a partir
da Revolução Francesa de 1789, que o novo movimento ganha proporções revolucionárias.
O Romantismo é um amplo movimento, que surgiu no século passado, e representa, na
literatura e na arte em geral, os anseios da classe burguesa, que, na época, estava em
ascensão. A literatura, portanto, abandona a aristocracia para caminhar ao lado do povo, da
cultura leiga. Por esse motivo, acaba por ser também uma oposição ao Classicismo.
As gerações do Romantismo
Tradicionalmente se têm apontado três gerações de escritores românticos. Essa
divisão, contudo, engloba principalmente os autores de poesia. Os romancistas não se
enquadram muito bem nessa divisão, uma vez que suas obras podem apresentar traços de
mais de uma geração.
Assim, as três gerações de poetas românticos brasileiros são:
· primeira geração: nacionalista, indianista e religiosa. Destacam-se os poetas
Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães. A geração nacionalista é
impulsionada pelos valores nacionais, introduz e solidifica o Romantismo no Brasil.
· segunda geração: marcada pelo "mal do século", apresenta egocentrismo
exacerbado, pessimismo, satanismo e atração pela morte. Destacam-se os poetas
Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire.
Essa geração é conhecida também por Ultra-Romantismo, devido à forte influência
byroniana. Além das mencionadas acima, há ainda o determinismo, vítimas de
destino, melancolia, desejo de evasão, recordação de um passado longínquo, que
não tiveram, cansaço da vida antes de tê-la vivido.
· terceira geração: formada pelo grupo condoreiro, desenvolve uma poesia de cunho
político e social. A maior expressão desse grupo é Castro Alves. Essa última
geração — condoreira — vive um clima de intensa agitação interna: Guerra do
Paraguai, lutas abolicionistas, propaganda republicana. O poeta torna-se o porta-voz
das aspirações sociais e seus versos são armas usadas nas lutas liberais.
O Romantismo brasileiro contou com um grande número de escritores, com uma
vasta produção, que, em resumo, pode ser assim apresentada:
· na lírica: Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães, Álvares de Azevedo, Cardoso
de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire, Castro Alves e Sousândrade, dentre
outros.
· na épica: Gonçalves Dias e Castro Alves.
· no romance: José de Alencar, Manoel Antônio de Almeida, Joaquim. Manuel de
Macedo, Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay, Franklin Távora e outros.
· no conto: Álvares de Azevedo.
no teatro: Martins Pena, José de Alencar, Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias,
Álvares de Azevedo e outro.
Pedro Ricardo Dias Batista PRDB
Romantismo
ROMANTISMO NO BRASIL – O romantismo surge em 1830, influenciado pela Independência,
em 1822. Desenvolve uma linguagem própria e aborda temas ligados à natureza e às questões
político-sociais. Nas Artes Plásticas , influencia as obras dos pintores Araújo Porto Alegre (1806-
1879), Victor Meirelles (1832-1903) e Rodolfo Amoedo (1857-1941) (ver Artes Plásticas no
Brasil).
Na Literatura , o marco inicial é a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades (1836), de Gonçalves
de Magalhães (1811-1882). A produção literária passa por quatro fases. A primeira (1836-1840)
privilegia o misticismo, a religiosidade, o nacionalismo e a natureza. Seus expoentes são Araújo
Porto Alegre (1806-1879) e Gonçalves de Magalhães.
Na segunda fase (1840-1850), predominam a descrição da natureza, a idealização do índio e o
romance de costumes. Os destaques são Gonçalves Dias (1823-1864), poeta de Canção dos
Tamoios e Marabá, José de Alencar (1829-1877), autor de O Guarani, e Joaquim Manuel de
Macedo (1820-1882), de A Moreninha. Na terceira fase (1850-1860), o nacionalismo intensifica-se
e prevalecem o individualismo, a subjetividade e a desilusão. Na poesia sobressaem-se Álvares de
Azevedo (1831-1852), autor de Lira dos Vinte Anos , Casimiro de Abreu (1837-1860), de As
Primaveras, e Fagundes Varela (1841-1875), de Cantos e Fantasias. Na prosa, consolidam-se os
trabalhos de José de Alencar, com Senhora, e Bernardo Guimarães (1825-1884), autor de A Escrava
Isaura. Destaca-se ainda Manuel Antônio de Almeida (1831-1861), com Memórias de um Sargento
de Milícias.
Na quarta e última fase (1860-1880), prevalece o caráter social e liberal ligado às lutas
abolicionistas. É uma época de transição para o realismo e o parnasianismo. O grande representante
na poesia é Castro Alves (1847-1871), autor do poema Navio Negreiro . Outro poeta importante é
Sousândrade (1832-1902), autor de Guesa. Na prosa, destacam-se Franklin Távora (1842-1888),
autor de O Cabeleira, e Machado de Assis (1839-1908), em suas primeiras obras, como Helena.
Com o romantismo surgem as primeiras produções do regionalismo, que retrata de forma idealizada
tipos e cenários de regiões do país.
Na música, o principal compositor é Carlos Gomes (1836-1896), autor de O Guarani. Uma segunda
fase do movimento é marcada pelo folclorismo. Destacam-se Alberto Nepomuceno (1864-1920) e
Luciano Gallet (1893-1931).
O Teatro desenvolve-se a partir da chegada da Corte portuguesa, em 1808. A primeira peça
brasileira é a tragédia romântica Antônio José ou O Poeta e a Inquisição (1838), de Gonçalves de
Magalhães, encenada por João Caetano (1808-1863). Mas é Martins Pena, autor de O Noviço , que
é considerado o primeiro dramaturgo brasileiro importante (1815-1848).
Iluminismo
Corrente de pensamento dominante no século XVIII que estabelece o primado da razão como
critério da verdade e do progresso da vida humana. Representa uma visão de mundo da burguesia
intelectual da época. Seus principais idealizadores são: John Locke (1632-1704), Voltaire (1694-
1778) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). As primeiras manifestações ocorrem na Inglaterra e
na Holanda, porém alcança especial repercussão na França, onde se opõe às injustiças, à
intolerância religiosa e aos privilégios do absolutismo em decadência. Prepara o caminho para a
Revolução Francesa (1789), fornecendo-lhe, inclusive, o lema “Liberdade, Igualdade e
Fraternidade”.
O movimento tem suas origens no Renascimento (século XV), o primeiro grande momento de
construção de uma cultura burguesa, na qual a razão é tida como a chave para o entendimento do
mundo. Para o iluminismo, Deus está na natureza e no homem, que pode descobri-lo por meio da
razão, dispensando a Igreja. Afirma que as leis naturais regulam as relações sociais, assim como os
fenômenos da natureza. Considera os homens naturalmente bons e iguais entre si – quem os
corrompe é a sociedade. Cabe, portanto, transformá-la e, orientados pela busca da felicidade,
garantir a todos liberdade de expressão e culto, igualdade perante a lei e defesa contra o arbítrio e a
prepotência. Quanto à forma de governo para a almejada sociedade justa, uns defendem a
monarquia constitucional, outros a república.
Símbolo de liberdade – Os precursores do iluminismo são o filósofo francês René Descartes (1596-
1650) e o cientista inglês Isaac Newton (1642-1727). Na Filosofia, o inglês John Locke representa o
individualismo liberal contra o absolutismo monárquico. No seu Ensaio sobre o Entendimento
Humano (1690), trata a experiência como fonte do conhecimento, processado depois pela razão.
Montesquieu, como é conhecido o escritor francês Charles Louis de Secondat (1689-1755), propõe
em sua obra Do Espírito das Leis (1748) a independência dos poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário como garantia da liberdade. Voltaire é o mais importante pensador iluminista, símbolo da
liberdade de pensamento. Critica violentamente a Igreja e defende a monarquia comandada por um
soberano esclarecido. Exilado na Inglaterra por ter ofendido um duque, publica Cartas Inglesas ou
Filosóficas (1734), com elogios à liberdade reinante naquele país.
O suíço Rousseau torna-se o iluminista mais radical, precursor do socialismo e do romantismo. Na
obra O Contrato Social (1762), defende o Estado democrático, voltado para o bem comum e a
vontade geral, que inspira os ideais da Revolução Francesa. É dele a noção do “bom selvagem”, que
representa o homem nascido bom e sem vícios, mas depois pervertido pelo meio social. Denis
Diderot (1713-1784) organiza a Enciclopédia, 17 volumes de texto e 11 pranchas de ilustração
publicados entre 1751 e 1772. Conta com a ajuda do matemático Jean D’Alembert (1717-1783) e de
vários iluministas, como Voltaire, Montesquieu, Rousseau. Proibida pelo governo por divulgar as
novas idéias, a obra passa a circular clandestinamente.
Na economia, o iluminismo é representado pela fisiocracia, contrária à intervenção do Estado na
vida econômica, que tem em François Quesnay (1694-1774) seu principal expoente, e pelo
liberalismo econômico, inspirado nas idéias do escocês Adam Smith (1723-1790), considerado “o
pai da economia política”. No livro Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das
Nações (1776), Smith defende o trabalho livre como fonte de riqueza e a economia dirigida pelas
leis de oferta e procura, o laissez-faire.
As idéias iluministas influenciam alguns governantes, que procuram agir segundo a razão e o
interesse do povo, sem contudo abrir mão do poder absoluto – o que dá origem ao despotismo
esclarecido, no século XVIII. Ocorrem melhorias na economia, no ensino e na administração.
Liberdade de culto e igualdade civil são garantidas. Mas permanecem incólumes tanto a servidão
como a autocracia, com o aguçamento inevitável das contradições sociais e políticas.
Arcadismo
Movimento literário que se desenvolve na poesia no século XVIII, de acordo com os princípios
neoclássicos. Numa época marcada pelo racionalismo e pela visão científica do mundo inaugurada
pelo iluminismo, o arcadismo defende uma literatura mais simples, objetiva, descritiva e
espontânea, que se opõe à emoção, à religiosidade e ao exagero do barroco, considerado confuso e
rebuscado. A idéia de que toda beleza está na natureza e a idealização da vida no campo e do
homem simples fazem do arcadismo um movimento nostálgico diante da revolução industrial e da
urbanização que começam a acontecer em parte da Europa.
O nome do movimento deve-se a um grupo que em 1690 funda em Roma uma sociedade literária
batizada de Arcádia e chama seus integrantes de pastores. Na mitologia grega, Arcádia é uma região
onde poetas e pastores vivem de amor e poesia. Em 1756 surge a Arcádia Lusitana, em Portugal,
inspirada na de Roma.O autor de maior destaque é Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805).
Os poemas árcades exibem linguagem clara e seguem métricas definidas. São comuns estruturas
populares como os rondós, os madrigais e as redondilhas maior e menor. Na temática predominam
os temas bucólicos e amorosos.
ARCADISMO NO BRASIL – Com o arcadismo desenvolve-se no país a primeira produção
literária adaptada à realidade brasileira. A literatura começa a afastar-se dos modelos portugueses,
ao descrever as paisagens locais e criticar a situação política do país. Surgem vários autores em Vila
Rica, Minas Gerais, capital cultural e centro de riqueza na época. Grande parte dos escritores está
ligada à Inconfidência Mineira. Embora não cheguem a criar um grupo nos moldes das Arcádias,
constituem a primeira geração literária brasileira.
A transição do barroco para o arcadismo no país se dá com a publicação, em 1768, do livro Obras
Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa (1729-1789). Entre os árcades destacam-se, ainda, o
português que vive no Brasil Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), autor de Marília de Dirceu e
Cartas Chilenas; Basílio da Gama (1741-1795), autor de O Uraguai; e Silva Alvarenga (1749-1814),
autor de Glaura. Apesar do engajamento pessoal, a produção literária desses autores não está a
serviço da política. O gênero predomina até o início do século XIX, quando surge o romantismo.
Renascimento
Explosão de criações artísticas, literárias e científicas inspiradas na Antiguidade Clássica greco-
romana, por isso chamada Renascimento. Marca a Europa de 1330 a 1530 e tem como centro
irradiador a Itália. O homem renascentista acredita que tudo se explica pela razão e pela ciência.
Traço marcante do Renascimento, o humanismo tem por base o neoplatonismo, que exalta os
valores humanos e dá nova dimensão ao homem. Choca-se, assim, com os dogmas e proibições da
Igreja Católica, critica o mundo medieval e enfrenta a Inquisição . A concentração de riqueza nas
mãos de comerciantes e banqueiros faz com que burgueses, como os Medici de Florença, se tornem
grandes mecenas. O movimento expande-se a partir de 1460, com a fundação de academias,
bibliotecas e teatros em Roma, Florença, Nápoles, Paris e Londres.
O racionalismo e a preocupação com o homem e a natureza estimulam a pesquisa científica. O
polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) fundamenta a tese do Sol como centro do Universo.
Paracelso (1493-1541), da Suíça, estuda as drogas medicinais . O médico inglês William Harvey
(1578-1657) revela o mecanismo completo da circulação sanguínea. O alemão Johannes Kepler
(1571-1630) aperfeiçoa o telescópio. O italiano Galileu Galilei (1564-1642) desenvolve métodos
científicos de análise e comprovação experimental. A pólvora começa a ser usada como arma de
guerra. A imprensa de letras metálicas móveis é inventada em 1448 pelo alemão Johann Gutenberg
(1400-1468).
Literatura no Brasil
As primeiras manifestações das letras no Brasil colonial são textos informativos, que visam a
conquista do território e a expansão da fé católica. Dependente de Portugal, esse tipo de literatura
inicia-se em 1500, com a Carta de Pero Vaz de Caminha (1450-1500) sobre a terra recém-
descoberta. Seguem-se os tratados dos cronistas portugueses, como Pero de Magalhães Gandavo,
autor de Tratado da Terra do Brasil, e Gabriel Soares de Sousa (1540?-1591), de Tratado Descritivo
do Brasil. Entre os poemas, sermões e peças religiosas escritos pelos jesuítas para a catequese dos
índios, a partir de 1549, destacam-se os textos dos padres José de Anchieta (1534-1597), autor de
“Poema à Virgem”, e Manuel da Nóbrega (1517-1570), que escreve Diálogo sobre a Conversão do
Gentio.
Barroco – O marco inicial do barroco no Brasil é a publicação, em 1601, de Prosopopéia, poema
épico de Bento Teixeira (1561-1600) sobre a conquista de Pernambuco. Destacam-se também os
sermões, como os do padre Antônio Vieira (1608-1697). Poemas de Manuel Botelho de Oliveira
(1636-1711) e do frei Manuel de Santa Maria Itaparica (1704-1768) celebram as belezas e os
recursos naturais da colônia. A obra do poeta baiano Gregório de Matos (1636?-1696), que vai do
religioso ao satírico e ao erótico, é a mais importante produzida no Brasil no período.
No início do século XVIII, as academias difundem o gosto pelas letras e realizam trabalhos de
pesquisa histórica. As mais importantes são a dos Esquecidos, em Salvador (1724/25), e as dos
Felizes (1736-1740) e dos Seletos (1752-1754), no Rio de Janeiro.
Arcadismo – Em 1768, a publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa (1729-
1789), é considerada o marco inicial do arcadismo. O movimento tenta adequar as propostas do
neoclassicismo europeu às condições de vida brasileira e produz uma poesia lírica e bucólica. Um
dos principais nomes é Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), autor de Marília de Dirceu e Cartas
Chilenas.
Romantismo – O marco inicial do romantismo brasileiro é a publicação de Suspiros Poéticos e
Saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães (1811-1882). O movimento, de caráter nacionalista,
valoriza a natureza, a história e a língua brasileiras. O ideal da pureza amorosa é contraposto às
convenções sociais. O primeiro grande romântico brasileiro é Gonçalves Dias (1823-1864). No
poema I-Juca Pirama, inova ao substituir o ancestral português pelo índio. Álvares de Azevedo
(1831-1852), autor de Lira dos Vinte Anos, é um dos representantes do ultra-romantismo,
caracterizado pela poesia egocêntrica, sentimental e pessimista. Na prosa, destacam-se Joaquim
Manuel de Macedo (1820-1882), autor de A Moreninha, e José de Alencar (1829-1877). Em sua
obra trata da temática indianista (O Guarani e Iracema ), urbana (Lucíola) e regionalista (O
Gaúcho). A poesia social é praticada por Castro Alves (1847-1871), autor de O Navio Negreiro e
Espumas Flutuantes, de inspiração abolicionista, e por Sousândrade (1833-1902), autor do Guesa. O
anti-sentimentalismo e o estilo irônico aparecem em Manuel Antônio de Almeida (1831-1861), que
escreve Memórias de um Sargento de Milícias. Bernardo Guimarães (1825-1884), autor de A
Escrava Isaura, e Alfredo de Taunay (1843-1899), de Inocência, orientam-se para o regionalismo,
que enfoca costumes e tradições do interior brasileiro.
Realismo – As transformações político-sociais do
2º Reinado, o desenvolvimento das cidades e o crescimento da população urbana impulsionam a
crise do romantismo. Considerado o marco inicial do realismo brasileiro, Memórias Póstumas de
Brás Cubas (1881), de Machado de Assis (1839-1908), faz uma análise crítica da sociedade da
época. Na linha de indagação psicológica está O Ateneu (1888), de Raul Pompéia (1863-1895), que
trata do relacionamento entre alunos e professores num repressivo colégio interno. Sob a influência
do naturalismo, que considera o comportamento humano o resultado da influência da
hereditariedade e do meio ambiente, Aluísio Azevedo (1857-1913) escreve O Cortiço (1890).
Parnasianismo – Ao rejeitar o sentimentalismo romântico e as preocupações sociais, o
parnasianismo propõe uma poesia de preocupação formal. Alberto de Oliveira (1857-1937), autor
de Meridionais, e Raimundo Correa (1859-1911), de Sinfonias, buscam correção métrica,
vocabulário raro e rimas exóticas. A obra de Olavo Bilac (1865-1918), autor de Via Láctea, é a
mais representativa do movimento.
Simbolismo – A publicação de Broquéis e Missal (1893), de Cruz e Sousa (1861-1898), inaugura
o simbolismo, que se caracteriza por uma poesia mística, espiritual, e pela preferência por ritmos
musicais. Destacam-se os poetas Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), autor de Câmara
Ardente, e Augusto dos Anjos (1884-1914), que trabalha a temática da morte e da decomposição da
matéria.
Pré-modernismo – No início do século XX, fase de consolidação da república e de expansão
cultural, alguns escritores passam a expressar uma visão crítica dos problemas socioeconômicos
brasileiros e antecipam uma das tendências mais marcantes do modernismo. Por essa razão, são
considerados pré-modernos. Lima Barreto (1881-1922) faz uma caricatura do nacionalismo e da
pobreza dos subúrbios cariocas. Euclides da Cunha (1866-1909), em Os Sertões , revela a situação
miserável do sertanejo nordestino. Monteiro Lobato (1882-1948), além de ficção (Urupês) e
ensaios, escreve o ciclo do Sítio do Pica-Pau Amarelo , o maior conjunto de literatura infantil já
escrito no Brasil.
Modernismo – No Brasil, o termo identifica o movimento desencadeado pela Semana de Arte
Moderna de 1922. Em 13, 15 e 17 de fevereiro daquele ano, conferências, recitais de música,
coreografias, declamações de poesia e exposição de quadros, realizados no Teatro Municipal de São
Paulo, apresentam ao público as novas tendências da arte e da literatura do país. Os idealizadores da
Semana rejeitam a arte do século XIX e as influências estrangeiras do passado. Defendem a
absorção de algumas tendências estéticas internacionais para que elas se mesclem com a cultura
nacional, originando uma arte vinculada à realidade brasileira. O evento escandaliza público e
críticos.
A partir da Semana de Arte Moderna surgem vários grupos e movimentos, radicalizando ou
opondo-se a seus princípios básicos. O escritor Oswald de Andrade (1890-1954) e a artista plástica
Tarsila do Amaral (1886-1973) lançam em 1924 o Manifesto Pau-Brasil, que enfatiza a necessidade
de criar uma arte baseada nas características do povo brasileiro, com absorção crítica da
modernidade européia. Em 1928, eles levam ao extremo essas idéias com o Manifesto
Antropofágico, que propõe “devorar” influências e valores estrangeiros para impor o caráter
brasileiro à arte e à Literatura. No mesmo ano, como efeito das idéias modernistas, o sociólogo e
escritor Gilberto Freyre (1900-1987) lança o Manifesto Regionalista. Por outro caminho,
politicamente mais conservador, segue o grupo da Anta, liderado pelo escritor Menotti del Picchia
(1892-1988) e pelo poeta Cassiano Ricardo (1895-1974). Num movimento chamado de verde-
amarelismo, fecham-se às vanguardas européias e aderem a idéias políticas que prenunciam o
integralismo , versão brasileira do fascismo.
A divulgação das teorias vanguardistas européias é feita, em 1922, pela Semana de Arte Moderna,
marco inicial do modernismo brasileiro. Esta fase representa uma ruptura com o passado literário
parnasiano e um resgate de tradições tipicamente brasileiras.
Com a chamada Geração de 22, instalam-se, na literatura brasileira, o verso livre, a prosa
experimental e uma exploração criativa do folclore, da tradição oral e da linguagem coloquial. Os
principais autores são Mário de Andrade (1893-1945) , que escreve Paulicéia Desvairada e
Macunaíma , Oswald de Andrade (1890-1954), autor de Memórias Sentimentais de João Miramar,
e Manuel Bandeira (1886-1968), de Ritmo Dissoluto. A esse núcleo juntam-se, a partir de 1930,
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) , autor de Alguma Poesia , Mário Quintana (1906-) , de
A Rua do Catavento , e Jorge de Lima (1895-1953), de Poemas Negros, entre outros.
Posteriormente, com a geração que surge em 30, há uma fase de grande tensão ideológica e de
abordagem da Literatura como instrumento de conhecimento e modificação da realidade. O
regionalismo amplia sua temática. Paisagens e personagens são regionais, mas são usados para
abordar assuntos de interesse universal. Surgem novos nomes, como José Américo de Almeida ,
(1887-1980) autor de A Bagaceira , Érico Verissimo (1905-1975), da trilogia O Tempo e o Vento,
Jorge Amado (1912-), de Capitães da Areia , Rachel de Queiroz (1910-) , autora de O Quinze, José
Lins do Rego (1901-1957), de Menino de Engenho, e Graciliano Ramos (1892-1953), que escreve
São Bernardo e Vidas Secas. Numa linha mais intimista estão poetas como Cecília Meireles (1901-
1964), autora de Vaga Música, Vinícius de Moraes (1913-1980) , de Poemas, Sonetos e Baladas ,
Augusto Frederico Schmidt (1906-1995), de Desaparição da Amada, e Henriqueta Lisboa (1904-
1985), que escreve A Face Lívida.
Em reação à politização da fase anterior, os poetas da geração de 45 recuperam o parnasianismo,
como Lêdo Ivo (1924-), autor de Acontecimento do Soneto. João Cabral de Melo Neto (1920-) , de
Morte e Vida Severina, destaca-se pela inventividade verbal e pelo engajamento político. Na prosa,
os nomes mais importantes são Guimarães Rosa (1908-1967) , autor de Sagarana e Grande Sertão:
Veredas , e Clarice Lispector (1920-1977), de Perto do Coração Selvagem.
de Barros (1916-).
ARTES PLÁSTICAS – O romantismo chega à pintura no início do século XIX. Na Espanha, o
principal expoente é Francisco de Goya (1746-1828). Na França, destaca-se Eugène Delacroix
(1798-1863), com sua obra Dante e Virgílio. Na Inglaterra, o interesse pelos fenômenos da natureza
em reação à urbanização e à Revolução Industrial é visto como um traço romântico de naturalistas
como John Constable (1776-1837). O romantismo na Alemanha produz obras de apelo místico,
como as paisagens de Caspar David Friedrich (1774-1840).
O Momento Histórico
- subjetividade
- religiosidade