Tema 1 - O Que É Gnosis Por - Nowan
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O que é Gnosis
Desde o momento em que nascemos. Somos envolto em mistérios,
duvidas e questionamentos, tanto sobre o universo quanto sobre nós mesmos.
Dê onde viemos ? Para onde vamos ? Porque estamos aqui ?
Basta que nos recordemos de uma criança que busca saber a origem de
sua vida, de onde vem os bebês ? Como pode ele ter saído de sua mãe, como
foi posto lá ? Porém, são perguntas que fazemos mas nem sempre
encontramos uma resposta satisfatória ou ao menos uma orientação para que
cheguemos a ela. Como sabemos, às crianças são dadas diversas versões
sobre a origem de sua vida no ventre de sua mãe.
Mas, será que existe um conhecimento, uma ciência ou uma filosofia
que possa nos conduzir até essas respostas ou aos meios de como obtê-las ?
A resposta para essa pergunta é sim, existe! E é o que vamos estudar a
seguir...
Os antigos, através de estudos da natureza, conseguiram obter grandes
avanços tecnológicos, científicos e que nos levaram a grandes civilizações
materialmente desenvolvidas.
“Chega-se um ponto do conhecimento onde não se pode ir além se não
por meio do invisível.”
Em todas as gerações, o homem procurou por encontrar respostas
satisfatórias para a incógnita de sua própria origem, assim como das coisas e
dos mundos que o rodeiam.
As chaves de que se serviu para dar respostas satisfatória a essas
dúvidas estiveram nas mãos das religiões, as quais, antes de instaurar seus
códigos de Moral e Ética, estatuíram a “Gênese” do cosmos e do Homem.
Analisando-se com relação à Terra em que habita, aos seres que a
povoam, a tudo aquilo que está abaixo de seus pés e acima de sua cabeça, o
homem sente-se diferente e estranho. Experimenta sua solidão... e teme-a;
observa sua pequenez e acovarda-se; sente sua debilidade ante a magnitude e
a força dos elementos; movimenta-se, goza de independência e, no entanto,
reconhece-se como um prisioneiro da terra.
“Ante tal miragem, volta-se para si mesmo e, desse modo, encontra-se”
Seja pelas diferentes condições climáticas ou topográficas, ou pelas
diferentes formas de alimentação; seja por força de vidas sociais distintas, fatos
estes que o influenciam física e mentalmente, o giro do pensamento individual,
olhava por ângulos diversos e expunha suas conclusões de modo diferente
ante os fenômenos siderais, terrestres ou humanos. Esta “Gênese”, porém,
objeto de suas dúvidas e incertezas, ainda que de maneira diversa, expunha
uma mesma conclusão: o homem era uma resultante e não uma causa. Por
analogia dedutiva, compreendeu que o planeta em que habitava era também
uma resultante e não uma causa ou princípio.
A Causa ou Princípio gerador dessas “resultantes” situava-se além do
alcance dos sentidos e de suas faculdades. Essa “Causa” era Deus na síntese
do deduzido ou eram deuses da observação das “Causas”
A observação dos diferentes fenômenos cósmicos, naturais e humanos
deu origem aos diferentes ramos. Desse modo, o céu foi plasmando na
consciência do homem a Astronomia, a Natureza plasmou a agricultura e sobre
o próprio homem ele plasmou a sociologia, a filosofia, etc. a Gênese plasmou a
Teogonia e a Teologia.
O aforisma de Hermes e a Tábua de Esmeralda chegaram, em seu
tempo, a ser o compêndio de todas as ciências, a resposta lógica e
esclarecedora ás incógnitas do homem e a síntese do conhecimento que a
mente humana, geração por geração, havia acumulado.
Os sábios antigos, a fim de conhecer o homem, o Cosmos e suas leis,
velaram-se da introspecção. O homem conheceu-se a si mesmo e, assim, ao
Universo. Os antigos não deixaram instrumentos, mas conhecimentos. A
Caldéia, uma fonte de saber! Egito, eis as tuas pirâmides! Joia perene que
visou perpetuar a conquista do gênio da Antiguidade.
O termo “Gnosis” é uma palavra que tem sua origem no idioma Grego e
que significa “Conhecimento”. Entretanto, este termo não é empregado para
definir o conhecimento de modo geral, superficial e subjetivo mas sim, que
define um certo tipo especifico de “Conhecimento” do qual nos foi deixado por
gerações de sábios e estudiosos dos antigos tempos e que muitas vezes eram
passados apenas entre mestre e discípulo, de lábios a ouvidos, e que,
possuem alguns fragmentos de anotações desses estudiosos espalhados pelo
mundo e que vem sendo descobertos ano após ano.
Gnosis é a ciência que estuda todas as coisas: A Natureza, a Vida, o
Universo e suas leis, com o objetivo concreto de empreender a natureza
humana e descobrir de fato quem nós somos, de onde viemos, para onde
vamos e qual o propósito de nossa existência.
A Filosofia Gnóstica nos apresenta dois tipos de doutrinas existentes, A
Doutrina do Olho e a Doutrina do Coração.
Primeiramente vamos deixar claro o que é Doutrina, e que muitos podem
relacionar essa palavra com conceitos religiosos já existentes.
'Segundo José Pedro Machado, no seu Dicionário Etimológico da Língua
Portuguesa; vem da palavra em latim Doctrina, «ensino, formação teórica; arte,
ciência, doutrina, teoria, método».
Pode se resumir que Doutrina é um conjunto de regras e orientações
que servem de base para o aprendizado dos praticantes, seja por crenças
filosóficas, políticas ou religiosas
A primeira doutrina que nos é apresentada é a Doutrina do Olho, para
aqueles que se contentam com as teorias pertencentes a todos e quaisquer
membros das chamadas escolas ou religiões. São variados os seus conceitos,
preceitos daqueles que escrevem sobre a Doutrina. Essa é atingida através da
Dedução, portanto de caráter humano.
A Segunda Doutrina é a do Coração, como podemos dizer em termos
mais antigos, se era atingido pelos Reais Iniciados Autênticos.
“Iniciado é aquele que inicia, que começa.”
Dentro dessa Doutrina do Coração, se encerra As Primitivas Verdades
da Sabedoria Única, que é atingida por meio da Intuição, junto com a
Comprovação Cientifica, lembrando que Gnosis é a ciência que busca estudar
a natureza e todos os seus devidos aspectos.
Um cientista testa por diversas vezes uma teoria, desenvolve uma tese
até que se comprove na pratica o real resultado de sua experiência.
Podemos colocar por este aspecto a Doutrina do Coração como caráter
Divino, que também deriva do latim, “Divinus” ou seja, que expressa
excelência.
A Doutrina do Olho, nos leva a conceitos errôneos uma vez que
buscamos fazer tudo com a mente, e a mente, se podemos assim dizer, é a
morada do desejo. Ela pensa, raciocina, analisa, tira conclusões e nos conduz
a ações erradas e que muito nos pena no arrependimento de nossas atitudes.
A Doutrina do Coração nos abre as portas da sabedoria, uma vez que
nos permitimos ouvir a voz da razão, a voz de nossa consciência.
Essa voz da razão, essa consciência que nos pesa está ligada a
Doutrina do Coração, que nos leva a um discernimento maior sobre nossas
atitudes, afim de que nos libertemos das amarras que nos prendem nos
dramas do dia a dia, é como dizer que nos conectamos com nosso Mestre
Interior para que possamos aprender a fazer melhores escolhas.
A Doutrina Gnóstica é um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos
que tem por objetivo o despertar da Chispa. Todo homem possui dentro de si
uma Chispa Divina, um Pensamento do Absoluto, que através da prática e
vivência destes ensinamentos poderá despertar, se autoconhecer, e caminhar
rumo à sabedoria e a autorrealização do Ser.
Há de se ter em mente que a Doutrina Gnóstica não é a Gnosis em si e
sim o caminho ou método utilizados para adquiri-la. A verdadeira Gnosis não
pode ser simplesmente ensinada através de textos e discursos, pois é um
conhecimento que está além das palavras. A verdadeira Gnosis não é
ensinada e sim compreendida pelo discípulo que busca o autoconhecimento.
Através da Vicência dos ensinamentos deixados pelos Grandes Mestres da
Humanidade, podemos aprender a buscar o conhecimento por nós mesmos.
A Doutrina Gnóstica é apenas um guia para que possa encontrar a
verdadeira sabedoria.
A finalidade deste conhecimento, ou da Gnosis é a Autorrealização
íntima do Ser, ou seja, o desenvolvimento de todas as possibilidades
latentes no interior ser humano, sendo este o objetivo do mesmo.
Através do Autoconhecimento podemos despertar possibilidades até
então adormecidas e caminhar rumo à Autorrealização do Ser, esta
Autorrealização também pode ser entendida como a conexão do ser humano
com a sua divindade interior. Todo ser humano nasce com o anelo a algo além
de si próprio, de se desenvolver, porém, a maioria das pessoas por falta de
conhecimento utiliza este impulso para buscar coisas externas como dinheiro,
status, realização profissional, etc. não que a busca por estas coisas seja um
erro, mas o fato de querer substituir conquistas internas por conquistas
externas é como tapar o Sol com a peneira, e por isso muitos em seu leito de
morte descobrem de forma trágica que nada fizeram de valor nesta vida, pois
não conquistaram e nem sequer buscaram aquilo que em essência todo ser
humano anela: a auto realização do Ser.
Nos templos de conhecimentos da antiga Grécia estava escrito: “Nosce
te Ipsvm” que significa “Conheça-te a Ti mesmo” é uma das máximas délficas e
foi escrita no pronau do Templo de Apolo, em Delfos de acordo com o escritor
Paisânias.
Sócrates dizia; “Conhece-te a Ti mesmo e conhecerás todo o universo e
os deuses, porque se o que procuras não achares primeiro dentro de ti
mesmo, não acharás em lugar algum”
É possível dizer que nos conhecemos?
Se perguntarem a um de nós “Quem é você?” Rapidamente responderemos
nosso nome, idade, graus acadêmicos, cargos, profissões. Mas sem nada
disso, sem todos os rótulos que carregamos, o que somos ?
Só podemos nos conhecer através de nós mesmos e para isso temos
que voltar a nossa atenção para o que está dentro de nós.
Se pararmos um momento para de fato nos observarmos, veremos que tudo
está dentro de nós, nossos pensamentos os temos dentro, nossas emoções as
temos dentro, nossas vontades, princípios e valores estão dentro, até mesmo o
que enxergamos fora de nós, enxergamos porque através de nossos olhos,
que captam a refração da luz nos objetos, são convertidos em imagens em
nossa mente.
Se não há luz, não enxergamos nada, ou é possível ver os objetos em
uma sala que não entra luz alguma?
Por isso este filosofo já dizia que não encontraremos fora de nós, aquilo
que não vemos dentro.
As antigas civilizações possuíam este Conhecimento Gnóstico, civilizações
como os Egípcios, Maias, Astecas, Incas, os Gregos, Romanos, Persas e
muitas outras, ou vocês realmente acreditam que os Egípcios, construtores de
obras perenes como as esfinges e as pirâmides realmente eram como nos
dizem os livros de história ?
Podemos afirmar então que é um funcionamento natural da própria consciência
humana, uma Philosophia Perennis et Universalis ou, Filosofia Perene e
Universal. Algo que não se pode morrer com o tempo, como naturalmente
acontece com as coisas nesse mundo, que nascem, crescem, se reproduz e
padece.
Para que seja possível a criação deste religare, a Gnosis nos apresenta as
Bases fundamentais para que possamos atingir esse estado de conexão com
nossa parte divina, adormecida em nosso interior. As bases da Doutrina
Gnóstica são: Morrer, Nascer e o Sacrifício pela Humanidade
1. Morte - Talvez esta palavra possa até mesmo assustar algumas pessoas
de início, porém não nos referimos a uma morte física e literal mas sim a
morte de nível psicológico, na qual morrem nossos defeitos, vícios,
manias, ou seja, a morte do Ego, de nossa natureza inferior, o falso que
nos aprisionam nas teias da ilusão de Maya.
2. O verdadeiro Gnóstico busca sempre a sua morte psicologia, busca
eliminar suas debilidades, seus vícios e defeitos, para que assim possa
brotar suas virtudes latentes de sua porção Divina em seu interior.
Muitas culturas utilizaram símbolos referentes à morte para simbolizar
este aspecto da morte mística. O trabalho de auto lapidação na qual
vemos na famosa figura de um homem se esculpindo nada mais é do
que uma alegoria do trabalho de morte psicológica que o aspirante deve
fazer em busca da perfeição.