Estudo Bíblico - A Palavra de Deus - Aluno
Estudo Bíblico - A Palavra de Deus - Aluno
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A Palavra de Deus
A Bíblia, fruto da inspiração do Espírito Santo (II Pe 1.21), continua a operar sob a
influência constante desse mesmo Espírito.
Ela representa um dos instrumentos empregados pelo Espírito Santo para a conversão dos
pecadores, abrangendo a extensão da Igreja, e para alimentar e edificar os santos, conforme
destacado em Lucas 24.45-47 e II Timóteo 3.14-17.
Ao longo da história, Deus escolheu a Bíblia como meio para a revelação de:
1) Seus feitos poderosos (Gênesis 1.1-31).
2) Sua autorrevelação (Êxodo 3.14-15).
3) A comunicação de Sua vontade aos seres humanos (Êxodo 20.1-21).
O Cânon
A palavra Cânon é da língua grega e significa regra – medida – vara de medir. O termo,
quando usado em relação às Escrituras Sagradas, quer dizer: não a regra, não a medida, mas o
que está de acordo com a medida, o que está de acordo com a regra. “E a todos quantos andarem
conforme esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus” (Cânon, Gl 6.16).
No transcorrer do quarto século da era cristã, o termo "cânon" começou a ser atribuído às
Sagradas Escrituras, caracterizando-as como uma norma de conduta reconhecida a ser seguida
pelos cristãos. Nesse período, a igreja cristã, guiada pelo Espírito Santo, reconheceu a natureza
sagrada de cada livro que compõe a Bíblia, sendo direcionada divinamente no processo de
incorporação desses escritos ao cânon. É crucial enfatizar que não foi a igreja que arbitrou quais
livros seriam considerados canônicos; ao contrário, a igreja simplesmente reconheceu a
autoridade intrínseca dos textos que eram inspirados pelo Espírito Santo.
Estudo bíblico ministrado na Segunda Igreja Presbiteriana de Samambaia, DF – 21/01/2024 – Soli Deo Gloria
A autenticidade e inspiração divina de cada livro da Bíblia foram discernidas pela igreja,
que se submeteu às ordens do Espírito Santo nesse processo crucial. A inclusão de um livro no
cânon não foi uma decisão arbitrária da igreja, mas sim uma resposta sensível à orientação divina
que revelou a santidade e relevância desses escritos para a fé cristã. Portanto, a formação do
cânon não foi uma imposição humana, mas sim uma resposta da comunidade cristã à voz divina
que ecoou através das Escrituras, reconhecendo nelas uma guia confiável e inspirada para a vida
e a conduta cristãs.
Por ordem e com o suporte financeiro de Dona Leonor, esposa de D. João II, de Portugal,
foram publicados, em 1505, os atos dos apóstolos, e as Escrituras universais de Tiago, Pedro,
João e Judas, traduzidas do latim por Frei Bernardo de Brinega.
No século 17, João Ferreira de Almeida traduziu para o português quase toda a Bíblia. O
VT até o capítulo 48 de Ezequiel e todo o NT. Entre os anos de 1778 e 1790 apareceu a tradução
de toda a Bíblia, feita por Antônio Pereira de Figueiredo, a partir da Vulgata Latina. As versões
de Almeida e de Figueiredo colocaram a luz das Escrituras à disposição dos brasileiros.
Posteriormente, a tradução de Almeida foi atualizada para o português corrente. As
versões mais conhecidas são Almeida Revista e Corrigida e Almeida Revista e Atualizada. Além
dessas versões, foram editadas: Revisada de Almeida (1967), a Almeida Século 21 (2008) e a
Nova Almeida Atualizada (2017).
Outras traduções da Bíblia: Tradução Brasileira (1917), Nova Tradução na Linguagem de
Hoje (2000), a Nova Versão Internacional (2001) e a Nova Versão Transformadora (2017).
Há três vocábulos que nos ajudam a compreender alguns aspectos relacionados como o
registro e o ensino da Bíblia como Palavra de Deus. São os seguintes:
a. Revelação
É o ato pelo qual Deus se deu a conhecer ao homem. Se Deus não houvesse tomado a
iniciativa de revelar-se ao homem, ele, por si mesmo, jamais chegaria a conhecê-Lo. “Os vossos
pecados fazem separação entre vós e Deus” (Is 59.2). “O salário do pecado é a morte” (Rm
2
6.23). Não seria possível ao ser humano, expulso do Éden em virtude do pecado e, por isso,
espiritualmente morto, conseguir, por si mesmo, conhecer seu Criador. No sentido mais comum,
a palavra revelação significa descobrir, desvendar, tirar o véu. No sentido bíblico, refere-se ao
ato pelo qual Deus manifestou a sua pessoa e o seu plano salvador à criatura.
As formas e manifestações da revelação foram múltiplas e variadas, mas foi em Cristo
que elas alcançaram sua expressão suprema (Hb 1.1 e 2). Deus revelou-se por meio de visões,
sonhos, anjos e outras manifestações especiais, revela-se também por meio da consciência, da
natureza e da história.
b. Inspiração
É o ato pelo qual Deus, mediante o Espírito Santo, influenciou e guiou os escritores
sagrados para que registrassem fielmente os atos e as palavras de seu plano de salvação (II Tm 3.
16 e 17) e (II Pe 1.21).
A Bíblia é inspirada num sentido único e divino, e não no sentido literário e poético.
Convém notar, também, que nem tudo o que foi inspirado é Palavra de Deus mesmo.
Encontramos na Bíblia palavras de anjos, de homens bons e maus e até palavras do diabo. Todo
o registro, porém, foi feito por inspiração de Deus e para o nosso ensino e proveito espiritual
(Rm 15.4).
c. Iluminação
Por meio da iluminação, Deus, pela ação do Espírito Santo, esclarece os leitores da
Bíblia, capacitando-os a compreender a verdade salvadora revelada. Sem a revelação, o pecador
jamais chegaria a conhecer Deus. Sem a iluminação, jamais chegaria a conhecer a verdade
revelada (I Co 2.14) e (I Co 1.18).
Uma das funções é ensinar o crente (Jo 14.26). Esta é a razão por que devemos orar,
quando lemos a Bíblia e quando nos encontramos no templo para prestar culto a Deus e ouvir a
leitura e a exposição de Sua Palavra. O Espírito Santo não só atua sobre a nossa inteligência,
ajudando-nos a compreender, mas também sobre a nossa vontade, ajudando-nos a obedecer aos
ensinamentos de Deus.
2. A Suficiência da Bíblia
“Ouvi, ó céus, e dá ouvido, ó terra, porque fala o Senhor” (Is 1.2). “Jesus, porém,
respondeu: não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt
4.4).
“Respondeu Abraão: eles têm Moisés e os profetas: ouçam-nos” (Lc 16.29). Outros
textos: Lc 10.25-28 e II Tm 3.14-17.
3
Os fariseus foram repreendidos por Jesus por darem maior valor às suas tradições (Mc
7.6-8).
“Nada acrescentareis à Palavra que vos mando; nem diminuireis dela” (Dt 4.2) e (Ap 22.
18 e 19).
Em resumo, podemos dizer que a suficiência da Bíblia está firmada nas seguintes palavras de
João 20.31: “Estes (sinais), porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho
de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”.
3. A leitura da Bíblia
Todos os dias, com certeza! (Mt 4.4). Se buscamos, diariamente, o pão para alimento do
corpo, devemos nos lembrar de que a vida espiritual é mais importante do que a material, por
isso, não devemos passar um dia sem a leitura da Bíblia.
Comece com oração. Peça ao Senhor para abrir os olhos do seu coração, o seu
entendimento espiritual, para que você possa aprender a aprender as verdades espirituais. Davi
orou: “desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei”.
Depois de orar tome a Bíblia, escolha o texto (+/- 10 versículos) e leia várias vezes a
passagem escolhida, se possível, em voz alta.
2. Aplicação: há de ser muito mais prático. É necessário então que você faça as seguintes
perguntas ao texto:
a. Quais são os ensinos deste texto para eu crer e como isto mudará minha vida?
b. Qual o pecado indicado aqui que eu devo evitar?
c. Que ordem há neste texto que devo obedecer?
d. Está aqui uma promessa que Deus o faz? Que diferença ela fará em minha vida?
4
Perguntas
Bibliografia
a) Básica:
▪ Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999.
b) Complementar:
▪ ALMEIDA, A. Curso de doutrina bíblica. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1985 –
3° edição.
▪ BOYER, Orlando. Pequena enciclopédia bíblica. São Paulo: Editora Vida – 7° edição.
▪ Confissão de Fé de Westminster. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1994.
▪ RIBEIRO, Américo J. Iniciação Doutrinária. Volumes I, II e III. Campinas – SP: Luz
Para o Caminho Publicações. 1996.