PALEONTO2022
PALEONTO2022
PALEONTO2022
Porto Alegre
2022
Gabriela Dipicoli Brasil
Porto Alegre
2022
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a professora Michelle Pizzato, por ter me acolhido em um
momento muito difícil, após o falecimento da professora Cibele Schwanke. Sempre tive e
terei carinho e admiração por ti.
Ao Lucas, meus pais, minha irmã e meu cunhado, pelo apoio para a conclusão deste
mestrado acadêmico, e me auxiliarem quando precisei.
A minha amiga e irmã do coração Silvia Vieira München, por estar sempre presente
eme ajudar quando preciso.
A Professora Clarice Monteiro Escott, por estar presente na minha trajetória
acadêmica, mesmo eu não estando dentro do IFRS.
A Luciana Domingues Ramos, amiga que o mestrado me deu, e que levarei
paraminha vida toda.
A Cecilia Decarli, amiga que o mestrado me deu e que também levarei para a
vida toda.
Aos professores que fizeram parte da minha banca, Professoras Márcia Nóbile,
Juliana Nonohay e Maria Cristina e o Professor Roniere Fener. Muito obrigada
pelas palavras na defesa, por suas considerações e por compartilhar seus
ensinamentos.
Ao Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências, por terem me dado
a oportunidade de cursar este mestrado acadêmico.
Aos professores do PPG, que compartilharam seus conhecimentos durante esses
dois anos. Muito obrigadapelos momentos de reflexão crítica e de debate.
Às professoras de ciências e biologia que participaram da minha pesquisa. Meu
muitoobrigada!
Dedico este trabalho às Professoras Drª Cibele
Schwanke (in memoriam) e Drª Michelle Pizzato
RESUMO
A presente pesquisa teve como objetivo analisar como um processo de formação continuada
de professores, oferecida de forma remota com a temática Paleontologia, pode contribuir para
as práticas educativas e reflexivas dos professores de ciências. Para tanto, foram propostos os
seguintes objetivos específicos, os quais estruturaram a dissertação: caracterizar as produções
científicas sobre Formação Continuada de Professores de Ciências no Brasil, nos últimos 10
anos, tendo como referência as Dissertações e Teses do Banco de Teses e Dissertações da
CAPES; identificar e caracterizar as principais orientações conceituais e metodológicas para o
Ensino de Paleontologia para a Educação Básica; verificar as particularidades sobre a
temática Paleontologia em aplicativos digitais; elaborar, aplicar e avaliar uma oficina de
formação continuada de professores de ciências sobre Paleontologia, que vise a reflexão sobre
a prática docente e o uso de práticas educativas diversificadas. Os três primeiros objetivos
foram concretizados em forma de artigos, apresentados integralmente no corpo da dissertação.
Para contemplar o quarto objetivo, foi elaborada e ofertada uma oficina de formação
continuada de professores em Paleontologia para os professores de ciências de forma
participativa, com o total de 10 encontros, ocorrido no ano de 2021. Quanto aos instrumentos
de produção de dados, foram aplicados dois questionários: um inicial, com o objetivo de
conhecer a formação inicial das professoras, bem como a sua área de atuação e o que elas
gostariam de aprender durante a oficina, e um final, com o objetivo de verificar como a
oficina contribuiu para a formação continuada de cada uma e as contribuições com relação a
oficina. Além desses, também foram considerados como dados os planos de aula elaborados
pelas participantes e apresentados em um dos encontros. Concluiu-se, após a pesquisa, que a
formação continuada de professores de ciências, na forma crítica e reflexiva contribui
ativamente para a carreira profissional do professor e que ainda é de grande valia para que os
professores possam buscar conhecimento e aprofundamento na sua área de atuação.
1. Introdução....................................................................................................... 13
2. Objetivos.......................................................................................................... 16
2.1.Objetivo geral.............................................................................................. 17
2.2.Objetivos específicos.................................................................................... 17
3. Fundamentação teórica....................................................................................... 17
3.1. Artigo 1 “O Estado da Arte na formação continuada de professores de
ciências no Banco de Teses e Dissertações da CAPES................................ 17
3.2. Artigo 2 “Orientações conceituais e metodológicas para o Ensino de
Paleontologia na Educação Básica............................................................... 26
3.3. Tecnologias digitais para o Ensino de Paleontologia: análise de dispositivos
móveis........................................................................................ 39
4. Percurso Metodológico........................................................................................ 63
4.1. Caracterização da pesquisa ................................................................................. 64
4.2.Participantes e contexto da pesquisa: oficina de extensão “O ensino de
Paleontologia e a formação continuada de professores de ciências”............. 64
5. Análise dos resultados....................................................................................... 66
6. Considerações finais.......................................................................................... 79
7. Referências........................................................................................................ 82
APÊNDICE I.......................................................................................................... 83
APÊNDICE II........................................................................................................ 85
APRESENTAÇÃO
__________________
1
Entende-se como abordagens de formação continuada: treinamento, capacitação, aperfeiçoamento
e reflexão sobre a prática (ANDALÓ, 1995; NÓVOA; 1992; IMBERNÓN, 2010).
14
Quadro 1: tipos de abordagens de formação continuada
15
o porquê ele está ali, buscando a formação? Essa era a ideia da época (entre as décadas de 60
e 70), uma formação continuada mecânica, tecnicista e tradicional, e consequentemente,
afetando o ensino básico. Já da noção de capacitação infere-se um conceito de incapacidade.
Outro aspecto para refletir: o professor é incapaz de dar aula, e por isso, procura uma
capacitação na formação continuada?
Pensando nisso, em todas abordagens, vem a reflexão sobre a prática. O que significa
refletir sobre a prática na formação continuada? Segundo Nóvoa (1992, p. 4), a formação
continuada passa a ser entendida como reflexiva a partir dos anos 90. Conforme o autor
destaca, “A Formação pode estimular o desenvolvimento profissional dos professores, no
quadro de uma autonomia contextualizada da profissão docente".
Nesse sentido, a formação continuada é uma forma do professor buscar
conhecimento, refletir sobre a sua prática, e ainda, poder compartilhar ideias com os demais
colegas de profissão. Com isso, é preciso que a formação seja um processo de diversificação
de modelos e práticas, e instituir novas relações dos professores com os saberes pedagógicos e
científicos (NÓVOA, 1992).
Dessa forma, vem-se o interesse em pesquisar a formação continuada de professores
desde quando fui bolsista do Programa de Educação Tutorial - Conexões Gestão Ambiental,
em que foram organizados dois cursos de extensão de Coleções Didáticas Paleontológicas
junto a Professora Cibele Schwanke (in memoriam). Como público alvo da ação de extensão,
foram os professores da Educação Básica e alunos da Licenciatura em Ciências da Natureza
do Instituto Federal do Rio Grande do Sul - Campus Porto Alegre e demais cursos de
licenciatura em geral.
Já a Paleontologia foi escolhida como temática, pois é uma ciência pouco abordada na
Educação Básica, conforme leituras nos documentos orientadores da educação, como os
PCNs e a BNCC. Além disso, ressalta-se que ela é importante para o entendimento do início
da vida na Terra, bem como a evolução biológica (CASSAB, 2010; SCHWANKE; SILVA,
2010).
A partir do que foi exposto até aqui, tem-se como problema de pesquisa: como a
formação continuada em serviço, oferecida de forma remota e com a temática Paleontologia,
pode contribuir para as práticas educativas e reflexivas dos professores de ciências?
Para isso, foram realizadas as pesquisas sobre o tema para a produção de artigos para
publicação, com as seguintes abordagens: revisões bibliográficas sobre a formação continuada
de professores no Banco de Teses e Dissertações da CAPES e sobre o ensino de Paleontologia
no Google Acadêmico; pesquisa documental sobre os aplicativos de Paleontologia, presentes
16
na Play Store; e por fim, a oficina de extensão sobre a formação continuada de professores de
ciências sobre Paleontologia.
2. OBJETIVOS
17
3.1 O estado da arte na formação continuada de professores de ciências no banco de
teses e dissertações da CAPES.
O trabalho a seguir será apresentado no template, o qual está publicado nos anais do
evento XIII ENPEC em Redes.
Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo investigar a produção acadêmica sobre a formação
continuada de professores no ensino de ciências no Brasil, especialmente no que se refere às
abordagens dadas às formações e aos temas estudados nas mesmas. Caracteriza-se como
pesquisa qualitativa e de análise bibliográfica, através de 269 publicações contidas no Banco
de Teses de Dissertações da CAPES (BDTD), no período de 2011 a 2019. A análise dos
resultados demonstrou a predominância de formações com abordagem de reflexão sobre a
prática e com temáticas voltadas à tecnologia, experimentação e interdisciplinaridade, embora
ainda haja uma oferta considerável de formações com abordagens mais tecnicistas. Além
disso, alguns trabalhos especificaram apenas os conteúdos específicos do ensino de ciências.
Palavras chave: formação continuada de professores, Ensino de Ciências, Educação
Básica, análise bibliográfica.
Abstract
This research aims to investigate the academic production on the continuing education of
teachers in science teaching in Brazil, especially with regard to the approaches given to the
formations and themes studied in them. It is characterized as qualitative research and
bibliographic analysis, through 269 publications contained in the Capes Dissertation Theses
Bank (BDTD), in the period from 2011 to 2019. The analysis of the results demonstrated the
predominance of formations with a reflection approach on practice and with themes focused
on technology, experimentation and interdisciplinarity, although there is still a considerable
supply of training with more technical approaches. In addition, some papers have specified
only the specific contents of science teaching.
18
Key words: continuing teacher training, Science Education, teacher training,
bibliographic analysis
Introdução
Por muitos anos, a formação inicial de professores foi considerada mínima mas suficiente para
que um docente constituísse seu conhecimento para atuação profissional. Todavia, a formação dos
professores é um processo amplo a ser construído, e não uma linha reta em que os
conhecimentos são adquiridos na graduação e após aplicados na educação básica. Tudo
demanda tempo, ligado à prática docente e às experiências a serem vivenciadas
(IMBERNÓN, 2011).
Através do processo de viver e conhecer a escola como um todo, surgem dificuldades e
desafios no trabalho do professor. Nesse sentido, a formação continuada com um viés reflexivo
e ao mesmo tempo prático pode contribuir para a superação de tais dificuldades e desafios, pois o
professor poderá aplicar o que aprendeu e conheceu durante a formação (IMBERNÓN,
2011).
Contudo, esse viés reflexivo sobre o processo da formação continuada não foi sempre
adotado. No Brasil, a formação continuada foi e ainda é apresentada de inúmeras formas: desde
cursos envolvendo um breve aperfeiçoamento e treinamento, até a participação ativa do professor no
processo de formação e a reflexão sobre a prática docente na área de atuação específica. (NÓVOA,
1992; ANDALÓ, 1995).
Além disso, as propostas de formação continuada normalmente são planejadas com o intuito de
abranger diversas áreas do conhecimento, sejam através de cursos, seminários, eventos e pós-
graduação. Isso possibilita atingir uma gama maior de professores e tratar de temas comuns a
qualquer docente. No entanto, também é importante que haja formações que considerem as
especificidades de cada área de conhecimento. Neste trabalho, portanto, ir-se-á abordar a
formação continuada de professores para o Ensino de Ciências, no sentido de verificar quais
abordagens são propostas para as formações nesta área, bem como quais temas são abordados nestas
formações.
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é investigar o estado da arte das publicações no
Banco de Teses e Dissertações (BDTD) da CAPES acerca da formação continuada de
professores de ciências. Esta base foi escolhida por ser o principal banco de dissertações e
teses escritas pelos colegas que investigam sobre a formação continuada no ensino de ciências
na pós-graduação brasileira.
19
Sendo assim, o que é a formação continuada de professores? A formação continuada é uma
forma do profissional da educação adquirir informações, tendo um início, mas não um fim, de
acordo com Di Giorgi (2010, p.15).
[...] processo constante do aprender a profissão do professor, não como
resultado de uma aquisição cumulativa de informação, mas como um
trabalho de seleção, organização e interpretação da informação. Ser
professor significa estar sempre se construindo, em um momento que tem
início, mas não tem fim. A formação contínua deve ser pensada como
inerente ao espaço e tempo da formação profissional. (DI GIORGI, 2010,
p.15)
Neste processo constante de aprendizado durante a caminhada profissional, o professor
adquire diversos conhecimentos e os busca também na sua própria atuação, assim como
destacado por Falsarella (2004), que coloca a formação continuada como uma reflexão e ação
que permite o aprofundamento dos conhecimentos, promovendo o desenvolvimento da prática
docente.
Pensando na importância da formação ativa do professor, o debate torna-se amplo na visão de
diferentes autores, começando na década de 50, se estendendo até os dias atuais. Isso tudo
promoveu amplas discussões e mudanças quanto às abordagens da formação continuada
adotadas.
O INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) era a principal
instituição para a oferta de formação continuada aos professores nos anos de 1950 e 1960. Na
década de 50, este instituto iniciou um projeto para organizar centros nacionais de
aperfeiçoamento. Já na década de 60, propôs a formação continuada no Instituto de Educação
do Rio de Janeiro, com o objetivo de verificar a opinião dos participantes sobre este modelo de
aperfeiçoamento. Os docentes declararam que não foram levadas em conta as necessidades
em sala de aula (ANDALÓ, 1995).
Em meio a ditadura militar, a década de 70, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira
(LDB) em vigor na época (LDB 5792.71) contempla, em seu Artigo 38, que os profissionais
da educação, bem como os servidores, têm direito a formação continuada através de
aperfeiçoamento e a atualizações (BRASIL, 1971).
É importante ressaltar que, nas últimas décadas mencionadas anteriormente, a formação
continuada era abordada como um treinamento e uma atualização, sendo normalmente ministrada
por um especialista em determinada área que, na maioria das vezes, não era a do professor. As
formações já vinham com roteiro estabelecido, com os resultados esperados, não levando em
conta as necessidades dos professores e a aprendizagem significativa (IMBERNÓN, 2010).
Essa abordagem de formação continuada começa a se modificar nos anos de 1980, motivada
especialmente pelas reivindicações dos professores por uma mudança de perspetiva no
sentido de garantir um aprendizado permanente. Nesse período, as universidades iniciam a
oferta de formações e os professores começam a participar efetivamente em grupos.
A partir da década de 90, o processo de globalização ligado aos avanços tecnológicos e
científicos muda os caminhos da formação de professores. Seria necessária uma formação
diferenciada, na qual houvesse mais investimentos para lidar com esse “novo” que estava
chegando aos poucos. Com isso, o pensamento sobre a formação continuada muda, tendendo
para um viés reflexivo-crítico, e se refletindo em abordagens com este viés (NÓVOA, 1992;
LIBÂNEO, 1998). A figura 1 mostra a trajetória da formação continuada ao longo de 70 anos
no Brasil.
20
Figura 1: Linha do tempo das abordagens adotadas na formação continuada dos anos de 1950 até hoje.
Abordagem metodológica
Com o objetivo de investigar o estado da arte das publicações no BDTD sobre a formação
continuada de professores de ciências, a metodologia desta pesquisa consiste em uma
21
abordagem predominantemente qualitativa. Quanto ao objetivo, caracterizou-se como
exploratória, pois a pesquisa levantou informações das publicações, a fim de verificar os
temas gerais das formações. O procedimento é considerado bibliográfico, porque se procura
conhecer o que foi publicado sobre a formação continuada de professores entre os anos de
2011 a 2019.
Para a busca, foram escolhidos os seguintes termos: "formação continuada" AND
"professores"; "formação continuada" AND "ciências" e "formação continuada" AND
"biologia". Para analisar o que foi abordado sobre a formação continuada, foi realizada a
leitura, nos trabalhos encontrados, dos resumos e das metodologias empregadas nas
formações, buscando identificar: a abordagem adotada na formação e os conteúdos
abordados. Quanto às disciplinas, foram consideradas Ciências, Biologia, Física e Química,
por fazerem parte do quadro de Ciências da Natureza.
Aperfeiçoamento 23
Capacitação 17
Treinamento 5
22
experiência, na qual se vai construindo um novo método de perspectivas e de aprendizados
decorrentes da formação.
Já o aperfeiçoamento como abordagem, consolidado na década de 1950, ainda é adotado na
formação continuada. Essa abordagem é vinculada a uma concepção de que o professor se
"completará" com a formação continuada. Nesse caso, entende-se a formação como um
momento de colocar "em dia" os conhecimentos adquiridos ao longo da vida do professor
(MARIN, 1995 apud ALTENFELDER, 2005).
A capacitação vem com uma ideia de que o professor será “habilitado” a algum assunto ou
alguma coisa. É interessante ressaltar que diversos trabalhos tratam a formação continuada
como uma simples capacitação, o que leva a entender que o professor necessite se “tornar
capaz” para determinado conteúdo ou disciplina do ensino de ciências (MARIN, 1995 apud
ALTENFELDER, 2005).
Na década de 1970, um novo termo foi consolidado, através da ideia de que a formação
continuada é importante através de um “treinamento” dos professores, para que pudessem se
atualizar. De acordo com Marin (1995, apud ALTENFELDER, 2005), o treinamento na
formação continuada pode ser um processo mecânico. Entende-se que a formação seguirá um
modelo tradicional, em que os conteúdos estão prontos, e o professor só ouve o que o
formador está falando. Não há a mesma interação na reflexão sobre a prática. Imbernón
(2010) destaca que a abordagem de treinamento está ligada a uma formação “decidida por
outros”, e não ocorre o contato inicial com o participante da formação.
Chama a atenção, entretanto, que a soma de trabalhos publicados com abordagens menos
reflexivas (treinamento, capacitação, aperfeiçoamento) quase iguala-se às formações com
abordagem de reflexão sobre a prática. Esse dado indica que, mesmo com a predominância de
formações mais reflexivas sobre a prática docente, abordagens com caráter tecnicista ainda
possuem muita procura por parte dos professores.
Outro dado interessante diz respeito ao grande número de trabalhos nos quais não foi possível
identificar a abordagem somente com a leitura dos resumos e das metodologias empregadas
nas formações. Isso não significa que tais trabalhos não se enquadrem a nenhuma das
abordagens, mas sim que tais abordagens não foram suficientemente explícitas nos campos
foco de leitura. Possivelmente, as concepções de formação continuada contidas nesses
trabalhos foram exploradas em campos como referencial teórico ou até explicitadas (mesmo
que de forma não-intencional pelos autores) durante a discussão dos resultados da aplicação
das formações.
Tecnologias 110
23
Experimentação 36
Interdisciplinaridade 31
Aprendizagem Significativa 13
Considerações finais
Esta pesquisa oportunizou investigar o estado da arte da formação continuada de professores
de ciências. O que se observou nessas análises é que diversos trabalhos sobre formação
continuada para professores de ciências trazem ainda abordagens de caráter mais tecnicista. É
importante ressaltar que a explicitação do tipo de abordagem, seja inclusive através do
emprego dos termos "capacitação", "aperfeiçoamento" ou outro, torna-se relevante para
esclarecer ao professor a concepção adotada e orientadora da formação, e o que se espera em
termos de sua conduta enquanto participante. A formação precisa ser interessante ao
professor, não apenas com relação à temática mas também à abordagem.
Percebe-se a atualidade dos temas, que permitem abordar problemas concretos do ensino de
ciências e ainda promover a reflexão crítica. O estudo desses temas qualifica a formação do
professor e colabora para a melhoria do ensino de ciências na educação básica.
Agradecimentos e apoios
24
À CAPES, pela bolsa de mestrado concedida.
Referências
25
VELOSO, Caio. A formação continuada do professor de ciências naturais em interface com a
prática docente. 2015. 140 f. (Dissertação de Mestrado) - Programa de Pós- Graduação em
Educação - Universidade Federal do Piauí, Teresina.
Resumo
Na educação formal, a ciência paleontológica deveria ter um papel principal no ensino básico,
pois é uma forma de conhecer a vida no passado e a evolução biológica dos organismos.
Infelizmente, a falta de materiais didáticos e até mesmo, uma formação continuada do
professor, faz com que esta ciência esteja distante da sala de aula. Nesse sentido, o objetivo
deste artigo foi investigar e analisar os conceitos e as metodologias indicados em artigos sobre
Ensino de Paleontologia. Para isso, utilizou-se como base de busca o Google Acadêmico, com
o termo “paleontology teaching”. Ao todo, 12 artigos foram encontrados, com diversos
conteúdos que são relacionados à Paleontologia. A partir da análise, chegou-se a conclusão
que esta temática poderia ser mais explorada dentro do ensino de ciências, visto que é uma
ciência que contribui para o conhecimento de diversas outras áreas.
Palavras-chave: Educação básica, Formação de professores, estratégias didáticas
Abstract
In formal education, paleontological science should play a major role in basic education, as it
is a way of knowing life in the past and the biological evolution of organisms. Unfortunately,
the lack of teaching materials and even a continuous training of the teacher, makes this
science far from the classroom. In this sense, the aim of this article was to investigate and
analyze the concepts and methodologies indicated in articles on Paleontology Teaching. For
this, google scholar was used as a search base, with the term "paleontology teaching". In all,
12 articles were found, with several contents that are related to Paleontology.
Keywords: Basic education, Teacher training, didactic strategies
Introdução
A Paleontologia (paleo = antigo; onto = ser; logos = estudo) é o estudo dos fósseis (do
latim - fossilia - extraído da terra). Esta ciência permite conhecer o que ocorreu no passado,
sobre o entendimento dos processos evolutivos e do início de vida na Terra, na qual, se torna
uma ciência aliada para a explicação destes eventos que ocorreram ao longo do tempo
26
geológico (CASSAB, 2010; SCHWANKE; SILVA, 2010; ZUCON et al.; SILVA;
ALMEIDA; PORTO, 2018).
A Paleontologia é uma ciência que permeia várias áreas do conhecimento, como a
biologia, a geologia, a química, que podem favorecer a inserção desta ciência na educação
básica. Nesse caso, a Paleontologia pode contribuir para a compreensão dos processos
evolutivos e naturais, bem como a formação de cidadãos críticos (SCHWANKE; SILVA,
2010).
Dessa forma, considera-se que a Paleontologia deveria ser um conteúdo fundamental a
ser estudado na educação básica, porque trata-se de um conhecimento crucial para o
entendimento de vida na Terra, os processos da evolução dos organismos e do conceito de
tempo geológico (BONITO et al, 1999; IZAGUIRRY et al., 2013). Infelizmente, esta não é
uma realidade no âmbito escolar, pois a Paleontologia ainda permeia somente os meios
acadêmicos e os museus, o que muitas vezes afasta o conhecimento paleontológico e
geológico, consequentemente, científico dos estudantes (SCHWANKE; SILVA, 2010).
Muitas vezes, há empecilhos para ensinar paleontologia na sala de aula, como a falta
de materiais didáticos (na maioria das escolas, há apenas o livro didático como recurso, e que
muitas vezes, não contemplam a Paleontologia de forma concreta), a ausência de formação
continuada com essa temática para professores, e até mesmo, o desconhecimento dos docentes
sobre formas de inserir esta ciência em sala de aula.
Cabe ressaltar que os documentos norteadores da educação básica não contemplam de
forma efetiva a Paleontologia, como é o caso da Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
que faz apenas uma menção sobre a temática, na Unidade temática Terra e Universo. Já os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) concebem uma abordagem mais profunda,
relacionando a Paleontologia com os eixos Terra e Universo e Vida e Ambiente (BRASIL,
1998, 2017).
Sendo assim, o presente artigo tem como objetivo levantar os conceitos de
paleontologia e métodos de ensino associados a tais conceitos, através da busca de artigos
sobre o ensino de Paleontologia.
Desde o início da vida na Terra, há 3,6 bilhões de anos atrás, diversos organismos
habitaram o Planeta, evoluíram, alguns foram extintos, e outros acabaram deixando
ancestrais. Tudo isso ocorreu ao longo da escala do tempo geológico (BONITO et al., 1999;
CASSAB, 2010). Eventos como extinção, surgimentos de novos organismos, mudanças
climáticas e morfológicas no Planeta, podem ser explicados através da coluna do Tempo
27
Geológico que acaba contribuindo na área paleontológica para o entendimento de vida na
Terra e evolução biológica.
Postulado por Brainville em 1825, a Paleontologia (paleo = antigo; onto = ser; logos =
estudo), é a ciência que estuda os fósseis (fossilis - organismos antigos que viveram no
passado). O estudo dos fósseis apresenta uma diversidade de informações sobre os
organismos que viveram ao longo do tempo geológico no Planeta, como o local, o modo de
vida e a alimentação.
Nesse sentido, a Paleontologia é considerada uma ciência interdisciplinar, pelo fato de
ser integrante de diversas áreas do conhecimento, como a biologia, a geologia, a química, a
física e a matemática (CASSAB, 2010). Com isso, abre-se um leque de possibilidades de
abordagem desta ciência nestas disciplinas em sala de aula, bem como nos conteúdos de
evolução biológica, tipos de rochas e a datação de sedimentos.
Zucon et al. (2010) destacam que o ensino de ciências da natureza muitas vezes se
torna um desafio para o professor para instigar e despertar o interesse dos alunos sobre o saber
28
científico. Corroborando com Schwanke e Silva (2010), ambas colocam que a formação
continuada do professor é muito importante, pelo fato de poder integrar as ciências da
natureza com o saber científico.
Além disso, com os documentos orientadores da educação básica nas escolas, muitos
professores acabam por segui-los, e isso implica na forma de muitos conteúdos não serem
abordados de forma concreta e instigante, como é o caso da Paleontologia. Um exemplo
interessante de se trazer nesse contexto, é a própria Base Nacional Comum Curricular
(BNCC), documento recente, e referência atual para o planejamento e orientações na
Educação Básica. O documento traz apenas a menção de “fósseis” na Unidade de
Conhecimento Terra e Universo, o que leva o professor a não abordar a Paleontologia por si
só, e ficar apenas nos objeto de estudo (BRASIL, 2017).
PCN+ Conhecimentos de
Biologia O fóssil, desde a sua formação, existência no Planeta e as
formas de vida extintas.
29
BNCC Terra e Universo
Indica a paleontologia através dos fósseis, relacionando a
formação de um fóssil nas rochas sedimentares, de acordo com
o período geológico
Aspectos metodológicos
A pesquisa caracteriza-se como qualitativa, porque permitiu investigar como os
artigos científicos abordam o Ensino de Paleontologia, especialmente no que se refere aos
aspectos conceituais e metodológicos. Além disso, se configura de natureza básica e objetivo
exploratória (SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009). Quanto ao procedimento, se configura como
bibliográfica, porque a pesquisa foi realizada através dos artigos presentes no Google
Acadêmico (MARKONI; LAKATOS, 2003).
Para a busca no Google Acadêmico, utilizamos apenas o termo “paleontology
teaching”. Para a análise, foram lidos os textos por completo, e escolhidos apenas os que
abordavam a Paleontologia na Educação Básica e no Ensino de Ciências. Vale destacar que
na área da Paleontologia, tem-se artigos mais técnicos e em outras áreas do conhecimento,
como a Geografia, os quais não foram considerados. Quanto ao idioma, foram selecionados
artigos em português, inglês e espanhol.
Resultados e discussões
Durante a busca no Google Acadêmico, encontrou-se um total de 65 artigos e
analisados 12, pelo fato de diversos artigos não estarem disponíveis para versão em
download, com a visualização gratuita ou por trazerem abordagem técnica. Além disso, outros
apresentavam apenas o título e as palavras-chave como disponíveis para visualização, o que
30
implicou na exclusão para análise.
Nos 12 artigos analisados, foi possível verificar os conteúdos, o público-alvo e as
metodologias empregadas pelos pesquisadores. Por serem poucos trabalhos, optou-se por não
estabelecer um período de busca; assim, foram considerados todos os anos de publicações, o
que foi possível perceber a evolução dos trabalhos e métodos aplicados até então.
Os resultados estão apresentados nos quadros 2 e 3. O quadro 2 traz, de forma
simplificada, os autores e ano, o idioma, o país de publicação e o público alvo dos métodos
aplicados. Faz-se uma ressalva de que os artigos que apresentam público-alvo como “Alunos
da educação básica”, contemplam os anos finais do ensino fundamental e ensino médio.
31
OLIVEIRA et al. (2019) Português Brasil Alunos do ensino fundamental
Chama a atenção que a busca apenas forneceu artigos do século XXI, o que nos leva a
pensar que o Ensino de Paleontologia é algo bastante recente e ainda pouco explorado por
pesquisadores da área de Ensino. Além disso, percebe-se a predominância de publicações em
língua portuguesa.
32
(2014) diversidade biológica
33
disso, a Paleontologia pode ser uma aliada a outros conteúdos, como evolução biológica,
ensino de plantas (botânica) e diversidade biológica.
No tocante aos conteúdos relacionados à Paleontologia, destaca-se a evolução. Em
uma linguagem científica, a Evolução, segundo Futuyma (2002, p.9), consiste em:
Nesse sentido, ao olhar para a citação acima sobre o conceito de evolução, salienta-se
que a palavra-chave do conceito são as modificações dos organismos. Nesse sentido, os
artigos analisados que contemplaram a Paleontologia associados à Evolução foram nesta
perspectiva de mudança e de compreender que a ciência paleontológica pode ser uma forma
de auxiliar na explicação da evolução.
Fazendo o comparativo novamente, com um olhar no conteúdo de evolução, a BNCC
não traz em nenhum momento a evolução relacionada à evolução biológica, apenas menciona
os fósseis. Já o PCN traz esta perspectiva de abordagem conjunta, o qual aborda a
Paleontologia nos dois eixos temáticos: terra e universo e vida e ambiente, o último, que
enfatiza a evolução e o início de vida na Terra.
Outro momento bem interessante durante as análises dos artigos foi a aparição da
Paleontologia como Patrimônio Cultural. De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF-
1988), os fósseis são considerados bens da União, mas também dos Estados, Municípios e do
Distrito Federal (DF).
O artigo 216 da CF destaca sobre o patrimônio cultural:
34
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de
fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para
o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses
recursos no pagamento de:
I – despesas com pessoal e encargos sociais;
II – serviço da dívida;
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos
ou ações apoiados (BRASIL, 1988).
35
Já os jogos, é uma forma lúdica de aprender conteúdos no ensino de ciências, e
principalmente, no ensino de Paleontologia. Dessa forma, a ludicidade é uma possibilidade de
contribuição na aprendizagem, permitindo que os alunos se sintam motivados de forma
prazerosa e significativa (BRASIL, MÜNCHEN, SCHWANKE, 2018). Assim como trazem
Sobral, Siqueira e Machado (2007), quando se referem aos jogos no ensino de Paleontologia,
que proporciona o interesse do aluno, por ser uma ciência abstrata.
Quanto aos filmes e documentários podem ser considerados recursos didáticos como
apoio nas aulas conceituais. Destaca-se que muitos levam a sério os filmes sobre
paleontologia, por exemplo. Muitos, vão além da ideia do senso comum, e acabam levando a
informação como correta. Segundo Nizer (2019), coloca que a Paleontologia em filmes não
deve ser seguida como uma ideia correta:
Essa paleontologia se baseia em conceitos científicos, mas não deve ser seguida à
risca, pois em um filme muito famoso sobre o tema, há erros conceituais, como por
exemplo, dar o nome de Velocirraptor à um animal maior do que realmente seus
fósseis mostram. (NIZER, 2019, p.43).
Corroborando com a fala de Nizer (2009), é importante que haja uma discussão sobre
os filmes de dinossauros ou outros que mencionam a Paleontologia e áreas afins, pelo fato de
não terem ideias equivocadas ou do senso comum, o que pode levar o filme ser uma fonte
confiável de informação científica. Já o documentário é uma produção audiovisual que leva
em conta os fatos científicos e que podem se tornar fontes confiáveis de informação. Diaz e
Waldegg (2004), destacam que os documentários são uma ferramenta importante para a
educação e conhecimento. Dessa forma, vê-se que ambos são importantes, mas desde que, as
informações científicas sejam interpretadas de forma correta, tanto nos filmes, quanto nos
documentários.
Quanto às exposições, é possível obter-se um espaço de troca de ideias e de
apresentação de conceitos científicos, a partir de materiais informativos em determinada área.
De acordo com Wiggers e Santos (s/a), as exposições é uma forma de expor projetos na área
científica, e permite a troca de ideias e experiências entre alunos, professores e comunidade
em geral.
O termo Paleoarte em si ainda é informal e constituído pela junção da Paleontologia e
Artes. Dessa forma, a paleoarte não se configura em “qualquer desenho de fósseis”, ela visa
reconstruir o organismo extinto, através de desenhos, pinturas ou esculturas, o que torna-a
uma forma de divulgação científica (MARTINE; RICARDI-BRANCO; BELOTO, 2016).
Com relação aos modelos tridimensionais, faz-se referência a importância de levá-los em sala
de aula, para que os alunos possam tocá-los, compreender e aprender mais sobre a
36
paleontologia. Segundo Travassos, Arêda e Paulo (2021), os modelos podem auxiliar na
compreensão de conteúdos, tornando-os menos abstratos.
Deste modo, acredita-se que existe possibilidade de maior aproveitamento cognitivo
com o uso didático de modelos tridimensionais de feições, fenômenos geológicos,
geomorfológicos e paleontológicos, tornando possível levar à sala de aula elementos
da paisagem natural (TRAVASSOS; ARÊDA; PAULO, 2021, p.65).
Por fim, chama a atenção a indicação de uso de CD Rom, objeto que não é tão
utilizado nos dias atuais, mas que em 2006, era fundamental para disseminar o conhecimento
e conceitos sobre Paleontologia.
Considerações finais
37
para professores de ciências, como modo de incentivar a inserção do conhecimento
paleontológico de forma mais eficaz e enriquecedora nas escolas.
Referências
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debate: compreensões e experiências de professores de ciências do município de Castelo,
Espírito Santo. Educere et Educare - Revista da Educação, Cascavel, v. 13, n. 25, p.1-15.
38
jul./dez. 2017. Disponível em: http://e-
revista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/view/14568/12381. Acesso em: 15 nov.
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SILVEIRA, Denise Tolfo; CÓRDOVA, Fernanda Peixoto. A pesquisa científica. In: Métodos
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SOBRAL, Anderson da Conceição Santos; SIQUEIRA, Maria Helena Zucon Ramos de;
MACHADO, Sonia Rosalia Golob Machado. Jogos Educativos para o ensino de
Paleontologia na Educação Básica. In: Paleontologia: cenários de Vida, Ed. Interciência, Rio
de Janeiro, 2007.
TRAVASSOS, Luiz Eduardo Panisset; ARÊDA, Lucas Dinizde; PAULO, Pedro Oliveira.
Uso de modelos tridimensionais no ensino da Geografia Física e Paleontologia. Boletim
Alfenense de Geografia. Alfenas. v.1, n.2, p. 63-75, 2021.
39
RESUMO: A disseminação da cultura digital propiciou a ampliação do universo
tecnológico, a extensão de novas metodologias educacionais e a inovação do
conhecimento. As Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) favorecem
ambientes de ensino e de aprendizagem que, somadas às Metodologias Ativas (MA),
oportunizam novas propostas didáticas que colocam o estudante como protagonista na
construção de seu conhecimento. Hoje, as tecnologias estão presentes no ambiente escolar
e no cotidiano dos alunos de diversas formas, sendo comum o uso do smartphone. Nesse
contexto, o presente artigo tem por objetivo identificar aplicativos de dispositivos móveis
(Apps) que abordem a temática paleontológica e analisar suas potencialidades
educacionais. Como metodologia, adotou-se a pesquisa qualitativa, de natureza básica e
viés exploratório, utilizando como base a pesquisa documental de Apps gratuitos e em
idioma português, disponíveis na loja Play Store do sistema Android. Como resultados,
foram encontrados quatro aplicativos a partir dos termos de busca utilizados: fóssil,
paleontologia e tempo geológico, demonstrando uma expressiva carência de aplicativos
nesta área. No entanto, considera-se que os aplicativos podem colaborar para aproximar a
contextualização da temática paleontológica no ensino de Ciências e na sala de aula.
Palavras-chave: Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação. Metodologias
Ativas. Paleontologia. Aplicativos.
ABSTRACT: The dissemination of digital culture has led to the expansion of the
technological universe, the extension of new educational methodologies and the
innovation of knowledge. Digital Information and Communication Technologies (DicT)
favor teaching and learning environments that, in addition to Active Methodologies
(AM), provide new didactic proposals that place the students as the protagonists in the
construction of their knowledge. Today, technologies are included in the school
environment and in the daily lives of students in different ways, it is common knowledge
the use of smartphones. In this context, this article aims to identify mobile device
applications (Apps) that address the paleontological theme and analyze its educational
potentialities. As a methodology, qualitative research was chosen, of basic nature and
exploratory bias, using as a basis the documentary research of free and Portuguese
language apps, available in the Play Store of Android system. As a result, four
applications were found based on the search terms used: fossil, paleontology and
geological time, demonstrating a significant lack of applications in this area. However, it
is considered that applications can collaborate to approximate the contextualization of
paleontological themes in science teaching and in the classroom.
Keywords: Digital Information and Communication Technologies. Active
Methodologies. Paleontology. Applications.
40
didácticas que sitúan al alumno como protagonista en la construcción de sus
conocimientos. Hoy en día, las tecnologías están presentes en el entorno escolar y en la
vida diaria de los estudiantes de varias maneras, y el uso del teléfono inteligente es
común. En este contexto, este artículo tiene como objetivo identificar aplicaciones de
dispositivos móviles (Apps) que abordan el tema paleontológico y analizan sus
potencialidades educativas. Como metodología, adoptamos la investigación cualitativa,
de naturaleza básica y sesgo exploratorio, utilizando como base la investigación
documental de aplicaciones gratuitas y portuguesas, disponibles en la tienda Play Store
del sistema Android. Como resultados, se encontraron cuatro aplicaciones basadas en
los términos de búsqueda utilizados: fósil, paleontología y tiempo geológico, lo que
demuestra una falta significativa de aplicaciones en esta área. Sin embargo, se
considera que las aplicaciones pueden colaborar para aproximar la contextualización
del tema paleontológico en la enseñanza de la ciencia y en el aula.
Palabras clave: Tecnologías Digitales de la Información y la Comunicación.
Metodologías activas. Paleontología. Aplicaciones.
Introdução
41
aprenderem e desenvolverem relações (MORAN, 2014). Tais inovações tecnológicas
proporcionam, também, a flexibilização dos espaços na educação formal e não-formal,
como destacado por Gadotti (2005, p.3):
Considera-se que a chegada da era digital no meio escolar possibilitou a adoção de novas
estratégias de ensino por parte dos professores, atuando como aliada na sala de aula.
Com isso, as tecnologias digitais desafiam o professor a abandonar o modelo tradicional
e oportunizam propostas mais atrativas, participativas e integradas (MORAN, 2013),
colaborando no desenvolvimento de uma postura crítica e construtiva ao longo do
processo de saber, conhecer e aprender. Bondía (2002) apresenta uma reflexão oportuna
acerca da experiência, permitindo inferir que, em tempos onde a cultura digital
possibilita amplo acesso à informação, as vivências e seus sentidos são fundamentais
para a construção de sujeitos capazes de pensar e questionar.
42
A primeira coisa que gostaria de dizer sobre a experiência é que é
necessário separá-la da informação. E o que gostaria de dizer sobre o
saber de experiência é que é necessário separá-lo de saber coisas, tal
como se sabe quando se tem informação sobre as coisas, quando se está
informado. (BONDÍA, 2002, p. 22).
Considerando a influência das tecnologias digitais cada vez mais presentes no cotidiano
dos alunos, da escola e dos professores, o objetivo deste artigo é analisar as
potencialidades das TDIC como MA no ensino de Paleontologia, a partir da identificação
e análise de aplicativos móveis (Apps). A utilização das TDIC aliada às MA se apresenta
no sentido de oportunizar o protagonismo dos alunos e promover um aprendizado
significativo, em que o professor assume um papel de mediador e orientador do processo
de ensinar e aprender. A temática Paleontologia, por sua vez, é analisada nesse contexto
por ser pouco abordada na Educação Básica, mesmo estando prevista no documento
orientador do Ministério da Educação, como a Base Nacional Comum Curricular/BNCC
(BRASIL, 2018).
As TDIC: uma ferramenta prática com MA
43
Por tecnologia da informação e comunicação entende-se todas as tecnologias
que interferem e permeiam os processos de informação e comunicação entre
os seres humanos, por digitais entende-se a internet e suas ferramentas como
mediadoras. Sua origem está diretamente vinculada ao surgimento da
comunicação e à necessidade de registrar fatos, se expressar e informar.
(SILVA; MORAES, 2015, p. 6).
Pensando na escola, as TDIC vêm agregadas às práticas educativas por parte dos
docentes, colaborando para o acesso à informação através dos meios de comunicação
presentes na cultura digital, possibilitando novas formas de ensinar. Aos alunos, por sua
vez, configuram-se como facilitadoras nos processos de construção do saber, podendo
auxiliar no processo de compreensão de conceitos e estabelecimento de relações
(MARTINHO; POMBO, 2009). Destaca-se que é necessário que o professor esteja
familiarizado com essas tecnologias, requerendo planejamento para que a sua inserção
possa contribuir de forma positiva no processo de ensino (SILVA; MORAES, 2015).
A BNCC, em vigor desde 2017, adota, como uma das “Competências gerais da
educação básica” (BRASIL, 2018, p.9), a aquisição de conhecimentos sobre as TDIC
(Figura 1), incentivando sua criação e utilização em vários contextos sociais, inclusive
no meio escolar.
Figura 1 - Competências gerais da educação básica relacionadas às TDIC.
44
implementar diferentes estratégias de aprendizagem e de ensino (NICHELE;
SCHLEMMER, 2014). Nisso, a disseminação desses dispositivos, como os smartphones,
tem impulsionado o desenvolvimento de aplicativos, com o potencial e objetivo de
incrementar o aprendizado dentro e fora da sala de aula. Para isso, há variados tipos de
Apps disponíveis para serem baixados nas respectivas lojas de cada sistema operacional
e em categorias diversas, como jogos, mídias, livros e revistas (NICHELE;
SCHLEMMER, 2014).
Com relação aos Apps, Oliveira (2013) destaca que este tipo de ferramenta
contribui significativamente no aprendizado, devido às novas tecnologias,
principalmente quando se fala de Ensino de Ciências e Biologia, em que as aulas se
tornam mais interessantes e dinâmicas com os alunos. Com isso, possibilita a construção
do conhecimento por parte deles, estimulando-os ao pensamento científico, por possuir a
função audiovisual.
Sabendo que as tecnologias estão cada vez mais presentes na realidade dos estudantes, por
que não as utilizar em favor de seus aprendizados? Selwyn (2008, p.830) destaca alguns
aspectos referente à adoção das TDIC como metodologia de ensino:
45
presente na realidade de praticamente todos eles. No entanto, cabe ressaltar que o uso das
TDIC, no ambiente escolar, ainda emerge como uma novidade e envolve um mundo de
informações através de diferentes mídias digitais, oportunizando dinâmica, focalização e
integração entre os alunos. É uma forma diferenciada para construção de saberes e
conhecimento, com potencialidades ainda em investigações.
Em especial no ensino de Ciências e Biologia, as TDIC podem representar
ferramentas educacionais importantes, uma vez que muitos conteúdos e conceitos
apresentam uma marcada complexidade e abstração na compreensão por parte dos
alunos. Com isso, a utilização do fator visual pode tornar os conteúdos de fácil
compreensão, podendo mostrarem-se motivadores e satisfatórios para os alunos. Assim,
implementar as TDIC no Ensino de Ciências proporciona um ambiente de trabalho
motivador, em que os alunos focam mais sua atenção. Dessa forma, ao utilizarem as
tecnologias digitais nas disciplinas, os professores incentivam os estudantes a
construírem uma posição crítica e serem protagonistas do seu conhecimento
(MARTINHO; POMBO, 2009).
Nesse contexto, a BNCC possui, como um dos propósitos do Ensino Médio na área de
Ciências da Natureza, a compreensão e utilização correta dos termos científicos
possibilitando aos estudantes participarem em debates que envolvam ciência e
tecnologia. Visando contribuir na produção e divulgação científica, o documento destaca
contextos educativos “utilizando diferentes mídias e tecnologias digitais de informação e
comunicação” (BRASIL, 2018 p. 552).
A utilização das TDIC, ao longo do documento da BNCC, é referenciada como
ferramenta alternativa a ser utilizada no desenvolvimento de competências e habilidades
específicas dentro das Ciências da Natureza, como: a análise e representações sobre
conservação e transformação da matéria; avaliação de possíveis soluções para questões
de mobilidade urbana e matriz energética; realização de previsões quantitativas e
qualitativas relacionadas ao desenvolvimento sustentável; análise da diversidade
biológica e seus fatores limitantes, entre outras. Verifica-se que a BNCC contempla a
cultura digital nas diferentes linguagens e letramentos, desde aqueles basicamente
lineares, com baixo nível de hipertextualidade, até aqueles que envolvem a hipermídia
(BRASIL, 2018).
Dentre as inúmeras funções docentes, está a de promover momentos que
possibilitem a construção de conhecimentos de seus alunos e, nesse sentido, muitos
46
estudos e pesquisas vêm sendo realizados na área da educação, a fim de identificar como
os docentes podem ministrar os assuntos a serem trabalhados em aula (LOPES, 2017) de
forma a permitir processos de ensinar e aprender concretos. Comumente, a maioria das
aulas são planejadas e ministradas a partir do modelo tradicional, como a aula expositiva,
em que o principal recurso é o quadro, o giz, o livro e a explicação do professor.
Nesse tipo de prática, o aluno é um mero receptor e memorizador de conteúdos,
em que se torna passivo, o que dificilmente colabora para a formação crítica e reflexiva
do estudante. O docente nessa situação assume a postura de "portador" do conhecimento,
um porta-voz dos saberes ao expor os conteúdos de forma oral e escrita (OLIVEIRA,
2011). Tal situação remete ao que Freire (1996) denomina de "educação bancária" - o
ensino tradicional no qual o professor narra os conteúdos de forma concreta, implicando
aos alunos tornarem-se objetos pacientes e ouvintes desta narração.
Com as demandas do mundo atual e o surgimento de novos métodos de ensino, a
escola precisa ser um local onde os estudantes sintam-se motivados, participativos e
sujeitos ativos do processo de aprendizagem. Deve ser considerada a mudança da postura
do professor, para que a sua atuação seja junto ao do seu aluno (SALES et al., 2017).
47
construção do conhecimento. (VALENTE; ALMEIDA; GERARDINI, 2017;
BARBOSA; MOURA, 2013). Tais estratégias pedagógicas buscam superar os métodos
tradicionais de ensino e aprendizagem que utilizam predominantemente as metodologias
dedutivas, em que a fala do professor é central e o estudante atua como espectador
(BACICH; MORAN, 2018).
Nesse cenário, a presença do professor é tão importante quanto nos métodos
tradicionais de ensino, já que ele irá participar em todas as etapas do processo, desde o
planejamento, mediação e condução até a validação ou eficácia dos métodos inovadores.
É importante ressaltar que toda e qualquer estratégia pedagógica que tenha a intenção de
promover o protagonismo do aprendiz é considerada uma MA de ensino e aprendizagem.
Destacam-se alguns exemplos de MA existentes que vêm ganhando espaço no
âmbito educacional. A Aprendizagem baseada em projetos, caracteriza-se por atividades
que potencializam a interação e a colaboração entre os estudantes, já que é um trabalho
desenvolvido em grupo, no qual se busca coletivamente solucionar ou melhorar situações
contextualizadas do dia-a-dia, promovendo, assim, uma educação mais significativa
(VALENTE; ALMEIDA; GERALDINI, 2017).
48
visto que requer desses uma interação ativa, crítica e reflexiva frente aos temas
abordados, além de autonomia para pensar e buscar soluções de problemas. Nesse
contexto, independente da MA adotada, a mudança da postura do professor é crucial para
que ele assuma uma figura de mediador dos conhecimentos a serem adquiridos.
Pensando nas estratégias mencionadas anteriormente, os Apps, presentes nos
smartphones, são caracterizados como ferramentas pedagógicas em qualquer uma das
técnicas ou práticas nos tipos de MA. Moran (2018) evidencia que a aprendizagem ativa
junto às tecnologias móveis é uma estratégia pedagógica que amplia o espaço para
pesquisas e comunicação. Essas, inseridas no universo escolar, permite novas
possibilidades, simplesmente por ampliar os recursos didáticos, como aplicativos e
inúmeros materiais em diversas áreas do conhecimento. Contempladas e potencializadas
com as mídias digitais, o uso das TDIC junto às MA promove o acesso aos diversos tipos
de informações, a partir dos Apps.
49
Biologia e a Geologia. No campo biológico, em sua maior parte, o foco está nos
organismos preservados e na tentativa de, a partir desses, obterem-se conhecimentos
relacionados ao modo de vida e suas inter-relações evolutivas. Na Geologia, por sua vez,
os fósseis são ferramentas fundamentais para o estabelecimento de datações relativas,
reconstrução de paleoambientes e na identificação de alterações ocorridas no planeta ao
longo do tempo geológico (CASSAB, 2010). Além de estar interligada com essas áreas
do conhecimento, também possui interfaces com a Química, a Matemática e a Física, o
que leva a ser considerada uma ciência multi e interdisciplinar. Assim, a Paleontologia,
ao ser utilizada na educação básica, favorece a integração de disciplinas isoladas em
questões que envolvam a evolução e origem da Vida na Terra.
50
sedimentares, representar eventos de extinções e de sucessões biológicas ao longo do
tempo geológico e, por fim, identificar rochas que podem ocorrer substâncias minerais e
combustíveis (CASSAB, 2010). Pela natureza instigante de seus objetos e o fascínio que
os fósseis promovem, considera-se, também, que sua abordagem no contexto escolar
mostra-se importante para que os alunos possam reconhecê-los como patrimônios
culturais da nossa sociedade.
Metodologia
Informações gerais
Título:
Categoria:
Características educacionais
Este aplicativo é: ( ) Vídeo ou animação
( ) Simulador
( ) Conjunto de exercícios
( ) Material de consulta de
informações
( ) Livro
( ) Outro
Conteúdo teórico
Qualidade do texto e linguagem ( ) Clareza ( ) Concisão
( ) Objetividade
Coerência entre as informações ( ) Sim ( ) Não
51
Recursos visuais
Qualidade das imagens ( ) Foco ( ) Nitidez ( ) Coloração
Resultados e Discussão
O Crazy Dino Park é um aplicativo em forma de jogo, cujo objetivo é fazer com
que o usuário abra e gerencie seu próprio parque de animais pré-históricos, assumindo o
papel de um paleontólogo. Inicialmente, o participante é direcionado para um
afloramento presente no próprio parque. Nele, o jogador irá proceder a escavação nas
rochas sedimentares, procurando os restos fossilizados dos animais extintos. Cada
fragmento encontrado é parte constituinte de um espécime. Quando todos os fragmentos
são encontrados, o usuário procede à coleta e organiza o material fossilífero, fazendo
com que um animal pré-histórico volte à vida.
No jogo, o primeiro espécime a ser formado a partir da escavação, coleta e
montagem dos fragmentos representa um amonita, pertencente à classe dos Cefalópodes
(Figura 2), tendo como principal característica a concha em forma de espiral. Os
amonitas foram grandes predadores, com muitos tentáculos que eram responsáveis pela
sua movimentação e serviam para capturar suas presas, principalmente peixes e
crustáceos (MAGALHÃES, 2016).
52
Fonte: App Crazy Dino Park, 2019.
Ao serem analisadas as características do App, observou-se que o jogo mostra
cada etapa do trabalho de um paleontólogo, desde a descoberta do fóssil até o seu
processo de identificação. As imagens, em forma de animação, apresentam foco, nitidez
e coloração de ótima resolução, sendo claras e concisas. Conforme a tabela de critérios, a
relação da imagem com a informação contida no texto é considerada denotativa
(BADZINSKI; HERMEL, 2015), pois as imagens correspondem ao texto apresentado,
por exemplo, quando o espécime é formado, abre-se uma informação sobre o fóssil.
Como um dos objetivos do jogo é fazer com que o usuário gerencie seu próprio
parque, vale evidenciar que, na vida real, os cientistas precisam estar comprometidos e
ter muito cuidado durante os procedimentos de coleta e identificação dos fósseis. Nobre
e Carvalho (2004, p.40) destacam que “as coleções de fósseis são patrimônios da
humanidade, as instituições de pesquisa devem se responsabilizar pela guarda e
manutenção do acervo científico”. O professor, ao trabalhar com esse jogo, possibilita a
abordagem de diversas informações, como o trabalho do paleontólogo, a importância dos
cientistas no estudo e nas descobertas dos fósseis como um patrimônio cultural. Além
disso, é uma oportunidade para o professor mostrar aos seus alunos a complexidade do
trabalho do paleontólogo e das técnicas que são utilizadas, desde a prospecção até a
preparação dos restos fossilizados que, além de raros, são frágeis.
53
Aplicativo Paleontologia
54
conteúdos sem mencionar sua correspondência com os elementos incluídos na
ilustração” (BADZINSKI; HERMEL, 2015, p.440).
Mesmo estando no idioma português, o App não contempla em nenhum momento
os registros fossilíferos brasileiros, sendo somente abordados os locais na Europa,
América do Norte e Ásia. Compreende
Compreende-se que, por tratar-se
se de um App traduzido, mas,
considerando que o Brasil possui uma grande representatividade paleontológica através
de um grande e importante acervo de fósseis resguardados em museus e institutos de
pesquisa e ensino e reconhecidos internacionalmente (CAR
(CARMO;
MO; CARVALHO, 2004),
seria importante que o App mostrasse um pouco da riqueza de fósseis nacional.
55
Fonte: App Dinossauro Quiz (2019).
Aplicativo Geologou
56
Minerais, Dicionário do Geológo, Jogo dos Minerais, Adivinha, Oportunidades de
concursos públicos, Commoditites Online, Monitor Sísmico e Curiosidades (Figura 5).
Figura 5 - Tela inicial do App Geologou.
O App conta com o Manual dos Minerais, em que é possível identificar os tipos
existentes de minerais e sua definição e o Dicionário do Geólogo, mostrando os
conceitos sobre termos relacionados à Geologia. Todas as informações contidas no App
são apresentadas de forma clara e concisa, com uma linguagem de fácil compreensão. As
imagens são de ótima qualidade, com foco, nitidez e coloração de boa resolução. A
relação entre imagem e texto caracterizam-se como sinóptica, pois há correspondência
entre a imagem e o conteúdo apresentado de forma indivisível (BADZINSKI; HERMEL,
2015).
Nota-se que este App permite obter informações e o entendimento sobre diversos
assuntos relacionados à Geologia de uma maneira clara e concisa através de múltiplas
funções. Referente à temática paleontológica, destaca-se que o menu “Curiosidades”
apresenta um vídeo do YouTube, com informativos sobre a maior extinção do Planeta
Terra, ocorrida no período Permiano-Triássico. Esta extinção está relacionada à
formação do supercontinente Pangea e pelas erupções vulcânicas basálticas na Sibéria, a
partir da liberação de gases e do aquecimento global (SCHULTZ, 2010).
57
No mesmo menu, há as curiosidades tafonômicas, que apresenta informações
sobre os fósseis pelo professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Hermínio
Araújo Júnior, convidado a falar um pouco sobre os processos de fossilização. O vídeo
aborda a conservação de um fóssil, o que muitas vezes é raro, em virtude do tempo em
que o organismo esteve no sedimento. Como exemplo, é utilizado um peixe fóssil do
período Cretáceo em ótimo estado de conservação, encontrado na Bacia do Araripe, uma
das mais importantes do Brasil. Por tratar-se de uma curiosidade tafonômica, o professor
destaca que o pesquisador nesta área tem por objetivo conhecer e estudar os processos de
fossilização do animal, desde a sua morte até o encontro do registro no sedimento. Logo,
entende-se novamente a relevância do trabalho do paleontólogo, para o reconhecimento
dos organismos preservados nas rochas.
Considerações finais
58
pode destacar a maior extinção existente de acordo com a escala do tempo geológico e os
processos de fossilização, em que poderá destacar novamente a importância do trabalho
do paleontólogo.
A inserção das TDIC, a partir do uso do smartphone, surge como uma
possibilidade educacional, despertando o interesse dos alunos e estimulando-os a
aprender. No campo das Ciências da Natureza, oportuniza a adoção de novas
metodologias de ensino e de aprendizagem, principalmente podendo colaborar para a
compreensão de temáticas abstratas. As MA, por sua vez, proporcionam aos estudantes
um aprendizado diferenciado, levando-os a explorarem a tecnologia que os cerca e a
oportunizar contato direto com os conteúdos propostos pelo professor.
É importante ressaltar que, no caso do smartphone, é preciso fazer com que este
deixe de ser apenas um objeto de diversão, de contatos e de redes sociais e se torne um
aliado ao ensino e à aprendizagem no ambiente escolar.
BOLL, C. I.; KREUTZ, J. R. A cultura digital: quando a tecnologia se enreda aos usos
e fazeres do nosso dia a dia. Brasília: Ministério da Educação, 2010.
59
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em geologia de alunos portugueses (12-13 anos). Revista Terrae Didática, n. 1, 2011.
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MORÁN, J.. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A.;
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teórico-prática. Porto Alegre, Penso, 2018, p. 1-25.
61
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algumas considerações sobre a constituição do espaço escolar. In: Anais do 6º SEMIC
do Curso de Pedagogia da FAI Faculdades. 2015.
62
4. PERCURSO METODOLÓGICO
A seguir, iremos apresentar a metodologia adotada para o prosseguimento da pesquisa.
Serão expostos, inicialmente, os aspectos mais abrangentes da metodologia e, posteriormente,
o que foi pesquisado ao longo do mestrado acadêmico. Logo, será apresentada a aplicação da
pesquisa, em que foi ofertada uma oficina de extensão para os professores de ciências da
Educação Básica.
4.1. Caracterização da pesquisa
Com o objetivo de investigar como a formação continuada de professores em serviço,
com enfoque para o ensino remoto contribui para as práticas educativas, a pesquisa se
caracteriza como qualitativa e de natureza e aplicada. Quanto aos procedimentos, a pesquisa
se caracteriza como documental e bibliográfica (artigos 1 e 2, respectivamente), e
participante, uma vez que a pesquisadora foi a ministrante da oficina de extensão.
Por fim, para a análise dos dados do questionário e do trabalho final, foram utilizados
como método a Análise Textual Discursiva (ATD). De acordo com Moraes e Galliazi (2006,
p.118), “A análise textual discursiva é descrita como um processo que se inicia com uma
unitarização em que os textos são separados em unidades de significado.” Nesse sentido, foi
possível estabelecer tais unidades de significado, junto com as subcategorias, a partir dos
instrumentos respondidos pelas professoras.
4.2. Participantes e contexto da pesquisa: oficina de extensão “O ensino de
Paleontologia e a formação continuada de professores de ciências”
A pandemia da COVID-19 impactou o trabalho presencial de muitas pessoas,
inclusive, de professores. O ensino nunca parou, pelo contrário, se adaptou na realidade
remota, tendo as TDIC ainda mais presentes no cotidiano de alunos e de professores. Dessa
forma, a oficina2 foi pensada de forma remota, para que os professores pudessem buscar a
formação continuada em serviço, para refletir e compartilhar momentos sobre a sua prática
docente.
A oficina foi divulgada entre os grupos de professores de ciências, por meio das redes
sociais e de rede de mensagens. Juntamente com isso, foram divulgados os dias, a carga
horária e os encontros com os temas que seriam abordados na oficina (Quadro 2). Ressalta-se
que a carga horária total da oficina foi de 20 horas.
2
Cabe salientar que, embora tenha sido organizado com conteúdo e carga horária típicos de um curso de
extensão, a oficina foi registrada como tal por conta da necessidade de realização da mesma em formato EAD e
por conta das regras de oferta de atividades de extensão online do IFRS.
63
Quadro 2: os encontros e temas abordados
Encontro Tema
3
O formulário de cadastro foi enviado com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e com os
dados para preenchimento para a certificação da oficina. Além disso, contemplou as ideias prévias dos
professores sobre Paleontologia, formação inicial, nível de atuação na Educação Básica (Ensino Fundamental,
Médio ou Educação de Jovens e Adultos). O questionário encontra-se no Apêndice I, ao final da dissertação.
64
Camélia Ciências da Natureza Ensino Fundamental 2020
e Médio
Quadro 4: questões “Você já viu Paleontologia na graduação?” e “Você já fez outros cursos com a temática
Paleontologia?”, com as respectivas respostas
Pergunta Sim Não
Muitas vezes, pelas professoras terem visto a Paleontologia na graduação, pode ser
que tenham visto parcialmente ou quase “nada”. Já a partir da pergunta “O que você gostaria
de aprender?”, foi visto que as professoras responderam as mais variadas questões e que foi
fundamental para a organização da oficina, de acordo com o que elas responderam no
questionário.
“Gostaria de aprender sobre os recursos didáticos para o Ensino de
Paleontologia.” (Professora Rosa)
“Gostaria de aprender sobre as curiosidades sobre a Paleontologia” (Professora
Jasmim)
“Conceitos de Paleontologia” (Professora Camélia)
“Gostaria de aprender tudo” (Professora Margarida)
65
Ao final da oficina, foi encaminhado o questionário final. A partir disso, foi possível
ter uma ideia do que as professoras conheceram durante a oficina e suas reflexões e críticas
finais quanto à oficina e o que ele proporcionou na carreira como professor. Com base nas
respostas, foram classificadas em categorias e subcategorias, de acordo com a teoria da ATD.
Primeiramente, apresentaremos as categorias, subcategorias e as justificativas do porquê
foram escolhidas, no quadro 5.
Quadro 5: categorias, subcategorias e a justificativa para cada uma.
Categoria Subcategorias Justificativa
Temas associados ao ensino de Museus, kits didáticos, Esta categoria foi estabelecida
Paleontologia documentários, sites, como forma de analisar as
aplicativos para dispositivos questões através dos temas
móveis e espaços formais e associados ao ensino de
não formais de ensino, artigos Paleontologia, com foco
científicos principal nos aspectos
metodológicos, ou seja, quais
recursos e métodos
apresentados o participante
utilizaria em sala de aula.
66
“Conceitos de Paleontologia”, e assim, sucessivamente. Algumas perguntas foram
classificadas em mais de uma categoria, e estão apresentadas no final.
Os conceitos sobre Paleontologia estiveram presentes principalmente na resposta à
questão "No encontro sobre a Paleontologia, viu-se que essa ciência pode ser considerada um
patrimônio cultural. Você julga importante compartilhar esta perspectiva com os alunos em sala de
aula? Por quê?" (Quadro 6). Nestas, podemos verificar menções à biodiversidade, tempo geológico,
evolução e fósseis. Não houve, contudo, um maior detalhamento conceitual em resposta a essa
questão.
Quadro 6: respostas que foram categorizadas como “Conceitos de Paleontologia”
Sim. Biodiversidade
Para fazer com que os alunos compreendam a importância da
Paleontologia no estudo das diversidades existentes. (Professora
Margarida)
Sim. Importante para o entendimento das formas de vida que existiram Tempo geológico e
no passado e sua evolução ao longo do tempo (Professora Rosa). evolução.
Museus. Museus
Sim, através da deposição de museus virtuais.
(Professora Rosa)
67
Parques e sítios geológicos. Poderia utilizar visitas Museus e sítios geológicos
a museus ( presencial ou virtual) - (Professora
Margarida)
Cabe ressaltar que esta questão foi bem discutida no encontro em que foi abordado o
Ensino de Paleontologia em espaços não formais, pois muitas vezes, os professores não
conseguem levar seus alunos a esses espaços, como os museus, e a opção do museu virtual
vem como uma alternativa para que possa ser abordada dentro de sala de aula. Contudo,
através das respostas, percebe-se que as professoras não propuseram uma transposição de
elementos de espaços não-formais para espaços formais, mas sim apenas a inclusão do espaço
não-formal no ensino formal. Isso pode ser um indício de que a Paleontologia ainda é tratada
como um conteúdo extra, e portanto, não precisa ser integralmente contemplado em espaços
formais de ensino.
Com relação à pergunta “Quais das estratégias didáticas sobre Paleontologia você já
conhecia e usava antes dos nossos encontros?”, as professoras da pesquisa responderam de
acordo com o que já conheciam ou utilizavam sobre as estratégias mencionadas na pergunta
(Figura 1). Destaca-se aqui, que todas as estratégias foram apresentadas e compartilhadas
pelas participantes no dia do encontro, em que houve um debate rico em informações e ideias.
Figura 1: estratégias didáticas sobre Paleontologia
68
Quais das estratégias didáticas sobre Paleontologia você já conhecia e usava
antes dos nossos encontros?
Aplicativos móveis
Documentários
3 3 3 3 Kits didáticos
Sites
2 2 2 2
Nenhuma das alternativas
1 1
Já conhecia Já usava
Fonte: elaborado pela autora, 2022.
Destaca-se nessa pergunta, que algumas respostas ficaram empatadas na categoria “já
usava as estratégias didáticas” com a categoria "já conhecia as estratégias didáticas”. Abre-se
uma discussão para os documentários, que teve um empate nas categorias e foi a mais
marcada. Os documentários são considerados produções audiovisuais e são como uma forma
de mostrar cientificamente as ideias de determinado assunto. Dessa forma, é um método
confiável de informações em que se pode realizar uma discussão crítica em sala de aula.
Destaca-se aqui, um trecho de Barbosa e Bazzo (2013, p.150), em que mencionam a
ideia de olhar uma produção audiovisual. “Por diversas vezes, talvez tenhamos assistido a
filmes e à televisão sem o intuito de pensar criticamente neles, visto que, geralmente, o
objetivo dessas mídias é o entretenimento e proporcionar momentos de distração e lazer.”
Com isso, as produções audiovisuais são um método rico em informações em que podem ser
utilizadas em sala de aula com os alunos, e posteriormente, terem uma visão crítica do que
está sendo compartilhado.
Já os aplicativos móveis, a maioria já conhecia, contudo, poucos utilizavam. Os
aplicativos móveis podem ser um aliado na sala de aula, pois o professor pode utilizá-los
como apoio em uma aula teórica, e além disso, estão cada vez mais presentes na vida dos
jovens de hoje. Segundo Nichele e Schlemmer (2014), os aplicativos móveis tem um imenso
potencial no ensino e na aprendizagem dos alunos. Ainda, destacam que:
Os dispositivos móveis com conexão sem fio e interface sensível ao toque
(touch-screen) , tais como tablets e smartphones, associados a diferentes
aplicativos, têm proporcionado mudanças na forma de nos relacionarmos com a
informação e produzir conhecimento, apresentando significativo potencial para
transformar a maneira de ensinar e de aprender. Elas proporcionam aos
professores e estudantes mobilida de e interface fácil de usar, podendo
69
assim, contribuir para implementar diferentes estratégias de ensino e de
aprendizagem, ampliando as possibilidades de ação e interação entre sujeitos,
sujeitos e meio (incluindo os próprios dispositivos, aplicativos e o ambiente - local
geográfico onde os sujeitos se encontram), bem como os processos de colaboração
e a cooperação (NICHELE, SCHLEMMER, 2014, p.1).
Para o ensino de Paleontologia, principalmente, o uso dessas tecnologias pode ser uma
aliada, para entender o processo de fossilização do organismo, bem como a evolução da vida
na Terra. Segundo Brasil, München e Schwanke (2020), é possível inserir os aplicativos sobre
Paleontologia como ferramentas educativas. Nesse sentido, cabe ao professor incluir os
aplicativos digitais no planejamento pedagógico para o ensino e a aprendizagem neste
conteúdo.
Já os kits didáticos ficaram igualados, de acordo com o gráfico entre “já usava” ou ``já
conhecia''. Os kits didáticos em Paleontologia são uma forma de mostrar aos alunos o que
ocorreu no passado e os fósseis representativos, como uma coleção didática e uma forma de
mostrar que a Paleontologia é considerada um patrimônio cultural e acaba por ser uma
ferramenta eficiente no ensino e aprendizagem desta ciência.
Tais reflexões são complementadas com as respostas das professoras com relação às
vantagens e desvantagens dessas estratégias didáticas (Quadro 8). No que se refere às
desvantagens, a maioria das manifestações foram com relação ao acesso à estratégia (quer
seja pela necessidade de aquisição de um aparelho celular por parte dos estudantes ou dos kits
pelo professor, ou de internet e equipamentos de vídeo por parte da escola).
70
ter algo físico ( réplica de fóssil) Custo do material.
para despertar a curiosidade e o
interesse dos estudantes sobre o
tema.
71
“Traz mais segurança dos dados que estão sendo analisados”.
(Professora Rosa)
“Sim. Os artigos são fontes confiáveis de dados e podem trazer
elementos/práticas/ideias para serem aplicadas na práxis docente.”
(Professora Jasmim)
Na pergunta “No encontro sobre as ideias do senso comum dos filmes que abordam a
temática paleontológica, você acha que é importante a discussão através de filmes? Você
utilizaria esta estratégia didática do curso em sala de aula? Justifique.”, o objetivo era
verificar se as professoras utilizariam os filmes como forma de estratégia didática em sala de
aula. Junto a esta questão, será analisada “No encontro envolvendo os filmes que falam sobre
a Paleontologia, conversamos sobre as ideias de senso comum mais presentes nestes filmes.
Qual(is) ideia(s) de senso comum sobre Paleontologia que você considera que podem surgir
na sua sala de aula? Que estratégias você utilizaria para superar estas ideias do senso comum
com os seus alunos?”, cujo objetivo foi verificar quais ideias do senso comum sobre os filmes
de dinossauro que apareceriam em sala de aula, através dos alunos.
Sim, pois os filmes estão próximos dos estudantes.Eu acredito que a questão de
tempo geólogo que muitas vezes os filmes não levam em consideração. (Professora
Margarida).
72
Filmes trazem dados junto com imagens, eu utilizaria os filmes mas traria debate
sobre o que foi apresentado no vídeo. A origem e veracidade da existência de
fósseis. Poderia ser falado sobre os métodos e teorias sobre o assunto. (Professora
Camélia)
Outra questão a ser discutida e que aparece nas respostas da pergunta das ideias do
senso comum nos filmes é a proposta da Professora Rosa de discutir a criação de dinossauros
a partir do DNA:
Citarei a criação de dinossauros a partir do DNA encontrado nos fósseis (filme
Jurassic Park)
De acordo com o que estudamos, essa ação seria impossível. (Professora Rosa)
Cabe ressaltar que é inviável que um dinossauro seja recriado através do DNA, e
ainda, em um laboratório. Infelizmente, os filmes passam essa ideia como forma de despertar
a curiosidade, mas que ao mesmo tempo, se torna errônea. Outra questão a ser trazida é o
tempo geológico, como a existência dos humanos com os dinossauros, presente na resposta do
Professora Jasmim. De acordo com Schutz (2010), os dinossauros foram extintos na era do
Cretáceo-Jurássico, ou seja, os humanos só surgiram no período Quaternário, o que leva a ser
outra questão a ser discutida e debatida, como forma de entender um pouco mais sobre Tempo
Geológico.
Já na questão “Nos encontros sobre as estratégias sobre o ensino de Paleontologia,
vimos algumas metodologias como documentários, kits didáticos, sites e aplicativos que
podem ser utilizados para tornar o ensino de Paleontologia mais atrativo, e também, o uso das
tecnologias. Na sua opinião, é importante a utilização de estratégias para ensinar e aprender
Paleontologia, bem como as tecnologias. Na sua opinião, é importante a utilização de
estratégias para ensinar e aprender Paleontologia, bem como as tecnologias, que estão tão
presentes no nosso cotidiano? Por quê?", tem-se alguns enfoques diferentes, como o uso da
diversificação de estratégias como forma de despertar o interesse do aluno, o que faz sentido,
uma vez que as pessoas têm interesses diferentes; sendo assim, nada mais natural que o
professor oferte formas diferentes de ensinar.
Outra resposta aponta a tecnologia como parte do cotidiano dos estudantes, e portanto
o ensino de Paleontologia poderia se aproveitar dessa proximidade (e do domínio que os
estudantes têm das tecnologias que o cercam).
73
A terceira resposta, além do despertar da curiosidade, aponta a diversificação de
estratégias como uma forma de diversificação de fontes de informação também, o que
enriqueceria o aprendizado dos estudantes. Por fim, a quarta resposta aponta a diversificação
de estratégias como forma de "alcançar" o estudante no tempo presente, visto ser um conteúdo
que trata principalmente do passado.
A professora Rosa, responde que sim, pois é uma forma de despertar o interesse pelo
tema.
“Sim. Além de dispersar o interesse pelo tema, facilita o aprendizado.”
“Sim, permite chamar atenção dos alunos, permite que os alunos sintam
curiosidade e possam pesquisar mais sobre o assunto.”
E por fim, a professora Jasmim traz que as tecnologias podem aproximar os alunos da
Paleontologia, pois pode ser algo distante dos estudantes.
“Sim. Essas estratégias possibilitam aproximar a paleontologia , que parece algo
distante, da realidade dos estudantes.”
Filmes 1 3
Kits didáticos 1 1
Museus 1 -
74
Já as questões “Qual estratégia didática chamou mais a sua atenção? Por quê?” e”Você
acha que usará alguma(s) da(s) metodologia(s) e da(s) atividade(s) apresentada(s) do curso
com os seus alunos em sala de aula? Justifique e, em caso de resposta afirmativa, diga
qual(is).”, o objetivo foi verificar o que chamou mais a atenção das estratégias durante a
oficina e se os participantes utilizariam em sala de aula (Quadro 10).
Quadro 10: estratégias didáticas e o que chamou mais a atenção e o que mais os participantes gostaram.
Ao analisar estas duas questões, o que chama a atenção é o uso dos recursos virtuais e
interativos, como os museus, os filmes e as tecnologias. Alguns dos motivos possíveis para
isso seriam a facilidade de acesso (considerando a existência de equipamento próprio), de
manuseio, pois os estudantes de hoje são nativos digitais e a riqueza de formas de expressão
das informações através de texto, imagens fixas, sons e recursos de interação. Dessa forma, o
estudante pode selecionar a informação que desejar e na ordem que desejar.
Já a pergunta “Antes do curso, você já havia explorado os documentos orientadores da
educação básica vistos no encontro?”, o objetivo foi verificar se as participantes do curso
conheciam os documentos orientadores da educação básica, como os PCNs, BNCC e o
Referencial Curricular Gaúcho.
As professoras Margarida, Rosa e Camélia destacaram que conhecem todos os
documentos. Já a professora Jasmim, conhecia apenas a BNCC. Destaca-se que o encontro
sobre os documentos orientadores foi importante, pois foi possível comparar e conhecer as
diferenças entre PCNs e BNCC. O Referencial Curricular Gaúcho também foi apresentado,
75
mas o mesmo faz menção às unidades de conhecimento e habilidades da BNCC, porém
voltadas para o Ensino do Rio Grande do Sul.
Ao final da oficina, foi solicitado às professoras participantes que confeccionassem
um material final, com toda a autonomia delas, relacionando com os conhecimentos
adquiridos durante a oficina. No quadro 11, apresenta-se as principais ideias identificadas nos
trabalhos finais e as subcategorias classificadas.
Através das ideias dos trabalhos finais, foi visto que as participantes associaram os
conhecimentos adquiridos na oficina com as suas ideias de aulas. É interessante perceber que
foram trabalhos diversificados e os métodos para a aplicação também. Por exemplo, a ideia de
conceituar Dinossauros com a extinção junto ao documentário torna-se uma discussão
pertinente, pois além de compartilhar a existência deles há milhões de anos atrás, faz com que
entenda-se um pouco mais da ideia do que significa o tempo geológico na perspectiva da
extinção, e consequentemente, da evolução.
Já a outra ideia de propor a atividade junto com a disciplina de Artes torna a
Paleontologia interdisciplinar. Faz-se aqui, uma referência à Paleoarte, em que expressa uma
representação artística da Paleontologia, que de acordo com Vidal e Candeiro (2015, p.122)
refere-se:
76
A ilustração científica nessa área - paleontologia - se faz necessária, [...] pela ponte
que faz entre o abstrato; que é o conhecimento de algo que não vemos (dinossauros)
e o visual; que proporciona um maior entendimento acerca do assunto (VIDAL;
CANDEIRO, 2015, p.122).
77
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa teve como objetivo buscar de que forma a formação continuada
de professores contribui para as práticas educativas, de forma remota e em meio à pandemia
da COVID-19. Através dos objetivos específicos, foi possível estabelecer uma organização na
pesquisa, de modo a verificar as particularidades sobre a temática, que foi a Paleontologia a
partir dos aplicativos móveis, as dissertações e teses publicadas na BDTD, as quais, foram
importantes para o fornecimento de informações sobre a formação continuada de professores
de ciências. E a oficina de extensão, que proporcionou um momento rico de discussão e
debate, acerca dos assuntos que permeiam a Paleontologia.
Inicio as minhas considerações sobre o artigo publicado nos anais do XIII ENPEC
(artigo 1), escrito especificamente sobre a formação continuada de professores de ciências.
Durante a pesquisa desse artigo, foi possível perceber que muitos autores ainda utilizam os
termos atualização, capacitação e treinamento. Cabe ressaltar, que desde os anos 1990, estes
termos não eram mais discutidos, porém, ainda era e é utilizado por vários autores. Dessa
forma, a prática discutida desde então, é a reflexão sobre a prática. É importante ressaltar que
nos últimos anos, estes termos não são mais utilizados e que a prática que é discutida desde os
anos 1990 é a reflexão sobre a prática. Ainda, é interessante destacar que a integração
universidade e escola é válida quando fala-se em formação continuada de professores.
Inicialmente, a proposta do mestrado acadêmico era realizar a formação continuada no
ambiente escolar, com os professores de ciências da natureza. Dessa forma, é interessante o
comentário do Nóvoa (2019), que coloca a importância da formação continuada com apoio
da universidade, mas não dispensando o ambiente escolar como espaço.
A formação continuada não deve dispensar nenhum contributo que venha de fora,
sobretudo o apoio dos universitários e dos grupos de pesquisa, mas é no lugar da
escola que ela se define, enriquece-se e, assim, pode cumprir o seu papel no
desenvolvimento profissional dos professores (NÓVOA, 2019, p.10).
Corroborando com Nóvoa, é interessante que os professores de suas escolas se unam
para realizar a formação continuada de forma conjunta, colocando as questões das
dificuldades que permeiam o seu ambiente escolar. Com isso, em muitas leituras de artigos e
livros durante a trajetória do mestrado acadêmico, percebi que os cursos e as oficinas são
duramente criticadas por vários autores. A questão é, que muitos cursos e oficinas já vêm com
um programa pronto, e que o professor tem que segui-lo. No caso da oficina ofertada aos
professores como forma de resultados desta pesquisa de mestrado acadêmico, questionei os
professores e perguntei o que eles gostariam de aprender.
Logo, minhas considerações continuam através da escolha da temática para a oficina:
a Paleontologia. Por ser uma ciência que é pouco abordada na educação básica, percebe-se
78
que muitos professores não possuem o conhecimento específico sobre esta temática, como
mencionado durante a dissertação por Schwanke e Silva (2010). Através disso, a pergunta
referida no questionário para os professores: "O que você gostaria de aprender?”, foi uma
forma de perceber se eles já conheciam a Paleontologia ou “já haviam ouvido falar”. Dessa
forma, a partir das leituras sobre a reflexão na formação continuada colocada por Nóvoa
(1992), foi possível estabelecer esta questão, pois a ideia da formação continuada é que ela
seja de forma reflexiva e crítica, fazendo com que o professor participe efetivamente da sua
formação (CUNHA; KRASILCHIK, 2000). Mas, antes disso, definimos as particularidades
do Ensino de Paleontologia
Mas, antes disso, definimos as particularidades da Paleontologia (Artigo 3), e de uma
forma bem diferente, escolhemos os aplicativos móveis como fonte de informação ao invés
dos periódicos, pelo fato das tecnologias estarem presentes no cotidiano escolar. A pesquisa
nos mostrou que temos apenas 4 aplicativos em português e em sua maioria, sobre
dinossauros. Isso mostra o quão é complicada a situação quando se fala em Paleontologia e
tecnologias, pelo simples fato de não termos tantos aplicativos focados nesta ciência e pela
carência que é apresentada.
Dessa forma, através dos artigos apresentados na dissertação foram possíveis elaborar
a oficina de formação continuada de professores em Paleontologia, além da ideia inicial do
projeto de mestrado. O artigo 1, trouxe um olhar específico sobre a formação continuada de
professores de ciências junto com os tipos de abordagem. Já os artigos 2 e 3, trouxeram os
poucos trabalhos e aplicativos publicados, referente ao ensino de Paleontologia, o que poderia
ser mais explorado, e que a maior parte, traz os artigos direcionados para a publicação com os
estudantes e a defasagem e a carência dos aplicativos móveis no Ensino de Paleontologia.
A oficina teve como objetivo conhecer o que os professores já sabiam sobre
Paleontologia e entender o porquê estavam buscando a formação continuada. Como
mencionado anteriormente, através do primeiro questionário, foi possível verificar o que os
professores já sabiam e o que gostariam de aprender. Dessa forma, lembramos das leituras
feitas sobre a formação continuada crítica e reflexiva, e entender o que o professor está
buscando com a formação continuada. É de suma importância conhecer a formação
acadêmica do professor, o que conheceu sobre a temática, que neste caso, foi sobre
Paleontologia, durante sua trajetória acadêmica e ainda, entender o que ele está buscando com
a formação continuada.
Desde o início da oficina até o final, os professores que ficaram foram aqueles que
realmente queriam conhecer e refletir sobre sua prática docente, conforme analisado no
79
questionário final. Além disso, o compartilhamento de ideias a partir da apresentação dos
planos de aula foi uma forma de interação entre os professores participantes e a ministrante da
oficina, que também apresentou. Ou seja, foi a oficina no geral foi um momento de troca
muito rica, e que com certeza, contribuirá para que outras oficinas sejam feitas desta maneira,
levando sempre em consideração as ideias dos professores.
Percebeu-se, ainda, que os professores têm uma preocupação com a sua formação
continuada, seja através dos cursos, das oficinas e da pós-graduação, pois infelizmente, a
formação inicial deixa lacunas. Como sugestões futuras, a formação continuada deve ser um
processo amplamente valorizado, pelo fato de ser um meio em que muitos professores podem
participar para adquirir novos conhecimentos, refletir criticamente sobre a sua prática e poder
compartilhar em sala de aula com os alunos, o que conheceu durante a formação.
80
7. REFERÊNCIAS
CASSAB, Rita de Cassia Tardin. Objetivos e Princípios. In: CARVALHO, Ismar Souza de.
Paleontologia. Rio de Janeiro, Interciência, 2010, pp. 3-11
81
Secretaria do Estado da Educação. Começa implantação das Aulas Remotas na Rede
Estadual de Ensino. SEDUC-RS, 2020. Disponível em:
<https://educacao.rs.gov.br/comeca-implantacao-das-aulas-remotas-na-rede-estadual-
de-
ensino#:~:text=A%20primeira%20etapa%2C%20chamada%20de,iniciar%20o%20per
%C3%ADodo%20de%20capacita%C3%A7%C3%A3o.> Acesso em: 26 fev. 2022.
VIDAL, Luciano Silva; CANDEIRO, Carlos Roberto dos Anjos. Ciência e Arte uma análise
do uso da comunicação visual como meio de divulgação científica. Geographia Opportuno
Tempore, Londrina, v. 2, n. 1, p. 114-128, jan./jul. 2015
82
APÊNDICE I: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, JUNTO
ÀS PERGUNTAS DO QUESTIONÁRIO INICIAL.
Os questionários foram enviados via Google Forms às professoras participantes da oficina.
QUESTIONÁRIO INICIAL – CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA SOBRE
PALEONTOLOGIA
Prezado(a) Professor(a):
Você está sendo convidado (a) a participar de um curso vinculado ao projeto de pesquisa
da acadêmica Gabriela Dipicoli Brasil intitulado: “A escola como espaço para a formação
continuada de professores: investigações a partir de um curso sobre paleontologia”, pelo
Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob orientação da Profª Drª Michelle Camara
Pizzato.
Em virtude de ainda estarmos enfrentando um período crítico da pandemia da COVID-
19, o curso será oferecido totalmente na modalidade EaD, com encontros síncronos pelo
Google Meet, e assíncronos, pelo Google Sala de Aula.
Esta pesquisa apresenta risco mínimo, isto é, pode causar desconforto pelo
desconhecimento do assunto a ser proposto. Diante de qualquer tipo de questionamento ou
dúvida poderei realizar o contato imediato com um dos pesquisadores responsáveis pelo
estudo que fornecerá os esclarecimentos necessários. Os contatos encontram-se no final do
questionário. Assim, ao assinalar "sim", você concorda que os dados obtidos serão utilizados
para fins de pesquisa, que se traduzem na divulgação de trabalhos em eventos e publicação em
periódicos. Todas as informações serão confidenciais, garantindo total anonimato dos
participantes. A sua participação é voluntária, podendo retirar-se a qualquer momento da
pesquisa, não acarretando prejuízos com relação aos pesquisadores. Esta pesquisa não envolve
nenhum pagamento pela participação.
A pesquisa está aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (nº 12261119.8.0000.8024) e pela Comissão de
Pós-Graduação do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida
e Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Você concorda em participar da pesquisa?
( ) Sim
( ) Não
Dados pessoais: os dados pessoais são necessários para a emissão do certificado de
participação da oficina.
Seu nome completo:_____________________________
CPF:______________________________
E-mail:____________________________
Telefone para contato (preferencialmente Whatsapp):________________________
83
Formação acadêmica e conhecimentos prévios sobre Paleontologia: nesta seção, as
perguntas serão diretamente sobre sua carreira docente e atuação profissional. Além
disso, as ideias iniciais sobre Paleontologia.
84
APÊNDICE II - QUESTIONÁRIO FINAL APLICADO APÓS A OFICINA DE
EXTENSÃO
O questionário final foi enviado via Google Forms para às professoras participantes da
oficina.
QUESTIONÁRIO FINAL - Questionário de avaliação da oficina "O ensino de
Paleontologia e a formação continuada de professores de Ciências":
Prezadas docentes!
Este questionário tem a intenção de coletar as impressões de vocês a respeito dos nossos
encontros. Ele está dividido em 3 seções: Questões relacionadas aos conteúdos dos
encontros; Questões associadas à estrutura didática dos encontros; e Avaliação geral da
oficina.
Suas impressões são muito importantes para nossa pesquisa e para a melhoria de próximas
edições da oficina.
Desde já agradecemos sua contribuição!
Seu e-mail: ____________________________
Questões relacionadas aos conteúdos dos encontros
No encontro sobre a Paleontologia, viu-se que essa ciência pode ser considerada um
patrimônio cultural. Você julga importante compartilhar esta perspectiva com os alunos em
sala de aula? Por quê? ________________________________________
Considerando a discussão realizada no encontro 3, quais elementos de Paleontologia em
espaços não formais que você considera interessante? Você conseguiria transpor estes
elementos para espaços formais, ou seja, para a sala de aula? Justifique sua resposta. _______
No encontro envolvendo os filmes que falam sobre a Paleontologia, conversamos sobre as
ideias de senso comum mais presentes nestes filmes. Qual(is) ideia(s) de senso comum sobre
Paleontologia que você considera que podem surgir na sua sala de aula? Que estratégias você
utilizaria para superar estas ideias do senso comum com os seus alunos? _______________
Antes do curso, você já havia explorado os documentos orientadores da educação básica
vistos no encontro?
( ) Não
( ) Somente os PCNs
( ) Somente a BNCC
( ) Somente o Referencial Curricular Gaúcho
( ) Sim, todos os documentos citados anteriormente
( ) Todos
85
Quais das estratégias didáticas sobre Paleontologia você já conhecia e usava antes de nossos
encontros?
Estratégias Já conhecia Já usava
Documentários
Kits didáticos
Sites
Aplicativos móveis
Cite as vantagens e desvantagens que você vê em cada estratégia de Paleontologia estudada
durante o curso. Para a resposta, coloque a letra e a sua justificativa com relação a questão.
a) documentários; b) kits didáticos; c) sites; d) aplicativos móveis.
Questões relacionadas à estrutura didática dos encontros
A discussão embasada em artigos científicos é um momento importante para conhecer
o que está sendo falado sobre determinado assunto. No caso dos encontros, o assunto
dos artigos foi a Paleontologia. Você julga importante a leitura e debate através de
artigos? Justifique.
No encontro sobre as ideias do senso comum dos filmes que abordam a temática
paleontológica, você acha que é importante a discussão através de filmes? Você
utilizaria esta estratégia didática do curso em sala de aula? Justifique.
Avalie o quanto o encontro sobre os documentos orientadores da Educação Básica, com
ênfase na Paleontologia, contribuiu para a sua aprendizagem.
Avaliação de 1 a 5.
Justifique sua avaliação acima.
Nos encontros sobre as estratégias sobre o ensino de Paleontologia, vimos algumas
metodologias como documentários, kits didáticos, sites e aplicativos que podem ser
utilizados para tornar o ensino de Paleontologia mais atrativo, e também, o uso das
tecnologias. Na sua opinião, é importante a utilização de estratégias para ensinar e aprender
Paleontologia, bem como as tecnologias, que estão tão presentes no nosso cotidiano? Por
quê?
Qual(is) estratégia(s) você teria mais facilidade de utilizar em sala de aula? E qual(is) você
teria menos facilidade? Justifique.
As apresentações finais dos planos de aula contribuíram para o seu conhecimento e para a
sua formação continuada? Justifique.
Você julga importante a formação continuada de professores de ciências? Justifique.
Avaliação geral da oficina
De uma escala de 1 a 5, como você avalia o curso, de forma geral?
Você gostou do formato de como o curso foi ofertado (virtual com encontros síncronos)?
Justifique.
O que você achou da dinâmica de leitura e de debate através dos artigos, proposta no curso?
Justifique.
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As propostas de atividades para o ensino de Paleontologia foram válidas para o seu
conhecimento? Justifique.
Dentre os encontros do curso, cite qual encontro você mais gostou e o que menos gostou.
Qual estratégia didática chamou mais a sua atenção? Por quê?
Você acha que usará alguma(s) da(s) metodologia(s) e da(s) atividade(s) apresentada(s) do
curso com os seus alunos em sala de aula? Justifique e, em caso de resposta afirmativa, diga
qual(is).
Qual(is) a(s) contribuição(ões) que o curso trouxe para a sua formação pessoal, acadêmica e
profissional?
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