1) Os instrumentos musicais evoluíram ao longo da história, desde formas primitivas até versões mais sofisticadas e refinadas.
2) Mudanças em instrumentos geralmente visam melhorar a estética do som ou permitir novas técnicas musicais, sem levar em conta o conforto do músico.
3) Embora alguns instrumentos tenham sido padronizados, há razões para a criação de novos instrumentos ou modificações, como superar limitações técnicas ou atender novas necessidades musicais.
1) Os instrumentos musicais evoluíram ao longo da história, desde formas primitivas até versões mais sofisticadas e refinadas.
2) Mudanças em instrumentos geralmente visam melhorar a estética do som ou permitir novas técnicas musicais, sem levar em conta o conforto do músico.
3) Embora alguns instrumentos tenham sido padronizados, há razões para a criação de novos instrumentos ou modificações, como superar limitações técnicas ou atender novas necessidades musicais.
1) Os instrumentos musicais evoluíram ao longo da história, desde formas primitivas até versões mais sofisticadas e refinadas.
2) Mudanças em instrumentos geralmente visam melhorar a estética do som ou permitir novas técnicas musicais, sem levar em conta o conforto do músico.
3) Embora alguns instrumentos tenham sido padronizados, há razões para a criação de novos instrumentos ou modificações, como superar limitações técnicas ou atender novas necessidades musicais.
1) Os instrumentos musicais evoluíram ao longo da história, desde formas primitivas até versões mais sofisticadas e refinadas.
2) Mudanças em instrumentos geralmente visam melhorar a estética do som ou permitir novas técnicas musicais, sem levar em conta o conforto do músico.
3) Embora alguns instrumentos tenham sido padronizados, há razões para a criação de novos instrumentos ou modificações, como superar limitações técnicas ou atender novas necessidades musicais.
Baixe no formato TXT, PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em txt, pdf ou txt
Você está na página 1de 3
A dissertação de Berkley et al. (2009, p.
344) continua com o argumento de
que “um novo instrumento é necessário quando um já existente é forçado a usar técnicas não usuais, de alto risco, para superar suas deficiências.” E cita o exemplo da trompa natural que exigia técnicas de mão muito desajeitadas para se tocar notas extras e fez com que fosse inevitável a adoção de um novo sistema que eliminasse esses procedimentos. Fala ainda que: Geralmente, quando um novo instrumento é apresentado há um grande interesse por parte dos músicos e compositores, que estão ansiosos em descobrir o que ele pode fazer. Se oferecer algo único para o qual existe uma necessidade real, é muito provável que ele sobreviva. Se duplicar um instrumento já existente, ele pode sobreviver caso seja mais fácil de tocar, se produzir um som melhor, se custar menos ou se for mais prático que o seu rival. Essas questões, somadas à realidade de que muitos instrumentistas sofrem constrangimentos ergonômicos no desempenho das suas atividades, exposta com mais detalhes no capítulo seguinte, faz questionar o por quê de as mudanças atuais sobre os instrumentos musicais não levarem tão em conta o bem estar do músico quanto a estética plástica e sonora dos instrumentos. 3.2. “Tipologia” dos Instrumentos Musicais Os diversos instrumentos musicais podem ser classificados de maneiras variadas, como o modo pelo qual o som é produzido, o modo como o músico aciona o instrumento, as tecnologias empregadas etc. É mais compatível com o escopo desta pesquisa que seja abordado nessa classificação o modo como o músico aciona e interage com os instrumentos, uma vez que se busca aqui estudar as relações entre os instrumentistas e o seu trabalho. Para isso, é aqui adaptada a classificação utilizada no Manual Ilustrado dos Instrumentos Musicais (BERKLEY ET AL., 2009). Esta classificação distingue os seguintes grupos de instrumentos: (1) percussão, (2) instrumentos de sopro de metal, (3) instrumentos de sopro de madeira, (4) instrumentos de cordas, (5) teclados, (6) elétrico e eletrônico. Esta classificação, no entanto, leva em consideração tanto o modo como o instrumentista aciona instrumento quanto as tecnologias empregadas. A fim de solucionar esse problema e simplificar a classificação são aqui utilizados os seguintes grupos: (1) instrumentos de percussão, (2) instrumentos de sopro, (3) instrumentos de corda, (4) instrumentos de teclado. Desta forma, é solucionada a classificação problemática de alguns instrumentos, como o piano, por exemplo, que tem seu som produzido pela percussão de cordas, mas que, no entanto é acionado por meio de um teclado, sendo classificado aqui no grupo dos 44 instrumentos de teclados por se estabelecer como critério o modo como o instrumentista interage com ele. Outro exemplo é o caso da guitarra e do baixo elétrico, classificados por Berkley et al. (2009) como “elétrico e eletrônico”, mas aqui colocados junto ao grupo dos instrumentos de corda, pelo modo como ele é acionado pelo instrumentista, independente se o seu som possui uma interferência elétrica. A seguir, conceituam-se os grupos de instrumentos, de acordo com a classificação adotada, e faz-se um breve detalhamento a respeito dos instrumentos tocados pelos respondentes da pesquisa de campo: Um instrumento musical é um objeto construído com o propósito de produzir música. Os vários tipos de instrumentos podem ser classificados de diversas formas, sendo uma das mais comuns, a divisão de acordo com a forma pela qual o som é produzido. O estudo dos instrumentos musicais designa-se por organologia. Instrumentos Musicais Para que se compreenda melhor o trabalho e as atividades desenvolvidas pelos músicos instrumentistas, é necessário que se tenha um conhecimento básico a respeito de suas principais ferramentas de trabalho – os instrumentos musicais – e acessórios utilizados por eles. Neste capítulo discorre-se de modo sucinto a respeito da história dos instrumentos musicais e sobre os motivos que levam a alterações morfológicas ou de outra natureza nos instrumentos ou que levam à substituição de um determinado instrumento por outro. Além disso, se apresenta brevemente os instrumentos musicais, de acordo com os grupos em que são classificados, dando destaque aos instrumentos tocados pelos músicos da amostra da pesquisa. 3.1. Instrumentos Musicais e Evolução De acordo com Berkley et al. (2009, p.258): O instrumento mais antigo de todos é a voz humana e, provavelmente, alguma forma rudimentar de percussão veio logo depois. A corda tangida (...) provavelmente surgiu quando a primeira flecha foi disparada, ou até antes; a família das madeiras, com uma folha de grama apertada na mão; a dos metais, com o toque de uma concha, um chifre de animal com a ponta quebrada, ou algo similar. Todas as famílias de instrumentos, com exceção dos de teclado, têm o som gerado a partir de princípios simples e os primeiros instrumentos começaram a surgir em épocas remotas da humanidade, ainda que de maneira muito rústica. O mais antigo exemplar de instrumento musical sobrevivente, por exemplo, é uma flauta feita com osso de cisne, descoberta em Geissenklosterle, na Alemanha, que data de cerca de 36 mil anos atrás (BERKLEY ET AL., 2009). Daquela época até os dias de hoje, incontáveis novos instrumentos foram sendo inventados e aperfeiçoados de modo que, ainda que usem os mesmos princípios, são muito diferentes e muito mais refinados que os originais. Berkley et al. (2009) fala que foi depois de 1500, já na Renascença, quando a música passou a ter uma maior importância, que a construção de instrumentos começou a atingir um alto nível de sofisticação, processo esse que continuaria nos séculos 41 seguintes. A partir dos relatos de Blanning (2011), seguem exemplos de importantes aperfeiçoamentos ocorridos em alguns instrumentos musicais: - Por volta do século XVII, um dos instrumentos de teclado mais importantes era o cravo, principalmente por causa da sua portabilidade e à sua sonoridade incisiva. No entanto, este instrumento tinha uma dinâmica limitada, ou seja, não importava se o músico apertava as teclas com pouca ou muita força que o som tinha sempre a mesma intensidade e isso fazia dele um instrumento pouco expressivo. Para solucionar esse problema, Bartolomeo Cristofori desenvolveu um novo mecanismo à base de martelos que transferia para as cordas uma força proporcional àquela exercida pelo instrumentista sobre as teclas; - No ano de 1820, o violino já era uma força dominante na cultura ocidental quando recebeu a sua última modificação importante: Louis Spohr inventou a queixeira, que liberou a mão esquerda do violinista para executar as notas no braço do violino sem a preocupação de apoiar o instrumento; - No período de 1831 e 1847, aproveitando seus conhecimentos de músico, aprendiz de ourives, sua experiência com vários tipos de flauta ao redor do mundo e as consultas que fez a especialistas em acústica da Universidade de Munique, Theobald Boehm desenvolveu uma flauta com orifícios grandes, situados nas posições acusticamente corretas e com o tamanho acusticamente correto. No entanto, essas características e dimensões faziam com que o instrumento não pudesse ser tocado normalmente pelo músico. Para isso, ele desenvolveu um sistema de chaves ligadas por eixos que permitiam ao flautista abrir e fechar os 14 orifícios da nova flauta sem dificuldade. Esse sistema funcionou tão bem que foi adaptado para os outros instrumentos da família dos instrumentos de sopro de madeira. Estes três exemplos permitem observar algo muito comum na história dos instrumentos musicais: as mudanças feitas nesses instrumentos – por mais que algumas tornem mais fácil o trabalho do músico, como foi o caso do sistema inventado por Boehm – são quase sempre motivadas pela estética do som, de modo que atenda às exigências dos compositores e que possibilitem a evolução das técnicas dos instrumentistas. O conforto e segurança do músico são minimamente considerados. Outro fato interessante a ser observado é que, no processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento dos instrumentos musicais, muitos foram sendo padronizados até chegarem num modelo considerado ideal, sofrendo 42 pouquíssimas alterações a partir daí. Alguns exemplos: Os modelos de violinos considerados ideais até hoje são os fabricados por Stradivari, nos séculos XVII e XVIII; o violão considerado clássico, e cujas principais características se mantém inalteradas, foi estabelecido no século XIX por Antonio de Torres Jurado; e o saxofone, inventado por Adolph Sax também no século XIX continua sem modificações desde a sua criação (BERKLEY ET AL., 2009). É comum que a cada melhoria nos instrumentos, os músicos desenvolvam técnicas mais apuradas e os compositores escrevam composições mais exigentes para tal instrumento, conforme ilustram trechos retirados de Berkley et al. (2009): Theobald Boehm (1793-1881) apresentou um dedilhado simplificado para flauta em 1832 e isso levou a sistemas similares no oboé, na clarineta e, finalmente, no fagote, que os tornou muito fáceis de serem tocados e, como resultado, fez com que os compositores escrevessem partes mais exigentes. (p.354) E ainda: Subsequentemente, esses modelos melhorados auxiliaram a ascensão de pianistas virtuoses, como Frédéric Chopin (1810-49) e Franz Liszt (1811-86), que se tornaram celebridades, deslumbrando o público com sua destreza, poder, sensibilidade e resistência, e escrevendo música cada vez mais desafiadora. (p.355) De fato, conforme o tempo passa, os instrumentistas vão desenvolvendo técnicas e tocando de maneiras inimagináveis em épocas passadas, e este movimento crescente parece manter-se com certa constância. Nesta conjectura, é incompreensível o pensamento de que os instrumentos devam ser mantidos inalterados, de acordo com cânones adotados séculos atrás. Mas, afinal, o que leva um instrumento musical a ser criado ou modificado? Para Berkley et al. (2009, p. 344), A história dos instrumentos musicais sempre esteve ligada intimamente com a história da música. Novos estilos musicais frequentemente surgem, pois novos instrumentos tornam-se disponíveis; ou melhorias nos existentes são feitas. (...) Por outro lado, desenvolvimentos instrumentais podem surgir através da exigência de compositores ou instrumentistas. Essa dualidade é mais fortemente defendida por Blanning (2011, p.202) que coloca o assunto inteiramente no campo da dúvida: (...) as causas se confundem com os efeitos. A mudança na natureza da música teria inspirado a invenção de instrumentos musicais ou vice-versa? Os instrumentos novos encorajaram o uso de espaços maiores ou os espaços maiores exigiram inovações nos instrumentos? A necessidade foi a mãe da invenção ou a invenção criou a necessida