Estrategia - AFT - Sociologia - Aula 05 Prof Alessandra Lopes
Estrategia - AFT - Sociologia - Aula 05 Prof Alessandra Lopes
Estrategia - AFT - Sociologia - Aula 05 Prof Alessandra Lopes
ª
Alessandra Lopes
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do
Trabalhador) Conhecimentos Específicos
- Eixo Temático 3 - Sociologia e
Psicologia Aplicadas ao Trabalho - 2024
Autor:
(Pós-Edital)
Alessandra Lopes, Celso Natale,
Thayse Duarte Varela Dantas
Cesar
31 de Janeiro de 2024
Alessandra Lopes, Celso Natale, Thayse Duarte Varela Dantas Cesar
Aula 05 - Prof.ª Alessandra Lopes
SUMÁRIO
Apresentação ................................................................................................................................................... 2
O Curso ............................................................................................................................................................. 3
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Opressão e exploração............................................................................................................................. 51
Resumos .......................................................................................................................................................... 59
8 GABARITO ................................................................................................................................................ 79
APRESENTAÇÃO
Estou muito feliz por você iniciar nosso curso de Sociologia do Trabalho para a prova
do Concurso Nacional Unificado 2024.
Bem, antes de tudo, peço licença para me apresentar. Sou Bacharel em Ciências
Sociais pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Licenciada em Sociologia
pela mesma universidade, Mestra em Ciência Política também pela mesma
Universidade iniciei meus estudos de doutorado no campo dos estudos sobre justiça
de transição, políticas de memória e direito internacional. Por essa trajetória na
Ciência Política, sou especialista em regimes políticos transicionais e direitos
humanos. Maisa recentemente, ingressei no curso de bacharelado em História na
Universidade de São Paulo. Em 2018, fui aprovada para o cargo de Consultor
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Legislativa da área de Direitos Humanos, Minorias, Cidadania e Sociedade da Câmara Legislativa do Distrito
Federal (CLDF).
Desde 2004, dou aulas de História, Ciências Sociais e Humanidades em cursos preparatórios para
vestibulares, ENEM e concursos. Entre 2018 e 2019, iniciei minha jornada aqui no Estratégia, dou aula no
Estratégia Concursos, Vestibulares e Militares. Sou especialista em desenvolvimento de materiais
preparatórios.
Posso afirmar, com segurança, que já contribui para a aprovação de muitos alunos nas mais variadas e
concorridas instituições do Brasil. Seja bem-vindo e bem-vinda ao nosso time :)
Dito isso, espero que você esteja seguro e segura para iniciar esta jornada importante que irá contribuir para
a conquista de pontos fundamentais para a sua aprovação.
Aproveite para me seguir nas redes sociais, há muitos conteúdos iscas e orientações focadas e cotidianas
que podem reforçar seus conhecimentos.
Grande abraço,
Bons estudos!
O CURSO
Para começar este curso, vamos, primeiro, conhecer o inimigo, ou seja, a prova que você irá enfrentar: a
Cesgranrio.
Trata-se de uma banca que tem uma multiplicidade de estilos que cobrança: pode ser bem direta, cobrando
autores e conceitos clássicos ou cobrar situações -problemas para as quais deveremos explicar mobilizado
um ou mais conhecimento.
Diante disso, nosso curso foi montado de maneira a permitir que você entenda a linguagem própria da
Sociologia do Trabalho, os conceitos centrais, os principais autores e os principais tópicos dentro de cada
item do Edital, além de diversas reflexões sociológicas que faremos ao longo das aulas.
Ao final de cada aula haverá um capítulo de resumo dos principais tópicos tratados ao longo da aula.
Quanto ao treinamento por meio das questões, teremos questões da Banca, adaptação de algumas bancas
úteis pedagogicamente e várias inéditas e no padrão múltiplo da Banca. Aproveitem todos os comentários -
feitos com dedicação e carinho!
Ademais, tenho certeza de que você, que almeja ser servidor público, em alguma medida, está familiarizado
com esse campo do conhecimento. Aproveite seu conhecimento "de mundo". Atenas tenha cuidado para
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separar suas preferências individuais. Para efeitos de concurso, apreenda o conceito, coloca o X no lugar
certo, use tanto quanto útil for nas discursivas, seja aprovado e muito feliz :)
Outra observação preliminar: este é um curso focado em concurso, logo, se diferencia dos temas mais
acalorados do mundo acadêmico e/ou político-partidário. Importante frisar isso para alinharmos nossas
expectativas, correto?! Manteremos o foco nesse objetivo!!
Estarei à disposição em todos os canais do Estratégia Concursos e nos meus pessoais para que vocês possam
dirimir suas dúvidas sempre que precisarem.
Pra cima!!! :)
CRONOGRAMA DE AULAS
Aula Tópico do Edital
1 A Sociologia do trabalho e seu objeto de estudo: 1.1 O trabalho como uma
categoria do pensamento sociológico. 1.2 O Conceito de Trabalho. 3.1 O
trabalho no pensamento clássico (Parte 1). 1.6 Divisão do trabalho e
distribuição de tarefas. 3.3 Divisão social do trabalho. 3.4 Divisão
sociossexual e racial do trabalho 1.7 Processo de trabalho e organização de
Aula 01 trabalho. 1.8 O trabalho humano e sua evolução histórica: trabalho
escravizado, trabalho feudal em servidão, trabalho livre desprotegido.
Aula 02 2 Fases históricas iniciais da industrialização: 2.1 Artesanato, manufatura,
maquinofatura e mecanização da produção. 2.2 A Revolução Industrial e o
capitalismo industrial. 2.4.1 O movimento operário.
Aula 02 3 O trabalho como categoria estruturante na sociedade capitalista: 3.1 O
trabalho no pensamento clássico (Parte 2). 1.4 Exploração e alienação. 3.2
A teoria do valor-trabalho. 1.3 Trabalho: ação, necessidade e coerção. 1.5
Trabalho e progresso técnico. 2.3 Modelos de gestão e organização do
trabalho: taylorismo, fordismo, toyotismo.
Aula 02 2.4 A organização dos trabalhadores e trabalhadoras: 2.4.1 O movimento
operário. 2.4.2 Sindicalização e militantismo. 2.4.3 A ação sindical e sua
tipologia. 2.4.4 A evolução do sindicalismo diante das transformações do
mundo do trabalho. 2.4.5 Greves e conflitos trabalhistas.
Aula 02 2.5 A crise atual da sociedade do trabalho: 2.5.1 O processo de globalização,
seus efeitos sociais e as novas cadeias produtivas. 2.3 Modelos de gestão e
organização do trabalho: plataformas digitais e seus impactos no
trabalhador e na sociedade. 2.5.2 O proletariado de serviços, as plataformas
digitais, a inteligência artificial e o ciberproletariado. 2.5.3 A necessidade de
novas competências, qualificações e as funções em extinção. 2.5.4
Flexibilização, informalidade, terceirização e precarização das condições de
trabalho.
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Portanto, antes de nos aprofundarmos na análise específica do trabalho, é fundamental estabelecer uma
compreensão sólida do âmbito sociológico como um todo. Não será nada aprofundado, apenas uma noção
para você se situar. Então, vamos que vamos!
Nessa linha, podemos dizer que a crítica científica nasce a partir de um questionamento a uma realidade
dada e, muitas vezes, estabelecida como senso comum. Em muitos sentidos, as Ciências nasceram da
tensão, na vida social, entre conservar o mundo tal como ele era ou revolucioná-lo. Por isso que:
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MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia? São Paulo: Editora Brasiliense. u, p. 18.
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Pense, por exemplo, no debate resgatado por Copérnico (1473-1543) e Galileu (1564-1642) sobre a teoria
da Terra esférica, durante a Renascença. Digo resgatado porque a filosofia da antiguidade grega, ou seja, em
um tempo antes de Cristo, já levantava a hipótese de que a Terra seria redonda e não plana.
O questionamento provocado tanto pelo conhecimento da teoria da esfericidade da terra, quanto pela teoria
heliocêntrica2, além de questionar dogmas, passou das ideias à prática quando as grandes navegações
marítimas (séculos XV e XVI) começaram a conquistar o mundo e confirmaram que, de fato, a terra é
redonda.
Queridos e queridas, a Sociologia surgiu no contexto das transformações ocorridas na sociedade europeia
do século XVIII e, especialmente, do século XIX. Isso porque foi nesse momento que ideias e contextos
começaram a alterar a forma de perceber e analisar a realidade.
2
Durante muito tempo, entre a Idade Média e o Renascimento, questionou-se: é o Sol que gira ao redor da Terra ou
é a Terra que gira ao redor do Sol? Essa pergunta já foi motivo de grandes disputas, condenações e mortes na
fogueira. O heliocentrismo afirma que é a Terra que gira ao redor do Sol. Nesse sentido, uma visão que confrontou
dogmas religiosos que alegavam o contrário.
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Dentre os fatores históricos que levaram ao estudo da sociedade enquanto Ciência, a partir do século XIX,
destaco:
Com isso, diversos problemas sociais apareceram: suicídios; vícios, como alcoolismo; aumento da
criminalidade; violência contra crianças e mulheres; doenças, como a cólera; etc. É claro que a
miséria não foi uma produção do capitalismo. Mas a escala desses problemas saltava aos olhos do
mais distraído observador social e as velhas respostas não geravam soluções, porque, afinal, os
motivos dos problemas eram distintos.
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c) A produção industrial levou à concentração dos trabalhadores nas cidades, fábricas e nas
periferias das cidades. Ou seja, o surgimento de um novo fenômeno social: as massas
operárias;
d) Novos conflitos sociais aparecem, com destaque para a oposição latente entre empregados
e empregadores, ou entre proletários e capitalistas;
e) Contraste entre ampla riqueza criada pela industrialização e a pobreza em abundância, ou
seja, desigualdades sociais;
f) O sistema econômico passou a ser caracterizado pela liberdade nas trocas de mercadoria pela
busca de melhores lucros por parte dos empresários e comerciantes. Juntamente, o Estado
redefiniu seu papel, pois o grau de intervenção estatal nos negócios econômicos diminui,
comparando-se como no Antigo Regime.
Além disso, o contraste entre o avanço tecnológico, de um lado, e miséria, do outro, produzia
intensos debates no meio acadêmico e intelectual. Algumas perguntas investigativas passaram,
então, a serem feitas por pensadores:
“o fato novo que chama a atenção de todos os observadores da sociedade, no princípio do século
XIX, é a indústria”3.
Assim, diversos pensadores, cada qual com sua perspectiva e elaboração, discordavam em muitos
aspectos, mas concordavam que as novas condições de vida após os processos da “dupla
revolução” passaram a produzir fenômenos sociais inteiramente novos. Por isso, é possível
3
Idem, p. 79.
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considerar os estudos da sociedade entre os séculos XVIII e XIX como uma resposta intelectual às
novas situações colocadas pós-Revoluções4.
O pesquisador e sociólogo Carlos Benedito Martins, assim resume o momento histórico mais
“macro” do aparecimento da Sociologia:
O seu surgimento ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os
derradeiros momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da
civilização capitalista. A sua criação não é obra de um único filósofo ou cientista, mas
representa o resultado da elaboração de um conjunto de pensadores que se
empenharam em compreender as novas situações de existência que estavam em
curso.5 (grifos nossos)
Diante do debate apresentado, podemos concluir que, no contexto da “dupla revolução”, a ordem social, ou
a sociedade, ou as relações sociais, enfim, a vida em coletividade, passou a ser o OBJETO DE ESTUDO das
Ciências Humanas. Nesse sentido, as relações social de trabalho ganham relevo.
Repare que a Revolução Industrial foi determinante para que os pensadores sociais "virassem a chave" e
passassem a melhor compreender os fenômenos da produção da riqueza e dos modos de vida. Desse modo,
o trabalho aparece como uma categoria fundamental para ser compreendida.
Não por menos, o Edital do CNU contém o seguinte conteúdo: "Fases históricas iniciais da industrialização:
2.1 Artesanato, manufatura, maquinofatura e mecanização da produção. 2.2 A Revolução Industrial e o
capitalismo industrial", assuntos de nossa próxima Aula.
1 A Sociologia do trabalho e seu objeto de estudo: 1.1 O trabalho como uma categoria do pensamento
sociológico. 1.2 O Conceito de Trabalho. 3.1 O trabalho no pensamento clássico (Parte 1). 1.6 Divisão do
trabalho e distribuição de tarefas. 3.3 Divisão social do trabalho. 3.4 Divisão sociossexual e racial do trabalho
1.7 Processo de trabalho e organização de trabalho. 1.8 O trabalho humano e sua evolução histórica: trabalho
escravizado, trabalho feudal em servidão, trabalho livre desprotegido.
Essa seção cobre o ponto 1.8 dos seu Edital - O trabalho humano e sua evolução histórica:
trabalho escravizado, trabalho feudal em servidão, trabalho livre desprotegido.
4
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia? São Paulo: Editora Brasiliense. 2010, p. 16.
5
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia? São Paulo: Editora Brasiliense. 2010, pp. 10-11.
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Considerando que o mundo do trabalho é apenas uma das dimensões de um amplo espectro de
transformações radicais que afeta nossas vidas, podemos identificar o objeto de estudo da Sociologia do
Trabalho nas relações sociais no contexto laboral, investigando as interações entre os indivíduos, grupos e
instituições no ambiente de trabalho.
Implicações Sociais do Trabalho: Examina como as relações de trabalho impactam não apenas os
indivíduos, mas também as comunidades e a sociedade como um todo. Avaliação das consequências
sociais das mudanças nas condições de emprego, desigualdades laborais e práticas de gestão.
Ao se concentrar nessas áreas, a Sociologia do Trabalho fornece uma visão aprofundada das complexidades
do ambiente laboral, contribuindo para a compreensão mais ampla das dinâmicas sociais e econômicas em
uma sociedade. Essa abordagem específica destaca a importância de analisar as relações de trabalho como
um componente vital da estrutura social.
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uma nação que teve mão de obra escrava até fins do século XIX, de uma economia dependente, de
industrialização tardia e de uma frágil estruturação do mercado de trabalho" 6.
O papel do trabalho na compreensão do indivíduo na vida nos remete à pensadores que "fundaram o
pensamento social. Mesmo antes do estabelecimento da sociologia como disciplina, pensadores já
destacavam o trabalho como um elemento central e de grande importância. Entre esses pensadores, Hegel
se destaca como um dos mais influentes.
Hegel, em seu sistema filosófico, desenvolveu uma visão abrangente do trabalho, enxergando-o como um
componente essencial para a análise do homem em relação à natureza e à formação da consciência. Em
sua abordagem, o trabalho não apenas é considerado a fonte de riqueza e civilização, mas também é
percebido como um processo de exteriorização dialética do sujeito.
O filósofo sustentava a tese de que o trabalho atua como um elemento mediador na relação entre o homem
e a natureza, oferecendo suporte para a formação da consciência. Em outras palavras, é por meio do
trabalho que o homem decodifica a natureza, utilizando-a de maneira instrumental e libertando-se da tirania
imposta por esta.
Essa concepção fundamentou o sistema de necessidades de Hegel, onde o trabalho é pensado como
elemento de mediação entre as necessidades subjetivas e as necessidades do outro. Os produtos do trabalho
desempenham o papel de mediadores entre esses dois polos, uma vez que as necessidades do outro
assumem um status de necessidade pessoal. A satisfação de uma necessidade subjetiva torna-se possível na
medida em que o trabalho adquire uma dimensão social, isto é, geral.
Embora reconhecendo a complexidade do sistema filosófico de Hegel, é inegável sua importância para a
compreensão do trabalho na formação do pensamento social e, em especial, no pensamento sociológico,
como veremos a seguir. Sua abordagem permitiu analisar o trabalho em relação a dois polos distintos:
como exteriorização do sujeito e como interiorização do social.
6 BRIDI, Maria Aparecida. BRAGA, Ruy. SANTANA, Marco Aurélio. Sociologia do Trabalho no Brasil hoje:
balanço e perspectivas. Revista Brasileira de Sociologia, vol. 6, núm. 12, pp. 42-64, 2018.
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Na tradição sociológica que se seguiu, o trabalho manteve-se como uma categoria central. Autores como
Marx, Weber e Durkheim, na construção de suas teorias, reafirmaram a centralidade do trabalho na análise
da vida social.
Assim, o trabalho não é apenas um componente econômico, mas uma força que molda as relações
sociais, a estrutura da sociedade e a própria identidade do indivíduo.
Karl Marx herdou a tradição hegeliano e isso fez com que construísse conceitos e análises todos baseados
no trabalho: classes sociais, luta de classes, capital, trabalho, força de trabalho, exploração capitalista, entre
outros. Mas, além disso, Marx consolidou na tradição sociológica a noção de trabalho como a "eterna
necessidade natural da vida social", ou seja, meio pelo qual o homem como ser social conseguiu se impor
sobre a natureza, transformando-a enquanto mudava a si mesmo.
Guarde esta noção, pois ela será importante para os estudos sobre alienação (Aula 03).
Por ora, é importante destacar que vem de Karl Marx a compreensão de que a posição do trabalhador no
processo produtivo é o princípio organizador da estrutura social; de que a dinâmica do desenvolvimento é
pautada pelos conflitos gerados em torno da exploração no plano das relações de trabalho, e de que a
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"trabalho é tanto o processo quanto o produto de trabalho produtivo. Quando um carpinteiro fabrica
uma estante e a vende, o que está sendo vendido é trabalho, o valor do qual está contido na
estante. Nesse sentido, o conceito de trabalho descreve não apenas uma atividade, mas uma
relação especial entre o indivíduo, o trabalho e os frutos desse trabalho"
Outro sociólogo fundamental cuja concepção de trabalho que devemos ter em mente é Max Weber. Ele
analisou a concepção moderna de trabalho.
Weber destacou, em particular, a influência da ascese protestante e outras visões de mundo, tanto intra
quanto extramundanas, na configuração do trabalho como uma vocação . Este conceito transformou não
apenas a mentalidade individual, mas também as estruturas sociais, especialmente no contexto do
surgimento da burguesia.
A ascese protestante, de acordo com Weber, desempenhou um papel crucial ao converter o burguês em um
homem de negócios racional. Essa visão de mundo não apenas justificava, mas também promovia a
dedicação ao trabalho como uma expressão do destino designado por Deus para a vida das pessoas. Os
trabalhadores, por sua vez, eram incentivados a adotar uma abordagem sóbria, consciente e comprometida
com o trabalho, considerando-o como parte essencial do plano divino.
A análise de Weber vai além ao evidenciar o papel do trabalho na composição da racionalidade capitalista.
Ele ressalta como a racionalidade estratégica do cálculo capitalista tornou-se a força motriz predominante
na racionalização da sociedade. Nesse contexto, o trabalho é desvinculado de critérios tradicionais de
referência doméstica e de satisfação pessoal do indivíduo, passando a ser orientado por uma lógica
calculista e pragmática.
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Émile Durkheim, pioneiro da sociologia francesa, ofereceu uma significativa contribuição para a sociologia
do trabalho, enfocando a atividade laboral como essencial para compreender a estrutura social. Ele enfatizou
a importância da divisão social do trabalho na formação da sociedade industrial moderna. Assim, para
Durkheim era o processo de interação do indivíduo na sociedade.
Assim, para o pensador francês, o trabalho não era apenas como uma prática individual, mas o uma atividade
social abrangente, abarcando a produção e a troca de bens e serviços. Ele também defendeu que a atividade
laboral é uma fonte de realização pessoal e contribuição para a sociedade, conferindo significado à vida e
moldando a identidade social. Assim, Durkheim ressaltou o trabalho como elemento fundamental na
coesão social.
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A) linguagem.
B) política.
C) trabalho.
D) desigualdade.
E) luta de classes.
Comentários:
A Ontologia do ser social refere-se ao estudo filosófico da natureza do ser social, buscando
compreender as características essenciais que distinguem os seres humanos do restante da
natureza e isso é, segundo a tradição hegeliana, herdada por Marx, trabalho. O trabalho é
considerado o fundamento ontológico do ser social, uma vez que a atividade laboral
desempenha um papel central na organização da vida humana e na formação da sociedade
Portanto, gabarito é alternativa C.
Vamos analisar as outras opções e justificar por que não se trata da ontologia do ser social:
A) Linguagem: A linguagem desempenha um papel crucial na vida social e é uma característica
distintiva dos seres humanos. No entanto, do ponto de vista da ontologia do ser social, a
linguagem é mais uma manifestação ou dimensão da existência humana do que o fundamento
ontológico em si. A ontologia busca princípios mais fundamentais que expliquem a natureza
essencial do ser social, e o uso da linguagem é uma expressão dessa natureza, mas não o seu
fundamento.
B) Política: A política é uma dimensão importante da vida social, mas não é o fundamento
ontológico do ser social. A política refere-se à organização e gestão da sociedade.
D) Desigualdade: A desigualdade social é uma característica que pode emergir no contexto da
sociedade, mas não é o fundamento ontológico do ser social.
E) Luta de classes: A luta de classes é um conceito associado à teoria sociológica desenvolvida
por Karl Marx. Embora seja relevante para compreender dinâmicas sociais, não constitui o
fundamento ontológico do ser social.
Gabarito: C
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Trabalho em Lukács:
Para Lukács, o trabalho é central na ontologia social, representando a atividade humana
que transforma a natureza e, ao mesmo tempo, transforma os próprios indivíduos. Ele
destaca a dimensão ontológica do trabalho, argumentando que é por meio do trabalho
que os seres humanos se relacionam ativamente com o mundo e constroem sua própria
humanidade. O trabalho é visto como a mediação entre os seres humanos e a natureza,
sendo a atividade pela qual a consciência e a objetividade se encontram.
Lukács enfatiza que o trabalho é uma atividade prática e teleológica, ou seja, orientada
para objetivos. É através do trabalho que os seres humanos projetam seus objetivos,
moldam a realidade de acordo com suas necessidades e, assim, constroem sua própria
existência social. Portanto, para o pensador húngaro, o trabalho desempenha um papel
fundamental na ontologia social, sendo a atividade que conecta os seres humanos à sua
própria humanidade.
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Podemos afirmar que o trabalho é uma categoria do pensamento sociológico porque, ao longo do
desenvolvimento da sociologia como disciplina acadêmica, o trabalho emergiu como um fenômeno central
para a compreensão das dinâmicas sociais, econômicas e culturais.
Portanto, na medida em que a sociedade ocidental, transformada pela revolução industrial e pelo
capitalismo, se desenvolveu e fez do trabalho sua principal mercadoria e o mecanismo de geração
de valor e de alavanca para o processo de acumulação capitalista, o trabalho se impôs como
categoria central e fundamental para o entendimento dessa sociedade. 7
Assim, se trabalho "constrói" - ou estrutura a sociedade, então, ele é categoria explicativa das relações
sociais. Logo, uma categoria central para a Sociologia.
Se considerarmos as respostas fornecidas entre o final do século XVIII e o final da I Guerra Mundial
às questões relativas aos princípios organizativos da dinâmica das estruturas sociais, certamente
chegaremos à conclusão de que ao trabalho foi atribuída uma posição-chave na teoria
sociológica. O modelo de uma sociedade burguesa gananciosa, preocupada com o trabalho,
movida por sua racionalidade e abalada pelos conflitos trabalhistas constitui - não obstante suas
diferentes abordagens metodológicas e conclusões teóricas - o ponto focal das contribuições
teóricas de Marx, Weber e Durkheim. 8
7
CARDOSO, Luís Antonio. A categoria trabalho no capitalismo contemporâneo. Revista Tempo Social,
2011, pp. 265-295.
8
OFFE, Claus. TRABALHO: a categoria-chave da sociologia?
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Centralidade na Vida Social: O trabalho é uma atividade humana fundamental que desempenha um papel
central na organização da vida social. Ele influencia não apenas a subsistência econômica, mas também a
estruturação das relações sociais, identidades individuais e coletivas, e as dinâmicas de poder.
Impacto nas Relações Sociais: A forma como o trabalho é organizado e distribuído afeta diretamente as
relações sociais. A divisão do trabalho, por exemplo, cria padrões de interdependência entre diferentes
grupos e indivíduos, moldando a estrutura social e as hierarquias existentes.
Reflexos nas Desigualdades Sociais: O acesso ao trabalho, os tipos de empregos disponíveis e as condições
laborais têm implicações diretas nas desigualdades sociais. A sociologia explora como as estruturas sociais
influenciam a distribuição desigual do trabalho e suas consequências para grupos específicos na sociedade.
Transformações Econômicas e Sociais: O trabalho é sensível às mudanças econômicas e sociais, e seu estudo
permite compreender as transformações ao longo do tempo. Desde a Revolução Industrial até as formas
contemporâneas de emprego, a sociologia analisa como essas mudanças afetam as relações sociais, a
identidade e as instituições.
Construção de Identidade: O tipo de trabalho que uma pessoa realiza muitas vezes contribui para a
construção de sua identidade. A sociologia explora como as ocupações e as experiências laborais moldam a
autopercepção e a forma como os outros percebem os indivíduos na sociedade.
Relação com Outras Instituições Sociais: O trabalho está interligado com outras instituições sociais, como a
família, a educação e o governo. A sociologia investiga como essas instituições influenciam e são
influenciadas pelo mundo do trabalho.
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O debate sobre a centralidade do trabalho como categoria sociológica é vasto. Para efeitos de prova, vou
deixar uma listinha de autores e conceitos. Muitos deles veremos ao longo do nosso curso de maneira mais
aprofundada.
Émile Durkheim:
Durkheim aborda o trabalho no contexto da solidariedade social. Sua teoria da solidariedade orgânica
destaca como a especialização e divisão do trabalho contribuem para a coesão social em sociedades
complexas.
Max Weber:
Weber oferece uma abordagem multidimensional do trabalho. Sua análise da ética protestante e o
espírito do capitalismo explora as conexões entre valores culturais e práticas econômicas, ampliando
a compreensão do trabalho para além da esfera econômica.
Harry Braverman:
Autor de "Trabalho e Capital Monopolista", Braverman analisa a desumanização do trabalho nas
sociedades capitalistas. Ele destaca como a gestão científica e a tecnologia impactam negativamente
a experiência dos trabalhadores.
Antonio Gramsci:
Gramsci introduz o conceito de hegemonia, explorando como as ideias e valores associados ao
trabalho são difundidos na sociedade. Ele examina como a classe dominante mantém sua influência
cultural.
Divisão do Trabalho: A teoria da divisão do trabalho, de Adam Smith a Durkheim, destaca como a
especialização e a distribuição de tarefas contribuem para a eficiência econômica e a coesão social,
mas também podem gerar desigualdades.
Alienação: A alienação, conforme proposta por Marx, refere-se à perda de controle e significado no
trabalho. A crítica se estende às condições de trabalho capitalistas que podem desumanizar os
trabalhadores.
Trabalho Imaterial e Pós-Fordismo: Autores contemporâneos, como Maurizio Lazzarato e Antonio
Negri, exploram o trabalho imaterial na era digital, destacando como as formas de trabalho evoluíram
além da produção industrial tradicional.
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Feminismo e Trabalho: Autoras como Silvia Federici e Heidi Hartmann criticam a divisão sexual do
trabalho, destacando como as mulheres enfrentam desigualdades no mercado de trabalho e em suas
responsabilidades domésticas.
Globalização e Trabalho Precário: A globalização trouxe mudanças nas formas de trabalho, incluindo
o aumento do trabalho precário. Autores como Guy Standing analisam as consequências sociais e
econômicas dessas mudanças.
A crise estrutural do capitalismo, seguida pelas crises do Estado, da regulação econômica e do tradicional
sistema taylorista/fordista, bem como o surgimento de um novo setor produtivo baseado em tecnologias da
informação, automação microeletrônica e economia de serviços, levam esses autores a argumentar que esse
momento histórico, a partir dos anos de 1960, está associado a uma crise da racionalidade capitalista e,
por consequência, da concepção de uma sociedade do trabalho.
Vejamos alguns autores dentro desse debate sobre a crise da racionalidade do capitalismo e a perda da
centralidade da categoria trabalho como explicativa ada vida social
Jürgen Habermas:
Habermas argumenta que o valor trabalho tornou-se obsoleto, sendo substituído pela ciência como força
produtiva principal. propõe uma nova distinção entre trabalho e interação, destacando a emergência de uma
"racionalidade comunicativa". Em seu livro "Teoria da ação comunicativa", o autor reinterpreta a
racionalização weberiana, introduzindo a "racionalidade comunicativa" como categoria fundamental. Ele
sugere que o sistema capitalista, ao instrumentalizar o mundo da vida, não consegue colonizá-lo totalmente.
Nesse contexto, a esfera comunicacional, centrada na intersubjetividade e interação, assume importância
central, deslocando a centralidade do trabalho na sociedade pós-industrial. O autor busca mostrar que há
um deslocamento de centralidade das categorias sociais, substituindo a esfera do trabalho pela esfera
comunicacional como o novo núcleo da utopia na sociedade contemporânea.
André Gorz:
André Gorz, em seu livro "Adeus ao proletariado," argumenta que a classe operária está desaparecendo
devido à crise no sistema europeu de produção e à automação. Ele introduz a ideia da "não-classe-de-não-
trabalhadores," composta por pessoas excluídas do mercado formal de trabalho. Essa mudança resulta em
uma dualização do mercado de trabalho, com um centro de trabalhadores em tempo integral e uma periferia
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Claus Offe:
Influenciado por Habermas, em eu livro Trabalho & Sociedade, Offe analisa evidências empíricas, destacando
três argumentos: a crise da sociedade do trabalho, a capacidade decrescente de absorver mão de obra e a
diferenciação interna dos trabalhadores assalariados. Ele argumenta que a sociedade do trabalho do século
XX está em crise, perdendo o trabalho assalariado como fator de integração social. Offe observa a
transformação do trabalho devido ao declínio do setor industrial, crescimento do setor de serviços,
desemprego e expansão do emprego parcial. Ele destaca a perda da ética do trabalho e a ampliação do
tempo livre como tendências. Offe propõe que a sociologia deve buscar novas categorias além do trabalho,
explorando questões como étnica, gênero e ecologia. Ele enfatiza a necessidade de construir o pensamento
social sobre a base comunicacional da nova racionalidade do sistema, que se apoia no espaço vital, modo de
vida e cotidiano da sociedade contemporânea.
Robert Kurz:
Robert Kurz, em seu livro, O colapso da modernização, desenvolve a tese do colapso da modernização e
da crise do trabalho abstrato. Ele argumenta que a modernização, baseada na forma de mercadoria das
relações sociais, está em um processo de crise qualitativamente diferente das crises cíclicas, apontando para
um possível colapso. Kurz acredita que a crise do sistema mundial de produção vai além da sociedade
industrial, do mercado e do Estado, transcendendo a sociedade do trabalho. Com base no avanço
tecnológico, especialmente após a crise do fordismo na década de 1970 e o desenvolvimento das novas
tecnologias de informação e comunicação, microeletrônica e automatização, o autor vislumbra a crise do
trabalho abstrato.
Segundo Kurz, a intensificação da racionalidade técnica leva o sistema capitalista a perder sua capacidade de
explorar o trabalho, resultando na construção paradoxal de sua própria destruição. O aumento do trabalho
morto em detrimento do trabalho vivo cria uma massa de excluídos que não se ajustam ao novo sistema. Ele
também destaca a lógica destrutiva da ciência, inaugurando uma "era das trevas" em que o horror não é
mais a superexploração do trabalho, mas a ausência dessa exploração para muitos.
Kurz propõe que, nesse cenário de decadência social, moral e econômica, o surgimento do terceiro setor
pode oferecer uma possibilidade de superação da racionalidade econômica vigente, dando origem a uma
nova racionalidade de reprodução social baseada na solidariedade. Ele relaciona a crise do trabalho
abstrato ao papel do Estado e do mercado, argumentando que ambos se tornam irrelevantes quando a forma
de reprodução social da modernidade perde completamente a capacidade de integração.
Por fim, Kurz sugere que a luta pela superação da crise deve ser liderada por um movimento social
consciente, capaz de derrubar os aparatos estabelecidos, e destaca o papel das ciências sociais na elevação
da consciência crítica da sociedade.
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Comentários
a) Incorreta. Os argumentos de Claus Offe indicam, na verdade, uma crise na sociedade do
trabalho, destacando a diminuição da capacidade de absorção da força de trabalho, entre
outros fatores.
b) Incorreta. Offe destaca uma transformação na sociedade do trabalho, marcada por
mudanças nas estruturas de emprego, declínio de ocupações no setor secundário, desemprego
estrutural e avanço da racionalidade técnica.
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c) Incorreta. Offe não sugere que a crise na sociedade do trabalho seja temporária; pelo
contrário, ele argumenta que há uma perda fundamental na centralidade do trabalho como
categoria sociológica.
d) Incorreta. Offe não atribui a crise da sociedade do trabalho à falta de investimento em
tecnologias; ele destaca fatores como a diminuição da capacidade de absorção da força de
trabalho e a perda da qualidade subjetiva do trabalho.
e) Correta. Esta alternativa reflete os principais argumentos de Claus Offe, resumindo as
mudanças observadas na sociedade do trabalho, incluindo a crise na capacidade de absorção
da força de trabalho e a perda da centralidade do trabalho.
Gabarito: B
Além dos teóricos críticos clássicos dos anos de 1970, temos outros autores e teses mais recentes que valem
ser sistematizadas para efeitos de prova.
Discussão: Autores como Daniel Bell e Alain Touraine argumentam que as sociedades contemporâneas estão
se movendo para além da ênfase no trabalho industrial tradicional. Eles destacam a crescente importância
de setores de serviços e o aumento do trabalho imaterial, sugerindo que a centralidade do trabalho industrial
está diminuindo.
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Discussão: A automação e a inteligência artificial têm levantado questões sobre o impacto futuro do trabalho.
Autores como Jeremy Rifkin argumentam que a automação pode resultar em uma diminuição significativa
da necessidade de trabalho humano, desafiando a centralidade do trabalho como fonte primária de
identidade e sentido na sociedade.
Discussão: A ascensão da economia de gig e formas precárias de emprego levanta questões sobre a
estabilidade e segurança no trabalho. Autores como Guy Standing, em seu conceito de "precariado",
exploram as implicações sociais dessas mudanças, sugerindo uma transformação nas relações de trabalho e
nas estruturas sociais tradicionais.
Discussão: Autores como Richard Sennett e Zygmunt Bauman abordam como as mudanças na natureza do
trabalho afetam a construção de identidade. A instabilidade no emprego e a natureza fragmentada do
trabalho contemporâneo desafiam a concepção tradicional de trabalho como fonte primária de identidade
social.
Discussão: Autores ecologistas, como André Gorz, argumentam que a obsessão pela produção e consumo
incessantes, relacionada à centralidade do trabalho, é insustentável e deve ser repensada em face dos
desafios ambientais. Eles propõem uma redução do tempo de trabalho como parte de uma redefinição mais
ampla de valores.
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Essa seção cobre o ponto 1.8 dos seu Edital - O trabalho humano e sua evolução histórica:
trabalho escravizado, trabalho feudal em servidão, trabalho livre desprotegido.
O valor moral e o sentido que a sociedade atribui ao trabalho diferenciou-se ao longo do tempo histórico.
Para Max Weber, por exemplo, para cada tipo de trabalho temos uma concepção sobre ele, ou seja, uma
ética que dá sentido ao trabalho em determinadas formas de organização social.
Na sociedade Ocidental atual, atribuímos um valor positivo e progressista ao trabalho. Desde pequeninhas,
as crianças respondem as perguntas dos adultos: "e aí, o que você vai ser quando crescer?" Ai que lindinho,
quer ser bombeiro, enfermeira, cantora, médico, jornalista, patinadora, advogada, auditor fiscal do
trabalho.... e por aí vai. Até que você chega na adolescência, ensino médio e vem nova pergunta: e aí vai
prestar o quê? Então, espera-se que alguns tenham superado aqueles sonhos de criança...esperam algo que
seja “economicamente sustentável”, socialmente reconhecido, empregável, aceito no mercado, dentre N
motivos.
Simbolicamente, para você, deve ser mais fácil entender o que estamos inferindo. Mas
será que sempre foi assim?
✓ Será que o trabalho sempre foi visto como uma forma de acessar uma melhor condição de
vida?
✓ Será que o trabalho infantil sempre foi considerado um problema?
✓ Será que o ócio e a desocupação sempre foram combatidos pelas sociedades?
✓ Será que a desigualdade salarial determinada pelo sexo sempre foi criticada?
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Assim, precisamos desenhar um panorama pelos momentos históricos mais significativos a fim de entender
os sentidos que cada sociedade atribui à atividade laboral. Esse recurso é fundamental para você exercer
comparações com as relações de trabalho no capitalismo, assunto que será cobrado na prova, certamente.
Vamos lá?
Conceitos como “acumulação”, “lucro”, “investimento”, passam longe dessas sociedades. Ou seja, não há
um paralelo entre o que a História Europeia (desde Antiguidade Clássica, Era Medieval, até os dias atuais)
vivenciou como trabalho e o que foi vivenciado.
As tarefas são realizadas por equipamentos/instrumentos considerados pelos padrões atuais como simples
e rudimentares. Claro, reforço que essa perspectiva é segundo os padrões da modernidade, pois para o
tempo e contexto dessas sociedades os instrumentos atendiam às exigências sociais em que viviam.
A atividade laboral era concentrada em: caça, pesca, pequena agricultura, extrativismo vegetal,
metalurgia rudimentar.
Contudo, se do ponto de vista do trabalho em si, pode-se considerar pouco complexa a interação entre
homem e natureza, do ponto de vista subjetivo dessas sociedades são muito complexas, com suas crenças e
mitos. Não por menos que aprendemos com Émile Durkheim que a coesão social é gerada de forma
mecânica pelos costumes, crenças e mitos.
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Veja que interessante, um exemplo da atualidade, que provoca uma nos ajuda a aplicar alguns
conceitos aprendidos até aqui:
Os índios Yanomami, da Amazônia, em geral, dedicam-se pouco mais de 3 horas por dia às
atividades de trabalho em si, consideradas como produção. Já os Kung, do deserto do Kalahari,
na África, dedicam-se por volta de 4 horas por dia.
E por que isso profe?
Veja, são especulações, mas é certo que os membros das Sociedades Coletivistas, ou
coletivistas, se relacionam de forma diferente com a natureza, com o meio em que vivem,
comparando-se com o nosso estilo de vida predador da natureza. A terra, para essas outras
formas de sociedade, está recheada de significação simbólica, ou seja, possui valor
cultural. Se agregarmos uma concepção marxista nesta especulação, diríamos que nas
"Sociedades Coletivistas" homem e natureza não estão separados, não houve a alienação
do trabalho, o estranhamento entre as duas partes, há uma conexão. Pegou a reflexão
sociológica?
Outra especulação é a que nos apresenta o antropólogo francês Pierre Clastres. Para ele as
"Sociedade Coletivistas" possuem um determinado tipo de relações de trabalho que não é
baseada na necessidade de acumulação de bens ou alimentos, os quais estão sempre à
disposição na natureza. Diante de sua forma de relacionamento com o meio em que vivem,
não é correto dizer que nelas há um mundo do trabalho, tal como se concebe
modernamente.
Aqui, o trabalho moderno não tem um valor preponderante. Isso porque, a ideia de
“mundo do trabalho” está intimamente relacionada a sociedades que se desenvolveram e
se estruturaram por conta do trabalho, nas quais essa categoria, TRABALHO, possui valor
preponderante por ter alterado/transformado o meio em que se vive.
Pegou a referência?
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Nas sociedades em que predominou o modo de produção escravista os escravos eram, em geral, prisioneiros
de guerra. Já os trabalhadores livres, em menor proporção, dedicavam-se ao artesanato e ao campesinato.
Essas duas categorias de trabalhadores também estavam subordinadas às classes proprietárias. Vale lembrar
que, em Atenas, os cidadãos não trabalhavam e, para que essa condição existisse, os escravos eram peça
chave no sistema grego. Para que os cidadãos tivessem tempo para se dedicar às atividades da Polis, o
trabalho escravo era essencial. Por sua vez, o trabalho era considerado algo menor, ruim. O que os cidadãos
atenienses valorizavam, por exemplo, era o tempo livre para pensar.
Em Atenas, na época clássica, quando poetas cômicos qualificavam um homem por seu
ofício (Eucrates, o comerciante de estopa; Lisicles, o comerciante de carneiros), naõ era
precisamente para honrá-los; só é homem por inteiro quem vive no ócio. Segundo Platão,
uma cidade benfeita seria aquela na qual os cidadãos fossem alimentados pelo trabalho
rural de seus escravos e deixassem os ofícios para a gentalha: a vida “virtuosa”, de um
homem de qualidade, deve ser “ociosa” (...). Para Aristóteles, escravos, camponeses e
negociantes não poderiam ter uma vida feliz, quer dizer, ao mesmo tempo próspera e cheia
de nobreza: podem-no somente aqueles que têm os meios de organizar a própria
existência e fixar para si mesmos um objetivo ideal. Apenas esses homens ociosos
correspondem moralmente ao ideal humano e merecem ser cidadãos por inteiro. “A
perfeição do cidadão não qualifica o homem livre, mas só aquele que é isento das tarefas
necessárias das quais se incumbem servos, artesãos e operários não especializados; estes
últimos não serão cidadãos, se a constituição conceder os cargos públicos à virtude
levando-se uma vida de operário ou de trabalhador braçal”. Aristóteles não quer dizer que
um pobre não tenha meios ou oportunidades de praticar certas virtudes, mas, sim, que a
pobreza é um defeito, uma espécie de vício.
(VEYNE, Paul. O Império Romano. In:____.(org). Do Império Romano ao ano mil. São Paulo:
Companhia das Letras. 1989. P. 124-125)
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Nesse sentido, a formação social do feudalismo está baseada na estrutura estamental com duas
classes elementares para as relações de trabalho: senhores e servos. Estes camponeses eram
quem, de fato, trabalhavam na terra para gerar certa riqueza.
Veja que interessante, uma espécie de hibridismo: os servos não eram escravos, mas também não eram
totalmente livres, pois estavam presos à terra e ao Senhor por meio das obrigações e taxas feudais.
Na ordem feudal, ainda sob o enfoque do TRABALHO, pode-se dizer que o clero e os senhores feudais
viviam do trabalho alheio. A terra era o principal meio de produção, mas os trabalhadores (os servos) não
tinham direito à posse.
Como vemos nas aulas de História, a mentalidade feudal era muito influenciada pela Igreja Católica e esta
instituição pregava que a divisão desigual da sociedade fazia parte da ordem divina criada por Deus, por
isso, deveria ser aceita por todos, sob pena de castigos divinos terríveis.
Veja abaixo um texto de um clérigo, Eadmer de Canterbury (ou Cantuária), do século XI, que define bem a
visão da época acerca do trabalho:
A razão de ser dos carneiros é fornecer leite e lã, a dos bois é lavrar a terra; e a dos cães é
proteger os carneiros e os bois dos ataques dos lobos. Se cada uma destas espécies de
animais cumprir a sua missão, Deus protegê-la-á. Deste modo, fez ordens, que instituiu em
vista das diversas missões a realizar neste mundo. Instituiu uns – os clérigos e os monges –
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para que rezassem pelos outros e, cheios de doçura, como as ovelhas, sobre eles
derramasem o leite da pregação e com a lã dos bons exemplos lhes inspirassem um ardente
amor à Deus. Instituiu os camponeses para que eles – como fazem os bois, com seu
trabalho – assegurassem a sua própria subsistência e a dos outros. A outros, por fim – os
guerreiros -, instituiu-os para que mostrassem a força na medida do necessário e para que
defendessem dos inimigos, semelhantes a lobos, os que oram e os que cultiva a terra9.
(grifos nossos)
9
Eadmer de Cantebury. Apud. COTRIM, Gilberto. História Global. Brasil e Geral. São Paulo: Ed. Saraiva,
2012, p. 179.
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ocorrem as grandes navegações e a conquista colonial. Isso significou a formação de uma nova ordem
econômica: O Mercantilismo!
Renascimento
Cultural
Renascimento
Reformas
Comercial e
Religiosas
Urbano
Trabalho
O Renascimento foi um Movimento Cultural que marcou as mudanças socioculturais europeias rumo à
Modernidade. Esse movimento criou a base conceitual e de valores que permitiu a ascensão do pensamento
racional e do método científico, nos séculos XVI e XVII. A base filosófica desse movimento, o humanismo,
propunha uma revisitação e a retomada da cultura greco-romana e de seus ideais de exaltação do homem
e de seus atributos naturais, quais sejam: a razão e a liberdade. Assim, nesse contexto intelectual, a lógica
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Quanto mais livres e independentes eram as cidades, mais o comércio e o artesanato prosperavam. Diante
desse cenário, novas instituições surgiam.
As principais foram:
Guildas
• Associação de mercadores. Tinham objetivo de garantir o monopólio do comércio
local, tabelar preços, regular a atividade mercantil.
Corporações de Ofício
• Associação de artesãos, donos das oficinas . Tinham o objetivo de controlar a
produção e a qualidade dos produtos fabricados nas oficinas locais.
• Eram organizadas por especialidade (ofício). Ex. sapateiro, ferramenteiro, jornaleiro.
• Funcionavam como escolas para os APRENDIZES.
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Dentro do ofício livre também havia relações de exploração, pois o mestre da corporação de
ofício controlava os aprendizes e demais trabalhadores. Mesmo assim, já podemos imaginar
relações de trabalho livres, cuja atividade se começou a atribuir um valor moral e social positivo.
Por fim, a Reforma Protestante produziu um embate de ideias religiosas com natureza e
impacto no mundo econômico e na moral da sociedade.
Vamos recordar um pouco esses embates religiosos para perceber como eles contribuíram para
a mudança na concepção de trabalho?
A Igreja Católica se chocou com os interesses comerciais da burguesia ascendente. Isso porque os
negócios da burguesia comercial dependiam de uma expansão que muitas vezes contrariava a
mentalidade religiosa. É só pensar no debate se a Terra era redonda ou plana, discussão que
influenciava as saídas para o mar e as rotas marítimas. (por sinal, uma discussão que toma as
redes sociais nos dias atuais, né ) Os católicos também se posicionavam contrários à usura
(empréstimos de dinheiro à juros), elemento determinante para as práticas comerciais da época.
Mas no que se refere ao nosso tema de interesse, as concepções sobre trabalho ao longo do tempo, foi na
França que se desenvolveu uma teoria que reformava a visão sobre trabalho. João Calvino desenvolveu a
Teoria da Predestinação.
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✓ Veja que o trabalho passa a sofrer uma alternação de sentido na medida em que deixava ser coisa de
“gente inferior” para ser meio de salvação
Tal entendimento contribui para uma “ética protestante” ou “ética ascética”. O modo de vida
ascético consistia em viver constantemente uma vida metódica, racionalizada e de sacrifícios;
rejeitar prazeres, e se dedicar a tudo o que de alguma forma agradasse a Deus. Essa era a forma
como calvinistas entendiam que poderiam testar a própria salvação e o trabalho seria o meio
para compreender seu lugar e papel no mundo material e espiritual.
Diante desses argumentos, você entendeu o que estava acontecendo com os sentidos do trabalho
no mundo moderno?
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Veja, a forma com que a sociedade enxergava o trabalho foi mudando: se antes trabalhar era uma
atividade menor, mal vista, o trabalho vai se transformando em uma atividade que “dignifica” o
homem. Trabalho vai passando a ter valor social.
Para explicar essa relação entre economia e religião, Weber define o que seria o “espírito”
do capitalismo. Esse espírito seriam ideias e hábitos que favorecem uma busca racional
individualista de ganho econômico. De um lado, o capitalismo com um sistema que leva as
pessoas a maximizarem suas ações para buscarem dinheiro, lucro, do outro, a profissão é
vista como um dever. Pronto: o trabalho racionaliza a vida em sociedade.
Do ponto de vista histórico das classes trabalhadoras, vejamos os sujeitos que mudaram de condição social
entre o fim do período medieval, passando pelo mercantilismo e até a ascensão do capitalismo:
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Boa pergunta, o desenvolvimento e complexificação das formas produtivas tem como sentido geral a perda
do controle do artesão sobre o espaço produtivo, as ferramentas e a matéria-prima. Veja o esquema:
1- 2- 3-
Separação entre moradia Impossibilidade de acesso Perda de acesso às
e local de trabalho às novas ferramentas de mat[erias-primas que
trabalho, que foram se passam a ser controladas
tornando cada vez mais por
complexas e caras gruposeconomicamente
mais poderosos
Essa alienação (separação) ocorreu por meio de dois processos da forma de organização do
trabalho:
1- Cooperação simples (oficina): Era a que ocorria entre o Mestre e o Aprendiz, como descrito
acima.
2- Cooperação avançada (ou manufatura): o trabalhador continuava a ser uma artesão, mas perdia
a noção de todas as etapas do processo produtivo. É aqui que ocorre a consolidação do trabalho
coletivo, ou seja, o produto final é resultado da atividade especializada de muitos trabalhadores.
É aqui também que aparece o salário. Aqui é o proprietário que define todos os elementos da
produção: tempo de trabalho, ferramentas, local de trabalho, comportamento esperado, regras
de convivência, entre outros.
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Assim, o salário poderia ser pago pelo tempo de trabalho ou pela quantidade de produção
executada em um período.
No que diz respeito às classes dominantes, os grandes comerciantes e os burgueses, principalmente a partir
da acumulação de capital ao longo do mercantilismo, passaram a investir em novas formas de produzir
mercadorias. Esses investimentos contaram com o avanço tecnológico. Foi assim que chegamos à
maquinofatura conhecida como Revolução Industrial, em que o espaço do trabalho passou a ser a fábrica.
Veja o que Karl Marx escreve sobre a importância da burguesia e do seu ímpeto inovador:
A burguesia não pode existir sem revolucionar continuamente os instrumentos de produção e, por
conseguinte, as relações de produção, portanto todo o conjunto das relações sociais. A conservação
inalterada do antigo modo de produção era, ao contrário, a primeira condição de existência de
todas as classes industriais anteriores. O contínuo revolucionamento da produção, o abalo
constante de todas as condições sociais, a incerteza e a agitação eternas distinguem a época
burguesa de todas as precedentes (MARX; ENGELS, 1996, p. 69). (grifos nossos)
Em História geral da economia, livro publicado em 1923, Max Weber afirma que as mudanças ocorridas no
processo produtivo, como as longas jornadas de trabalho nas fábricas inglesas, foram necessárias para que
o capitalismo existisse.
Semelhante a uma compreensão de Marx e Engels sobre o capitalismo (apenas em alguns pontos),
Weber constata que, apesar de livre, o trabalhador, na prática, foi forçado a condições de
trabalho precárias para não morrer de fome, ou seja, trabalho livre desprotegido. Assim,
precisamos ficar atentos às contradições que acompanham a implantação do trabalho livre
assalariado na sociedade capitalista.
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Agora, isto é assim porque estes três pensadores, cada qual à sua maneira, preocuparam-se com os
problemas sociais que emergiram na sociedade moderna. Por exemplo, enquanto Marx direcionou sua
atenção para o capitalismo e Durkheim para a industrialização e os fenômenos sociais em seu entorno,
Weber focou na compreensão dos efeitos da racionalização do mundo moderno.
Para tanto, vamos partir dos tópicos que o próprio Edital do concurso traz, pois é uma boa pista daquilo que
poderá ser cobrado na prova. No ponto 2.2 fizemos uma passagem rápida pelos três autores clássicos, mas
pela importância, vamos aprofundar conforme os tópicos do edital.
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Vida
Social
Vida
Social Divisão Social do
Trabalho
De uma forma mais objetiva, "divisão do trabalho é a amplitude de tarefas que são realizadas em um sistema
social"10 ou, conforme Anthony Giddes, estabelecendo uma definição mais prática, a divisão do trabalho é,
Separação das tarefas e ocupações do trabalho em um processo de produção que cria uma
abrangente interdependência econômica11.
A divisão do trabalho tem sido há muito tempo um conceito sociológico importante porque é por meio dela
que a vida social realmente ocorre e a ela todos os indivíduos estão ligados.
Note, então, que a ideia de "abrangente interdependência" é relevante e justifica o trabalho como categoria
estruturante da sociedade.
A concepção da divisão do trabalho, como fundamental para a compreensão dos processos sociais e
econômicos, ganhou destaque nas análises pioneiras de Adam Smith (1723-1790), notadamente em sua
obra "Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações", mais conhecido como "A
Riqueza das Nações" (1776).
No livro, Smith descreve a divisão do trabalho em uma fábrica de alfinetes e nos três primeiros capítulos do
Livro I consta o exame das causas e consequências do fenômeno social da divisão do trabalho.
Conforme Adam Smith, uma pessoa que trabalhasse sozinha poderia fabricar 20 alfinetes por dia, mas
desmembrando a tarefa em diversas atividades simples, a produção coletiva atingiria 4 mil alfinetes por dia.
Dessa forma, nota-se, do ponto de vista do processo produtivo e econômico, o benefício da divisão do
trabalho.
Uma das preocupações que Adam Smith demonstra em sua obra abarca o fato de a industrialização, aos
poucos, ter abolido a maioria dos ofícios tradicionais e criado outros produzindo as mesmas mercadorias
10
JOHNSON, Allan G. Dicionário de Sociologia. Rio de Janeiro: Ed. Zahar. 1997, p. 77.
11
GIDDENS, Anthony. SUTTON, Philip W. Conceitos essenciais da Sociologia. São Paulo: Ed. Unesp, 2ª
ed. 2015, p. 122.
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(alfinete, por exemplo), mas com muito mais rapidez, eficiência e custos menores, usando máquinas e a
divisão ampliada do trabalho.
Neste contexto, para Smith, a divisão do trabalho é um método pelo qual cada indivíduo se especializa em
uma fase específica do processo produtivo. Em seu estudo, cada indivíduo desempenharia três funções
primordiais, as quais contribuem para o aumento da produção de bens e a melhoria da qualidade dos
produtos:
3. Por fim, por meio da divisão do trabalho, indivíduos inventam máquinas que, ao facilitarem e
encurtarem o trabalho, estas máquinas possibilitam que um único indivíduo execute as tarefas
anteriormente realizadas por vários operários.
Notavelmente, a divisão do trabalho, segundo Smith, é um efeito e não a causa das relações de
troca. O mercado, na visão do autor, é o determinante e o limitador desse fenômeno. Além disso,
a acumulação de capital é considerada uma condição necessária para a efetiva implementação
da divisão do trabalho e o trabalho em si é um elemento de produção da riqueza.
Deste ponto, cumpre destacar que, diante dessa divisão do trabalho industrial, os trabalhadores - em geral:
Por sua vez, dentre os sociólogos clássicos, foi Émile Durkheim (1858-1917), quem retomou e sistematizou
o pensamento sociológico sobre a divisão do trabalho.
12
Idem, ibidem.
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Ao analisar empiricamente a evolução das sociedades com foco na divisão social do trabalho, Durkheim
elabora uma morfologia social14. Estabelece, então, a existência de dois tipos de sociedade:
1-) em um tipo, há uma solidariedade mecânica entre os homens, fruto da divisão social
do trabalho contida na sociedade pré-capitalista. Nela os indivíduos se identificam e se
relacionam por meio da família, da tradição, da religião. A coletividade exerce uma forte
coerção social para manter a sociedade harmônica e em funcionamento. É tudo muito
mecânico, automático, independentemente da forma de organização do trabalho. Nas
sociedades de caçadores-coletores, por exemplo, as divisões do trabalho eram/são
relativamente simples, uma vez que não é muito grande o número de tarefas a serem
feitas.
13
TELLES, Sarah Silva. NETO, Fernando Lima. Émile Durkheim (1858-1917). In: Os Sociólogos: de
Auguste Comte a Gilles Lipovetsky. Rio de Janeiro: Ed. Vozes. 2018, p. 76.
14
Morfologia é o estudo da forma.
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Considerando a relevância do trabalho na sociedade industrial capitalista, vamos conferir o que nos diz
Durkheim sobre a Solidariedade Orgânica.
==fed3e==
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do organismo é tanto maior quanto mais acentuada essa individuação das partes. Devido
a essa analogia, propomos chamar de orgânica a solidariedade devida à divisão do trabalho.
(DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes. 1999. P
108-109)
Repare que a especialização dos indivíduos em determinadas funções sociais dá a ideia de organicidade, tal
como a interdependência entre os órgãos do corpo humano: um não funciona sem o outro. Vamos ler outra
passagem do autor,
Com efeito, as diferenças na divisão social do trabalho afetam de forma profunda aquilo que mantêm coesas
as sociedades.
Com divisões do trabalho simples, a coesão social baseia-se principalmente nas semelhanças das pessoas
entre si e no fato de terem um estilo de vida comum. Com as divisões do trabalho complexas, porém, a
coesão social tem por fundamento a interdependência que resulta da especialização.
Agora, enquanto muitos contemporâneos da época de Durkheim (vide Ferdinand Tönnies mais abaixo)
temiam a destruição da solidariedade social e o estímulo ao individualismo com uma sociedade mais
conflituosa, inclusive com colapsos morais, Durkheim desenvolveu uma visão mais otimista. Para ele, a
especialização de funções viria a fortalecer a solidariedade social nas comunidades maiores, de modo que,
cada vez mais, o isolamento dos indivíduos seria menor.
15
DURKHEIM, E. A Divisão Social do Trabalho. Apud QUINTEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M.
G. M. Toque de Clássicos. vol 1. Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007. p. 91.
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Desde suas origens, passou a França por formas de civilização muito diferentes: começou por
ser agrícola, passou em seguida pelo artesanato e pelo pequeno comércio, depois pela
manufatura e, finalmente, chegou à grande indústria.16
Com efeito, ao analisar empiricamente a evolução das sociedades, o pensador francês elabora
uma morfologia social17. Estabelece, então, a existência de dois tipos de sociedade:
1-) em um tipo, há uma solidariedade mecânica entre os homens, fruto da divisão social do
trabalho contida na sociedade pré-capitalista. Nela os indivíduos se identificam e se relacionam
por meio da família, da tradição, da religião. A coletividade exerce uma forte coerção social
para manter a sociedade harmônica e em funcionamento. É tudo muito mecânico, automático,
independentemente da forma de organização do trabalho.
2-) já na sociedade em que prevalece a solidariedade orgânica, própria das sociedades
capitalistas, os indivíduos são interdependentes em razão da divisão social e industrial do
trabalho. Aqui a coesão social é muito mais em razão das relações do trabalho na indústria e
no comércio do que por conta dos costumes, por exemplo. Então as instituições como a família
e a religião já não exerceriam a mesma função.
A especialização dos indivíduos em determinadas funções sociais dá a ideia de organicidade,
tal como a interdependência entre os órgãos do corpo humano: um não funciona sem o outro.
Assim, a divisão social permite a coesão. Não por menos, no trecho do enunciado, Durkheim
argumenta que se a divisão social do trabalho falha, há uma tendência à desintegração.
a) errado, pois a visão revolucionária não condiz com o pensamento durkheimiano e com o
pensamento mais geral do positivismo. Os positivistas entendem as revoluções como quebra
da ordem e harmonia social. Para Durkheim, uma revolução poderia ser considerada como uma
patologia social, um problema de funcionamento.
b) errado, pois nas sociedades em que predomina a solidariedade mecânica a forma de coesão
é feita por meio das crenças, costumes e religião.
c) errado, não há essa relação.
e) errado, pois o fato social e não a divisão social do trabalho é que, de forma coercitiva, atual
sobre os indivíduos. A divisão social do trabalho não é um fato social.
Gabarito: D
_______________________________________
(Inédita/profe. Alê Lopes)
Émile Durkheim diferenciou sociedades por meio da divisão social do trabalho, sendo que, a
partir do funcionamento e relação entre as partes que compõem a sociedade o francês
16
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Ed. Nacional. 1963, p. 82.
17
Morfologia é o estudo da forma.
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estabeleceu dois tipos de solidariedade para entender o elemento da coesão social. Nesse
sentido, está correto o que se afirma em
a) a solidariedade mecânica é encontrada em sociedades industriais, já que reflete os processos
tecnológicos.
b) a solidariedade orgânica é encontrada em sociedades menos avançadas, pois expressão foi
pensada para aproximar homem e natureza.
c) a solidariedade mecânica faz com que os indivíduos se distanciem da consciência social
coletiva.
d) a solidariedade orgânica é encontrada em sociedades mais complexas e requer diferentes
formas de integração social.
Comentários
Durkheim utiliza o conceito de “solidariedade” para entender a maior ou menor coesão social
conforme o tipo de sociedade, com destaque para as industrializadas. Isso porque, a vida social
depende da solidariedade – grau e forma de relação entre os homens – em uma sociedade.
Esta solidariedade é diferente em sociedades mais simples e nas mais complexas
(industrializadas). Além de notar, então, diferenças na consciência coletiva de cada uma dessas
sociedades, Durkheim procura entender com elas estão organizadas.
a) errado, porque é a solidariedade orgânica que é encontrada em sociedades industrializadas.
b) errado, porque é a solidariedade mecânica que é encontrada em sociedades menos
avançadas.
c) falso, pois em sociedades com predomínio da solidariedade mecânica – uma sociedade
religiosa, por exemplo – o indivíduo está integrado ao pensamento coletivo, sendo parte e ao
mesmo tempo reprodutor. Como as relações sociais se dão em função dessa consciência
coletiva, já que não há processos mais complexos de integração social, a proximidade entre o
que os indivíduos pensam e aquilo que é expresso coletivamente geral uma identidade maior,
levando à coesão social. Aqui, os desejos do indivíduo são os desejos da coletividade e vice e
versa.
d) é o nosso gabarito. Conforme o capitalismo avançou o sistema social passou a exigir maior
especialização nas relações de trabalho. Com isso, a interação e coesão entre as pessoas passou
a depender das funções desempenhadas por cada um. De acordo com Raymond Aron, esse
processo leva à individualização dos membros dessa sociedade, os quais assumem funções
específicas dentro dessa divisão do trabalho social. Cada pessoa é uma peça de uma grande
engrenagem. Comparando com a consciência nas sociedades de solidariedade mecânica, aqui
a consciência coletiva tem seu poder de influência reduzido.
Gabarito: C
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Durkheim conceituou a divisão do trabalho anômica como a desregulação do mercado e das relações sociais.
Essa forma anormal emerge em períodos de crise econômica e social, quando as normas e os valores que
orientam a sociedade se tornam instáveis. Durante tais crises, a falta de coordenação entre as atividades
produtivas pode resultar em desordem, desemprego e desequilíbrio social. A compreensão desta forma
anômala permite uma análise profunda das interações entre a economia e a estrutura social, destacando a
importância da regulação normativa. Trata-se de "verdadeiras rupturas parciais da solidariedade orgânica".
Outra forma identificada por Durkheim é a divisão do trabalho por constrangimento ou forçada,
caracterizada por uma repartição injusta e desigual dos indivíduos entre as diversas funções laborais. Este
fenômeno, ao acentuar disparidades sociais, pode levar à alienação e ao descontentamento, minando a
coesão social. Sob essa ótica, Durkheim nos instiga a considerar não apenas a eficiência econômica, mas
também a equidade e a justiça social como componentes fundamentais da saúde do corpo social.
Durkheim também observou uma forma específica de anomalia na divisão do trabalho, que ele rotula como
"burocrática". Nesse cenário, há uma superabundância de agentes, mas paradoxalmente uma baixa
produtividade. Entender a relação entre a quantidade de agentes envolvidos em processos laborais e a
eficácia da produção fornece insights sobre os desafios enfrentados por estruturas organizacionais
complexas.
De uma forma geral, perceba, então, que em Durkheim, a divisão do trabalho gera não apenas a
especialização e eficiência coletiva, como em Adam Smith, mas também a solidariedade, isto é,
uma organização que coordena as funções e liga os indivíduos uns aos outros. Por isso, falamos
em divisão social do trabalho. Ainda: para o sociólogo francês, os princípios da divisão do trabalho
são mais morais do que econômicos, pois são os fatores que unem os indivíduos em uma
sociedade, já que geram um sentimento de solidariedade entre aqueles que realizam as mesmas
funções.
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Sob outra perspectiva, a divisão do trabalho pode ser estudada para compreender as desigualdades sociais,
em particular, conforme a abordagem marxista. Apesar de o pensamento marxista ser objeto de aula futura,
cumpre destacar que, do ponto de vista marxista, o capitalismo utiliza da divisão social do trabalho
complexa para melhor controlar os trabalhadores dentro de um processo de exploração do trabalho com
vistas a ampliar margens de lucro e otimizar a reprodução do capital.
Acrescenta-se que, para Marx, a divisão social do trabalho é uma condição necessária para a produção de
mercadorias, pois, sem atos de trabalho mutuamente independentes, executados isoladamente uns dos
outros, não haveria mercadorias para troca no mercado.
Para o autor alemão, a divisão social do trabalho vige em todas as sociedades conhecidas até aqui e baseia-
se, originalmente, nas diferenças da fisiologia humana (como sexo), mas que são hierarquizadas e utilizadas,
a depender das relações sociais que predominam em cada formação social particular, para privilegiar
interesses dominantes.
Tendo isso em mente, na sequência, vamos abordar os dois tópicos do edital ligados à divisão sexual e racial
que influenciam na estrutura do trabalho.
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DIVISÃO SOCIOSSEXUAL
O poster acima reflete a discussão presente nos estudos de Sociologia do Trabalho acerca da divisão sexual
do trabalho. A definição de divisão sexual do trabalho pode ser estabelecida pelo que Danièle Kergoat
desenvolve18.
Segundo a autora, as situações de homens e mulheres não são produto de um destino biológico, mas sim
construções sociais, pois homens e mulheres são mais do que indivíduos biologicamente distintos. Eles
pertencem a dois grupos engajados em uma relação social específica: relações sexuais sociais. Como todas
as relações sociais, elas também têm uma base material, dada pelo trabalho, e são explícitas na divisão
social do trabalho entre os sexos, ou seja, a divisão sexual do trabalho.
18
NOGUEIRA, Claudia Mazzei. Divisão sociossexual do trabalho: a esfera da produção e da reprodução.
In: Revista CULT. Edição 282, maio/2022.
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Opressão e exploração
Tanto a dona-de-casa, que deve trazer a residência segundo o gosto do marido, quanto a
trabalhadora assalariada, que acumula duas jornadas de trabalho, são objetos da exploração do
homem, no plano da família. Na qualidade de trabalhadora discriminada, obrigada a aceitar
menores salários, a mulher é, no plano mais geral da sociedade, alvo da exploração do empresário
capitalista. Desta sorte, fica patente a dupla dimensão do patriarcado: a dominação e a exploração
(Saffioti, 1987, p. 51).
O texto acima Helena Saffioti nos lembra que existe uma relação entre opressão e exploração que se
combinam no sentido de produzir e reforçar a desigualdade entre os gêneros. O patriarcalismo histórico nos
ajuda a compreender esse processo.
Vejamos:
Saffioti argumenta que o patriarcalismo histórico é um sistema estrutural que tem raízes profundas na
história e que molda as relações sociais e econômicas entre homens e mulheres. Esse sistema perpetua a
dominação masculina, consolidando-se ao longo do tempo e influenciando as instituições sociais, políticas e
econômicas. O patriarcalismo histórico fornece uma base para entender como as estruturas de poder foram
historicamente moldadas para favorecer os interesses masculinos.
No contexto do patriarcalismo, a opressão das mulheres emerge como uma faceta fundamental desse
sistema. A opressão opera em várias dimensões, desde a limitação do acesso das mulheres à educação e
oportunidades até a imposição de normas de gênero restritivas. O controle sobre a sexualidade e a
autonomia das mulheres, muitas vezes evidenciado pela violência de gênero, é uma expressão clara da
opressão que permeia o patriarcalismo histórico.
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Exploração Econômica:
A exploração econômica das mulheres, por sua vez, está intricadamente ligada ao patriarcalismo. O sistema
patriarcal historicamente relegou as mulheres ao papel de cuidadoras, limitando seu acesso a
oportunidades econômicas e mantendo-as em posições subalternas. A exploração econômica é evidente
na segregação ocupacional, na disparidade salarial e na falta de representação das mulheres em cargos de
liderança.
No mundo do trabalho, a exploração econômica das mulheres está centrada na extração de trabalho não
remunerado e mal remunerado, muitas vezes associado ao trabalho doméstico e de cuidado. A disparidade
salarial de gênero é uma expressão evidente dessa exploração, quando as mulheres frequentemente
recebem menos do que os homens por trabalho equivalente. Além disso, as mulheres são frequentemente
concentradas em setores de baixos salários e têm menor representação em posições de liderança e em
campos profissionais mais valorizados.
O fenômeno descrito por Saffioti destaca como a opressão e a exploração não são fenômenos isolados,
mas sim interligados e reforçados pelo patriarcalismo histórico. A estrutura social e econômica moldada
por esse sistema cria condições propícias para a perpetuação das desigualdades de gênero em várias esferas
da vida, da esfera privada à pública.
Assim, podemos afirmar que a opressão e a exploração das mulheres são interligadas e se
reforçam mutuamente.
Por exemplo, o patriarcado, como sistema de poder que favorece os homens, desempenha um papel
significativo na criação de estruturas que perpetuam a exploração econômica das mulheres. O controle sobre
recursos, oportunidades e decisões, muitas vezes nas mãos de homens, contribui para a exploração das
mulheres no ambiente de trabalho e além.
A opressão e a exploração das mulheres também se manifestam de maneiras interseccionais, onde mulheres
de diferentes origens enfrentam formas únicas e interconectadas de discriminação.
Economia do Cuidado
A "economia do cuidado" é um conceito que se refere ao trabalho não remunerado relacionado ao cuidado
de indivíduos, incluindo crianças, idosos, membros da família e pessoas com necessidades especiais. Este
tipo de trabalho é essencial para a reprodução social e econômica, pois envolve atividades que sustentam e
mantêm a vida, permitindo o funcionamento adequado da sociedade.
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O trabalho na economia do cuidado é frequentemente realizado de maneira não remunerada, o que significa
que não é reconhecido ou compensado financeiramente no sistema econômico convencional. Isso inclui
atividades como cuidados com crianças, preparação de alimentos, assistência a idosos, entre outras
responsabilidades relacionadas ao bem-estar das pessoas.
A economia do cuidado está intrinsecamente ligada à divisão sexual do trabalho, uma vez que as
responsabilidades de cuidado são frequentemente atribuídas às mulheres. Isso contribui para a perpetuação
de estereótipos de gênero, reforçando a ideia de que as mulheres têm uma afinidade natural para o cuidado
e a responsabilidade doméstica.
O trabalho na economia do cuidado é fundamental para a reprodução social, pois garante que as novas
gerações sejam cuidadas, educadas e preparadas para a vida. O cuidado de idosos também desempenha um
papel crucial na preservação e transmissão de conhecimentos, tradições e valores.
Desafios e Reconhecimento:
A falta de reconhecimento e valorização do trabalho na economia do cuidado pode levar a uma série de
desafios, incluindo a desvalorização do trabalho das mulheres, a sobrecarga de responsabilidades e a
limitação das oportunidades de desenvolvimento profissional.
A implementação de políticas que visam apoiar a economia do cuidado é crucial. Isso pode incluir políticas
de licença parental, serviços de cuidados acessíveis e flexibilidade no trabalho, visando redistribuir a carga
de cuidados de forma mais equitativa entre os gêneros e facilitar a participação das mulheres no mercado
de trabalho.
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Essa divisão, portanto, expressa a articulação fundamental entre produção e reprodução, permitindo
abordar as dimensões objetivas e subjetivas, individuais e coletivas existentes tanto na esfera do trabalho
assalariado como na esfera do trabalho reprodutivo19.
Nota-se:
Gênero e raça contribuem para aumentar a desigualdade salarial dentro do mercado de trabalho.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, as mulheres
recebem 20,2% menos que os homens e a hora de trabalho de uma pessoa negra vale 40,2% a
menos do que a de uma branca. Ao se comparar a remuneração de mulheres negras com
profissionais brancos, a diferença fica em 46%. Outra pesquisa aponta que a desigualdade salarial
também está relacionada aos cargos que os grupos minorizados ocupam.
(MOVIMENTO MULHER 360, 2023)
Neste contexto, o tópico do Edital tem relevância, e até sentido sociológico, porque as relações
sociais no Brasil foram constituídas e assentadas na exploração e desigualdade de classe e nas
opressões de gênero e raça/etnia.
19
Idem, ibidem.
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Adiciona-se que a divisão sociossexual e racial estrutura as esferas produtivas e reprodutivas sendo, em
grande medida, determinante para a situação desigual entre os indivíduos já que subalternizou as mulheres
em todo o processo histórico20.
Interseccionalidade
A interseccionalidade é um conceito que foi cunhado por Kimberlé Crenshaw, uma
professora de direito norte-americana, para descrever o processo social de como
diferentes formas de discriminação e opressão interagem e se sobrepõem, criando
experiências únicas e complexas para pessoas que pertencem a múltiplos grupos
marginalizados.
O conceito destaca a importância de considerar não apenas uma única dimensão de
identidade (como gênero, raça, classe social, orientação sexual), mas sim a interação
entre essas diversas dimensões.
Assim, o conceito de interseccionalidade deve ser usado para reconhecer que as pessoas
podem enfrentar diferentes formas de discriminação e desvantagem com base em uma
combinação de fatores, e que essas experiências não podem ser totalmente
compreendidas isoladamente. Por exemplo, uma mulher negra pode enfrentar desafios
únicos que não são totalmente capturados ao se analisar separadamente as questões de
gênero e raça.
20
NOGUEIRA, Claudia Mazzei. PASSOS, Rachel Gouveia. A divisão sociossexual e racial do trabalho no
cenário de epidemia do covid-19: considerações a partir de heleieth saffioti. DOSSIÊ, Cad. CRH
33, 2020 Disponível em: https://doi.org/10.9771/ccrh.v33i0.36118
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que as experiências variam significativamente entre diferentes regiões e contextos, mas há padrões globais
que evidenciam desigualdades persistentes.
Por sua vez, a divisão racial do trabalho no capitalismo se relaciona com o racismo estrutural no mercado
de trabalho assalariado.
No caso do Brasil, o racismo estrutural no emergente mercado de trabalho assalariado brasileiro, ainda no
início do século XX, determinou a constituição da divisão racial do trabalho, que se desenvolveu mediando
a exclusão dessa população dos postos de trabalho formais, assim como também alocou essa população no
desemprego e na desocupação, e aquelas(es) que eram inseridas(os) no mercado de trabalho assalariado
ocupavam postos de trabalho de subsistência, precarizados, subalternizados, com baixa ou nenhuma
remuneração.
Quem contribuiu de maneira relevante para esse debate e compreensão foi o sociólogo Florestan Fernandes
- cânone da sociologia brasileira. Vejamos brevemente como seu esquema teórico contribui para
compreensão da desigualdade racial no mercado de trabalho.
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Florestan debruçou de maneira sistemática, crítica e com muito rigor teórico e metodológico sobre a
realidade brasileira. Suas mais importantes reflexões foram sobre o capitalismo dependente, o papel do
intelectual, relações sociais e, sobretudo, as relações raciais.
Existe um momento crucial para observarmos isso que é a mudança de regime do trabalho
escravo para o trabalho livre.
Diz Florestan:
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Assim, a relação entre raça e classe se projeta como fenômeno social e tem repercussão em toda organização
social da sociedade brasileira. Ele não usa esse termo, mas hoje em dia, damos o nome de racismo estrutural
a esse fenômeno. Percebeu?
Agora eu vou te perguntar, lindeza: o que você acha que o Florestan pensava sobre a noção de
“democracia racial”?
Florestan afirma categoricamente que a noção de democracia racial serviu para disseminar a ideia de que
não há diferenças entre negros e brancos porque viveriam pacificamente. Além disso, as oportunidades
estariam abertas a todos. Como isso não é verdade, segundo os estudos que ele faz no seu livro A integração
do negro na sociedade de classes, o conceito seria uma ideologia e, no senso-comum, um verdadeiro mito.
Assim, o mito acabou por consolidar a ideia de que a pobreza do negro é fruto da sua própria incapacidade
de superar as dificuldades sociais, como o desemprego, a falta de escolaridade e a pobreza.
Não existe democracia racial efetiva(no Brasil), onde o intercâmbio entre os indivíduos pertencentes
a “raças” distintas começa e termina no plano da tolerância convencionalizada. Esta pode satisfazer
às exigências de “bom-tom”, de um discutível “espírito cristão” e da necessidade prática de “manter
cada um em seu lugar”. Contudo, ela não aproxima realmente os homens senão na base da mera
coexistência no mesmo espaço social e, onde isso chega a acontecer, da convivência restritiva,
regulada por um código que consagra a desigualdade, disfarçando-a acima dos princípios da ordem
social democrática.
(Florestan Fernandes. Cor e mobilidade social em Florianópolis.)
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RESUMOS
Conceito de Trabalho:
Papel do Trabalho na Compreensão do Indivíduo: Vínculo essencial na vida do indivíduo, destacado
por pensadores que influenciaram o pensamento social.
Influência de Hegel: Hegel como pensador central, considerando o trabalho como componente
essencial na relação homem-natureza e na formação da consciência. Visão do trabalho como fonte
de riqueza, civilização e processo de exteriorização dialética do sujeito.
Mediação do Trabalho: Trabalho como mediador na relação entre o homem e a natureza,
possibilitando a formação da consciência; Decodificação da natureza e libertação do homem da
tirania imposta pela natureza por meio do trabalho.
Sistema de Necessidades de Hegel. Trabalho como elemento de mediação entre necessidades
subjetivas e necessidades do outro. Produtos do trabalho atuam como mediadores entre esses polos,
permitindo a satisfação de necessidades subjetivas.
Importância para o Pensamento Social e Sociológico: Fundamentação do sistema filosófico de Hegel
contribui para a compreensão do trabalho na formação do pensamento social; Trabalho analisado
como exteriorização do sujeito e interiorização do social.
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Karl Marx:
Construção de conceitos e análises baseados no trabalho, como classes sociais, luta de classes,
capital, exploração capitalista, alienação, força de trabalho, meios de produção.
Noção de trabalho como a "eterna necessidade natural da vida social".
Trabalhador no processo produtivo como princípio organizador da estrutura social.
Conflitos gerados em torno da exploração nas relações de trabalho.
Dinâmica do desenvolvimento pautada por conflitos no plano das relações de trabalho.
Trabalho como processo e produto do trabalho produtivo.
Max Weber:
Concepção Moderna de Trabalho
Análise da influência da ascese protestante na configuração do trabalho como vocação.
Transformações nas mentalidades individuais e estruturas sociais, especialmente com o surgimento
da burguesia.
Papel crucial na transformação do burguês em um homem de negócios racional.
Dedicação ao trabalho como expressão do destino divino.
Desvinculação do trabalho de critérios tradicionais, orientando-se por uma lógica calculista e
pragmática.
Contribuição para a compreensão da transformação do significado e do papel do trabalho na
sociedade moderna.
Émile Durkheim:
Divisão Social do Trabalho.
Contribuição para a sociologia do trabalho enfocando a atividade laboral como essencial para
compreender a estrutura social.
Importância da divisão social do trabalho na formação da sociedade industrial moderna.
Atividade Laboral como Social.
Trabalho não apenas como prática individual, mas como uma atividade social abrangente envolvendo
produção e troca de bens e serviços.
Trabalho como fonte de realização pessoal, contribuição para a sociedade, conferindo significado à
vida e moldando a identidade social.
Coesão Social.
Ênfase no trabalho como elemento fundamental na coesão social, conferindo sentido à vida e
integrando os indivíduos na sociedade.
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Construção de Identidade:
Interligação do trabalho com outras instituições sociais como família, educação e governo.
Investigações sobre como essas instituições influenciam e são influenciadas pelo mundo do trabalho.
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Atualmente estão se impondo outras formas de vida, não para o conjunto da população, mas
sim para uma parte considerável dela. Trata-se de formas de vida similares às conhecidas pelas
mulheres nos últimos decênios. Essas formas de vida estão feitas de trabalho a tempo parcial,
contratos temporários, trabalhos não retribuídos e voluntários
(Beck, Ulrich. Un nuevo mundo feliz. La precariedad del trabajo en la era de la globalización.
Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, S. A., 2000, p. 102).
Embasado nos pressupostos teóricos do texto, assinale a opção correta.
a) Constata-se, em todo o mundo, que o aumento das formas de emprego inseguras e precárias
é maior entre as mulheres que entre os homens.
b) O contexto cultural e a importância do trabalho informal na Europa e na América do Sul
podem ser considerados semelhantes.
c) As formas de flexibilização do trabalho, no contexto da desregulação das relações laborais,
aumentam o poder negociador dos sindicatos.
d) No Brasil, o trabalho assalariado estável e formal constitui a experiência histórica da maioria
da população.
e) Na conjuntura do mercado mundial, o crescimento econômico atualiza a ideia do pleno
emprego e a consigna em empregos permanentes.
A partir do conteúdo do texto abaixo considerar a incoerência de uma das opções que dele se
deduz
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A reflexão abaixo permite vários desdobramentos sobre a "divisão sexual do trabalho". Uma
das apresentadas é falsa; assinale-a.
"A divisão sexual do trabalho, um fato persistente na história humana, foi muitas vezes tratado
como um fenômeno invariável no tempo. Contrariando esta tendência, abordagens mais
amplas passaram a sublinhar o caráter específico da subordinação por sexo entendido como
assimetria nas relações de gênero. Desse modo pretendiam salientar o caráter socialmente
constituído destas diferenças, enfatizando as dimensões sociais e culturais da subordinação."
(Bandeira, 1997)
a) Do ponto de vista internacional, historicamente as políticas sociais foram dirigidas a fixar a
mão-de-obra feminina no âmbito familiar, reforçando desta forma a menor presença da mulher
no mercado de trabalho, devido à divisão sexual do trabalho.
b) A assertiva segundo a qual no Brasil o "trabalho tem um sexo" mostra o quanto a legislação
trabalhista tem dificuldade em incorporar a especificidade de gênero na questão da equidade.
c) Mesmo nas camadas de renda mais desfavorecidas, o trabalho feminino é submetido a uma
maior precarização, pois nestas a mulher é vista com ressalvas pelos empregadores devido à
sua própria condição de mulher.
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a) I – II – III.
b) II – III – IV.
c) I – II – III – V.
d) I – III – IV.
e) I – II – III – IV – V.
Acerca da relação entre divisão do trabalho e produtividade do trabalho para Adam Smith é
correto afirmar que:
I. a produtividade do trabalhador aumenta se ele puder se dedicar a um número pequeno de
operações.
II. quanto menor for o número de operações executadas por cada trabalhador, menor será o
tempo perdido a passagem de uma operação a outra.
III. a aptidão e talento dos homens para determinadas operações é uma característica natural
de cada um.
IV. é importante que os homens desenvolvam o maior número de aptidões possíveis, se
tornando assim trabalhadores polivalentes.
Está(ão) correta(s) apena(s) a(s) alternativa(s):
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) IV.
e) I e II.
O livro A Riqueza das Nações, de Adam Smith, escrito em 1776, no contexto da Primeira
Revolução Industrial, desenvolve uma análise do surgimento do capitalismo industrial e foi
considerado o primeiro estudo científico do capitalismo, dando origem a uma escola do
pensamento econômico, conhecida como Escola Clássica. Adam Smith tinha como
preocupação saber qual era a causa da riqueza da nação, de grupos e de pessoas individuais.
Entre estas, qual alternativa responde à sua pergunta?
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a) Para Adam Smith o principal fator era o trabalho produtivo especializado, porque ele diminui
os tempos ociosos, evitando que o trabalhador perca tempo, mudando de atividade, aumenta
a destreza do trabalhador e incentiva a sua capacidade inventiva.
b) O economista inglês foi responsável pela transferência do centro de análise do âmbito do
comércio para o da produção, sustentando que somente a terra, ou a natureza é capaz de
realmente produzir algo novo (só a terra multiplica um grão de trigo em muitos outros grãos),
portanto, a terra é a única fonte de riqueza.
c) Adam Smith defendia a ideia de que o Estado deveria incrementar o bem-estar nacional,
mesmo que em detrimento de seus vizinhos e colônias, pois, a riqueza da nação era constituída,
essencialmente, pela moeda, o Estado deveria desenvolver mecanismos para obtê-la.
d) O principal fator capaz de promover a riqueza da nação era a balança comercial favorável,
na medida em que as importações de um país fossem menores do que suas exportações
haveria uma entrada líquida de moedas, aumentando o seu volume e, consequentemente, a
riqueza da nação.
e) Adam Smith defendia a tese de que o investimento em tecnologia seria o fator principal para
o acúmulo de riqueza, na medida em que ela possibilita o aumento da produtividade numa
jornada de trabalho menor e, gradativamente, substitui a força humana de trabalho pela
máquina.
A disparidade salarial entre homens e mulheres é mostrada em uma pesquisa realizada pelo
Banco Nacional de Empregos (BNE) em seu sistema de vagas. A maior diferença salarial pode
ser verificada em 20 funções, que têm índices superiores à taxa de 20% – pesquisa da
consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, mostra
que as mulheres ganham em média 20,5% a menos que os homens no Brasil. Essa diferença
segue em patamar elevado mesmo quando se compara trabalhadores do mesmo perfil de
escolaridade e idade e na mesma categoria de ocupação. De acordo com o BNE, a maior
diferença se encontra na área de tecnologia: para desenvolvedor front-end, a variação entre
os salários em favor dos homens foi de 63,2%. Nessa lista há cargos de liderança, como gerentes
e supervisores, e também funções como auxiliares e analistas. De acordo com o BNE, "isso
demonstra que a desigualdade afeta as mulheres em todos os níveis hierárquicos e em diversos
segmentos, dada a variedade de áreas listadas"
(G1. Abr/2022)
A pesquisa realizada evidencia
a) um contexto de equiparação de gênero.
b) o aumento do desemprego.
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A sociologia surgiu, na primeira metade do século XIX, sob o impacto da Revolução Industrial e
da Revolução Francesa. As transformações econômicas, políticas e culturais suscitadas por
esses acontecimentos criaram a impressão generalizada de que a Europa vivia o alvorecer de
uma nova sociedade.
MUSSI, Ricardo. Apontamentos sobre o nascimento da sociologia. Blog Boitempo, 23/11/2012.
Sobre o surgimento da Sociologia está correta a seguinte afirmação:
a) A Sociologia surgiu como uma resposta à crise social e política do século XVIII, buscando
compreender a sociedade de forma científica.
b) A Sociologia é resultado dos estudos sobre o modo de produção desenvolvido no Canadá, a
partir de uma perspectiva revolucionária do positivismo, mesclado com teorias do Estado de
Bem-estar Social.
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c) A ideia de desenvolvimento pela revolução social foi defendida pelo Absolutismo, que
influenciou o Positivismo.
d) Os limites e as contradições do progresso para a liberdade humana foram apontados pelo
Iluminismo e aceitos pelo Positivismo.
e) Somente no século XXI é que podemos falar em surgimento, de fato, da Sociologia.
(BERTAZZI, Galvão. “Vida Besta”. Folha de São Paulo, 13/09/2023. Disponível em: < https://cartum.folha.uol.com.br>.
Acessado em 13/09/2023)
A tirinha acima traz diversas críticas sociais. Uma delas pode ser associada à ideia da vida
urbana como uma vida extremamente complexa que, nas palavras de Émile Durkheim, tornaria
a sociabilidade contemporânea uma sociabilidade pautada pela
a) solidariedade mecânica.
b) submissão ao fato social.
c) opção pelo suicídio.
d) solidariedade orgânica.
e) solidariedade sociológica.
A Rede Mulheres Produtoras do Pajeú nasceu em 2005, quando a Casa Mulher do Nordeste,
organização feminista do sertão pernambucano fundada na década de 1980, convidou algumas
mulheres produtoras para o Festival de Economia Popular e Solidária do Pajeú. A educadora
social Elizabete Ferreira foi uma delas. Está na associação desde o início e é parte integrante do
grupo Guerreiras Pernambucanas, que trabalha com agricultura e a produção de sabonetes
líquidos de aroeira. A ideia principal era a de criar uma rede de apoio e de formação política e
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agroecológica para poder diminuir o isolamento entre mulheres do sertão, além de ser um
movimento que olha com mais atenção para questões de gênero na região, principalmente
para casos de violência doméstica. Assim, a Rede se estabelece com base em três pilares:
agroecologia, feminismo e economia solidária.
(UOL. Feministas do sertão: quintais de agricultoras viram armas de transformação.
06/04/2021. Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-
noticias/2021/04/06/feministas-do-sertao-quintais-de-agricultoras-viram-armas-de-
transformacao.htm. Acesso em: 08/04/2021)
De acordo com o texto, a ação do movimento em questão
a) forma lideranças para disputar cargos eletivos em municípios rurais.
b) formaliza mulheres no mercado de trabalho e as transforma em operárias.
c) objetiva aumentar o ganho de escala lucrativo por meio do trabalho doméstico.
d) utiliza os quintais produtivos como uma estratégia de empoderamento feminino.
Atualmente, a economia sob demanda está alterando de maneira fundamental nossa relação
com o trabalho e com o tecido social no qual ela está inserida. Mais empregadores estão
usando a “nuvem humana” para as coisas serem feitas. As atividades profissionais são
separadas em atribuições e projetos distintos; em seguida, elas são lançadas em uma nuvem
virtual de potenciais trabalhadores, localizados em qualquer lugar do mundo.
Klaus Schwab. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro, 2016.
Sobre as relações de trabalho na economia sob demanda, assinale a afirmativa incorreta.
a) Os prestadores de serviço não são mais empregados no sentido tradicional, mas
trabalhadores independentes que realizam tarefas específicas.
b) Os trabalhadores independentes realizam suas tarefas em casa, o que permite a
administração do próprio tempo, menor estresse e maior controle da cadeia produtiva.
c) Uma parte da força de trabalho, para gerar renda, pode ser, ao mesmo tempo, motorista da
Uber, locador da Airbnb e executar outras pequenas tarefas.
d) Os trabalhadores que se deslocam de tarefa em tarefa não usufruem dos direitos
trabalhistas, dos ganhos das negociações coletivas e da segurança no trabalho.
e) Os trabalhadores autônomos vivenciam novas relações de trabalho, em que os contratantes
estão desvinculados da obrigação de pagar salário mínimo e benefícios sociais.
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15. (VUNESP/2018)
16. (VUNESP/2018)
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A vida privada interfere na vida pública e é fator de restrição às mulheres. A divisão sexual do
trabalho impõe às mulheres maiores obrigações na vida privada do que aos homens. É correto
afirmar que
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A isso ocorre porque a dualidade entre público e privado é problematizada nas teorias da
democracia.
B a persistência desses padrões destoam dos valores igualitários perseguidos pelas feministas.
C é preciso desnaturalizar esses padrões, que implicam desvantagens para as mulheres.
D a legislação e o cotidiano da vida brasileira são os fatores responsáveis por esses padrões.
A expressão “divisão social do trabalho” tem sido usada no sentido cunhado por Karl Marx e
também referendada por autores como Braverman e Marglin para designar a especialização
das atividades presentes em todas as sociedades complexas, independentemente de os
produtos do trabalho circularem como mercadoria ou não. Designa a divisão do trabalho social
em atividades produtivas, isto é, ramos de atividades necessárias para a reprodução da vida.
Marx, em O Capital, afirma que a divisão social do trabalho diz respeito ao caráter específico
do trabalho humano. Um animal faz coisas de acordo com o padrão e a necessidade da espécie
a que pertence. Enquanto a aranha é capaz de tecer e o urso de pescar, um indivíduo da espécie
humana pode ser, simultaneamente, tecelão, pescador, construtor e mil outras coisas
combinadas. Essa capacidade de produzir diferentes coisas e até de inventar padrões diferentes
dos animais não pode ser exercida individualmente, mas a espécie como um todo acha possível
fazer isso, em parte pela divisão do trabalho.
Internet: <www.sites.epsjv.fiocruz.br> (com adaptações).
Com base no texto e nas diferentes dimensões do trabalho, julgue o item a seguir.
A divisão social do trabalho apresenta e já apresentou, ao longo da história, diferentes critérios
para a sua realização, entre eles as diferenças sexuais.
C ) Certo
E ) Errado
20. (VUNESP/2015)
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Anthony Giddens, em seu livro Sociologia, refere-se à “segregação ocupacional dos gêneros”
como explicação para o fato de homens e mulheres.
A) serem alocados em atividades de acordo com a sua capacidade profissional.
B) estarem concentrados em tipos diferentes de empregos de acordo com a compreensão do
que seja a atividade adequada para cada sexo.
C) ocuparem distintas profissões de acordo com as oportunidades oferecidas pelo mercado de
trabalho.
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Dados do IBGE mostram que, em 2009, no Brasil, as mulheres gastavam, em média, 22,0 horas
semanais em atividades domésticas, enquanto a média entre os homens foi de 9,5 horas. Esses
dados permitem a reflexão sobre a
A) divisão sexual do trabalho na sociedade brasileira.
B) separação entre trabalho produtivo e trabalho doméstico.
C) importância do trabalho doméstico.
D) tendência natural das mulheres para o trabalho doméstico.
C ) Certo
E ) Errado
Assinale a alternativa que não corresponde a uma característica do trabalho nas sociedades
tribais.
A) O trabalho proporciona o acúmulo de excedentes que originarão as distinções de classe.
B) Produzem para viver para prover às festas e presentear sempre na medida do que é
necessário.
C) O trabalho está vinculado às demais atividades sociais como as relações de parentesco,
religião, educação.
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O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, desviamo-nos dele. A cobiça
envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito
marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da produção veloz,
mas nos sentimos enclausurados dentro dela.
A máquina, que produz em grande escala, tem provocado a escassez. Nossos conhecimentos
fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos
de afeição e doçura!
Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido.
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Somos assim levados a considerar a divisão do trabalho sob um novo aspecto. Neste caso,
com efeito, os serviços econômicos que ela proporciona são de menor monta ao lado do efeito
moral que produz, e sua verdadeira função é criar entre duas ou mais pessoas um sentimento
de solidariedade.
(DURKHEIM, 2010, p. 63.)
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Considerando a divisão do trabalho e sua relação com a solidariedade proposta por Émile
Durkheim, analise as afirmativas a seguir.
I. A solidariedade não pode jamais existir entre outrem e nós a não ser que a imagem desse
outrem se una a nossa. Mas quando a união resulta da semelhança de duas imagens, ela
consiste em uma aglutinação.
II. As grandes sociedades políticas só podem se manter em equilíbrio graças à especialização
de tarefas que a divisão do trabalho é a fonte, senão a única, pelo menos a principal da
solidariedade social
III. Quanto mais solidários sejam os membros de uma sociedade, mais eles mantêm relações
diversas, sejam uns com outros, sejam com o grupo tomado coletivamente. Porque se os seus
contatos fossem raros, eles não dependeriam uns dos outros se não de maneira frágil e
intermitente.
IV. O estudo da solidariedade pertence à sociologia. É um fato social que só pode conhecer por
meio de seus efeitos sociais. Se tantos moralistas e psicólogos puderam tratar a questão sem
seguir esse método é porque eles contornaram a dificuldade.
Está correto o que se afirma em
A I, II, III e IV.
B I e II, apenas.
C II e III, apenas.
D III e IV, apenas.
E I, II e IV, apenas.
30. CETAP - 2023 - Técnico em Gestão de Meio Ambiente (SEMAS PA)/Ciências Sociais
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8 GABARITO
1. C 18. C
2. A 19. CERTO
3. C 20. C
4. A 21. B
5. B 22. A
6. A 23. ERRADO
7. E 24. A
8. A 25. B
9. E 26. ERRADO
10. A 27. A
11. A 28. CERTO
12. D 29. A
13. D 30. A
14. B
15. A
16. C
17. E
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Comentários
O texto aborda as características do modo de produção escravista, destacando a relação de domínio entre
senhores e escravos, bem como a exploração desigual dos recursos produzidos.
b) Incorreta porque os meios de produção compreendem recursos materiais, como terra e máquinas, não
abordando diretamente a relação social entre senhores e escravos descrita no texto.
c) Correta porque as relações de produção referem-se à organização social e às interações entre classes, o
que é central para entender o modo de produção escravista conforme descrito no texto.
d) Incorreta porque as forças produtivas incluem fatores como tecnologia e conhecimento, mas não
capturam diretamente as relações sociais específicas do sistema escravista.
e) Incorreta porque a matéria-prima refere-se aos recursos naturais utilizados na produção, não abordando
a relação de domínio entre senhores e escravos destacada no texto.
Gabarito: C
Atualmente estão se impondo outras formas de vida, não para o conjunto da população, mas
sim para uma parte considerável dela. Trata-se de formas de vida similares às conhecidas pelas
mulheres nos últimos decênios. Essas formas de vida estão feitas de trabalho a tempo parcial,
contratos temporários, trabalhos não retribuídos e voluntários
(Beck, Ulrich. Un nuevo mundo feliz. La precariedad del trabajo en la era de la globalización.
Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, S. A., 2000, p. 102).
Embasado nos pressupostos teóricos do texto, assinale a opção correta.
a) Constata-se, em todo o mundo, que o aumento das formas de emprego inseguras e precárias
é maior entre as mulheres que entre os homens.
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Comentários
a) Correta porque se alinha à realidade observada em muitos contextos sociais, respaldada por teorias e
estudos sobre a discriminação de gênero no ambiente de trabalho. Historicamente, as mulheres têm
enfrentado barreiras e desigualdades no mercado de trabalho, refletidas em diversas formas de
discriminação, como salários mais baixos em comparação com homens que desempenham funções
equivalentes, acesso limitado a oportunidades de promoção e maior propensão a ocuparem posições de
trabalho precárias e temporárias.
A teoria feminista na sociologia destaca como as estruturas sociais perpetuam desigualdades de gênero,
impactando as escolhas de carreira, as condições de trabalho e as oportunidades de ascensão profissional
das mulheres. A discriminação de gênero, muitas vezes sutil e sistêmica, contribui para a prevalência de
formas de emprego inseguras e precárias entre as mulheres. A flexibilização do trabalho, nesse contexto,
pode ser uma estratégia que perpetua a desigualdade de gênero, oferecendo menos estabilidade e
segurança às trabalhadoras.
b) Incorreta porque o contexto cultural e a importância do trabalho informal são construtos complexos,
influenciados por fatores históricos, políticos e sociais únicos a cada região. Generalizar a semelhança entre
a Europa e a América do Sul sem considerar essas nuances é uma simplificação excessiva.
c) Incorreta porque a desregulação das relações laborais e as formas de flexibilização do trabalho nem
sempre resultam no aumento do poder negociador dos sindicatos. Em muitos casos, essas mudanças podem
enfraquecer a posição dos trabalhadores, diminuindo a capacidade de negociação sindical.
d) Incorreta porque a experiência histórica do trabalho assalariado estável e formal não é universal, e no
contexto brasileiro, há uma diversidade de formas de emprego ao longo do tempo. Generalizar que a
estabilidade e a formalidade foram predominantes ignora nuances históricas e sociais.
e) Incorreta porque a ideia de pleno emprego e empregos permanentes na conjuntura do mercado mundial
enfrenta desafios diante da crescente globalização e automação. A natureza dinâmica e volátil do mercado
de trabalho contemporâneo desafia a concepção tradicional de empregos permanentes para todos.
Gabarito: A
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A partir do conteúdo do texto abaixo considerar a incoerência de uma das opções que dele se
deduz
A divisão sexual do trabalho é a separação e distribuição das atividades de produção e
reprodução social de acordo com o sexo dos indivíduos. É uma das formas mais simples e,
também, mais recorrentes de divisão social do trabalho. Qualquer sociedade tem definidas,
com mais ou menos rigidez e exclusividade, esferas de atividades que comportam trabalhos e
tarefas considerados apropriados para um ou outro sexo.
(Holzmann da Silva, 1999)
a) A esfera feminina situa-se no âmbito doméstico privado, da produção de valores de uso para
o consumo do grupo familiar, da reprodução da espécie e do cuidado das crianças, dos velhos
e dos incapazes.
b) As atividades de produção social e de direção da sociedade, desempenhadas no espaço
público, são atribuições masculinas.
c) A distinção entre trabalho de homens e de mulheres expressa atributos e capacidades inatas
aos indivíduos, diferentes em homens e em mulheres.
d) Os estereótipos de ser homem e de ser mulher sustentam e legitimam a divisão sexual do
trabalho.
e) As mulheres são mais vulneráveis à repressão da organização do processo de trabalho
taylorista.
Comentários
O texto discute a divisão sexual do trabalho, destacando a separação e distribuição das atividades de
produção e reprodução social de acordo com o sexo dos indivíduos. No comando, podemos afirmar que o
que está incoerente é o que está errado segundo o próprio texto. Isso torna a questão péssima. Mas vamos
treinar no "ambiente desconfortável da questão".
Segundo a teoria social da divisão sexual do trabalho, sabemos que apesar de ser uma divisão simples não
é definida por o que cada sexo é de maneira natural, mas sim pela expectativa social sobre os gêneros. Ou
seja, a sociedade cria estereótipos do que é ser homem ou mulher na sociedade e a partir disso faz uma
divisão social que historicamente associou à mulher a esfera da reprodução (esfera provada) e ao homem
a esfera da produção (esfera pública).
Considerando a teoria, a única alternativa correta é a D Os estereótipos de ser homem e de ser mulher
sustentam e legitimam a divisão sexual do trabalho. Todas as demais alternativas estão incorretas.
Já, se nos limitados à leitura do texto, em alguma medida, todas são incoerentes em relação ao texto teremos
o seguinte:
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a) Incorreta porque o texto não sugere que a esfera feminina se situa exclusivamente no âmbito doméstico
privado. Ele menciona que existem esferas de atividades definidas para cada sexo, mas não limita a esfera
feminina apenas ao espaço doméstico. (mas sabemos que isso existe na realidade histórica)
b) Incorreta porque o texto não afirma que as atividades de produção social e de direção da sociedade são
exclusivamente atribuições masculinas. Ele destaca que há esferas de atividades definidas para cada sexo,
mas não limita as atividades de direção da sociedade apenas aos homens. (mas sabemos que isso existe na
realidade histórica).
c) Incorreta porque o texto não sustenta a ideia de que as diferenças na divisão sexual do trabalho são
baseadas em atributos e capacidades inatas. Pelo contrário, ele destaca a influência da sociedade na
definição das esferas de atividades para cada sexo. Assim, a divisão sexual do trabalho é um fenômeno social
e não biológico.
d) Incorreta porque o texto não discute diretamente os estereótipos de ser homem ou mulher como
sustentação ou legitimação da divisão sexual do trabalho. (mas sabemos que isso existe na realidade
histórica).
e) Incorreta porque o texto não aborda especificamente a vulnerabilidade das mulheres à repressão da
organização do processo de trabalho taylorista.
O aluno tinha que entender que o argumento central do texto que está afirmando existir uma regra social
básica para a divisão do trabalho. Isso ao longo do tempo associou o trabalho feminino e masculino a
determinados funções e espaços trabalho feminino-reprodução-privado e masculino-produção-público.
Logo a única alternativa que traz alguma noção sobre aspecto biológico e inato é alternativa C, ao afirmar
distinção entre trabalho de homens e de mulheres expressa atributos e capacidades inatas aos indivíduos.
Gabarito: C
A reflexão abaixo permite vários desdobramentos sobre a "divisão sexual do trabalho". Uma
das apresentadas é falsa; assinale-a.
"A divisão sexual do trabalho, um fato persistente na história humana, foi muitas vezes tratado
como um fenômeno invariável no tempo. Contrariando esta tendência, abordagens mais
amplas passaram a sublinhar o caráter específico da subordinação por sexo entendido como
assimetria nas relações de gênero. Desse modo pretendiam salientar o caráter socialmente
constituído destas diferenças, enfatizando as dimensões sociais e culturais da subordinação."
(Bandeira, 1997)
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Comentários
a) Gabarito. Incorreta porque a afirmação de que as políticas sociais historicamente foram dirigidas para fixar
a mão-de-obra feminina no âmbito familiar não reflete a compreensão atual da divisão sexual do trabalho e
nem das políticas de combate à discriminação de gênero. Lembremos algumas:
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pode refletir desafios em reconhecer e incentivar uma distribuição mais equitativa das responsabilidades
parentais entre homens e mulheres e uma estigmatização sobre o trabalho da mulher.
c) Correta porque a submissão do trabalho feminino a uma maior precarização, mesmo em camadas de renda
mais desfavorecidas, reflete a realidade observada. Teorias econômicas, como a teoria do capital humano,
destacam como estereótipos de gênero afetam as oportunidades de emprego e as condições de trabalho,
resultando na precarização do trabalho feminino. Apesar de mal escrita, é uma questão que trouxe a relação
entre gênero e classe na combinação de dupla desvantagens.
d) Correta porque a ideia de que o processo de diferenciação entre os sexos aprofunda-se com as
complexidades crescentes da sociedade capitalista está em linha com análises sociológicas que exploram as
interações entre o sistema capitalista e as relações de gênero. A especialização e aumento da produtividade
frequentemente acentuam as disparidades de gênero no mercado de trabalho. Um bom exemplo, é o setor
de tecnologia, ocupado majoritariamente por pessoas dos sexo masculino. Estamos falando de desigualdade
de gênero na área tecnológica.
e) Correta porque a generalização de uma divisão do trabalho sexualmente ordenada baseada no controle
exercido sobre o trabalho da mulher e dos filhos está em conformidade com teorias de gênero que destacam
como as estruturas patriarcais perpetuam a subordinação das mulheres. A ideia de controle sobre o trabalho
feminino remonta às análises feministas sobre o poder e a exploração de gênero.
Gabarito: A
A questão aborda as concepções de trabalho de três autores clássicos da sociologia: Karl Marx, Max Weber
e Émile Durkheim.
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(A) Incorreta:
- Para Vilfredo Pareto o trabalho é um meio de integração social, pois é por meio dele que os indivíduos se
relacionam uns com os outros e se integram à sociedade.
Karl Marx abordou o trabalho como valor, na medida em que ele é a fonte de toda a riqueza. Para Marx, o
trabalho é a atividade fundamental do homem, pois é por meio dele que o homem transforma a natureza e
cria a sua própria existência. O trabalho é também uma fonte de exploração, pois o trabalhador é
expropriado do valor de seu trabalho pelo capitalista.
Max Weber abordou o trabalho como racionalidade capitalista, na medida em que ele é baseado na
eficiência e na lógica. Para Weber, o capitalismo é um sistema racional, que se baseia na eficiência e na busca
do lucro. O trabalho é um elemento fundamental do capitalismo, pois é por meio dele que o capital é
acumulado.
Émile Durkheim abordou o trabalho como elemento de interação do indivíduo na sociedade, na medida em
que ele é um meio de integração social. Para Durkheim, o trabalho é uma das principais formas de interação
social, pois é por meio dele que os indivíduos se relacionam uns com os outros e se integram à sociedade.
- David Ricardo não abordou o trabalho como valor, mas sim como fonte de lucro.
- Jeremy Bentham não abordou o trabalho como racionalidade capitalista, mas sim como uma atividade que
deve ser maximizada.
- Karl Marx abordou o trabalho como elemento de interação do indivíduo na sociedade, na medida em que
ele é um meio de exploração.
- Thomas Malthus não abordou o trabalho como valor, mas sim como um fator que limita o crescimento
populacional.
- John Rawls não abordou o trabalho como racionalidade capitalista, mas sim como um meio de justiça social.
- Max Weber abordou o trabalho como racionalidade capitalista, mas não como um elemento de interação
do indivíduo na sociedade.
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- Max Weber não abordou o trabalho como valor, mas sim como racionalidade capitalista.
- John Stuart Mill não abordou o trabalho como racionalidade capitalista, mas sim como uma atividade que
deve ser livre e responsável.
- David Ricardo não abordou o trabalho como elemento de interação do indivíduo na sociedade, mas sim
como uma fonte de lucro.
Gabarito: B.
Comentários
I - note que a afirmação mobiliza os conceitos da perspectiva de Émile Durkheim. Dessa forma, conforme os
conceitos de divisão social do trabalho, solidariedade mecânica e solidariedade orgânica, a afirmação está
correta.
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passando da consciência coletiva predominante em sociedades tradicionais para a divisão do trabalho social
predominante em sociedades modernas.
Segundo Durkheim, a solidariedade social é a força que mantém os indivíduos unidos em uma sociedade. Ele
identifica dois tipos principais de solidariedade, cada um associado a diferentes estágios de desenvolvimento
social:
Consciência Coletiva:
À medida que as sociedades evoluem, Durkheim argumenta que a solidariedade se transforma de uma base
de consciência coletiva para uma base na divisão do trabalho social. Nas sociedades modernas e
industrializadas, a interdependência econômica e funcional entre os indivíduos torna-se mais proeminente.
A solidariedade agora é sustentada pela especialização ocupacional e pela interação complexa entre
diferentes funções sociais.
Solidariedade Mecânica:
Solidariedade Orgânica:
Por outro lado, a solidariedade orgânica é característica das sociedades modernas e industrializadas. Essa
forma de integração social é baseada na interdependência funcional e na especialização ocupacional. À
medida que as sociedades evoluem, a divisão do trabalho torna-se mais complexa, e os indivíduos dependem
uns dos outros para a realização de tarefas específicas. A solidariedade orgânica resulta da interconexão e
complementaridade das funções sociais especializadas.
Portanto, a distinção entre solidariedade mecânica e orgânica está enraizada na natureza das relações sociais
e nos mecanismos que mantêm a coesão em diferentes tipos de sociedades ao longo do desenvolvimento
social. Essa concepção é fundamental para a compreensão da teoria sociológica de Durkheim sobre a
evolução das formas de solidariedade nas sociedades.
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Gabarito: A
Acerca da relação entre divisão do trabalho e produtividade do trabalho para Adam Smith é
correto afirmar que:
I. a produtividade do trabalhador aumenta se ele puder se dedicar a um número pequeno de
operações.
II. quanto menor for o número de operações executadas por cada trabalhador, menor será o
tempo perdido a passagem de uma operação a outra.
III. a aptidão e talento dos homens para determinadas operações é uma característica natural
de cada um.
IV. é importante que os homens desenvolvam o maior número de aptidões possíveis, se
tornando assim trabalhadores polivalentes.
Está(ão) correta(s) apena(s) a(s) alternativa(s):
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) IV.
e) I e II.
Comentários
I - correto, pois, segundo os estudos de Adam Smith na fábrica de alfinetes, a especialização das atividades
do trabalhador aumentaria a produtividade.
III - errado, pois a divisão do trabalho poderia condicionar a tarefa dos indivíduos a partir de característica
própria dos seres humanas que é a racionalidade e a ação comunicativa, ambas permeadas pela liberdade
do ser.
IV - Falsa afirmação. Adam Smith enfatizava a especialização e a divisão do trabalho como meios de aumentar
a eficiência. Ele não abordava a importância de os trabalhadores desenvolverem o maior número possível
de aptidões, mas sim de se especializarem em tarefas específicas.
Gabarito: E
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O livro A Riqueza das Nações, de Adam Smith, escrito em 1776, no contexto da Primeira
Revolução Industrial, desenvolve uma análise do surgimento do capitalismo industrial e foi
considerado o primeiro estudo científico do capitalismo, dando origem a uma escola do
pensamento econômico, conhecida como Escola Clássica. Adam Smith tinha como
preocupação saber qual era a causa da riqueza da nação, de grupos e de pessoas individuais.
Entre estas, qual alternativa responde à sua pergunta?
a) Para Adam Smith o principal fator era o trabalho produtivo especializado, porque ele diminui
os tempos ociosos, evitando que o trabalhador perca tempo, mudando de atividade, aumenta
a destreza do trabalhador e incentiva a sua capacidade inventiva.
b) O economista inglês foi responsável pela transferência do centro de análise do âmbito do
comércio para o da produção, sustentando que somente a terra, ou a natureza é capaz de
realmente produzir algo novo (só a terra multiplica um grão de trigo em muitos outros grãos),
portanto, a terra é a única fonte de riqueza.
c) Adam Smith defendia a ideia de que o Estado deveria incrementar o bem-estar nacional,
mesmo que em detrimento de seus vizinhos e colônias, pois, a riqueza da nação era constituída,
essencialmente, pela moeda, o Estado deveria desenvolver mecanismos para obtê-la.
d) O principal fator capaz de promover a riqueza da nação era a balança comercial favorável,
na medida em que as importações de um país fossem menores do que suas exportações
haveria uma entrada líquida de moedas, aumentando o seu volume e, consequentemente, a
riqueza da nação.
e) Adam Smith defendia a tese de que o investimento em tecnologia seria o fator principal para
o acúmulo de riqueza, na medida em que ela possibilita o aumento da produtividade numa
jornada de trabalho menor e, gradativamente, substitui a força humana de trabalho pela
máquina.
Comentários
A) Correto, pois, conforme a teoria da divisão do trabalho de Adam Smith, que considera o trabalho
produtivo especializado como um fator crucial para o aumento da eficiência e, consequentemente, para a
geração de riqueza, a especialização do trabalho, de acordo com Smith, reduz os tempos ociosos, aprimora
as habilidades dos trabalhadores e estimula a inovação.
B) Errado. Embora Adam Smith reconheça a importância da produção e da terra na criação de riqueza, sua
ênfase está na divisão do trabalho e no trabalho produtivo especializado como principais motores do
crescimento econômico. Não limita a fonte de riqueza apenas à terra.
C) Errado. Adam Smith não advogava por políticas que sacrificassem vizinhos ou colônias em prol do bem-
estar nacional. Sua visão estava mais alinhada a políticas que promovessem a liberdade econômica e a não
interferência do Estado nos mercados. Além disso, Smith não limitou a riqueza da nação à moeda.
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D) Errado. Embora Adam Smith reconheça a importância da balança comercial, ele não a considera o único
fator determinante da riqueza da nação. Sua ênfase está na produção, na divisão do trabalho e na
especialização.
E) Falsa afirmação. Embora Smith reconhecesse a importância da tecnologia, sua principal ênfase estava na
divisão do trabalho como fator crucial para a eficiência produtiva e a criação de riqueza.
Gabarito: A
A disparidade salarial entre homens e mulheres é mostrada em uma pesquisa realizada pelo
Banco Nacional de Empregos (BNE) em seu sistema de vagas. A maior diferença salarial pode
ser verificada em 20 funções, que têm índices superiores à taxa de 20% – pesquisa da
consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, mostra
que as mulheres ganham em média 20,5% a menos que os homens no Brasil. Essa diferença
segue em patamar elevado mesmo quando se compara trabalhadores do mesmo perfil de
escolaridade e idade e na mesma categoria de ocupação. De acordo com o BNE, a maior
diferença se encontra na área de tecnologia: para desenvolvedor front-end, a variação entre
os salários em favor dos homens foi de 63,2%. Nessa lista há cargos de liderança, como gerentes
e supervisores, e também funções como auxiliares e analistas. De acordo com o BNE, "isso
demonstra que a desigualdade afeta as mulheres em todos os níveis hierárquicos e em diversos
segmentos, dada a variedade de áreas listadas"
(G1. Abr/2022)
A pesquisa realizada evidencia
a) um contexto de equiparação de gênero.
b) o aumento do desemprego.
c) a crescente desigualdade e concentração de renda.
d) a desconfiança em relação a dados do mercado de trabalho.
e) um cenário de subjugação de gênero no mercado de trabalho.
Comentários
b) falso, pois só pelos dados apresentados no texto do enunciado não é possível chegar a essa conclusão.
c) falso, pois o texto aborda, sim, desigualdades, porém, as que se referem à maior ou menor inserção das
mulheres no mercado de trabalho, segundo as variáveis salário e hierarquia dos postos de liderança.
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d) falso, pois a pesquisa é feita justamente para desvendar a realidade do mercado de trabalho, com o
objetivo de gerar dados mais confiáveis.
e) correto, pois há uma contexto estrutural em que mulheres ganham menos e têm menos acesso a postos
de liderança, o que reafirma a sociedade machista em que vivemos.
Gabarito: E
Comentários
O texto faz uma clara distinção entre as mercadorias e a vida humana. As mercadorias são úteis na medida
em que resolvem e facilitam tarefas – ajuda a lavar roupa ou triturar comidas. Já a vida é essencialmente
natural : o homem e todo o meio ambiente. Essa é a relação essencial que dá sentido à vida: essa capacidade
de que os seres humanos têm de se conectar com a natureza.
Mas o texto fala que, assim como criamos coisas, criamos também uma outra ideia do que somos, uma
abstração diferente da nossa essência. Esse processo de nos aproximarmos de coisas, ao atribuirmos
utilidade à vida e às pessoas é um processo de transformar o ser humano em coisa, em mercadoria. Assim,
temos o processo de coisificação do ser humano. Gabarito letra A.
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c) Errado. A selva não é todo habitat natural do homem. Além disso, o habitat muda, essa não é a
questão. O problema posto é a relação do homem com as coisas e consigo mesmo.
Gabarito: A
A sociologia surgiu, na primeira metade do século XIX, sob o impacto da Revolução Industrial e
da Revolução Francesa. As transformações econômicas, políticas e culturais suscitadas por
esses acontecimentos criaram a impressão generalizada de que a Europa vivia o alvorecer de
uma nova sociedade.
MUSSI, Ricardo. Apontamentos sobre o nascimento da sociologia. Blog Boitempo, 23/11/2012.
Sobre o surgimento da Sociologia está correta a seguinte afirmação:
a) A Sociologia surgiu como uma resposta à crise social e política do século XVIII, buscando
compreender a sociedade de forma científica.
b) A Sociologia é resultado dos estudos sobre o modo de produção desenvolvido no Canadá, a
partir de uma perspectiva revolucionária do positivismo, mesclado com teorias do Estado de
Bem-estar Social.
c) A ideia de desenvolvimento pela revolução social foi defendida pelo Absolutismo, que
influenciou o Positivismo.
d) Os limites e as contradições do progresso para a liberdade humana foram apontados pelo
Iluminismo e aceitos pelo Positivismo.
e) Somente no século XXI é que podemos falar em surgimento, de fato, da Sociologia.
Comentários
a) A alternativa é a resposta correta. A Sociologia surgiu como uma disciplina acadêmica no século XIX, como
uma resposta à crise social e política do século XVIII, buscando compreender a sociedade de forma científica.
O surgimento da Sociologia teve como principais influências o Iluminismo e o Positivismo, que buscavam
uma compreensão objetiva da sociedade e das relações sociais.
b) falso, o pensador sociológico que estuda o modo de produção asiático é Karl Marx. Sabemos que o
marxismo, embora remonte temporalmente ao surgimento da sociologia, não é a vertente que fundou a
sociologia enquanto Ciência, mas sim o positivismo. Além disso, a relação é inversa: foram os estudos sobre
o modo de produção asiático que contribuíram para o aprimoramento da sociologia, na medida em que Marx
é anterior à consolidação da sociologia.
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c) falso, pois o correto seria Iluminismo, pois o pensamento Iluminista caracterizou-se, entre outros aspectos,
pela defesa da razão como “meio”, sendo que a partir da racionalidade seria possível explicar os diferentes
fenômenos da realidade, com vistas ao progresso da sociedade. Essas ideias foram compartilhadas pelo
Positivismo, corrente formadora da Sociologia. Com efeito, ressalta-se que a ideia de Revolução aqui pode
ter dois sentidos: um, direcionado a mudanças sociais mais profundas, no sentido da Revolução Francesa;
outro, a partir da concepção filosófico-positivista, isto é, como revolução de pensamento e de mudanças
gradualmente evolutivas na sociedade, ou seja, revolução no sentido de evolução.
d) falso. Incorreta, pois o Positivismo surgiu no contexto do século XIX, período durante o qual a crença no
progresso era hegemônica no pensamento social. Desse modo, o Positivismo adotou a noção positiva de
progresso como um dos centros normativos de seu pensamento. Nesse sentido, o progresso seria elemento
de harmonização da ordem social.
e) falso, pois é no século XIX, já com a consolidação do sistema capitalista na Europa, que se encontra a
herança intelectual mais próxima da Sociologia como ciência específica.
Gabarito: A
(BERTAZZI, Galvão. “Vida Besta”. Folha de São Paulo, 13/09/2023. Disponível em: < https://cartum.folha.uol.com.br>.
Acessado em 13/09/2023)
A tirinha acima traz diversas críticas sociais. Uma delas pode ser associada à ideia da vida
urbana como uma vida extremamente complexa que, nas palavras de Émile Durkheim, tornaria
a sociabilidade contemporânea uma sociabilidade pautada pela
a) solidariedade mecânica.
b) submissão ao fato social.
c) opção pelo suicídio.
d) solidariedade orgânica.
e) solidariedade sociológica.
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A sociologia, desde suas origens, buscou entender as dinâmicas e transformações da vida em sociedade.
Émile Durkheim, um de seus pioneiros, desenvolveu conceitos fundamentais para analisar a coesão e
integração social em diferentes contextos históricos e sociais. A menção à "Vida Besta" na tirinha sugere um
olhar crítico sobre a vida urbana contemporânea, refletindo sobre como os indivíduos se relacionam e se
integram em ambientes caracterizados por sua complexidade e dinâmica acelerada.
a) Incorreto. Este tipo de solidariedade é característico de sociedades mais simples e tradicionais, onde há
uma forte coesão baseada em semelhanças e compartilhamento de valores e crenças comuns entre os
membros. Em um contexto urbano e complexo, essa solidariedade é menos provável, tornando esta opção
menos adequada para a interpretação da tirinha.
b) Incorreto. O "fato social" é um conceito central na obra de Durkheim, referindo-se a maneiras coletivas
de pensar, sentir e agir que são externas ao indivíduo e exercem uma pressão sobre ele. Embora a vida na
cidade possa ser vista sob a lente da submissão aos fatos sociais, esta alternativa não aborda diretamente a
natureza da solidariedade ou coesão social.
c) Incorreto. Durkheim escreveu extensivamente sobre o suicídio, examinando suas causas sociais e como
certos fatores, como a falta de integração ou regulamentação, poderiam aumentar sua incidência. No
entanto, relacionar diretamente a vida urbana à "opção pelo suicídio" é uma leitura reducionista e não
aborda diretamente a natureza da coesão ou solidariedade social.
d) Correto. Esta é a solidariedade típica de sociedades complexas, como as urbanas, onde a interdependência
entre as partes (assim como os órgãos de um corpo) é o que mantém a coesão social. Em tais sociedades, a
diferenciação e a especialização são fundamentais, e os indivíduos se integram não por semelhanças, mas
por suas diferenças complementares. Esta alternativa parece ser a mais alinhada com a crítica apresentada
na tirinha.
e) Incorreto. Durkheim não utilizou o termo "solidariedade sociológica" em sua obra. Parece ser uma
tentativa de confundir ou distrair o leitor com uma terminologia que soa técnica, mas não tem relevância
direta para a questão.
Dada a descrição da tirinha e o contexto da vida urbana contemporânea, a opção "d) solidariedade orgânica"
parece ser a mais adequada para descrever a natureza da sociabilidade em ambientes urbanos complexos
conforme interpretado através das lentes de Émile Durkheim.
Gabarito: D
A Rede Mulheres Produtoras do Pajeú nasceu em 2005, quando a Casa Mulher do Nordeste,
organização feminista do sertão pernambucano fundada na década de 1980, convidou algumas
mulheres produtoras para o Festival de Economia Popular e Solidária do Pajeú. A educadora
social Elizabete Ferreira foi uma delas. Está na associação desde o início e é parte integrante do
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a) falso, pois, por mais que o movimento acabe fortalecendo a liderança feminina na sociedade, por meio do
nome desse movimento social, fica claro que não se trata de um objetivo focado na política institucional.
Pelo contrário, o movimento busca gerar renda e diminuir situações de violência sobre as mulheres a partir
de ações no âmbito da sociedade civil.
b) errado, não se trata de uma relação de emprego em que, de um lado, há patrões e, do outro,
trabalhadoras. Veja que o pilar da economia solidária remete a um tipo de organização entre cooperados
(cooperativas).
c) falso, pois os pilares do movimento fortalecem a geração de riqueza para as próprias mulheres, para o
coletivo de uma forma geral, sem que haja a figura de um patrão exercendo uma relação de exploração do
trabalho.
d) correto. Veja que interessante essa estratégia do movimento, utilizar algo privado, um espaço que, para
muitas mulheres, é um refúgio contra as distintas opressões da sociedade machista. O refúgio do lar, quando
livre de opressão masculina e da violência doméstica pode desenvolver um potencial nas mulheres e, neste
caso, contribuir para a geração de renda e qualidade de vida.
Gabarito: D
Atualmente, a economia sob demanda está alterando de maneira fundamental nossa relação
com o trabalho e com o tecido social no qual ela está inserida. Mais empregadores estão
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usando a “nuvem humana” para as coisas serem feitas. As atividades profissionais são
separadas em atribuições e projetos distintos; em seguida, elas são lançadas em uma nuvem
virtual de potenciais trabalhadores, localizados em qualquer lugar do mundo.
Klaus Schwab. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro, 2016.
Sobre as relações de trabalho na economia sob demanda, assinale a afirmativa incorreta.
a) Os prestadores de serviço não são mais empregados no sentido tradicional, mas
trabalhadores independentes que realizam tarefas específicas.
b) Os trabalhadores independentes realizam suas tarefas em casa, o que permite a
administração do próprio tempo, menor estresse e maior controle da cadeia produtiva.
c) Uma parte da força de trabalho, para gerar renda, pode ser, ao mesmo tempo, motorista da
Uber, locador da Airbnb e executar outras pequenas tarefas.
d) Os trabalhadores que se deslocam de tarefa em tarefa não usufruem dos direitos
trabalhistas, dos ganhos das negociações coletivas e da segurança no trabalho.
e) Os trabalhadores autônomos vivenciam novas relações de trabalho, em que os contratantes
estão desvinculados da obrigação de pagar salário mínimo e benefícios sociais.
Comentários
Esta questão é boa porque reflete as mais atuais relações de trabalho. Dela podemos refletir sobre como
trabalho mudou em tempos de pandemia, questão que, a propósito, tem grandes chances de cair na prova.
O enunciado cobra a alternativa errada.
A - está certo, pois o tipo de trabalhador autônomo passou a ter as relações de trabalho mediada por
aplicativos. Já tínhamos uma tendência de a informalização do trabalho crescer sobre a carteira assinada, de
modo que, no Brasil, essa tendência se potencializou nos últimos anos.
B - o final da afirmação está errado, pois o home office não significa, necessariamente, a diminuição do
estresse. Já havia uma polemica entre os especialistas antes da pandemia, após o isolamento social, muitos
especialistas têm afirmado que o trabalho em casa tem levado à exaustão21.
C - certa colocação. Ela expressa a situação de muitas pessoas que desenvolvem diversas atividades de
trabalho para aumentar a renda. Também tem sido comum as pessoas com trabalho formal, aproveitarem
seus deslocamentos para trabalhar com aplicativos de transporte, tanto no trajeto de ida para o trabalho,
quanto no de volta.
21
Home office na pandemia pode levar profissionais à exaustão. Folha de São Paulo. 4/abr/2020. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/sobretudo/carreiras/2020/04/home-office-na-pandemia-pode-levar-profissionais-a-
exaustao.shtml. Acesso em: 25/04/2020.
97
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D - correto.
E - correto.
Gabarito: B
15. (VUNESP/2018)
Comentários
O texto base dessa questão é bem objetivo. Por isso, ao ler as alternativas, temos facilidade de encontrar
aspectos que correspondem à crítica de Florestan Fernandes e aspectos que a contradizem. Fica muito claro
no excerto do enunciado que o sociólogo brasileiro perfaz o processo de abolição da escravatura no Brasil
denunciando sua fragilidade, principalmente no que se refere ao amparo (ou a falta dele) oferecido aos
negros libertos pelas instituições da época.
Nesse sentido, a única alternativa concernente ao pensamento de Florestan é a A. O Estado não ofereceu
recursos institucionais para amparar os negros, não responsabilizou os escravizadores pela compensação
dos prejuízos causados aos negros escravizados, não atendeu às exigências de formação profissional dos ex-
escravos e, por isso, não facilitou a inserção dos negros em sua nova condição de vida. Ao contrário disso
tudo, e de acordo com o que alude o texto-base da questão e com o que menciona a alternativa A, o Estado
brasileiro “negou aos libertos auxílio necessário para que eles se adaptassem às novas condições sociais”.
Gabarito: A
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16. (VUNESP/2018)
Comentários
Embora o enunciado não faça menção à Teoria Marxista, é sob sua orientação que a questão é formulada. O
candidato precisa compreender isso enquanto lê as alternativas, para que elas pareçam mais claras.
Conceber o modo de vida e de produção capitalista leva em consideração (I) o trabalho como seu elemento
central, (II) a necessidade de extração de excedentes produtivos na natureza, (III) a exigência de qualificação
técnica e intelectual para a atuação em setores avançados de produção, (IV) a adequação de cada sociedade
aos limites de insumos para a produção e (V) o papel dos meios de produção para a garantia de subsistência.
Todos esses pontos podem ser encontrados como componentes das alternativas A, B, D e E. Por isso, elas
não estão incorretas, elas correspondem à descrição marxista do modo de produção capitalista.
Gabarito: C
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No final do século XIX e início do século XX, inúmeras leis de “proteção” à mulher passaram a
proibir o trabalho feminino em ocupações consideradas mais pesadas ou perigosas, já que isso
havia trazido problemas de ordem “moral” resultantes do fato de as mulheres terem mais
mobilidade fora do espaço da casa. Na França, uma lei de 1892 proibia as mulheres de exercer
o trabalho noturno. No Brasil, a mesma proibição foi expressa em um decreto de 1932. Embora
muitas dessas leis visassem à “proteção” das mulheres, exploradas pela indústria – assim como
ocorria com as crianças –, acabaram por confiná-las aos cuidados domésticos e a trabalhos
realizados em casa, sub-remunerados. Durante o século XX, as duas guerras mundiais voltaram
a impulsionar a presença das mulheres nas indústrias, pois, nesses momentos, os esforços
produtivos eram necessários. No entanto, com o fim do período de guerras, novamente se
reivindicou o retorno das mulheres à casa. O modelo de família almejado pela sociedade
industrial e fordista do pós-guerra centrou-se, então, no “homem provedor e na mulher
cuidadora”.
(SILVA, Afrânio et al. (orgs.). Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016. p. 338.)
Sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho, assinale a alternativa correta.
A) A inserção das mulheres no mercado de trabalho global significou a superação das
desigualdades de gênero pela conquista do poder financeiro.
B) A divisão de trabalho fundamentada nos sexos levou as mulheres para fora do espaço
doméstico contribuindo para a superação do patriarcado.
C) O desenvolvimento do capitalismo aboliu a distinção entre as atividades que têm lugar no
espaço da família considerado “reprodutivo”, e no espaço público, considerado “produtivo”.
D) A existência de uma dupla jornada (no trabalho e em casa), por vezes tripla (no trabalho, em
casa e na universidade), é um dos motivos para a proibição do trabalho das mulheres.
E) A proibição do trabalho noturno para as mulheres reforçou um efeito perverso da divisão
sexual do trabalho.
Comentários
A questão trata da participação das mulheres no mercado de trabalho, com foco na divisão sexual do
trabalho e nos efeitos das leis de proteção à mulher. O texto de apoio apresenta um panorama histórico,
destacando que, no final do século XIX e início do século XX, houve um movimento de proibição do trabalho
feminino em ocupações consideradas pesadas ou perigosas. Essas leis, embora visassem à proteção das
mulheres, acabaram por confiná-las aos cuidados domésticos e a trabalhos realizados em casa, sub-
remunerados.
(A) Incorreta. A inserção das mulheres no mercado de trabalho global não significou a superação das
desigualdades de gênero pela conquista do poder financeiro. Mesmo que as mulheres tenham conquistado
maior participação no mercado de trabalho, elas ainda recebem salários menores que os homens, ocupam
cargos de menor prestígio e sofrem com a discriminação.
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(B) Incorreta. A divisão de trabalho fundamentada nos sexos, que atribui às mulheres o cuidado com os filhos
e a casa, contribui para a manutenção do patriarcado. Ao confinar as mulheres ao espaço doméstico, essa
divisão de trabalho impede que elas ocupem posições de poder e de decisão na sociedade.
(C) Incorreta. O desenvolvimento do capitalismo não aboliu a distinção entre as atividades que têm lugar no
espaço da família considerado “reprodutivo”, e no espaço público, considerado “produtivo”. As mulheres
continuam a ser responsáveis pelo trabalho reprodutivo, mesmo que trabalhem fora de casa.
(D) Incorreta. A existência de uma dupla jornada (no trabalho e em casa), por vezes tripla (no trabalho, em
casa e na universidade), não é um dos motivos para a proibição do trabalho das mulheres. Pelo contrário, a
proibição do trabalho das mulheres é um dos fatores que contribui para a sobrecarga das mulheres, que
precisam conciliar o trabalho remunerado com o trabalho doméstico não remunerado.
(E) Correta. A proibição do trabalho noturno para as mulheres reforçou um efeito perverso da divisão sexual
do trabalho. Ao restringir as oportunidades de trabalho das mulheres, essa proibição contribuiu para confiná-
las ao espaço doméstico e reforçar a ideia de que as mulheres são menos capazes que os homens para o
trabalho produtivo.
Gabarito: E
A vida privada interfere na vida pública e é fator de restrição às mulheres. A divisão sexual do
trabalho impõe às mulheres maiores obrigações na vida privada do que aos homens. É correto
afirmar que
A isso ocorre porque a dualidade entre público e privado é problematizada nas teorias da
democracia.
B a persistência desses padrões destoam dos valores igualitários perseguidos pelas feministas.
C é preciso desnaturalizar esses padrões, que implicam desvantagens para as mulheres.
D a legislação e o cotidiano da vida brasileira são os fatores responsáveis por esses padrões.
Comentários
A questão trata da relação entre a vida privada e a vida pública, com foco na divisão sexual do trabalho e nas
desigualdades de gênero. O texto de apoio afirma que a vida privada interfere na vida pública e é fator de
restrição às mulheres, pois a divisão sexual do trabalho impõe às mulheres maiores obrigações na vida
privada do que aos homens.
(A) Incorreta. A dualidade entre público e privado é um conceito sociológico que, embora tenha sido
problematizado por algumas teorias da democracia, ainda é um importante elemento da organização social.
A divisão sexual do trabalho, por sua vez, é um fenômeno histórico e cultural, que não está diretamente
relacionado à dualidade entre público e privado.
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(B) Incorreta. A persistência dos padrões de divisão sexual do trabalho é o motivo pelo qual existe uma luta
do feminismo, que busca a igualdade de oportunidades e de direitos para homens e mulheres. Esses padrões
contribuem para a manutenção das desigualdades de gênero, pois limitam as possibilidades de atuação das
mulheres na vida pública.
(C) Correta. É preciso desnaturalizar os padrões de divisão sexual do trabalho, pois eles implicam
desvantagens para as mulheres. Esses padrões são construídos socialmente e, portanto, podem ser
alterados. A desnaturalização desses padrões implica, entre outras coisas, a conscientização da sociedade
sobre a importância da igualdade de gênero e a adoção de políticas públicas que promovam a equidade entre
homens e mulheres.
(D) Incorreta. A legislação e o cotidiano da vida brasileira são fatores que contribuem para a manutenção
dos padrões de divisão sexual do trabalho, mas não são os únicos fatores responsáveis. Esses padrões são
também resultado de fatores culturais e históricos.
Gabarito: C
A expressão “divisão social do trabalho” tem sido usada no sentido cunhado por Karl Marx e
também referendada por autores como Braverman e Marglin para designar a especialização
das atividades presentes em todas as sociedades complexas, independentemente de os
produtos do trabalho circularem como mercadoria ou não. Designa a divisão do trabalho social
em atividades produtivas, isto é, ramos de atividades necessárias para a reprodução da vida.
Marx, em O Capital, afirma que a divisão social do trabalho diz respeito ao caráter específico
do trabalho humano. Um animal faz coisas de acordo com o padrão e a necessidade da espécie
a que pertence. Enquanto a aranha é capaz de tecer e o urso de pescar, um indivíduo da espécie
humana pode ser, simultaneamente, tecelão, pescador, construtor e mil outras coisas
combinadas. Essa capacidade de produzir diferentes coisas e até de inventar padrões diferentes
dos animais não pode ser exercida individualmente, mas a espécie como um todo acha possível
fazer isso, em parte pela divisão do trabalho.
Internet: <www.sites.epsjv.fiocruz.br> (com adaptações).
Com base no texto e nas diferentes dimensões do trabalho, julgue o item a seguir.
A divisão social do trabalho apresenta e já apresentou, ao longo da história, diferentes critérios
para a sua realização, entre eles as diferenças sexuais.
C ) Certo
E ) Errado
Comentários
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A questão trata da divisão social do trabalho, com foco nas diferentes dimensões do trabalho e nos critérios
que podem ser utilizados para a sua realização. O texto de apoio apresenta uma definição de divisão social
do trabalho, destacando que essa divisão é característica das sociedades complexas e que pode ser baseada
em diferentes critérios, incluindo as diferenças sexuais.
A afirmativa de que a divisão social do trabalho apresenta e já apresentou, ao longo da história, diferentes
critérios para a sua realização, entre eles as diferenças sexuais. Essa afirmação está certa. O texto de apoio
afirma que a divisão social do trabalho pode ser baseada em diferentes critérios, incluindo as diferenças
sexuais. Essa divisão é baseada na ideia de que homens e mulheres são diferentes e, portanto, devem
desempenhar papéis diferentes na sociedade. Essa divisão sexual do trabalho é uma característica de muitas
sociedades, inclusive da sociedade brasileira.
Por exemplo, na sociedade brasileira, as mulheres tradicionalmente são responsáveis pelo trabalho
reprodutivo, como o cuidado com os filhos e a casa, enquanto os homens são responsáveis pelo trabalho
produtivo, como o trabalho remunerado. Essa divisão sexual do trabalho contribui para a manutenção das
desigualdades de gênero, pois limita as possibilidades de atuação das mulheres na sociedade.
Gabarito: Certo
20. (VUNESP/2015)
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B) pela ampliação da escolarização das mulheres que reduziu as disparidades salariais entre os
empregos femininos e masculinos.
C) pela manutenção da desvantagem da inserção produtiva das mulheres quanto ao nível de
remuneração mesmo quando possuem o mesmo nível de escolaridade dos homens.
D) pela ausência de legislação que garanta salário igual para trabalho igual.
E) pela ampliação dos salários masculinos em virtude da redução da presença feminina no
mercado de trabalho.
Comentários
A questão trata da desigualdade de gênero e sua relação com a estratificação social. A tabela
apresentada na questão mostra que, apesar do crescimento da participação das mulheres no mercado de
trabalho, elas ainda recebem salários menores que os homens, mesmo quando possuem o mesmo nível de
escolaridade.
(B) Incorreta. A ampliação da escolarização das mulheres contribui para a redução das disparidades
salariais entre os empregos femininos e masculinos, mas não é suficiente para eliminá-las.
(C) Correta. A manutenção da desvantagem da inserção produtiva das mulheres quanto ao nível de
remuneração mesmo quando possuem o mesmo nível de escolaridade dos homens é um dos principais
indicadores da desigualdade de gênero na estratificação social.
(D) Incorreta. A ausência de legislação que garanta salário igual para trabalho igual é um fator que
contribui para a desigualdade de gênero, mas não é o único.
(E) Incorreta. A redução da presença feminina no mercado de trabalho não necessariamente leva à
ampliação dos salários masculinos. O que ocorre é que, em geral, as mulheres ocupam posições de menor
remuneração, o que contribui para a manutenção das desigualdades salariais.
Gabarito: C
Anthony Giddens, em seu livro Sociologia, refere-se à “segregação ocupacional dos gêneros”
como explicação para o fato de homens e mulheres.
A) serem alocados em atividades de acordo com a sua capacidade profissional.
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Comentários
A questão trata da segregação ocupacional dos gêneros, um fenômeno que consiste na concentração de
homens e mulheres em tipos diferentes de empregos.
(A) Incorreta. A capacidade profissional é construída socialmente e é influenciada por fatores culturais,
históricos e econômicos. A segregação ocupacional dos gêneros, por sua vez, é um fenômeno social que
reflete as normas e valores de uma determinada sociedade. Portanto, a afirmação de que os homens e as
mulheres são alocados em atividades de acordo com a sua capacidade profissional não é suficiente para
explicar a segregação ocupacional dos gêneros.
(B) Correta. Esta é a definição de segregação ocupacional dos gêneros apresentada por Anthony Giddens. A
segregação ocupacional dos gêneros ocorre porque homens e mulheres são socialmente designados para
papéis diferentes na sociedade. Esses papéis são baseados em ideias sobre o que é apropriado para homens
e mulheres, e essas ideias são refletidas nas oportunidades de emprego disponíveis para homens e mulheres.
(C) Incorreta. As oportunidades de emprego disponíveis para homens e mulheres são limitadas pelas normas
e valores sociais sobre os papéis de gênero. Portanto, a afirmação de que os homens e as mulheres ocupam
distintas profissões de acordo com as oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho não é suficiente
para explicar a segregação ocupacional dos gêneros.
(D) Incorreta. Os homens e as mulheres ainda apresentam diferenças significativas quanto às possibilidades
de emprego, salário e posição na ocupação. A segregação ocupacional dos gêneros é um dos principais
fatores que contribuem para essas desigualdades.
Gabarito: B
Dados do IBGE mostram que, em 2009, no Brasil, as mulheres gastavam, em média, 22,0 horas
semanais em atividades domésticas, enquanto a média entre os homens foi de 9,5 horas. Esses
dados permitem a reflexão sobre a
A) divisão sexual do trabalho na sociedade brasileira.
B) separação entre trabalho produtivo e trabalho doméstico.
C) importância do trabalho doméstico.
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Comentários
A questão trata da segregação ocupacional dos gêneros, um fenômeno que consiste na concentração de
homens e mulheres em tipos diferentes de empregos.
(A) Incorreta. A capacidade profissional é construída socialmente e é influenciada por fatores culturais,
históricos e econômicos. A segregação ocupacional dos gêneros, por sua vez, é um fenômeno social que
reflete as normas e valores de uma determinada sociedade. Portanto, a afirmação de que os homens e as
mulheres são alocados em atividades de acordo com a sua capacidade profissional não é suficiente para
explicar a segregação ocupacional dos gêneros.
(B) Correta. Esta é a definição de segregação ocupacional dos gêneros apresentada por Anthony Giddens. A
segregação ocupacional dos gêneros ocorre porque homens e mulheres são socialmente designados para
papéis diferentes na sociedade. Esses papéis são baseados em ideias sobre o que é apropriado para homens
e mulheres, e essas ideias são refletidas nas oportunidades de emprego disponíveis para homens e mulheres.
(C) Incorreta. As oportunidades de emprego disponíveis para homens e mulheres são limitadas pelas normas
e valores sociais sobre os papéis de gênero. Portanto, a afirmação de que os homens e as mulheres ocupam
distintas profissões de acordo com as oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho não é suficiente
para explicar a segregação ocupacional dos gêneros.
(D) Incorreta. Os homens e as mulheres ainda apresentam diferenças significativas quanto às possibilidades
de emprego, salário e posição na ocupação. A segregação ocupacional dos gêneros é um dos principais
fatores que contribuem para essas desigualdades.
Gabarito: A
C ) Certo
E ) Errado
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A feminilização do mercado de trabalho é um fenômeno que ocorre quando as mulheres passam a ocupar
um número crescente de empregos. Esse fenômeno é resultado de diversos fatores, como a mudança nos
papéis sociais das mulheres, o aumento da escolaridade feminina e a necessidade de as mulheres
trabalharem para complementar a renda familiar. A equalização dos níveis salariais de homens e mulheres é
uma meta que ainda não foi alcançada na maioria das sociedades ocidentais. Mesmo em setores onde as
mulheres são maioria, como o setor de serviços, elas ainda recebem salários menores que os homens.
Os principais fatores que contribuem para a desigualdade salarial entre homens e mulheres são: a
segregação ocupacional dos gêneros, que leva as mulheres a ocuparem profissões de menor remuneração;
a discriminação salarial, que leva as empresas a pagar salários menores às mulheres, mesmo quando elas
ocupam o mesmo cargo que os homens; a falta de políticas públicas que promovam a igualdade salarial.
Portanto, a afirmativa está errada, pois afirma que a feminilização do mercado de trabalho nas cidades
resultou na equalização dos níveis salariais de homens e mulheres. Essa afirmação não é sustentada pelos
dados empíricos.
Gabarito: Errado
Assinale a alternativa que não corresponde a uma característica do trabalho nas sociedades
tribais.
A) O trabalho proporciona o acúmulo de excedentes que originarão as distinções de classe.
B) Produzem para viver para prover às festas e presentear sempre na medida do que é
necessário.
C) O trabalho está vinculado às demais atividades sociais como as relações de parentesco,
religião, educação.
D) O trabalho não está separado em uma área definida e autônoma.
E) Caso alguma mudança diminua o tempo necessário para a obtenção dos meios de
sobrevivência esse tempo não será usado para mais produção.
Comentários
Segundo as teorias sociológicas do trabalho, as sociedades tribais são sociedades de subsistência, ou seja,
produzem o necessário para sua própria sobrevivência. O trabalho, nessas sociedades, é uma atividade
coletiva, realizada por todos os membros da comunidade, de acordo com suas habilidades e capacidades. O
trabalho não é visto como uma atividade separada das demais atividades sociais, mas está intimamente
ligado a elas.
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A) Incorreta. Nas sociedades tribais, o trabalho não proporciona o acúmulo de excedentes que originarão as
distinções de classe. Essas sociedades geralmente são caracterizadas por uma economia de subsistência,
onde a produção é voltada para o atendimento das necessidades imediatas, sem a formação de excedentes
significativos.
B) Correta. Nas sociedades tribais, a produção é voltada para a vida, para prover às festas e presentear
sempre na medida do que é necessário. Não há uma produção excedente significativa.
C) Correta. O trabalho nas sociedades tribais está vinculado às demais atividades sociais como as relações de
parentesco, religião, educação. Não há uma separação rígida entre o trabalho e outras esferas da vida social.
D) Correta. Nas sociedades tribais, o trabalho não está separado em uma área definida e autônoma. Ele está
integrado a outras atividades da vida social.
E) Correta. Se alguma mudança diminui o tempo necessário para a obtenção dos meios de sobrevivência,
esse tempo não será usado para mais produção. Isso está alinhado com a lógica de economia de subsistência
das sociedades tribais.
Gabarito: A
Comentários
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O trecho fornecido aborda a relação entre capitalismo, vigilância e estados-nação. O texto afirma que o
capitalismo envolve a insulação do econômico em relação ao político, enquanto a vigilância é fundamental
a todos os tipos de organização associados à ascensão da modernidade, em particular o estado-nação. Além
disso, o texto aponta que há vínculos substantivos íntimos entre as operações de vigilância dos estados-
nação e a natureza alterada do poder militar no período moderno.
(A) Errada. A vigilância não é exclusiva dos estados-nação. Ela pode ser exercida por outras organizações,
como empresas privadas, organizações religiosas ou mesmo indivíduos. Além disso, o texto afirma que a
vigilância é uma característica essencial do capitalismo. O texto afirma que a vigilância é fundamental a todos
os tipos de organização associados à ascensão da modernidade, em particular o estado-nação. Isso significa
que a vigilância não é exclusiva dos estados-nação, mas também está presente em outras organizações
modernas. Além disso, o texto afirma que o capitalismo envolve a insulação do econômico em relação ao
político, mas que a vigilância é uma característica essencial de ambos. Isso significa que a vigilância é uma
característica essencial do capitalismo, mesmo que não seja exclusiva dos estados-nação.
(B) Correta. O desenvolvimento do capitalismo e dos estados-nação está intrinsecamente ligado, assim como
a vigilância é uma característica essencial de ambos. O texto afirma que o capitalismo e o estado-nação se
entrelaçam historicamente em seu desenvolvimento mútuo. Isso significa que ambos os sistemas estão
intimamente ligados e influenciam-se mutuamente. Além disso, o texto afirma que a vigilância é
fundamental a ambos os sistemas.
(C) Errada. O capitalismo e o poder militar estão separados, mas têm influência um sobre o outro. O texto
afirma que há vínculos substantivos íntimos entre as operações de vigilância dos estados-nação e a natureza
alterada do poder militar no período moderno. Isso significa que o capitalismo e o poder militar estão
interligados e influenciam-se mutuamente.
(D) Errada. A insulação do econômico em relação ao político não é uma característica exclusiva dos mercados
de produtos competitivos. O texto afirma que o capitalismo envolve a insulação do econômico em relação
ao político. No entanto, essa característica não é exclusiva dos mercados de produtos competitivos. Ela
também pode ser encontrada em outros tipos de sistemas capitalistas, como os sistemas de economia mista.
(E) Errada. O desenvolvimento econômico acima das relações políticas não é uma característica exclusiva dos
mercados de produtos competitivos. O texto afirma que o capitalismo envolve a insulação do econômico em
relação ao político. No entanto, essa característica não significa que o desenvolvimento econômico esteja
acima das relações políticas. Na verdade, o texto afirma que o desenvolvimento do capitalismo e dos
estados-nação está intrinsecamente ligado. Isso significa que o desenvolvimento econômico e as relações
políticas estão intimamente interligados.
Gabarito: B
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, desviamo-nos dele. A cobiça
envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito
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marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da produção veloz,
mas nos sentimos enclausurados dentro dela.
A máquina, que produz em grande escala, tem provocado a escassez. Nossos conhecimentos
fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos
de afeição e doçura!
Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido.
Charles Chaplin. Internet: <www.klepsidra.net> (com adaptações).
Considerando o texto como motivação inicial, julgue o item a seguir.
A produção de alimentos em larga escala, por causa do uso do maquinário, garante aos seres
humanos a produção e distribuição dos alimentos de forma igualitária.
C) Certo
E) Errado
Comentários
O texto de Charles Chaplin aborda a relação entre a produção industrial, o capitalismo e a humanidade. O
autor critica a cobiça e a falta de humanidade que, segundo ele, são características da sociedade industrial.
A questão afirma que a produção de alimentos em larga escala, por causa do uso do maquinário, garante
aos seres humanos a produção e distribuição dos alimentos de forma igualitária. Essa afirmativa é errada. O
texto de Chaplin afirma que a produção industrial, ao contrário de garantir a igualdade, provoca a escassez
e a miséria. Isso ocorre porque a produção industrial é organizada de forma capitalista, o que significa que
ela é direcionada para o lucro, e não para o bem-estar da população. Além disso, o uso do maquinário na
produção industrial tende a concentrar a riqueza nas mãos de poucos, o que também contribui para a
desigualdade.
Gabarito: Errado
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Comentários
(A) Correta. A Revolução Industrial e a Revolução Francesa foram dois processos históricos que marcaram o
início da sociedade moderna capitalista. A Revolução Industrial, com o surgimento da indústria e da
urbanização, provocou profundas mudanças sociais, econômicas e culturais. A Revolução Francesa, com a
queda do absolutismo e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, estabeleceu os princípios da
democracia e da igualdade.
Essas mudanças e transformações motivaram o surgimento da sociologia, uma disciplina que se dedica ao
estudo da sociedade. Os primeiros sociólogos, como Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber, foram
influenciados pelas transformações sociais e políticas ocorridas no século XIX.
A Revolução Industrial e a Revolução Francesa foram dois processos históricos que provocaram profundas
mudanças sociais, econômicas e culturais. Essas mudanças motivaram o surgimento da sociologia, uma
disciplina que se dedica ao estudo da sociedade.
(B) Errada. O Renascimento e a Expansão Comercial marítima foram processos históricos que ocorreram no
século XV e XVI. Eles não tiveram a mesma influência que a Revolução Industrial e a Revolução Francesa no
surgimento da sociologia.
Enquanto o Renascimento foi um movimento cultural que valorizou a razão e a ciência, a Expansão Comercial
marítima levou ao contato com novas culturas e ao surgimento de novas formas de pensamento. No entanto,
esses processos não provocaram as mesmas transformações sociais e políticas que a Revolução Industrial e
a Revolução Francesa.
A Revolução Americana foi um processo de independência que levou à formação dos Estados Unidos. Os
movimentos de descolonização da América levaram à formação de novos países na América Latina e no
Caribe. Esses processos contribuíram para o surgimento de novas formas de organização social e política,
mas não provocaram as mesmas transformações sociais e culturais que a Revolução Industrial e a Revolução
Francesa.
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(D) Errada. A Guerra dos Sete Anos e a Revolução Puritana inglesa ocorreram no século XVIII. Eles foram
importantes processos políticos que contribuíram para a formação do Estado-Nação. No entanto, eles não
tiveram a mesma influência que a Revolução Industrial e a Revolução Francesa no surgimento da sociologia.
A Guerra dos Sete Anos foi um conflito militar que envolveu a França, a Inglaterra e outras potências
europeias. A Revolução Puritana inglesa foi um processo político que levou à formação da República Inglesa.
Esses processos contribuíram para o fortalecimento do Estado-Nação, mas não provocaram as mesmas
transformações sociais e culturais que a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.
(E) Errada. A Comuna de Paris e a Revolução Russa ocorreram no século XIX e XX. Elas foram importantes
processos políticos que contribuíram para a formação dos Estados socialistas. No entanto, elas não tiveram
a mesma influência que a Revolução Industrial e a Revolução Francesa no surgimento da sociologia.
A Comuna de Paris foi um processo político que levou à formação de uma república socialista na cidade de
Paris. A Revolução Russa foi um processo político que levou à formação da União Soviética. Esses processos
contribuíram para o surgimento de novos modelos de organização social e política, mas não provocaram as
mesmas transformações sociais e culturais que a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.
Gabarito: A
Comentários
A)O item está certo. O fim do sistema feudal, que ocorreu no século XVIII, levou à desintegração da sociedade
rural e à migração da mão de obra camponesa para as cidades. Essa migração foi motivada por diversos
fatores, como a expropriação das terras dos camponeses, a crescente mecanização da agricultura e a
ascensão do capitalismo.
O sistema feudal era baseado na servidão, uma forma de trabalho compulsório em que os camponeses eram
obrigados a trabalhar nas terras de seus senhores feudais. Com o fim do sistema feudal, os camponeses
foram libertados da servidão e tornaram-se livres para se deslocarem.
No entanto, a maioria dos camponeses não possuía terras próprias e, por isso, precisavam encontrar outras
formas de sustento. A ascensão do capitalismo e a crescente mecanização da agricultura levaram à
diminuição da demanda por mão de obra rural. Isso, por sua vez, incentivou a migração da mão de obra
camponesa para as cidades, onde havia oportunidades de trabalho nas indústrias.
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A migração da mão de obra camponesa para as cidades foi um processo complexo que teve um impacto
significativo na sociedade. Ela contribuiu para o crescimento das cidades, a formação da classe trabalhadora
e o surgimento de novos problemas sociais, como a pobreza e a desigualdade.
Portanto, o item está correto ao afirmar que, com o fim do sistema feudal, a mão de obra camponesa migrou
para o ambiente de trabalho industrial.
Gabarito: Certo
Somos assim levados a considerar a divisão do trabalho sob um novo aspecto. Neste caso,
com efeito, os serviços econômicos que ela proporciona são de menor monta ao lado do efeito
moral que produz, e sua verdadeira função é criar entre duas ou mais pessoas um sentimento
de solidariedade.
(DURKHEIM, 2010, p. 63.)
Considerando a divisão do trabalho e sua relação com a solidariedade proposta por Émile
Durkheim, analise as afirmativas a seguir.
I. A solidariedade não pode jamais existir entre outrem e nós a não ser que a imagem desse
outrem se una a nossa. Mas quando a união resulta da semelhança de duas imagens, ela
consiste em uma aglutinação.
II. As grandes sociedades políticas só podem se manter em equilíbrio graças à especialização
de tarefas que a divisão do trabalho é a fonte, senão a única, pelo menos a principal da
solidariedade social
III. Quanto mais solidários sejam os membros de uma sociedade, mais eles mantêm relações
diversas, sejam uns com outros, sejam com o grupo tomado coletivamente. Porque se os seus
contatos fossem raros, eles não dependeriam uns dos outros se não de maneira frágil e
intermitente.
IV. O estudo da solidariedade pertence à sociologia. É um fato social que só pode conhecer por
meio de seus efeitos sociais. Se tantos moralistas e psicólogos puderam tratar a questão sem
seguir esse método é porque eles contornaram a dificuldade.
Está correto o que se afirma em
A I, II, III e IV.
B I e II, apenas.
C II e III, apenas.
D III e IV, apenas.
E I, II e IV, apenas.
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Comentários
A questão aborda a relação entre a divisão do trabalho e a solidariedade social, de acordo com a teoria de
Émile Durkheim.
I. Essa afirmativa está correta. Durkheim afirma que a solidariedade social é baseada na interdependência
entre os indivíduos. Essa interdependência pode ser baseada na semelhança, ou seja, na identificação dos
indivíduos com os valores e normas da sociedade. Nesse caso, a solidariedade é do tipo mecânico.
II. Essa afirmativa também está correta. Durkheim afirma que a divisão do trabalho é a principal fonte da
solidariedade social nas sociedades complexas. Isso ocorre porque a divisão do trabalho leva à
interdependência entre os indivíduos, que precisam cooperar para atender às necessidades da sociedade.
III. Essa afirmativa também está correta. Durkheim afirma que a solidariedade social é fortalecida pela
diversidade de relações sociais. Isso ocorre porque a diversidade de relações leva os indivíduos a conhecerem
melhor as necessidades uns dos outros, o que aumenta a sua interdependência.
IV. Essa afirmativa também está correta. Durkheim afirma que a solidariedade social é um fato social, ou
seja, um fenômeno que ocorre na sociedade e que é independente das vontades individuais. Por isso, o
estudo da solidariedade deve ser feito pela sociologia, que é a ciência que estuda os fatos sociais
Gabarito: A
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A questão aborda a função da divisão do trabalho nas sociedades modernas, segundo a teoria de Émile
Durkheim.
A. Essa alternativa está correta. Durkheim afirma que a divisão do trabalho é a principal fonte da
solidariedade orgânica, que é o tipo de solidariedade social predominante nas sociedades modernas. A
solidariedade orgânica é baseada na interdependência entre os indivíduos, que precisam cooperar para
atender às necessidades da sociedade.
B. Essa alternativa está errada. Durkheim afirma que a solidariedade mecânica é o tipo de solidariedade
social predominante nas sociedades tradicionais, que são caracterizadas pela semelhança entre os
indivíduos. A solidariedade mecânica é baseada na identificação dos indivíduos com os valores e normas da
sociedade.
C. Essa alternativa está errada. Durkheim afirma que as sociedades modernas são caracterizadas pela divisão
do trabalho, que leva à especialização das funções sociais. Essa especialização, por sua vez, leva à
fragmentação da consciência moral, que torna os indivíduos menos conscientes dos valores e normas da
sociedade.
D. Essa alternativa está errada. Durkheim afirma que a divisão do trabalho é uma característica das
sociedades modernas, mas também ocorre em sociedades tradicionais, embora em menor grau.
E. Essa alternativa está errada. Durkheim afirma que a divisão do trabalho é uma característica de todas as
esferas da vida social, não apenas do mundo econômico. Além disso, a divisão do trabalho não tem como
principal característica a multifuncionalidade do trabalhador, mas a especialização das funções sociais.
Gabarito: A
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Querida e querido, chegamos ao fim da nossa primeira aula.
E se você chegou até aqui parabéns, você está no caminho certo para conquistar seus
sonhos. Guerreiro não para no meio da missão!
Na próxima aula teremos uma aula histórica, prepare-se :)
Faça todos os exercícios. E se aparecerem dúvidas, vá ao Fórum de Dúvidas.
Nos vemos na próxima aula!
Um beijo, um abraço apertado e um suspiro dobrado, de amor sem
fim!
bons estudos!!
Alê Lopes
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