Estrategia - AFT - Sociologia - Aula 05 Prof Alessandra Lopes

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Aula 05 - Prof.

ª
Alessandra Lopes
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do
Trabalhador) Conhecimentos Específicos
- Eixo Temático 3 - Sociologia e
Psicologia Aplicadas ao Trabalho - 2024
Autor:
(Pós-Edital)
Alessandra Lopes, Celso Natale,
Thayse Duarte Varela Dantas
Cesar

31 de Janeiro de 2024
Alessandra Lopes, Celso Natale, Thayse Duarte Varela Dantas Cesar
Aula 05 - Prof.ª Alessandra Lopes

SUMÁRIO

Apresentação ................................................................................................................................................... 2

O Curso ............................................................................................................................................................. 3

Cronograma de Aulas ..................................................................................................................................... 4

1. INTRODUÇÃO: A SOCIOLOGIA DO TRABALHO ....................................................................................... 5

1.1 Sociologia como uma Ciência da Sociedade .............................................................................. 5

1.2 A Sociologia no contexto da Revolução Industrial.......................................................................... 7

2. O objeto de estudos da Sociologia do Trabalho ............................................................................... 9

2.1 O Conceito de Trabalho .................................................................................................................... 11

2.2 Trabalho para Marx, Weber e Durkheim ........................................................................................ 12

3. O trabalho como uma categoria do pensamento sociológico ......................................................... 17

3.1 Autores e Correntes Teóricas: .......................................................................................................... 19

3.1.1 Conceitos e Discussões Teóricas: ............................................................................................. 19

3.2 Perda da centralidade do trabalho como categoria explicativa ................................................. 20

4. O trabalho humano e sua evolução histórica ................................................................................... 25

4.1 - O trabalho nas Sociedades Coletivistas ....................................................................................... 26

4.2 - O trabalho na Antiguidade Clássica e Medieval ......................................................................... 28

4.3 - O trabalho na Sociedade Moderna ............................................................................................... 31

4.4 O trabalho na Sociedade Capitalista ............................................................................................... 36

5. O trabalho no pensamento clássico ................................................................................................... 39

5.1 Divisão do trabalho e distribuição de tarefas. ........................................................................... 40

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5.2 Divisão social do trabalho: Émile Durkheim............................................................................... 42

5.2.1 Divisão Social e Conflito ............................................................................................................. 49

Divisão sociossexual ..................................................................................................................................... 50

Opressão e exploração............................................................................................................................. 51

Economia do Cuidado .............................................................................................................................. 52

Gênero, Raça e Classe .............................................................................................................................. 54

6 Divisão racial do trabalho ..................................................................................................................... 55

Florestan Fernandes (1920-1995) ....................................................................................................... 57

Resumos .......................................................................................................................................................... 59

7 LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS ............................................................................................. 62

8 GABARITO ................................................................................................................................................ 79

9 LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS ............................................................................................. 79

CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................................. 115

APRESENTAÇÃO

Estou muito feliz por você iniciar nosso curso de Sociologia do Trabalho para a prova
do Concurso Nacional Unificado 2024.
Bem, antes de tudo, peço licença para me apresentar. Sou Bacharel em Ciências
Sociais pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Licenciada em Sociologia
pela mesma universidade, Mestra em Ciência Política também pela mesma
Universidade iniciei meus estudos de doutorado no campo dos estudos sobre justiça
de transição, políticas de memória e direito internacional. Por essa trajetória na
Ciência Política, sou especialista em regimes políticos transicionais e direitos
humanos. Maisa recentemente, ingressei no curso de bacharelado em História na
Universidade de São Paulo. Em 2018, fui aprovada para o cargo de Consultor
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Legislativa da área de Direitos Humanos, Minorias, Cidadania e Sociedade da Câmara Legislativa do Distrito
Federal (CLDF).
Desde 2004, dou aulas de História, Ciências Sociais e Humanidades em cursos preparatórios para
vestibulares, ENEM e concursos. Entre 2018 e 2019, iniciei minha jornada aqui no Estratégia, dou aula no
Estratégia Concursos, Vestibulares e Militares. Sou especialista em desenvolvimento de materiais
preparatórios.
Posso afirmar, com segurança, que já contribui para a aprovação de muitos alunos nas mais variadas e
concorridas instituições do Brasil. Seja bem-vindo e bem-vinda ao nosso time :)
Dito isso, espero que você esteja seguro e segura para iniciar esta jornada importante que irá contribuir para
a conquista de pontos fundamentais para a sua aprovação.
Aproveite para me seguir nas redes sociais, há muitos conteúdos iscas e orientações focadas e cotidianas
que podem reforçar seus conhecimentos.

Grande abraço,

Bons estudos!

Profe Alê Lopes

O CURSO
Para começar este curso, vamos, primeiro, conhecer o inimigo, ou seja, a prova que você irá enfrentar: a
Cesgranrio.

Trata-se de uma banca que tem uma multiplicidade de estilos que cobrança: pode ser bem direta, cobrando
autores e conceitos clássicos ou cobrar situações -problemas para as quais deveremos explicar mobilizado
um ou mais conhecimento.

Diante disso, nosso curso foi montado de maneira a permitir que você entenda a linguagem própria da
Sociologia do Trabalho, os conceitos centrais, os principais autores e os principais tópicos dentro de cada
item do Edital, além de diversas reflexões sociológicas que faremos ao longo das aulas.

Ao final de cada aula haverá um capítulo de resumo dos principais tópicos tratados ao longo da aula.

Quanto ao treinamento por meio das questões, teremos questões da Banca, adaptação de algumas bancas
úteis pedagogicamente e várias inéditas e no padrão múltiplo da Banca. Aproveitem todos os comentários -
feitos com dedicação e carinho!

Ademais, tenho certeza de que você, que almeja ser servidor público, em alguma medida, está familiarizado
com esse campo do conhecimento. Aproveite seu conhecimento "de mundo". Atenas tenha cuidado para

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separar suas preferências individuais. Para efeitos de concurso, apreenda o conceito, coloca o X no lugar
certo, use tanto quanto útil for nas discursivas, seja aprovado e muito feliz :)

Outra observação preliminar: este é um curso focado em concurso, logo, se diferencia dos temas mais
acalorados do mundo acadêmico e/ou político-partidário. Importante frisar isso para alinharmos nossas
expectativas, correto?! Manteremos o foco nesse objetivo!!

Estarei à disposição em todos os canais do Estratégia Concursos e nos meus pessoais para que vocês possam
dirimir suas dúvidas sempre que precisarem.

Pra cima!!! :)

CRONOGRAMA DE AULAS
Aula Tópico do Edital
1 A Sociologia do trabalho e seu objeto de estudo: 1.1 O trabalho como uma
categoria do pensamento sociológico. 1.2 O Conceito de Trabalho. 3.1 O
trabalho no pensamento clássico (Parte 1). 1.6 Divisão do trabalho e
distribuição de tarefas. 3.3 Divisão social do trabalho. 3.4 Divisão
sociossexual e racial do trabalho 1.7 Processo de trabalho e organização de
Aula 01 trabalho. 1.8 O trabalho humano e sua evolução histórica: trabalho
escravizado, trabalho feudal em servidão, trabalho livre desprotegido.
Aula 02 2 Fases históricas iniciais da industrialização: 2.1 Artesanato, manufatura,
maquinofatura e mecanização da produção. 2.2 A Revolução Industrial e o
capitalismo industrial. 2.4.1 O movimento operário.
Aula 02 3 O trabalho como categoria estruturante na sociedade capitalista: 3.1 O
trabalho no pensamento clássico (Parte 2). 1.4 Exploração e alienação. 3.2
A teoria do valor-trabalho. 1.3 Trabalho: ação, necessidade e coerção. 1.5
Trabalho e progresso técnico. 2.3 Modelos de gestão e organização do
trabalho: taylorismo, fordismo, toyotismo.
Aula 02 2.4 A organização dos trabalhadores e trabalhadoras: 2.4.1 O movimento
operário. 2.4.2 Sindicalização e militantismo. 2.4.3 A ação sindical e sua
tipologia. 2.4.4 A evolução do sindicalismo diante das transformações do
mundo do trabalho. 2.4.5 Greves e conflitos trabalhistas.
Aula 02 2.5 A crise atual da sociedade do trabalho: 2.5.1 O processo de globalização,
seus efeitos sociais e as novas cadeias produtivas. 2.3 Modelos de gestão e
organização do trabalho: plataformas digitais e seus impactos no
trabalhador e na sociedade. 2.5.2 O proletariado de serviços, as plataformas
digitais, a inteligência artificial e o ciberproletariado. 2.5.3 A necessidade de
novas competências, qualificações e as funções em extinção. 2.5.4
Flexibilização, informalidade, terceirização e precarização das condições de
trabalho.

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1. INTRODUÇÃO: A SOCIOLOGIA DO TRABALHO


A Sociologia do Trabalho, como subárea da Sociologia dedicada ao estudo das
relações sociais no contexto laboral, requer uma compreensão prévia da posição
da Sociologia no campo científico, ou seja, sua origem e de sua ligação essencial com
o tema do "trabalho". Para adentrarmos nas especificidades da Sociologia do
Trabalho e abordarmos os temas exigidos no edital, é crucial capturar o sentido mais
abrangente da disciplina Sociologia.

Portanto, antes de nos aprofundarmos na análise específica do trabalho, é fundamental estabelecer uma
compreensão sólida do âmbito sociológico como um todo. Não será nada aprofundado, apenas uma noção
para você se situar. Então, vamos que vamos!

1.1 Sociologia como uma Ciência da Sociedade


Primeiramente: como nasce uma Ciência? Para iniciarmos os estudos das Ciências Sociais essa é uma
pergunta importante para nosso Curso.

Quando estudamos o período da formação, da consolidação e da propagação das


ideias renascentistas e Iluministas (séculos XVII e XVIII), por exemplo, vemos que as
Ciências ligadas ao conhecimento da natureza - como Química, Física e Biologia- foram
resultado de experimentos e de observações que passaram a questionar explicações
religiosas para o mundo, entre outras visões consideradas dogmáticas.

Nessa linha, podemos dizer que a crítica científica nasce a partir de um questionamento a uma realidade
dada e, muitas vezes, estabelecida como senso comum. Em muitos sentidos, as Ciências nasceram da
tensão, na vida social, entre conservar o mundo tal como ele era ou revolucioná-lo. Por isso que:

O emprego sistemático da razão, do livre exame da realidade – traço que caracteriza os


pensadores do século XVII, os chamados racionalistas -, representou um grande avanço
para libertar o conhecimento do controle teológico, da tradição, da “revelação” e,
consequentemente, para a formulação de uma nova atitude intelectual diante dos
fenômenos da natureza e da cultura.1

1
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia? São Paulo: Editora Brasiliense. u, p. 18.
5

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Pense, por exemplo, no debate resgatado por Copérnico (1473-1543) e Galileu (1564-1642) sobre a teoria
da Terra esférica, durante a Renascença. Digo resgatado porque a filosofia da antiguidade grega, ou seja, em
um tempo antes de Cristo, já levantava a hipótese de que a Terra seria redonda e não plana.

O questionamento provocado tanto pelo conhecimento da teoria da esfericidade da terra, quanto pela teoria
heliocêntrica2, além de questionar dogmas, passou das ideias à prática quando as grandes navegações
marítimas (séculos XV e XVI) começaram a conquistar o mundo e confirmaram que, de fato, a terra é
redonda.

Assim, podemos inferir que as ideias em um determinado período histórico e os eventos


da época estão interligados, gerando um movimento que se retroalimenta por meio de
novas ideias e contextos. No caso da Sociologia, seu surgimento está intrinsecamente
ligado às transformações sociais na Europa dos séculos XVIII e XIX.

Mas profe, quais eram essas transformações, que contexto é esse?

Queridos e queridas, a Sociologia surgiu no contexto das transformações ocorridas na sociedade europeia
do século XVIII e, especialmente, do século XIX. Isso porque foi nesse momento que ideias e contextos
começaram a alterar a forma de perceber e analisar a realidade.

Nesse sentido, podemos pontuar 2 fatores

2
Durante muito tempo, entre a Idade Média e o Renascimento, questionou-se: é o Sol que gira ao redor da Terra ou
é a Terra que gira ao redor do Sol? Essa pergunta já foi motivo de grandes disputas, condenações e mortes na
fogueira. O heliocentrismo afirma que é a Terra que gira ao redor do Sol. Nesse sentido, uma visão que confrontou
dogmas religiosos que alegavam o contrário.
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Dentre os fatores históricos que levaram ao estudo da sociedade enquanto Ciência, a partir do século XIX,
destaco:

 a crescente complexidade das relações sociais após a Revolução Industrial;


 novas relações econômicas, socias e culturais estabelecidas entre diferentes civilizações.

1.2 A Sociologia no contexto da Revolução


Industrial
Os homens e as mulheres desse período se
Bairro Inglês, no início da Revolução Industrial/

depararam com novas formas de organização da vida


em sociedade.
Repare, caro e cara aluna, que surgiram grandes
cidades industriais e centros urbanos.
A Europa passou por um rápido crescimento
demográfico.
Nessas aglomerações humanas não havia estrutura
habitacional suficiente, não havia saneamento
Shutterstock

básico que comportasse tantas pessoas, não havia


sistema de saúde que atendesse os doentes, em
suma, as condições de vida eram precárias e caóticas.

Com isso, diversos problemas sociais apareceram: suicídios; vícios, como alcoolismo; aumento da
criminalidade; violência contra crianças e mulheres; doenças, como a cólera; etc. É claro que a
miséria não foi uma produção do capitalismo. Mas a escala desses problemas saltava aos olhos do
mais distraído observador social e as velhas respostas não geravam soluções, porque, afinal, os
motivos dos problemas eram distintos.

Guarde, também, os principais traços da sociedade industrial observados pelos homens no


começo do século XIX:

a) A indústria se baseia na organização cientifica do trabalho. Em vez de organizar segundo o


costume, a produção passou a ser ordenada baseada no rendimento máximo;
b) A indústria e a organização racional do trabalho favoreceram o desenvolvimento
prodigiosamente dos recursos;

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c) A produção industrial levou à concentração dos trabalhadores nas cidades, fábricas e nas
periferias das cidades. Ou seja, o surgimento de um novo fenômeno social: as massas
operárias;
d) Novos conflitos sociais aparecem, com destaque para a oposição latente entre empregados
e empregadores, ou entre proletários e capitalistas;
e) Contraste entre ampla riqueza criada pela industrialização e a pobreza em abundância, ou
seja, desigualdades sociais;
f) O sistema econômico passou a ser caracterizado pela liberdade nas trocas de mercadoria pela
busca de melhores lucros por parte dos empresários e comerciantes. Juntamente, o Estado
redefiniu seu papel, pois o grau de intervenção estatal nos negócios econômicos diminui,
comparando-se como no Antigo Regime.

Além disso, o contraste entre o avanço tecnológico, de um lado, e miséria, do outro, produzia
intensos debates no meio acadêmico e intelectual. Algumas perguntas investigativas passaram,
então, a serem feitas por pensadores:

➢ quais seriam as possíveis explicações racionais para fenômenos como o grande


deslocamento de massas do campo para as cidades?
➢ como entender os processos de mobilidade social?
➢ Como resolver todas as mazelas do povo?

Em linhas gerais, o importante desse processo de grandes transformações no


pensamento e na vida material das sociedades é você “sacar” que as primeiras
elaborações consideradas sociológicas expressavam uma preocupação sobre os
efeitos do capitalismo na ordem social. E aqui entra a centralidade do tema
trabalho. Isso porque,

“o fato novo que chama a atenção de todos os observadores da sociedade, no princípio do século
XIX, é a indústria”3.

Assim, diversos pensadores, cada qual com sua perspectiva e elaboração, discordavam em muitos
aspectos, mas concordavam que as novas condições de vida após os processos da “dupla
revolução” passaram a produzir fenômenos sociais inteiramente novos. Por isso, é possível

3
Idem, p. 79.
8

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considerar os estudos da sociedade entre os séculos XVIII e XIX como uma resposta intelectual às
novas situações colocadas pós-Revoluções4.

O pesquisador e sociólogo Carlos Benedito Martins, assim resume o momento histórico mais
“macro” do aparecimento da Sociologia:

O seu surgimento ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os
derradeiros momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da
civilização capitalista. A sua criação não é obra de um único filósofo ou cientista, mas
representa o resultado da elaboração de um conjunto de pensadores que se
empenharam em compreender as novas situações de existência que estavam em
curso.5 (grifos nossos)

Diante do debate apresentado, podemos concluir que, no contexto da “dupla revolução”, a ordem social, ou
a sociedade, ou as relações sociais, enfim, a vida em coletividade, passou a ser o OBJETO DE ESTUDO das
Ciências Humanas. Nesse sentido, as relações social de trabalho ganham relevo.

Repare que a Revolução Industrial foi determinante para que os pensadores sociais "virassem a chave" e
passassem a melhor compreender os fenômenos da produção da riqueza e dos modos de vida. Desse modo,
o trabalho aparece como uma categoria fundamental para ser compreendida.

Não por menos, o Edital do CNU contém o seguinte conteúdo: "Fases históricas iniciais da industrialização:
2.1 Artesanato, manufatura, maquinofatura e mecanização da produção. 2.2 A Revolução Industrial e o
capitalismo industrial", assuntos de nossa próxima Aula.

Nesta aula, vamos estudar os tópicos teóricos e históricos, como segue:

1 A Sociologia do trabalho e seu objeto de estudo: 1.1 O trabalho como uma categoria do pensamento
sociológico. 1.2 O Conceito de Trabalho. 3.1 O trabalho no pensamento clássico (Parte 1). 1.6 Divisão do
trabalho e distribuição de tarefas. 3.3 Divisão social do trabalho. 3.4 Divisão sociossexual e racial do trabalho
1.7 Processo de trabalho e organização de trabalho. 1.8 O trabalho humano e sua evolução histórica: trabalho
escravizado, trabalho feudal em servidão, trabalho livre desprotegido.

2. O OBJETO DE ESTUDOS DA SOCIOLOGIA DO


TRABALHO

Essa seção cobre o ponto 1.8 dos seu Edital - O trabalho humano e sua evolução histórica:
trabalho escravizado, trabalho feudal em servidão, trabalho livre desprotegido.

4
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia? São Paulo: Editora Brasiliense. 2010, p. 16.
5
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia? São Paulo: Editora Brasiliense. 2010, pp. 10-11.
9

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Considerando que o mundo do trabalho é apenas uma das dimensões de um amplo espectro de
transformações radicais que afeta nossas vidas, podemos identificar o objeto de estudo da Sociologia do
Trabalho nas relações sociais no contexto laboral, investigando as interações entre os indivíduos, grupos e
instituições no ambiente de trabalho.

A Sociologia do Trabalho dedica-se a compreender as dinâmicas sociais, estruturas de


poder, desigualdades e transformações que ocorrem no mundo do trabalho.

Assim, a especificidade do ramo da Sociologia do Trabalho reside no seu enfoque particular na


compreensão da organização e evolução do mundo do trabalho na sociedade. Com efeito, a Sociologia do
Trabalho dedica-se a investigar as relações de trabalho e a analisar as implicações sociais decorrentes dessas
relações.

Podemos sistematizar os aspectos-chave da Especificidade da Sociologia do Trabalho:

 Organização e Evolução do Mundo do Trabalho: Analisa como as estruturas organizacionais se


formam e evoluem ao longo do tempo. Investigação das mudanças nas práticas de trabalho,
tecnologias e formas de emprego.

 Relações de Trabalho: Enfoca as interações entre empregadores e empregados, bem como as


dinâmicas de poder presentes no ambiente de trabalho. Considera as negociações, conflitos e formas
de cooperação dentro das relações laborais.

 Implicações Sociais do Trabalho: Examina como as relações de trabalho impactam não apenas os
indivíduos, mas também as comunidades e a sociedade como um todo. Avaliação das consequências
sociais das mudanças nas condições de emprego, desigualdades laborais e práticas de gestão.

 Desigualdades e Dinâmicas Sociais: Investigação das desigualdades relacionadas a gênero, raça,


classe social e outros fatores, no contexto do ambiente de trabalho. Compreensão das dinâmicas
sociais que moldam as oportunidades e desafios enfrentados pelos trabalhadores.

 Movimentos Trabalhistas e Ativismo: Estudo dos sindicatos, movimentos trabalhistas e iniciativas de


ativismo que buscam melhorar as condições laborais e promover direitos dos trabalhadores.

Ao se concentrar nessas áreas, a Sociologia do Trabalho fornece uma visão aprofundada das complexidades
do ambiente laboral, contribuindo para a compreensão mais ampla das dinâmicas sociais e econômicas em
uma sociedade. Essa abordagem específica destaca a importância de analisar as relações de trabalho como
um componente vital da estrutura social.

A título de exemplificação e já localizando a discussão na Realidade Brasileira, a "Sociologia do Trabalho e o


seu objeto de estudo se configuraram, historicamente, muito vinculados às realidades sociais, políticas e
econômicas de cada país[1]. No caso Brasil, a Sociologia do Trabalho se deparou com as peculiaridades de

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uma nação que teve mão de obra escrava até fins do século XIX, de uma economia dependente, de
industrialização tardia e de uma frágil estruturação do mercado de trabalho" 6.

2.1 O Conceito de Trabalho


Mas, afinal, o que é trabalho? Parece fácil, afinal, todo mundo aqui está lutando por um "trabalho". Mas,
para efeitos de prova, vamos teorizar um pouquinho.

O papel do trabalho na compreensão do indivíduo na vida nos remete à pensadores que "fundaram o
pensamento social. Mesmo antes do estabelecimento da sociologia como disciplina, pensadores já
destacavam o trabalho como um elemento central e de grande importância. Entre esses pensadores, Hegel
se destaca como um dos mais influentes.

Hegel, em seu sistema filosófico, desenvolveu uma visão abrangente do trabalho, enxergando-o como um
componente essencial para a análise do homem em relação à natureza e à formação da consciência. Em
sua abordagem, o trabalho não apenas é considerado a fonte de riqueza e civilização, mas também é
percebido como um processo de exteriorização dialética do sujeito.

O filósofo sustentava a tese de que o trabalho atua como um elemento mediador na relação entre o homem
e a natureza, oferecendo suporte para a formação da consciência. Em outras palavras, é por meio do
trabalho que o homem decodifica a natureza, utilizando-a de maneira instrumental e libertando-se da tirania
imposta por esta.

Essa concepção fundamentou o sistema de necessidades de Hegel, onde o trabalho é pensado como
elemento de mediação entre as necessidades subjetivas e as necessidades do outro. Os produtos do trabalho
desempenham o papel de mediadores entre esses dois polos, uma vez que as necessidades do outro
assumem um status de necessidade pessoal. A satisfação de uma necessidade subjetiva torna-se possível na
medida em que o trabalho adquire uma dimensão social, isto é, geral.

Embora reconhecendo a complexidade do sistema filosófico de Hegel, é inegável sua importância para a
compreensão do trabalho na formação do pensamento social e, em especial, no pensamento sociológico,
como veremos a seguir. Sua abordagem permitiu analisar o trabalho em relação a dois polos distintos:
como exteriorização do sujeito e como interiorização do social.

6 BRIDI, Maria Aparecida. BRAGA, Ruy. SANTANA, Marco Aurélio. Sociologia do Trabalho no Brasil hoje:
balanço e perspectivas. Revista Brasileira de Sociologia, vol. 6, núm. 12, pp. 42-64, 2018.

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Na tradição sociológica que se seguiu, o trabalho manteve-se como uma categoria central. Autores como
Marx, Weber e Durkheim, na construção de suas teorias, reafirmaram a centralidade do trabalho na análise
da vida social.

Assim, o trabalho não é apenas um componente econômico, mas uma força que molda as relações
sociais, a estrutura da sociedade e a própria identidade do indivíduo.

2.2 Trabalho para Marx, Weber e Durkheim


Dessa forma, a sociologia clássica e suas ramificações consagraram o trabalho como um elemento
fundamental para a compreensão das sociedades. Hegel, ao apresentar uma visão filosófica profunda sobre
o trabalho, deixou um legado que influenciou significativamente a sociologia, contribuindo para a formação
de uma perspectiva rica e abrangente sobre a importância do trabalho na vida social.

Karl Marx herdou a tradição hegeliano e isso fez com que construísse conceitos e análises todos baseados
no trabalho: classes sociais, luta de classes, capital, trabalho, força de trabalho, exploração capitalista, entre
outros. Mas, além disso, Marx consolidou na tradição sociológica a noção de trabalho como a "eterna
necessidade natural da vida social", ou seja, meio pelo qual o homem como ser social conseguiu se impor
sobre a natureza, transformando-a enquanto mudava a si mesmo.

Guarde esta noção, pois ela será importante para os estudos sobre alienação (Aula 03).

Por ora, é importante destacar que vem de Karl Marx a compreensão de que a posição do trabalhador no
processo produtivo é o princípio organizador da estrutura social; de que a dinâmica do desenvolvimento é
pautada pelos conflitos gerados em torno da exploração no plano das relações de trabalho, e de que a
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racionalidade capitalista industrial é a responsável pela continuidade do desenvolvimento das forças


produtivas .

"trabalho é tanto o processo quanto o produto de trabalho produtivo. Quando um carpinteiro fabrica
uma estante e a vende, o que está sendo vendido é trabalho, o valor do qual está contido na
estante. Nesse sentido, o conceito de trabalho descreve não apenas uma atividade, mas uma
relação especial entre o indivíduo, o trabalho e os frutos desse trabalho"

Outro sociólogo fundamental cuja concepção de trabalho que devemos ter em mente é Max Weber. Ele
analisou a concepção moderna de trabalho.

Weber destacou, em particular, a influência da ascese protestante e outras visões de mundo, tanto intra
quanto extramundanas, na configuração do trabalho como uma vocação . Este conceito transformou não
apenas a mentalidade individual, mas também as estruturas sociais, especialmente no contexto do
surgimento da burguesia.

A ascese protestante, de acordo com Weber, desempenhou um papel crucial ao converter o burguês em um
homem de negócios racional. Essa visão de mundo não apenas justificava, mas também promovia a
dedicação ao trabalho como uma expressão do destino designado por Deus para a vida das pessoas. Os
trabalhadores, por sua vez, eram incentivados a adotar uma abordagem sóbria, consciente e comprometida
com o trabalho, considerando-o como parte essencial do plano divino.

A análise de Weber vai além ao evidenciar o papel do trabalho na composição da racionalidade capitalista.
Ele ressalta como a racionalidade estratégica do cálculo capitalista tornou-se a força motriz predominante
na racionalização da sociedade. Nesse contexto, o trabalho é desvinculado de critérios tradicionais de
referência doméstica e de satisfação pessoal do indivíduo, passando a ser orientado por uma lógica
calculista e pragmática.

Ao explorar essas dinâmicas, Weber contribuiu significativamente para a compreensão da transformação do


significado e do papel do trabalho na sociedade moderna. Sua análise ressalta não apenas os aspectos
econômicos, mas também os aspectos culturais e religiosos que moldaram a visão de mundo e a ética do
trabalho, desempenhando um papel crucial na ascensão do capitalismo e na configuração do panorama
societário contemporâneo.

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Émile Durkheim, pioneiro da sociologia francesa, ofereceu uma significativa contribuição para a sociologia
do trabalho, enfocando a atividade laboral como essencial para compreender a estrutura social. Ele enfatizou
a importância da divisão social do trabalho na formação da sociedade industrial moderna. Assim, para
Durkheim era o processo de interação do indivíduo na sociedade.

Assim, para o pensador francês, o trabalho não era apenas como uma prática individual, mas o uma atividade
social abrangente, abarcando a produção e a troca de bens e serviços. Ele também defendeu que a atividade
laboral é uma fonte de realização pessoal e contribuição para a sociedade, conferindo significado à vida e
moldando a identidade social. Assim, Durkheim ressaltou o trabalho como elemento fundamental na
coesão social.

Karl Marx Émile Durkheim Max Weber


O trabalho é fonte de A divisão social do Ação social orientada por
riqueza trabalho gera um objetivo racional: Obter
O trabalho é fonte de solidariedade orgânica lucros e, ao mesmo tempo,
exploração e alienação Supõe-se que os o sinal da salvação divina.
O trabalho pode ser homens são diferentes Cada sociedade tem uma
fonte de “morte” e interdependentes forma específica de
Coesão social compreender e organizar o
trabalho.
Trabalho é cultural

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CETREDE - 2019 - Sociólogo (Pref Juazeiro do N)


De acordo com a Ontologia do ser social, os seres humanos distinguem-
se do conjunto da Natureza por terem um modo de ser particular. O
que funda o ser social é o (a)

A) linguagem.
B) política.
C) trabalho.
D) desigualdade.
E) luta de classes.
Comentários:
A Ontologia do ser social refere-se ao estudo filosófico da natureza do ser social, buscando
compreender as características essenciais que distinguem os seres humanos do restante da
natureza e isso é, segundo a tradição hegeliana, herdada por Marx, trabalho. O trabalho é
considerado o fundamento ontológico do ser social, uma vez que a atividade laboral
desempenha um papel central na organização da vida humana e na formação da sociedade
Portanto, gabarito é alternativa C.
Vamos analisar as outras opções e justificar por que não se trata da ontologia do ser social:
A) Linguagem: A linguagem desempenha um papel crucial na vida social e é uma característica
distintiva dos seres humanos. No entanto, do ponto de vista da ontologia do ser social, a
linguagem é mais uma manifestação ou dimensão da existência humana do que o fundamento
ontológico em si. A ontologia busca princípios mais fundamentais que expliquem a natureza
essencial do ser social, e o uso da linguagem é uma expressão dessa natureza, mas não o seu
fundamento.
B) Política: A política é uma dimensão importante da vida social, mas não é o fundamento
ontológico do ser social. A política refere-se à organização e gestão da sociedade.
D) Desigualdade: A desigualdade social é uma característica que pode emergir no contexto da
sociedade, mas não é o fundamento ontológico do ser social.
E) Luta de classes: A luta de classes é um conceito associado à teoria sociológica desenvolvida
por Karl Marx. Embora seja relevante para compreender dinâmicas sociais, não constitui o
fundamento ontológico do ser social.
Gabarito: C
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György Lukács, um filósofo e teórico marxista húngaro, abordou o conceito de trabalho


como a ontologia social em sua obra "História e Consciência de Classe".

Trabalho em Lukács:
Para Lukács, o trabalho é central na ontologia social, representando a atividade humana
que transforma a natureza e, ao mesmo tempo, transforma os próprios indivíduos. Ele
destaca a dimensão ontológica do trabalho, argumentando que é por meio do trabalho
que os seres humanos se relacionam ativamente com o mundo e constroem sua própria
humanidade. O trabalho é visto como a mediação entre os seres humanos e a natureza,
sendo a atividade pela qual a consciência e a objetividade se encontram.
Lukács enfatiza que o trabalho é uma atividade prática e teleológica, ou seja, orientada
para objetivos. É através do trabalho que os seres humanos projetam seus objetivos,
moldam a realidade de acordo com suas necessidades e, assim, constroem sua própria
existência social. Portanto, para o pensador húngaro, o trabalho desempenha um papel
fundamental na ontologia social, sendo a atividade que conecta os seres humanos à sua
própria humanidade.

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3. O TRABALHO COMO UMA CATEGORIA DO PENSAMENTO


SOCIOLÓGICO

Essa seção cobre o ponto XC do seu Edital.

Podemos afirmar que o trabalho é uma categoria do pensamento sociológico porque, ao longo do
desenvolvimento da sociologia como disciplina acadêmica, o trabalho emergiu como um fenômeno central
para a compreensão das dinâmicas sociais, econômicas e culturais.

Portanto, na medida em que a sociedade ocidental, transformada pela revolução industrial e pelo
capitalismo, se desenvolveu e fez do trabalho sua principal mercadoria e o mecanismo de geração
de valor e de alavanca para o processo de acumulação capitalista, o trabalho se impôs como
categoria central e fundamental para o entendimento dessa sociedade. 7

Assim, se trabalho "constrói" - ou estrutura a sociedade, então, ele é categoria explicativa das relações
sociais. Logo, uma categoria central para a Sociologia.

Se considerarmos as respostas fornecidas entre o final do século XVIII e o final da I Guerra Mundial
às questões relativas aos princípios organizativos da dinâmica das estruturas sociais, certamente
chegaremos à conclusão de que ao trabalho foi atribuída uma posição-chave na teoria
sociológica. O modelo de uma sociedade burguesa gananciosa, preocupada com o trabalho,
movida por sua racionalidade e abalada pelos conflitos trabalhistas constitui - não obstante suas
diferentes abordagens metodológicas e conclusões teóricas - o ponto focal das contribuições
teóricas de Marx, Weber e Durkheim. 8

7
CARDOSO, Luís Antonio. A categoria trabalho no capitalismo contemporâneo. Revista Tempo Social,
2011, pp. 265-295.
8
OFFE, Claus. TRABALHO: a categoria-chave da sociologia?
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A sociologia, enquanto ciência que busca compreender a sociedade e suas estruturas,


dedica uma atenção significativa ao estudo do trabalho por várias razões:

Centralidade na Vida Social: O trabalho é uma atividade humana fundamental que desempenha um papel
central na organização da vida social. Ele influencia não apenas a subsistência econômica, mas também a
estruturação das relações sociais, identidades individuais e coletivas, e as dinâmicas de poder.

Impacto nas Relações Sociais: A forma como o trabalho é organizado e distribuído afeta diretamente as
relações sociais. A divisão do trabalho, por exemplo, cria padrões de interdependência entre diferentes
grupos e indivíduos, moldando a estrutura social e as hierarquias existentes.

Reflexos nas Desigualdades Sociais: O acesso ao trabalho, os tipos de empregos disponíveis e as condições
laborais têm implicações diretas nas desigualdades sociais. A sociologia explora como as estruturas sociais
influenciam a distribuição desigual do trabalho e suas consequências para grupos específicos na sociedade.

Transformações Econômicas e Sociais: O trabalho é sensível às mudanças econômicas e sociais, e seu estudo
permite compreender as transformações ao longo do tempo. Desde a Revolução Industrial até as formas
contemporâneas de emprego, a sociologia analisa como essas mudanças afetam as relações sociais, a
identidade e as instituições.

Construção de Identidade: O tipo de trabalho que uma pessoa realiza muitas vezes contribui para a
construção de sua identidade. A sociologia explora como as ocupações e as experiências laborais moldam a
autopercepção e a forma como os outros percebem os indivíduos na sociedade.

Relação com Outras Instituições Sociais: O trabalho está interligado com outras instituições sociais, como a
família, a educação e o governo. A sociologia investiga como essas instituições influenciam e são
influenciadas pelo mundo do trabalho.

Portanto, ao reconhecer o trabalho como uma categoria do pensamento sociológico, estamos


reconhecendo sua relevância para a compreensão das estruturas e dinâmicas sociais. O trabalho
não é apenas uma atividade econômica; é um fenômeno social complexo que permeia todas as
camadas da sociedade, influenciando e sendo influenciado por uma variedade de fatores sociais,
culturais e históricos. Essa abordagem sociológica proporciona uma compreensão mais profunda
das relações humanas e das estruturas sociais que moldam a vida em sociedade.

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O debate sobre a centralidade do trabalho como categoria sociológica é vasto. Para efeitos de prova, vou
deixar uma listinha de autores e conceitos. Muitos deles veremos ao longo do nosso curso de maneira mais
aprofundada.

3.1 Autores e Correntes Teóricas:


 Karl Marx:
Marx é central no entendimento sociológico do trabalho. Sua teoria da alienação, a análise da mais-
valia e a crítica ao capitalismo destacam como o trabalho é fundamental na estruturação das relações
sociais e na produção de desigualdades.

 Émile Durkheim:
Durkheim aborda o trabalho no contexto da solidariedade social. Sua teoria da solidariedade orgânica
destaca como a especialização e divisão do trabalho contribuem para a coesão social em sociedades
complexas.

 Max Weber:
Weber oferece uma abordagem multidimensional do trabalho. Sua análise da ética protestante e o
espírito do capitalismo explora as conexões entre valores culturais e práticas econômicas, ampliando
a compreensão do trabalho para além da esfera econômica.

 Harry Braverman:
Autor de "Trabalho e Capital Monopolista", Braverman analisa a desumanização do trabalho nas
sociedades capitalistas. Ele destaca como a gestão científica e a tecnologia impactam negativamente
a experiência dos trabalhadores.

 Antonio Gramsci:
Gramsci introduz o conceito de hegemonia, explorando como as ideias e valores associados ao
trabalho são difundidos na sociedade. Ele examina como a classe dominante mantém sua influência
cultural.

3.1.1 Conceitos e Discussões Teóricas:

 Divisão do Trabalho: A teoria da divisão do trabalho, de Adam Smith a Durkheim, destaca como a
especialização e a distribuição de tarefas contribuem para a eficiência econômica e a coesão social,
mas também podem gerar desigualdades.
 Alienação: A alienação, conforme proposta por Marx, refere-se à perda de controle e significado no
trabalho. A crítica se estende às condições de trabalho capitalistas que podem desumanizar os
trabalhadores.
 Trabalho Imaterial e Pós-Fordismo: Autores contemporâneos, como Maurizio Lazzarato e Antonio
Negri, exploram o trabalho imaterial na era digital, destacando como as formas de trabalho evoluíram
além da produção industrial tradicional.

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 Feminismo e Trabalho: Autoras como Silvia Federici e Heidi Hartmann criticam a divisão sexual do
trabalho, destacando como as mulheres enfrentam desigualdades no mercado de trabalho e em suas
responsabilidades domésticas.
 Globalização e Trabalho Precário: A globalização trouxe mudanças nas formas de trabalho, incluindo
o aumento do trabalho precário. Autores como Guy Standing analisam as consequências sociais e
econômicas dessas mudanças.

3.2 Perda da centralidade do trabalho como


categoria explicativa
Nos últimos anos, tem havido discussões teóricas sobre a perda da centralidade do trabalho como categoria
explicativa do mundo. Essa reflexão está intimamente ligada a mudanças sociais, econômicas e tecnológicas
que afetaram as relações laborais e as formas de organização social. Alguns autores relacionam essas
mudanças a uma crise estrutural do capitalismo.

A crise estrutural do capitalismo, seguida pelas crises do Estado, da regulação econômica e do tradicional
sistema taylorista/fordista, bem como o surgimento de um novo setor produtivo baseado em tecnologias da
informação, automação microeletrônica e economia de serviços, levam esses autores a argumentar que esse
momento histórico, a partir dos anos de 1960, está associado a uma crise da racionalidade capitalista e,
por consequência, da concepção de uma sociedade do trabalho.

Vejamos alguns autores dentro desse debate sobre a crise da racionalidade do capitalismo e a perda da
centralidade da categoria trabalho como explicativa ada vida social

Jürgen Habermas:

Habermas argumenta que o valor trabalho tornou-se obsoleto, sendo substituído pela ciência como força
produtiva principal. propõe uma nova distinção entre trabalho e interação, destacando a emergência de uma
"racionalidade comunicativa". Em seu livro "Teoria da ação comunicativa", o autor reinterpreta a
racionalização weberiana, introduzindo a "racionalidade comunicativa" como categoria fundamental. Ele
sugere que o sistema capitalista, ao instrumentalizar o mundo da vida, não consegue colonizá-lo totalmente.
Nesse contexto, a esfera comunicacional, centrada na intersubjetividade e interação, assume importância
central, deslocando a centralidade do trabalho na sociedade pós-industrial. O autor busca mostrar que há
um deslocamento de centralidade das categorias sociais, substituindo a esfera do trabalho pela esfera
comunicacional como o novo núcleo da utopia na sociedade contemporânea.

André Gorz:

André Gorz, em seu livro "Adeus ao proletariado," argumenta que a classe operária está desaparecendo
devido à crise no sistema europeu de produção e à automação. Ele introduz a ideia da "não-classe-de-não-
trabalhadores," composta por pessoas excluídas do mercado formal de trabalho. Essa mudança resulta em
uma dualização do mercado de trabalho, com um centro de trabalhadores em tempo integral e uma periferia
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de trabalhadores parciais e desempregados. Gorz propõe o "adeus ao proletariado" como resposta à


revolução microeletrônica, destacando a perda da força de integração social do trabalho. Ele sugere a
redistribuição do trabalho socialmente necessário, com a redução do tempo de trabalho e sua distribuição
equitativa. Isso permitiria que as pessoas encontrassem significado na totalidade da vida, além do trabalho,
e criassem uma sociedade dual com racionalidades distintas: uma econômica e outra não econômica.

Claus Offe:

Influenciado por Habermas, em eu livro Trabalho & Sociedade, Offe analisa evidências empíricas, destacando
três argumentos: a crise da sociedade do trabalho, a capacidade decrescente de absorver mão de obra e a
diferenciação interna dos trabalhadores assalariados. Ele argumenta que a sociedade do trabalho do século
XX está em crise, perdendo o trabalho assalariado como fator de integração social. Offe observa a
transformação do trabalho devido ao declínio do setor industrial, crescimento do setor de serviços,
desemprego e expansão do emprego parcial. Ele destaca a perda da ética do trabalho e a ampliação do
tempo livre como tendências. Offe propõe que a sociologia deve buscar novas categorias além do trabalho,
explorando questões como étnica, gênero e ecologia. Ele enfatiza a necessidade de construir o pensamento
social sobre a base comunicacional da nova racionalidade do sistema, que se apoia no espaço vital, modo de
vida e cotidiano da sociedade contemporânea.

Robert Kurz:

Robert Kurz, em seu livro, O colapso da modernização, desenvolve a tese do colapso da modernização e
da crise do trabalho abstrato. Ele argumenta que a modernização, baseada na forma de mercadoria das
relações sociais, está em um processo de crise qualitativamente diferente das crises cíclicas, apontando para
um possível colapso. Kurz acredita que a crise do sistema mundial de produção vai além da sociedade
industrial, do mercado e do Estado, transcendendo a sociedade do trabalho. Com base no avanço
tecnológico, especialmente após a crise do fordismo na década de 1970 e o desenvolvimento das novas
tecnologias de informação e comunicação, microeletrônica e automatização, o autor vislumbra a crise do
trabalho abstrato.

Segundo Kurz, a intensificação da racionalidade técnica leva o sistema capitalista a perder sua capacidade de
explorar o trabalho, resultando na construção paradoxal de sua própria destruição. O aumento do trabalho
morto em detrimento do trabalho vivo cria uma massa de excluídos que não se ajustam ao novo sistema. Ele
também destaca a lógica destrutiva da ciência, inaugurando uma "era das trevas" em que o horror não é
mais a superexploração do trabalho, mas a ausência dessa exploração para muitos.

Kurz propõe que, nesse cenário de decadência social, moral e econômica, o surgimento do terceiro setor
pode oferecer uma possibilidade de superação da racionalidade econômica vigente, dando origem a uma
nova racionalidade de reprodução social baseada na solidariedade. Ele relaciona a crise do trabalho
abstrato ao papel do Estado e do mercado, argumentando que ambos se tornam irrelevantes quando a forma
de reprodução social da modernidade perde completamente a capacidade de integração.

Por fim, Kurz sugere que a luta pela superação da crise deve ser liderada por um movimento social
consciente, capaz de derrubar os aparatos estabelecidos, e destaca o papel das ciências sociais na elevação
da consciência crítica da sociedade.

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(Professora Alê Lopes/inédita/CNU-2024)


Deste ponto de vista, encontra-se ampla evidência para a conclusão de que o trabalho - e a
posição dos trabalhadores no processo de produção - não é tratado como o mais importante
princípio organizador das estruturas sociais, de que a dinâmica do desenvolvimento social não
é concebida como nascendo dos conflitos a respeito de quem controla o empreendimento
industrial; e de que a otimização das relações entre meios e fins técnico-organizacionais ou
econômicos não é considerada a forma de racionalidade que prenuncia um desenvolvimento
social posterior.
OFFE. Claus. TRABALHO: a categoria-chave da sociologia?
Claus Offe propõe a tese da perda da centralidade do trabalho como categoria sociológica
fundamental para a compreensão da vida social. De acordo com Offe, a sociedade do trabalho
do século XX está em crise porque
a) está em uma fase de crescimento econômico contínuo.
b) mantém a mesma organização e divisão desde o século XVIII.
c) a crise na sociedade do trabalho é temporária e será superada em breve.
d) é resultado de uma falta de investimento em tecnologias.
e) há uma perda da capacidade de absorção da força de trabalho, uma diminuição da qualidade
subjetiva do trabalho e uma diferenciação interna no mercado de trabalho.

Comentários
a) Incorreta. Os argumentos de Claus Offe indicam, na verdade, uma crise na sociedade do
trabalho, destacando a diminuição da capacidade de absorção da força de trabalho, entre
outros fatores.
b) Incorreta. Offe destaca uma transformação na sociedade do trabalho, marcada por
mudanças nas estruturas de emprego, declínio de ocupações no setor secundário, desemprego
estrutural e avanço da racionalidade técnica.

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c) Incorreta. Offe não sugere que a crise na sociedade do trabalho seja temporária; pelo
contrário, ele argumenta que há uma perda fundamental na centralidade do trabalho como
categoria sociológica.
d) Incorreta. Offe não atribui a crise da sociedade do trabalho à falta de investimento em
tecnologias; ele destaca fatores como a diminuição da capacidade de absorção da força de
trabalho e a perda da qualidade subjetiva do trabalho.
e) Correta. Esta alternativa reflete os principais argumentos de Claus Offe, resumindo as
mudanças observadas na sociedade do trabalho, incluindo a crise na capacidade de absorção
da força de trabalho e a perda da centralidade do trabalho.

Gabarito: B

Além dos teóricos críticos clássicos dos anos de 1970, temos outros autores e teses mais recentes que valem
ser sistematizadas para efeitos de prova.

Algumas dessas discussões incluem:

1. Sociedade Pós-Industrial e Pós-Trabalho:

Discussão: Autores como Daniel Bell e Alain Touraine argumentam que as sociedades contemporâneas estão
se movendo para além da ênfase no trabalho industrial tradicional. Eles destacam a crescente importância
de setores de serviços e o aumento do trabalho imaterial, sugerindo que a centralidade do trabalho industrial
está diminuindo.

2. Sociedade do Conhecimento e Trabalho Imaterial:

Discussão: Autores contemporâneos, como Manuel Castells, exploram a ascensão da sociedade do


conhecimento, onde o valor econômico é cada vez mais derivado da produção e circulação de informações.
Nesse contexto, o trabalho imaterial, como o trabalho intelectual e criativo, ganha proeminência, desafiando
as concepções tradicionais de trabalho.

3. Automação e Desemprego Tecnológico:

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Discussão: A automação e a inteligência artificial têm levantado questões sobre o impacto futuro do trabalho.
Autores como Jeremy Rifkin argumentam que a automação pode resultar em uma diminuição significativa
da necessidade de trabalho humano, desafiando a centralidade do trabalho como fonte primária de
identidade e sentido na sociedade.

4. Economia da Gig e Precarização:

Discussão: A ascensão da economia de gig e formas precárias de emprego levanta questões sobre a
estabilidade e segurança no trabalho. Autores como Guy Standing, em seu conceito de "precariado",
exploram as implicações sociais dessas mudanças, sugerindo uma transformação nas relações de trabalho e
nas estruturas sociais tradicionais.

5. Críticas Feministas à Centralidade do Trabalho:

Discussão: O feminismo, especialmente a corrente feminista pós-moderna, critica a centralidade do trabalho


na teoria tradicional, argumentando que muitas vezes essa abordagem negligencia as experiências das
mulheres, suas contribuições não remuneradas e a complexidade das interseções entre gênero e trabalho.

6. Desafios à Identidade pelo Trabalho:

Discussão: Autores como Richard Sennett e Zygmunt Bauman abordam como as mudanças na natureza do
trabalho afetam a construção de identidade. A instabilidade no emprego e a natureza fragmentada do
trabalho contemporâneo desafiam a concepção tradicional de trabalho como fonte primária de identidade
social.

7. Ecologia e Redefinição do Valor:

Discussão: Autores ecologistas, como André Gorz, argumentam que a obsessão pela produção e consumo
incessantes, relacionada à centralidade do trabalho, é insustentável e deve ser repensada em face dos
desafios ambientais. Eles propõem uma redução do tempo de trabalho como parte de uma redefinição mais
ampla de valores.

Essas discussões teóricas refletem uma conscientização crescente sobre a necessidade de


repensar a centralidade do trabalho em meio a transformações sociais, econômicas e culturais
significativas. A diversificação das formas de emprego, a automação, a economia da gig e as
questões ambientais são alguns dos fatores que têm levado os teóricos a considerar novas
maneiras de compreender as dinâmicas sociais contemporâneas.

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4. O trabalho humano e sua evolução histórica

Essa seção cobre o ponto 1.8 dos seu Edital - O trabalho humano e sua evolução histórica:
trabalho escravizado, trabalho feudal em servidão, trabalho livre desprotegido.

O valor moral e o sentido que a sociedade atribui ao trabalho diferenciou-se ao longo do tempo histórico.
Para Max Weber, por exemplo, para cada tipo de trabalho temos uma concepção sobre ele, ou seja, uma
ética que dá sentido ao trabalho em determinadas formas de organização social.

Na sociedade Ocidental atual, atribuímos um valor positivo e progressista ao trabalho. Desde pequeninhas,
as crianças respondem as perguntas dos adultos: "e aí, o que você vai ser quando crescer?" Ai que lindinho,
quer ser bombeiro, enfermeira, cantora, médico, jornalista, patinadora, advogada, auditor fiscal do
trabalho.... e por aí vai. Até que você chega na adolescência, ensino médio e vem nova pergunta: e aí vai
prestar o quê? Então, espera-se que alguns tenham superado aqueles sonhos de criança...esperam algo que
seja “economicamente sustentável”, socialmente reconhecido, empregável, aceito no mercado, dentre N
motivos.

Mas o que você quer dizer com isso, Profe?

Quero dizer que na sociedade em que vivemos o trabalho


é aceito e desejado.

As pessoas são preparadas para ocuparem seus lugares no


“mundo do trabalho”.

O desemprego é considerado um problema social e,


incessantemente, buscam-se soluções para combatê-lo.

É verdade que existem outros tantos problemas, como o


trabalho infantil, as diferenças de oportunidades a partir
da raça, classe, cor ou nacionalidade das pessoas. Teremos a oportunidade de estudar isso no nosso curso.

Simbolicamente, para você, deve ser mais fácil entender o que estamos inferindo. Mas
será que sempre foi assim?

✓ Será que o trabalho sempre foi visto como uma forma de acessar uma melhor condição de
vida?
✓ Será que o trabalho infantil sempre foi considerado um problema?
✓ Será que o ócio e a desocupação sempre foram combatidos pelas sociedades?
✓ Será que a desigualdade salarial determinada pelo sexo sempre foi criticada?

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Assim, precisamos desenhar um panorama pelos momentos históricos mais significativos a fim de entender
os sentidos que cada sociedade atribui à atividade laboral. Esse recurso é fundamental para você exercer
comparações com as relações de trabalho no capitalismo, assunto que será cobrado na prova, certamente.
Vamos lá?

4.1 - O trabalho nas Sociedades Coletivistas


A organização da produção nas Sociedades Coletivistas pode ser considerada de baixa complexidade se
comparada com o que conhecemos em nossos dias.

Conceitos como “acumulação”, “lucro”, “investimento”, passam longe dessas sociedades. Ou seja, não há
um paralelo entre o que a História Europeia (desde Antiguidade Clássica, Era Medieval, até os dias atuais)
vivenciou como trabalho e o que foi vivenciado.

Nas "Sociedades Coletivistas" - ou coletivistas -, não existia uma hierarquia ou separação


do trabalho por classes sociais, mas apenas uma simples divisão de tarefas por sexo e
idade.

As tarefas são realizadas por equipamentos/instrumentos considerados pelos padrões atuais como simples
e rudimentares. Claro, reforço que essa perspectiva é segundo os padrões da modernidade, pois para o
tempo e contexto dessas sociedades os instrumentos atendiam às exigências sociais em que viviam.

A atividade laboral era concentrada em: caça, pesca, pequena agricultura, extrativismo vegetal,
metalurgia rudimentar.

Contudo, se do ponto de vista do trabalho em si, pode-se considerar pouco complexa a interação entre
homem e natureza, do ponto de vista subjetivo dessas sociedades são muito complexas, com suas crenças e
mitos. Não por menos que aprendemos com Émile Durkheim que a coesão social é gerada de forma
mecânica pelos costumes, crenças e mitos.

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Sobre essa Sociedades, o antropólogo norte-americano Marshall Sahlins as denomina de “sociedades da


abundância” ou “sociedades do lazer”, pois seus membros tinham suas necessidades materiais disponíveis
em abundância (na natureza) e trabalhavam poucas horas por dia, apenas o necessário para a subsistência.

Veja que interessante, um exemplo da atualidade, que provoca uma nos ajuda a aplicar alguns
conceitos aprendidos até aqui:
Os índios Yanomami, da Amazônia, em geral, dedicam-se pouco mais de 3 horas por dia às
atividades de trabalho em si, consideradas como produção. Já os Kung, do deserto do Kalahari,
na África, dedicam-se por volta de 4 horas por dia.
E por que isso profe?

Veja, são especulações, mas é certo que os membros das Sociedades Coletivistas, ou
coletivistas, se relacionam de forma diferente com a natureza, com o meio em que vivem,
comparando-se com o nosso estilo de vida predador da natureza. A terra, para essas outras
formas de sociedade, está recheada de significação simbólica, ou seja, possui valor
cultural. Se agregarmos uma concepção marxista nesta especulação, diríamos que nas
"Sociedades Coletivistas" homem e natureza não estão separados, não houve a alienação
do trabalho, o estranhamento entre as duas partes, há uma conexão. Pegou a reflexão
sociológica?

Outra especulação é a que nos apresenta o antropólogo francês Pierre Clastres. Para ele as
"Sociedade Coletivistas" possuem um determinado tipo de relações de trabalho que não é
baseada na necessidade de acumulação de bens ou alimentos, os quais estão sempre à
disposição na natureza. Diante de sua forma de relacionamento com o meio em que vivem,
não é correto dizer que nelas há um mundo do trabalho, tal como se concebe
modernamente.

Aqui, o trabalho moderno não tem um valor preponderante. Isso porque, a ideia de
“mundo do trabalho” está intimamente relacionada a sociedades que se desenvolveram e
se estruturaram por conta do trabalho, nas quais essa categoria, TRABALHO, possui valor
preponderante por ter alterado/transformado o meio em que se vive.

Pegou a referência?

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4.2 - O trabalho na Antiguidade Clássica e


Medieval

As imagens remetem a tipos, ou formas, de trabalho diferentes em momentos históricos distintos. Na


antiguidade clássica, como na Roma Antiga, o regime escravista organizava a forma de produção de riquezas
e as demais esferas da vida social. Já no período medieval, as relações feudais, com destaque para o trabalho
servil empregado na terra, determinavam as relações entre as classes, ou melhor, os estamentos (senhores,
cavaleiros, servos e cleros).

Podemos sistematizar dois tipos de relações de trabalho nas Antiguidades Clássica e


Medieval:

 Modo de produção escravista:


a vida cotidiana é sustentada por aqueles que estão submetido à escravidão. Apesar de ser a característica
principal das sociedades que se fundamentavam no regime escravista, como a grega e a romana, o trabalho
escravo existiu até o final do século XIX. Somente após as lutas abolicionistas é que essa condição passou a
ser rejeitada pela humanidade. É claro, há exceções, pois, hoje em dia, fala-se em trabalho em condições
análogas/semelhantes ao trabalho escravo. Contudo, discutiremos esse assunto mais contemporâneo no
momento certo.

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Nas sociedades em que predominou o modo de produção escravista os escravos eram, em geral, prisioneiros
de guerra. Já os trabalhadores livres, em menor proporção, dedicavam-se ao artesanato e ao campesinato.
Essas duas categorias de trabalhadores também estavam subordinadas às classes proprietárias. Vale lembrar
que, em Atenas, os cidadãos não trabalhavam e, para que essa condição existisse, os escravos eram peça
chave no sistema grego. Para que os cidadãos tivessem tempo para se dedicar às atividades da Polis, o
trabalho escravo era essencial. Por sua vez, o trabalho era considerado algo menor, ruim. O que os cidadãos
atenienses valorizavam, por exemplo, era o tempo livre para pensar.

O trabalho no mundo greco-romano

Em Atenas, na época clássica, quando poetas cômicos qualificavam um homem por seu
ofício (Eucrates, o comerciante de estopa; Lisicles, o comerciante de carneiros), naõ era
precisamente para honrá-los; só é homem por inteiro quem vive no ócio. Segundo Platão,
uma cidade benfeita seria aquela na qual os cidadãos fossem alimentados pelo trabalho
rural de seus escravos e deixassem os ofícios para a gentalha: a vida “virtuosa”, de um
homem de qualidade, deve ser “ociosa” (...). Para Aristóteles, escravos, camponeses e
negociantes não poderiam ter uma vida feliz, quer dizer, ao mesmo tempo próspera e cheia
de nobreza: podem-no somente aqueles que têm os meios de organizar a própria
existência e fixar para si mesmos um objetivo ideal. Apenas esses homens ociosos
correspondem moralmente ao ideal humano e merecem ser cidadãos por inteiro. “A
perfeição do cidadão não qualifica o homem livre, mas só aquele que é isento das tarefas
necessárias das quais se incumbem servos, artesãos e operários não especializados; estes
últimos não serão cidadãos, se a constituição conceder os cargos públicos à virtude
levando-se uma vida de operário ou de trabalhador braçal”. Aristóteles não quer dizer que
um pobre não tenha meios ou oportunidades de praticar certas virtudes, mas, sim, que a
pobreza é um defeito, uma espécie de vício.

(VEYNE, Paul. O Império Romano. In:____.(org). Do Império Romano ao ano mil. São Paulo:
Companhia das Letras. 1989. P. 124-125)

 Modo de produção feudal.


Seu embrião remonta às relações servis do fim do Império Romano, tanto porque a população passou a se
concentrar no campo, quanto porque o regime do colonato entrou em declínio. Além disso, a atividade
comercial entrou em declínio e o fim das guerras diminuiu o trabalho por escravidão.

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Nesse sentido, a formação social do feudalismo está baseada na estrutura estamental com duas
classes elementares para as relações de trabalho: senhores e servos. Estes camponeses eram
quem, de fato, trabalhavam na terra para gerar certa riqueza.

Veja que interessante, uma espécie de hibridismo: os servos não eram escravos, mas também não eram
totalmente livres, pois estavam presos à terra e ao Senhor por meio das obrigações e taxas feudais.

Na ordem feudal, ainda sob o enfoque do TRABALHO, pode-se dizer que o clero e os senhores feudais
viviam do trabalho alheio. A terra era o principal meio de produção, mas os trabalhadores (os servos) não
tinham direito à posse.

Como vemos nas aulas de História, a mentalidade feudal era muito influenciada pela Igreja Católica e esta
instituição pregava que a divisão desigual da sociedade fazia parte da ordem divina criada por Deus, por
isso, deveria ser aceita por todos, sob pena de castigos divinos terríveis.

Veja abaixo um texto de um clérigo, Eadmer de Canterbury (ou Cantuária), do século XI, que define bem a
visão da época acerca do trabalho:

A razão de ser dos carneiros é fornecer leite e lã, a dos bois é lavrar a terra; e a dos cães é
proteger os carneiros e os bois dos ataques dos lobos. Se cada uma destas espécies de
animais cumprir a sua missão, Deus protegê-la-á. Deste modo, fez ordens, que instituiu em
vista das diversas missões a realizar neste mundo. Instituiu uns – os clérigos e os monges –
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para que rezassem pelos outros e, cheios de doçura, como as ovelhas, sobre eles
derramasem o leite da pregação e com a lã dos bons exemplos lhes inspirassem um ardente
amor à Deus. Instituiu os camponeses para que eles – como fazem os bois, com seu
trabalho – assegurassem a sua própria subsistência e a dos outros. A outros, por fim – os
guerreiros -, instituiu-os para que mostrassem a força na medida do necessário e para que
defendessem dos inimigos, semelhantes a lobos, os que oram e os que cultiva a terra9.
(grifos nossos)

Perceberam o sentido que era atribuído ao trabalho e de quem deveria, exclusivamente,


trabalhar?

4.3 - O trabalho na Sociedade Moderna


Com a crise da ordem feudal, a partir do século XIII, o centro econômico, político, social e cultural da
Europa começa a se deslocar para as concentrações urbanas, nas cidades. A burguesia (a comercial num
primeiro momento) ascende como classe social importante economicamente ao mesmo tempo em que os
Estados Nacionais começam a se formar e a se fortalecer, a partir do século XIV. Nesse contexto também

9
Eadmer de Cantebury. Apud. COTRIM, Gilberto. História Global. Brasil e Geral. São Paulo: Ed. Saraiva,
2012, p. 179.
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ocorrem as grandes navegações e a conquista colonial. Isso significou a formação de uma nova ordem
econômica: O Mercantilismo!

Agora, preste atenção: Apesar da centralidade do trabalho para organizar a vida em


sociedade, até então, como vimos, o trabalho em si não era valorizado. Aqueles que
trabalhavam eram de status socialmente inferior. Mesmo nos Burgos (as cidades durante a
Idade Média), os artesãos livres eram vistos como inferiores e pagavam tributos aos reis e
aos senhores. Os privilégios eram da nobreza e do clero. A lógica continuava a mesma da
era medieval: trabalhar era coisa de gente inferior!

Contudo, a emergência do mercantilismo e as transformações sociais e políticas iniciaram um longo


processo de mudanças na estrutura e no sentido do trabalho na sociedade.

Podemos pensar em 3 grandes impulsionadores dessa transformação:

Renascimento
Cultural

Renascimento
Reformas
Comercial e
Religiosas
Urbano

Trabalho

O Renascimento foi um Movimento Cultural que marcou as mudanças socioculturais europeias rumo à
Modernidade. Esse movimento criou a base conceitual e de valores que permitiu a ascensão do pensamento
racional e do método científico, nos séculos XVI e XVII. A base filosófica desse movimento, o humanismo,
propunha uma revisitação e a retomada da cultura greco-romana e de seus ideais de exaltação do homem
e de seus atributos naturais, quais sejam: a razão e a liberdade. Assim, nesse contexto intelectual, a lógica

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sobre o trabalho se relacional com o humanismo e o racionalismo.


Assim, concepção de que o trabalho é humano porque é racional.
A ideia de maestria, a perfeição do artesão – o mestre ao dominar
o ofício, liga-se à perfeição racional do homem!

Agora, some a essa concepção filosófica as reais transformações


que ocorriam na realidade, ou seja, o renascimento comercial e
urbano sobretudo no que se refere o surgimento e intensificação
das manufaturas, bem como as corporações de ofício.

O Sapateiro, de Thomas Hill, quadro de 1885

O artesão e os pequenos produtores trabalhavam dentro de suas próprias casas, em geral,


nas cidades. Seu trabalho se caracteriza então como uma atividade doméstica e familiar,
eram donos do seu tempo e de suas ferramentas.

Em algumas situações alguns poderiam ser donos de oficinas e empregar os aprendizes.


Lembra-se desse conteúdo lá do seu tempo de escola? Eram trabalhadores livres, porém
sem qualquer tipo de proteção social.

Quanto mais livres e independentes eram as cidades, mais o comércio e o artesanato prosperavam. Diante
desse cenário, novas instituições surgiam.

As principais foram:

Guildas
• Associação de mercadores. Tinham objetivo de garantir o monopólio do comércio
local, tabelar preços, regular a atividade mercantil.

Corporações de Ofício
• Associação de artesãos, donos das oficinas . Tinham o objetivo de controlar a
produção e a qualidade dos produtos fabricados nas oficinas locais.
• Eram organizadas por especialidade (ofício). Ex. sapateiro, ferramenteiro, jornaleiro.
• Funcionavam como escolas para os APRENDIZES.

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As Corporações de Ofício eram comandadas pelos mestres-artesãos,


em geral, os donos das oficinas.

Eles empregavam pessoas que aprendiam um ofício em troca de


trabalho nas oficinas. Também, recebiam alojamento, alimentação e
vestuário. Os aprendizes poderiam se tornar oficiais e, a depender de
autorização da Corporação de Ofício, poderiam se tornar mestres de
ofício e ter sua própria oficina. Essa aprendizagem tinha 2 graduações:
aprendiz e oficial.

Dentro do ofício livre também havia relações de exploração, pois o mestre da corporação de
ofício controlava os aprendizes e demais trabalhadores. Mesmo assim, já podemos imaginar
relações de trabalho livres, cuja atividade se começou a atribuir um valor moral e social positivo.

Por fim, a Reforma Protestante produziu um embate de ideias religiosas com natureza e
impacto no mundo econômico e na moral da sociedade.

Vamos recordar um pouco esses embates religiosos para perceber como eles contribuíram para
a mudança na concepção de trabalho?

A Igreja Católica se chocou com os interesses comerciais da burguesia ascendente. Isso porque os
negócios da burguesia comercial dependiam de uma expansão que muitas vezes contrariava a
mentalidade religiosa. É só pensar no debate se a Terra era redonda ou plana, discussão que
influenciava as saídas para o mar e as rotas marítimas. (por sinal, uma discussão que toma as
redes sociais nos dias atuais, né ) Os católicos também se posicionavam contrários à usura
(empréstimos de dinheiro à juros), elemento determinante para as práticas comerciais da época.

Assim, rompendo com o "pensamento econômico e religioso" da Igreja Católica, surgiu o


luteranismo com o monge Martinho Luthero.

Mas no que se refere ao nosso tema de interesse, as concepções sobre trabalho ao longo do tempo, foi na
França que se desenvolveu uma teoria que reformava a visão sobre trabalho. João Calvino desenvolveu a
Teoria da Predestinação.

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Veja o esquema teórico do argumento


calvinista:

✓ Para Calvino, o homem estava predestinado


a ser salvo ou a ser condenado a danação
eterna. Os predestinados eram os
Ética
escolhidos de Deus. A partir dessa teoria, o
ascética
trabalho intenso e a riqueza proveniente
dele eram interpretados como sinais da
salvação.

✓ Como não se sabia quem eram os salvos e


os condenados, havia que se buscar e
testar constantemente os sinais da
salvação.

✓ Veja que o trabalho passa a sofrer uma alternação de sentido na medida em que deixava ser coisa de
“gente inferior” para ser meio de salvação

Tal entendimento contribui para uma “ética protestante” ou “ética ascética”. O modo de vida
ascético consistia em viver constantemente uma vida metódica, racionalizada e de sacrifícios;
rejeitar prazeres, e se dedicar a tudo o que de alguma forma agradasse a Deus. Essa era a forma
como calvinistas entendiam que poderiam testar a própria salvação e o trabalho seria o meio
para compreender seu lugar e papel no mundo material e espiritual.

Diante desses argumentos, você entendeu o que estava acontecendo com os sentidos do trabalho
no mundo moderno?

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Veja, a forma com que a sociedade enxergava o trabalho foi mudando: se antes trabalhar era uma
atividade menor, mal vista, o trabalho vai se transformando em uma atividade que “dignifica” o
homem. Trabalho vai passando a ter valor social.

As religiões protestantes passaram a conceber o trabalho como algo importante para a


sociedade. Sobre isso, é conhecido o estudo de Max Weber sobre a ética protestante como
a mais adequada para os objetivos das relações capitalistas de produção.

Em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1904), Weber levanta dados


quantitativos e descobre que a maioria dos homens de negócio na Alemanha eram
protestantes, ou seja, ele percebeu uma característica entre a posição econômica das
pessoas e as suas religiões. Para além disso, regiões com predominância protestante como
Alemanha e Inglaterra, tinham a economia mercantil mais desenvolvida.

Por quê, Weber se pergunta.

Para explicar essa relação entre economia e religião, Weber define o que seria o “espírito”
do capitalismo. Esse espírito seriam ideias e hábitos que favorecem uma busca racional
individualista de ganho econômico. De um lado, o capitalismo com um sistema que leva as
pessoas a maximizarem suas ações para buscarem dinheiro, lucro, do outro, a profissão é
vista como um dever. Pronto: o trabalho racionaliza a vida em sociedade.

4.4 O trabalho na Sociedade Capitalista


A partir do advento da Revolução Industrial e do desenvolvimento do capitalismo, as relações de trabalho
passaram a ser caracterizadas pela lógica do sistema capitalista. Isso significa que o trabalho passou a ser
predominantemente LIVRE ASSALARIADO.

Do ponto de vista histórico das classes trabalhadoras, vejamos os sujeitos que mudaram de condição social
entre o fim do período medieval, passando pelo mercantilismo e até a ascensão do capitalismo:

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Mas como foi isso, Alê? Como se chegou ao trabalho assalariado?

Boa pergunta, o desenvolvimento e complexificação das formas produtivas tem como sentido geral a perda
do controle do artesão sobre o espaço produtivo, as ferramentas e a matéria-prima. Veja o esquema:

1- 2- 3-
Separação entre moradia Impossibilidade de acesso Perda de acesso às
e local de trabalho às novas ferramentas de mat[erias-primas que
trabalho, que foram se passam a ser controladas
tornando cada vez mais por
complexas e caras gruposeconomicamente
mais poderosos

Essa alienação (separação) ocorreu por meio de dois processos da forma de organização do
trabalho:

1- Cooperação simples (oficina): Era a que ocorria entre o Mestre e o Aprendiz, como descrito
acima.

2- Cooperação avançada (ou manufatura): o trabalhador continuava a ser uma artesão, mas perdia
a noção de todas as etapas do processo produtivo. É aqui que ocorre a consolidação do trabalho
coletivo, ou seja, o produto final é resultado da atividade especializada de muitos trabalhadores.
É aqui também que aparece o salário. Aqui é o proprietário que define todos os elementos da
produção: tempo de trabalho, ferramentas, local de trabalho, comportamento esperado, regras
de convivência, entre outros.

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Assim, o salário poderia ser pago pelo tempo de trabalho ou pela quantidade de produção
executada em um período.

No que diz respeito às classes dominantes, os grandes comerciantes e os burgueses, principalmente a partir
da acumulação de capital ao longo do mercantilismo, passaram a investir em novas formas de produzir
mercadorias. Esses investimentos contaram com o avanço tecnológico. Foi assim que chegamos à
maquinofatura conhecida como Revolução Industrial, em que o espaço do trabalho passou a ser a fábrica.

Veja o que Karl Marx escreve sobre a importância da burguesia e do seu ímpeto inovador:

A burguesia não pode existir sem revolucionar continuamente os instrumentos de produção e, por
conseguinte, as relações de produção, portanto todo o conjunto das relações sociais. A conservação
inalterada do antigo modo de produção era, ao contrário, a primeira condição de existência de
todas as classes industriais anteriores. O contínuo revolucionamento da produção, o abalo
constante de todas as condições sociais, a incerteza e a agitação eternas distinguem a época
burguesa de todas as precedentes (MARX; ENGELS, 1996, p. 69). (grifos nossos)

Em História geral da economia, livro publicado em 1923, Max Weber afirma que as mudanças ocorridas no
processo produtivo, como as longas jornadas de trabalho nas fábricas inglesas, foram necessárias para que
o capitalismo existisse.

Semelhante a uma compreensão de Marx e Engels sobre o capitalismo (apenas em alguns pontos),
Weber constata que, apesar de livre, o trabalhador, na prática, foi forçado a condições de
trabalho precárias para não morrer de fome, ou seja, trabalho livre desprotegido. Assim,
precisamos ficar atentos às contradições que acompanham a implantação do trabalho livre
assalariado na sociedade capitalista.

Vejamos nas palavras do Sociólogo alemão:

O recrutamento de trabalhadores para a nova forma de produção, tal como se encontra


desenvolvida na Inglaterra, desde o século XVIII, à base da reunião de todos os meios produtivos

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em mãos do empresário, realizou-se através de meios coercivos bastante violentos,


particularmente de caráter indireto. Entre eles, figuram antes de tudo, a “lei de pobres” e a “lei
de aprendizes”, da rainha Elizabeth. Tais regulações se fizeram necessárias, dado o grande
número de “desocupados” que existia no país, gente que a revolução agrária transformara em
deserdados. A expulsão dos pequenos agricultores e a transformação das terras de lavoura em
campos de pastagem (...) determinaram que o número de trabalhadores necessário na lavoura se
tornasse cada vez menor, dando lugar a que, na cidade, houvesse um excedente de população,
que se viu submetido a trabalho coercitivo. Quem não se apresentava voluntariamente era
conduzido às oficinas públicas dirigidas com severa disciplina. Quem, sem permissão do
mestre-artífice, ou empresário, abandonasse seu posto de trabalho, era tratado como vagabundo;
nenhum desocupado recebia ajuda senão mediante seu ingresso nas oficinas coletivas. Com este
procedimento, recrutaram-se os primeiros operários para a fábrica. Um serviço penoso somava-se
a esta disciplina de trabalho. Mas o “poder” da classe abastada era absoluto; apoiava-se na
administração, por meio de juízes de paz, que, na falta de uma lei apropriada, distribuíam justiça
de acordo com um amontoado de instruções particulares, segundo um arbítrio próprio. Até à
segunda metade do século XIX, dispuseram de mão de obra como bem entendiam. (grifos
nosso)
(WEBER, Max. História geral da economia. São Paulo: Mestre Jou. 1968. p 273-274)

5. O TRABALHO NO PENSAMENTO CLÁSSICO

Nos cursos de Sociologia e Ciências Sociais, quando se fala em "pensamentos


clássico", o direcionamento é para os autores Émile Durkheim (1858-1917), Max
Weber (1864-1920) e Karl Marx (1818-1883). São os três autores que aparecem
no "topo" das referências. Da mesma forma, as bancas de concursos, e com a
Cesgranrio não é diferente, referenciam estes autores e, por isso, precisamos ter
uma boa noção das contribuições desses autores no que diz respeito ao "trabalho" como categoria
sociológica.

Agora, isto é assim porque estes três pensadores, cada qual à sua maneira, preocuparam-se com os
problemas sociais que emergiram na sociedade moderna. Por exemplo, enquanto Marx direcionou sua
atenção para o capitalismo e Durkheim para a industrialização e os fenômenos sociais em seu entorno,
Weber focou na compreensão dos efeitos da racionalização do mundo moderno.

Para tanto, vamos partir dos tópicos que o próprio Edital do concurso traz, pois é uma boa pista daquilo que
poderá ser cobrado na prova. No ponto 2.2 fizemos uma passagem rápida pelos três autores clássicos, mas
pela importância, vamos aprofundar conforme os tópicos do edital.

Nesta aula veremos Émile Durkheim e, depois, Weber e Marx, ok!

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5.1 Divisão do trabalho e distribuição de tarefas.

Vida
Social
Vida
Social Divisão Social do
Trabalho

De uma forma mais objetiva, "divisão do trabalho é a amplitude de tarefas que são realizadas em um sistema
social"10 ou, conforme Anthony Giddes, estabelecendo uma definição mais prática, a divisão do trabalho é,

Separação das tarefas e ocupações do trabalho em um processo de produção que cria uma
abrangente interdependência econômica11.

A divisão do trabalho tem sido há muito tempo um conceito sociológico importante porque é por meio dela
que a vida social realmente ocorre e a ela todos os indivíduos estão ligados.

Note, então, que a ideia de "abrangente interdependência" é relevante e justifica o trabalho como categoria
estruturante da sociedade.

A concepção da divisão do trabalho, como fundamental para a compreensão dos processos sociais e
econômicos, ganhou destaque nas análises pioneiras de Adam Smith (1723-1790), notadamente em sua
obra "Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações", mais conhecido como "A
Riqueza das Nações" (1776).

No livro, Smith descreve a divisão do trabalho em uma fábrica de alfinetes e nos três primeiros capítulos do
Livro I consta o exame das causas e consequências do fenômeno social da divisão do trabalho.

Conforme Adam Smith, uma pessoa que trabalhasse sozinha poderia fabricar 20 alfinetes por dia, mas
desmembrando a tarefa em diversas atividades simples, a produção coletiva atingiria 4 mil alfinetes por dia.
Dessa forma, nota-se, do ponto de vista do processo produtivo e econômico, o benefício da divisão do
trabalho.

Uma das preocupações que Adam Smith demonstra em sua obra abarca o fato de a industrialização, aos
poucos, ter abolido a maioria dos ofícios tradicionais e criado outros produzindo as mesmas mercadorias

10
JOHNSON, Allan G. Dicionário de Sociologia. Rio de Janeiro: Ed. Zahar. 1997, p. 77.
11
GIDDENS, Anthony. SUTTON, Philip W. Conceitos essenciais da Sociologia. São Paulo: Ed. Unesp, 2ª
ed. 2015, p. 122.
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(alfinete, por exemplo), mas com muito mais rapidez, eficiência e custos menores, usando máquinas e a
divisão ampliada do trabalho.

Neste contexto, para Smith, a divisão do trabalho é um método pelo qual cada indivíduo se especializa em
uma fase específica do processo produtivo. Em seu estudo, cada indivíduo desempenharia três funções
primordiais, as quais contribuem para o aumento da produção de bens e a melhoria da qualidade dos
produtos:

1. Em primeiro lugar, a divisão do trabalho aprimora a habilidade de cada operário, conferindo-lhe


destreza em uma tarefa específica;

2. Em seguida, há economia de tempo, otimizando a eficiência do processo produtivo;

3. Por fim, por meio da divisão do trabalho, indivíduos inventam máquinas que, ao facilitarem e
encurtarem o trabalho, estas máquinas possibilitam que um único indivíduo execute as tarefas
anteriormente realizadas por vários operários.

Notavelmente, a divisão do trabalho, segundo Smith, é um efeito e não a causa das relações de
troca. O mercado, na visão do autor, é o determinante e o limitador desse fenômeno. Além disso,
a acumulação de capital é considerada uma condição necessária para a efetiva implementação
da divisão do trabalho e o trabalho em si é um elemento de produção da riqueza.

Deste ponto, cumpre destacar que, diante dessa divisão do trabalho industrial, os trabalhadores - em geral:

 Aprendiam somente uma parte do processo de produção;


 Se especializavam em determinadas tarefas, diferenciando-se dos ofícios tradicionais típicos de
sociedades tradicionais

Por sua vez, dentre os sociólogos clássicos, foi Émile Durkheim (1858-1917), quem retomou e sistematizou
o pensamento sociológico sobre a divisão do trabalho.

Porém, para Durkheim, a divisão industrial do trabalho conduziu a mudanças


fundamentais no tipo de solidariedade social que une a sociedade, impactando,
portanto, no elemento da coesão social. De forma categórica, nas palavras de
Giddens, para Durkheim, "a divisão do trabalho não era apenas um fenômeno
econômico, mas uma transformação da sociedade como um todo"12. Por isso, passa-
se a utilizar o conceito de divisão social do trabalho, mais amplo que apenas divisão
do trabalho.

12
Idem, ibidem.
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5.2 Divisão social do trabalho: Émile Durkheim


A divisão social do trabalho é analisada por Durkheim a partir da comparação da especificidade das
sociedades industriais em relação às outras sociedades, em particular, as mais tradicionais. O sociólogo
francês demonstra que a crescente especialização do trabalho promovida pela industrialização trouxe uma
forma de solidariedade no funcionamento da sociedade, e não uma situação conflitiva, de modo que este
fenômeno novo passou a contribuir para a coesão social.

A tese principal de Durkheim é a de que a especialização crescente do trabalho se desenvolve à


medida que aumenta o grau e a intensidade das interações entre indivíduos, sendo o progresso
da divisão do trabalho proporcional ao da densidade moral das sociedade13.

Ao analisar empiricamente a evolução das sociedades com foco na divisão social do trabalho, Durkheim
elabora uma morfologia social14. Estabelece, então, a existência de dois tipos de sociedade:

1-) em um tipo, há uma solidariedade mecânica entre os homens, fruto da divisão social
do trabalho contida na sociedade pré-capitalista. Nela os indivíduos se identificam e se
relacionam por meio da família, da tradição, da religião. A coletividade exerce uma forte
coerção social para manter a sociedade harmônica e em funcionamento. É tudo muito
mecânico, automático, independentemente da forma de organização do trabalho. Nas
sociedades de caçadores-coletores, por exemplo, as divisões do trabalho eram/são
relativamente simples, uma vez que não é muito grande o número de tarefas a serem
feitas.

2-) já na sociedade em que prevalece a solidariedade orgânica, própria das sociedades


capitalistas, os indivíduos são interdependentes em razão da divisão social e industrial do
trabalho. Aqui a coesão social é muito mais em razão das relações do trabalho na indústria
e no comércio do que por conta dos costumes, por exemplo. Então as instituições como a
família e a religião já não exerceriam a mesma função.

13
TELLES, Sarah Silva. NETO, Fernando Lima. Émile Durkheim (1858-1917). In: Os Sociólogos: de
Auguste Comte a Gilles Lipovetsky. Rio de Janeiro: Ed. Vozes. 2018, p. 76.
14
Morfologia é o estudo da forma.
42

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Considerando a relevância do trabalho na sociedade industrial capitalista, vamos conferir o que nos diz
Durkheim sobre a Solidariedade Orgânica.
==fed3e==

Enquanto a precedente [a solidariedade mecânica] implica que os indivíduos se


assemelham, esta [ a solidariedade orgânica] supõe que eles diferem uns dos outros. A
primeira só é possível na medida em que a personalidade individual é absorvida na
personalidade coletiva; a segunda só é possível se cada um tiver uma esfera de ação
própria, por conseguinte, uma personalidade. É necessário, pois, que a consciência coletiva
deixe descoberta uma parte da consciência individual, para que nela se estabeleçam essas
funções especiais que ela não pode regulamentar; e quanto mais essa região é extensa,
mais forte é a coesão que resulta dessa solidariedade. De fato, de um lado, cada um
depende tanto mais estreitamente da sociedade quanto mais dividido for o trabalho nela
e, de outro, a atividade de cada um é tanto mais pessoal quanto mais for especializada.
Sem dúvida, por mais circunscrita que seja, ela nunca é completamente original; mesmo
no exercício de nossa profissão, conformamo-nos a usos, a práticas que são comuns a nós
e a toda a nossa corporação. Mas, mesmo nesse caso, o jugo que sofremos é muito menos
pesado do que quando a sociedade inteira pesa sobre nós, e ele proporciona muito mais
espaço para o livre jogo de nossa iniciativa. Aqui, pois, a individualidade do todo aumenta
ao mesmo tempo que a das partes; a sociedade torna-se mais capaz de se mover em
conjunto, ao mesmo tempo em que cada um de seus elementos tem mais movimento
próprios. Essa solidariedade se assemelha à que observamos entre os animais superiores.
De fato, cada órgão aí tem sua fisionomia especial, sua autonomia, e, contudo, a unidade

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do organismo é tanto maior quanto mais acentuada essa individuação das partes. Devido
a essa analogia, propomos chamar de orgânica a solidariedade devida à divisão do trabalho.

(DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes. 1999. P
108-109)

Repare que a especialização dos indivíduos em determinadas funções sociais dá a ideia de organicidade, tal
como a interdependência entre os órgãos do corpo humano: um não funciona sem o outro. Vamos ler outra
passagem do autor,

Ao separar completamente o patrão e o empregado, a grande indústria modificou as


relações de trabalho e apartou os membros das famílias, antes que os interesses em
conflito conseguissem estabelecer um novo equilíbrio. Se a função da divisão do trabalho
falha, a anomia e o perigo da desintegração ameaça todo o corpo social e quando o
indivíduo, absorvido por sua tarefa se isola em sua atividade especial, já não percebe os
colaboradores que trabalham ao seu lado e na mesma obra, nem sequer tem ideia dessa
obra comum15.

Com efeito, as diferenças na divisão social do trabalho afetam de forma profunda aquilo que mantêm coesas
as sociedades.

Com divisões do trabalho simples, a coesão social baseia-se principalmente nas semelhanças das pessoas
entre si e no fato de terem um estilo de vida comum. Com as divisões do trabalho complexas, porém, a
coesão social tem por fundamento a interdependência que resulta da especialização.

Agora, enquanto muitos contemporâneos da época de Durkheim (vide Ferdinand Tönnies mais abaixo)
temiam a destruição da solidariedade social e o estímulo ao individualismo com uma sociedade mais
conflituosa, inclusive com colapsos morais, Durkheim desenvolveu uma visão mais otimista. Para ele, a
especialização de funções viria a fortalecer a solidariedade social nas comunidades maiores, de modo que,
cada vez mais, o isolamento dos indivíduos seria menor.

15
DURKHEIM, E. A Divisão Social do Trabalho. Apud QUINTEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M.
G. M. Toque de Clássicos. vol 1. Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007. p. 91.

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Dessa forma, à luz do pensamento durkheimiano, a rigor, a divisão social do trabalho em


sociedades caracterizadas pela solidariedade orgânica tende a

equilíbrio melhor entre diferenças individuais;


objetivos coletivos.
gerar vínculos fortes de interdependência mútuo;

(Inédita/profe. Alê Lopes)


Ao separar completamente o patrão e o empregado, a grande indústria modificou as relações
de trabalho e apartou os membros das famílias, antes que os interesses em conflito
conseguissem estabelecer um novo equilíbrio. Se a função da divisão do trabalho falha, a
anomia e o perigo da desintegração ameaça todo o corpo social e quando o indivíduo,
absorvido por sua tarefa se isola em sua atividade especial, já não percebe os colaboradores
que trabalham ao seu lado e na mesma obra, nem sequer tem ideia dessa obra comum .
DURKHEIM, E. A Divisão Social do Trabalho. Apud QUINTEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA,
M. G. M. Toque de Clássicos. vol. 1. Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG,
2007. p. 91.
A partir do trecho acima, qual é a principal função da divisão social do trabalho para Émile
Durkheim?
a) revolucionar a sociedade.
b) viabilizar a solidariedade mecânica.
c) desenvolver a economia.
d) manter a coesão social.
e) exercer coerção física e dominação sobre os indivíduos.
Comentários
Em As regras do método sociológico, Durkheim, inspirado nas Ciências Naturais, compreende
que as sociedades evoluíram da forma mais simples a forma mais complexa (sociedade
industrial), tal como os organismos evoluem. Veja o que ele sintetiza sobre a França:
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Desde suas origens, passou a França por formas de civilização muito diferentes: começou por
ser agrícola, passou em seguida pelo artesanato e pelo pequeno comércio, depois pela
manufatura e, finalmente, chegou à grande indústria.16
Com efeito, ao analisar empiricamente a evolução das sociedades, o pensador francês elabora
uma morfologia social17. Estabelece, então, a existência de dois tipos de sociedade:
1-) em um tipo, há uma solidariedade mecânica entre os homens, fruto da divisão social do
trabalho contida na sociedade pré-capitalista. Nela os indivíduos se identificam e se relacionam
por meio da família, da tradição, da religião. A coletividade exerce uma forte coerção social
para manter a sociedade harmônica e em funcionamento. É tudo muito mecânico, automático,
independentemente da forma de organização do trabalho.
2-) já na sociedade em que prevalece a solidariedade orgânica, própria das sociedades
capitalistas, os indivíduos são interdependentes em razão da divisão social e industrial do
trabalho. Aqui a coesão social é muito mais em razão das relações do trabalho na indústria e
no comércio do que por conta dos costumes, por exemplo. Então as instituições como a família
e a religião já não exerceriam a mesma função.
A especialização dos indivíduos em determinadas funções sociais dá a ideia de organicidade,
tal como a interdependência entre os órgãos do corpo humano: um não funciona sem o outro.
Assim, a divisão social permite a coesão. Não por menos, no trecho do enunciado, Durkheim
argumenta que se a divisão social do trabalho falha, há uma tendência à desintegração.
a) errado, pois a visão revolucionária não condiz com o pensamento durkheimiano e com o
pensamento mais geral do positivismo. Os positivistas entendem as revoluções como quebra
da ordem e harmonia social. Para Durkheim, uma revolução poderia ser considerada como uma
patologia social, um problema de funcionamento.
b) errado, pois nas sociedades em que predomina a solidariedade mecânica a forma de coesão
é feita por meio das crenças, costumes e religião.
c) errado, não há essa relação.
e) errado, pois o fato social e não a divisão social do trabalho é que, de forma coercitiva, atual
sobre os indivíduos. A divisão social do trabalho não é um fato social.
Gabarito: D
_______________________________________
(Inédita/profe. Alê Lopes)
Émile Durkheim diferenciou sociedades por meio da divisão social do trabalho, sendo que, a
partir do funcionamento e relação entre as partes que compõem a sociedade o francês

16
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Ed. Nacional. 1963, p. 82.
17
Morfologia é o estudo da forma.
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estabeleceu dois tipos de solidariedade para entender o elemento da coesão social. Nesse
sentido, está correto o que se afirma em
a) a solidariedade mecânica é encontrada em sociedades industriais, já que reflete os processos
tecnológicos.
b) a solidariedade orgânica é encontrada em sociedades menos avançadas, pois expressão foi
pensada para aproximar homem e natureza.
c) a solidariedade mecânica faz com que os indivíduos se distanciem da consciência social
coletiva.
d) a solidariedade orgânica é encontrada em sociedades mais complexas e requer diferentes
formas de integração social.
Comentários
Durkheim utiliza o conceito de “solidariedade” para entender a maior ou menor coesão social
conforme o tipo de sociedade, com destaque para as industrializadas. Isso porque, a vida social
depende da solidariedade – grau e forma de relação entre os homens – em uma sociedade.
Esta solidariedade é diferente em sociedades mais simples e nas mais complexas
(industrializadas). Além de notar, então, diferenças na consciência coletiva de cada uma dessas
sociedades, Durkheim procura entender com elas estão organizadas.
a) errado, porque é a solidariedade orgânica que é encontrada em sociedades industrializadas.
b) errado, porque é a solidariedade mecânica que é encontrada em sociedades menos
avançadas.
c) falso, pois em sociedades com predomínio da solidariedade mecânica – uma sociedade
religiosa, por exemplo – o indivíduo está integrado ao pensamento coletivo, sendo parte e ao
mesmo tempo reprodutor. Como as relações sociais se dão em função dessa consciência
coletiva, já que não há processos mais complexos de integração social, a proximidade entre o
que os indivíduos pensam e aquilo que é expresso coletivamente geral uma identidade maior,
levando à coesão social. Aqui, os desejos do indivíduo são os desejos da coletividade e vice e
versa.
d) é o nosso gabarito. Conforme o capitalismo avançou o sistema social passou a exigir maior
especialização nas relações de trabalho. Com isso, a interação e coesão entre as pessoas passou
a depender das funções desempenhadas por cada um. De acordo com Raymond Aron, esse
processo leva à individualização dos membros dessa sociedade, os quais assumem funções
específicas dentro dessa divisão do trabalho social. Cada pessoa é uma peça de uma grande
engrenagem. Comparando com a consciência nas sociedades de solidariedade mecânica, aqui
a consciência coletiva tem seu poder de influência reduzido.
Gabarito: C

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Émile Durkheim também identificou as possíveis anomalias que poderiam surgir no


fenômeno social da divisão social do trabalho. Em sua análise, Durkheim delineia três formas
anormais da divisão do trabalho. Olha só:

1. Divisão do Trabalho Anômica:

Durkheim conceituou a divisão do trabalho anômica como a desregulação do mercado e das relações sociais.
Essa forma anormal emerge em períodos de crise econômica e social, quando as normas e os valores que
orientam a sociedade se tornam instáveis. Durante tais crises, a falta de coordenação entre as atividades
produtivas pode resultar em desordem, desemprego e desequilíbrio social. A compreensão desta forma
anômala permite uma análise profunda das interações entre a economia e a estrutura social, destacando a
importância da regulação normativa. Trata-se de "verdadeiras rupturas parciais da solidariedade orgânica".

2. Divisão do Trabalho por constrangimento:

Outra forma identificada por Durkheim é a divisão do trabalho por constrangimento ou forçada,
caracterizada por uma repartição injusta e desigual dos indivíduos entre as diversas funções laborais. Este
fenômeno, ao acentuar disparidades sociais, pode levar à alienação e ao descontentamento, minando a
coesão social. Sob essa ótica, Durkheim nos instiga a considerar não apenas a eficiência econômica, mas
também a equidade e a justiça social como componentes fundamentais da saúde do corpo social.

3. Divisão do Trabalho "Burocrática":

Durkheim também observou uma forma específica de anomalia na divisão do trabalho, que ele rotula como
"burocrática". Nesse cenário, há uma superabundância de agentes, mas paradoxalmente uma baixa
produtividade. Entender a relação entre a quantidade de agentes envolvidos em processos laborais e a
eficácia da produção fornece insights sobre os desafios enfrentados por estruturas organizacionais
complexas.

De uma forma geral, perceba, então, que em Durkheim, a divisão do trabalho gera não apenas a
especialização e eficiência coletiva, como em Adam Smith, mas também a solidariedade, isto é,
uma organização que coordena as funções e liga os indivíduos uns aos outros. Por isso, falamos
em divisão social do trabalho. Ainda: para o sociólogo francês, os princípios da divisão do trabalho
são mais morais do que econômicos, pois são os fatores que unem os indivíduos em uma
sociedade, já que geram um sentimento de solidariedade entre aqueles que realizam as mesmas
funções.

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No mesmo sentido que Durkheim, podemos lembrar de Ferdinand Tönnies (1855-1936)


para o qual nas sociedades de maior escala, ou seja, nas sociedades modernas e industriais,
a divisão do trabalho e a mobilidade da força de trabalho erodiram os laços tradicionais,
criando um novo tipo de coesão. Para o autor, a lógica do capitalismo e da competição
levou à predominância das meras associações entre os indivíduos na sociedade industrial
a partir de uma "vontade racional" direcionada a agir para um fim específico. Ele atribui
sentido negativo a esta mudança porque havia se perdido o espírito de vida em
comunidade. Para o autor a "vontade racional" seria um tipo de vontade encontrada nas
grandes organizações e empresas na sociedade moderna, onde há a divisão do trabalho.

5.2.1 Divisão Social e Conflito

Sob outra perspectiva, a divisão do trabalho pode ser estudada para compreender as desigualdades sociais,
em particular, conforme a abordagem marxista. Apesar de o pensamento marxista ser objeto de aula futura,
cumpre destacar que, do ponto de vista marxista, o capitalismo utiliza da divisão social do trabalho
complexa para melhor controlar os trabalhadores dentro de um processo de exploração do trabalho com
vistas a ampliar margens de lucro e otimizar a reprodução do capital.

Acrescenta-se que, para Marx, a divisão social do trabalho é uma condição necessária para a produção de
mercadorias, pois, sem atos de trabalho mutuamente independentes, executados isoladamente uns dos
outros, não haveria mercadorias para troca no mercado.

Para o autor alemão, a divisão social do trabalho vige em todas as sociedades conhecidas até aqui e baseia-
se, originalmente, nas diferenças da fisiologia humana (como sexo), mas que são hierarquizadas e utilizadas,
a depender das relações sociais que predominam em cada formação social particular, para privilegiar
interesses dominantes.

Tendo isso em mente, na sequência, vamos abordar os dois tópicos do edital ligados à divisão sexual e racial
que influenciam na estrutura do trabalho.

 A sociedade industrial capitalista atinge um enorme nível de complexidade


 Ocorre uma “divisão social do trabalho”
 Isso pode ser gerador de conflito social e/ou de coesão social

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DIVISÃO SOCIOSSEXUAL

O poster acima reflete a discussão presente nos estudos de Sociologia do Trabalho acerca da divisão sexual
do trabalho. A definição de divisão sexual do trabalho pode ser estabelecida pelo que Danièle Kergoat
desenvolve18.

Segundo a autora, as situações de homens e mulheres não são produto de um destino biológico, mas sim
construções sociais, pois homens e mulheres são mais do que indivíduos biologicamente distintos. Eles
pertencem a dois grupos engajados em uma relação social específica: relações sexuais sociais. Como todas
as relações sociais, elas também têm uma base material, dada pelo trabalho, e são explícitas na divisão
social do trabalho entre os sexos, ou seja, a divisão sexual do trabalho.

18
NOGUEIRA, Claudia Mazzei. Divisão sociossexual do trabalho: a esfera da produção e da reprodução.
In: Revista CULT. Edição 282, maio/2022.
50

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Pode-se dizer que a divisão sexual do trabalho refere-se a uma


diferenciação entre papéis destinados a homens e mulheres e está
presente em todas as sociedades humanas conhecidas até aqui. As
formas dessa divisão sexual do trabalho são extremamente variadas, bem
como são variadas tanto a extensão como a rigidez da separação entre os
afazeres considerados apropriados aos homens e aqueles atribuídos às
mulheres.

Opressão e exploração
Tanto a dona-de-casa, que deve trazer a residência segundo o gosto do marido, quanto a
trabalhadora assalariada, que acumula duas jornadas de trabalho, são objetos da exploração do
homem, no plano da família. Na qualidade de trabalhadora discriminada, obrigada a aceitar
menores salários, a mulher é, no plano mais geral da sociedade, alvo da exploração do empresário
capitalista. Desta sorte, fica patente a dupla dimensão do patriarcado: a dominação e a exploração
(Saffioti, 1987, p. 51).

O texto acima Helena Saffioti nos lembra que existe uma relação entre opressão e exploração que se
combinam no sentido de produzir e reforçar a desigualdade entre os gêneros. O patriarcalismo histórico nos
ajuda a compreender esse processo.

Vejamos:

 O Papel do Patriarcalismo Histórico:

Saffioti argumenta que o patriarcalismo histórico é um sistema estrutural que tem raízes profundas na
história e que molda as relações sociais e econômicas entre homens e mulheres. Esse sistema perpetua a
dominação masculina, consolidando-se ao longo do tempo e influenciando as instituições sociais, políticas e
econômicas. O patriarcalismo histórico fornece uma base para entender como as estruturas de poder foram
historicamente moldadas para favorecer os interesses masculinos.

 Opressão como Faceta do Patriarcalismo:

No contexto do patriarcalismo, a opressão das mulheres emerge como uma faceta fundamental desse
sistema. A opressão opera em várias dimensões, desde a limitação do acesso das mulheres à educação e
oportunidades até a imposição de normas de gênero restritivas. O controle sobre a sexualidade e a
autonomia das mulheres, muitas vezes evidenciado pela violência de gênero, é uma expressão clara da
opressão que permeia o patriarcalismo histórico.

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 Exploração Econômica:

A exploração econômica das mulheres, por sua vez, está intricadamente ligada ao patriarcalismo. O sistema
patriarcal historicamente relegou as mulheres ao papel de cuidadoras, limitando seu acesso a
oportunidades econômicas e mantendo-as em posições subalternas. A exploração econômica é evidente
na segregação ocupacional, na disparidade salarial e na falta de representação das mulheres em cargos de
liderança.

No mundo do trabalho, a exploração econômica das mulheres está centrada na extração de trabalho não
remunerado e mal remunerado, muitas vezes associado ao trabalho doméstico e de cuidado. A disparidade
salarial de gênero é uma expressão evidente dessa exploração, quando as mulheres frequentemente
recebem menos do que os homens por trabalho equivalente. Além disso, as mulheres são frequentemente
concentradas em setores de baixos salários e têm menor representação em posições de liderança e em
campos profissionais mais valorizados.

 Entrelaçamento de Opressão e Exploração:

O fenômeno descrito por Saffioti destaca como a opressão e a exploração não são fenômenos isolados,
mas sim interligados e reforçados pelo patriarcalismo histórico. A estrutura social e econômica moldada
por esse sistema cria condições propícias para a perpetuação das desigualdades de gênero em várias esferas
da vida, da esfera privada à pública.

Assim, podemos afirmar que a opressão e a exploração das mulheres são interligadas e se
reforçam mutuamente.

Por exemplo, o patriarcado, como sistema de poder que favorece os homens, desempenha um papel
significativo na criação de estruturas que perpetuam a exploração econômica das mulheres. O controle sobre
recursos, oportunidades e decisões, muitas vezes nas mãos de homens, contribui para a exploração das
mulheres no ambiente de trabalho e além.

A opressão e a exploração das mulheres também se manifestam de maneiras interseccionais, onde mulheres
de diferentes origens enfrentam formas únicas e interconectadas de discriminação.

Mulheres negras, indígenas, LGBTQ+ e de classes sociais menos privilegiadas podem


experimentar formas mais intensificadas de opressão e exploração, evidenciando a
complexidade dessas dinâmicas.

Economia do Cuidado
A "economia do cuidado" é um conceito que se refere ao trabalho não remunerado relacionado ao cuidado
de indivíduos, incluindo crianças, idosos, membros da família e pessoas com necessidades especiais. Este
tipo de trabalho é essencial para a reprodução social e econômica, pois envolve atividades que sustentam e
mantêm a vida, permitindo o funcionamento adequado da sociedade.
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Algumas características importantes desse conceito incluem:

 Natureza Não Remunerada:

O trabalho na economia do cuidado é frequentemente realizado de maneira não remunerada, o que significa
que não é reconhecido ou compensado financeiramente no sistema econômico convencional. Isso inclui
atividades como cuidados com crianças, preparação de alimentos, assistência a idosos, entre outras
responsabilidades relacionadas ao bem-estar das pessoas.

 Gênero e Divisão Sexual do Trabalho:

A economia do cuidado está intrinsecamente ligada à divisão sexual do trabalho, uma vez que as
responsabilidades de cuidado são frequentemente atribuídas às mulheres. Isso contribui para a perpetuação
de estereótipos de gênero, reforçando a ideia de que as mulheres têm uma afinidade natural para o cuidado
e a responsabilidade doméstica.

 Impacto na Participação no Mercado de Trabalho:

A carga desproporcional de trabalho na economia do cuidado pode limitar as oportunidades de participação


das mulheres no mercado de trabalho remunerado. Isso ocorre devido à pressão de conciliar as
responsabilidades de cuidado não remunerado com as demandas de um emprego formal.

 Contribuição para a Reprodução Social:

O trabalho na economia do cuidado é fundamental para a reprodução social, pois garante que as novas
gerações sejam cuidadas, educadas e preparadas para a vida. O cuidado de idosos também desempenha um
papel crucial na preservação e transmissão de conhecimentos, tradições e valores.

 Desafios e Reconhecimento:

A falta de reconhecimento e valorização do trabalho na economia do cuidado pode levar a uma série de
desafios, incluindo a desvalorização do trabalho das mulheres, a sobrecarga de responsabilidades e a
limitação das oportunidades de desenvolvimento profissional.

 Necessidade de Políticas de Apoio:

A implementação de políticas que visam apoiar a economia do cuidado é crucial. Isso pode incluir políticas
de licença parental, serviços de cuidados acessíveis e flexibilidade no trabalho, visando redistribuir a carga
de cuidados de forma mais equitativa entre os gêneros e facilitar a participação das mulheres no mercado
de trabalho.

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Gênero, Raça e Classe


Como a sociedade está marcada para além da divisão em dois grupos - homens e mulheres -, pois há outras
dimensões, como raça, etnia, comunidades LGBTQIA+s, questões geracionais, etc, a categoria da divisão
sociossexual do trabalho tem se mostrado mais adequada, pois abarca relações sociais de gênero,
entendidas como relações desiguais, hierarquizadas e contraditórias, seja pela exploração da relação
capital/trabalho, seja pela dominação masculina sobre a feminina, seja pelo preconceito de raça/etnia ou
pela sexualidade.

Essa divisão, portanto, expressa a articulação fundamental entre produção e reprodução, permitindo
abordar as dimensões objetivas e subjetivas, individuais e coletivas existentes tanto na esfera do trabalho
assalariado como na esfera do trabalho reprodutivo19.

A sociedade capitalista se utiliza dessa dinâmica de diferenciação com o intuito de hierarquizar as


atividades e assim ampliar a exploração/opressão entre homens e mulheres e entre mulheres brancas e
mulheres negras, enfim, das diversidades que compõem a sociedade. Compreender como a divisão sexual
do trabalho se intersecciona com outras formas de opressão, como raça, classe social, orientação sexual e
identidade de gênero é fundamental para compreender os impactos para a mulher trabalhadora. Essa
abordagem reconhece que as experiências das mulheres são moldadas por múltiplos aspectos de suas
identidades.

Nota-se:

Gênero e raça contribuem para aumentar a desigualdade salarial dentro do mercado de trabalho.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, as mulheres
recebem 20,2% menos que os homens e a hora de trabalho de uma pessoa negra vale 40,2% a
menos do que a de uma branca. Ao se comparar a remuneração de mulheres negras com
profissionais brancos, a diferença fica em 46%. Outra pesquisa aponta que a desigualdade salarial
também está relacionada aos cargos que os grupos minorizados ocupam.
(MOVIMENTO MULHER 360, 2023)

Neste contexto, o tópico do Edital tem relevância, e até sentido sociológico, porque as relações
sociais no Brasil foram constituídas e assentadas na exploração e desigualdade de classe e nas
opressões de gênero e raça/etnia.

19
Idem, ibidem.
54

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Adiciona-se que a divisão sociossexual e racial estrutura as esferas produtivas e reprodutivas sendo, em
grande medida, determinante para a situação desigual entre os indivíduos já que subalternizou as mulheres
em todo o processo histórico20.

Interseccionalidade
A interseccionalidade é um conceito que foi cunhado por Kimberlé Crenshaw, uma
professora de direito norte-americana, para descrever o processo social de como
diferentes formas de discriminação e opressão interagem e se sobrepõem, criando
experiências únicas e complexas para pessoas que pertencem a múltiplos grupos
marginalizados.
O conceito destaca a importância de considerar não apenas uma única dimensão de
identidade (como gênero, raça, classe social, orientação sexual), mas sim a interação
entre essas diversas dimensões.
Assim, o conceito de interseccionalidade deve ser usado para reconhecer que as pessoas
podem enfrentar diferentes formas de discriminação e desvantagem com base em uma
combinação de fatores, e que essas experiências não podem ser totalmente
compreendidas isoladamente. Por exemplo, uma mulher negra pode enfrentar desafios
únicos que não são totalmente capturados ao se analisar separadamente as questões de
gênero e raça.

6 DIVISÃO RACIAL DO TRABALHO


A divisão racial do trabalho refere-se à maneira como as oportunidades de emprego,
salários e posições dentro da força de trabalho são distribuídas com base na raça ou
etnia das pessoas. Essa divisão pode manifestar-se de várias formas e é muitas vezes
associada a questões de discriminação e desigualdade racial. É importante observar

20
NOGUEIRA, Claudia Mazzei. PASSOS, Rachel Gouveia. A divisão sociossexual e racial do trabalho no
cenário de epidemia do covid-19: considerações a partir de heleieth saffioti. DOSSIÊ, Cad. CRH
33, 2020 Disponível em: https://doi.org/10.9771/ccrh.v33i0.36118
55

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que as experiências variam significativamente entre diferentes regiões e contextos, mas há padrões globais
que evidenciam desigualdades persistentes.

Por sua vez, a divisão racial do trabalho no capitalismo se relaciona com o racismo estrutural no mercado
de trabalho assalariado.

O racismo estrutural é um conceito que descreve um sistema em que a discriminação racial é


incorporada nas instituições, práticas e normas sociais de uma sociedade. Diferentemente do
racismo individual, que se baseia em atitudes preconceituosas de pessoas específicas, o racismo
estrutural é enraizado em políticas, práticas e estruturas que perpetuam a desigualdade racial de
maneira sistemática.
O racismo estrutural não requer intenções racistas conscientes; ele se manifesta por meio de
disparidades raciais em áreas como habitação, educação, saúde, justiça criminal e emprego. É um
fenômeno que afeta grupos racialmente minoritários, negando-lhes oportunidades equitativas,
recursos e direitos.

O racismo estrutural e a divisão racial do trabalho estão interconectados, sendo manifestações de um


sistema mais amplo de desigualdade baseada na raça. Veja, se o racismo estrutural refere-se às maneiras
pelas quais as instituições, políticas e práticas sociais perpetuam e reproduzem desigualdades com base na
raça ao longo do tempo, a divisão racial do trabalho é uma expressão específica desse fenômeno no âmbito
do mercado de trabalho.

No caso do Brasil, o racismo estrutural no emergente mercado de trabalho assalariado brasileiro, ainda no
início do século XX, determinou a constituição da divisão racial do trabalho, que se desenvolveu mediando
a exclusão dessa população dos postos de trabalho formais, assim como também alocou essa população no
desemprego e na desocupação, e aquelas(es) que eram inseridas(os) no mercado de trabalho assalariado
ocupavam postos de trabalho de subsistência, precarizados, subalternizados, com baixa ou nenhuma
remuneração.

Quem contribuiu de maneira relevante para esse debate e compreensão foi o sociólogo Florestan Fernandes
- cânone da sociologia brasileira. Vejamos brevemente como seu esquema teórico contribui para
compreensão da desigualdade racial no mercado de trabalho.

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Florestan Fernandes (1920-1995)

Florestan Fernandes nasceu em São Paulo em 1920. De origem


popular, ingressou na Universidade de São Paulo (USP) em 1941,
obtendo o mestrado e o doutorado na Escola Livre de Sociologia
e Política (ESP), em 1945 e em 1946, a livre-docência em 1953 na
USP e tornando-se titular da cadeira de Sociologia I da mesma
Universidade em 1964. Cassado pelo AI-5 em 1969, passa a
lecionar nos EUA e no Canadá. É um dos mais respeitados
sociólogos do país, tanto nacional quanto internacionalmente,
considerado o fundador da sociologia crítica no Brasil. Foi eleito
deputado federal pelo PT-SP em 1986 e 1990. Faleceu em São
Paulo em 1995. Tem uma extensa produção intelectual. Quero destacar A organização social dos
tupinambá (1949), A integração do negro na sociedade de classes (1964).

Florestan debruçou de maneira sistemática, crítica e com muito rigor teórico e metodológico sobre a
realidade brasileira. Suas mais importantes reflexões foram sobre o capitalismo dependente, o papel do
intelectual, relações sociais e, sobretudo, as relações raciais.

No que se refere à economia, o autor agrega a questão da escravidão às análises. Assim,


seguindo a linha de Caio Prado Jr. Sobre o sentido da economia colonial, ele combina a discussão
sobre o papel da escravidão. Ele afirma que as estruturas de dominação do período da colonização
foram preservadas no processo de modernização capitalista no Brasil. Por isso, foi uma
“modernização conservadora”.

Existe um momento crucial para observarmos isso que é a mudança de regime do trabalho
escravo para o trabalho livre.

Diz Florestan:

A desagregação do regime escravocrata e senhorial se operou, no Brasil, sem que se cercasse a


destituição dos antigos agentes de trabalho escravo de assistência e garantias que os protegessem
na transição para o sistema de trabalho livre. Os senhores foram eximidos da responsabilidade pela
manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado, a Igreja ou qualquer outra instituição
assumisse encargos especiais, que tivessem por objetivo prepará-los para o novo regime de
organização da vida e do trabalho. Florestan Fernandes. A integração do negro na sociedade de
classes.
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Portanto, meus queridos e queridas, a escravidão, segundo Florestan, a


desigualdade social, no Brasil tem relação direta com o modo como o negro
foi incorporado na sociedade de classes no pós abolição. Produz-se uma
desigualdade social baseada na cor da pele.

Assim, a relação entre raça e classe se projeta como fenômeno social e tem repercussão em toda organização
social da sociedade brasileira. Ele não usa esse termo, mas hoje em dia, damos o nome de racismo estrutural
a esse fenômeno. Percebeu?

Agora eu vou te perguntar, lindeza: o que você acha que o Florestan pensava sobre a noção de
“democracia racial”?

Florestan afirma categoricamente que a noção de democracia racial serviu para disseminar a ideia de que
não há diferenças entre negros e brancos porque viveriam pacificamente. Além disso, as oportunidades
estariam abertas a todos. Como isso não é verdade, segundo os estudos que ele faz no seu livro A integração
do negro na sociedade de classes, o conceito seria uma ideologia e, no senso-comum, um verdadeiro mito.

Assim, o mito acabou por consolidar a ideia de que a pobreza do negro é fruto da sua própria incapacidade
de superar as dificuldades sociais, como o desemprego, a falta de escolaridade e a pobreza.

Nas palavras do sociólogo “uspiano”

Não existe democracia racial efetiva(no Brasil), onde o intercâmbio entre os indivíduos pertencentes
a “raças” distintas começa e termina no plano da tolerância convencionalizada. Esta pode satisfazer
às exigências de “bom-tom”, de um discutível “espírito cristão” e da necessidade prática de “manter
cada um em seu lugar”. Contudo, ela não aproxima realmente os homens senão na base da mera
coexistência no mesmo espaço social e, onde isso chega a acontecer, da convivência restritiva,
regulada por um código que consagra a desigualdade, disfarçando-a acima dos princípios da ordem
social democrática.
(Florestan Fernandes. Cor e mobilidade social em Florianópolis.)

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RESUMOS

Definição da Sociologia do Trabalho:


 Enfoque na compreensão das relações sociais no contexto laboral.
 Importância da Sociologia do Trabalho como disciplina para análise das transformações na produção
de riqueza e modos de vida.

Tópicos para Estudo Futuro na Sociologia do Trabalho:


 O trabalho como categoria do pensamento sociológico.
 O conceito de trabalho.
 Divisão do trabalho e distribuição de tarefas.
 Divisão social, sociossexual e racial do trabalho.
 Processo de trabalho e organização do trabalho.
 Evolução histórica do trabalho humano: escravizado, feudal em servidão, livre desprotegido.

Conceito de Trabalho:
 Papel do Trabalho na Compreensão do Indivíduo: Vínculo essencial na vida do indivíduo, destacado
por pensadores que influenciaram o pensamento social.
 Influência de Hegel: Hegel como pensador central, considerando o trabalho como componente
essencial na relação homem-natureza e na formação da consciência. Visão do trabalho como fonte
de riqueza, civilização e processo de exteriorização dialética do sujeito.
 Mediação do Trabalho: Trabalho como mediador na relação entre o homem e a natureza,
possibilitando a formação da consciência; Decodificação da natureza e libertação do homem da
tirania imposta pela natureza por meio do trabalho.
 Sistema de Necessidades de Hegel. Trabalho como elemento de mediação entre necessidades
subjetivas e necessidades do outro. Produtos do trabalho atuam como mediadores entre esses polos,
permitindo a satisfação de necessidades subjetivas.
 Importância para o Pensamento Social e Sociológico: Fundamentação do sistema filosófico de Hegel
contribui para a compreensão do trabalho na formação do pensamento social; Trabalho analisado
como exteriorização do sujeito e interiorização do social.

Marx, Weber e Durkheim reafirmam a centralidade do trabalho em suas


teorias.
Trabalho não apenas como componente econômico, mas como força moldadora das relações sociais, da
estrutura da sociedade e da identidade individual.

Trabalho para Marx, Weber e Durkheim:


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 Karl Marx:
 Construção de conceitos e análises baseados no trabalho, como classes sociais, luta de classes,
capital, exploração capitalista, alienação, força de trabalho, meios de produção.
 Noção de trabalho como a "eterna necessidade natural da vida social".
 Trabalhador no processo produtivo como princípio organizador da estrutura social.
 Conflitos gerados em torno da exploração nas relações de trabalho.
 Dinâmica do desenvolvimento pautada por conflitos no plano das relações de trabalho.
 Trabalho como processo e produto do trabalho produtivo.

 Max Weber:
 Concepção Moderna de Trabalho
 Análise da influência da ascese protestante na configuração do trabalho como vocação.
 Transformações nas mentalidades individuais e estruturas sociais, especialmente com o surgimento
da burguesia.
 Papel crucial na transformação do burguês em um homem de negócios racional.
 Dedicação ao trabalho como expressão do destino divino.
 Desvinculação do trabalho de critérios tradicionais, orientando-se por uma lógica calculista e
pragmática.
 Contribuição para a compreensão da transformação do significado e do papel do trabalho na
sociedade moderna.

 Émile Durkheim:
 Divisão Social do Trabalho.
 Contribuição para a sociologia do trabalho enfocando a atividade laboral como essencial para
compreender a estrutura social.
 Importância da divisão social do trabalho na formação da sociedade industrial moderna.
 Atividade Laboral como Social.
 Trabalho não apenas como prática individual, mas como uma atividade social abrangente envolvendo
produção e troca de bens e serviços.
 Trabalho como fonte de realização pessoal, contribuição para a sociedade, conferindo significado à
vida e moldando a identidade social.
 Coesão Social.
 Ênfase no trabalho como elemento fundamental na coesão social, conferindo sentido à vida e
integrando os indivíduos na sociedade.

O Trabalho como uma Categoria do Pensamento Sociológico:


Centralidade na Vida Social:

 Influência na subsistência econômica e na estruturação das relações sociais.


 Papel central na organização da vida social e nas dinâmicas de poder.

Impacto nas Relações Sociais:

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 Organização e distribuição do trabalho afetam diretamente as relações sociais.


 Divisão do trabalho cria padrões de interdependência, moldando hierarquias sociais.

Reflexos nas Desigualdades Sociais:

 Acesso ao trabalho, tipos de empregos e condições laborais influenciam desigualdades sociais.


 Exploração das estruturas sociais que contribuem para a distribuição desigual do trabalho.

Transformações Econômicas e Sociais:

 Sensibilidade do trabalho às mudanças econômicas e sociais ao longo do tempo.


 Análise das transformações desde a Revolução Industrial até formas contemporâneas de emprego.

Construção de Identidade:

 O tipo de trabalho contribui para a construção da identidade individual.


 Exploração de como as ocupações e experiências laborais moldam a autopercepção e a percepção
social.

Relação com Outras Instituições Sociais:

 Interligação do trabalho com outras instituições sociais como família, educação e governo.
 Investigações sobre como essas instituições influenciam e são influenciadas pelo mundo do trabalho.

Autores e Conceitos Relevantes:


 Karl Marx: Trabalho como "eterna necessidade natural da vida social", centralidade nas relações de
produção.
 Max Weber: Análise da racionalização do trabalho, influência da ascese protestante.
 Émile Durkheim: Ênfase na divisão social do trabalho e seu papel na coesão social.
 Adam Smith: Teoria do valor-trabalho, contribuição para a economia política.
 Harry Braverman: Crítica à alienação no trabalho e desumanização nas estruturas capitalistas.
 André Gorz: Reflexão sobre o trabalho na sociedade pós-industrial e o papel da automação.
 Pierre Bourdieu: Conceito de "capital cultural" e sua influência nas oportunidades de trabalho.
 Erving Goffman: Análise das representações dramatúrgicas no ambiente de trabalho.

Conceito de Divisão Sexual do Trabalho:


 Não é determinada por um destino biológico, mas é uma construção social.
 Homens e mulheres estão engajados em relações sexuais sociais, fundamentadas no trabalho.
 Variedade na Divisão Sexual do Trabalho:
 Presente em todas as sociedades humanas conhecidas.
 Diversidade nas formas e rigidez da separação entre afazeres considerados apropriados a homens e
mulheres.
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Divisão Sociossexual do Trabalho:


 Considera outras dimensões além de gênero, como raça, etnia, comunidades LGBTQIA+, questões
geracionais, etc.
 Aborda relações sociais de gênero como desiguais, hierarquizadas e contraditórias.
 Articulação Fundamental entre Produção e Reprodução: Expressa a conexão entre produção e
reprodução na sociedade.
 Aborda dimensões objetivas e subjetivas, individuais e coletivas, no trabalho assalariado e
reprodutivo.
 Dinâmica de diferenciação utilizada para hierarquizar atividades e ampliar exploração/opressão.
 Contribui para desigualdades salariais entre gêneros e raças/etnias no mercado de trabalho.

Divisão Racial do Trabalho:


 Distribuição desigual de empregos, salários e posições com base na raça ou etnia.
 Associada a discriminação e desigualdade racial.
 Racismo Estrutural: Discriminação racial incorporada em instituições e práticas sociais.
 Manifestações do racismo estrutural no mercado de trabalho.
 No Brasil, o racismo estrutural influencia a divisão racial do trabalho.
 População negra enfrenta exclusão, desemprego e baixa remuneração.
 Contribuição de Florestan Fernandes: Sociólogo brasileiro que integrou a análise da escravidão na
compreensão das relações raciais. Relação direta entre escravidão e desigualdade pós-abolição.
 Democracia Racial como Mito: Encobre desigualdades, promovendo a ideia errônea de igualdade de
oportunidades. Crítica à Ideia de "Democracia Racial":
 "Democracia racial" não promove igualdade real, apenas coexistência superficial.
 Florestan destaca a falta de efetiva aproximação entre raças.

7 LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS


1. (CESGRANRIO - 2009 - Professor de Educação Básica (SEDUC TO)/Sociologia)

Em regimes escravocratas havia um determinado tipo de domínio e de sujeição: de um lado, o


senhor, e de outro, o escravo. O ser humano escravizado era considerado como propriedade,
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um misto de animal com ferramenta. Os senhores se beneficiavam ao explorar uma massa de


escravos que não possuíam direitos. No seio daquelas sociedades, aos senhores eram
destinados todos os bens produzidos e as garantias de determinado padrão de vida, enquanto
aos escravos restava a imposição de suas condições precárias e humilhantes de existência.
Essas características do modo de produção escravista dizem respeito, basicamente,
a) aos instrumentos de produção.
b) aos meios de produção.
c) às relações de produção.
d) às forças produtivas.
e) à matéria-prima.

2. (ESAF/ 2010/ Auditor Fiscal do Trabalho)

Atualmente estão se impondo outras formas de vida, não para o conjunto da população, mas
sim para uma parte considerável dela. Trata-se de formas de vida similares às conhecidas pelas
mulheres nos últimos decênios. Essas formas de vida estão feitas de trabalho a tempo parcial,
contratos temporários, trabalhos não retribuídos e voluntários
(Beck, Ulrich. Un nuevo mundo feliz. La precariedad del trabajo en la era de la globalización.
Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, S. A., 2000, p. 102).
Embasado nos pressupostos teóricos do texto, assinale a opção correta.
a) Constata-se, em todo o mundo, que o aumento das formas de emprego inseguras e precárias
é maior entre as mulheres que entre os homens.
b) O contexto cultural e a importância do trabalho informal na Europa e na América do Sul
podem ser considerados semelhantes.
c) As formas de flexibilização do trabalho, no contexto da desregulação das relações laborais,
aumentam o poder negociador dos sindicatos.
d) No Brasil, o trabalho assalariado estável e formal constitui a experiência histórica da maioria
da população.
e) Na conjuntura do mercado mundial, o crescimento econômico atualiza a ideia do pleno
emprego e a consigna em empregos permanentes.

3. (ESAF/2003/Auditor Fiscal do Trabalho)

A partir do conteúdo do texto abaixo considerar a incoerência de uma das opções que dele se
deduz
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A divisão sexual do trabalho é a separação e distribuição das atividades de produção e


reprodução social de acordo com o sexo dos indivíduos. É uma das formas mais simples e,
também, mais recorrentes de divisão social do trabalho. Qualquer sociedade tem definidas,
com mais ou menos rigidez e exclusividade, esferas de atividades que comportam trabalhos e
tarefas considerados apropriados para um ou outro sexo.
(Holzmann da Silva, 1999)
a) A esfera feminina situa-se no âmbito doméstico privado, da produção de valores de uso para
o consumo do grupo familiar, da reprodução da espécie e do cuidado das crianças, dos velhos
e dos incapazes.
b) As atividades de produção social e de direção da sociedade, desempenhadas no espaço
público, são atribuições masculinas.
c) A distinção entre trabalho de homens e de mulheres expressa atributos e capacidades inatas
aos indivíduos, diferentes em homens e em mulheres.
d) Os estereótipos de ser homem e de ser mulher sustentam e legitimam a divisão sexual do
trabalho.
e) As mulheres são mais vulneráveis à repressão da organização do processo de trabalho
taylorista.

4. (ESAF/1998/Auditor Fiscal do Trabalho)

A reflexão abaixo permite vários desdobramentos sobre a "divisão sexual do trabalho". Uma
das apresentadas é falsa; assinale-a.
"A divisão sexual do trabalho, um fato persistente na história humana, foi muitas vezes tratado
como um fenômeno invariável no tempo. Contrariando esta tendência, abordagens mais
amplas passaram a sublinhar o caráter específico da subordinação por sexo entendido como
assimetria nas relações de gênero. Desse modo pretendiam salientar o caráter socialmente
constituído destas diferenças, enfatizando as dimensões sociais e culturais da subordinação."
(Bandeira, 1997)
a) Do ponto de vista internacional, historicamente as políticas sociais foram dirigidas a fixar a
mão-de-obra feminina no âmbito familiar, reforçando desta forma a menor presença da mulher
no mercado de trabalho, devido à divisão sexual do trabalho.
b) A assertiva segundo a qual no Brasil o "trabalho tem um sexo" mostra o quanto a legislação
trabalhista tem dificuldade em incorporar a especificidade de gênero na questão da equidade.
c) Mesmo nas camadas de renda mais desfavorecidas, o trabalho feminino é submetido a uma
maior precarização, pois nestas a mulher é vista com ressalvas pelos empregadores devido à
sua própria condição de mulher.

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d) Do pondo de vista histórico, o processo de diferenciação entre os sexos, em termos de


relações de hierarquia e subordinação, aprofundam-se com as complexidades crescentes da
sociedade capitalista, com sua especialização e com o aumento da produtividade.
e) A generalização de uma divisão do trabalho sexualmente ordenada estaria baseada no
controle exercido sobre o trabalho da mulher e dos filhos, construído como base no poder
masculino.

5. (FGV - 2023 - SEDUC-TO - Professor da Educação Básica - Professor Regente - Sociologia)

A categoria trabalho foi pensada por diversos autores


(I) como valor; (II) como racionalidade capitalista; ou (III) como elemento de interação do
indivíduo na sociedade em suas dimensões tanto corporativa como de integração social.
Adaptado de BNCC Ensino Médio, p 556, in: http://basenacionalcomum.mec.gov.br
O trecho se refere, de I a III, às concepções de trabalho de
(A) Adam Smith – David Ricardo – Vilfredo Pareto.
(B) Karl Marx - Max Weber - Émile Durkheim.
(C) David Ricardo – Jeremy Bentham – Karl Marx.
(D) Thomas Malthus – John Rawls – Max Weber.
(E) Max Weber – John Stuart Mill – David Ricardo.

6. (CETREDE - 2019 - Sociólogo (Pref Juazeiro do N)

I. O mundo moderno é resultado de um processo de diferenciação social, em que o ponto de


partida da evolução social seriam as sociedades regidas pela solidariedade mecânica e seu
ponto de chegada, as sociedades caracterizadas pela solidariedade orgânica.
II. O que distingue cada um dos momentos da evolução da sociedade são os mecanismos que
geram a solidariedade social: a consciência coletiva e a divisão do trabalho social.
III. A solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica são diferentes estratégias de
integração dos indivíduos nos grupos ou nas instituições sociais.
IV. Na solidariedade orgânica, a regulação moral das condutas sociais decorre das normas
contidas na consciência coletiva.
V. Na solidariedade mecânica, a moralidade social emana da própria divisão do trabalho, na
medida em que ele valoriza a contribuição de cada indivíduo no processo de cooperação social.
Marque a opção que apresenta as afirmativas CORRETAS.
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a) I – II – III.
b) II – III – IV.
c) I – II – III – V.
d) I – III – IV.
e) I – II – III – IV – V.

7. (Com. Org. (IFSP)/2015/Sociologia)

Acerca da relação entre divisão do trabalho e produtividade do trabalho para Adam Smith é
correto afirmar que:
I. a produtividade do trabalhador aumenta se ele puder se dedicar a um número pequeno de
operações.
II. quanto menor for o número de operações executadas por cada trabalhador, menor será o
tempo perdido a passagem de uma operação a outra.
III. a aptidão e talento dos homens para determinadas operações é uma característica natural
de cada um.
IV. é importante que os homens desenvolvam o maior número de aptidões possíveis, se
tornando assim trabalhadores polivalentes.
Está(ão) correta(s) apena(s) a(s) alternativa(s):
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) IV.
e) I e II.

8. (Com. Org. (IFSP)/2015/Sociologia)

O livro A Riqueza das Nações, de Adam Smith, escrito em 1776, no contexto da Primeira
Revolução Industrial, desenvolve uma análise do surgimento do capitalismo industrial e foi
considerado o primeiro estudo científico do capitalismo, dando origem a uma escola do
pensamento econômico, conhecida como Escola Clássica. Adam Smith tinha como
preocupação saber qual era a causa da riqueza da nação, de grupos e de pessoas individuais.
Entre estas, qual alternativa responde à sua pergunta?

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a) Para Adam Smith o principal fator era o trabalho produtivo especializado, porque ele diminui
os tempos ociosos, evitando que o trabalhador perca tempo, mudando de atividade, aumenta
a destreza do trabalhador e incentiva a sua capacidade inventiva.
b) O economista inglês foi responsável pela transferência do centro de análise do âmbito do
comércio para o da produção, sustentando que somente a terra, ou a natureza é capaz de
realmente produzir algo novo (só a terra multiplica um grão de trigo em muitos outros grãos),
portanto, a terra é a única fonte de riqueza.
c) Adam Smith defendia a ideia de que o Estado deveria incrementar o bem-estar nacional,
mesmo que em detrimento de seus vizinhos e colônias, pois, a riqueza da nação era constituída,
essencialmente, pela moeda, o Estado deveria desenvolver mecanismos para obtê-la.
d) O principal fator capaz de promover a riqueza da nação era a balança comercial favorável,
na medida em que as importações de um país fossem menores do que suas exportações
haveria uma entrada líquida de moedas, aumentando o seu volume e, consequentemente, a
riqueza da nação.
e) Adam Smith defendia a tese de que o investimento em tecnologia seria o fator principal para
o acúmulo de riqueza, na medida em que ela possibilita o aumento da produtividade numa
jornada de trabalho menor e, gradativamente, substitui a força humana de trabalho pela
máquina.

9. (Inédita/Profe. Alê Lopes)

A disparidade salarial entre homens e mulheres é mostrada em uma pesquisa realizada pelo
Banco Nacional de Empregos (BNE) em seu sistema de vagas. A maior diferença salarial pode
ser verificada em 20 funções, que têm índices superiores à taxa de 20% – pesquisa da
consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, mostra
que as mulheres ganham em média 20,5% a menos que os homens no Brasil. Essa diferença
segue em patamar elevado mesmo quando se compara trabalhadores do mesmo perfil de
escolaridade e idade e na mesma categoria de ocupação. De acordo com o BNE, a maior
diferença se encontra na área de tecnologia: para desenvolvedor front-end, a variação entre
os salários em favor dos homens foi de 63,2%. Nessa lista há cargos de liderança, como gerentes
e supervisores, e também funções como auxiliares e analistas. De acordo com o BNE, "isso
demonstra que a desigualdade afeta as mulheres em todos os níveis hierárquicos e em diversos
segmentos, dada a variedade de áreas listadas"
(G1. Abr/2022)
A pesquisa realizada evidencia
a) um contexto de equiparação de gênero.
b) o aumento do desemprego.

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c) a crescente desigualdade e concentração de renda.


d) a desconfiança em relação a dados do mercado de trabalho.
e) um cenário de subjugação de gênero no mercado de trabalho.

10. (Inédita/Profe. Alê Lopes)

“Útil é um liquidificador, útil é uma enceradeira, um aspirador de pó é útil, um carro, uma


máquina de lavar roupa... A Vida não. A vida é fruição, é um maravilhamento, é uma benção de
estar existindo no meio de uma multidão de seres que não só os nós, os humanos. Talvez o
equívoco, o erro da história foi a gente ter se descolado da vida em geral e criado uma abstração
de nós, seres humanos.
KRENAK, Ailton. A vida não é útil. Trecho da palestra no encerramento do Clube do Livro sobre
literatura indígena. Sesc Vila mariana, São Paulo, 2022.
O texto acima revela o processo de
a)coisificação do ser humano
b)alienação da natureza
c) separação do homem do seu habitat natural, a selva.
d)mecanização da vida
e)a especialização do processo produtivo

11. (Inédita/profe. Alê Lopes)

A sociologia surgiu, na primeira metade do século XIX, sob o impacto da Revolução Industrial e
da Revolução Francesa. As transformações econômicas, políticas e culturais suscitadas por
esses acontecimentos criaram a impressão generalizada de que a Europa vivia o alvorecer de
uma nova sociedade.
MUSSI, Ricardo. Apontamentos sobre o nascimento da sociologia. Blog Boitempo, 23/11/2012.
Sobre o surgimento da Sociologia está correta a seguinte afirmação:
a) A Sociologia surgiu como uma resposta à crise social e política do século XVIII, buscando
compreender a sociedade de forma científica.
b) A Sociologia é resultado dos estudos sobre o modo de produção desenvolvido no Canadá, a
partir de uma perspectiva revolucionária do positivismo, mesclado com teorias do Estado de
Bem-estar Social.

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c) A ideia de desenvolvimento pela revolução social foi defendida pelo Absolutismo, que
influenciou o Positivismo.
d) Os limites e as contradições do progresso para a liberdade humana foram apontados pelo
Iluminismo e aceitos pelo Positivismo.
e) Somente no século XXI é que podemos falar em surgimento, de fato, da Sociologia.

12. (Inédita/Profe. Alê Lopes)

(BERTAZZI, Galvão. “Vida Besta”. Folha de São Paulo, 13/09/2023. Disponível em: < https://cartum.folha.uol.com.br>.
Acessado em 13/09/2023)

A tirinha acima traz diversas críticas sociais. Uma delas pode ser associada à ideia da vida
urbana como uma vida extremamente complexa que, nas palavras de Émile Durkheim, tornaria
a sociabilidade contemporânea uma sociabilidade pautada pela
a) solidariedade mecânica.
b) submissão ao fato social.
c) opção pelo suicídio.
d) solidariedade orgânica.
e) solidariedade sociológica.

13. (Inédita/Profe. Alê Lopes)

A Rede Mulheres Produtoras do Pajeú nasceu em 2005, quando a Casa Mulher do Nordeste,
organização feminista do sertão pernambucano fundada na década de 1980, convidou algumas
mulheres produtoras para o Festival de Economia Popular e Solidária do Pajeú. A educadora
social Elizabete Ferreira foi uma delas. Está na associação desde o início e é parte integrante do
grupo Guerreiras Pernambucanas, que trabalha com agricultura e a produção de sabonetes
líquidos de aroeira. A ideia principal era a de criar uma rede de apoio e de formação política e
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agroecológica para poder diminuir o isolamento entre mulheres do sertão, além de ser um
movimento que olha com mais atenção para questões de gênero na região, principalmente
para casos de violência doméstica. Assim, a Rede se estabelece com base em três pilares:
agroecologia, feminismo e economia solidária.
(UOL. Feministas do sertão: quintais de agricultoras viram armas de transformação.
06/04/2021. Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-
noticias/2021/04/06/feministas-do-sertao-quintais-de-agricultoras-viram-armas-de-
transformacao.htm. Acesso em: 08/04/2021)
De acordo com o texto, a ação do movimento em questão
a) forma lideranças para disputar cargos eletivos em municípios rurais.
b) formaliza mulheres no mercado de trabalho e as transforma em operárias.
c) objetiva aumentar o ganho de escala lucrativo por meio do trabalho doméstico.
d) utiliza os quintais produtivos como uma estratégia de empoderamento feminino.

14. (FGV 2019)

Atualmente, a economia sob demanda está alterando de maneira fundamental nossa relação
com o trabalho e com o tecido social no qual ela está inserida. Mais empregadores estão
usando a “nuvem humana” para as coisas serem feitas. As atividades profissionais são
separadas em atribuições e projetos distintos; em seguida, elas são lançadas em uma nuvem
virtual de potenciais trabalhadores, localizados em qualquer lugar do mundo.
Klaus Schwab. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro, 2016.
Sobre as relações de trabalho na economia sob demanda, assinale a afirmativa incorreta.
a) Os prestadores de serviço não são mais empregados no sentido tradicional, mas
trabalhadores independentes que realizam tarefas específicas.
b) Os trabalhadores independentes realizam suas tarefas em casa, o que permite a
administração do próprio tempo, menor estresse e maior controle da cadeia produtiva.
c) Uma parte da força de trabalho, para gerar renda, pode ser, ao mesmo tempo, motorista da
Uber, locador da Airbnb e executar outras pequenas tarefas.
d) Os trabalhadores que se deslocam de tarefa em tarefa não usufruem dos direitos
trabalhistas, dos ganhos das negociações coletivas e da segurança no trabalho.
e) Os trabalhadores autônomos vivenciam novas relações de trabalho, em que os contratantes
estão desvinculados da obrigação de pagar salário mínimo e benefícios sociais.

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15. (VUNESP/2018)

“A desagregação do regime escravocrata e senhorial ocorreu, no Brasil, sem que se oferecesse


aos antigos agentes do trabalho escravo assistência e garantias que os protegessem na
transição para o sistema de trabalho livre. Os senhores foram eximidos da responsabilidade
pela manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado, a Igreja ou qualquer outra
instituição assumissem encargos especiais, que tivessem por objeto prepará-los para o novo
regime de organização da vida e do trabalho.”
(Florestan Fernandes. A integração do negro na sociedade de classes. Volume 1, São Paulo:
Editora Globo, 2008, p. 29. Adaptado)
Segundo o texto, o processo de abolição da escravatura no Brasil
a) negou aos libertos o auxílio necessário para que se adaptassem às novas condições sociais.
b) ofereceu recursos institucionais para proteger e amparar os libertos na nova estrutura social.
c) impôs aos antigos senhores a obrigação de oferecer boas condições de vida aos libertos.
d) concedeu aos ex-escravos formação profissional para atenderem o mercado de trabalho.
e) proporcionou condições para que os antigos escravos fossem inseridos facilmente na
sociedade.

16. (VUNESP/2018)

No mundo capitalista, a produção de bens e serviços que atende às necessidades da sociedade


foi um marco significativo na organização das relações sociais de hoje. O processo produtivo é
composto por três elementos principais, que, quando associados, permitem a funcionalidade
do sistema capitalista de produção. Sobre esses elementos, é INCORRETO afirmar que
a) o trabalho é uma atividade essencial, desenvolvida pelo ser humano, que transforma a
energia física e mental em força de trabalho, capaz de atuar sobre a natureza para produzir
excedentes.
b) o trabalho qualificado é realizado com certo grau de aprendizagem, devendo ser adquirido
em espaços sistematizados pela sociedade e em áreas específicas de atuação.
c) os seres humanos utilizam a matéria-prima para adquirirem os bens e serviços necessários à
manutenção da natureza e seus elementos constitutivos.
d) os recursos naturais são importantes para o processo produtivo, mas é um elemento
relativo, pois eles variam de acordo com a concepção cultural de cada sociedade.
e) as máquinas e os equipamentos são não só instrumentos de produção, mas também meios
materiais utilizados pelo homem para realizar o trabalho e produzir os bens e serviços
necessários à vida humana.
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17. (NC UFPR (FUNPAR) - 2021)

Considere a seguinte passagem:


No final do século XIX e início do século XX, inúmeras leis de “proteção” à mulher passaram a
proibir o trabalho feminino em ocupações consideradas mais pesadas ou perigosas, já que isso
havia trazido problemas de ordem “moral” resultantes do fato de as mulheres terem mais
mobilidade fora do espaço da casa. Na França, uma lei de 1892 proibia as mulheres de exercer
o trabalho noturno. No Brasil, a mesma proibição foi expressa em um decreto de 1932. Embora
muitas dessas leis visassem à “proteção” das mulheres, exploradas pela indústria – assim como
ocorria com as crianças –, acabaram por confiná-las aos cuidados domésticos e a trabalhos
realizados em casa, sub-remunerados. Durante o século XX, as duas guerras mundiais voltaram
a impulsionar a presença das mulheres nas indústrias, pois, nesses momentos, os esforços
produtivos eram necessários. No entanto, com o fim do período de guerras, novamente se
reivindicou o retorno das mulheres à casa. O modelo de família almejado pela sociedade
industrial e fordista do pós-guerra centrou-se, então, no “homem provedor e na mulher
cuidadora”.
(SILVA, Afrânio et al. (orgs.). Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016. p. 338.)
Sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho, assinale a alternativa correta.
A) A inserção das mulheres no mercado de trabalho global significou a superação das
desigualdades de gênero pela conquista do poder financeiro.
B) A divisão de trabalho fundamentada nos sexos levou as mulheres para fora do espaço
doméstico contribuindo para a superação do patriarcado.
C) O desenvolvimento do capitalismo aboliu a distinção entre as atividades que têm lugar no
espaço da família considerado “reprodutivo”, e no espaço público, considerado “produtivo”.
D) A existência de uma dupla jornada (no trabalho e em casa), por vezes tripla (no trabalho, em
casa e na universidade), é um dos motivos para a proibição do trabalho das mulheres.
E) A proibição do trabalho noturno para as mulheres reforçou um efeito perverso da divisão
sexual do trabalho.

18. (FADESP - 2020 - Técnico de Nível Superior (UEPA)/Ciências Sociais

A vida privada interfere na vida pública e é fator de restrição às mulheres. A divisão sexual do
trabalho impõe às mulheres maiores obrigações na vida privada do que aos homens. É correto
afirmar que

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A isso ocorre porque a dualidade entre público e privado é problematizada nas teorias da
democracia.
B a persistência desses padrões destoam dos valores igualitários perseguidos pelas feministas.
C é preciso desnaturalizar esses padrões, que implicam desvantagens para as mulheres.
D a legislação e o cotidiano da vida brasileira são os fatores responsáveis por esses padrões.

19. (QUADRIX - 2017 - Professor Substituto Temporário (SEDF)/Sociologia)

A expressão “divisão social do trabalho” tem sido usada no sentido cunhado por Karl Marx e
também referendada por autores como Braverman e Marglin para designar a especialização
das atividades presentes em todas as sociedades complexas, independentemente de os
produtos do trabalho circularem como mercadoria ou não. Designa a divisão do trabalho social
em atividades produtivas, isto é, ramos de atividades necessárias para a reprodução da vida.
Marx, em O Capital, afirma que a divisão social do trabalho diz respeito ao caráter específico
do trabalho humano. Um animal faz coisas de acordo com o padrão e a necessidade da espécie
a que pertence. Enquanto a aranha é capaz de tecer e o urso de pescar, um indivíduo da espécie
humana pode ser, simultaneamente, tecelão, pescador, construtor e mil outras coisas
combinadas. Essa capacidade de produzir diferentes coisas e até de inventar padrões diferentes
dos animais não pode ser exercida individualmente, mas a espécie como um todo acha possível
fazer isso, em parte pela divisão do trabalho.
Internet: <www.sites.epsjv.fiocruz.br> (com adaptações).
Com base no texto e nas diferentes dimensões do trabalho, julgue o item a seguir.
A divisão social do trabalho apresenta e já apresentou, ao longo da história, diferentes critérios
para a sua realização, entre eles as diferenças sexuais.

C ) Certo
E ) Errado

20. (VUNESP/2015)

Analise a tabela a seguir.

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A desigualdade de gênero relaciona-se com a estratificação social

A) pelo crescimento do número de mulheres ativas no mercado de trabalho, que levou ao


rebaixamento geral dos salários dos trabalhadores.
B) pela ampliação da escolarização das mulheres que reduziu as disparidades salariais entre os
empregos femininos e masculinos.
C) pela manutenção da desvantagem da inserção produtiva das mulheres quanto ao nível de
remuneração mesmo quando possuem o mesmo nível de escolaridade dos homens.
D) pela ausência de legislação que garanta salário igual para trabalho igual.
E) pela ampliação dos salários masculinos em virtude da redução da presença feminina no
mercado de trabalho.

21. (FCC/2012 - Professor Sociologia)

Anthony Giddens, em seu livro Sociologia, refere-se à “segregação ocupacional dos gêneros”
como explicação para o fato de homens e mulheres.
A) serem alocados em atividades de acordo com a sua capacidade profissional.
B) estarem concentrados em tipos diferentes de empregos de acordo com a compreensão do
que seja a atividade adequada para cada sexo.
C) ocuparem distintas profissões de acordo com as oportunidades oferecidas pelo mercado de
trabalho.

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D) apresentarem poucas ou nenhuma diferenças significativas quanto às possibilidades de


emprego, salário e posição na ocupação.

22. (FCC/2012 - Professor Sociologia)

Dados do IBGE mostram que, em 2009, no Brasil, as mulheres gastavam, em média, 22,0 horas
semanais em atividades domésticas, enquanto a média entre os homens foi de 9,5 horas. Esses
dados permitem a reflexão sobre a
A) divisão sexual do trabalho na sociedade brasileira.
B) separação entre trabalho produtivo e trabalho doméstico.
C) importância do trabalho doméstico.
D) tendência natural das mulheres para o trabalho doméstico.

23. (CEBRASPE/2004 - Técnico (TERRACAP)/Especialista/Sociólogo)

Estudos e pesquisas acerca da estrutura e das tendências de desenvolvimento das sociedades


ocidentais altamente industrializadas mostram, de modo cada vez mais frequente, sua
caracterização como sociedade de serviços.
A respeito desse tema, julgue o item subsequentes
Uma das conseqüências da generalização do trabalho em serviços é a feminilização do mercado
de trabalho nas cidades, que resultou na equalização dos níveis salariais de homens e mulheres.

C ) Certo
E ) Errado

24. (Com. Org. IFTO/2016/Professor Sociologia)

Assinale a alternativa que não corresponde a uma característica do trabalho nas sociedades
tribais.
A) O trabalho proporciona o acúmulo de excedentes que originarão as distinções de classe.
B) Produzem para viver para prover às festas e presentear sempre na medida do que é
necessário.
C) O trabalho está vinculado às demais atividades sociais como as relações de parentesco,
religião, educação.
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D) O trabalho não está separado em uma área definida e autônoma.


E) Caso alguma mudança diminua o tempo necessário para a obtenção dos meios de
sobrevivência esse tempo não será usado para mais produção.

25. (VUNESP/2023 – Professor/Sociologia)

O capitalismo envolve a insulação do econômico em relação ao político contra a tela de fundo


do trabalho e mercados de produtos competitivos. A vigilância, por sua vez, é fundamental a
todos os tipos de organização associados à ascensão da modernidade, em particular o estado-
nação, que se entrelaça historicamente com o capitalismo em seu desenvolvimento mútuo. Da
mesma forma, há vínculos substantivos íntimos entre as operações de vigilância dos estados-
nação e a natureza alterada do poder militar no período moderno.
Assinale a alternativa que melhor descreve a relação mencionada no trecho fornecido.
A) A vigilância é exclusiva dos estados-nação e não está relacionada ao desenvolvimento do
capitalismo.
B) O desenvolvimento do capitalismo e dos estados- -nação está intrinsecamente ligado, assim
como a vigilância é uma característica essencial de ambos.
C) O capitalismo e o poder militar estão separados e não têm influência um sobre o outro.
D) A insulação do econômico em relação ao político é uma característica exclusiva dos
mercados de produtos competitivos.
E) O desenvolvimento econômico acima das relações políticas é uma característica exclusiva
dos mercados de produtos competitivos.

26. (QUADRIX - 2017 - Professor/Sociologia)

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, desviamo-nos dele. A cobiça
envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito
marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da produção veloz,
mas nos sentimos enclausurados dentro dela.
A máquina, que produz em grande escala, tem provocado a escassez. Nossos conhecimentos
fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos
de afeição e doçura!
Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido.
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Charles Chaplin. Internet: <www.klepsidra.net> (com adaptações).


Considerando o texto como motivação inicial, julgue o item a seguir.
A produção de alimentos em larga escala, por causa do uso do maquinário, garante aos seres
humanos a produção e distribuição dos alimentos de forma igualitária.
C) Certo
E) Errado

27. (UNEB - 2012 - Analista de Processos Sociais (CERB)/Sociologia)

Entre os diversos processos históricos que contribuíram para o nascimento da sociedade


moderna capitalista, dois se destacam como os mais importantes no que tange às suas
influências nos primórdios da sociologia. Esses são:
A) A Revolução Industrial e a Revolução Francesa
B) O Renascimento e a Expansão Comercial marítima
C) A Revolução Americana e os movimentos de descolonização da América
D) A Guerra dos Sete Anos e a Revolução Puritana inglesa
E) A Comuna de Paris e a Revolução Russa.

28. (CEBRASPE (CESPE) - 2011 - Professor (SEDUC AM)/Sociologia)

Com relação ao contexto histórico do surgimento da sociologia, julgue o item a seguir.


Com o fim do sistema feudal, a mão de obra camponesa migrou para o ambiente de trabalho
industrial.
C) Certo
E) Errado

29. Instituto Consulplan - 2023 - Analista do Executivo (SEGER ES)/Ciências Sociais

Somos assim levados a considerar a divisão do trabalho sob um novo aspecto. Neste caso,
com efeito, os serviços econômicos que ela proporciona são de menor monta ao lado do efeito
moral que produz, e sua verdadeira função é criar entre duas ou mais pessoas um sentimento
de solidariedade.
(DURKHEIM, 2010, p. 63.)

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Considerando a divisão do trabalho e sua relação com a solidariedade proposta por Émile
Durkheim, analise as afirmativas a seguir.
I. A solidariedade não pode jamais existir entre outrem e nós a não ser que a imagem desse
outrem se una a nossa. Mas quando a união resulta da semelhança de duas imagens, ela
consiste em uma aglutinação.
II. As grandes sociedades políticas só podem se manter em equilíbrio graças à especialização
de tarefas que a divisão do trabalho é a fonte, senão a única, pelo menos a principal da
solidariedade social
III. Quanto mais solidários sejam os membros de uma sociedade, mais eles mantêm relações
diversas, sejam uns com outros, sejam com o grupo tomado coletivamente. Porque se os seus
contatos fossem raros, eles não dependeriam uns dos outros se não de maneira frágil e
intermitente.
IV. O estudo da solidariedade pertence à sociologia. É um fato social que só pode conhecer por
meio de seus efeitos sociais. Se tantos moralistas e psicólogos puderam tratar a questão sem
seguir esse método é porque eles contornaram a dificuldade.
Está correto o que se afirma em
A I, II, III e IV.
B I e II, apenas.
C II e III, apenas.
D III e IV, apenas.
E I, II e IV, apenas.

30. CETAP - 2023 - Técnico em Gestão de Meio Ambiente (SEMAS PA)/Ciências Sociais

A Função da Divisão do Trabalho em Emile Durkheim tem como pressuposto que:


A nas sociedades modernas, em que predomina uma solidariedade orgânica, a Divisão do
trabalho tem a função de manter o equilíbrio da sociedade, diante das diferenças existentes na
mesma.
B a solidariedade mecânica contribui para a função social do trabalho como objetivo de
aproximar os diferentes.
C nas sociedades Modernas, prevalece uma consciência moral em relação aos indivíduos e aos
fatos sociais.
D a função da divisão do trabalho é apenas de organizar as sociedades tradicionais.

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E a divisão do trabalho é algo específico do mundo econômico, que foi estruturado


conceitualmente por Emile Durkheim, tendo como principal característica a
multifuncionalidade do trabalhador.

8 GABARITO
1. C 18. C
2. A 19. CERTO
3. C 20. C
4. A 21. B
5. B 22. A
6. A 23. ERRADO
7. E 24. A
8. A 25. B
9. E 26. ERRADO
10. A 27. A
11. A 28. CERTO
12. D 29. A
13. D 30. A
14. B
15. A
16. C
17. E

9 LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS


1. (CESGRANRIO - 2009 - Professor de Educação Básica (SEDUC TO)/Sociologia)

Em regimes escravocratas havia um determinado tipo de domínio e de sujeição: de um lado, o


senhor, e de outro, o escravo. O ser humano escravizado era considerado como propriedade,
um misto de animal com ferramenta. Os senhores se beneficiavam ao explorar uma massa de
escravos que não possuíam direitos. No seio daquelas sociedades, aos senhores eram
destinados todos os bens produzidos e as garantias de determinado padrão de vida, enquanto
aos escravos restava a imposição de suas condições precárias e humilhantes de existência.
Essas características do modo de produção escravista dizem respeito, basicamente,
c) aos instrumentos de produção.

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d) aos meios de produção.


c) às relações de produção.
d) às forças produtivas.
e) à matéria-prima.

Comentários

O texto aborda as características do modo de produção escravista, destacando a relação de domínio entre
senhores e escravos, bem como a exploração desigual dos recursos produzidos.

Vejamos cada alternativa:

a) Incorreta porque os instrumentos de produção se referem a ferramentas e equipamentos utilizados no


processo produtivo, enquanto o texto destaca as relações sociais de dominação no modo escravista.

b) Incorreta porque os meios de produção compreendem recursos materiais, como terra e máquinas, não
abordando diretamente a relação social entre senhores e escravos descrita no texto.

c) Correta porque as relações de produção referem-se à organização social e às interações entre classes, o
que é central para entender o modo de produção escravista conforme descrito no texto.

d) Incorreta porque as forças produtivas incluem fatores como tecnologia e conhecimento, mas não
capturam diretamente as relações sociais específicas do sistema escravista.

e) Incorreta porque a matéria-prima refere-se aos recursos naturais utilizados na produção, não abordando
a relação de domínio entre senhores e escravos destacada no texto.

Gabarito: C

2. (ESAF/ 2010/ Auditor Fiscal do Trabalho)

Atualmente estão se impondo outras formas de vida, não para o conjunto da população, mas
sim para uma parte considerável dela. Trata-se de formas de vida similares às conhecidas pelas
mulheres nos últimos decênios. Essas formas de vida estão feitas de trabalho a tempo parcial,
contratos temporários, trabalhos não retribuídos e voluntários
(Beck, Ulrich. Un nuevo mundo feliz. La precariedad del trabajo en la era de la globalización.
Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, S. A., 2000, p. 102).
Embasado nos pressupostos teóricos do texto, assinale a opção correta.
a) Constata-se, em todo o mundo, que o aumento das formas de emprego inseguras e precárias
é maior entre as mulheres que entre os homens.

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b) O contexto cultural e a importância do trabalho informal na Europa e na América do Sul


podem ser considerados semelhantes.
c) As formas de flexibilização do trabalho, no contexto da desregulação das relações laborais,
aumentam o poder negociador dos sindicatos.
d) No Brasil, o trabalho assalariado estável e formal constitui a experiência histórica da maioria
da população.
e) Na conjuntura do mercado mundial, o crescimento econômico atualiza a ideia do pleno
emprego e a consigna em empregos permanentes.

Comentários

a) Correta porque se alinha à realidade observada em muitos contextos sociais, respaldada por teorias e
estudos sobre a discriminação de gênero no ambiente de trabalho. Historicamente, as mulheres têm
enfrentado barreiras e desigualdades no mercado de trabalho, refletidas em diversas formas de
discriminação, como salários mais baixos em comparação com homens que desempenham funções
equivalentes, acesso limitado a oportunidades de promoção e maior propensão a ocuparem posições de
trabalho precárias e temporárias.

A teoria feminista na sociologia destaca como as estruturas sociais perpetuam desigualdades de gênero,
impactando as escolhas de carreira, as condições de trabalho e as oportunidades de ascensão profissional
das mulheres. A discriminação de gênero, muitas vezes sutil e sistêmica, contribui para a prevalência de
formas de emprego inseguras e precárias entre as mulheres. A flexibilização do trabalho, nesse contexto,
pode ser uma estratégia que perpetua a desigualdade de gênero, oferecendo menos estabilidade e
segurança às trabalhadoras.

b) Incorreta porque o contexto cultural e a importância do trabalho informal são construtos complexos,
influenciados por fatores históricos, políticos e sociais únicos a cada região. Generalizar a semelhança entre
a Europa e a América do Sul sem considerar essas nuances é uma simplificação excessiva.

c) Incorreta porque a desregulação das relações laborais e as formas de flexibilização do trabalho nem
sempre resultam no aumento do poder negociador dos sindicatos. Em muitos casos, essas mudanças podem
enfraquecer a posição dos trabalhadores, diminuindo a capacidade de negociação sindical.

d) Incorreta porque a experiência histórica do trabalho assalariado estável e formal não é universal, e no
contexto brasileiro, há uma diversidade de formas de emprego ao longo do tempo. Generalizar que a
estabilidade e a formalidade foram predominantes ignora nuances históricas e sociais.

e) Incorreta porque a ideia de pleno emprego e empregos permanentes na conjuntura do mercado mundial
enfrenta desafios diante da crescente globalização e automação. A natureza dinâmica e volátil do mercado
de trabalho contemporâneo desafia a concepção tradicional de empregos permanentes para todos.

Gabarito: A

3. (ESAF/2003/Auditor Fiscal do Trabalho)


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A partir do conteúdo do texto abaixo considerar a incoerência de uma das opções que dele se
deduz
A divisão sexual do trabalho é a separação e distribuição das atividades de produção e
reprodução social de acordo com o sexo dos indivíduos. É uma das formas mais simples e,
também, mais recorrentes de divisão social do trabalho. Qualquer sociedade tem definidas,
com mais ou menos rigidez e exclusividade, esferas de atividades que comportam trabalhos e
tarefas considerados apropriados para um ou outro sexo.
(Holzmann da Silva, 1999)
a) A esfera feminina situa-se no âmbito doméstico privado, da produção de valores de uso para
o consumo do grupo familiar, da reprodução da espécie e do cuidado das crianças, dos velhos
e dos incapazes.
b) As atividades de produção social e de direção da sociedade, desempenhadas no espaço
público, são atribuições masculinas.
c) A distinção entre trabalho de homens e de mulheres expressa atributos e capacidades inatas
aos indivíduos, diferentes em homens e em mulheres.
d) Os estereótipos de ser homem e de ser mulher sustentam e legitimam a divisão sexual do
trabalho.
e) As mulheres são mais vulneráveis à repressão da organização do processo de trabalho
taylorista.

Comentários

O texto discute a divisão sexual do trabalho, destacando a separação e distribuição das atividades de
produção e reprodução social de acordo com o sexo dos indivíduos. No comando, podemos afirmar que o
que está incoerente é o que está errado segundo o próprio texto. Isso torna a questão péssima. Mas vamos
treinar no "ambiente desconfortável da questão".

Segundo a teoria social da divisão sexual do trabalho, sabemos que apesar de ser uma divisão simples não
é definida por o que cada sexo é de maneira natural, mas sim pela expectativa social sobre os gêneros. Ou
seja, a sociedade cria estereótipos do que é ser homem ou mulher na sociedade e a partir disso faz uma
divisão social que historicamente associou à mulher a esfera da reprodução (esfera provada) e ao homem
a esfera da produção (esfera pública).

Considerando a teoria, a única alternativa correta é a D Os estereótipos de ser homem e de ser mulher
sustentam e legitimam a divisão sexual do trabalho. Todas as demais alternativas estão incorretas.

Já, se nos limitados à leitura do texto, em alguma medida, todas são incoerentes em relação ao texto teremos
o seguinte:

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a) Incorreta porque o texto não sugere que a esfera feminina se situa exclusivamente no âmbito doméstico
privado. Ele menciona que existem esferas de atividades definidas para cada sexo, mas não limita a esfera
feminina apenas ao espaço doméstico. (mas sabemos que isso existe na realidade histórica)

b) Incorreta porque o texto não afirma que as atividades de produção social e de direção da sociedade são
exclusivamente atribuições masculinas. Ele destaca que há esferas de atividades definidas para cada sexo,
mas não limita as atividades de direção da sociedade apenas aos homens. (mas sabemos que isso existe na
realidade histórica).

c) Incorreta porque o texto não sustenta a ideia de que as diferenças na divisão sexual do trabalho são
baseadas em atributos e capacidades inatas. Pelo contrário, ele destaca a influência da sociedade na
definição das esferas de atividades para cada sexo. Assim, a divisão sexual do trabalho é um fenômeno social
e não biológico.

d) Incorreta porque o texto não discute diretamente os estereótipos de ser homem ou mulher como
sustentação ou legitimação da divisão sexual do trabalho. (mas sabemos que isso existe na realidade
histórica).

e) Incorreta porque o texto não aborda especificamente a vulnerabilidade das mulheres à repressão da
organização do processo de trabalho taylorista.

A banca deu item C como gabarito. Minha interpretação:

O aluno tinha que entender que o argumento central do texto que está afirmando existir uma regra social
básica para a divisão do trabalho. Isso ao longo do tempo associou o trabalho feminino e masculino a
determinados funções e espaços trabalho feminino-reprodução-privado e masculino-produção-público.
Logo a única alternativa que traz alguma noção sobre aspecto biológico e inato é alternativa C, ao afirmar
distinção entre trabalho de homens e de mulheres expressa atributos e capacidades inatas aos indivíduos.

Gabarito: C

4. (ESAF/1998/Auditor Fiscal do Trabalho)

A reflexão abaixo permite vários desdobramentos sobre a "divisão sexual do trabalho". Uma
das apresentadas é falsa; assinale-a.
"A divisão sexual do trabalho, um fato persistente na história humana, foi muitas vezes tratado
como um fenômeno invariável no tempo. Contrariando esta tendência, abordagens mais
amplas passaram a sublinhar o caráter específico da subordinação por sexo entendido como
assimetria nas relações de gênero. Desse modo pretendiam salientar o caráter socialmente
constituído destas diferenças, enfatizando as dimensões sociais e culturais da subordinação."
(Bandeira, 1997)

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a) Do ponto de vista internacional, historicamente as políticas sociais foram dirigidas a fixar a


mão-de-obra feminina no âmbito familiar, reforçando desta forma a menor presença da mulher
no mercado de trabalho, devido à divisão sexual do trabalho.
b) A assertiva segundo a qual no Brasil o "trabalho tem um sexo" mostra o quanto a legislação
trabalhista tem dificuldade em incorporar a especificidade de gênero na questão da equidade.
c) Mesmo nas camadas de renda mais desfavorecidas, o trabalho feminino é submetido a uma
maior precarização, pois nestas a mulher é vista com ressalvas pelos empregadores devido à
sua própria condição de mulher.
d) Do pondo de vista histórico, o processo de diferenciação entre os sexos, em termos de
relações de hierarquia e subordinação, aprofundam-se com as complexidades crescentes da
sociedade capitalista, com sua especialização e com o aumento da produtividade.
e) A generalização de uma divisão do trabalho sexualmente ordenada estaria baseada no
controle exercido sobre o trabalho da mulher e dos filhos, construído como base no poder
masculino.

Comentários

O texto discute a divisão sexual do trabalho, enfatizando a necessidade de compreendê-la como um


fenômeno socialmente construído.

a) Gabarito. Incorreta porque a afirmação de que as políticas sociais historicamente foram dirigidas para fixar
a mão-de-obra feminina no âmbito familiar não reflete a compreensão atual da divisão sexual do trabalho e
nem das políticas de combate à discriminação de gênero. Lembremos algumas:

 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW):


Adotada em 1979, a CEDAW é um tratado internacional que estabelece os direitos das mulheres e
define a discriminação contra as mulheres. Muitos países ratificaram este tratado, comprometendo-
se a tomar medidas para eliminar a discriminação de gênero.
 Plataforma de Ação de Pequim: Resultante da Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres em
1995, esta plataforma aborda questões críticas relacionadas aos direitos das mulheres, incluindo
empoderamento econômico, acesso à educação e participação igualitária em todas as esferas da vida.
 Convenção sobre Trabalho Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos
(Convenção 189): Embora seja uma iniciativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a OIT
faz parte do Sistema das Nações Unidas. Esta convenção destaca os direitos das trabalhadoras
domésticas, reconhecendo a necessidade de proteção contra a discriminação e o tratamento injusto.

b) Correta porque a assertiva sobre a dificuldade da legislação trabalhista brasileira em incorporar a


especificidade de gênero na questão da equidade está alinhada com as teorias de gênero, que destacam os
desafios em garantir a igualdade no ambiente de trabalho. A legislação frequentemente enfrenta obstáculos
na incorporação de medidas efetivas para combater a discriminação de gênero. Vamos pensar na questão
da licença maternidade e paternidade. Embora o Brasil tenha políticas de licença maternidade, a licença
paternidade é muito menor que a da mulher e relativamente curta em comparação com alguns países. Isso

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pode refletir desafios em reconhecer e incentivar uma distribuição mais equitativa das responsabilidades
parentais entre homens e mulheres e uma estigmatização sobre o trabalho da mulher.

c) Correta porque a submissão do trabalho feminino a uma maior precarização, mesmo em camadas de renda
mais desfavorecidas, reflete a realidade observada. Teorias econômicas, como a teoria do capital humano,
destacam como estereótipos de gênero afetam as oportunidades de emprego e as condições de trabalho,
resultando na precarização do trabalho feminino. Apesar de mal escrita, é uma questão que trouxe a relação
entre gênero e classe na combinação de dupla desvantagens.

d) Correta porque a ideia de que o processo de diferenciação entre os sexos aprofunda-se com as
complexidades crescentes da sociedade capitalista está em linha com análises sociológicas que exploram as
interações entre o sistema capitalista e as relações de gênero. A especialização e aumento da produtividade
frequentemente acentuam as disparidades de gênero no mercado de trabalho. Um bom exemplo, é o setor
de tecnologia, ocupado majoritariamente por pessoas dos sexo masculino. Estamos falando de desigualdade
de gênero na área tecnológica.

e) Correta porque a generalização de uma divisão do trabalho sexualmente ordenada baseada no controle
exercido sobre o trabalho da mulher e dos filhos está em conformidade com teorias de gênero que destacam
como as estruturas patriarcais perpetuam a subordinação das mulheres. A ideia de controle sobre o trabalho
feminino remonta às análises feministas sobre o poder e a exploração de gênero.

Gabarito: A

5. (FGV - 2023 - SEDUC-TO - Professor da Educação Básica - Professor Regente - Sociologia)

A categoria trabalho foi pensada por diversos autores


(I) como valor; (II) como racionalidade capitalista; ou (III) como elemento de interação do
indivíduo na sociedade em suas dimensões tanto corporativa como de integração social.
Adaptado de BNCC Ensino Médio, p 556, in: http://basenacionalcomum.mec.gov.br
O trecho se refere, de I a III, às concepções de trabalho de
(A) Adam Smith – David Ricardo – Vilfredo Pareto.
(B) Karl Marx - Max Weber - Émile Durkheim.
(C) David Ricardo – Jeremy Bentham – Karl Marx.
(D) Thomas Malthus – John Rawls – Max Weber.
(E) Max Weber – John Stuart Mill – David Ricardo.
Comentários

A questão aborda as concepções de trabalho de três autores clássicos da sociologia: Karl Marx, Max Weber
e Émile Durkheim.

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(A) Incorreta:

- Para Adam Smith o trabalho era fonte de riqueza.

- Para Davi Ricardo o trabalho era fonte de lucro.

- Para Vilfredo Pareto o trabalho é um meio de integração social, pois é por meio dele que os indivíduos se
relacionam uns com os outros e se integram à sociedade.

(B) Karl Marx - Max Weber - Émile Durkheim

Karl Marx abordou o trabalho como valor, na medida em que ele é a fonte de toda a riqueza. Para Marx, o
trabalho é a atividade fundamental do homem, pois é por meio dele que o homem transforma a natureza e
cria a sua própria existência. O trabalho é também uma fonte de exploração, pois o trabalhador é
expropriado do valor de seu trabalho pelo capitalista.

Max Weber abordou o trabalho como racionalidade capitalista, na medida em que ele é baseado na
eficiência e na lógica. Para Weber, o capitalismo é um sistema racional, que se baseia na eficiência e na busca
do lucro. O trabalho é um elemento fundamental do capitalismo, pois é por meio dele que o capital é
acumulado.

Émile Durkheim abordou o trabalho como elemento de interação do indivíduo na sociedade, na medida em
que ele é um meio de integração social. Para Durkheim, o trabalho é uma das principais formas de interação
social, pois é por meio dele que os indivíduos se relacionam uns com os outros e se integram à sociedade.

(C) David Ricardo – Jeremy Bentham – Karl Marx

- David Ricardo não abordou o trabalho como valor, mas sim como fonte de lucro.

- Jeremy Bentham não abordou o trabalho como racionalidade capitalista, mas sim como uma atividade que
deve ser maximizada.

- Karl Marx abordou o trabalho como elemento de interação do indivíduo na sociedade, na medida em que
ele é um meio de exploração.

(D) Thomas Malthus – John Rawls – Max Weber

- Thomas Malthus não abordou o trabalho como valor, mas sim como um fator que limita o crescimento
populacional.

- John Rawls não abordou o trabalho como racionalidade capitalista, mas sim como um meio de justiça social.

- Max Weber abordou o trabalho como racionalidade capitalista, mas não como um elemento de interação
do indivíduo na sociedade.

(E) Max Weber – John Stuart Mill – David Ricardo


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- Max Weber não abordou o trabalho como valor, mas sim como racionalidade capitalista.

- John Stuart Mill não abordou o trabalho como racionalidade capitalista, mas sim como uma atividade que
deve ser livre e responsável.

- David Ricardo não abordou o trabalho como elemento de interação do indivíduo na sociedade, mas sim
como uma fonte de lucro.

Gabarito: B.

6. (CETREDE - 2019 - Sociólogo (Pref Juazeiro do N)

I. O mundo moderno é resultado de um processo de diferenciação social, em que o ponto de


partida da evolução social seriam as sociedades regidas pela solidariedade mecânica e seu
ponto de chegada, as sociedades caracterizadas pela solidariedade orgânica.
II. O que distingue cada um dos momentos da evolução da sociedade são os mecanismos que
geram a solidariedade social: a consciência coletiva e a divisão do trabalho social.
III. A solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica são diferentes estratégias de
integração dos indivíduos nos grupos ou nas instituições sociais.
IV. Na solidariedade orgânica, a regulação moral das condutas sociais decorre das normas
contidas na consciência coletiva.
V. Na solidariedade mecânica, a moralidade social emana da própria divisão do trabalho, na
medida em que ele valoriza a contribuição de cada indivíduo no processo de cooperação social.
Marque a opção que apresenta as afirmativas CORRETAS.
a) I – II – III.
b) II – III – IV.
c) I – II – III – V.
d) I – III – IV.
e) I – II – III – IV – V.

Comentários

Vamos comentar os itens para chegar ao gabarito.

I - note que a afirmação mobiliza os conceitos da perspectiva de Émile Durkheim. Dessa forma, conforme os
conceitos de divisão social do trabalho, solidariedade mecânica e solidariedade orgânica, a afirmação está
correta.

II - a afirmação reflete a perspectiva durkheimiana de que a transição entre diferentes estágios de


desenvolvimento social é marcada por mudanças nos mecanismos que geram a solidariedade social,
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passando da consciência coletiva predominante em sociedades tradicionais para a divisão do trabalho social
predominante em sociedades modernas.

Segundo Durkheim, a solidariedade social é a força que mantém os indivíduos unidos em uma sociedade. Ele
identifica dois tipos principais de solidariedade, cada um associado a diferentes estágios de desenvolvimento
social:

Consciência Coletiva:

Nas sociedades tradicionais e pré-modernas, a solidariedade é mantida principalmente pela consciência


coletiva. A consciência coletiva representa as crenças, valores, normas e símbolos compartilhados por
membros de uma sociedade. A coesão social nessas sociedades é baseada na semelhança e na
homogeneidade cultural, onde os indivíduos têm um conjunto comum de crenças e práticas.

Divisão do Trabalho Social:

À medida que as sociedades evoluem, Durkheim argumenta que a solidariedade se transforma de uma base
de consciência coletiva para uma base na divisão do trabalho social. Nas sociedades modernas e
industrializadas, a interdependência econômica e funcional entre os indivíduos torna-se mais proeminente.
A solidariedade agora é sustentada pela especialização ocupacional e pela interação complexa entre
diferentes funções sociais.

III - Correto, também segundo a perspectiva de Durkheim. Veja:

Solidariedade Mecânica:

Refere-se à forma de integração social predominante em sociedades tradicionais e pré-modernas. Nesses


contextos, a coesão social é baseada na semelhança e na homogeneidade cultural. Os indivíduos
compartilham crenças, valores e normas comuns, resultando em uma consciência coletiva forte. A
solidariedade mecânica é observada em sociedades onde a divisão do trabalho é mínima, e os membros têm
papéis sociais semelhantes.

Solidariedade Orgânica:

Por outro lado, a solidariedade orgânica é característica das sociedades modernas e industrializadas. Essa
forma de integração social é baseada na interdependência funcional e na especialização ocupacional. À
medida que as sociedades evoluem, a divisão do trabalho torna-se mais complexa, e os indivíduos dependem
uns dos outros para a realização de tarefas específicas. A solidariedade orgânica resulta da interconexão e
complementaridade das funções sociais especializadas.

Portanto, a distinção entre solidariedade mecânica e orgânica está enraizada na natureza das relações sociais
e nos mecanismos que mantêm a coesão em diferentes tipos de sociedades ao longo do desenvolvimento
social. Essa concepção é fundamental para a compreensão da teoria sociológica de Durkheim sobre a
evolução das formas de solidariedade nas sociedades.

IV - falso, pois isso é uma característica d solidariedade mecânica.


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V - falso, pois isso é uma característica da solidariedade orgânica.

Gabarito: A

7. (Com. Org. (IFSP)/2015/Sociologia)

Acerca da relação entre divisão do trabalho e produtividade do trabalho para Adam Smith é
correto afirmar que:
I. a produtividade do trabalhador aumenta se ele puder se dedicar a um número pequeno de
operações.
II. quanto menor for o número de operações executadas por cada trabalhador, menor será o
tempo perdido a passagem de uma operação a outra.
III. a aptidão e talento dos homens para determinadas operações é uma característica natural
de cada um.
IV. é importante que os homens desenvolvam o maior número de aptidões possíveis, se
tornando assim trabalhadores polivalentes.
Está(ão) correta(s) apena(s) a(s) alternativa(s):
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) IV.
e) I e II.

Comentários

I - correto, pois, segundo os estudos de Adam Smith na fábrica de alfinetes, a especialização das atividades
do trabalhador aumentaria a produtividade.

II - correto, pois a eficiência e produtividade aumentariam conforme o processo de especialização.

III - errado, pois a divisão do trabalho poderia condicionar a tarefa dos indivíduos a partir de característica
própria dos seres humanas que é a racionalidade e a ação comunicativa, ambas permeadas pela liberdade
do ser.

IV - Falsa afirmação. Adam Smith enfatizava a especialização e a divisão do trabalho como meios de aumentar
a eficiência. Ele não abordava a importância de os trabalhadores desenvolverem o maior número possível
de aptidões, mas sim de se especializarem em tarefas específicas.

Gabarito: E

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8. (Com. Org. (IFSP)/2015/Sociologia)

O livro A Riqueza das Nações, de Adam Smith, escrito em 1776, no contexto da Primeira
Revolução Industrial, desenvolve uma análise do surgimento do capitalismo industrial e foi
considerado o primeiro estudo científico do capitalismo, dando origem a uma escola do
pensamento econômico, conhecida como Escola Clássica. Adam Smith tinha como
preocupação saber qual era a causa da riqueza da nação, de grupos e de pessoas individuais.
Entre estas, qual alternativa responde à sua pergunta?
a) Para Adam Smith o principal fator era o trabalho produtivo especializado, porque ele diminui
os tempos ociosos, evitando que o trabalhador perca tempo, mudando de atividade, aumenta
a destreza do trabalhador e incentiva a sua capacidade inventiva.
b) O economista inglês foi responsável pela transferência do centro de análise do âmbito do
comércio para o da produção, sustentando que somente a terra, ou a natureza é capaz de
realmente produzir algo novo (só a terra multiplica um grão de trigo em muitos outros grãos),
portanto, a terra é a única fonte de riqueza.
c) Adam Smith defendia a ideia de que o Estado deveria incrementar o bem-estar nacional,
mesmo que em detrimento de seus vizinhos e colônias, pois, a riqueza da nação era constituída,
essencialmente, pela moeda, o Estado deveria desenvolver mecanismos para obtê-la.
d) O principal fator capaz de promover a riqueza da nação era a balança comercial favorável,
na medida em que as importações de um país fossem menores do que suas exportações
haveria uma entrada líquida de moedas, aumentando o seu volume e, consequentemente, a
riqueza da nação.
e) Adam Smith defendia a tese de que o investimento em tecnologia seria o fator principal para
o acúmulo de riqueza, na medida em que ela possibilita o aumento da produtividade numa
jornada de trabalho menor e, gradativamente, substitui a força humana de trabalho pela
máquina.
Comentários

A) Correto, pois, conforme a teoria da divisão do trabalho de Adam Smith, que considera o trabalho
produtivo especializado como um fator crucial para o aumento da eficiência e, consequentemente, para a
geração de riqueza, a especialização do trabalho, de acordo com Smith, reduz os tempos ociosos, aprimora
as habilidades dos trabalhadores e estimula a inovação.

B) Errado. Embora Adam Smith reconheça a importância da produção e da terra na criação de riqueza, sua
ênfase está na divisão do trabalho e no trabalho produtivo especializado como principais motores do
crescimento econômico. Não limita a fonte de riqueza apenas à terra.

C) Errado. Adam Smith não advogava por políticas que sacrificassem vizinhos ou colônias em prol do bem-
estar nacional. Sua visão estava mais alinhada a políticas que promovessem a liberdade econômica e a não
interferência do Estado nos mercados. Além disso, Smith não limitou a riqueza da nação à moeda.

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D) Errado. Embora Adam Smith reconheça a importância da balança comercial, ele não a considera o único
fator determinante da riqueza da nação. Sua ênfase está na produção, na divisão do trabalho e na
especialização.

E) Falsa afirmação. Embora Smith reconhecesse a importância da tecnologia, sua principal ênfase estava na
divisão do trabalho como fator crucial para a eficiência produtiva e a criação de riqueza.

Gabarito: A

9. (Inédita/Profe. Alê Lopes)

A disparidade salarial entre homens e mulheres é mostrada em uma pesquisa realizada pelo
Banco Nacional de Empregos (BNE) em seu sistema de vagas. A maior diferença salarial pode
ser verificada em 20 funções, que têm índices superiores à taxa de 20% – pesquisa da
consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, mostra
que as mulheres ganham em média 20,5% a menos que os homens no Brasil. Essa diferença
segue em patamar elevado mesmo quando se compara trabalhadores do mesmo perfil de
escolaridade e idade e na mesma categoria de ocupação. De acordo com o BNE, a maior
diferença se encontra na área de tecnologia: para desenvolvedor front-end, a variação entre
os salários em favor dos homens foi de 63,2%. Nessa lista há cargos de liderança, como gerentes
e supervisores, e também funções como auxiliares e analistas. De acordo com o BNE, "isso
demonstra que a desigualdade afeta as mulheres em todos os níveis hierárquicos e em diversos
segmentos, dada a variedade de áreas listadas"
(G1. Abr/2022)
A pesquisa realizada evidencia
a) um contexto de equiparação de gênero.
b) o aumento do desemprego.
c) a crescente desigualdade e concentração de renda.
d) a desconfiança em relação a dados do mercado de trabalho.
e) um cenário de subjugação de gênero no mercado de trabalho.

Comentários

a) errado, pois os dados apresentados indicam um contexto de desigualdade de gênero. As mulheres


recebem salários menores e possuem menos espaços que homens em cargos de liderança.

b) falso, pois só pelos dados apresentados no texto do enunciado não é possível chegar a essa conclusão.

c) falso, pois o texto aborda, sim, desigualdades, porém, as que se referem à maior ou menor inserção das
mulheres no mercado de trabalho, segundo as variáveis salário e hierarquia dos postos de liderança.

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d) falso, pois a pesquisa é feita justamente para desvendar a realidade do mercado de trabalho, com o
objetivo de gerar dados mais confiáveis.

e) correto, pois há uma contexto estrutural em que mulheres ganham menos e têm menos acesso a postos
de liderança, o que reafirma a sociedade machista em que vivemos.

Gabarito: E

10. (Inédita/Profe. Alê Lopes)

“Útil é um liquidificador, útil é uma enceradeira, um aspirador de pó é útil, um carro, uma


máquina de lavar roupa... A Vida não. A vida é fruição, é um maravilhamento, é uma benção de
estar existindo no meio de uma multidão de seres que não só os nós, os humanos. Talvez o
equívoco, o erro da história foi a gente ter se descolado da vida em geral e criado uma abstração
de nós, seres humanos.
KRENAK, Ailton. A vida não é útil. Trecho da palestra no encerramento do Clube do Livro sobre
literatura indígena. Sesc Vila mariana, São Paulo, 2022.
O texto acima revela o processo de
a)coisificação do ser humano
b)alienação da natureza
c) separação do homem do seu habitat natural, a selva.
d)mecanização da vida
e)a especialização do processo produtivo

Comentários

O texto faz uma clara distinção entre as mercadorias e a vida humana. As mercadorias são úteis na medida
em que resolvem e facilitam tarefas – ajuda a lavar roupa ou triturar comidas. Já a vida é essencialmente
natural : o homem e todo o meio ambiente. Essa é a relação essencial que dá sentido à vida: essa capacidade
de que os seres humanos têm de se conectar com a natureza.

Mas o texto fala que, assim como criamos coisas, criamos também uma outra ideia do que somos, uma
abstração diferente da nossa essência. Esse processo de nos aproximarmos de coisas, ao atribuirmos
utilidade à vida e às pessoas é um processo de transformar o ser humano em coisa, em mercadoria. Assim,
temos o processo de coisificação do ser humano. Gabarito letra A.

Vejamos os erros das demais:

a) Gabarito, conforme comentário anterior.

b) Errado. A alienação é do homem em relação à natureza e não da natureza.

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c) Errado. A selva não é todo habitat natural do homem. Além disso, o habitat muda, essa não é a
questão. O problema posto é a relação do homem com as coisas e consigo mesmo.

d) Errado. É a coisificação da vida que, não necessariamente, é fruto da mecanização.

e) Errado. Não é sobre esse tema o texto.

Gabarito: A

11. (Inédita/profe. Alê Lopes)

A sociologia surgiu, na primeira metade do século XIX, sob o impacto da Revolução Industrial e
da Revolução Francesa. As transformações econômicas, políticas e culturais suscitadas por
esses acontecimentos criaram a impressão generalizada de que a Europa vivia o alvorecer de
uma nova sociedade.
MUSSI, Ricardo. Apontamentos sobre o nascimento da sociologia. Blog Boitempo, 23/11/2012.
Sobre o surgimento da Sociologia está correta a seguinte afirmação:
a) A Sociologia surgiu como uma resposta à crise social e política do século XVIII, buscando
compreender a sociedade de forma científica.
b) A Sociologia é resultado dos estudos sobre o modo de produção desenvolvido no Canadá, a
partir de uma perspectiva revolucionária do positivismo, mesclado com teorias do Estado de
Bem-estar Social.
c) A ideia de desenvolvimento pela revolução social foi defendida pelo Absolutismo, que
influenciou o Positivismo.
d) Os limites e as contradições do progresso para a liberdade humana foram apontados pelo
Iluminismo e aceitos pelo Positivismo.
e) Somente no século XXI é que podemos falar em surgimento, de fato, da Sociologia.

Comentários

a) A alternativa é a resposta correta. A Sociologia surgiu como uma disciplina acadêmica no século XIX, como
uma resposta à crise social e política do século XVIII, buscando compreender a sociedade de forma científica.
O surgimento da Sociologia teve como principais influências o Iluminismo e o Positivismo, que buscavam
uma compreensão objetiva da sociedade e das relações sociais.

b) falso, o pensador sociológico que estuda o modo de produção asiático é Karl Marx. Sabemos que o
marxismo, embora remonte temporalmente ao surgimento da sociologia, não é a vertente que fundou a
sociologia enquanto Ciência, mas sim o positivismo. Além disso, a relação é inversa: foram os estudos sobre
o modo de produção asiático que contribuíram para o aprimoramento da sociologia, na medida em que Marx
é anterior à consolidação da sociologia.

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c) falso, pois o correto seria Iluminismo, pois o pensamento Iluminista caracterizou-se, entre outros aspectos,
pela defesa da razão como “meio”, sendo que a partir da racionalidade seria possível explicar os diferentes
fenômenos da realidade, com vistas ao progresso da sociedade. Essas ideias foram compartilhadas pelo
Positivismo, corrente formadora da Sociologia. Com efeito, ressalta-se que a ideia de Revolução aqui pode
ter dois sentidos: um, direcionado a mudanças sociais mais profundas, no sentido da Revolução Francesa;
outro, a partir da concepção filosófico-positivista, isto é, como revolução de pensamento e de mudanças
gradualmente evolutivas na sociedade, ou seja, revolução no sentido de evolução.

d) falso. Incorreta, pois o Positivismo surgiu no contexto do século XIX, período durante o qual a crença no
progresso era hegemônica no pensamento social. Desse modo, o Positivismo adotou a noção positiva de
progresso como um dos centros normativos de seu pensamento. Nesse sentido, o progresso seria elemento
de harmonização da ordem social.

e) falso, pois é no século XIX, já com a consolidação do sistema capitalista na Europa, que se encontra a
herança intelectual mais próxima da Sociologia como ciência específica.

Gabarito: A

12. (Inédita/Profe. Alê Lopes)

(BERTAZZI, Galvão. “Vida Besta”. Folha de São Paulo, 13/09/2023. Disponível em: < https://cartum.folha.uol.com.br>.
Acessado em 13/09/2023)

A tirinha acima traz diversas críticas sociais. Uma delas pode ser associada à ideia da vida
urbana como uma vida extremamente complexa que, nas palavras de Émile Durkheim, tornaria
a sociabilidade contemporânea uma sociabilidade pautada pela
a) solidariedade mecânica.
b) submissão ao fato social.
c) opção pelo suicídio.
d) solidariedade orgânica.
e) solidariedade sociológica.

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Comentários

A sociologia, desde suas origens, buscou entender as dinâmicas e transformações da vida em sociedade.
Émile Durkheim, um de seus pioneiros, desenvolveu conceitos fundamentais para analisar a coesão e
integração social em diferentes contextos históricos e sociais. A menção à "Vida Besta" na tirinha sugere um
olhar crítico sobre a vida urbana contemporânea, refletindo sobre como os indivíduos se relacionam e se
integram em ambientes caracterizados por sua complexidade e dinâmica acelerada.

a) Incorreto. Este tipo de solidariedade é característico de sociedades mais simples e tradicionais, onde há
uma forte coesão baseada em semelhanças e compartilhamento de valores e crenças comuns entre os
membros. Em um contexto urbano e complexo, essa solidariedade é menos provável, tornando esta opção
menos adequada para a interpretação da tirinha.

b) Incorreto. O "fato social" é um conceito central na obra de Durkheim, referindo-se a maneiras coletivas
de pensar, sentir e agir que são externas ao indivíduo e exercem uma pressão sobre ele. Embora a vida na
cidade possa ser vista sob a lente da submissão aos fatos sociais, esta alternativa não aborda diretamente a
natureza da solidariedade ou coesão social.

c) Incorreto. Durkheim escreveu extensivamente sobre o suicídio, examinando suas causas sociais e como
certos fatores, como a falta de integração ou regulamentação, poderiam aumentar sua incidência. No
entanto, relacionar diretamente a vida urbana à "opção pelo suicídio" é uma leitura reducionista e não
aborda diretamente a natureza da coesão ou solidariedade social.

d) Correto. Esta é a solidariedade típica de sociedades complexas, como as urbanas, onde a interdependência
entre as partes (assim como os órgãos de um corpo) é o que mantém a coesão social. Em tais sociedades, a
diferenciação e a especialização são fundamentais, e os indivíduos se integram não por semelhanças, mas
por suas diferenças complementares. Esta alternativa parece ser a mais alinhada com a crítica apresentada
na tirinha.

e) Incorreto. Durkheim não utilizou o termo "solidariedade sociológica" em sua obra. Parece ser uma
tentativa de confundir ou distrair o leitor com uma terminologia que soa técnica, mas não tem relevância
direta para a questão.

Dada a descrição da tirinha e o contexto da vida urbana contemporânea, a opção "d) solidariedade orgânica"
parece ser a mais adequada para descrever a natureza da sociabilidade em ambientes urbanos complexos
conforme interpretado através das lentes de Émile Durkheim.

Gabarito: D

13. (Inédita/Profe. Alê Lopes)

A Rede Mulheres Produtoras do Pajeú nasceu em 2005, quando a Casa Mulher do Nordeste,
organização feminista do sertão pernambucano fundada na década de 1980, convidou algumas
mulheres produtoras para o Festival de Economia Popular e Solidária do Pajeú. A educadora
social Elizabete Ferreira foi uma delas. Está na associação desde o início e é parte integrante do
95

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grupo Guerreiras Pernambucanas, que trabalha com agricultura e a produção de sabonetes


líquidos de aroeira. A ideia principal era a de criar uma rede de apoio e de formação política e
agroecológica para poder diminuir o isolamento entre mulheres do sertão, além de ser um
movimento que olha com mais atenção para questões de gênero na região, principalmente
para casos de violência doméstica. Assim, a Rede se estabelece com base em três pilares:
agroecologia, feminismo e economia solidária.
(UOL. Feministas do sertão: quintais de agricultoras viram armas de transformação.
06/04/2021. Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-
noticias/2021/04/06/feministas-do-sertao-quintais-de-agricultoras-viram-armas-de-
transformacao.htm. Acesso em: 08/04/2021)
De acordo com o texto, a ação do movimento em questão
a) forma lideranças para disputar cargos eletivos em municípios rurais.
b) formaliza mulheres no mercado de trabalho e as transforma em operárias.
c) objetiva aumentar o ganho de escala lucrativo por meio do trabalho doméstico.
d) utiliza os quintais produtivos como uma estratégia de empoderamento feminino.

Comentários

a) falso, pois, por mais que o movimento acabe fortalecendo a liderança feminina na sociedade, por meio do
nome desse movimento social, fica claro que não se trata de um objetivo focado na política institucional.
Pelo contrário, o movimento busca gerar renda e diminuir situações de violência sobre as mulheres a partir
de ações no âmbito da sociedade civil.

b) errado, não se trata de uma relação de emprego em que, de um lado, há patrões e, do outro,
trabalhadoras. Veja que o pilar da economia solidária remete a um tipo de organização entre cooperados
(cooperativas).

c) falso, pois os pilares do movimento fortalecem a geração de riqueza para as próprias mulheres, para o
coletivo de uma forma geral, sem que haja a figura de um patrão exercendo uma relação de exploração do
trabalho.

d) correto. Veja que interessante essa estratégia do movimento, utilizar algo privado, um espaço que, para
muitas mulheres, é um refúgio contra as distintas opressões da sociedade machista. O refúgio do lar, quando
livre de opressão masculina e da violência doméstica pode desenvolver um potencial nas mulheres e, neste
caso, contribuir para a geração de renda e qualidade de vida.

Gabarito: D

14. (FGV 2019)

Atualmente, a economia sob demanda está alterando de maneira fundamental nossa relação
com o trabalho e com o tecido social no qual ela está inserida. Mais empregadores estão
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usando a “nuvem humana” para as coisas serem feitas. As atividades profissionais são
separadas em atribuições e projetos distintos; em seguida, elas são lançadas em uma nuvem
virtual de potenciais trabalhadores, localizados em qualquer lugar do mundo.
Klaus Schwab. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro, 2016.
Sobre as relações de trabalho na economia sob demanda, assinale a afirmativa incorreta.
a) Os prestadores de serviço não são mais empregados no sentido tradicional, mas
trabalhadores independentes que realizam tarefas específicas.
b) Os trabalhadores independentes realizam suas tarefas em casa, o que permite a
administração do próprio tempo, menor estresse e maior controle da cadeia produtiva.
c) Uma parte da força de trabalho, para gerar renda, pode ser, ao mesmo tempo, motorista da
Uber, locador da Airbnb e executar outras pequenas tarefas.
d) Os trabalhadores que se deslocam de tarefa em tarefa não usufruem dos direitos
trabalhistas, dos ganhos das negociações coletivas e da segurança no trabalho.
e) Os trabalhadores autônomos vivenciam novas relações de trabalho, em que os contratantes
estão desvinculados da obrigação de pagar salário mínimo e benefícios sociais.

Comentários

Esta questão é boa porque reflete as mais atuais relações de trabalho. Dela podemos refletir sobre como
trabalho mudou em tempos de pandemia, questão que, a propósito, tem grandes chances de cair na prova.
O enunciado cobra a alternativa errada.

A - está certo, pois o tipo de trabalhador autônomo passou a ter as relações de trabalho mediada por
aplicativos. Já tínhamos uma tendência de a informalização do trabalho crescer sobre a carteira assinada, de
modo que, no Brasil, essa tendência se potencializou nos últimos anos.

B - o final da afirmação está errado, pois o home office não significa, necessariamente, a diminuição do
estresse. Já havia uma polemica entre os especialistas antes da pandemia, após o isolamento social, muitos
especialistas têm afirmado que o trabalho em casa tem levado à exaustão21.

C - certa colocação. Ela expressa a situação de muitas pessoas que desenvolvem diversas atividades de
trabalho para aumentar a renda. Também tem sido comum as pessoas com trabalho formal, aproveitarem
seus deslocamentos para trabalhar com aplicativos de transporte, tanto no trajeto de ida para o trabalho,
quanto no de volta.

21
Home office na pandemia pode levar profissionais à exaustão. Folha de São Paulo. 4/abr/2020. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/sobretudo/carreiras/2020/04/home-office-na-pandemia-pode-levar-profissionais-a-
exaustao.shtml. Acesso em: 25/04/2020.

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D - correto.

E - correto.

Gabarito: B

15. (VUNESP/2018)

“A desagregação do regime escravocrata e senhorial ocorreu, no Brasil, sem que se oferecesse


aos antigos agentes do trabalho escravo assistência e garantias que os protegessem na
transição para o sistema de trabalho livre. Os senhores foram eximidos da responsabilidade
pela manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado, a Igreja ou qualquer outra
instituição assumissem encargos especiais, que tivessem por objeto prepará-los para o novo
regime de organização da vida e do trabalho.”
(Florestan Fernandes. A integração do negro na sociedade de classes. Volume 1, São Paulo:
Editora Globo, 2008, p. 29. Adaptado)
Segundo o texto, o processo de abolição da escravatura no Brasil
a) negou aos libertos o auxílio necessário para que se adaptassem às novas condições sociais.
b) ofereceu recursos institucionais para proteger e amparar os libertos na nova estrutura social.
c) impôs aos antigos senhores a obrigação de oferecer boas condições de vida aos libertos.
d) concedeu aos ex-escravos formação profissional para atenderem o mercado de trabalho.
e) proporcionou condições para que os antigos escravos fossem inseridos facilmente na
sociedade.

Comentários

O texto base dessa questão é bem objetivo. Por isso, ao ler as alternativas, temos facilidade de encontrar
aspectos que correspondem à crítica de Florestan Fernandes e aspectos que a contradizem. Fica muito claro
no excerto do enunciado que o sociólogo brasileiro perfaz o processo de abolição da escravatura no Brasil
denunciando sua fragilidade, principalmente no que se refere ao amparo (ou a falta dele) oferecido aos
negros libertos pelas instituições da época.

Nesse sentido, a única alternativa concernente ao pensamento de Florestan é a A. O Estado não ofereceu
recursos institucionais para amparar os negros, não responsabilizou os escravizadores pela compensação
dos prejuízos causados aos negros escravizados, não atendeu às exigências de formação profissional dos ex-
escravos e, por isso, não facilitou a inserção dos negros em sua nova condição de vida. Ao contrário disso
tudo, e de acordo com o que alude o texto-base da questão e com o que menciona a alternativa A, o Estado
brasileiro “negou aos libertos auxílio necessário para que eles se adaptassem às novas condições sociais”.

Gabarito: A

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16. (VUNESP/2018)

No mundo capitalista, a produção de bens e serviços que atende às necessidades da sociedade


foi um marco significativo na organização das relações sociais de hoje. O processo produtivo é
composto por três elementos principais, que, quando associados, permitem a funcionalidade
do sistema capitalista de produção. Sobre esses elementos, é INCORRETO afirmar que
a) o trabalho é uma atividade essencial, desenvolvida pelo ser humano, que transforma a
energia física e mental em força de trabalho, capaz de atuar sobre a natureza para produzir
excedentes.
b) o trabalho qualificado é realizado com certo grau de aprendizagem, devendo ser adquirido
em espaços sistematizados pela sociedade e em áreas específicas de atuação.
c) os seres humanos utilizam a matéria-prima para adquirirem os bens e serviços necessários à
manutenção da natureza e seus elementos constitutivos.
d) os recursos naturais são importantes para o processo produtivo, mas é um elemento
relativo, pois eles variam de acordo com a concepção cultural de cada sociedade.
e) as máquinas e os equipamentos são não só instrumentos de produção, mas também meios
materiais utilizados pelo homem para realizar o trabalho e produzir os bens e serviços
necessários à vida humana.

Comentários

Embora o enunciado não faça menção à Teoria Marxista, é sob sua orientação que a questão é formulada. O
candidato precisa compreender isso enquanto lê as alternativas, para que elas pareçam mais claras.

Conceber o modo de vida e de produção capitalista leva em consideração (I) o trabalho como seu elemento
central, (II) a necessidade de extração de excedentes produtivos na natureza, (III) a exigência de qualificação
técnica e intelectual para a atuação em setores avançados de produção, (IV) a adequação de cada sociedade
aos limites de insumos para a produção e (V) o papel dos meios de produção para a garantia de subsistência.

Todos esses pontos podem ser encontrados como componentes das alternativas A, B, D e E. Por isso, elas
não estão incorretas, elas correspondem à descrição marxista do modo de produção capitalista.

Já a alternativa C apresenta inconsistência ao dizer que, no modo de produção capitalista, a extração de


recursos da natureza não afeta seu equilíbrio e mantem ordenados seus elementos constitutivos. É CORRETO
afirmar que essa alternativa é incorreta, porque o que se vê no capitalismo é a ação humana degradando a
natureza.

Gabarito: C

17. (NC UFPR (FUNPAR) - 2021)

Considere a seguinte passagem:


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No final do século XIX e início do século XX, inúmeras leis de “proteção” à mulher passaram a
proibir o trabalho feminino em ocupações consideradas mais pesadas ou perigosas, já que isso
havia trazido problemas de ordem “moral” resultantes do fato de as mulheres terem mais
mobilidade fora do espaço da casa. Na França, uma lei de 1892 proibia as mulheres de exercer
o trabalho noturno. No Brasil, a mesma proibição foi expressa em um decreto de 1932. Embora
muitas dessas leis visassem à “proteção” das mulheres, exploradas pela indústria – assim como
ocorria com as crianças –, acabaram por confiná-las aos cuidados domésticos e a trabalhos
realizados em casa, sub-remunerados. Durante o século XX, as duas guerras mundiais voltaram
a impulsionar a presença das mulheres nas indústrias, pois, nesses momentos, os esforços
produtivos eram necessários. No entanto, com o fim do período de guerras, novamente se
reivindicou o retorno das mulheres à casa. O modelo de família almejado pela sociedade
industrial e fordista do pós-guerra centrou-se, então, no “homem provedor e na mulher
cuidadora”.
(SILVA, Afrânio et al. (orgs.). Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016. p. 338.)
Sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho, assinale a alternativa correta.
A) A inserção das mulheres no mercado de trabalho global significou a superação das
desigualdades de gênero pela conquista do poder financeiro.
B) A divisão de trabalho fundamentada nos sexos levou as mulheres para fora do espaço
doméstico contribuindo para a superação do patriarcado.
C) O desenvolvimento do capitalismo aboliu a distinção entre as atividades que têm lugar no
espaço da família considerado “reprodutivo”, e no espaço público, considerado “produtivo”.
D) A existência de uma dupla jornada (no trabalho e em casa), por vezes tripla (no trabalho, em
casa e na universidade), é um dos motivos para a proibição do trabalho das mulheres.
E) A proibição do trabalho noturno para as mulheres reforçou um efeito perverso da divisão
sexual do trabalho.

Comentários

A questão trata da participação das mulheres no mercado de trabalho, com foco na divisão sexual do
trabalho e nos efeitos das leis de proteção à mulher. O texto de apoio apresenta um panorama histórico,
destacando que, no final do século XIX e início do século XX, houve um movimento de proibição do trabalho
feminino em ocupações consideradas pesadas ou perigosas. Essas leis, embora visassem à proteção das
mulheres, acabaram por confiná-las aos cuidados domésticos e a trabalhos realizados em casa, sub-
remunerados.

(A) Incorreta. A inserção das mulheres no mercado de trabalho global não significou a superação das
desigualdades de gênero pela conquista do poder financeiro. Mesmo que as mulheres tenham conquistado
maior participação no mercado de trabalho, elas ainda recebem salários menores que os homens, ocupam
cargos de menor prestígio e sofrem com a discriminação.

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(B) Incorreta. A divisão de trabalho fundamentada nos sexos, que atribui às mulheres o cuidado com os filhos
e a casa, contribui para a manutenção do patriarcado. Ao confinar as mulheres ao espaço doméstico, essa
divisão de trabalho impede que elas ocupem posições de poder e de decisão na sociedade.

(C) Incorreta. O desenvolvimento do capitalismo não aboliu a distinção entre as atividades que têm lugar no
espaço da família considerado “reprodutivo”, e no espaço público, considerado “produtivo”. As mulheres
continuam a ser responsáveis pelo trabalho reprodutivo, mesmo que trabalhem fora de casa.

(D) Incorreta. A existência de uma dupla jornada (no trabalho e em casa), por vezes tripla (no trabalho, em
casa e na universidade), não é um dos motivos para a proibição do trabalho das mulheres. Pelo contrário, a
proibição do trabalho das mulheres é um dos fatores que contribui para a sobrecarga das mulheres, que
precisam conciliar o trabalho remunerado com o trabalho doméstico não remunerado.

(E) Correta. A proibição do trabalho noturno para as mulheres reforçou um efeito perverso da divisão sexual
do trabalho. Ao restringir as oportunidades de trabalho das mulheres, essa proibição contribuiu para confiná-
las ao espaço doméstico e reforçar a ideia de que as mulheres são menos capazes que os homens para o
trabalho produtivo.

Gabarito: E

18. (FADESP - 2020 - Técnico de Nível Superior (UEPA)/Ciências Sociais

A vida privada interfere na vida pública e é fator de restrição às mulheres. A divisão sexual do
trabalho impõe às mulheres maiores obrigações na vida privada do que aos homens. É correto
afirmar que
A isso ocorre porque a dualidade entre público e privado é problematizada nas teorias da
democracia.
B a persistência desses padrões destoam dos valores igualitários perseguidos pelas feministas.
C é preciso desnaturalizar esses padrões, que implicam desvantagens para as mulheres.
D a legislação e o cotidiano da vida brasileira são os fatores responsáveis por esses padrões.

Comentários

A questão trata da relação entre a vida privada e a vida pública, com foco na divisão sexual do trabalho e nas
desigualdades de gênero. O texto de apoio afirma que a vida privada interfere na vida pública e é fator de
restrição às mulheres, pois a divisão sexual do trabalho impõe às mulheres maiores obrigações na vida
privada do que aos homens.

(A) Incorreta. A dualidade entre público e privado é um conceito sociológico que, embora tenha sido
problematizado por algumas teorias da democracia, ainda é um importante elemento da organização social.
A divisão sexual do trabalho, por sua vez, é um fenômeno histórico e cultural, que não está diretamente
relacionado à dualidade entre público e privado.

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(B) Incorreta. A persistência dos padrões de divisão sexual do trabalho é o motivo pelo qual existe uma luta
do feminismo, que busca a igualdade de oportunidades e de direitos para homens e mulheres. Esses padrões
contribuem para a manutenção das desigualdades de gênero, pois limitam as possibilidades de atuação das
mulheres na vida pública.

(C) Correta. É preciso desnaturalizar os padrões de divisão sexual do trabalho, pois eles implicam
desvantagens para as mulheres. Esses padrões são construídos socialmente e, portanto, podem ser
alterados. A desnaturalização desses padrões implica, entre outras coisas, a conscientização da sociedade
sobre a importância da igualdade de gênero e a adoção de políticas públicas que promovam a equidade entre
homens e mulheres.

(D) Incorreta. A legislação e o cotidiano da vida brasileira são fatores que contribuem para a manutenção
dos padrões de divisão sexual do trabalho, mas não são os únicos fatores responsáveis. Esses padrões são
também resultado de fatores culturais e históricos.

Gabarito: C

19. (QUADRIX - 2017 - Professor Substituto Temporário (SEDF)/Sociologia)

A expressão “divisão social do trabalho” tem sido usada no sentido cunhado por Karl Marx e
também referendada por autores como Braverman e Marglin para designar a especialização
das atividades presentes em todas as sociedades complexas, independentemente de os
produtos do trabalho circularem como mercadoria ou não. Designa a divisão do trabalho social
em atividades produtivas, isto é, ramos de atividades necessárias para a reprodução da vida.
Marx, em O Capital, afirma que a divisão social do trabalho diz respeito ao caráter específico
do trabalho humano. Um animal faz coisas de acordo com o padrão e a necessidade da espécie
a que pertence. Enquanto a aranha é capaz de tecer e o urso de pescar, um indivíduo da espécie
humana pode ser, simultaneamente, tecelão, pescador, construtor e mil outras coisas
combinadas. Essa capacidade de produzir diferentes coisas e até de inventar padrões diferentes
dos animais não pode ser exercida individualmente, mas a espécie como um todo acha possível
fazer isso, em parte pela divisão do trabalho.
Internet: <www.sites.epsjv.fiocruz.br> (com adaptações).
Com base no texto e nas diferentes dimensões do trabalho, julgue o item a seguir.
A divisão social do trabalho apresenta e já apresentou, ao longo da história, diferentes critérios
para a sua realização, entre eles as diferenças sexuais.

C ) Certo
E ) Errado

Comentários

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A questão trata da divisão social do trabalho, com foco nas diferentes dimensões do trabalho e nos critérios
que podem ser utilizados para a sua realização. O texto de apoio apresenta uma definição de divisão social
do trabalho, destacando que essa divisão é característica das sociedades complexas e que pode ser baseada
em diferentes critérios, incluindo as diferenças sexuais.

A afirmativa de que a divisão social do trabalho apresenta e já apresentou, ao longo da história, diferentes
critérios para a sua realização, entre eles as diferenças sexuais. Essa afirmação está certa. O texto de apoio
afirma que a divisão social do trabalho pode ser baseada em diferentes critérios, incluindo as diferenças
sexuais. Essa divisão é baseada na ideia de que homens e mulheres são diferentes e, portanto, devem
desempenhar papéis diferentes na sociedade. Essa divisão sexual do trabalho é uma característica de muitas
sociedades, inclusive da sociedade brasileira.

Por exemplo, na sociedade brasileira, as mulheres tradicionalmente são responsáveis pelo trabalho
reprodutivo, como o cuidado com os filhos e a casa, enquanto os homens são responsáveis pelo trabalho
produtivo, como o trabalho remunerado. Essa divisão sexual do trabalho contribui para a manutenção das
desigualdades de gênero, pois limita as possibilidades de atuação das mulheres na sociedade.

Gabarito: Certo

20. (VUNESP/2015)

Analise a tabela a seguir.

A desigualdade de gênero relaciona-se com a estratificação social

A) pelo crescimento do número de mulheres ativas no mercado de trabalho, que levou ao


rebaixamento geral dos salários dos trabalhadores.

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B) pela ampliação da escolarização das mulheres que reduziu as disparidades salariais entre os
empregos femininos e masculinos.
C) pela manutenção da desvantagem da inserção produtiva das mulheres quanto ao nível de
remuneração mesmo quando possuem o mesmo nível de escolaridade dos homens.
D) pela ausência de legislação que garanta salário igual para trabalho igual.
E) pela ampliação dos salários masculinos em virtude da redução da presença feminina no
mercado de trabalho.

Comentários

A questão trata da desigualdade de gênero e sua relação com a estratificação social. A tabela
apresentada na questão mostra que, apesar do crescimento da participação das mulheres no mercado de
trabalho, elas ainda recebem salários menores que os homens, mesmo quando possuem o mesmo nível de
escolaridade.

(A) Incorreta. O crescimento do número de mulheres ativas no mercado de trabalho não


necessariamente leva ao rebaixamento geral dos salários dos trabalhadores. O que ocorre é que, em geral,
as mulheres ocupam posições de menor remuneração, o que contribui para a manutenção das desigualdades
salariais.

(B) Incorreta. A ampliação da escolarização das mulheres contribui para a redução das disparidades
salariais entre os empregos femininos e masculinos, mas não é suficiente para eliminá-las.

(C) Correta. A manutenção da desvantagem da inserção produtiva das mulheres quanto ao nível de
remuneração mesmo quando possuem o mesmo nível de escolaridade dos homens é um dos principais
indicadores da desigualdade de gênero na estratificação social.

(D) Incorreta. A ausência de legislação que garanta salário igual para trabalho igual é um fator que
contribui para a desigualdade de gênero, mas não é o único.

(E) Incorreta. A redução da presença feminina no mercado de trabalho não necessariamente leva à
ampliação dos salários masculinos. O que ocorre é que, em geral, as mulheres ocupam posições de menor
remuneração, o que contribui para a manutenção das desigualdades salariais.

Gabarito: C

21. (FCC/2012 - Professor Sociologia)

Anthony Giddens, em seu livro Sociologia, refere-se à “segregação ocupacional dos gêneros”
como explicação para o fato de homens e mulheres.
A) serem alocados em atividades de acordo com a sua capacidade profissional.

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B) estarem concentrados em tipos diferentes de empregos de acordo com a compreensão do


que seja a atividade adequada para cada sexo.
C) ocuparem distintas profissões de acordo com as oportunidades oferecidas pelo mercado de
trabalho.
D) apresentarem poucas ou nenhuma diferenças significativas quanto às possibilidades de
emprego, salário e posição na ocupação.

Comentários

A questão trata da segregação ocupacional dos gêneros, um fenômeno que consiste na concentração de
homens e mulheres em tipos diferentes de empregos.

(A) Incorreta. A capacidade profissional é construída socialmente e é influenciada por fatores culturais,
históricos e econômicos. A segregação ocupacional dos gêneros, por sua vez, é um fenômeno social que
reflete as normas e valores de uma determinada sociedade. Portanto, a afirmação de que os homens e as
mulheres são alocados em atividades de acordo com a sua capacidade profissional não é suficiente para
explicar a segregação ocupacional dos gêneros.

(B) Correta. Esta é a definição de segregação ocupacional dos gêneros apresentada por Anthony Giddens. A
segregação ocupacional dos gêneros ocorre porque homens e mulheres são socialmente designados para
papéis diferentes na sociedade. Esses papéis são baseados em ideias sobre o que é apropriado para homens
e mulheres, e essas ideias são refletidas nas oportunidades de emprego disponíveis para homens e mulheres.

(C) Incorreta. As oportunidades de emprego disponíveis para homens e mulheres são limitadas pelas normas
e valores sociais sobre os papéis de gênero. Portanto, a afirmação de que os homens e as mulheres ocupam
distintas profissões de acordo com as oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho não é suficiente
para explicar a segregação ocupacional dos gêneros.

(D) Incorreta. Os homens e as mulheres ainda apresentam diferenças significativas quanto às possibilidades
de emprego, salário e posição na ocupação. A segregação ocupacional dos gêneros é um dos principais
fatores que contribuem para essas desigualdades.

Gabarito: B

22. (FCC/2012 - Professor Sociologia)

Dados do IBGE mostram que, em 2009, no Brasil, as mulheres gastavam, em média, 22,0 horas
semanais em atividades domésticas, enquanto a média entre os homens foi de 9,5 horas. Esses
dados permitem a reflexão sobre a
A) divisão sexual do trabalho na sociedade brasileira.
B) separação entre trabalho produtivo e trabalho doméstico.
C) importância do trabalho doméstico.

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D) tendência natural das mulheres para o trabalho doméstico.

Comentários

A questão trata da segregação ocupacional dos gêneros, um fenômeno que consiste na concentração de
homens e mulheres em tipos diferentes de empregos.

(A) Incorreta. A capacidade profissional é construída socialmente e é influenciada por fatores culturais,
históricos e econômicos. A segregação ocupacional dos gêneros, por sua vez, é um fenômeno social que
reflete as normas e valores de uma determinada sociedade. Portanto, a afirmação de que os homens e as
mulheres são alocados em atividades de acordo com a sua capacidade profissional não é suficiente para
explicar a segregação ocupacional dos gêneros.

(B) Correta. Esta é a definição de segregação ocupacional dos gêneros apresentada por Anthony Giddens. A
segregação ocupacional dos gêneros ocorre porque homens e mulheres são socialmente designados para
papéis diferentes na sociedade. Esses papéis são baseados em ideias sobre o que é apropriado para homens
e mulheres, e essas ideias são refletidas nas oportunidades de emprego disponíveis para homens e mulheres.

(C) Incorreta. As oportunidades de emprego disponíveis para homens e mulheres são limitadas pelas normas
e valores sociais sobre os papéis de gênero. Portanto, a afirmação de que os homens e as mulheres ocupam
distintas profissões de acordo com as oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho não é suficiente
para explicar a segregação ocupacional dos gêneros.

(D) Incorreta. Os homens e as mulheres ainda apresentam diferenças significativas quanto às possibilidades
de emprego, salário e posição na ocupação. A segregação ocupacional dos gêneros é um dos principais
fatores que contribuem para essas desigualdades.

Gabarito: A

23. (CEBRASPE/2004 - Técnico (TERRACAP)/Especialista/Sociólogo)

Estudos e pesquisas acerca da estrutura e das tendências de desenvolvimento das sociedades


ocidentais altamente industrializadas mostram, de modo cada vez mais frequente, sua
caracterização como sociedade de serviços.
A respeito desse tema, julgue o item subsequentes
Uma das conseqüências da generalização do trabalho em serviços é a feminilização do mercado
de trabalho nas cidades, que resultou na equalização dos níveis salariais de homens e mulheres.

C ) Certo
E ) Errado

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A questão trata da feminilização do mercado de trabalho nas sociedades ocidentais altamente


industrializadas, com foco nas suas consequências. A questão afirma que uma das consequências da
feminilização do mercado de trabalho nas cidades é a equalização dos níveis salariais de homens e mulheres.
Essa afirmação está errada.

A feminilização do mercado de trabalho é um fenômeno que ocorre quando as mulheres passam a ocupar
um número crescente de empregos. Esse fenômeno é resultado de diversos fatores, como a mudança nos
papéis sociais das mulheres, o aumento da escolaridade feminina e a necessidade de as mulheres
trabalharem para complementar a renda familiar. A equalização dos níveis salariais de homens e mulheres é
uma meta que ainda não foi alcançada na maioria das sociedades ocidentais. Mesmo em setores onde as
mulheres são maioria, como o setor de serviços, elas ainda recebem salários menores que os homens.

Os principais fatores que contribuem para a desigualdade salarial entre homens e mulheres são: a
segregação ocupacional dos gêneros, que leva as mulheres a ocuparem profissões de menor remuneração;
a discriminação salarial, que leva as empresas a pagar salários menores às mulheres, mesmo quando elas
ocupam o mesmo cargo que os homens; a falta de políticas públicas que promovam a igualdade salarial.

Portanto, a afirmativa está errada, pois afirma que a feminilização do mercado de trabalho nas cidades
resultou na equalização dos níveis salariais de homens e mulheres. Essa afirmação não é sustentada pelos
dados empíricos.

Gabarito: Errado

24. (Com. Org. IFTO/2016/Professor Sociologia)

Assinale a alternativa que não corresponde a uma característica do trabalho nas sociedades
tribais.
A) O trabalho proporciona o acúmulo de excedentes que originarão as distinções de classe.
B) Produzem para viver para prover às festas e presentear sempre na medida do que é
necessário.
C) O trabalho está vinculado às demais atividades sociais como as relações de parentesco,
religião, educação.
D) O trabalho não está separado em uma área definida e autônoma.
E) Caso alguma mudança diminua o tempo necessário para a obtenção dos meios de
sobrevivência esse tempo não será usado para mais produção.

Comentários

Segundo as teorias sociológicas do trabalho, as sociedades tribais são sociedades de subsistência, ou seja,
produzem o necessário para sua própria sobrevivência. O trabalho, nessas sociedades, é uma atividade
coletiva, realizada por todos os membros da comunidade, de acordo com suas habilidades e capacidades. O
trabalho não é visto como uma atividade separada das demais atividades sociais, mas está intimamente
ligado a elas.
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A) Incorreta. Nas sociedades tribais, o trabalho não proporciona o acúmulo de excedentes que originarão as
distinções de classe. Essas sociedades geralmente são caracterizadas por uma economia de subsistência,
onde a produção é voltada para o atendimento das necessidades imediatas, sem a formação de excedentes
significativos.

B) Correta. Nas sociedades tribais, a produção é voltada para a vida, para prover às festas e presentear
sempre na medida do que é necessário. Não há uma produção excedente significativa.

C) Correta. O trabalho nas sociedades tribais está vinculado às demais atividades sociais como as relações de
parentesco, religião, educação. Não há uma separação rígida entre o trabalho e outras esferas da vida social.

D) Correta. Nas sociedades tribais, o trabalho não está separado em uma área definida e autônoma. Ele está
integrado a outras atividades da vida social.

E) Correta. Se alguma mudança diminui o tempo necessário para a obtenção dos meios de sobrevivência,
esse tempo não será usado para mais produção. Isso está alinhado com a lógica de economia de subsistência
das sociedades tribais.

Gabarito: A

25. (VUNESP/2023 – Professor/Sociologia)

O capitalismo envolve a insulação do econômico em relação ao político contra a tela de fundo


do trabalho e mercados de produtos competitivos. A vigilância, por sua vez, é fundamental a
todos os tipos de organização associados à ascensão da modernidade, em particular o estado-
nação, que se entrelaça historicamente com o capitalismo em seu desenvolvimento mútuo. Da
mesma forma, há vínculos substantivos íntimos entre as operações de vigilância dos estados-
nação e a natureza alterada do poder militar no período moderno.
Assinale a alternativa que melhor descreve a relação mencionada no trecho fornecido.
A) A vigilância é exclusiva dos estados-nação e não está relacionada ao desenvolvimento do
capitalismo.
B) O desenvolvimento do capitalismo e dos estados- -nação está intrinsecamente ligado, assim
como a vigilância é uma característica essencial de ambos.
C) O capitalismo e o poder militar estão separados e não têm influência um sobre o outro.
D) A insulação do econômico em relação ao político é uma característica exclusiva dos
mercados de produtos competitivos.
E) O desenvolvimento econômico acima das relações políticas é uma característica exclusiva
dos mercados de produtos competitivos.

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O trecho fornecido aborda a relação entre capitalismo, vigilância e estados-nação. O texto afirma que o
capitalismo envolve a insulação do econômico em relação ao político, enquanto a vigilância é fundamental
a todos os tipos de organização associados à ascensão da modernidade, em particular o estado-nação. Além
disso, o texto aponta que há vínculos substantivos íntimos entre as operações de vigilância dos estados-
nação e a natureza alterada do poder militar no período moderno.

(A) Errada. A vigilância não é exclusiva dos estados-nação. Ela pode ser exercida por outras organizações,
como empresas privadas, organizações religiosas ou mesmo indivíduos. Além disso, o texto afirma que a
vigilância é uma característica essencial do capitalismo. O texto afirma que a vigilância é fundamental a todos
os tipos de organização associados à ascensão da modernidade, em particular o estado-nação. Isso significa
que a vigilância não é exclusiva dos estados-nação, mas também está presente em outras organizações
modernas. Além disso, o texto afirma que o capitalismo envolve a insulação do econômico em relação ao
político, mas que a vigilância é uma característica essencial de ambos. Isso significa que a vigilância é uma
característica essencial do capitalismo, mesmo que não seja exclusiva dos estados-nação.

(B) Correta. O desenvolvimento do capitalismo e dos estados-nação está intrinsecamente ligado, assim como
a vigilância é uma característica essencial de ambos. O texto afirma que o capitalismo e o estado-nação se
entrelaçam historicamente em seu desenvolvimento mútuo. Isso significa que ambos os sistemas estão
intimamente ligados e influenciam-se mutuamente. Além disso, o texto afirma que a vigilância é
fundamental a ambos os sistemas.

(C) Errada. O capitalismo e o poder militar estão separados, mas têm influência um sobre o outro. O texto
afirma que há vínculos substantivos íntimos entre as operações de vigilância dos estados-nação e a natureza
alterada do poder militar no período moderno. Isso significa que o capitalismo e o poder militar estão
interligados e influenciam-se mutuamente.

(D) Errada. A insulação do econômico em relação ao político não é uma característica exclusiva dos mercados
de produtos competitivos. O texto afirma que o capitalismo envolve a insulação do econômico em relação
ao político. No entanto, essa característica não é exclusiva dos mercados de produtos competitivos. Ela
também pode ser encontrada em outros tipos de sistemas capitalistas, como os sistemas de economia mista.

(E) Errada. O desenvolvimento econômico acima das relações políticas não é uma característica exclusiva dos
mercados de produtos competitivos. O texto afirma que o capitalismo envolve a insulação do econômico em
relação ao político. No entanto, essa característica não significa que o desenvolvimento econômico esteja
acima das relações políticas. Na verdade, o texto afirma que o desenvolvimento do capitalismo e dos
estados-nação está intrinsecamente ligado. Isso significa que o desenvolvimento econômico e as relações
políticas estão intimamente interligados.

Gabarito: B

26. (QUADRIX - 2017 - Professor/Sociologia)

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, desviamo-nos dele. A cobiça
envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito

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marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da produção veloz,
mas nos sentimos enclausurados dentro dela.
A máquina, que produz em grande escala, tem provocado a escassez. Nossos conhecimentos
fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos
de afeição e doçura!
Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido.
Charles Chaplin. Internet: <www.klepsidra.net> (com adaptações).
Considerando o texto como motivação inicial, julgue o item a seguir.
A produção de alimentos em larga escala, por causa do uso do maquinário, garante aos seres
humanos a produção e distribuição dos alimentos de forma igualitária.
C) Certo
E) Errado

Comentários

O texto de Charles Chaplin aborda a relação entre a produção industrial, o capitalismo e a humanidade. O
autor critica a cobiça e a falta de humanidade que, segundo ele, são características da sociedade industrial.

A questão afirma que a produção de alimentos em larga escala, por causa do uso do maquinário, garante
aos seres humanos a produção e distribuição dos alimentos de forma igualitária. Essa afirmativa é errada. O
texto de Chaplin afirma que a produção industrial, ao contrário de garantir a igualdade, provoca a escassez
e a miséria. Isso ocorre porque a produção industrial é organizada de forma capitalista, o que significa que
ela é direcionada para o lucro, e não para o bem-estar da população. Além disso, o uso do maquinário na
produção industrial tende a concentrar a riqueza nas mãos de poucos, o que também contribui para a
desigualdade.

Gabarito: Errado

27. (UNEB - 2012 - Analista de Processos Sociais (CERB)/Sociologia)

Entre os diversos processos históricos que contribuíram para o nascimento da sociedade


moderna capitalista, dois se destacam como os mais importantes no que tange às suas
influências nos primórdios da sociologia. Esses são:
A) A Revolução Industrial e a Revolução Francesa
B) O Renascimento e a Expansão Comercial marítima
C) A Revolução Americana e os movimentos de descolonização da América

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D) A Guerra dos Sete Anos e a Revolução Puritana inglesa


E) A Comuna de Paris e a Revolução Russa.

Comentários

O surgimento da sociologia como disciplina científica está intimamente relacionado às transformações


sociais, econômicas e políticas ocorridas no século XIX. Nesse contexto, dois processos históricos se destacam
como os mais importantes: a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.

(A) Correta. A Revolução Industrial e a Revolução Francesa foram dois processos históricos que marcaram o
início da sociedade moderna capitalista. A Revolução Industrial, com o surgimento da indústria e da
urbanização, provocou profundas mudanças sociais, econômicas e culturais. A Revolução Francesa, com a
queda do absolutismo e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, estabeleceu os princípios da
democracia e da igualdade.

Essas mudanças e transformações motivaram o surgimento da sociologia, uma disciplina que se dedica ao
estudo da sociedade. Os primeiros sociólogos, como Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber, foram
influenciados pelas transformações sociais e políticas ocorridas no século XIX.

A Revolução Industrial e a Revolução Francesa foram dois processos históricos que provocaram profundas
mudanças sociais, econômicas e culturais. Essas mudanças motivaram o surgimento da sociologia, uma
disciplina que se dedica ao estudo da sociedade.

(B) Errada. O Renascimento e a Expansão Comercial marítima foram processos históricos que ocorreram no
século XV e XVI. Eles não tiveram a mesma influência que a Revolução Industrial e a Revolução Francesa no
surgimento da sociologia.

Enquanto o Renascimento foi um movimento cultural que valorizou a razão e a ciência, a Expansão Comercial
marítima levou ao contato com novas culturas e ao surgimento de novas formas de pensamento. No entanto,
esses processos não provocaram as mesmas transformações sociais e políticas que a Revolução Industrial e
a Revolução Francesa.

(C) Errada. A Revolução Americana e os movimentos de descolonização da América ocorreram no século


XVIII e XIX. Eles foram importantes processos políticos que contribuíram para o surgimento dos Estados-
Nação. No entanto, eles não tiveram a mesma influência que a Revolução Industrial e a Revolução Francesa
no surgimento da sociologia.

A Revolução Americana foi um processo de independência que levou à formação dos Estados Unidos. Os
movimentos de descolonização da América levaram à formação de novos países na América Latina e no
Caribe. Esses processos contribuíram para o surgimento de novas formas de organização social e política,
mas não provocaram as mesmas transformações sociais e culturais que a Revolução Industrial e a Revolução
Francesa.

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(D) Errada. A Guerra dos Sete Anos e a Revolução Puritana inglesa ocorreram no século XVIII. Eles foram
importantes processos políticos que contribuíram para a formação do Estado-Nação. No entanto, eles não
tiveram a mesma influência que a Revolução Industrial e a Revolução Francesa no surgimento da sociologia.

A Guerra dos Sete Anos foi um conflito militar que envolveu a França, a Inglaterra e outras potências
europeias. A Revolução Puritana inglesa foi um processo político que levou à formação da República Inglesa.
Esses processos contribuíram para o fortalecimento do Estado-Nação, mas não provocaram as mesmas
transformações sociais e culturais que a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.

(E) Errada. A Comuna de Paris e a Revolução Russa ocorreram no século XIX e XX. Elas foram importantes
processos políticos que contribuíram para a formação dos Estados socialistas. No entanto, elas não tiveram
a mesma influência que a Revolução Industrial e a Revolução Francesa no surgimento da sociologia.

A Comuna de Paris foi um processo político que levou à formação de uma república socialista na cidade de
Paris. A Revolução Russa foi um processo político que levou à formação da União Soviética. Esses processos
contribuíram para o surgimento de novos modelos de organização social e política, mas não provocaram as
mesmas transformações sociais e culturais que a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.

Gabarito: A

28. (CEBRASPE (CESPE) - 2011 - Professor (SEDUC AM)/Sociologia)

Com relação ao contexto histórico do surgimento da sociologia, julgue o item a seguir.


Com o fim do sistema feudal, a mão de obra camponesa migrou para o ambiente de trabalho
industrial.
C) Certo
E) Errado

Comentários

A)O item está certo. O fim do sistema feudal, que ocorreu no século XVIII, levou à desintegração da sociedade
rural e à migração da mão de obra camponesa para as cidades. Essa migração foi motivada por diversos
fatores, como a expropriação das terras dos camponeses, a crescente mecanização da agricultura e a
ascensão do capitalismo.

O sistema feudal era baseado na servidão, uma forma de trabalho compulsório em que os camponeses eram
obrigados a trabalhar nas terras de seus senhores feudais. Com o fim do sistema feudal, os camponeses
foram libertados da servidão e tornaram-se livres para se deslocarem.

No entanto, a maioria dos camponeses não possuía terras próprias e, por isso, precisavam encontrar outras
formas de sustento. A ascensão do capitalismo e a crescente mecanização da agricultura levaram à
diminuição da demanda por mão de obra rural. Isso, por sua vez, incentivou a migração da mão de obra
camponesa para as cidades, onde havia oportunidades de trabalho nas indústrias.

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A migração da mão de obra camponesa para as cidades foi um processo complexo que teve um impacto
significativo na sociedade. Ela contribuiu para o crescimento das cidades, a formação da classe trabalhadora
e o surgimento de novos problemas sociais, como a pobreza e a desigualdade.

Portanto, o item está correto ao afirmar que, com o fim do sistema feudal, a mão de obra camponesa migrou
para o ambiente de trabalho industrial.

Gabarito: Certo

29. Instituto Consulplan - 2023 - Analista do Executivo (SEGER ES)/Ciências Sociais

Somos assim levados a considerar a divisão do trabalho sob um novo aspecto. Neste caso,
com efeito, os serviços econômicos que ela proporciona são de menor monta ao lado do efeito
moral que produz, e sua verdadeira função é criar entre duas ou mais pessoas um sentimento
de solidariedade.
(DURKHEIM, 2010, p. 63.)
Considerando a divisão do trabalho e sua relação com a solidariedade proposta por Émile
Durkheim, analise as afirmativas a seguir.
I. A solidariedade não pode jamais existir entre outrem e nós a não ser que a imagem desse
outrem se una a nossa. Mas quando a união resulta da semelhança de duas imagens, ela
consiste em uma aglutinação.
II. As grandes sociedades políticas só podem se manter em equilíbrio graças à especialização
de tarefas que a divisão do trabalho é a fonte, senão a única, pelo menos a principal da
solidariedade social
III. Quanto mais solidários sejam os membros de uma sociedade, mais eles mantêm relações
diversas, sejam uns com outros, sejam com o grupo tomado coletivamente. Porque se os seus
contatos fossem raros, eles não dependeriam uns dos outros se não de maneira frágil e
intermitente.
IV. O estudo da solidariedade pertence à sociologia. É um fato social que só pode conhecer por
meio de seus efeitos sociais. Se tantos moralistas e psicólogos puderam tratar a questão sem
seguir esse método é porque eles contornaram a dificuldade.
Está correto o que se afirma em
A I, II, III e IV.
B I e II, apenas.
C II e III, apenas.
D III e IV, apenas.
E I, II e IV, apenas.

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Comentários

A questão aborda a relação entre a divisão do trabalho e a solidariedade social, de acordo com a teoria de
Émile Durkheim.

I. Essa afirmativa está correta. Durkheim afirma que a solidariedade social é baseada na interdependência
entre os indivíduos. Essa interdependência pode ser baseada na semelhança, ou seja, na identificação dos
indivíduos com os valores e normas da sociedade. Nesse caso, a solidariedade é do tipo mecânico.

II. Essa afirmativa também está correta. Durkheim afirma que a divisão do trabalho é a principal fonte da
solidariedade social nas sociedades complexas. Isso ocorre porque a divisão do trabalho leva à
interdependência entre os indivíduos, que precisam cooperar para atender às necessidades da sociedade.

III. Essa afirmativa também está correta. Durkheim afirma que a solidariedade social é fortalecida pela
diversidade de relações sociais. Isso ocorre porque a diversidade de relações leva os indivíduos a conhecerem
melhor as necessidades uns dos outros, o que aumenta a sua interdependência.

IV. Essa afirmativa também está correta. Durkheim afirma que a solidariedade social é um fato social, ou
seja, um fenômeno que ocorre na sociedade e que é independente das vontades individuais. Por isso, o
estudo da solidariedade deve ser feito pela sociologia, que é a ciência que estuda os fatos sociais

Gabarito: A

30. CETAP - 2023 - Técnico em Gestão de Meio Ambiente (SEMAS PA)/Ciências Sociais

A Função da Divisão do Trabalho em Emile Durkheim tem como pressuposto que:


A nas sociedades modernas, em que predomina uma solidariedade orgânica, a Divisão do
trabalho tem a função de manter o equilíbrio da sociedade, diante das diferenças existentes na
mesma.
B a solidariedade mecânica contribui para a função social do trabalho como objetivo de
aproximar os diferentes.
C nas sociedades Modernas, prevalece uma consciência moral em relação aos indivíduos e aos
fatos sociais.
D a função da divisão do trabalho é apenas de organizar as sociedades tradicionais.
E a divisão do trabalho é algo específico do mundo econômico, que foi estruturado
conceitualmente por Emile Durkheim, tendo como principal característica a
multifuncionalidade do trabalhador.

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A questão aborda a função da divisão do trabalho nas sociedades modernas, segundo a teoria de Émile
Durkheim.

A. Essa alternativa está correta. Durkheim afirma que a divisão do trabalho é a principal fonte da
solidariedade orgânica, que é o tipo de solidariedade social predominante nas sociedades modernas. A
solidariedade orgânica é baseada na interdependência entre os indivíduos, que precisam cooperar para
atender às necessidades da sociedade.

B. Essa alternativa está errada. Durkheim afirma que a solidariedade mecânica é o tipo de solidariedade
social predominante nas sociedades tradicionais, que são caracterizadas pela semelhança entre os
indivíduos. A solidariedade mecânica é baseada na identificação dos indivíduos com os valores e normas da
sociedade.

C. Essa alternativa está errada. Durkheim afirma que as sociedades modernas são caracterizadas pela divisão
do trabalho, que leva à especialização das funções sociais. Essa especialização, por sua vez, leva à
fragmentação da consciência moral, que torna os indivíduos menos conscientes dos valores e normas da
sociedade.

D. Essa alternativa está errada. Durkheim afirma que a divisão do trabalho é uma característica das
sociedades modernas, mas também ocorre em sociedades tradicionais, embora em menor grau.

E. Essa alternativa está errada. Durkheim afirma que a divisão do trabalho é uma característica de todas as
esferas da vida social, não apenas do mundo econômico. Além disso, a divisão do trabalho não tem como
principal característica a multifuncionalidade do trabalhador, mas a especialização das funções sociais.

Gabarito: A

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Querida e querido, chegamos ao fim da nossa primeira aula.
E se você chegou até aqui parabéns, você está no caminho certo para conquistar seus
sonhos. Guerreiro não para no meio da missão!
Na próxima aula teremos uma aula histórica, prepare-se :)
Faça todos os exercícios. E se aparecerem dúvidas, vá ao Fórum de Dúvidas.
Nos vemos na próxima aula!
Um beijo, um abraço apertado e um suspiro dobrado, de amor sem
fim!
bons estudos!!

Alê Lopes

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