Resumos Direitos Fundamentais 1º Semestre
Resumos Direitos Fundamentais 1º Semestre
Resumos Direitos Fundamentais 1º Semestre
6. Sentido da distinção
A CRP distingue direitos de liberdade e direitos sociais art.9º, definindo como df, num sistema torna -os complementares,
interdependentes.
Os direitos de liberdade - são direitos de agir, direitos negativos. Tem um conteúdo determinado ao nível de normas
constitucionais. Constam de normas constitucionais precetivas.
Os direitos sociais - são direitos de exigir, direitos positivos. Ambos acompanhados de deveres de proteção do Estado.
tem um conteúdo determinado por opção do legislador ordinário. Constam de normas programáticas.
10. Direitos de exercício individual, de exercício coletivo e de exercício individual e coletivo simultaneamente
Direitos de exercício individual: os direitos de existência, desenvolvimento da personalidade, liberdades etc.
Direitos de exercício coletivo: liberdade de reunião, impressa, greve, manifestações etc.
Direitos de exercício individual e coletivo em simultâneo: liberdade de expressão e informação, religião e culto, petição etc.
4. Deveres na constituição
Os direitos da CRP de 1976 são acompanhados por deveres. Distinguimos: deveres dos cidadãos perante o Estado e
outras entidades publicas (ex: dever de obediência à lei art.21º; dever de sufrágio art.49º n2; dever de pagar impostos
art.103º n3) e deveres dentro da sociedade civil (ex: deveres dos cônjuges art.36º n3; dever de defender e promover a
saúde art, 64º n1; dever de defender o ambiente art.66º n1). Distinguem-se as restrições, limites, proibições e vedações.
5. A interpretação e a integração de harmonia com a Declaração Universal
O art. 16º n2, clarifica e alarga o catalogo de direitos. Os df num contexto mais solido do que a Constituição em sentido
instrumental e ficam imbuídos dos princípios e valores da Declaração, como parte essencial da ideia de Direito à luz da
qual todas as normas constitucionais têm de ser pensadas e postas em pratica.
Fundamento do sistema
1. A dignidade da pessoa humana
- Fundamento da Republica: A ligação jurídico-positiva entre df e dignidade da pessoa humana só começa em textos
internacionais e constituições subsequentes à 2ºGM.
A Constituição no art. 1º, a República "baseada na dignidade da pessoa humana", em que "todos os cidadãos têm a mesma
dignidade social e são iguais perante a lei" que remete ao art. 26º, n2 e n3. No art. 59º n1 b), art. 67º n2 e) e art. 206º.
Confere uma unidade de sentido, de valor e de concordância prática ao sistema de df, e repousa na dignidade da pessoa
humana, ou seja, na conceção que faz da pessoa fundamento e fim da sociedade e do Estado. De modo a que os DLG e
os DESC têm a sua fonte ética na dignidade da pessoa humana. E art. 1 Declaração Universal.
A dignidade é um princípio que coenvolve todos os princípios relativos aos direitos e deveres das pessoas e à posição
do Estado perante elas. Princípio axiológico fundamental e limite do poder constituinte, serve de critério de interpretação
e integração. Não é um direito, mas fundamento de todos os direitos. Valor absoluto. Pode haver ponderação da
dignidade de uma pessoa com a dignidade de outra pessoa, não com qualquer outro princípio, valor ou interesse.
- CRP: A dignidade da pessoa humana é dignidade da pessoa humana individual e concreta; - implica a dignidade da vida
humana; - é da pessoa já nascida e desde a sua conceção; - é do homem e da mulher, sendo português ou não, em
igualdade; - implica o respeito da orientação sexual, sem discriminação; - determina a garantia dos direitos de liberdade.
- É individual e concreta: A dignidade da pessoa humana é da pessoa individual e concreta não de um ser ideal e abstrato.
- Dignidade da pessoa e dignidade da vida: a dignidade da pessoa humana implica a dignidade da vida, toda a vida
humana tem valor em si propria e toda a vida humana possui o mesmo valor. A vida humana é inviolável art. 24º CRP,
33º n6, 32º n6, 19º n6. A dignidade da pessoa é tanto da pessoa já nascida como da pessoa desde a conceção, porque a
vida humana é inviolável (art. 24º n1), porque a Constituição garante a dignidade pessoal e a identidade genética do ser
humano (art. 26° n1) e a procriação assistida é regulamentada em termos que salvaguardem a dignidade da pessoa
humana (art. 67º n2, e)).
- Dimensão da dignidade: > é da pessoa em qualquer dos géneros, presentes todas as faculdades da humanidade. A
respeito e a garantia da intimidade das pessoas art. 26º n 1 e 2, art. 35º n1, 2, 3 e 4, art. 41º n3, art. 34º e art.65º n1;
> determina o respeito dos direitos de liberdade, art. 26º n1, 41º n5, 42°, 43º, 37°,47º, 49º n2, 67º n2 d) e art. 72, n° 1;
> exige condições de vida capazes de assegurar liberdade e bem-estar (art. 22º, 23° e 25º da Declaração Universal);
> O seu respeito justifica a criminalização da ofensa de bens jurídicos subjacentes aos df, de acordo com a consciência
jurídica geral e um princípio de proporcionalidade, e requer a proteção da vítima. O ofendido tem o direito de intervir no
processo nos termos da lei (art. 32º n7) e de obter adequadas medidas de proteção e segurança;
> Permanece, independentemente dos seus comportamentos, mesmo quando ilícitos e sancionados pela ordem juridica.
2. Estado de direito
É necessário que se não verifique incompatibilidade entre elemento subjetivo e objetivo na CRP, em que os df tenham
um quadro institucional de desenvolvimento, que a garantia da liberdade se faça através da divisão do poder. A síntese
destes princípios vem a ser o Estado de direito - só existe quando esses processos se encontram diferenciados por diversos
órgãos, de harmonia com um principio de divisão do poder e que o Estado aceita suja subordinação a critérios que o
transcendem, salvaguarda dos df da pessoa humana.
Princípios comuns a todos os direitos: Princípio da Universalidade (art. 12º); Princípio da Igualdade (art. 13); Princípio
da Proporcionalidade (arts. 2º, 18º n2, 19° n4 e 8, 266º n2, 270º e 272º n2), são resolvidas as colisões de direitos e entre
direitos e deveres; Princípio da proteção da Confiança (art. 266º, n2); Princípio da eficácia jurídica dos direitos
fundamentais (art. 19º n3); Princípio da tutela jurídica, através dos tribunais (arts. 20º, 202º, 268º n4 e 5, e 280º n1 e 2),
do Provedor de Justiça (art. 23º) e do direito de petição (art. 52º, n1); Princípio da Responsabilidade Civil, das entidades
públicas e dos titulares dos seus órgãos, funcionários e agentes em caso de violação de direitos (arts. 22º e 269º n1).
Princípios específicos do regime dos DLG: Princípio da reserva de lei (art. 18º n2 e 3); Princípio do sentido restritivo das
restrições (art. 18º n2 e 3); Princípio do sentido excecional da suspensão (art. 11º); Princípio da afetação individual
apenas verificados pressupostos e as garantias da CRP e da lei (arts. 27º n2 e 3, 36º n6); Princípio da responsabilidade
criminal em caso de violação pelos titulares dos órgãos do poder político e pelos funcionários e agentes do Estado e das
demais entidades públicas (arts. 117º, n1 e 269º).
Princípios específicos dos DESC: Princípio da exigência de efetivação pública (art. 9° d)); Princípio da iniciativa social
(arts. 63º n5, 64º n3 d etc. ); Princípio da democracia participativa (art. 2º, 54 n5 etc.); Princípio da dependência da realidade
constitucional (art. 9°, alínea d)); Princípio da relevância das condições económicas dos titulares (arts. 20º n1 e 64º n2 a)).
Princípios comuns
- Principio da universalidade
É o primeiro princípio comum aos df e aos demais direitos existentes na ordem jurídica portuguesa, todos os que fazem
parte da comunidade política fazem parte da comunidade jurídica, são titulares dos direitos e deveres aí consagrados; Os
df têm ou podem ter por sujeitos todas as pessoas integradas na comunidade política, no povo.
O principio da universalidade (todos têm todos os direitos e deveres, diz respeito aos destinatários) não se confunde com
o principio da igualdade (todos têm os mesmos direitos e deveres, diz respeito ao seu conteúdo). Aplica-se a todos os
portugueses, em território nacional ou estrangeiro art. 14º.
3. Igualdade e lei
A igualdade perante a lei não é igualdade exterior à lei. É igualdade na lei, tem por destinatários os próprios órgãos de
criação de Direito. A igualdade perante a lei não equivale a igualdade perante os atos legislativos. É igualdade perante o
Direito, é igualdade na criação e na aplicação do Direito. Os seus destinatários são os órgãos políticos e legislativos, os
tribunais e os órgãos administrativos.
5. As discriminações positivas
Com a democracia e o Estado social surgiram as discriminações positivas ou situações de vantagem. Ex: proteção do
trabalho das mulheres durante a gravidez art. 59º n2 c), proteção do trabalho de menores e pessoas com deficiência art.
59º n2 c), garantias dos salários art. 59º n3.
2. Formas de violação
A mais corrente forma de violação do princípio consiste no excesso de interferência legislativa, afetando o conteúdo ou
o exercício de um direito. No entanto, os DLG podem ser violados não só por excesso como por insuficiênc ia ou
incumprimento por parte do Estado de deveres de proteção. Pode haver violações por excesso de proteção, quando o
Estado conceda a certa categoria de pessoas ou de situações uma proteção descabida.
Desproporcionalidade negativa – insuficiência ou o défice de proteção.
Desproporcionalidade positiva – arbítrio e a infração do subprincípio da proibição de excesso.