AULA 1 - Acepções Do Direito

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Afrânio Faustino de Paula Filho

Volume 1
Ana Lúcia Carrilo de Paula Lee

Instituições de Direito
Público e Privado
1

AULA
Direito: o que é isto?
Metas da aula
Identificar o surgimento do Direito como saber, desde as
raízes greco-romanas até o ordenamento jurídico atual.
Apresentar os ramos dos Direitos Público e Privado e
distinguir o campo de ação de cada um deles.
objetivos

Esperamos que, após o estudo do conteúdo


desta aula, você seja capaz de:

demonstrar que a palavra “direito” possui


1 vários significados, originados de uma raiz
comum;

identificar os diversos ramos do Direito e suas


2
subdivisões;

dar exemplos da aplicação prática do Direito


3
nos diversos aspectos da vida.
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?

INTRODUÇÃO

Antígona, de Frederic Leighton.


(www.secrel.com.br/ jpoesia/feito100.html)

Antígona: Prendeste-me; desejas mais que a minha morte?


Creonte: Não quero mais; é tudo quanto pretendia.
Antígona: Então, por que demoras? Em tuas palavras não há nada
de agradável. Da mesma forma, as minhas devem ser-
te odiosas. E quanto à glória, poderia haver maior que
dar ao meu irmão um funeral condigno? (Designando
o Coro com um gesto.) Eles me aprovariam, todos,
se o temor não lhes tolhesse a língua, mas a tirania,
entre outros privilégios, dá o de fazer e o de dizer sem
restrições o que se quer.
Creonte: Só tu, entre os tebanos, vês dessa maneira.
Antígona: Eles também, mas silenciam quando surges.
Creonte: Não coras por pensar, só tu, diversamente?
Antígona: Não há vergonha alguma em nos compadecermos dos
que nasceram das entranhas de onde viemos.
Creonte: E aquele que morreu lutando contra o outro, também
não era teu irmão, do mesmo sangue?
Antígona: Do mesmo sangue, de um só pai e uma só mãe.
Creonte: Por que, então, distingues impiamente o outro?
Antígona: O morto não confirmará essas palavras.
Creonte: Confirmará, se a distinção o iguala ao ímpio.
Antígona: Foi como irmão que ele morreu, não como escravo.
Creonte: Destruindo a cidade; o outro, defendendo-a.
Antígona: A morte nos impõe as suas próprias leis.
Creonte: Mas o homem bom não quer ser igualado ao mau.
Antígona: Quem sabe se isso é consagrado no outro mundo?
Creonte: Nem morto um inimigo passa a ser amigo.
(Sófocles, Antígona)

8 CEDERJ
UNIDADE I
Muito da importância da mitologia grega se deve à formação dos arquétipos,

1
espécie de personagens que condensam características comuns a todos os

AULA
seres humanos. Da mitologia surgem os conceitos básicos sobre os quais Freud
construiu a Psicanálise, e nos mitos gregos encontram-se discussões sobre
temas sempre atuais. Na tragédia Antígona (442 a.C.), de Sófocles da qual
extraímos um pequeno trecho, é possível identificar algumas questões que vão
nos interessar muito para a compreensão do Direito e de suas mais variadas
manifestações na vida cotidiana.
Antígona, cujos irmãos morreram em batalha, luta para dar a um deles um
funeral digno, o que contrariava as regras segundo as quais vivia a população
de Tebas, ou ainda seu ordenamento jurídico, conforme veremos ao longo
desta aula. Na peça, tudo parte de um impasse: um dos irmãos de Antígona,
morto como guerreiro tebano, merece honras de herói. O outro, opositor do
governo de Tebas, deve receber o tratamento dispensado aos inimigos. É contra
o procedimento ditado pelo Estado que Antígona se levanta, alegando ser a
morte de um ente uma questão particular, um assunto familiar.
Interessa-nos perceber que daí já se apresenta uma oposição entre o que se
convencionou chamar Direito Natural e Direito Positivo, conforme estudaremos
ao longo desta aula. Mas são objeto de estudo do Direito ainda outros aspectos
da peça; um deles é o que se refere à Democracia. Em Antígona, Sófocles deixa
evidente a importância da Democracia na Grécia Antiga, tirando-a da pequena
esfera política de Atenas e levando-a como uma necessidade para as outras
cidades gregas; no caso, para Tebas. Perceba que a mudança das regras, ou do
ordenamento jurídico, de uma sociedade (como a transição de uma monarquia
para uma democracia) implica também o urgimento de novos deveres e de
novos direitos por parte dos cidadãos, o que deixa claro que, quando falamos
em Direito, podemos estar usando o termo em suas mais diversas acepções.

PRINCIPAIS ACEPÇÕES JURÍDICAS DA PALAVRA "DIREITO"

Todo termo tem sua acepção, seu sentido, seu significado. Quando
falamos em Direito, sob a ótica dos que vivem em sociedade, é comum
pensarmos na contrapartida do termo, que seriam os deveres. Estamos
acostumados a assumir que nosso papel dentro de nossa comunidade
é regido por nossos direitos e deveres. Os deveres – somos capazes de
concordar – referem-se a nossas obrigações, ao que se espera de cada
um de nós. E os direitos?

CEDERJ 9
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?

A palavra “direito”, conforme esclarece Nascimento (1990),


“formou-se da junção latina dis (muito, intenso) mais rectum (reto),
significando, portanto, muito reto, muito justo”.

E continua o autor:

Tenha-se, porém, em conta que directum é do latim popular ou


do baixo-latim. No latim clássico, o direito qualifica-se por ius (ou
jus), provavelmente originado do sânscrito iás, relativo ao recinto
sagrado onde se ministrava a justiça.

A origem desses termos é controversa. Embora estudiosos do


mundo inteiro concordem que o nascimento da palavra “justiça” remonte
ao sânscrito, vários são os termos desse idioma que se tomam como ponto
de partida para a “justiça” em sua acepção moderna.

!
As origens
controversas da Justiça

Justiça: palavra de origem controvertida,


não só quanto ao significado, mas também
quanto à etimologia. Para alguns autores, Jus, justitia
e justum derivam do radical ju (yu), do sânscrito (língua
clássica da Índia). Ju (yu), em sânscrito, significa unir,
atar, dando origem, em latim, a jungere (jungir) e jugum
(jugo, submissão, autoridade). Outros referem-se à palavra
yóh, sânscrito também, encontrada no Livro dos Vedas (livro
sagrado dos hindus, que corresponde à Bíblia, à Torá e ao
Corão), dando a idéia de salvação. Na Idade Moderna, jus
foi associado a Zeus ou Júpiter, divindade suprema de
gregos e romanos. As explicações não são excludentes,
revelando uma primeira noção de justiça associada
a um relacionamento sob proteção divina (Lyra
Filho, Roberto. O que é Direito. São
Paulo: Brasiliense, 1985).

Dessa forma, explicam-se em nosso idioma as diversas palavras


relacionadas ao Direito, mas que derivam etimologicamente do jus latino.
É o caso de justiça, júri, justo, jurista, jurisconsulto, jurisprudência etc.

10 CEDERJ
UNIDADE I
Especificamente no sentido jurídico, que é o que interessa à

1
compreensão desta disciplina, a palavra “direito” pode ser empregada

AULA
em diversas acepções, todas com sentido próprio.
Eis algumas delas:
O Direito como ciência: a História, a Sociologia, a Economia, a
Antropologia etc. são áreas do saber cujos princípios e métodos estão
sistematizados. Cada uma dessas ciências fornece suas próprias respostas
aos impasses que se apresentam na vida cotidiana e propõe soluções
novas. Nesse sentido, o Direito ocupa um lugar distinto nos domínios
das Ciências Sociais.
O Direito como justiça: é quando dizemos que alguém se bateu
ardorosamente pelo respeito ao Direito convencionado, ou quando
utilizamos o termo para afirmar que, por exemplo, a Organização das
Nações Unidas (ONU) defende a prevalência do Direito no âmbito
internacional. Nesses casos, estamos usando a palavra no sentido de
justiça, externando assim a importância dos deveres de cada um para
com a coletividade.
O Direito como ordenamento jurídico: ao mencionarmos a
existência do Direito Romano, do Direito francês ou do Direito brasileiro,
estamos utilizando o vocábulo em um outro sentido, qual seja um sistema
de normas ou regras jurídicas que traga aos homens determinadas formas
de comportamento, vigentes em um dado momento histórico.
Note que é nesta última acepção, a de ordenamento jurídico, a
de conjunto de normas jurídicas, que a palavra é normalmente mais
utilizada. Os Direitos Constitucional, Administrativo, Tributário, Civil
e do Trabalho nada mais são do que aspectos do ordenamento jurídico
brasileiro, do Direito brasileiro.

!
Direito ou jurisprudência?

A ciência do Direito, lembra Reale (2000), “durante muito


tempo teve o nome de jurisprudência, que era a designação
dada pelos jurisconsultos romanos. Atualmente, a palavra possui uma
significação estrita, usada para indicar a doutrina que se vai firmando
através de uma sucessão convergente e coincidente de decisões judiciais ou
de resoluções administrativas (jurisprudências judicial e administrativa)”.
Isso equivale a dizer que, hoje, o termo jurisprudência se refere à
regra que surge depois que juízes decidem de forma idêntica
sobre diversos casos semelhantes.

CEDERJ 11
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?

!
Jurista ou
jurisconsulto?

Jurisconsulto é o estudioso do Direito


encarregado de emitir opiniões ou pareceres
jurídicos. Ex.: advogados, procuradores, assessores
jurídicos, dentre outros profissionais do Direito.
Jurista é o estudioso do Direito. É um termo com
sentido mais genérico do que o de jurisconsulto, que
nele se engloba. Embora alguns dicionários não
estabeleçam esta diferença, para nós, juristas, ela
deve ser notada.
Assim, pode-se dizer que todo jurisconsulto
é um jurista, mas nem todo jurista é
um jurisconsulto.

Atividade 1
1
Primeiros conceitos em Direito
Numere a primeira coluna de acordo com a segunda:
( ) Decisão reiterada de juízes, baseada em precedentes.
( ) Aquele que estuda o Direito.
( ) As férias são um direito do trabalhador.
( ) Aquele que emite opiniões ou pareceres jurídicos.
( ) Cabe ao Direito estudar a criminalidade.
( ) Norma explícita no texto constitucional.

1. O Direito como o “justo”


2. O Direito como ciência
3. Jurista
4. Jurisconsulto
5. Direito Positivo
6. Jurisprudência

Resposta
6, 3, 1, 4, 2, 5.

12 CEDERJ
UNIDADE I
DIREITO NATURAL: ANTERIOR AO ORDENAMENTO

1
AULA
Iniciamos esta aula a partir de um trecho da tragédia Antígona.
Já na introdução, você viu que, por mais que uma sociedade, num
determinado momento, se organize de forma a respeitar ou não certos
direitos individuais, há, entre as pessoas, a noção de que certos valores
são anteriores a qualquer organização social. É daí que parte a distinção
que se faz, no estudo do Direito, entre o Direito Natural e o Direito
Positivo.
O Direito Natural é o ordenamento jurídico ideal, correspondente
a uma justiça superior e suprema. Baseia-se nas idéias de um movimento
ético e filosófico da Grécia clássica: o estoicismo helênico.
As éticas helenísticas (ou gregas) partiam à procura do bem
individual, de uma sabedoria que representasse a plenitude da realização
subjetiva: o alcance da perfeita serenidade interior, independente das
circunstâncias. O bem não teria mais o sentido metafísico que propunha
Platão – fundamento das idéias, dos modelos do mundo corpóreo, e,
conseqüentemente, sustentação tanto do sujeito do conhecimento e da
ação quanto da própria realidade objetiva.
O bem das éticas helenísticas tinha acepção estritamente existencial:
era o bem como sinônimo do que é bom para o indivíduo, para a vida
de cada homem.
Para traçar o caminho que conduz à serenidade interior, algumas
éticas helenísticas, e entre elas o estoicismo, partiam de uma concepção
do universo fundamentada em termos racionais. Ao contrário do que
propunha o socratismo, os estóicos faziam da ciência sobre a natureza
das coisas a base para as suas construções morais.
Pois se toda a Natureza está regida por leis eternas, universais e
imutáveis, por que não os seres humanos? Este era o questionamento dos
filósofos gregos que fundamentava a idéia de que um Direito Natural
perpassa toda a existência humana.
Esses questionamentos acerca de leis anteriores à organização
social, atreladas à condição humana, serão, mais tarde, enfocados por
vários outros filósofos, em diversas épocas da humanidade.

CEDERJ 13
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?

Tomás de Aquino e
Hugo Grócio: reformadores do
Direito Natural

?
Na Idade Média, Tomás de Aquino (1225-1274), que veio a
ser canonizado pela Igreja Católica, resume o Direito Natural com
a seguinte frase: “É preciso fazer o bem e evitar o mal.” Para ele, o
Direito Natural tinha origem divina, o que se chocava com a idéia inicial
defendida por gregos e romanos.
A partir de Hugo Grócio (1583-1645),
filósofo holandês que declarou que o
Direito Natural existiria mesmo que
Deus ou qualquer outra divindade
não existisse, as idéias de Santo Tomás
perderam a força.
Sob o influxo das propostas de Hugo
Grócio acerca da inquestionabilidade
dos direitos naturais, ocorreram os
movimentos libertários do século
XVIII, tais como as Revoluções Ameri-
cana e Francesa. Naquela época, a
Santo Tomás de importância do Direito Natural era Para Grócio, o Direito
Aquino. Natural é ainda anterior à
tão grande que os revolucionários
crença em Deus.
franceses o colocaram como limite à atuação do
poder legislativo.
Na "Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão", de
1789, em seu art. 2º, referiam-se: “O fim de toda
associação política é a conservação dos
direitos naturais e imprescindíveis
do homem”.

O DIREITO POSITIVO: VALE O QUE ESTÁ ESCRITO

No século XIX, com a ascensão da doutrina positivista, a


importância do Direito Natural passa a ser secundária, pois, para os
positivistas, todo conhecimento deve ser baseado nos fatos e na realidade
concreta do homem. Surge daí o termo Direito Positivo, no sentido de
que só vale o direito que está escrito, que foi “positivado” pelo Estado,
através de seu órgão competente: o Poder Legislativo.
Filósofos contemporâneos, no entanto, redirecionaram este
conceito, para que o Direito Natural fosse encarado como uma bússola
que conduziria o Direito Positivo ao objetivo final, o bem comum, o
ideal de justiça.

14 CEDERJ
UNIDADE I
Assim, hoje, o Direito Natural deixa de ser antagônico ao Direito

1
Positivo, como queriam os positivistas, passando – e este é o entendimento

AULA
moderno – a ser norteador do Direito Positivo.
A seguir, apontamos as principais diferenças entre Direito Positivo
e Direito Natural:

Direito Positivo Direito Natural


Temporal (existe em
Atemporal
determinada época)
Formal (depende de
formalidades para sua Informal
existência)
Dimensão espacial (vigência
Independe de local.
em local definido. Varia de
É universal
sociedade para sociedade)
Existe antes do homem. Cabe
ao homem apenas identificá-
Criado pelo homem lo, fazendo com que surja
espontaneamente para a
sociedade
Escrito (códigos, leis,
Não escrito
jurisprudência)
Mutável (altera-se mediante a Imutável
vontade do homem)

O Direito Positivo, quando em vigor, isto é, quando em condições


de ser aplicado, de alicerçar nossa pretensão jurídica, é denominado
Direito Objetivo. No Direito Romano, era conhecido como norma agendi
(norma de ação). O Direito Objetivo se refere ao que é determinado por
lei, a algo que se deve fazer para se estar de acordo com a lei. Exemplo:
é proibido fumar em elevadores.
Ao Direito Objetivo opõe-se o Direito Subjetivo (facultas agendi,
faculdade de ação). O Direito Subjetivo se refere ao que se pode fazer,
ao que é permitido, concedido pela lei. O direito à defesa, presente em
qualquer processo judiciário, é um exemplo de Direito Subjetivo.

CEDERJ 15
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?

Para saber mais sobre Direito Natural, acesse os endereços:

http://www.prgo.mpf.gov.br/doutrina/OSMAR-12.htm
http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/margarid.htm
http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=6

Sobre a Revolução Norte-Americana:


http://www.culturabrasil.pro.br/indepeua.htm
http://www.dhnet.org.br/oficinas/scdh/parte1/2c2.html

Você pode também assistir a esses filmes:


O patriota (2000), de Roland Emmerich.
Sinopse: um pacífico fazendeiro é levado a comandar uma milícia colonial durante a Revolução
Americana, quando um sádico oficial britânico assassina seu filho (fonte: www.imdb.com).

Revolução (1985), de Hugh Hudson.


Sinopse: um nova-iorquino comum toma parte no conflito colonial depois que seu filho é recrutado.
A certa altura da trama, convence-se da importância de lutar pela independência do país em relação
à metrópole inglesa.

Sobre a Revolução Francesa:


http://www.dhnet.org.br/oficinas/scdh/parte1/2c2.html

Há bons filmes sobre o tema. Eis dois exemplos:


Danton, o processo da Revolução (1983), de Andrzej Wajda.
Sinopse: Em novembro de 1793, o líder exilado Danton retorna a Paris e crê que, com o apoio da
população, pode encerrar a série de execuções políticas, iniciadas por Robespierre, que ficaram
conhecidas historicamente como “O Terror”.

A história de duas cidades (1980), de Jim Goddard.


Sinopse: baseado na obra de Charles Dickens, o filme trata de uma história de amor tumultuada
pelos julgamentos políticos decorrentes da Revolução Francesa.

O livro História moderna e contemporânea, de Alceu Luiz Pazzinato e Maria Helena Valente Senise
(Ed. Ática), tem bons capítulos sobre ambas as revoluções.

Atividade 2
O poder e o ter de fazer 2

Marque a alternativa correta:


2.1. É denominado, desde a época dos romanos, facultas agendi, isto é, a faculdade
que cada pessoa tem de agir de acordo com o disposto na norma jurídica:
( ) Direito Natural
( ) Direito Objetivo
( ) Direito Positivo
( ) Direito Subjetivo

2.2. É denominado, desde a época dos romanos, norma agendi, isto é, a norma de ação,
aquela em que se alicerça o nosso pedido quando nos julgamos prejudicados:
( ) Direito Natural
( ) Direito Objetivo
( ) Direito Positivo
( ) Direito Subjetivo

Respostas
2.1. Direito Subjetivo; 2.2. Direito Objetivo.

16 CEDERJ
UNIDADE I
DIREITO SUBJETIVO E DIREITO OBJETIVO

1
AULA
O Direito Subjetivo significa a possibilidade, a faculdade de alguém
exercer um direito contido em normas do ordenamento jurídico vigente,
que, como foi visto anteriomente, é denominado Direito Objetivo.
Para que você entenda ainda melhor, veja a opinião de Secco
(2000) sobre o assunto:

Direito Positivo é o conjunto de normas de conduta, legisladas


ou provenientes do costume, que, estando em vigor ou tendo
vigorado em certa época, disciplinam ou disciplinaram o inter-
relacionamento, a convivência do homem.

E continua:

O conceito de Direito Positivo que damos é bastante amplo, como


pode ser constatado, pois abrange não só o direito em vigor (direito
vigente) como o já fora de vigor (direito histórico), o direito escrito
(direito codificado e legislado) como o direito não-escrito (direito
costumeiro ou consuetudinário).

Assim, podemos concluir que o Direito Objetivo, que é o direito


vigente, é parte do Direito Positivo, mas não se confunde com ele.
Por outro lado, ele fala em costume, em Direito Costumeiro ou
Consuetudinário. Você sabe o que é isso? Não? É o que veremos na

!
próxima aula. Por ora, adiante.

!
Direito Objetivo – norma agendi.
Direito Subjetivo – facultas agendi.

Direito em vigor = direito vigente.


Direito fora de vigor = direito histórico.
Direito escrito = direito legislado, codificado.
Direito não-escrito ou oral = direito costumeiro ou
consuetudinário.

CEDERJ 17
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?

DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO

Vista a origem e tecidas algumas considerações sobre a natureza do


Direito, estudaremos agora a estrutura e os ramos do Direito moderno,
com destaque para a maneira como se apresentam no ordenamento
jurídico brasileiro.
Apenas para fins didáticos, o Direito costuma ser dividido em
dois grandes ramos: o do Direito Público e o do Direito Privado. Esta
é uma divisão herdada do Direito Romano, base do Direito brasileiro,
e foi proposta por um célebre jurisconsulto romano chamado Domício
Ulpiano, cujos trabalhos formaram a base da legislação romana escrita,
o que ocorreu apenas no fim do Império Romano.

Ulpiano, a base das


leis romanas

Domício Ulpiano (170-224) foi um


jurisconsulto clássico romano nascido

?
em Tiro, Fenícia. Caracterizada pelo
espírito humanista e eqüitativo, sua obra foi
fundamental na evolução do Direito Romano e do
Direito Bizantino. Residente desde a juventude em
Roma, ocupou cargos administrativos importantes
nos reinados de Sétimo Severo (146-211), Caracala
(188-217) e Alexandre Severo (209-235) e foi assessor
(205-211) do jurista imperial Papiniano.
Banido por Heliogábalus (203-222), depois da morte de
Caracala (217), voltou a Roma a chamado de Alexandre
Domício Ulpiano.
Severo e, nomeado seu principal conselheiro, trouxe para
Roma a tolerância para com os cristãos.
Foi nomeado prefeito do suprimento de trigo e prefeito pretoriano, ou seja, comandante
da guarda pretoriana (222). Ao tentar limitar o poder dos pretorianos, foi assassinado por
eles em Roma (224).
A maior parte de sua vasta obra jurídica foi escrita em apenas seis anos (212-217), durante
o reinado de Caracala. Seus trabalhos eram amplos e abrangentes, e formaram a base da
legislação romana codificada nos fins do Império. Nela se destacam as coleções Libri ad
Sabinum (Livros sobre Sabino) e Libri ad edictum praetoris urbani (Livros sobre os editos
dos pretores urbanos), comentários sobre Direito Privado, Penal e Administrativo.
O estudo do Direito Romano foi desenvolvido paulatina e juntamente com as
obras de outros famosos juristas como Gaio, Paulo, Papiniano, Modestino e
Tribuniano, que convenceram o Imperador de Roma (211-217) Caracala a
estender o direito de cidadania a todos os habitantes das províncias.
Coube inclusive a Tribuniano a consolidação final do Direito
Romano.
É de Ulpiano a frase: “Tais são os preceitos do
Direito: viver honestamente, não ofender
ninguém, dar a cada um o que lhe
pertence.”

18 CEDERJ
UNIDADE I
Àquela época, o Direito Público dizia respeito aos interesses do

1
Estado, enquanto o Direito Privado atendia aos interesses dos particulares.

AULA
Mas essa idéia evoluiu e, hoje em dia, o Direito Público não reflete apenas
interesses do Estado: o particular também é incluído, ainda que de forma
secundária. Exemplo disso é o casamento “no civil”.
O mesmo se dá em relação ao Direito Privado, em que prevalecem
os interesses dos particulares, muito embora o Estado também se faça
presente, inclusive participando da elaboração da própria legislação
aplicável. Isso é feito através do Poder Legislativo, que é o poder que
tem a função principal de elaborar as leis. Há um bom exemplo disso
no campo do Direito do Trabalho: a Consolidação das Leis Trabalhistas
(CLT) obriga a existência de um conselho fiscal em qualquer sindicato,
uma vez que, mesmo sendo entidades de Direito Privado, os sindicatos
revestem-se de características essencialmente públicas, além de lidarem
com o patrimônio e os interesses de um universo de pessoas maior do
que seus quadros societários.
Note que esta classificação do Direito em Público e Privado,
originada no Direito Romano e utilizada até hoje, inclui ainda outras
subdivisões. Podemos esquematizá-las da seguinte forma:

Direito Público Direito Internacional Público


Externo

Direito Público
Direito Constitucional
Interno
Direito Administrativo
Direito Tributário
Direito Penal
Direito Processual

DIREITO – Público e Privado

Direito Público
Externo Direito Internacional Privado

Direito Público Direito Civil (comum)


Interno Direito Comercial (comum)
Direito do Trabalho (especial)

CEDERJ 19
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?

Se analisarmos o esquema anterior, podemos perceber que os dois


ramos do Direito, o Público e o Privado, dividem-se em duas grandes
categorias: o Direito Externo (ou Internacional) e o Direito Interno (ou
Nacional).
A respeito desses dois âmbitos, é simples compreender que
o Direito Internacional Público refere-se às relações travadas entre
países. Organismos internacionais como a já citada ONU baseiam-se no
ordenamento jurídico público, já que medeiam conflitos entre países.
Na mesma linha de raciocínio, é coerente pensar que o Direito
Internacional Privado diz respeito aos interesses dos particulares
submetidos ao ordenamento jurídico de mais de um país. É o caso
das famosas empresas multinacionais (ou transnacionais, aquelas que
mantêm sua sede em um país e operam em outros).
No âmbito interno (ou nacional), ambos os ramos do Direito, o
Público e o Privado, referem-se às relações internas de um país, sejam
elas travadas entre cidadãos ou entre os cidadãos e o Estado.
Adiante, veremos mais a fundo de que trata cada um dos ramos
do Direito.

Atividade 3
O Direito em sociedade 1 2 3

Imagine que uma comunidade organizada, extinta há 500 anos, tinha suas normas
sistematizadas em uma espécie de Constituição. O sistema produtivo dessa comunidade
era o agrícola. Segundo definiram seus líderes, todos os que não tivessem alguma
função dentro do governo deveriam viver do que plantassem. Metade da colheita de
cada família era destinada ao governo, que exportava esses produtos, e metade poderia
ficar com a família. Aos chefes da casa que desrespeitassem essa regra eram reservados
a forca e um funeral público, quando era lida uma declaração de culpa que deveria ser
assinada por seus filhos.
Agora, com base no que você leu, identifique os trechos em que se pode travar uma discussão
sobre Direito Natural, Positivo, Objetivo, Subjetivo, Histórico, Público e Privado.
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20 CEDERJ
UNIDADE I
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AULA
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Resposta Comentada
Se definirmos que estamos tratando de uma comunidade organizada, cujas
normas estão sistematizadas em uma espécie de constituição, identificamos aí
a presença do Direito Positivo. Como dissemos que a comunidade está extinta
há 500 anos, podemos falar sobre Direito Histórico, ou sobre o direito fora de
vigor. Do fragmento, tiramos ainda que todos os que não tivessem alguma função
dentro do governo deveriam viver do que plantassem, além de ceder metade da
produção para o Estado, o que fala sobre Direito Público e sobre Direito Objetivo
(normas agendi). Ainda sobre a colheita, repare que metade da produção poderia
ficar com a família, o que caracteriza um direito subjetivo dessa população (facultas
agendi). Como vimos que pais de família que desrespeitassem essa regra eram
condenados à forca e a exposição pública, trava-se aí a antiga discussão entre
Direito Público e Privado. A mesma discussão a que assistimos no início desta
aula, na tragédia Antígona.

DEZ RAMOS DO DIREITO E SEUS OBJETOS DE ESTUDO

Já vimos que, para fins didáticos, o Direito divide-se em Público


e Privado. Já listamos também suas subdivisões. Veja agora de que trata
cada um desses ramos.
Direito Internacional Público – ocupa-se dos interesses de Estados
independentes (ou soberanos), como o Brasil, a Argentina, os Estados
Unidos da América, dentre outros. Um exemplo de sua aplicação é a
celebração de tratados entre nações. Uma boa medida de seu objeto
de estudo pode ser alcançada em um passeio pelo site da ONU na
internet: www.un.org. Outros exemplos de entidades internacionais
são a Organização Mundial do Comércio (OMC) e os recém-formados
blocos multinacionais, como a Comunidade Européia.

CEDERJ 21
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?

Direito Constitucional – estuda a Constituição, a principal lei de


um país, onde estão definidos a organização do Estado e os direitos, as
garantias e os deveres individuais e coletivos. Tomemos, por exemplo,
o sistema de previdência social. Num dado país, a previdência será
centralizada? Será gerenciada por quem? Impasses sobre previdência
serão resolvidos à luz do Direito Constitucional. Note que adquirir um
exemplar da Constituição Brasileira pode ser uma boa idéia. Além do
caráter instrutivo e da grande ajuda que a leitura de nossa Carta Magna
pode oferecer a um estudo mais aprofundado do Direito Constitucional,
ali estão abordadas questões bastante práticas da vida cotidiana. Na
internet, a Constituição está disponível em diversos sites oficiais, como
o do Palácio do Planalto: www.planalto.gov.br.
Direito Administrativo – trata das normas que regulam a
Administração Pública, uma estrutura de que se vale o governante para
poder realizar os fins do Estado. Um exemplo de ato jurídico ligado a
esse ramo do Direito é a nomeação de um servidor público.
Direito Tributário – estuda as normas que regulam a arrecadação
dos tributos, especialmente os impostos, indispensáveis para que o
governo tenha recursos para realizar seus objetivos. A isenção ou
a redução de impostos para empresas que investem em projetos
beneficentes é um exemplo de sua aplicação. No Brasil, o órgão que
cuida da arrecadação de impostos é o Ministério da Fazenda.
Direito Penal – trata das condutas prejudiciais à sociedade,
denominadas crimes ou contravenções, previstas no Código Penal ou
em outras leis, como a Lei das Contravenções Penais. Um homicídio,
por exemplo, é objeto do Direito Penal. O Código Penal Brasileiro se
encontra no site do Ministério da Justiça: www.mj.gov.br.
Direito Processual – compreende as regras para a submissão ao
Poder Judiciário dos conflitos que venham a se estabelecer no seio da
sociedade. Possibilita a formação e o desenrolar do processo judicial.
Por exemplo: um processo não pode ser iniciado pelo juiz sem que o
interessado lhe dirija uma petição. É a partir daí que o juiz determina
o comparecimento do réu, para que este, se quiser, se defenda das
acusações que lhe foram feitas.

22 CEDERJ
UNIDADE I
Direito Internacional Privado – compreende as regras que regulam

1
os problemas ocasionados pelo conflito de leis de mais de um país onde

AULA
as pessoas concentrem seus interesses. Perceba que, uma vez em solo
estrangeiro, certos direitos seus ficam submetidos às regras daquele
país. Exatamente como acontece quando você visita a casa de alguém.
Se, por exemplo, um brasileiro casa-se no Brasil, o casamento fica
submetido à legislação brasileira. Quando um brasileiro se casa com
uma estrangeira que more no exterior, por outro lado, surge o problema
da lei a ser aplicada: a brasileira ou a estrangeira. A questão é de Direito
Internacional Privado.
Direito Civil – parte do Código Civil onde estão reunidas as
principais regras que regulam os interesses dos particulares, tais como as
que dizem respeito à família, à propriedade, aos contratos e aos bens em
geral. Se, por exemplo, uma mulher deseja o divórcio, se um proprietário
de imóvel quer despejar o inquilino, se alguém deixa de pagar uma dívida,
todas essas situações são objeto do Direito Civil. Para ler o Código Civil,
acesse o site do Ministério da Justiça.
Direito Comercial – é o conjunto de regras que regulam a atividade
comercial. Tem como base o Código Comercial, o Código Civil e leis
esparsas. Exemplo: uma empresa de grande porte é sociedade anônima
fechada, mas decide tornar-se aberta para novos acionistas.
Direito do Trabalho – trata das regras que dizem respeito à
relação entre patrão e empregado, previstas na Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT). A demissão sumária ou arbitrária de um funcionário
é assunto a ser levado à Justiça do Trabalho.
Estudar, portanto, as Instituições de Direito Público e Privado
é inteirar-se sobre um pouquinho de cada um dos ramos do Direito
Público e do Direito Privado, além de situar-se melhor na sociedade e
compreender seu papel social. E é isto que vamos fazer ao longo das
nossas aulas.

CEDERJ 23
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?

Atividade 4
Os ramos da lei e suas aplicações 2 3

Tendo em vista os principais ramos do Direito Público e do Direito Privado, correlacione


os enumerados a seguir:
1. Direito Internacional Público
2. Direito Constitucional
3. Direito Tributário
4. Direito Penal
5. Direito Civil
6. Direito do Trabalho

( ) Carteira de Trabalho e Previdência Social.


( ) indivíduo falsifica a assinatura de alguém em um documento.
( ) direitos e garantias fundamentais dos cidadãos.
( ) adesão do Brasil a um acordo comercial.
( ) pagamento do Imposto de Renda pelo cidadão.
( ) aquisição de uma casa por uma pessoa.

Resposta
6, 4, 2, 1, 3 e 5.

CONCLUSÃO

Nesta aula, você aprendeu que a palavra "direito" tem vários


significados. Já teve também a chance de determinar aqueles que são de
maior interesse para a nossa disciplina. Pôde, ainda, compreender por
que o nome desta disciplina é Instituições de Direito Público e Privado,
além de saber o que vamos estudar ao longo dela.
As expressões Direito Natural, Direito Positivo, Direito Objetivo,
Direito Subjetivo e Direito Histórico também são muito importantes para
evoluirmos em nossos conhecimentos jurídicos, razão pela qual também
identificamos o conteúdo de cada uma.

24 CEDERJ
UNIDADE I
Atividade Final

1
AULA
O ordenamento em desordem 1 2 3

Qualquer que seja o contexto em que esteja inserida, uma revolução implica uma
ruptura drástica do ordenamento vigente em uma sociedade. A partir dos conceitos
estudados nesta aula, reflita e apresente exemplos de como um processo revolucionário
pode alterar cada um dos seguintes aspectos jurídicos de uma sociedade:

1. Direito Positivo

2. Direito Objetivo

3. Direito Subjetivo

4. Direito Natural

5. Direito Histórico

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Resposta Comentada
1. Direito Positivo – uma revolução, quando vitoriosa, destitui o Estado vigente, desconsidera a
Constituição que estiver em vigor e cria seu próprio ordenamento, normalmente desvantajoso
para os formuladores do ordenamento anterior.
2. Direito Objetivo – com a ascensão de um novo Estado e o estabelecimento de um novo
ordenamento, alteram-se também as obrigações dos indivíduos, que passam a responder
a uma nova autoridade.
3. Direito Subjetivo – na esteira do Direito Objetivo, a faculdade de ação dos indivíduos
pode ser também alterada. Algumas revoluções podem impor regras mais flexíveis para
o trato do indivíduo com o Estado (como ocorreu na Europa, nas chamadas Revoluções
Burguesas de 1830 e de 1848), enquanto outras podem cobrar um alinhamento
político maior, como ocorreu na adesão de países ao redor do mundo ao sistema
socialista, após 1917.

CEDERJ 25
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?

4. Direito Natural – assim como ocorre com o Direito Subjetivo, uma revolução pode trazer
em si, por exemplo, um caráter religioso e supra-estatal, o que valorizaria as garantias
naturais do indivíduo. Pode também significar o estabelecimento de um novo Estado, mais
repressor, que se imponha sobre as vontades individuais através de forte legislação positiva,
alegando uma noção de “bem comum”.
5. Direito Histórico – este é o Direito que não se altera. Um código de leis, ainda que fora
de vigor, caracteriza o Direito Histórico, que poderá servir sempre de referência para aquela
sociedade.

RESUMO

Diversas são as acepções da palavra "direito". Se os ordenamentos jurídicos


ao redor do mundo estabelecem normas, benefícios e obrigações, houve
sempre ao longo da História quem defendesse que certos valores são
anteriores a qualquer organização social.
A partir da contribuição de diversos filósofos e pensadores, a noção de Direito
foi se modernizando, desde regras básicas destinadas à administração de
povos escravos até o refinamento dos ordenamentos dos dias atuais. Normas
foram criadas e, com elas, faculdades de ação surgiram.
À medida que as sociedades se dirigiram para o respeito a regras comuns e
relativamente equânimes, ramos do saber jurídico foram se constituindo, a
fim de que toda situação real pudesse estar prevista em lei.
Cada país, cada sociedade autônoma organizada tem seu próprio ordenamento,
e é a partir do respeito às normas internas de cada um deles que se travam
as relações entre eles. Fica claro, portanto, que a existência de um Direito
constituído, uno, oficial, positivo, escrito, codificado, serve, no final das contas,
como garantia de respeito ao que chamamos de nossos... direitos.

INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA

Na próxima aula, vamos continuar aprofundando nossos conhecimentos


jurídicos. Você vai saber o que são os Costumes e o Direito Consuetudinário.
Vai descobrir por que existe um ordenamento jurídico e quais fatores são
responsáveis por ele.

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