AULA 1 - Acepções Do Direito
AULA 1 - Acepções Do Direito
AULA 1 - Acepções Do Direito
Volume 1
Ana Lúcia Carrilo de Paula Lee
Instituições de Direito
Público e Privado
1
AULA
Direito: o que é isto?
Metas da aula
Identificar o surgimento do Direito como saber, desde as
raízes greco-romanas até o ordenamento jurídico atual.
Apresentar os ramos dos Direitos Público e Privado e
distinguir o campo de ação de cada um deles.
objetivos
INTRODUÇÃO
8 CEDERJ
UNIDADE I
Muito da importância da mitologia grega se deve à formação dos arquétipos,
1
espécie de personagens que condensam características comuns a todos os
AULA
seres humanos. Da mitologia surgem os conceitos básicos sobre os quais Freud
construiu a Psicanálise, e nos mitos gregos encontram-se discussões sobre
temas sempre atuais. Na tragédia Antígona (442 a.C.), de Sófocles da qual
extraímos um pequeno trecho, é possível identificar algumas questões que vão
nos interessar muito para a compreensão do Direito e de suas mais variadas
manifestações na vida cotidiana.
Antígona, cujos irmãos morreram em batalha, luta para dar a um deles um
funeral digno, o que contrariava as regras segundo as quais vivia a população
de Tebas, ou ainda seu ordenamento jurídico, conforme veremos ao longo
desta aula. Na peça, tudo parte de um impasse: um dos irmãos de Antígona,
morto como guerreiro tebano, merece honras de herói. O outro, opositor do
governo de Tebas, deve receber o tratamento dispensado aos inimigos. É contra
o procedimento ditado pelo Estado que Antígona se levanta, alegando ser a
morte de um ente uma questão particular, um assunto familiar.
Interessa-nos perceber que daí já se apresenta uma oposição entre o que se
convencionou chamar Direito Natural e Direito Positivo, conforme estudaremos
ao longo desta aula. Mas são objeto de estudo do Direito ainda outros aspectos
da peça; um deles é o que se refere à Democracia. Em Antígona, Sófocles deixa
evidente a importância da Democracia na Grécia Antiga, tirando-a da pequena
esfera política de Atenas e levando-a como uma necessidade para as outras
cidades gregas; no caso, para Tebas. Perceba que a mudança das regras, ou do
ordenamento jurídico, de uma sociedade (como a transição de uma monarquia
para uma democracia) implica também o urgimento de novos deveres e de
novos direitos por parte dos cidadãos, o que deixa claro que, quando falamos
em Direito, podemos estar usando o termo em suas mais diversas acepções.
Todo termo tem sua acepção, seu sentido, seu significado. Quando
falamos em Direito, sob a ótica dos que vivem em sociedade, é comum
pensarmos na contrapartida do termo, que seriam os deveres. Estamos
acostumados a assumir que nosso papel dentro de nossa comunidade
é regido por nossos direitos e deveres. Os deveres – somos capazes de
concordar – referem-se a nossas obrigações, ao que se espera de cada
um de nós. E os direitos?
CEDERJ 9
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?
E continua o autor:
!
As origens
controversas da Justiça
10 CEDERJ
UNIDADE I
Especificamente no sentido jurídico, que é o que interessa à
1
compreensão desta disciplina, a palavra “direito” pode ser empregada
AULA
em diversas acepções, todas com sentido próprio.
Eis algumas delas:
O Direito como ciência: a História, a Sociologia, a Economia, a
Antropologia etc. são áreas do saber cujos princípios e métodos estão
sistematizados. Cada uma dessas ciências fornece suas próprias respostas
aos impasses que se apresentam na vida cotidiana e propõe soluções
novas. Nesse sentido, o Direito ocupa um lugar distinto nos domínios
das Ciências Sociais.
O Direito como justiça: é quando dizemos que alguém se bateu
ardorosamente pelo respeito ao Direito convencionado, ou quando
utilizamos o termo para afirmar que, por exemplo, a Organização das
Nações Unidas (ONU) defende a prevalência do Direito no âmbito
internacional. Nesses casos, estamos usando a palavra no sentido de
justiça, externando assim a importância dos deveres de cada um para
com a coletividade.
O Direito como ordenamento jurídico: ao mencionarmos a
existência do Direito Romano, do Direito francês ou do Direito brasileiro,
estamos utilizando o vocábulo em um outro sentido, qual seja um sistema
de normas ou regras jurídicas que traga aos homens determinadas formas
de comportamento, vigentes em um dado momento histórico.
Note que é nesta última acepção, a de ordenamento jurídico, a
de conjunto de normas jurídicas, que a palavra é normalmente mais
utilizada. Os Direitos Constitucional, Administrativo, Tributário, Civil
e do Trabalho nada mais são do que aspectos do ordenamento jurídico
brasileiro, do Direito brasileiro.
!
Direito ou jurisprudência?
CEDERJ 11
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?
!
Jurista ou
jurisconsulto?
Atividade 1
1
Primeiros conceitos em Direito
Numere a primeira coluna de acordo com a segunda:
( ) Decisão reiterada de juízes, baseada em precedentes.
( ) Aquele que estuda o Direito.
( ) As férias são um direito do trabalhador.
( ) Aquele que emite opiniões ou pareceres jurídicos.
( ) Cabe ao Direito estudar a criminalidade.
( ) Norma explícita no texto constitucional.
Resposta
6, 3, 1, 4, 2, 5.
12 CEDERJ
UNIDADE I
DIREITO NATURAL: ANTERIOR AO ORDENAMENTO
1
AULA
Iniciamos esta aula a partir de um trecho da tragédia Antígona.
Já na introdução, você viu que, por mais que uma sociedade, num
determinado momento, se organize de forma a respeitar ou não certos
direitos individuais, há, entre as pessoas, a noção de que certos valores
são anteriores a qualquer organização social. É daí que parte a distinção
que se faz, no estudo do Direito, entre o Direito Natural e o Direito
Positivo.
O Direito Natural é o ordenamento jurídico ideal, correspondente
a uma justiça superior e suprema. Baseia-se nas idéias de um movimento
ético e filosófico da Grécia clássica: o estoicismo helênico.
As éticas helenísticas (ou gregas) partiam à procura do bem
individual, de uma sabedoria que representasse a plenitude da realização
subjetiva: o alcance da perfeita serenidade interior, independente das
circunstâncias. O bem não teria mais o sentido metafísico que propunha
Platão – fundamento das idéias, dos modelos do mundo corpóreo, e,
conseqüentemente, sustentação tanto do sujeito do conhecimento e da
ação quanto da própria realidade objetiva.
O bem das éticas helenísticas tinha acepção estritamente existencial:
era o bem como sinônimo do que é bom para o indivíduo, para a vida
de cada homem.
Para traçar o caminho que conduz à serenidade interior, algumas
éticas helenísticas, e entre elas o estoicismo, partiam de uma concepção
do universo fundamentada em termos racionais. Ao contrário do que
propunha o socratismo, os estóicos faziam da ciência sobre a natureza
das coisas a base para as suas construções morais.
Pois se toda a Natureza está regida por leis eternas, universais e
imutáveis, por que não os seres humanos? Este era o questionamento dos
filósofos gregos que fundamentava a idéia de que um Direito Natural
perpassa toda a existência humana.
Esses questionamentos acerca de leis anteriores à organização
social, atreladas à condição humana, serão, mais tarde, enfocados por
vários outros filósofos, em diversas épocas da humanidade.
CEDERJ 13
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?
Tomás de Aquino e
Hugo Grócio: reformadores do
Direito Natural
?
Na Idade Média, Tomás de Aquino (1225-1274), que veio a
ser canonizado pela Igreja Católica, resume o Direito Natural com
a seguinte frase: “É preciso fazer o bem e evitar o mal.” Para ele, o
Direito Natural tinha origem divina, o que se chocava com a idéia inicial
defendida por gregos e romanos.
A partir de Hugo Grócio (1583-1645),
filósofo holandês que declarou que o
Direito Natural existiria mesmo que
Deus ou qualquer outra divindade
não existisse, as idéias de Santo Tomás
perderam a força.
Sob o influxo das propostas de Hugo
Grócio acerca da inquestionabilidade
dos direitos naturais, ocorreram os
movimentos libertários do século
XVIII, tais como as Revoluções Ameri-
cana e Francesa. Naquela época, a
Santo Tomás de importância do Direito Natural era Para Grócio, o Direito
Aquino. Natural é ainda anterior à
tão grande que os revolucionários
crença em Deus.
franceses o colocaram como limite à atuação do
poder legislativo.
Na "Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão", de
1789, em seu art. 2º, referiam-se: “O fim de toda
associação política é a conservação dos
direitos naturais e imprescindíveis
do homem”.
14 CEDERJ
UNIDADE I
Assim, hoje, o Direito Natural deixa de ser antagônico ao Direito
1
Positivo, como queriam os positivistas, passando – e este é o entendimento
AULA
moderno – a ser norteador do Direito Positivo.
A seguir, apontamos as principais diferenças entre Direito Positivo
e Direito Natural:
CEDERJ 15
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?
http://www.prgo.mpf.gov.br/doutrina/OSMAR-12.htm
http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/margarid.htm
http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=6
O livro História moderna e contemporânea, de Alceu Luiz Pazzinato e Maria Helena Valente Senise
(Ed. Ática), tem bons capítulos sobre ambas as revoluções.
Atividade 2
O poder e o ter de fazer 2
2.2. É denominado, desde a época dos romanos, norma agendi, isto é, a norma de ação,
aquela em que se alicerça o nosso pedido quando nos julgamos prejudicados:
( ) Direito Natural
( ) Direito Objetivo
( ) Direito Positivo
( ) Direito Subjetivo
Respostas
2.1. Direito Subjetivo; 2.2. Direito Objetivo.
16 CEDERJ
UNIDADE I
DIREITO SUBJETIVO E DIREITO OBJETIVO
1
AULA
O Direito Subjetivo significa a possibilidade, a faculdade de alguém
exercer um direito contido em normas do ordenamento jurídico vigente,
que, como foi visto anteriomente, é denominado Direito Objetivo.
Para que você entenda ainda melhor, veja a opinião de Secco
(2000) sobre o assunto:
E continua:
!
próxima aula. Por ora, adiante.
!
Direito Objetivo – norma agendi.
Direito Subjetivo – facultas agendi.
CEDERJ 17
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?
?
em Tiro, Fenícia. Caracterizada pelo
espírito humanista e eqüitativo, sua obra foi
fundamental na evolução do Direito Romano e do
Direito Bizantino. Residente desde a juventude em
Roma, ocupou cargos administrativos importantes
nos reinados de Sétimo Severo (146-211), Caracala
(188-217) e Alexandre Severo (209-235) e foi assessor
(205-211) do jurista imperial Papiniano.
Banido por Heliogábalus (203-222), depois da morte de
Caracala (217), voltou a Roma a chamado de Alexandre
Domício Ulpiano.
Severo e, nomeado seu principal conselheiro, trouxe para
Roma a tolerância para com os cristãos.
Foi nomeado prefeito do suprimento de trigo e prefeito pretoriano, ou seja, comandante
da guarda pretoriana (222). Ao tentar limitar o poder dos pretorianos, foi assassinado por
eles em Roma (224).
A maior parte de sua vasta obra jurídica foi escrita em apenas seis anos (212-217), durante
o reinado de Caracala. Seus trabalhos eram amplos e abrangentes, e formaram a base da
legislação romana codificada nos fins do Império. Nela se destacam as coleções Libri ad
Sabinum (Livros sobre Sabino) e Libri ad edictum praetoris urbani (Livros sobre os editos
dos pretores urbanos), comentários sobre Direito Privado, Penal e Administrativo.
O estudo do Direito Romano foi desenvolvido paulatina e juntamente com as
obras de outros famosos juristas como Gaio, Paulo, Papiniano, Modestino e
Tribuniano, que convenceram o Imperador de Roma (211-217) Caracala a
estender o direito de cidadania a todos os habitantes das províncias.
Coube inclusive a Tribuniano a consolidação final do Direito
Romano.
É de Ulpiano a frase: “Tais são os preceitos do
Direito: viver honestamente, não ofender
ninguém, dar a cada um o que lhe
pertence.”
18 CEDERJ
UNIDADE I
Àquela época, o Direito Público dizia respeito aos interesses do
1
Estado, enquanto o Direito Privado atendia aos interesses dos particulares.
AULA
Mas essa idéia evoluiu e, hoje em dia, o Direito Público não reflete apenas
interesses do Estado: o particular também é incluído, ainda que de forma
secundária. Exemplo disso é o casamento “no civil”.
O mesmo se dá em relação ao Direito Privado, em que prevalecem
os interesses dos particulares, muito embora o Estado também se faça
presente, inclusive participando da elaboração da própria legislação
aplicável. Isso é feito através do Poder Legislativo, que é o poder que
tem a função principal de elaborar as leis. Há um bom exemplo disso
no campo do Direito do Trabalho: a Consolidação das Leis Trabalhistas
(CLT) obriga a existência de um conselho fiscal em qualquer sindicato,
uma vez que, mesmo sendo entidades de Direito Privado, os sindicatos
revestem-se de características essencialmente públicas, além de lidarem
com o patrimônio e os interesses de um universo de pessoas maior do
que seus quadros societários.
Note que esta classificação do Direito em Público e Privado,
originada no Direito Romano e utilizada até hoje, inclui ainda outras
subdivisões. Podemos esquematizá-las da seguinte forma:
Direito Público
Direito Constitucional
Interno
Direito Administrativo
Direito Tributário
Direito Penal
Direito Processual
Direito Público
Externo Direito Internacional Privado
CEDERJ 19
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?
Atividade 3
O Direito em sociedade 1 2 3
Imagine que uma comunidade organizada, extinta há 500 anos, tinha suas normas
sistematizadas em uma espécie de Constituição. O sistema produtivo dessa comunidade
era o agrícola. Segundo definiram seus líderes, todos os que não tivessem alguma
função dentro do governo deveriam viver do que plantassem. Metade da colheita de
cada família era destinada ao governo, que exportava esses produtos, e metade poderia
ficar com a família. Aos chefes da casa que desrespeitassem essa regra eram reservados
a forca e um funeral público, quando era lida uma declaração de culpa que deveria ser
assinada por seus filhos.
Agora, com base no que você leu, identifique os trechos em que se pode travar uma discussão
sobre Direito Natural, Positivo, Objetivo, Subjetivo, Histórico, Público e Privado.
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
__________________________________________________________
20 CEDERJ
UNIDADE I
1
AULA
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Resposta Comentada
Se definirmos que estamos tratando de uma comunidade organizada, cujas
normas estão sistematizadas em uma espécie de constituição, identificamos aí
a presença do Direito Positivo. Como dissemos que a comunidade está extinta
há 500 anos, podemos falar sobre Direito Histórico, ou sobre o direito fora de
vigor. Do fragmento, tiramos ainda que todos os que não tivessem alguma função
dentro do governo deveriam viver do que plantassem, além de ceder metade da
produção para o Estado, o que fala sobre Direito Público e sobre Direito Objetivo
(normas agendi). Ainda sobre a colheita, repare que metade da produção poderia
ficar com a família, o que caracteriza um direito subjetivo dessa população (facultas
agendi). Como vimos que pais de família que desrespeitassem essa regra eram
condenados à forca e a exposição pública, trava-se aí a antiga discussão entre
Direito Público e Privado. A mesma discussão a que assistimos no início desta
aula, na tragédia Antígona.
CEDERJ 21
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?
22 CEDERJ
UNIDADE I
Direito Internacional Privado – compreende as regras que regulam
1
os problemas ocasionados pelo conflito de leis de mais de um país onde
AULA
as pessoas concentrem seus interesses. Perceba que, uma vez em solo
estrangeiro, certos direitos seus ficam submetidos às regras daquele
país. Exatamente como acontece quando você visita a casa de alguém.
Se, por exemplo, um brasileiro casa-se no Brasil, o casamento fica
submetido à legislação brasileira. Quando um brasileiro se casa com
uma estrangeira que more no exterior, por outro lado, surge o problema
da lei a ser aplicada: a brasileira ou a estrangeira. A questão é de Direito
Internacional Privado.
Direito Civil – parte do Código Civil onde estão reunidas as
principais regras que regulam os interesses dos particulares, tais como as
que dizem respeito à família, à propriedade, aos contratos e aos bens em
geral. Se, por exemplo, uma mulher deseja o divórcio, se um proprietário
de imóvel quer despejar o inquilino, se alguém deixa de pagar uma dívida,
todas essas situações são objeto do Direito Civil. Para ler o Código Civil,
acesse o site do Ministério da Justiça.
Direito Comercial – é o conjunto de regras que regulam a atividade
comercial. Tem como base o Código Comercial, o Código Civil e leis
esparsas. Exemplo: uma empresa de grande porte é sociedade anônima
fechada, mas decide tornar-se aberta para novos acionistas.
Direito do Trabalho – trata das regras que dizem respeito à
relação entre patrão e empregado, previstas na Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT). A demissão sumária ou arbitrária de um funcionário
é assunto a ser levado à Justiça do Trabalho.
Estudar, portanto, as Instituições de Direito Público e Privado
é inteirar-se sobre um pouquinho de cada um dos ramos do Direito
Público e do Direito Privado, além de situar-se melhor na sociedade e
compreender seu papel social. E é isto que vamos fazer ao longo das
nossas aulas.
CEDERJ 23
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?
Atividade 4
Os ramos da lei e suas aplicações 2 3
Resposta
6, 4, 2, 1, 3 e 5.
CONCLUSÃO
24 CEDERJ
UNIDADE I
Atividade Final
1
AULA
O ordenamento em desordem 1 2 3
Qualquer que seja o contexto em que esteja inserida, uma revolução implica uma
ruptura drástica do ordenamento vigente em uma sociedade. A partir dos conceitos
estudados nesta aula, reflita e apresente exemplos de como um processo revolucionário
pode alterar cada um dos seguintes aspectos jurídicos de uma sociedade:
1. Direito Positivo
2. Direito Objetivo
3. Direito Subjetivo
4. Direito Natural
5. Direito Histórico
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Resposta Comentada
1. Direito Positivo – uma revolução, quando vitoriosa, destitui o Estado vigente, desconsidera a
Constituição que estiver em vigor e cria seu próprio ordenamento, normalmente desvantajoso
para os formuladores do ordenamento anterior.
2. Direito Objetivo – com a ascensão de um novo Estado e o estabelecimento de um novo
ordenamento, alteram-se também as obrigações dos indivíduos, que passam a responder
a uma nova autoridade.
3. Direito Subjetivo – na esteira do Direito Objetivo, a faculdade de ação dos indivíduos
pode ser também alterada. Algumas revoluções podem impor regras mais flexíveis para
o trato do indivíduo com o Estado (como ocorreu na Europa, nas chamadas Revoluções
Burguesas de 1830 e de 1848), enquanto outras podem cobrar um alinhamento
político maior, como ocorreu na adesão de países ao redor do mundo ao sistema
socialista, após 1917.
CEDERJ 25
Instituições de Direito Público e Privado | Direito: o que é isto?
4. Direito Natural – assim como ocorre com o Direito Subjetivo, uma revolução pode trazer
em si, por exemplo, um caráter religioso e supra-estatal, o que valorizaria as garantias
naturais do indivíduo. Pode também significar o estabelecimento de um novo Estado, mais
repressor, que se imponha sobre as vontades individuais através de forte legislação positiva,
alegando uma noção de “bem comum”.
5. Direito Histórico – este é o Direito que não se altera. Um código de leis, ainda que fora
de vigor, caracteriza o Direito Histórico, que poderá servir sempre de referência para aquela
sociedade.
RESUMO
26 CEDERJ