Document 5 e 26 Facfc 56 e 6
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Palmas – TO
2019
Raíssa Bitzcof de Moura
A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS LÚDICOS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
PSICOLÓGICA INFANTIL
Palmas – TO
2019
Raíssa Bitzcof de Moura
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________
Profa. Me. Ruth do Prado Cabral - Orientadora
Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP
____________________________________________________________
Profa. Dra. Ana Beatriz Dupré Silva
Centro Universitário Luterano de Palmas- CEULP
____________________________________________________________
Profa. Me. Thais Moura Monteiro
Centro Universitário Luterano de Palmas- TO
Palmas – TO
2019
Dedico, pois, este trabalho à minha família e a
todos que contribuíram para que eu pudesse
elaborá-lo e concluí-lo. Obrigada por
acreditarem, lutarem e sofrerem juntamente a
mim, sem que deixassem que o desânimo viesse
me abater.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus por ter me concedido forças e sabedoria para concluir
mais uma etapa importante na minha vida.
Agradeço à minha mãe e meu pai, que sempre fizeram de tudo para que eu tivesse a
oportunidade de concluir o ensino superior. Obrigada pelas orações, pelo investimento
financeiro e pelas palavras de encorajamento.
Agradeço à minha amada orientadora, Ruth Cabral, que me instruiu, incentivou-me e
ensinou-me, com muito carinho e compreensão, cada etapa deste projeto.
Agradeço à Tuanny Macedo e Marcus Lira, que me ajudaram na formatação desta
pesquisa.
Agradeço às minhas colegas Iule Lourraine Landinho e Inês Bandeira, por terem
proporcionado grandes momentos juntas, a cada trabalho, prova e artigo; sempre estivemos
unidas, para que todas conseguissem alcançar a vitória.
A Avaliação Psicológica Infantil é capaz de
constatar e indicar problemas precocemente e
estimar dificuldades e habilidades a criança
avaliada. (CUNHA, 2003)
RESUMO
Gráfico 1 – Dados referentes ao intervalo de idade das crianças atendidas no SEPSI no ano de
2018.........................................................................................................................................42
Gráfico 2 – Representação dos clientes quanto ao sexo..........................................................43
Gráfico 3 – Número de sessões utilizadas durante a Avaliação Psicológica...........................44
Gráfico 4 – Representação dos acompanhantes nas sessões de Avaliação Psicológica.......... 45
Gráfico 5 – Representação das queixas....................................................................................47
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................... 15
2.1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: ASPECTOS HISTÓRICOS, DEFINIÇÕES E
PRINCIPAIS ABORDAGENS ............................................................................................ 15
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 38
4.1.2 Sexo das crianças atendidas no Serviço Escola de Psicologia no ano de 2018 ....... 42
1. INTRODUÇÃO
utilização desse artifício acrescenta em prol à obtenção de dados psicológicos do cliente e sua
demanda clínica (FEIJOO, 1997).
Durante o processo de observação do comportamento e durante as sessões lúdicas, é
possível estruturar e coletar informações que fornecem indícios para a formulação de hipóteses
e delineamentos de diagnósticos. É fundamental observar não somente quando a criança, em
processo de atendimento, brinca, mas cada momento anterior à brincadeira, bem como suas
ações após o término do referido período, verbalizações, expressões, dificuldades e habilidades
(OAKLANDER, 1978).
Por isso, os estudos que são voltados para a obtenção de dados sobre a avaliação e os
processos lúdicos empregados na avaliação psicológica infantil são relevantes. Pois, a partir do
alcance de resultados fidedignos, aumentam-se as chances de um encaminhamento eficaz,
melhorando, assim, a vida do cliente e também contribuindo para a comunidade acadêmica que
pode utilizar tais estudos para o aprimoramento dos seus processos de avaliação.
O levantamento desses dados em um serviço-escola possibilita compreender como se
dá o processo de formação no âmbito da Avaliação Psicológica infantil, viabilizando futuras
reestruturações (NUNES et. al. 2012 apud LINS; BORSA, 2017).
Portanto, verifica-se a relevância deste estudo. O impacto social refere-se à proposta
de futuramente, a partir de tais dados, a partir da obtenção de resultados confiáveis e fidedignos;
aumentarem as chances de um encaminhamento eficaz, melhorando, assim, a condição da vida
do cliente. Essa pesquisa trata também uma contribuição acadêmica, já que o estudo proposto
verificará as discrepâncias que possam interferir no processo de avaliação, servido,
posteriormente, com um acervo importante, tanto para os alunos de psicologia, como para o
SEPSI.
A presente pesquisa ocorreu nas dependências do SEPSI- CEULP/ULBRA. O SEPSI-
CEULP/ULBRA é vinculado ao Núcleo de Atendimento à Comunidade- NAC. O NAC é um
serviço ofertado pelo CEULP/ULBRA para acrescentar e edificar o aprendizado dos
acadêmicos. Todos os atendimentos são realizados por acadêmicos estagiários sob a supervisão
de um profissional qualificado.
Em média, anualmente, são realizadas cerca de quarenta avaliações psicológicas no
SEPSI- CEULP/ULBRA, oriundas da disciplina de Estágio Básico IV; e grande parte dos
atendimentos utilizam recursos lúdicos. Sendo este o cerne da questão proposta por esta
pesquisa: descrever e enumerar os recursos lúdicos empregados por acadêmicos/as no decorrer
do processo de Avaliação Psicológica Infantil.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
complexo, que tem por objetivo produzir hipóteses ou diagnósticos sobre uma pessoa ou um
grupo. Essas hipóteses ou diagnósticos podem ser sobre o funcionamento intelectual, sobre as
características da personalidade, sobre a aptidão para desempenhar uma, ou um conjunto de
tarefas e entre outras possibilidades.
No decorrer do processo avaliativo, é importante estruturar as técnicas e instrumentos a
serem utilizados e basear em aspectos teóricos, técnicos e éticos, perpassando por um
planejamento prévio. Os instrumentos e técnicas devem ser baseados no contexto, onde
acontecerá a Avaliação Psicológica levando em consideração os propósitos da avaliação e as
áreas psicológicas a serem investigadas. Além disso, é importante adequar as características
dos instrumentos ou técnicas aos indivíduos avaliados (BRITO, 2013).
Nesse contexto, Alchieri e Cruz (2003) enfatizam que a Avaliação Psicológica derivará
do que se pretende avaliar. O profissional fará um planejamento com o objetivo de obter
estratégias, procedimentos, ferramentas metodológicas e técnicas específicas às necessidades,
provenientes das demandas da avaliação; utilizando estratégias e instrumentos qualificados para
os procedimentos que geraram condições para o desempenho das habilidades profissionais em
diagnosticar e prognosticar.
Por essa razão, os resultados oriundos da Avaliação Psicológica têm grande influência
para os avaliados e os sistemas em que eles participam. Por isso, o profissional deve analisá-
los criticamente e possuir zelo ao produzir o documento, informar os resultados e contemplar e
verificar o âmbito sociocultural e seus efeitos na subjetividade do seu cliente (BRITO, 2013).
O andamento do processo da Avaliação é considerado vasto, pois, envolve a integração
de informações oriundas de diversas origens, dentre elas, testes, entrevistas, observações e
análise documentais (BRITO, 2013). Nesse contexto, o teste psicológico é um instrumento que
oferece dados fidedignos e confiáveis para o processo. Pode ser definido como “um
procedimento sistemático, para a obtenção de amostra de comportamentos relevantes, para o
funcionamento cognitivo ou afetivo e para a avaliação destas amostras de acordo com certos
padrões” (URBINA, 2007, p. 2).
Vale citar a Nota Técnica Nº 5/2019 do Conselho Federal de Psicologia, possuindo um
paralelo com a Resolução CFP nº 11/2018, que regulamentou a realização de serviços
psicológicos por meio de tecnologias de informação e da comunicação.
Conforme o Art. 2 da Resolução CFP nº 11/2018, são autorizadas a prestação dos
seguintes serviços psicológicos realizados por meios tecnológicos da informação e
comunicação, desde que não firam as disposições do Código de Ética Profissional da
psicóloga e do psicólogo e a esta Resolução. Ainda neste mesmo artigo, inciso III, é
possível a utilização de instrumentos psicológicos devidamente regulamentados por
resolução pertinente. Contudo, o inciso enfatiza que os testes psicológicos devem ter
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deste, o art. n° 21 do mesmo código, destaca que o psicólogo sofrerá penalidades como censura
pública, advertência e multa (Resolução CFP nº 010/2005).
Na Avaliação Psicológica com adultos, o profissional de Psicologia deve buscar
manejos adequados para o processo. Com a criança buscam-se manejos de acordo com as
características de cada etapa da infância, e, em particular, o avaliado. É válido destacar que
deve haver consideração pelo aspecto biopsicossocial, somado ao comprometimento com a
criança diante da realidade de que ela é um cidadão possuinte de direitos.
O Código de Ética do Psicólogo oferece direções para os atendimentos com crianças. O
psicólogo deve primeiro obter autorização de pelo menos um responsável pelo menor; se não
houver um responsável legal, o atendimento deverá ser realizado e informado às autoridades
competentes. É dever do psicólogo se responsabilizar pelos encaminhamentos, e garantir a
proteção integral do atendido. Além disso, o psicólogo deve atender de forma sigilosa e
comunicar ao responsável apenas o essencial (Resolução CFP nº 010/2005).
Ao iniciar o processo de Avaliação Psicológica Infantil, é necessário entrevistar os
responsáveis antes de ter contato com o cliente, com o intuito de adquirir informações vastas
sobre a queixa e sobre a criança. Ao entrevistar os responsáveis, deve-se orientá-los para que
eles dialoguem com a criança a respeito da causa pelo qual está sendo levada ao Psicólogo
(CUNHA, 2003).
Depois do contato inicial com os responsáveis, mantém-se o primeiro contato com o
avaliado, sendo importante questionar se sabe o porquê de estar naquele local. É importante
esclarecer essa questão, e se a resposta for negativa, é fundamental explicar e expor, sem
detalhes profundos, o que foi conversado com os responsáveis, porém, sempre relatando a
verdade (CUNHA, 2003).
Ao entrevistar a criança, deve-se possuir o intuito de coleta de dados relativos à queixa
apresentada. Conforme as características do cliente, o ele passará por testagem psicológica, para
complementar as informações recebidas por meio dos relatos verbalizados nas entrevistas
(ARCARO; HERZBERG; TRINCA, 1999).
Complementando o pensamento referido acima, Machado (2007) citado por Cavalcante
e Santos (2016), enfatiza que o psicólogo deve ter conhecimento e compreender não somente o
comportamento do avaliado na escola; mas como a família influencia nessas ações, o autor
defende a importância de investigar os sistemas que a criança se relaciona, como igreja e grupos
de amigos, esses aspectos contribuem para a compreensão do cliente e suas demandas.
O profissional, ao avaliar os aspectos psicológicos da criança, deve partir do desígnio
de contextualizar a criança, não deve apenas realizar uma testagem psicológica, ou não
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Ao analisar os estudos sobre a história da infância, percebe-se que estes surgiram a partir
do século XIX tanto no contexto brasileiro, como no cenário internacional. Anteriormente há
esse século, a infância não era englobada nos estudos científicos, isto é, não eram reconhecidos
diversos estágios, e os que haviam não eram demarcados nitidamente (ARIÉS, 1973 apud
BRANCHER; NASCIMENTO; OLIVEIRA, 2011).
É de consenso que a infância foi intensificada nos estudos científicos, de
forma mais veemente, só no início dos anos 1980, o que é explicado pela visão
de subordinação das crianças na sociedade (Corsaro, 1997; Qvortrup, 1994).
Em referência aos estágios do ciclo vital, o mesmo trata-se de uma concepção social,
aparentemente óbvio e natural; mas na realidade é uma criação de uma determinada cultura ou
sociedade. Não há um momento, específico, definido em que uma criança se torna adulta.
Assim, o conceito de infância é uma construção social (EHRENREICH; ENGLISH, 2005 apud
FELDMAN; PAPALIA, 2013).
Rossetti-Ferreira (2004) entende que a Psicologia do desenvolvimento assumiu a
necessidade de apreender e analisar os fenômenos complexos em suas múltiplas dimensões, de
maneira integrada e inclusiva. Com relação aos aspectos do desenvolvimento, neste trabalho
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familiares. Essa primeira fase da vida se resume a descobrir o mundo em que faz parte (CÓRIA-
SABINI, 2010).
A tarefa principal dos dois primeiros anos de vida é a descoberta do mundo físico e de
si mesmo como um objeto desse mundo, inicia o processo de aprendizagem utilizando a
percepção para conhecer a si o mundo (CÓRIA-SABINI, 2010). Nesta fase, estará apto a falar,
e logo mais se envolverá em diferentes atividades grupais, mas, a principal interação social se
dá com adultos, principalmente os seus responsáveis (CÓRIA-SABINI, 2010).
Dos três aos seis anos de idade, são considerados como Segunda Infância, mediante o
ponto de vista de Feldman e Papalia (2013). No aspecto físico, o crescimento é constante, a
aparência física torna-se mais comprida e mais parecida com as de um adulto; o apetite diminui
e são comuns os distúrbios do sono. A criança nessa fase possui a preferência pelo uso de uma
das mãos, aprimorando as habilidades motoras finas e gerais, e aumenta a força física
(FELDMAN; PAPALIA, 2013).
Nesse aspecto, Cória-Sabini (2010) aponta que nos três primeiros anos de vida a criança
apresenta um ritmo rápido de crescimento, aos dois anos já possui metade da altura que terá ao
completar seu desenvolvimento físico. Depois dos três primeiros anos, o crescimento se torna
mais lento até aproximadamente 11 anos de idade.
Quanto aos aspectos cognitivos, a criança é imatura, o que a ter ideias ilógicas sobre o
mundo. O pensamento na Segunda Infância é considerado egocêntrico, mas aumenta a
compreensão do ponto de vista dos outros. A memória e a linguagem são aprimoradas e a
inteligência torna-se mais previsível. Geralmente, passam a frequentar a pré-escola e o jardim
de infância (FELDMAN; PAPALIA, 2013).
No desenvolvimento psicossocial, desenvolvem a identidade de gênero, o autoconceito
e a compreensão das emoções, e tornam-se mais complexos. Nesse estágio, é comum
aumentarem a independência, a iniciativa e o autocontrole (FELDMAN; PAPALIA, 2013).
Utilizam a imaginação no brincar, tornando-se mais elaborada e mais social. É comum a
dedicação sem interesse ao próximo. O foco da vida social ainda é a família, porém outras
crianças tornam-se mais importantes (FELDMAN; PAPALIA, 2013).
Nessa etapa a criança se torna ativa com aquisição de consciência de si mesma, ocorre
uma ampliação do universo social e individual e desempenha um mundo mágico o jogo do “faz
de conta” domina suas atividades (CÓRIA-SABINI, 2010). Com o aparecimento da linguagem,
ocorre à formação dos primeiros conceitos, o que permite que a criança represente pessoas e
objetos ausentes e imagine situações, que não estão em sua realidade imediata (CÓRIA-
SABINI, 2010).
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O último estágio da infância é destacado por Feldman e Papalia (2013) como a Terceira
Infância, e percorre os seis aos onze anos de idade. Nessa fase, ao que se refere aos aspectos
físicos, o crescimento torna-se mais lento e a força física e as habilidades atléticas aumentam.
A saúde é considerada melhor do que em qualquer outra fase, contudo, são comuns as doenças
respiratórias.
Nos aspectos cognitivos, ocorre uma diminuição do egocentrismo. O pensamento das
crianças começa a se tornar mais lógico e concreto. Há o aumento das habilidades de memória
e linguagem, os ganhos cognitivos permitem à criança beneficiar-se da instrução formal na
escola (FELDMAN; PAPALIA, 2013).
Durante o período pré-escolar, há uma expansão da curiosidade intelectual e através das
suas perguntas observa-se a necessidade de conceituar o cotidiano, as ações passam a serem
frutos de conclusão e raciocínio, porém, sua forma de resolver problemas é primitiva (CÓRIA-
SABINI, 2010). Algumas crianças demonstram necessidades educacionais e talentos especiais
e o autoconceito torna-se mais complexo, podendo afetar a autoestima. No aspecto psicossocial
os colegas constituem importância fundamental na vida delas (FELDMAN; PAPALIA, 2003).
Ao aproximar-se dos sete anos de idade, a criança apresenta modificações consideráveis
na sua linguagem, nos seus comportamentos, nas suas interações com companheiros e
principalmente na qualidade de raciocínio (CÓRIA-SABINI, 2010). A fantasia diminui, nesse
período e ela se relaciona com a realidade física e social de maneira mais objetiva, o seu
pensamento se transforma em objetivo e descentralizado em si mesmo. E os dados do meio
exterior são simbolizados na mente, transformados, organizados e empregados na solução de
problemas (CÓRIA-SABINI, 2010).
O declínio do egocentrismo permite que a criança assimile o ponto de vista do outro, e,
passe a ter uma absorção da cultural grupal, demonstrando um maior acolhimento à amizade
com outras crianças. A família desempenha um papel muito importante, porém, a escola passa
a ter uma grande representatividade (CÓRIA-SABINI, 2010). No decorrer dessa fase, a criança
passa a ter muitas habilidades em comum com os adultos, e descobre a aceitação ou rejeição
social, e que elas dependem das suas realizações (CÓRIA-SABINI, 2010).
Dessa forma, ao se considerar a infância como um estágio do ciclo vital do ser humano
formado, e valorizando-o de acordo com influências e avanços histórico-sociais; e a criança
como um indivíduo que é constituído por características particulares no seu desenvolvimento
físico, psíquico e social; há de se considerar a necessidade de estruturação de um processo de
Avaliação Psicológica que alcance medidas a partir da realidade infantil, em respeito aos seus
aspectos idiossincráticos e de seu desenvolvimento.
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A criança passou a ter atenção de alguns estudiosos com o avanço do conceito de criança
e do seu desenvolvimento dentro da historicidade da sociedade e da família, tornando-se um
objeto de estudo e, consequentemente, conduzindo a uma forma de estudar a natureza do
homem (LIMA; LIMA, 2015).
Especificamente na Psicologia, vários termos foram criados a respeito desse trabalho
realizado com as crianças, tais como: ludoterapia, psicoterapia infantil e psicanálise infantil,
dentre outros (LIMA; LIMA, 2015). A literatura nos apresenta o trabalho psicoterápico com
crianças a partir do século XX, através da abordagem psicanalítica (FREUD, 1980), que se
desenvolveram ao longo dos últimos 50 anos, no bojo de outras abordagens do ser humano
(AGUIAR, 2014).
Nesse sentido, pode-se afirmar que o surgimento do trabalho com crianças, na
psicologia, se deu ao final do século XIX, quando a infância passou a ter uma visibilidade maior
e incorporando a esse avanço tem-se o desenvolvimento da abordagem psicanalítica e os
estudos de Freud para a etiologia da neurose (LIMA; LIMA, 2015). Outra contribuição para a
Psicologia Infantil vem de Anna Freud, a psicanalista utiliza o brinquedo como uma forma de
atrair a criança para o tratamento psicanalítico, e para estabelecer uma relação com o terapeuta
(LIMA; LIMA, 2015).
Melaine Klein, do mesmo modo, interessou pela psicologia infantil, e essa psicanalista
deu olhar diferenciado para os Recursos Lúdicos, escreveu sobre o brincar, especificamente
como inserir o brincar em seus atendimentos psicanalíticos com crianças (AGUIAR, 2014).
Com os avanços da temática, alguns estudiosos foram, do mesmo modo, se especializando nessa
área, como é o caso do pediatra e psicanalista Donald Winnicott, que tem em suas publicações
um interesse focado no atendimento com crianças e psicóticos (AGUIAR, 2014).
28
É claro que em suas brincadeiras as crianças repetem tudo que lhes causou uma grande
impressão na vida real, e assim procedendo, ab-reagem à intensidade da impressão,
tornando-se, por assim dizer, senhoras da situação. Por outro lado, porém, é óbvio que
todas as suas brincadeiras são influenciadas por um desejo que as domina o tempo todo:
o desejo de crescer e poder fazer o que as pessoas crescidas fazem. (FREUD, 1976, p.
27).
com a criança, hora do jogo diagnóstica, entrevista clínica com a criança e ludodiagnóstico
(FREUD, 1900 apud AFFONSO, 1998).
Mesmo analisadas isoladamente, possuem o objetivo de levantar hipótese sobre a
problemática da criança (ABERASTURY, 1978 apud AFFONSO, 1998). Esse momento
contribui para análise dos resultados e aplicação de outros instrumentos como os testes
psicológicos (OCAMPO, 1974 apud AFONSO, 1998). Assim, a escolha dos brinquedos para
uma sessão feita pelo profissional de Psicologia está relacionada com o momento evolutivo
intelectual e emocional da criança. Os brinquedos e jogos devem ser analisados de acordo com
o estágio de evolução do avaliado (WERLANG, 2002).
Cada Recurso Lúdico utilizado no processo de Avaliação Psicológica deve ser
selecionado de acordo com a cronologia e com base em um referencial sobre o desenvolvimento
infantil, para proporcionar uma compreensão mais abrangente do funcionamento infantil
(WERLANG, 2002).
Dessa maneira, a partir de observações de sessões lúdicas, podem-se obter dados acerca
de todo o estilo de comportar da criança, sobre a maneira como ela se relaciona com o mundo,
as suas limitações e potencialidades (FEIJOO, 1997). Do mesmo modo, avaliar os conflitos
vividos pela criança, pois ela irá certamente representá-los, tanto por ponto de vista evolutivo
como os comportamentos adequados para sua idade, e o ponto de vista patológico como as
ansiedades (AFFONSO, 1998).
Feijoo (1997) destaca que é possível observar os aspectos relacionados à Memória por
meio do Jogo da Memória e de acontecimentos de sessões anteriores. A Ansiedade em crianças
também é possível ser verificada em Sessões Lúdicas, como quando se coloca a criança em
frente a fatos novos, e momentos em que experiencia constrangimentos (FEIJOO, 1997).
A Atenção e a Concentração poderão ser observadas por meio de jogos de leitura e de
diversos outros jogos, do mesmo modo, proporcionando a observação característica do
desempenho escolar (FEIJOO, 1997). Ademais, é possível, por meio de atividade envolvendo
jogos de montar, observar a coordenação motora durante uma brincadeira que leve a criança a
desempenhar tarefas cotidianas, com diferentes situações sociais. Podem surgir dados
referentes à sua maturidade e se esta é adequada a sua faixa etária (FEIJOO, 1996).
Ainda nesse contexto, pode surgir também expressão da afetividade e dos sentimentos.
Todas essas questões aparecerão, seja na relação com o psicólogo, seja nas situações de
frustração frente à realização de alguma atividade (FEIJOO, 1996). Sabemos que é comum à
criança gostar de desenhar, e por meio do grafismo e dos testes expressivos tem-se a
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A vista disso é importante deixar que a criança desenhe livremente sem pressioná-la,
para que sua imaginação flua com liberdade. Os livros para colorir podem ser uma boa opção,
ajudam a criança a desenvolver sua concentração, o desenho já existente não limita a sua
imaginação (BÉRDAD, 1998). Por outro lado, o papel em branco permite a liberdade, os seus
traços e expressam seu mundo. Algumas crianças, ao desenhar, se mantêm em silêncio
indicando concentração, outras cantam mostrando a necessidade de animar o ambiente
(BÉRDAD, 1998). Outras, enquanto desenham, explicam seus traços, isso pode ser um modo
de atrair a atenção dos demais. A criança transfere para o papel seu estado psíquico, é
importante também observar não somente os traços, mas também todos os comportamentos
emitidos enquanto desenha (BÉRDAD, 1998).
Neste contexto, vários outros Recursos Lúdicos podem ser utilizados, como os livros
infantis e fábulas. Muitas vezes, eles podem trazer questões vividas pelos sistemas que a criança
participa ou pessoais da própria criança. Pode-se ler junto com a criança para ver como ela lê,
se ela tem compreensão do que lê, como é o entendimento, o sentimento e a articulação da
linguagem (FEIJOO, 1997).
Há uma pluralidade de casos durante o processo de Avaliação Psicológica: há crianças
que expressam com liberdade na sessão por meio de palavras, jogos e brincadeiras. Porém, se
houver casos que o avaliado não expressa suas características e as demandas não surjam com a
utilização dessas estratégias pode-se utilizar a Fantasia (PROTÁSIO, 1997). Esta pode ser uma
estratégia rica, pois, possibilita que a criança sinta-se à vontade e livre para encontrar espaços
ainda não explorados (PROTÁSIO, 1997).
Para Oaklander (1978), a Fantasia pode ser contada por meio de histórias em todas as
suas formas, por meio verbal e escrito; além do uso de bonecos, do painel de feltro ou de poesia.
A respeito da mencionada temática, Protásio (1997) discorre sobre criações de histórias e
poesias. Essas criações podem surgir individualmente, ou, em dupla, com o psicólogo; é
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interessante e rica em sessões lúdicas. Essa tarefa pode ser difícil para o cliente, porém,
possibilita a exteriorização de sentimentos e ideias em palavras. Além disso, pode ser utilizado
histórias e poesias já existentes, que explore diversos temas pertencentes ao mundo das
crianças. Quando o Cliente escolhe um livro, a temática deliberada pode dizer muito sobre o
que ele está vivendo naquele momento (PROTÁSIO, 1997).
Protásio (1997) do mesmo modo ressalta a respeito dos Recursos Artísticos, como tinta,
massa, argila, cola e água. O contato com esses materiais pode ser bastante prazeroso, ou uma
experiência nojosa e repulsiva para a criança. Todavia, aparentemente a criança com menor
idade lida mais livremente com esse tipo de material do que as crianças maiores. Entretanto, o
reencontro com esses materiais pode ser fonte de prazer e satisfação para crianças com maior
idade. Atividades com esses materiais podem ser livres ou dirigidas pelo psicólogo
(PROTÁSIO, 1997).
Nessa mesma perspectiva, Oaklander (1978), menciona a colagem como um valioso
recurso para o profissional utilizar com crianças, ela pode ser utilizada como uma experiência
sensorial, também como manifestação emocional e um meio de despertar expressões de
crianças de todas as faixas etárias. Desse modo, há diversas maneiras de coletar dados sobre a
criança em uma sessão lúdica. Protásio (1996) sugere levar o cliente à experimentação do seu
corpo, por meio de brincadeiras que promovam movimentos corporais como correr, pular e
dançar.
Do mesmo modo há as brincadeiras que proporcionam relaxamento corporal e envolvem
o desenho do seu próprio corpo. A utilização de espelho pode proporcionar a externalização da
opinião que a criança tem sobre si, se ela gosta ou não do que visualiza, se será simpática ou
agressiva a si mesma, através do reflexo. Todas essas atividades podem ter como consequência
o surgimento de aspectos psíquicos (PROTÁSIO, 1996).
Além do supracitado, a autora cita a dramatização como um método bastante válido,
pois, para a criança pequena, as brincadeiras sempre serão uma dramatização do seu mundo. A
criança maior pode apresentar uma resistência e não realizar espontaneamente, porém
demonstra prazer nessas atividades (PROTÁSIO, 1996).
A criança pode utilizar seu próprio corpo para dramatizar, ou utilizar objetos para isso
e o psicólogo pode participar desse momento, mas, é importante que ele atue seguindo as
instruções da criança para que não represente o personagem por seus próprios critérios
(PROTÁSIO, 1996). Oaklander (1978) aponta que uma forma da criança utilizar a dramatização
é simular situações do cotidiano e brincar de situações do mundo real. Assim, a criança
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experimenta o seu mundo e aprenderá mais sobre ele, servindo como uma maneira de
verbalização, pois o simbolismo substitui palavras.
As utilizações de técnicas grupais podem oferecer dados a respeito de como o indivíduo
se comporta nos grupos, as técnicas podem ser dirigidas, semi-dirigidas, auto-planejados, ou,
sem liderança. Em qualquer caso, os recursos técnicos são bastante úteis para o levantamento,
podendo aparecer aspectos relacionados à subjetividade, percepção do outro, entre outras
características (PROTÁSIO, 1996).
A Cartilha Reencantando a Infância com Cantigas, Brincadeiras e Diversão (2009),
ressalta que, por meio da brincadeira antiga (brincadeira de roda, bola de gude, pião, cobra cega,
cantigas entre outras), a criança pode explorar os seus sentidos, a coordenação motora e a
linguagem (FEITAL, 2009). Pode-se afirmar que a utilização desses recursos podem oferecer
benefícios para o processo de Avaliação Infantil, muitas destas avaliações podem significar
novidades para muitas crianças; além de fornecer coletas de dados promove o resgate cultural.
Brazanó e Fossi (2009) ao escrever “O Pequeno Manual de Educação Sensorial-
SlowFood”, afirmam que as percepções são derivadas dos estímulos sensoriais, e que eles estão
presentes desde a vida intrauterina; representam o ponto de passagem obrigatória para o
desenvolvimento do sistema nervoso, das emoções e da consciência. Deste modo, a observação
dos aspectos sensoriais da criança, durante a Avaliação Psicológica, enriquece a coleta de
dados, para isso, o profissional pode utilizar diversos recursos que explore esse aspecto.
Assim, Protásio (1996) destaca que o ambiente onde irá acontecer a observação lúdica
deve ser composto por jogos (os mais diferentes possíveis), principalmente na primeira sessão,
e, como consequência disso, o profissional terá diversas formas de contatar a criança e coletar
informações.
É sabido que a criança experimenta uma diversidade de estímulos ambientais no
decorrer de sua vida, sendo muitas vezes incapaz de externalizar de forma verbal. Durante a
Avaliação Psicológica, é nas sessões lúdicas que muitas informações a seu respeito surgirão,
podendo também promover diagnósticos e hipóteses (OAKLANDER, 1978). É fundamental
observar não somente quando ela brinca, mas, cada momento anterior à brincadeira. Como: que
brinquedos ela escolhe, como se aproxima do material, o seu cuidado com os objetos e até
mesmo a organização deles ao findar a brincadeira (OAKLANDER, 1978).
Algo muito importante promovido pelas sessões lúdicas é que estas podem promover
afinidade entre o profissional e a criança, as resistências iniciais podem ser reduzidas através
do lúdico (OAKLANDER, 1978). Contudo, o psicólogo que atua no atendimento infantil
trabalhará não somente com a criança, mas também com os sistemas em que o seu cliente é
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perfil associado a este público é, em geral, crianças do sexo masculino, com idades entre 6-10
anos, provenientes de família de baixa-renda, encaminhadas pela escola com queixas de
dificuldades de aprendizagem.
É interessante apresentar as pesquisa de Campezatto e Nunes (2007), Cunha e Benetti
(2009) e Rodrigues et. al., (2012), onde apresentam que os clientes infantis que procuram
atendimentos em serviços-escolas foram direcionados por instituições de ensinos. Cunha e
Benatti, destacam, também, que o público infantil é o que mais procura os serviços, mais recebe
atendimentos e, do mesmo modo, é o que mais abandona os atendimentos.
Na pesquisa de Melo e Perfeito (2006), a maior parte das crianças (60,4%) atendidas
no serviço-escola de psicologia apresentou queixa referente ao comportamento. No estudo de
Viol e Ferrazza (2015), onde a pesquisa é sobre a clientela de um serviço escola aparece que os
clientes que mais procuram atendimentos são de idades entre 7 a 12 anos. Semelhantemente a
esses dados aparecem na pesquisa de Vagostello et. al., (2017), onde a maior parte das crianças
inscritas em um serviço escola de psicologia de São Paulo concentra-se nas faixas etárias de 9
a 10 anos (36,7%) e de 7 a 8 anos de idade (26,7%).
No que tange as principais queixas apresentadas em crianças atendidas em serviços-
escolas de psicologia, temos a pesquisa de Ramaro e Capitão (2003), onde os maiores resultados
foram de as dificuldades escolares (19%), as dificuldades no relacionamento interpessoal
(12,4%), o comportamento agressivo (10,6%), às dificuldades nas relações familiares (10,3%),
e os distúrbios relacionados ao sono, alimentação ou controle dos esfíncteres (9,5%). Na
pesquisa de Maravieski e Serralva (2011), as principais queixas em crianças atendidas em um
serviço-escola estavam relacionadas com problemas escolares (3,1%), problemas de
relacionamento (3,0) e déficits relacionados a funções cognitivas (1,7).
Na pesquisa de Wielewicki (2011), onde pesquisou sobre as limitações de estudos de
caracterização em serviços escola brasileiras, através de levantamento de pesquisas realizadas,
conclui que as principais queixas presentes no atendimento infantil nos serviços-escolas estão
relacionadas a habilidades sociais e dificuldades escolares.
O campo de estudo para o desenvolvimento deste projeto foi o Serviço-Escola de
Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas- CEULP/ULBRA. O SEPSI-
CEULP/ULBRA é vinculado ao Núcleo de Atendimento à Comunidade- NAC. O NAC trata-
se de um serviço ofertado pelo CEULP/ULBRA para acrescentar ao aprendizado dos
acadêmicos, desta maneira, também contribuindo para a melhoria de vida da comunidade.
Todos os atendimentos são gratuitos e realizados por acadêmicos, estagiários sob a supervisão
de um profissional qualificado (SOUSA, 2018).
36
3. METODOLOGIA
O estudo foi estruturado a partir de uma pesquisa exploratória, que de acordo com
Boente e Braga (2004, p. 10) “é toda pesquisa que busca explorar, investigar um fato, fenômeno
ou novo conhecimento sobre o qual ainda se tem pouca informação”. A escolha por essa
modalidade de pesquisa deu-se a partir da busca por materiais na área e pela dificuldade de
encontrá-los em base de dados da psicologia e avaliação psicológica.
Quanto ao procedimento metodológico para o estudo, foi utilizada a pesquisa
documental, que segundo Marconi (2003) é uma fonte de coleta de dados restrita a documentos,
constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento em
que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois. De acordo com Gil (2008) a pesquisa documental é
realizada em materiais que não receberam nenhum tratamento analítico, ou que podem ser
reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.
Já o estudo documental foi realizado nas dependências do SEPSI, com o consentimento
da coordenação e responsável pelo serviço, após autorização pelo Comitê de Ética em Pesquisa
do CEULP/ULBRA. O processo de coleta de dados e o contato com os prontuários se deu em
dias alternados, conforme disponibilidade da pesquisadora.
39
Dados específicos das Sessões Lúdicas Definição dos recursos Lúdicos utilizados no decorrer do processo
avaliativo.
40
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A presente pesquisa visou, como objetivo, analisar quais os recursos lúdicos são
utilizados pelos alunos no decorrer do processo de Avaliação Psicológica Infantil. Descrever os
recursos lúdicos empregados e compreender como se dá o processo de Avaliação Psicológica
Infantil no SEPSI; e, por fim, relatar a relação entre as demandas com os recursos lúdicos
aplicados.
A apresentação dos resultados se deu a partir da análise dos produtos coletados da Ficha
para Análise de Prontuários (Apêndice A), descrito na metodologia. Os prontuários
corresponderam às entradas dos clientes no SEPSI no ano de 2018, de forma que, foram
analisados um total de 44 (quarenta e quatro) prontuários de crianças atendidas com idades
entre três a 11 anos.
4.1.1 Idade das crianças atendidas no Serviço Escola de Psicologia no ano de 2018
42
Gráfico 1 - Dados referentes ao intervalo de idade das crianças atendidas no SEPSI no ano de
2018:
4.1.2 Sexo das crianças atendidas no Serviço Escola de Psicologia no ano de 2018
Com base nos dados apresentados no Gráfico 3, nota-se que 37 dos acompanhantes dos
clientes, nas sessões, para o andamento do processo da Avaliação Psicológica, foram as
“mães”, que corresponde a 84,09% dos casos. Os resultados referente a “pais”, representam o
45
Com base nos presentes dados percebe-se, portanto, que as mães das crianças atendidas,
pelos acadêmicos da disciplina de Estágio Básico IV de 2018, foram mais presentes ao
acompanhar os filhos durante o processo de avaliação psicológica do que os pais. Conforme
Lima (2016) que cita Pinheiro (2009), as mães possuem um papel inquestionável, geralmente
são as mais diligentes ao se comparar com os pais. De acordo ainda com a pesquisa de Lima
(2016), quando em algum momento a mãe não consegue estar presente, na vida do filho, por
motivo de trabalho ou outros, buscam manejos adequados ou cuidadores para estarem com os
filhos, geralmente são os avós.
46
Na pesquisa de Lima (2016), os pais comumente são menos presentes na vida dos filhos,
quando as mães necessitam se ausentar. Na presente pesquisa, similarmente expõe essa mesma
realidade, nota-se que no quesito “Outros” acompanhantes, este possui um total maior que do
pai. Vale ressaltar que, dos 5 acompanhantes, 3 eram avós e os outros dois não foram relatados
nos prontuários.
Durante a pesquisa, constatou-se que, através das análises dos prontuários, 23 dos casos
que passaram por Avaliação Psicológica no SEPSI oriundos da disciplina de Estágio Básico IV,
foram encaminhados por instituições de ensino; 13 por motivação própria dos responsáveis.
Outros seis casos foram encaminhados por Intuições e Profissionais da Saúde, e um caso,
encaminhado pelo SEPSI e outro pela APAE.
Com base neste resultado, é interessante apresentar as pesquisa de Campezatto e Nunes
(2007), Cunha e Benetti (2009) e Rodrigues et. al., (2012); onde apresenta que os clientes
infantis, que procuram atendimentos em serviços-escolas, foram direcionados por instituições
de ensinos; a presente pesquisa, do mesmo modo, apresenta o mesmo resultado.
Essa Seção – na Ficha para análise de Prontuários – foi importante, pois por meio dela,
juntamente com a verificação do item 4, que trata do relato das sessões lúdicas, foi possível
relacionar a demanda apresentada com o recurso utilizado. E essa relação será tratada no item
4.5 desta pesquisa.
Gráfico 5 - Representação das queixas:
47
A partir dos dados descritos, observa-se que, comumente, há mais de uma demanda no
mesmo prontuário, por isso, a somatória das queixas – que totalizam 69 – ultrapassam a amostra
analisada – de 44 casos. Conforme os dados do Gráfico quatro: 24 ocorrências de queixas
referentes à Aprendizagem (34,78 %). Há 25 ocorrências referentes às Habilidades sociais,
representando 36,23% das queixas. E ainda, há 12 registros vinculados às queixas relacionadas
às Funções Cognitivas (17,39%). Ademais, as 6 ocorrências remetem aos aspectos vinculados
a Emoções apenas 8,70%. Por fim, as 2 ocorrências na queixa da Função Motora, representam
somente 2,90%.
Tais dados, da presente pesquisa, podem correlacionar-se com publicações brasileiras
que contemplam a temática em questão. Na pesquisa realizada Ramaro e Capitão (2003), que
objetivou caracterizar a clientela, que buscou atendimento psicológico no serviço-escola da
Universidade São Francisco – Campus de São Paulo, entre 1995 e 2000; esses resultados
apontaram a predominância de queixas vinculadas à dificuldades escolares (19%); dificuldades
no relacionamento interpessoal (12,4%), comportamento agressivo (10,6%), dificuldades nas
relações familiares (10,3%); e os distúrbios relacionados ao sono, alimentação ou controle dos
esfíncteres (9,5%). As pesquisas de Maravieski e Serralva (2011), que teve como objetivo
delinear o perfil, clínico e sócio-demográficos, da clientela da clínica de um serviço-escola de
Psicologia de uma universidade privada do Sul do Brasil, de 2003 a 2007; resultaram que, as
principais queixas em crianças atendidas em um serviço-escola, estavam relacionadas com
48
A seguir, serão apresentados os recursos lúdicos e os seus tipos, que foram utilizados
durante o ano de 2018, nos 44 prontuários do SEPSI; decorrentes das avaliações psicológicas
de crianças de 3 a 11 anos e 11 meses de idade, atendidas pelos acadêmicos da disciplina de
Estágio Básico.
Tabela 2 - Representação quantitativa dos recursos lúdicos utilizados nas sessões de avaliação
psicológica
Recursos lúdicos Quantidade de vezes utilizadas
Jogos Diversos 35
Livros 6
Materiais de arte 13
Brinquedos diversos 25
Recursos para exploração
sensorial 4
Criações (histórias, músicas,
poemas, brincadeiras, entre
outros) 3
Não relatou ou generalizou 16
● Verificou-se que nos 3 prontuários, que constavam o uso da Categoria Criações, valendo-se
da criação de Teatro.
● Quanto aos Livros, que foram utilizados em 6 prontuários, nesses não foram especificadas
as suas temáticas.
● Em alguns casos, especificava o tipo de recurso utilizado, por isso, se faz necessário explanar
os tipos de recursos que constam nas categorias: Jogos Diversos, Materiais de Arte,
Brinquedos Diversos e Recursos para Exploração de Aspectos Sensoriais. Eles serão
detalhados e analisados a seguir.
QUANT. DE VEZES
MATERIAIS UTILIZADOS
Giz de cera 1
Lápis de cor 6
Produção Gráfica 8
Tinta guache 2
Pincel 1
Tesoura 1
Pintura 2
Folha A4 4
O papel em branco permite a liberdade, os seus traços expressam seu mundo. Algumas
crianças ao desenhar se mantêm em silêncio indicando concentração; outras cantam mostrando
a necessidade de animar o ambiente, podendo demonstrar sua maturidade através do grafismo
e até mesmo sobre sua autoestima (BÉRDAD, 1998). A criança transfere para o papel seu
estado psíquico, é importante, também, observar não somente os traços, mas todos os
comportamentos emitidos enquanto desenha. Através dos recursos de arte, a criança demonstra
suas manifestações emocionais (BÉRDAD, 1998).
Com relação às demandas apresentadas no Gráfico 4, observou-se que os materiais de
arte foram utilizados: em 5 prontuários com queixa em aprendizagem e em habilidades sociais.
Com 2 prontuários com queixa em emoções. E em apenas 1 prontuários com queixa em
cognição.
Os recursos para exploração sensorial foram utilizados pelos alunos de Estágio Básico
IV, de forma lúdica, com o intuito de observar os aspectos sensoriais utilizando materiais não
usados habitualmente e acessíveis. Nota-se o uso destes em 4 (9%) prontuários. O tipo mais
utilizado foi a Massinha de Modelar, com 75% nessa Categoria. Os demais, Bolinha em Gel,
Sal Grosso e Farinha de Trigo, cada um em apenas 1 prontuário, 25% dessa Categoria.
Relato e utilização
RECURSOS PARA EXPLORAÇÃO
SENSORIAL
Massinha 3
Bolinha de gel 1
Sal grosso 1
Farinha de trigo 1
55
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo buscou identificar e descrever quais estratégias e os Recursos Lúdicos, que
são utilizados durante o processo de Avaliação Psicológica das crianças de três a onze anos e
onze meses assistidas pelo SEPSI-CEULP/ULBRA; oriundos dos atendimentos pelos
acadêmicos de Estágio Básico IV do ano de 2018. Para isso, foram analisados quais os recursos
lúdicos utilizados pelos alunos no decorrer do processo de Avaliação Psicológica Infantil, e
ainda, foi verificado como se dá o processo de Avaliação Psicológica Infantil no SEPSI, como
também foi relatada a relação entre as demandas e os recursos lúdicos empregados.
A amostra foi de quarenta e quatro prontuários elaborados durante o ano de 2018 no
SEPSI, os clientes são crianças de três a onze anos e onze meses. Constatou-se que clientes são
do sexo masculino com 75% e 25% do sexo feminino. Quanto à faixa etária predomina-se de
seis a oito anos de idade, perfazendo a maioria. Em relação aos acompanhantes, as mães são
presentes 84,09% dos casos.
Verificou-se que os Jogos Diversos é a categoria de recursos lúdicos mais presente nas
avaliações psicológicas, alcançando 79,54% dos prontuários analisados. Seguido da categoria
Brinquedos, utilizadas em 56,81% dos casos. Logo após, em menor recorrência, Materiais de
Arte, presente em 29% dos prontuários.
E ainda, as categorias Livros, Recursos para Exploração Sensorial, Criações e
Dramatização apareceram em 13,63%, 9,09%, 4,54% e 6,82% respectivamente. Já as categorias
Brincadeiras, Fantasia e Contação de história não foram empregadas em nenhum caso.
Quando às queixas, a que obteve maior representação foram às relacionadas às
habilidades sociais, com 36,23%, seguida da queixa na aprendizagem, com 34,78%. Ao
relacionar as queixas com os recursos lúdicos, verificou-se que a categoria Jogos foram os mais
utilizados, para as queixas na aprendizagem, habilidades sociais e emoções. Por outro lado, para
demandas referentes à cognição, categoria mais utilizada nas sessões, foram Brinquedos.
Ademais, constatou-se, do universo de 44, 17 prontuários encontra-se na fila de espera para
encaminhamentos para psicoterapia individual, e 8 aguardam serem atendidos em psicoterapia
de grupo.
Extraiu-se ainda, desses prontuários, que 11 clientes foram desligados por motivos
diversos, tais como: faltas sem justificativas, dificuldades em contatar o responsável e mudança
de cidade. Esses desligamentos compreendem 25% dos totais, fato lamentável, pois há muitas
crianças aguardando por esse tipo de atendimento.
57
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15 mai. 2019.
APÊNDICE
Sexo:_________________________Escolaridade:__________________________________
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
4. No que diz respeito ao relato das sessões lúdicas, houve a utilização de:
a) ( ) Jogos Diversos
Quais:
___________________________________________________________________________
b)( ) Livros
Quais:
___________________________________________________________________________
c) ( ) Materiais de arte
Quais:
___________________________________________________________________________
d) ( ) Brincadeiras Antigas
Quais:
___________________________________________________________________________
e) ( ) Brinquedos Diversos
Quais:
___________________________________________________________________________
Quais:
___________________________________________________________________________
g) ( ) Fantasia
h) ( ) Contação de História
i) ( ) Dramatização
j) ( ) Criações (História, músicas, poemas, brincadeiras, entre outros)
Quais: _____________________________________________________________________
70
__________________________________________
Assinatura e carimbo do responsável institucional
71
Eu, Ruth do Prado Cabral, abaixo assinado, pesquisador responsável envolvido no projeto
intitulado: A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS LÚDICOS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
PSICOLÓGICA INFANTIL, DECLARO estar ciente de todos os detalhes inerentes a pesquisa
e COMPROMETO-ME a acompanhar todo o processo, prezando pela ética tal qual expresso
na Resolução do Conselho Nacional de Saúde – CNS nº 466/12 e suas complementares, assim
como atender os requisitos da Norma Operacional da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
– CONEP n º 001/13, especialmente, no que se refere à integridade e proteção dos participantes
da pesquisa. COMPROMETO-ME também a anexar os resultados da pesquisa na Plataforma
Brasil, garantindo o sigilo relativo às propriedades intelectuais e patentes industriais. Por fim,
ASSEGURO que os benefícios resultantes do projeto retornarão aos participantes da pesquisa,
seja em termos de retorno social, acesso aos procedimentos, produtos ou agentes da pesquisa.
________________________________________
Ruth do Prado Cabral
72
_______________________________________________ ___________________
Assinatura do participante da equipe CPF
_________________________________________________ ___________________
Assinatura do responsável pelo Banco de Dados/Prontuários CPF
73
__________________________________________
Assinatura e carimbo do responsável institucional
74
ANEXO
TERMO DE ESCLARECIMENTO
Por este termo, eu ______________________________________________, responsável por
_____________________________________________________, estou ciente que os procedimentos psicológicos relativos à
avaliação, conduta e alta oferecidos serão executados por acadêmicos do Curso de Psicologia, sob a responsabilidade e
supervisão de docentes Psicólogos do Curso de Psicologia do CEULP/ULBRA de Palmas/TO.
Estou ciente de que o tratamento é gratuito, estando, portanto isento de eventuais despesas referentes aos
procedimentos realizados e quanto aos recursos humanos disponibilizados. Eventualmente o atendimento poderá ser observado
pelo supervisor acadêmico (visando avaliação do estagiário). Danos morais e/ou físicos que possam ocorrer, são de
responsabilidade do docente supervisor. Tanto o acadêmico, quanto o docente, manterão sigilo absoluto sobre as informações
por mim concedidas, salva com minha expressa liberalidade, bem como, respeitarão a minha liberdade de recusa do tratamento
ou desistência, sem penalização ou prejuízos, em qualquer fase de sua realização.
Ciente também que de acordo com o capítulo XIII, Art. 29 do Regimento Interno do Serviço Escola de Psicologia do
CEULP/ULBRA, poderei ser desligado do SEPSI caso falte uma vez sem justificar ou três esporádicas justificadas.
Por ser este um Serviço Escola de Psicologia, concordo antecipadamente com a publicação dos resultados obtidos
com este tratamento, sejam eles favoráveis ou não, em veículos de comunicação de caráter científico como livros, revistas,
periódicos ou jornais, ou ainda, em eventos como congressos, palestras e seminários ou aula teórica de disciplina que necessite,
com sigilo da minha identidade.
Poderei indagar o docente supervisor sobre qualquer aspecto de meu atendimento psicológico ou de quem estiver sob
minha responsabilidade caso seja de meu interesse, bem como poderei receber os resultados do atendimento se forem
publicados.
Este termo tem como respaldo as exigências éticas e científicas contidas nas Resoluções do Conselho Nacional de
Saúde - CNS 466/12 e 510/16, as quais especificam as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa e trabalho que envolva
seres humanos. E de ética, relacionada aos atendimentos clínicos do Conselho Federal de Psicologia - CFP conforme a
Resolução 010/05.
_______________________________ ________________________________
Assinatura do(a) cliente Assinatura do(a) responsável