Ericamestrado
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net/publication/313574568
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Érica Pereira de Campos², Alexandre Francisco da Silva³, João Augusto Alves Meira Neto 3 e Sebastião
Venâncio Martins 4
RESUMO – Este estudo foi desenvolvido em um trecho de um fragmento de Floresta Estacional Semidecídua
Montana, no Sítio Bom Sucesso, em Viçosa, MG. O objetivo deste trabalho foi conhecer a composição florística
e a estrutura fitossociológica do componente arbóreo. Foram instalados 10 transectos de 50 x 10 m, subdivididos
em cinco parcelas de 10 x 10 m cada um, totalizando 50 parcelas em 5.000 m2. Foram incluídos na amostragem
todos os indivíduos arbóreos que apresentavam, no mínimo, 15 cm de circunferência do tronco, a 130 cm
do solo. Foram identificadas 151 espécies pertencentes a 108 gêneros de 45 famílias botânicas e amostrados,
em 0,5 ha, 820 indivíduos arbóreos vivos e 32 mortos em pé, o que significou uma densidade total estimada
de 1.704 indivíduos/ha. A área basal/ha foi de 38,450 m2 e a altura média, de 8,43 m. Euterpe edulis foi o
destaque da estrutura da vegetação estudada, com 314 indivíduos amostrados, resultando numa densidade relativa
de 37,38%, freqüência absoluta de 90%, freqüência relativa de 8,91%, e dominância relativa de 18,79%. O
índice de diversidade de Shannon foi de 3,52 e a eqüabilidade, igual a 0,696. Os resultados da composição
florística e da estrutura fitossociológica indicaram alta riqueza e diversidade média, sendo a maior parte das
espécies representada por poucos indivíduos.
ABSTRACT – This study was developed in a section of a Montane Seasonal Semideciduous Forest fragment,
in the Bom Sucesso Farm, Viçosa – MG – Brazil. This study aimed at finding out about the floristic composition
and the phytosociologic structure of the tree component. Ten transects of 50x10m, subdivided into 5 plots
of 10x10m each, totalling 50 plots within 5000m2 were established. In the sampling, all the tree individuals
with a minimum of 15cm of stem circunference at 130cm above ground were evaluated. A total of 151 species
pertaining to 108 genera of 45 botanic families were identified. Within 0.5 ha, 820 alive trees and 32 dead
standing up trees were sampled, which means a total density of 1704 individuals/ha. The basal area/ hectare
was 38.450m2 and the average height was 8.43m. The species Euterpe edulis was prominent in the structure
of the studied vegetation, with 314 individuals sampled, resulting in a relative density of 37.38%, absolute
frequency of 90%, relative frequency (FR) of 8.91%, relative dominance of 18.79%. The Shannon diversity
index was 3.52 and the equability was 0.696. The result of floristic composition and phytosociologic structure
showed high richness and medium diversity, although most of the species were represented by few individuals.
1
Recebido em 09.03.06 e aceito para publicação em 18.09.2006.
² Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: <[email protected]>.
³ Departamento de Biologia Vegetal da UFV. E-mail: <[email protected]>.
4
Departamento de Engenharia Florestal da UFV. E-mail: <[email protected]>.
a CAP, a altura total e as características das plantas fragmento. Ressalta-se que as árvores não identificadas
e coletadas amostras de material botânico para auxiliar até o nível de espécie não floresceram durante o período
a determinação taxonômica, sendo que o material fértil de desenvolvimento do trabalho.
foi incorporado ao Herbário do Departamento de Biologia
Entre as famílias mais ricas e mais comumente
Vegetal da Universidade Federal de Viçosa (VIC).
encontradas na microrregião de Viçosa, destacam-se
O período de amostragem foi realizado de outubro Leguminosae, Myrtaceae, Lauraceae, Euphorbiaceae,
de 2000 a novembro de 2001, sendo a estrutura horizontal Rubiaceae e Flacourtiaceae. Entre estas, as três primeiras
avaliada entre os meses de outubro de 2000 a abril destacaram-se em todos os levantamentos avaliados
de 2001 e a composição florística para a coleta de material (Quadro 1), sugerindo suas importâncias em relação
fértil ao longo de todo o período estudado. à representatividade qualquer que seja o histórico da
área analisada. As famílias Carycaceae, Icacinaceae
Os parâmetros fitossociológicos foram estimados
e Lythraceae, registradas neste estudo, constituem-
pelo programa FITOPAC 1 (SHEPHERD, 1996) e
se na primeira citação para a zona da Mata de Minas
interpretados segundo as proposições de Mueller–
Gerais.
Dombois e Ellenberg (1974). A diversidade florística
foi estimada pelo índice de diversidade de Shannon Foram analisadas as listas florísticas de 15 trabalhos
(H’) (BROEWER e ZAR, 1984) e a equabilidade pelo realizados na Zona da Mata: Volpato (1994), Almeida
coeficiente de equabilidade de Pielou (J) (PIELOU, 1975). e Souza (1997), Meira Neto et al. (1997abc; 1998),
Marangon (1999), Paula (1999), Gomes (2000), Senra
A composição florística foi avaliada a partir da
(2000), Silva et al. (2000), Soares Júnior (2000), Ribas
amostragem fitossociológica.
et al. (2003), Lopes et al. (2002) e Meira Neto e Martins
O sistema de classificação utilizado foi o de Cronquist (2002). Comparando essas listas com a do presente
(1988), exceto para a família Leguminosae, para a qual trabalho, verificou-se que 24 espécies foram relacionadas
foram mantidas as três subfamílias. Os nomes das somente no presente estudo; são elas: Aiouea trinervis,
espécies foram confirmados e atualizados pelo site Alsophila sternbergii, Bathysa cuspidata, Celtis
do Missouri Botanical Garden (2006) ou por meio de iguanae, Chrysophylum lucentifolium, Clusia arrudea,
literatura mais recente. Os nomes dos autores seguiram Cyathea delgadii, Duguetia lanceolata, Endlicheria
a padronização recomendada por Brumitt e Powell (1992). glomerata, Eugenia cerasifolia, Guapira hirsuta,
Hyeronima ferruginea, Inga laurina, Lafoensia
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO glyptocarpa, Lecythis lurida, Maytenus evonymoides,
No levantamento florístico foram encontradas 151 Mouriria glazioviana, Pouroma guianensis, Psychotria
espécies, pertencentes a 108 gêneros de 45 famílias nuda, Qualea gestasiana, Rudgea myrsinifolia, Tapirira
botânicas. marchandii, Urera baccifera e Virola gardineri. Aliada
ao número de espécies exclusivas contempladas neste
As famílias mais ricas foram: Leguminosae (15), estudo está a riqueza encontrada na área total da amostra
Myrtaceae e Lauraceae (14 cada uma), Euphorbiaceae (0,5 ha), em comparação com outros trabalhos realizados
e Rubiaceae (10 cada uma), Meliaceae (9), em fragmentos da microrregião.
Flacourtiaceae, Annonaceae e Moraceae (seis cada
uma) e Apocynaceae (5). Os resultados fitossociológicos indicaram que em
5.000 m2 foram amostrados 820 indivíduos arbóreos
Os gêneros mais ricos foram: Myrcia, com cinco vivos e 32 mortos em pé, perfazendo um total de 852,
espécies; Casearia, Eugenia, Inga, Ocotea e Trichilia o que significou uma densidade total estimada de
com quatro cada; e Tapirira, Aspidosperma, Cróton 1.704 indivíduos por hectare. A altura média individual
e Guarea, com três espécies cada. foi de 8,43 m e a área basal total, 19,225 m2 ou 38,450
m2.ha-1, um dos maiores valores encontrados na região.
Os resultados obtidos indicaram que o trecho do
fragmento estudado apresentou alta riqueza florística Silva et al. (2000), estudando um hectare de Floresta
nos três níveis hierárquicos: espécies, gêneros e famílias, Estacional Semidecídua Montana no Município de Viçosa,
quando comparados com outros trabalhos realizados encontraram 1.653 indivíduos por hectare e área basal
na região, indicando o alto grau de preservação do total de 26,73 m2; Meira Neto e Martins (2000), adotando
Quadro 1 – Dados florísticos de alguns estudos realizados na microrregião de Viçosa, MG, com indicação da circunferência
mínima do tronco (CAP/cm), área da amostra (AR/ha), números de espécies (NE), gêneros (NG) e famílias (NF),
listando as famílias mais ricas (mínimo de cinco espécies) de cada levantamento; o número que segue o nome
da família corresponde ao número de espécies
Table 1 – Floristics data of some studies carried out in a micro region of Viçosa – MG, with indication of minimum stem
circunference (CAP/cm), area of sample (AR/ha), number of species (NE), genus (NG) and family (NF), listing
the richest (minimum of five species) of each study; the number that follow the name of the family correspond
the number of species
Quadro 2 – Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas do Sítio Bom Sucesso, Viçosa – MG, ordenados decrescentemente
pelo valor de importância (VI): número de indivíduos (NI), densidade absoluta (DA), densidade relativa (DR),
freqüência absoluta (FA), freqüência relativa (FR), dominância absoluta (DoA), dominância relativa (DoR) e valor
de cobertura (VC)
Table 2 – Phytosociological parameters of arboreal species of Bom Sucesso Farm, Viçosa – MG, showing a decreasing
order of Importance Value (VI): number of individuals (NI), absolute density (DA), relative density (DR), absolute
frequency (FA), relative frequency (FR), absolute dominance (DoA), relative dominance (DoR) and covering value
(VC)
Continua …
Continued …
Quadro 2 – Cont.
Table 2 – Cont.
Espécie NI DA DR FA FR DoA DoR VC% VI%
Jacaranda macrantha 4 8 0,48 8 0,79 0,1102 0,29 0,38 0,52
Cedrela fissilis 2 4 0,24 4 0,4 0,3534 0,92 0,58 0,52
Rollinia silvatica 4 8 0,48 6 0,59 0,1842 0,48 0,48 0,52
Myrtaceae sp. 1 5 10 0,6 8 0,79 0,0613 0,16 0,38 0,52
Rudgea myrsinifolia 3 6 0,36 6 0,59 0,2204 0,57 0,47 0,51
Amaioua guianensis 4 8 0,48 6 0,59 0,1729 0,45 0,47 0,51
Cabralea canjerana 3 6 0,36 6 0,59 0,2181 0,57 0,46 0,51
Trichilia catigua 4 8 0,48 8 0,79 0,0854 0,22 0,35 0,50
Casearia ulmifolia 4 8 0,48 8 0,79 0,0741 0,19 0,34 0,49
Chrysophyllum gonocarpum 3 6 0,36 6 0,59 0,1828 0,48 0,42 0,48
Lafoensia glyptocarpa 3 6 0,36 6 0,59 0,1805 0,47 0,42 0,47
Swartzia myrtifolia var. elegans 4 8 0,48 8 0,79 0,0571 0,15 0,31 0,47
Xylosma salzmanni 4 8 0,48 8 0,79 0,0465 0,12 0,30 0,46
Pouteria caimito 4 8 0,48 8 0,79 0,035 0,09 0,29 0,45
Marlierea sp. 4 8 0,48 8 0,79 0,026 0,07 0,27 0,45
Casearia gossypiosperma 2 4 0,24 4 0,4 0,2633 0,68 0,46 0,44
Bathysa cuspidata 4 8 0,48 6 0,59 0,0918 0,24 0,36 0,44
Pausandra mouriniana 1 2 0,12 2 0,2 0,3799 0,99 0,56 0,44
Inga laurina 4 8 0,48 6 0,59 0,0893 0,23 0,36 0,43
Virola gardneri 4 8 0,48 6 0,59 0,0815 0,21 0,35 0,43
Aniba firmula 3 6 0,36 6 0,59 0,1097 0,29 0,32 0,41
Aniba laevigata 2 4 0,24 4 0,4 0,2265 0,59 0,42 0,41
Piptocarpha macropoda 2 4 0,24 4 0,4 0,2062 0,54 0,39 0,39
Inga capitata 4 8 0,48 6 0,59 0,0202 0,05 0,27 0,37
Indeterminada I 3 6 0,36 6 0,59 0,0366 0,1 0,23 0,35
Piptadenia paniculara 2 4 0,24 4 0,4 0,1532 0,4 0,32 0,34
Trichilia emarginata 3 6 0,36 6 0,59 0,0186 0,05 0,21 0,33
Campomanesia xantocarpa 3 6 0,36 6 0,59 0,0181 0,05 0,20 0,33
Guatteria nigrescens 3 6 0,36 4 0,4 0,0932 0,24 0,30 0,33
Pseudobombax grandiflorum 1 2 0,12 2 0,2 0,2178 0,57 0,35 0,29
Piptadenia gonoacanta 1 2 0,12 2 0,2 0,2105 0,55 0,34 0,29
Urera baccifera 3 6 0,36 4 0,4 0,0411 0,11 0,23 0,29
Pera glabrata 1 2 0,12 2 0,2 0,2087 0,54 0,33 0,29
Alchornea iricurana 1 2 0,12 2 0,2 0,2032 0,53 0,33 0,28
Astrocarium aculeatissimum 2 4 0,24 4 0,4 0,0797 0,21 0,23 0,28
Croton floribundus 2 4 0,24 4 0,4 0,0673 0,17 0,21 0,27
Couratea hexandra 2 4 0,24 4 0,4 0,0561 0,15 0,19 0,26
Chrysophyllum lucentifolium 2 4 0,24 4 0,4 0,0448 0,12 0,18 0,25
Xylopia sericea 2 4 0,24 4 0,4 0,0412 0,11 0,18 0,25
Indeterminada II 3 6 0,36 2 0,2 0,0631 0,16 0,26 0,24
Endlicheria paniculata 2 4 0,24 4 0,4 0,0321 0,08 0,16 0,24
Duguetia lanceolata 2 4 0,24 4 0,4 0,0319 0,08 0,16 0,24
Anadenanthera colubrina 2 4 0,24 4 0,4 0,0296 0,08 0,16 0,24
Clusea arrudea 2 4 0,24 4 0,4 0,0285 0,07 0,16 0,24
Casearia sylvestris 2 4 0,24 2 0,2 0,1032 0,27 0,26 0,23
Alchornea triplinervea 1 2 0,12 2 0,2 0,1467 0,38 0,25 0,23
Pisonia ambigua 2 4 0,24 4 0,4 0,0214 0,06 0,15 0,23
Casearia decandra 2 4 0,24 4 0,4 0,021 0,05 0,15 0,23
Tabebuia chrysotricha 2 4 0,24 4 0,4 0,0154 0,04 0,14 0,22
Dalbergia nigra 2 4 0,24 4 0,4 0,015 0,04 0,14 0,22
Aspidosperma polyneuron 2 4 0,24 4 0,4 0,0148 0,04 0,14 0,22
Continua …
Continued …
Quadro 2 – Cont.
Table 2 – Cont.
Espécie NI DA DR FA FR DoA DoR VC% VI%
Pouroma guianensis 2 4 0,24 4 0,4 0,0146 0,04 0,14 0,22
Urbanodendron verrucossum 2 4 0,24 4 0,4 0,0108 0,03 0,14 0,22
Marlierea cf obscura 2 4 0,24 4 0,4 0,0098 0,03 0,13 0,22
Trichilia hirta 2 4 0,24 4 0,4 0,0098 0,03 0,13 0,22
Terminalia sp. 1 2 0,12 2 0,2 0,1218 0,32 0,22 0,21
Brosimum glaziovii 2 4 0,24 2 0,2 0,0519 0,13 0,19 0,19
Ficus glabra 1 2 0,12 2 0,2 0,08 0,21 0,17 0,18
Micropholis venulosa 1 2 0,12 2 0,2 0,0715 0,19 0,15 0,17
Psychotria conjugens 2 4 0,24 2 0,2 0,0211 0,05 0,15 0,16
Acacia glomerosa 1 2 0,12 2 0,2 0,0642 0,17 0,15 0,16
Lecythis lurida 1 2 0,12 2 0,2 0,0642 0,17 0,15 0,16
Protium heptaphyllum 1 2 0,12 2 0,2 0,0631 0,16 0,14 0,16
Alsophila sternbergii 2 4 0,24 2 0,2 0,0169 0,04 0,14 0,16
Simaroubaceae sp. 1 2 4 0,24 2 0,2 0,0146 0,04 0,14 0,16
Sapium glandulatum 1 2 0,12 2 0,2 0,0554 0,14 0,13 0,15
Myrcia sphaerocarpa 2 4 0,24 2 0,2 0,0085 0,02 0,13 0,15
Sloanea monosperma 1 2 0,12 2 0,2 0,0535 0,14 0,13 0,15
Celtis iguinae 1 2 0,12 2 0,2 0,0503 0,13 0,13 0,15
Aspidosperma subincanum 1 2 0,12 2 0,2 0,0499 0,13 0,13 0,15
Eugenia dodoneaefolia 1 2 0,12 2 0,2 0,0447 0,12 0,12 0,14
Cyathea delgadii 1 2 0,12 2 0,2 0,0414 0,11 0,12 0,14
Qualea gestaseana 1 2 0,12 2 0,2 0,0352 0,09 0,11 0,14
Hymenaea courbaril 1 2 0,12 2 0,2 0,0352 0,09 0,11 0,14
Guettarda viburnoides 1 2 0,12 2 0,2 0,0337 0,09 0,11 0,13
Terminalia brasiliensis 1 2 0,12 2 0,2 0,0317 0,08 0,10 0,13
Randia armata 1 2 0,12 2 0,2 0,0268 0,07 0,10 0,13
Cupania tenuivalvis 1 2 0,12 2 0,2 0,0255 0,07 0,10 0,13
Myrciaria sp. 1 2 0,12 2 0,2 0,0235 0,06 0,09 0,13
Mouriria glazioviana 1 2 0,12 2 0,2 0,0218 0,06 0,09 0,12
Ceiba speciosa 1 2 0,12 2 0,2 0,0206 0,05 0,09 0,12
Tibouchina granulosa 1 2 0,12 2 0,2 0,02 0,05 0,09 0,12
Prunus sellowii 1 2 0,12 2 0,2 0,0184 0,05 0,09 0,12
Phyllostemonodaphini geminiflora 1 2 0,12 2 0,2 0,0184 0,05 0,09 0,12
Eugenia cerasiflora 1 2 0,12 2 0,2 0,0139 0,04 0,08 0,12
Ocotea corymbosa 1 2 0,12 2 0,2 0,0134 0,03 0,08 0,12
Tapirira guianensis 1 2 0,12 2 0,2 0,0129 0,03 0,08 0,12
Croton urucurana 1 2 0,12 2 0,2 0,012 0,03 0,08 0,12
Aiouea trinervis 1 2 0,12 2 0,2 0,0116 0,03 0,08 0,12
Himatanthus phagedaenicus 1 2 0,12 2 0,2 0,0116 0,03 0,08 0,12
Eugenia brasiliensis 1 2 0,12 2 0,2 0,0108 0,03 0,08 0,12
Ocotea acutifolia 1 2 0,12 2 0,2 0,0108 0,03 0,08 0,12
Tapirira marchandii 1 2 0,12 2 0,2 0,0104 0,03 0,08 0,11
Cassia ferruginea 1 2 0,12 2 0,2 0,01 0,03 0,07 0,11
Maytenus evonymoides 1 2 0,12 2 0,2 0,0093 0,02 0,07 0,11
Symplocos pubescens 1 2 0,12 2 0,2 0,0088 0,02 0,07 0,11
Calyptranthes sp. 1 2 0,12 2 0,2 0,0084 0,02 0,07 0,11
Guarea grandifolia 1 2 0,12 2 0,2 0,0077 0,02 0,07 0,11
Endlicheria glomerata 1 2 0,12 2 0,2 0,007 0,02 0,07 0,11
Guapira hirsuta 1 2 0,12 2 0,2 0,007 0,02 0,07 0,11
Lonchocarpus muehlbergianus 1 2 0,12 2 0,2 0,0067 0,02 0,07 0,11
Ocotea sp. 1 2 0,12 2 0,2 0,0064 0,02 0,07 0,11
Continua …
Continued …
Quadro 2 – Cont.
Table 2 – Cont.
Espécie NI DA DR FA FR DoA DoR VC% VI%
Carpotroche brasiliensis 1 2 0,12 2 0,2 0,0064 0,02 0,07 0,11
Myrcia sp2 1 2 0,12 2 0,2 0,0064 0,02 0,07 0,11
Agonandra englerii 1 2 0,12 2 0,2 0,0057 0,01 0,07 0,11
Jacaratia spinosa 1 2 0,12 2 0,2 0,0057 0,01 0,07 0,11
Myrcia falax 1 2 0,12 2 0,2 0,0054 0,01 0,07 0,11
Psychotria nuda 1 2 0,12 2 0,2 0,0052 0,01 0,07 0,11
Myrtaceae sp. 2 1 2 0,12 2 0,2 0,0052 0,01 0,07 0,11
Guarea kultiana 1 2 0,12 2 0,2 0,0052 0,01 0,07 0,11
Clusiaceae sp. 1 1 2 0,12 2 0,2 0,0046 0,01 0,07 0,11
Ocotea cf suaveoloens 1 2 0,12 2 0,2 0,0036 0,01 0,07 0,11
Guapira opposita, Croton hemiargyreus e Eugenia edulis em densidade, o que contribuiu para a baixa
leptoclada ocuparam as primeiras posições em valor equabilidade, encontrada nessa amostra.
de importância, principalmente devido à densidade e
Essa grande ocorrência de Euterpe edulis deveu-
freqüência, pois a dominância foi considerada baixa,
se, possivelmente, às exigências dessa espécie, no
em comparação com outras espécies.
que se refere a água, sombreamento e fertilidade do
O índice de diversidade de Shannon (H’) para a solo, condições essas oferecidas pela ravina.
área estudada foi de 3,52 e a equabilidade (J’), de 0,696.
Segundo Meira Neto e Martins (2000), o índice de Em outros trabalhos realizados na microrregião
diversidade varia entre 3,2 e 4,2 e, a equabilidade (J), de Viçosa, Paula (1999) considerou o valor encontrado
entre 0,73 e 0,88, nas florestas estacionais semidecíduas para o índice de diversidade como médio, mesmo tendo
em Minas Gerais. Portanto, a julgar pelo que afirmaram em conta que o fragmento estivesse em estágio
esses autores, o índice de diversidade para a área estudada secundário de sucessão.
foi considerado médio e a equabilidade, baixa. Marangon (1999) encontrou um valor alto para
A equabilidade e o índice de diversidade auxiliam a riqueza florística e discutiu a hipótese de que a alta
muito a caracterização de comunidades vegetais; Martins diversidade pode ter sido atribuída à forma de distribuição
(1993) afirmou que o índice de diversidade de Shannon das unidades amostrais.
é influenciado pela amostragem, porém oferece boa
Meira Neto e Martins (2000) e Sevilha et al. (2001)
indicação da diversidade específica e pode servir para
encontraram valores altos para o índice de diversidade
comparar florestas em locais distintos.
e a eqüabilidade, indicando que, além da riqueza florística,
Silva et al. (2000) comentaram que a comparação houve distribuição do número de indivíduos pelas muitas
de diferentes índices de diversidade deve ser avaliada espécies com tendência à igualdade, o que evidencia
com cuidado, uma vez que vários fatores inerentes a alta heterogeneidade do componente arbóreo.
à sucessão e ao método de amostragem podem interferir
nos seus valores. Entre estes, destacam-se o número 4. CONCLUSÕES
de espécies, de indivíduos por espécie e de espécies
Os resultados evidenciaram a importância da
raras na amostragem e o total de indivíduos, além dos
conservação do fragmento em estudo como fonte de
tipos de mosaicos abrangidos pela amostragem ou o
germoplasma e por apresentar cinco espécies
grau de maturidade do compartimento analisado e o
consideradas ameaçadas de extinção na Lista Vermelha
critério de inclusão adotado, dentre outros.
das Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora de Minas
Dez espécies contribuíram com mais da metade Gerais (MENDONÇA e LINS, 2000): Brosimum glaziovii,
dos indivíduos amostrados (52,49%), indicando alta Dalbergia nigra, Euterpe edulis, Ocotea odorifera
dominância, restando 146 espécies para a composição e Pisonia ambígua. Também por se tratar também de
da outra metade dos indivíduos amostrados (excetuando- uma área que conserva boa parte da estrutura primitiva
se os mortos). Cabe ressaltar o destaque de Euterpe de uma Floresta Estacional Semidecídua.
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