Breves Conclusões e Relatos - Itinerário Da Castidade Santo Afonso Maria de Ligório
Breves Conclusões e Relatos - Itinerário Da Castidade Santo Afonso Maria de Ligório
Breves Conclusões e Relatos - Itinerário Da Castidade Santo Afonso Maria de Ligório
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“A castidade significa a integração da sexualidade na pessoa. Inclui a aprendizagem do domínio pes-
soal.” Catecismo da Igreja Católica. 2395
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“A virtude da castidade desabrocha na amizade. Mostra ao discípulo como seguir e imitar Aquele que
nos escolheu como seus próprios amigos, se doou totalmente a nós e nos faz Participar de sua condição
divina. A castidade é promessa de imortalidade.” Catecismo da Igreja Católica. 2347
3
“A caridade é a forma de todas as virtudes. Influenciada por ela, a castidade aparece como uma escola
de doação da pessoa. O domínio de si mesmo está ordenado para a doação de si mesmo. A castidade
leva aquele que a pratica a tornar-se para o próximo uma testemunha da fidelidade e da ternura de
Deus.” Catecismo da Igreja Católica. 2346
Por que devemos ser castos?
“Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.” (Mt 5,8)
Quem melhor impõe tal ato de amor é Deus quando coloca a casti-
dade como virtude, ao criar a sexualidade para um fim de santificação
as vocações matrimoniais e também quando pune os atos de fornica-
ção e luxuria. O “amor” onde só existe uso e prazer não coloca quem
o prática no caminho dos Céus e sim para o inferno, uma das especi-
alidades do demônio é utilizar das criações de Deus para tentar as al-
mas. Irmãos, como existe amor em algo baseado no materialismo,
descompromisso e vício? Pouco a pouco se fecha o cerco para o peca-
dor que se diz cristão e vive igual uma criatura, tendo suas relações
sexuais comparadas a de animais, pois não se difere em nada dessas
criaturas. Dominados pela carne, como podem focar nas coisas do alto
e amar a Cristo de forma sincera? Devemos lembrar que os seres hu-
manos mais importantes da face da terra e do Céu são castos sem
manchas, Jesus e Maria são as obras perfeitas de Deus. São Lourenço
Justiniano relata que logo após a perdição à sensualidade da carne,
muitas altas se aprofundaram em um abismo tão grande que muitas
perderam o próprio Deus. Como podemos fazer a Vontade de Deus,
seguindo o contrário do que seu Santo Espírito revela e louva: “Não
há como mensurar o valor de uma alma casta” (Eclo 26,20). Cabe a
seguirmos a Vontade do Criador, pois estando fora da terra, também
estaremos do Céu.
Por que alguns são chamados ao celibato?
“Com efeito, há eunucos que nasceram assim no ventre da mãe, e há os que foram feitos
eunucos por mão humana, e há os que a si mesmo se fizeram eunucos por causa do
Reino dos Céus. Quem puder entender, entenda.” (Mt 19,12)
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“Todos os ministros ordenados da Igreja latina, com exceção dos diáconos permanentes, normalmente
são escolhidos entre os homens fiéis que vivem como celibatários e querem guardar o celibato "por
causa do Reino dos Céus" (Mt 19,12). Chamados a consagrar-se com indiviso coração ao Senhor e a "cui-
dar das coisas do Senhor", entregam-se inteiramente a Deus e aos homens. O celibato é um sinal desta
mos tal seguimento para os leigos, estes dos quais cumprindo tal dis-
ciplina, tentam imitar na terra o que se vive nos Céus. Os anjos não se
colocam a ter relações sexuais, até pelo motivo da impossibilidade
existente de gerar vida no Céu. Aquele que é celibatário e especial-
mente virgem, já está vivendo o que um dia pode viver no Céu, onde
a malícia, a deturpação, a impureza e a maldade não existem. Mesmo
os casados que seguem a castidade, terão que se tornar celibatários no
Céu. A castidade é a promessa da imortalidade, o celibato é a vivencia
do Céu no agora. Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “Não possu-
ímos a força necessária para praticar a virtude da castidade, a menos
que Deus nos dê; e Ele só concede essa força especial aqueles que se
esforçam por merecê-la”. O celibato, é claro, se tornou a forma mais
fácil de chegar ao Reino dos Céus e demonstrar amor ao Amado, tal
conclusão é tirada com respaldo na vida dos Santos, mas nada exclui
a pessoa casada de ser santa.
Por qual motivo somos tentados?
“Deixa que o teu coração transborde em efusões de Amor e de agradecimento ao consi-
derar como a graça de Deus te liberta todos os dias dos laços que te arma o inimigo.”
São Josemaria Escrivá.
Se tal virtude é tão apreciada por Deus, por quais razões somos ten-
tados ao longo de nossas vidas? Irmãos, essa pergunta se é colocada
por aqueles que se encontram com pouca fé, como pode algo se tornar
glorioso e virtuoso sem tentações? Como pode um uma joia ser simé-
trica sem ser lapidada? Bendita seja a dor. – Amada seja a dor. Santi-
ficada seja a dor... Glorificada seja a dor! Escreve São Josemaria Es-
crivá. A tentação nada mais é que Deus nos mostrando o quanto so-
mos fracos, e coloca a dor em nosso caminho para nos santificarmos,
assim como fez com o santos, que sofreram e morreram caluniados,
tudo isto fez para fugirmos do orgulho, da falsa realidade de que so-
mos independentes. Somos nossos maiores inimigos!5
A inocência que tínhamos quando criança, mesmo que bela, não é
uma virtude, pois na inocência existe a falta de conhecimento e não
há como amar aquilo que não conhecemos, não a vitória sem lutas
nova vida a serviço da qual o ministro da Igreja é consagrado; aceito com coração alegre, ele anuncia de
modo radiante o Reino de Deus.” Catecismo da Igreja Católica. 1579
5
Caminho, São Josemaria Escrivá. 225
nem batalhas. Os Santos só alcançaram virtudes devido ao conheci-
mento – não necessariamente por prática – sobre o pecado e ofensa a
Nosso Senhor Jesus Cristo. O Senhor, muitas vezes permite que as
almas mais estimadas por Ele sejam justamente as mais afligidas pe-
las tentações, isto faz para que sejamos humildes e submissos a Von-
tade Divina. Nosso querido São Paulo, atormentado em repetidas oca-
siões pelas tentações contra a pureza, pedia para que o Senhor o li-
vrasse delas e a resposta que obteve foi que a graça divina lhe bastava.6
E assim será conquistada a Vitória, derrotando o apego carnal e ma-
terial. A tentação é a forma da qual Deus tira o coração de pedra e dá
um novo.7 Então, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo pelas tenta-
ções, elas moldam nossos corações! Demonstram a raiva de Satanás
por estarmos juntos a Deus! Louvado seja a dor!
Como combater as tentações?
“Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio.”
(Efésios 6:13)
6
“Mas ele me disse: “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha
força”. Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. “
(2Cor 12,9)
7
Eu vos darei um coração novo e em vós porei um espírito novo; tirarei do vosso peito o coração de pe-
dra e vos darei um coração de carne. (Ez 36,26)
nome do Senhor basta para aquele que tem fé, basta para o pobre que
se vê sustentado apenas pelo Pão da Vida mesmo passando fome.
Aqueles que caem são os que faltaram com fé cometendo primeira-
mente um pecado contra Espírito Santo, tendo desespero da salvação.
A Eucaristia é o fruto e motor de nossos corações contra os pecados
futuros, a comunhão diária é a fonte para uma vida casta e de fortaleza
interior, contra o inimigo que tenta dia e noite sem cessar para nos
levar ao inferno. A confissão dos pecados veniais é também a forma
para que o desespero de nossas fraquezas não tomem conta e arruí-
nem pouco a pouco nossa fiel comunhão, devemos nos lembrar que
os pecados veniais também são ofensas contra Deus e além disso nos
deixam ainda mais fracos para combater as tentações. Como diz o
Santo Agostinho:
"O homem não pode, enquanto está na carne, evitar todos os pecados, pelo menos os
pecados leves. Mas esses pecados que chamamos leves, não os consideres insignifican-
tes; se os consideras insignificantes ao pesá-los, treme ao contá-los! Um grande número
de objetos leves faz uma grande massa; um grande número de gotas enche um rio; um
grande número de grãos faz um montão. Qual é então a nossa esperança? Antes de tudo,
a Confissão...
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Itinerário da Castidade pag. 65 1o edição. São Paulo: Associação Monte Carmelo, 2020.
fugimos das ocasiões, ainda mais devido seu orgulho ao ver que seu
tão sábio plano não deu certo.
As ocasiões de pecado devem ser seriamente combatidas, o próprio
Mestre diz: “Se teu olho direito te escandaliza, arranca-o e lança-o de
ti” (Mt 5, 29). Devemos evitar olhas, presenciar e se aproximar das
impurezas, tanto feitas por pessoas quanto produzidas em nossas
mentes.
O inimigo também cria armadilhas onde silencia as antigas tenta-
ções fazendo com que sintamos que não há nada de errado no que
estamos fazendo, dado que antes sentíamos tentação de entrar na
casa de uma linda donzela e agora tal tentação sumiu junto com os
pensamentos de impureza, porém isto é igual ao urso que comenta
Santo Afonso Maria de Ligório. O urso em sua caça a macacos, não
consegue quase nenhuma vítima quando está ativo, os ameaçando e
correndo atrás deles, porém, vendo tal tragédia, se coloca a fingir que
está dormindo ao pé de uma arvore, e logo os macacos estão por ali e
o veem como impotente. O urso se aproveita de tal situação e quando
menos se espera dá um salto, captura e devora sem piedade! O demô-
nio age assim, nunca estamos seguros com nós mesmos, apenas com
o Auxílio Divino podemos realmente nos precaver de tais ataques e
tormentos.
Irmãos e irmãs, quando pecados contra a pureza nos tornamos a um
grande e belo quadro, que foi criado para que Deus pintasse, só que
pedimos para que um outro artista que estava por perto preenches-
sem o espaço vazio da pintura que Deus está fazendo, então tal artista
– o demônio – além de fazer uma péssima pintura, também estraga a
que Deus estava fazendo. Cabe aqui com tal exemplo, que tenhamos
disciplina para que este quadro belo que somos, não seja colocado na
mão de qualquer um a não o Altíssimo, caso contrário, o resultado é
sempre a desgraça, a tristeza e o deturpado.
Cada época também, tem seus diferentes meios para explicitar as de-
generações, as paixões e o profano. Hoje em dia é a internet, mas em
outros tempos foram os teatros, jornais, revistas, livros, bailes e afins.
O que devemos cuidar é do modo que usamos tais entretenimentos,
tendo em mente nossas fraquezas, em alguns momentos, se não sem-
pre, a abstenção de tais prazeres não pecaminosos dados pelo entre-
tenimento devem ser feito, pois o consumo pode gerar ocasiões pró-
ximas de pecado, para que não sejamos utilizados como instrumentos
do demônio.
Por fim, tudo isso somente pode ser feito pelo amor que Deus dá a
quem Nele confia. Precisamos ser esperto como as serpentes, usar de
tudo que Deus nos oferece para honrar seu nome já aqui na terra, para
um dia – com sua graça – chegar aos Céus. Nada a nós meros mortais
será motivo para a pureza, a fonte precisa vir da espiritualidade, da
devoção e oração. O amor se concretiza pelo sofrimento, não há for-
mula mágica para sumir com todos os pecados, o que existe é o Evan-
gelho que nos auxilia a viver retamente. Que belo é imitar a Santís-
sima Virgem Maria, o Adorável Jesus Cristo seguindo a castidade, que
é um espelho refletindo às luzes do Criador e assim somos, ilumina-
dos não por si só, mas graças a Deus que é a Grande Luz. Santo
Afonso Maria de Ligório, rogai por nós!