Cinematica e Introdução A Dinâmica
Cinematica e Introdução A Dinâmica
Cinematica e Introdução A Dinâmica
Cinemática I: escalar
1
1. Referencial Entretanto, se considerarmos o trenzinho como referencial, a trajetória
é uma reta orientada para cima na subida e uma reta orientada para baixo
Para descrevermos o estado de repouso e movimento de um ponto na descida.
material, sua trajetória ou seu deslocamento, precisamos de um corpo, ou Conclusão: A forma dessa linha imaginária (trajetória) depende do
conjunto de corpos, que tomaremos como referência para determinar as referencial adotado para sua observação. Portanto, referenciais diferentes
posições do ponto material. Este corpo é denominado referencial. podem observar trajetórias diferentes.
Os conceitos de movimento e repouso não são absolutos, mas sim
relativos, já que dependem do referencial adotado. Um corpo estará em
repouso quando sua posição não se alterar em relação a um referencial 3. Posição, deslocamento
com o decorrer do tempo. Caso ocorra alteração, dizemos que o corpo
está em movimento.
e distância percorrida
Unidade no SI: metro; abreviação: m.
Importante: A escolha de um referencial é uma tarefa muito importante na
Outras unidades comuns: centímetro (cm), milímetro (mm),
resolução de um problema, principalmente quando se faz uso de cálculos.
quilômetro (km).
Deve-se ter em mente que, a partir da escolha do referencial, a descrição do
movimento dos corpos que participam do fenômeno passa a ser feita em
relação a este referencial e só em relação a ele. Isso é muito importante,
3.1 Posição escalar (s)
pois, se não obedecido, pode levar seus cálculos a conclusões erradas. Por definição, posição é o número associado ao ponto da trajetória
ocupado por um móvel em determinado instante, de acordo com algum
1.1 Classificação do referencial referencial. No caso da cinemática escalar, utilizaremos como referencial
uma reta orientada e como origem das posições um ponto qualquer dessa
1.1.1 Referencial inercial mesma reta (em geral, associa-se a letra “O” para a origem).
Um referencial inercial é todo aquele que torna válida a lei da inércia,
ou seja, é qualquer sistema de referência que permanece em repouso ou O
em movimento retilíneo uniforme.
Assim, para determinarmos o módulo da posição de um móvel,
1.1.2 Referencial não inercial mediremos a distância desse ponto à origem adotada. É imprescindível ter
Um referencial não inercial é todo aquele que apresenta aceleração atenção para o sinal. Se o móvel estiver a favor do referencial, usaremos
em relação a um referencial inercial. Por esse motivo, os referenciais não o sinal positivo, e se estiver contra, o negativo.
inerciais são também conhecidos como referenciais acelerados.
Quando a situação não especificar o referencial a ser utilizado, 3.2 Deslocamento escalar (ΔS)
considere sempre a Terra ou o solo. Por exemplo, se em uma situação Considerando um móvel qualquer em movimento em relação a um
genérica for feita uma afirmação do tipo “um corpo se movimenta com referencial inercial, por definição, seu deslocamento escalar (∆S) em um
velocidade de 80 km/h”, assuma que essa velocidade é medida em relação intervalo de tempo ∆t = t2 – t1 é dado pela diferença entre as posições
à Terra ou ao solo. nesses respectivos intervalos de tempo.
Chamando a posição inicial e final, respectivamente, de s0 e s, teremos:
2. Trajetória DS = s – s0
A trajetória de um móvel corresponde à linha imaginária obtida ao serem
ligadas as posições ocupadas pelo móvel em instantes sucessivos durante 3.3 Distância percorrida (d)
seu movimento. Não podemos confundir o conceito de deslocamento escalar (∆S) com
Por exemplo, quando uma bola é lançada verticalmente para cima o conceito de distância percorrida (em geral, representada pela letra d).
de um trenzinho que se move com velocidade horizontal constante, a Distância percorrida é uma grandeza de utilidade prática que informa quanto
trajetória para um referencial parado fora do trenzinho é uma curva (ou a partícula efetivamente percorreu entre dois instantes, devendo, portanto,
seja, uma parábola). ser calculada sempre em módulo.
Para entender a diferença, considere a figura a seguir:
A B C D
Note que, por exemplo, a posição de um móvel que passa pelo ponto
A é = +90 km. Isso acontece porque o ponto A dista 90 km da origem
adotada e está no sentido positivo do referencial adotado (para a direita).
Um móvel (que anda sempre sobre o segmento orientado Dessa forma, a velocidade média em todo o trajeto AB é:
representado na figura), situado inicialmente em B, desloca-se para o
ponto A e, a seguir, para o ponto D. O deslocamento escalar no primeiro 2d 2d 2d 2v · v 1
Vm 1 2 .
trajeto é de Ds = s – s0 = +90 – (+150) = –60 km (negativo, pois t1 t2 d d d (v1 v 2 ) (v1 v 2 ) 1 1
está contra o referencial). No segundo trajeto, o deslocamento escalar é v1 v 2 v1 · v 2 v1 v 2
Ds = s – s0 = +310 – (+90) = +220 km (positivo, pois está a favor 2
do referencial).
Note que, quando o trajeto é dividido em partes iguais, a velocidade
Note que, embora o deslocamento escalar do referido móvel de B até D média total é a média harmônica das velocidades em cada trecho (e não a
seja Dstotal = Ds1 – Ds2 = –60 + 220 = +160 km, a distância percorrida média aritmética). Para quem não se lembra, média harmônica é o inverso
entre o começo e o fim do deslocamento é de 280 km (60 km de B até A da média aritmética dos inversos.
e 220 km de A até D).
Matematicamente, podemos dizer que a distância percorrida pode Ex.2: Um móvel se desloca em uma trajetória retilínea ABC de modo que,
ser obtida por meio das somas dos deslocamentos escalares parciais. na primeira parte do percurso (AB), sua velocidade é v1 e, na segunda
parte (BC), sua velocidade é v2. Sabendo que o intervalo de tempo nas
d | S | duas partes do percurso é o mesmo, determine a velocidade média em
todo o percurso.
No exemplo, tem-se d = |Ds1|+| Ds2|=|–60|+|220| = 280 km.
Solução:
Dica: Se algum exercício perguntar qual a distância percorrida por um Por conveniência, chamaremos o tempo em cada parte do percurso de t.
móvel, deve-se seguir o seguinte passo a passo: s
Usaremos também que V s v t. Dessa forma, a velocidade
t
I. Encontrar os instantes em que o móvel troca o sentido do movimento.
média em todo o trajeto AC é:
Para isso, basta descobrir os pontos em que a velocidade é igual a zero.
II. Calcular os deslocamentos parciais em cada um dos intervalos de
AB BC v1 · t v 2 · t v1 v 2
tempo limitados pelos instantes encontrados (assim, você garante Vm .
que está olhando para um deslocamento em um único sentido). t1 t2 2t 2
III. Somar os módulos dos deslocamentos encontrados. Note que, quando o trajeto é dividido em tempos iguais, a velocidade
média em todo o percurso é a média aritmética das velocidades em cada
4. Velocidade escalar média trecho.
Unidade no SI: metro por segundo; abreviação: m/s. 4.1 Conversão de unidades
Outras unidades comuns: centímetro por segundo (cm/s), milímetro
por segundo (mm/s), quilômetro por hora (km/h). No S.I., a unidade de velocidade é o m/s, embora a unidade mais
Conceitualmente, a velocidade escalar de um corpo mede a rapidez utilizada seja o km/h.
com a qual esse corpo muda de posição. Para convertermos os valores dados de um sistema de unidades para
Embora a velocidade seja uma grandeza vetorial (precisa de módulo, outro, deve-se partir da unidade original e substituir as unidades originais
direção e sentido para ser compreendida), por enquanto iremos abordar km 1.000m 1m
pelas unidades a que se quer chegar: 1 = = . Portanto,
seu comportamento escalar, ou seja, vamos nos preocupar somente h 3.600 s 3,6 s
com o seu módulo. Por esse motivo, na cinemática escalar, estudaremos
para passarmos de m/s para km/h, basta multiplicar por 3,6 o valor da
basicamente trajetórias retilíneas.
velocidade em m/s. De maneira análoga, para passarmos de km/h para
Por definição, a velocidade escalar média de um corpo em um trecho
m/s, dividimos o valor em km/h por 3,6.
de um percurso é a razão entre seu deslocamento escalar nesse intervalo
de tempo e o respectivo intervalo de tempo. Esquematicamente:
dividir por 3,6
S s s0
Vm
t t t0
Importante: A velocidade média não é a média das velocidades. Os exemplos km/h m/s
abaixo mostrarão a importância de usar o conceito correto de velocidade
média para não cair em armadilhas.
Ex.1: Um móvel se desloca em uma trajetória retilínea AB. Na primeira multiplicar por 3,6
metade do percurso, sua velocidade possui módulo v1 e na segunda
metade, módulo v2. Determine a velocidade média em todo o trajeto AB. Repare que o método utilizado acima pode ser utilizado para transformar
quaisquer unidades de velocidade. Por exemplo, se quisermos converter
Solução: 3 dam/min em m/s (repare que dam/min é uma unidade extremamente
Por conveniência chamaremos a distância entre os pontos A e B de 2d, o incomum), devemos proceder da seguinte forma:
tempo na primeira metade do percurso de t1 e na segunda metade de t2.
S S dam 3 dam 30m m
Usaremos, também, que V t . Em problemas como este, 3 = = =0,5 .
t v min 1min 60 s s
a ideia é escrever a expressão da velocidade média para o percurso todo
e, só depois, substituir as variáveis que não foram dadas usando alguma
informação da questão.
5. Velocidade escalar instantânea Conclusão: a velocidade instantânea de um móvel pode ser obtida
calculando o coeficiente angular da reta tangente ao ponto considerado
Unidade no SI: metro por segundo; abreviação: m/s. em um gráfico s × t. Portanto:
Outras unidades comuns: centímetro por segundo (cm/s), milímetro I quanto mais inclinado for o gráfico, maior o módulo da velocidade
por segundo (mm/s), quilômetro por hora (km/h). instantânea naquele ponto. Quanto menos inclinado, menor o módulo
Conceitualmente, velocidade instantânea é a velocidade em um da velocidade.
instante específico do movimento. Como a velocidade é a razão entre II. se a reta tangente for horizontal (vértices), a inclinação é zero e, portanto,
o deslocamento e o intervalo de tempo, temos que, se calcularmos a a velocidade é zero. O móvel troca de sentido.
velocidade média para intervalos de tempo cada vez menores, (intervalos Matematicamente, a velocidade instantânea é o limite da velocidade
muito próximos de zero), tenderemos a chegar à velocidade naquele exato média quando o intervalo de tempo tende a zero (o conceito explicado
momento. anteriormente é exatamente o conceito de derivada). Ou, em outras
Para entender melhor esse conceito, vamos ao seguinte exemplo palavras, é a derivada de primeira ordem da posição em relação ao tempo
numérico: considere um móvel que se move em trajetória retilínea segundo ou a taxa de variação da posição em relação ao tempo.
a equação s(t) = t2 – 4t + 2, em que s está em metros e t, em segundos. s ds
v lim
Essa é uma equação do tipo equação horária da posição, já que informa t 0 t dt
a posição do móvel em função do tempo.
Para calcular a velocidade instantânea desse móvel no instante t = 3 s,
vamos calcular velocidades médias fazendo o intervalo de tempo tender
6. Aceleração escalar média
a um valor cada vez mais próximo de zero. Unidade no SI: metro por (segundo)2; abreviação: m/s2.
I. Tempo t = 0 s a t = 7 s. Nesses instantes, temos que as Outras unidades comuns: quilômetro por (hora); abreviação: km/h2.
posições são respectivamente iguais a s(0) 02 4 0 2 2 m
e s(7) 72 4 7 2 23 m . Logo, a velocidade média é dada por Conceitualmente, a aceleração escalar de um corpo mede a rapidez
s 23 2 com que o valor da velocidade muda, independentemente de essa
vm 3 m/s. velocidade aumentar ou diminuir.
t 70
II. Tempo t = 1,5 s a t = 5 s. Analogamente, teremos que a velocidade Atenção para a diferença entre os conceitos: Velocidade mede a taxa
média é 2,5 m/s. da variação da posição em relação ao tempo; aceleração mede a taxa de
III. Tempo t = 2,8 s a t = 3,1 s. Analogamente, teremos que a velocidade variação da velocidade em relação ao tempo.
média é 1,9 m/s. Um carro de Fórmula 1, por exemplo, atinge altas velocidades em
trajetórias retilíneas. Entretanto, se ele mantiver a velocidade constante,
Note que, quanto menor o intervalo de tempo considerado e quanto não vai haver variação da velocidade. Por esse motivo, a aceleração seria
mais próximo do instante t = 3 s, a velocidade média calculada se igual a zero.
aproximará da velocidade instantânea em t = 3 s. Um elevador parado, por exemplo, tem velocidade igual a zero (já
É extremamente importante também entender o argumento gráfico. que sua posição não está mudando). Entretanto, imediatamente antes
Veja-se um exemplo a seguir: de começar a subir, ele possui aceleração maior que zero, já que sua
A curva azul representa também a posição de um móvel qualquer em velocidade vai variar logo depois.
relação ao tempo. Por definição, a aceleração escalar média de um corpo em um dado
trecho de um percurso é a razão entre a variação de velocidade escalar
s
nesse intervalo e o respectivo intervalo de tempo.
v v v 0
am
t t t0
Ds A unidade no SI da aceleração escalar média é m/s2. Assim sendo, dizer
que um corpo possui uma aceleração de 3 m/s2, por exemplo, significa
dizer que sua velocidade aumenta 3 m/s a cada segundo. Vale destacar
que, embora o m/s2 seja a unidade mais usada, ela não é a única. Qualquer
unidade de variação de velocidade sobre qualquer unidade de tempo nos
dará uma unidade de aceleração.
t
0
Dt 7. Aceleração escalar instantânea
Se quisermos calcular a velocidade média entre os instantes Unidade no SI: metro por (segundo)2; abreviação: m/s2.
representados pelos pontos brancos, basta dividir o ΔS representado no Outras unidades comuns: quilômetro por (hora)2; abreviação: km/h2.
eixo das ordenadas pelo Δt representado no eixo das abscissas.
Repare que, se o intervalo de tempo tender a zero, os dois pontos Para obtermos a aceleração de um móvel em um instante específico,
tendem a um só (ponto vermelho). Nesse caso, a velocidade média devemos calcular a aceleração instantânea. Seguindo a mesma ideia de
calculada vai se aproximar da velocidade instantânea naquele ponto. velocidade instantânea, podemos dizer que a aceleração instantânea é a
Graficamente, ao dividirmos ΔS por Δt quando Δt tende a zero, aceleração de um móvel em um ponto específico da trajetória.
acabamos descobrindo a tangente do ângulo formado entre o eixo das
abscissas e a reta que tangencia a curva vermelha, passando pelo ponto
vermelho.
Solução:
Observe que agora não podemos mais considerar t0 = 0 para os dois
11. Velocidade relativa
móveis. Com isso, as equações horárias ficam da seguinte forma: Em muitos problemas de movimentos retilíneos, a solução torna-se
SA = 40 · (t – 7) e SB = 1.400 – 30t (cabe ressaltar que a função muito mais simples ao se utilizar o conceito de velocidade relativa. Tal
horária de A só vale para t ≥ 7 s). conceito nada mais é do que uma mudança de referencial, admitindo-
-se que um dos corpos em movimento está parado e observando o
No encontro, SA = SB. Então, 40 · (t – 7) = 1.400 – 30t → 40t – 280 = movimento do outro corpo em questão. De forma prática, pode-se calcular
1.400 – 30t → 70t = 1.680 → t = 24 s. a velocidade relativa de aproximação ou de afastamento entre dois corpos
Isso significa que A se moveu durante 17 s e que B se moveu durante 24 s. em movimento de maneira muito simples (supondo Va e Vb em módulo):
s1 área
2v0 at t v t at 2
0
2 2
ƒ(x) No segundo intervalo de tempo o deslocamento é
s2 área
2v0 3 at t v t 3 at 2
S 2
0
2
No terceiro intervalo de tempo o deslocamento é
x
a b
s3 área
2v0 5 at t v t 5 at 2
0
b 2 2
S f ( x )dx
a
E assim sucessivamente.
t
Consequentemente, podemos escrever que S v( t )dt Note que, em intervalos de tempos iguais, o corpo em MUV varia
t0
seus deslocamentos segundo uma progressão aritmética (PA) em que a
De forma parecida com a derivada, para calcular a integral de um razão é at2. Graficamente, note que, para cada “t” a mais no tempo, a área
polinômio, basta somar as integrais de cada termo. A regra a ser aplicada acrescentada é a de 2 metades de quadrado (ou 1 quadradinho inteiro),
1 sendo a área do quadrado igual a at2.
a cada termo é a seguinte: a t n dt a t n 1 C . Note que, para
n1 É possível chegar à mesma conclusão usando a equação horária de
uma integral indefinida como essa (não tem limites de tempo), surge uma posição.
constante C, que só poderá ser determinada com alguma informação do
problema (são as chamadas condições de contorno). 12.2 Velocidade média no MUV
Ex.: Usando o mesmo exemplo do módulo anterior, suponha que um móvel Considere um MUV qualquer de gráfico v × t abaixo:
tem sua velocidade em função do tempo dada pela equação v(t) = t2 – 5t + 6.
Para encontrar a equação horária da posição, precisamos integrar essa V(m/s)
função. Daí:
1 1 V
s( t ) v( t )dt ( t 2 5t 6) dt t 2 dt ( 5t )dt 6dt t 3 5 t 2 6t C.
3 2
1 1 V0
6dt t 3 5 t 2 6t C. Essa constante poderia ser encontrada se o problema
3 2
informasse a posição inicial do móvel (já que, pela equação encontrada, t(s)
s(0) = C. t0 t
Integrais definidas são aquelas em que o intervalo de integração está
1
S área gráfico 2
definido. Elas são a área abaixo da curva de limites estabelecidos. A regra v v 0 t t0 v v0
a ser aplicada a cada termo, nesse caso, é a seguinte: Vm Vm
1 1
t t t0 t t0 2
n 1 n 1
tf
t0
n
a t dt a
n1 f t a
n1 0 t
Ou seja, no MUV, a velocidade média em um dado percurso é a média
Em nosso exemplo, se quisermos descobrir o deslocamento do móvel
das velocidades nos extremos desse percurso.
entre 2 s e 4 s, precisamos fazer a integral da velocidade para os instantes de
Outra maneira de enxergar isso é olhar para o gráfico. Para que a
4 1 3 1 2
t = 2 s a t = 4 s. Daí: s 2 ( t 5t 6)dt 4 5 4 6 4
2
velocidade média seja a mesma, o deslocamento precisa ser igual.
3 2 Portanto, a área abaixo da curva precisa ser igual. Como o MUV forma
1 3 1 2 2 um trapézio e, portanto, sua área é bmédia · h, podemos traçar uma reta
3 2 5 2 6 2 m.
2 3 horizontal que diste bmédia da origem para chegarmos à mesma área. Como
v v
bmédia 1 f , então essa é a velocidade constante que gera o mesmo
Ex.: Essa propriedade gráfica nos permite visualizar um fato interessante 2
no MUV. Considere uma partícula com velocidade inicial v0 e aceleração deslocamento. Por esse motivo, essa é a velocidade média.
a. Seu gráfico v · t está representado na figura abaixo:
v V(m/s)
v0 + 4 at V
v0 + 3 at
v0 + 2 at V0
v0 + at t(s)
t0 t
v0
t
t 2t 3t 4t
12.3 Função horária de posição • Do instante 0 até t1, o espaço aumenta, o movimento é progressivo
(v > 0) e retardado, pois a e V têm sinais contrários (a < 0 e V > 0).
Considere um móvel se deslocando em MUV, cujo módulo da • Após t1, o espaço diminui, o movimento é retrógrado (v < 0) e
aceleração vale a e, no instante t0 = 0, sua posição é s0 e sua velocidade, v0. acelerado, pois a e V têm mesmo sinal (a < 0 e V < 0).
Para esse móvel, podemos escrever que: Independentemente do formato do gráfico s × t, podemos, sem fazer
v v0 s v v0
Vm
cálculos, descobrir em que ponto desse gráfico s × t o móvel possui maior
2 t 2 velocidade. Veja o gráfico a seguir:
Como v = v0+ a · t, temos: s
S v 0 at v 0 S 2v 0 at 2v t at 2 at 2
S 0 s s0 v o t tangente 1
t 2 t 2 2 2 2
2v 0 t at 2 at 2 P0
S s s0 v o t y0
2 2 2 tangente 2
Daí: P1
at 2 y1
s t s0 v o t f1
2
x2 x1 x0 t
Essa equação nos mostra a posição em função do tempo para um
móvel em MUV. Ela varia segundo uma função quadrática e deve ter seu Dado um gráfico s × t qualquer, a velocidade em um instante qualquer
gráfico representado por uma parábola, portanto. Conhecer essa parábola e é dada pelo coeficiente angular da reta tangente ao ponto correspondente
suas propriedades é muito importante. Por isso, vamos analisar os casos. a esse instante. Nesse exemplo, vemos que a reta tangente a P0 é mais
inclinada que a reta tangente a P1. Isso indica que vP0 > vP1.
1o caso: parábola com concavidade para cima:
12.4 Função horária de aceleração
S
Como no MUV, a aceleração tem valor constante, o gráfico a × t é
uma reta paralela ao eixo do tempo, podendo a aceleração assumir valores
positivos ou negativos.
S0
t2
a>0
0 t t a
1
t3
área = ∆V
• Nesse tipo de gráfico, a aceleração é positiva (a > 0).
• O ponto no qual a curva toca o eixo S corresponde ao espaço inicial t
S0. t área = ∆V
• Nos instantes t1 e t3, o corpo passa pela origem dos espaços (S = 0). a
• No instante t2, vértice da parábola, o corpo inverte o sentido de seu a<0
movimento (v = 0).
• Do instante 0 até t2, o espaço diminui, o movimento é retrógrado (v < 0)
e retardado, pois a e V têm sinais contrários (a > 0 e V < 0). Note que, se calcularmos a área dele, estamos multiplicando o eixo
• Após t2, o espaço aumenta, o movimento é progressivo (v > 0) e do tempo pelo eixo da aceleração. Como DV = a · Dt, concluímos que
acelerado, pois a e V têm mesmo sinal (a > 0 e V > 0). a área do gráfico a × t é numericamente igual à variação de velocidade.
S0
Dica: Em geral, quando o problema não precisa da variável tempo, essa
equação é bem útil.
0 t1 t2 t
v = v0 + at (elevando-se ao quadrado)
• Nesse tipo de gráfico, a aceleração é negativa (a < 0). v2 = v20 + 2av0t + a2t2
• O ponto no qual a curva toca o eixo S corresponde ao espaço inicial S0. v2 = v20 + 2a (v0t + a t2/2)
• Nos instante t2, o corpo passa pela origem dos espaços (S = 0). v2 = v2n + 2aDS
• No instante t1, vértice da parábola, o corpo inverte o sentido de seu
movimento (v = 0).
12.6 Dica para problemas de gráfico Obs.: Quando um corpo está em queda livre, as alturas percorridas a
cada segundo de movimento seguem uma PA, como já mencionado
Para ajudar a memorização, podemos utilizar o fluxograma abaixo, anteriormente. Por ter velocidade inicial nula, os deslocamentos a cada
que nos dá uma visão de conjunto de todas as propriedades gráficas: segundo seguem a seguinte sequência:
concavidade g 12 g
– No primeiro segundo de movimento a altura é H
inclinação inclinação 2 2
ds dv g 22 g
v= a= – No secundário segundo de movimento a altura é H 4
S = f(t) dt v = f(t) dt a = f(t) 2 2
derivada da posição derivada de velocidade g 32 g
(∆S) (∆V) – No terceiro segundo de movimento a altura é H 9
área área 2 2
∆S = ∫ v(t) dt ∆V = ∫ a(t) dt E assim sucessivamente.
(integral da velocidade) (integral da aceleração) g
Fazendo x = , teremos que no n-ésimo segundo de queda livre, a
Convém ressaltar que, matematicamente, ao calcularmos a tangente 2
distância percorrida pelo corpo é d = x · (2n – 1), em que x é a distância
a um gráfico, estamos calculando a sua derivada e, ao calcularmos a área
percorrida no primeiro segundo e n, o instante pedido.
sob a curva, a integral das respectivas funções.
13. Movimentos verticais em campos Dica: Esse problema também poderia ser resolvido com a ideia de que
a distância percorrida no n-ésimo segundo é a distância percorrida
gravitacionais uniformes pelo móvel até o instante n menos a distância percorrida pelo móvel
até o instante n – 1. Ao fazer isso, você transforma um problema que
Todos os corpos ao redor da Terra são puxados para o seu centro. Isso aparentemente não é de queda livre (já que o corpo tem velocidade no
ocorre devido ao que chamamos de campo gravitacional e a cada ponto instante n – 1) em um problema de queda livre. É muito mais interessante
desse campo temos associado um vetor chamado aceleração gravitacional transformar em queda livre, pois as equações são bem mais simples.
(ou simplesmente gravidade).
O que gera essa gravidade, suas propriedades e efeitos serão discutidos
no módulo sobre gravitação. Aqui, iremos ver do ponto de vista da cinemática 13.2 Lançamento vertical para baixo
como isso influencia os corpos abandonados na proximidade da Terra. No lançamento vertical para baixo, consideramos um corpo que é
Primeiro, temos que saber que, nos problemas que envolvem movimentos lançado para baixo (tem, portanto, velocidade inicial vertical para baixo)
no campo gravitacional terrestre, considera-se a aceleração da gravidade em um local livre da resistência do ar e com aceleração da gravidade
constante quando esses movimentos envolvem alturas muito pequenas constante. Esse corpo, tal como na queda livre, vai executar um MUV em
comparadas com o raio da Terra. A aceleração da gravidade próxima à que a = g. Nesse caso, as equações podem ser escritas como:
superfície da Terra é g = 9,8 m/s2, porém utiliza-se comumente o valor de
10 m/s2. A gravidade terrestre varia em função da latitude, mas isso também
x
será abordado no tópico de gravitação.
Vo = 0
Por ter valor aproximadamente constante, podemos dizer que todos
os corpos lançados ou abandonados na superfície da Terra ficam sujeitos
à mesma aceleração, executando, assim, um MUV. Em outras palavras,
sempre podemos utilizar os conhecimentos adquiridos no estudo de MUV
(gráficos, equações, etc.) para os movimentos verticais. Cabe ressaltar g
que a gravidade não depende da massa do corpo que está submetido a ela.
O livro, a formiga, você, um avião e qualquer outro objeto ficam sujeitos
à mesma aceleração (desde que a resistência do ar seja desprezada).
v0 > 0 at 2 gt 2
g = 10 m/s2 S v 0 t H= at 2 gt 2
2 2 S v o t H vot
2 2
v2 = v20 + 2aDS v2 = 2 gH
v 2 v o2 2 aS v 2 v o2 2 gH
Note que as equações de queda livre não são novas equações. Como
já dito anteriormente, são as equações de MUV para essa situação.
13.3 Lançamento vertical para cima móvel. Nesse caso, a gravidade é negativa sempre. É comum as pessoas
trocarem o sinal da gravidade de acordo com o movimento de descida
Um corpo lançado verticalmente para cima tem a subida como um ou subida. Isso não existe. A gravidade vai ter um único sinal em todo o
movimento retardado e a descida como um movimento acelerado em problema e isso só depende do referencial adotado.
que v0 = 0 (queda livre). Esses movimentos de subida e de descida são
simétricos. Há duas conclusões importantes acerca disso:
Dica: Em um número significativo das questões desse tipo de lançamento,
I. O módulo da velocidade com que um corpo passa subindo por uma é muito mais fácil estudar a descida (já que a descida é como se fosse
altura qualquer é a mesma que ele passa descendo pela mesma altura. uma queda livre). Lembre-se disso!
Demonstração:
Ex.:
Aplicando a equação de Torricelli:
Um corpo é lançado para cima do topo de um prédio de 200 metros com
velocidade inicial de 30 m/s em um local em que a resistência do ar pode
ser considerada desprezível. Considerando a gravidade igual a 10 m/s2,
v1 determine:
Solução:
Antes de responder à pergunta, vamos definir nosso referencial orientado
para cima e com origem no solo. A figura a seguir representa o exposto:
v22 = v12 + 2gDS
DS = 0 (S1 = S2)
200 m
v22 = v12 ⇒ v2 = – v1
Demonstração:
origem
A equação horária de posição para o corpo que é lançado para cima fica
assim:
VB B –VB
gt 2
h h0 v 0 t h 200 30t 5t 2
2
a. O tempo de permanência no ar é o tempo que ele leva para atingir o
solo (h = 0).
0 = 200 + 30t – 5t2 → 0 = 40 + 6t – t2
VA A –VA t = –4 s (não convém) ou t = 10 s (convém).
Obs: Esse item poderia ser feito sem a utilização da equação horária de
v posição.
g
t Tempo para atingir a altura máxima: v = v0 – gt → 0 = 30 – 10t → t = 3 s.
v B v a v A v B Para retornar a altura do lançamento, gastará 3 segundos em queda livre.
g
t AB t ' AB gt 2 10 32
H 45 m
t AB t ' AB 2 2
Como a altura de subida é igual à de descida, temos que a altura máxima
é 200 + 45 = 245 m.
As equações para um corpo lançado verticalmente para cima são as
mesmas do MUV. c. A equação horária de velocidade no MUV é v = v0 – gt → v = 30 – 10t.
O corpo chega ao solo no instante 10 segundos.
Atenção! 1v = 30 – 10t → v = 30 – 10 · 10 → v = –70 m/s (negativo), pois,
Uma vez adotado o referencial, ele precisa ser mantido para todas imediatamente antes de chegar ao solo, o vetor velocidade aponta
as variáveis. A maneira mais comum de resolver problemas desse tipo é para baixo, ou seja, contra o sentido do referencial adotado.
orientarmos o referencial positivo para cima e a origem na posição inicial do
13.4 Influência do ar P1
Alguns problemas, mais empíricos, não desprezam a influência do ar ϕ2
∆ϕ P1
nos movimentos verticais. Tal fenômeno será estudado mais adiante, em
dinâmica. No entanto, pode-se adiantar que a resistência do ar depende ϕ1
da forma e da velocidade do corpo e sua expressão é dada por
Fr = c · v2
em que c é uma constante que depende da forma do corpo e da área da
secção transversal do corpo e v é a velocidade instantânea do corpo.
Isso significa que, para um corpo qualquer, quanto maior for a velocidade,
∆ϕ = ϕ2– ϕ1
maior será a resistência do ar. Evidentemente, a resistência do ar não cresce
indefinidamente. Seu crescimento só ocorre enquanto é menor que a força
peso para o corpo. Isso porque a força de resistência é proporcional ao A unidade mais usual de ângulo é o radiano. Para determinar o ângulo
quadrado da velocidade. No momento em que seu valor se iguala ao valor da nessa unidade, basta calcular a razão entre o arco percorrido e o raio.
força peso, a aceleração passa a ser zero e a velocidade para de aumentar. Por definição, um radiano é o ângulo descrito quando o comprimento do
Consequentemente, a força de resistência para de crescer e fica igual ao arco é igual ao raio. Portanto, se considerarmos uma volta, teremos que
peso desse instante para frente. Nesse momento, o corpo atinge a sua 2πR
arco = 2πR → ângulo = =2π rad → 2π rad = 360° → π rad = 180°.
velocidade limite. A partir daí, o movimento de queda torna-se uniforme, R
ou seja, o corpo cai com velocidade constante. 14.2 Velocidade angular
Cálculo da velocidade limite: Unidade no SI: radiano por segundo; abreviação: rad/s.
m g m g Outras unidades comuns: grau/segundo.
P Fr m g c v 2 v 2 vL
c c
Definimos a velocidade angular média (ωm) como a razão entre o
em que: deslocamento angular e o tempo gasto para tal deslocamento.
m → massa do corpo; P2
∆t
g → aceleração da gravidade local; ∆ϕ
c → coeficiente de atrito com o ar. P1
Analogamente ao que foi dito na cinemática escalar, existe diferença Ex.: (UFU) Em uma pista circular de um velódromo, dois ciclistas
entre aceleração angular média e aceleração angular instantânea. cor rem em sentidos opostos. O ciclista A par te com uma
A aceleração angular instantânea é dada pela aceleração angular média velocidade angular constante de 0,50π rad/s e o cilclista B, com
para um intervalo de tempo tendendo a zero. 1,5 π rad/s, 2,0 segundos após. Eles vão se encontrar pela primeira vez:
∆ ω dω P
α i = lim =
∆ t →0 ∆ t dt
A
14.4 Relação entre a cinemática
angular e a escalar Q ponto de partida
Para mostrar a relação direta entre a velocidade angular média (ωm)
e a velocidade escalar média (vm), vamos partir da definição de radiano. B
arco percorrido ∆S
∆ϕ = = → ∆S = ∆ϕ · R
raio R R
Diferenciando em relação ao tempo, temos que: (A) no ponto P.
(B) entre P e Q.
d dt ds dϕ
(∆ S) = (∆ ϕ ⋅ R ) → =R⋅ → V = ωR (C) no ponto Q.
dt dt dt dt (D) entre Q e R.
Diferenciando em relação ao tempo mais uma vez, temos que: (E) no ponto R.
d d dv d
( v ) ( R ) R a R Solução: Letra D.
dt dt dt dt Adotaremos um sistema de referência com origem no ponto de partida e
positivo no sentido anti-horário. O enunciado diz que os ciclistas mantêm a
14.5 Tipos de movimento circular velocidade constante. Temos, portanto, um MCU. Escrevendo as equações
horárias, a partir do movimento de B, teremos:
Os movimentos circulares normalmente seguem um padrão. Ou são
movimentos circulares uniformes (MCU), ou são movimentos circulares ϕA = 0 + 0,5 · π · (t + 2) ϕB = 0 – 1,5 · π · t
uniformemente variados (MCUV). No primeiro caso, a velocidade angular
é constante e, consequentemente, sua aceleração angular é nula. A função
No encontro, a soma dos módulos dos deslocamentos angulares tem
horária no MCU nasce da mesma ideia do MRU.
que ser igual a 2π (uma volta completa).
dividindo-se cada Importante: Note que há uma diferença relevante aqui. Em MRU
s = so + vt ϕ = ϕo + ω t ou MRUV, o encontro acontecia quando as posições eram iguais. Aqui,
v = cte
a=0
⇒ função horária por R,
obtemos as equações ⇒ ω = cte
α=o
é importante contar o número de voltas.
do MRU
Isso significa que eles se encontraram 0,5 segundo após a saída de B.
No movimento circular uniformemente variado (MCUV), a aceleração
angular é constante e não nula. Nesse caso, a velocidade angular sofre
alterações iguais para o mesmo intervalo de tempo. Suas funções horárias |ϕA|+|ϕB|= 2π → 0,5 · π · (t + 2) + 1,5 · π · t =
podem ser determinadas a partir das equações de MUV: 2 · π → 0,5 · t + 1 + 1,5t = 2 → 2t = 1 → t = ½ s.
Frequência (f) é o número de ciclos dados em uma unidade de tempo. Daí, a velocidade de todos os pontos da correia vai ser a mesma,
No SI, a unidade é o Hertz (Hz) = (ciclos/s). Contudo, existe uma unidade assim como os “dentes” das polias. Portanto:
ainda muito utilizada denominada rpm (rotações por minuto). Sua relação
com o Hertz é 1 Hz = 60 rpm. R R
A partir das definições apresentadas, podemos escrever que: A A B B
v A v B fA RA fB RB
Pela definiçao R R
1volta → T segundos A
B
TA TB
f voltas → 1 segundo
Uma consequência imediata é que quanto maior o raio do disco, menor
Então: será sua velocidade angular.
1
=f.T 1=
ou T
f Ex.: (UNICAMP-2005) Em 1885, Michaux lançou o biciclo com uma roda
dianteira diretamente acionada por pedais (fig. A). Por meio do emprego da
A velocidade angular no MCU para k voltas pode ser escrita como: roda dentada, que já tinha sido concebida por Leonardo da Vinci, obteve-se
k 2 2 melhor aproveitamento da força nos pedais (fig. B). Considere que um ciclista
2 f
k T T consiga pedalar 40 voltas por minuto em ambas as bicicletas.
Dado: π 3.
14.7 Transmissão de movimento
Pode ser feita basicamente de duas maneiras: transmitindo velocidade
angular (fazendo com que discos, rodas, polias ou engrenagens possuam 10 cm
seus eixos interligados) ou transmitindo velocidade linear (interligando
os corpos por meio de uma correia ou corrente, ou fazendo com que os
corpos se toquem.).
Na transmissão de velocidade angular, os eixos dos discos são
dispostos coaxialmente. Dessa maneira, quando um executar k voltas, o 25 cm
outro também terá executado k voltas. 30 cm
figura A figura B
R1 Solução:
ω1
a. No biciclo de Michaux, a frequência imposta é exatamente a frequência
ω2 de movimento. Assim:
40
Como a rotação das polias é igual à do eixo: v=2·πƒ·R≅2·3· · 0,6 ≅ 2,4 m/s.
60
b. Na bicicleta, temos que a velocidade linear (escalar) da coroa dentada
é a mesma do pinhão.
T1 = T2
dc d 40
ω1 = ω 2 V1 V2 vcoroa = vpinhão → 2 · π ƒc · = ωp · p → 2 · 3 · · 25 =
R = R 2 2 60
1 2
20
p 10 rad/s.
2
Na transmissão de velocidade linear, os discos são interligados, de A velocidade angular do pinhão é a mesma velocidade angular da roda:
modo que quando um deles tem um deslocamento escalar, o outro disco
tenha o mesmo deslocamento. v roda
ωpinhão = ωroda → 10= → vroda = 10 · 0,3 → vroda = 3 m/s.
R
ϖA
Ex.: (UFRJ-1998) O olho humano retém durante 1/24 de segundo as
ϖB
imagens que se formam na retina. Essa memória visual permitiu a invenção
do cinema. A filmadora faz 24 fotografias (fotogramas) por segundo. Uma
RB RB vez revelado, o filme é projetado à razão de 24 fotogramas por segundo.
RA ϖA ϖB RA Assim, o fotograma seguinte é projetado no exato instante em que o
vB B B vB fotograma anterior está desaparecendo de nossa memória visual, o que
A vA A nos dá a sensação de continuidade.
vA
SA 2 L.
t
L 2 2 3 .
2v
Calcule quantas rotações por segundo, no mínimo, as pás devem estar Calculando a velocidade média:
efetuando para que isso ocorra.
vm
S
L 22
2 2 2v
2 2 2v 2 2 3
Solução:
t L 2 2 3
2 2 3 2 2 3 2 2 3
A ilusão de que as pás estão girando no sentido oposto ao real é devido ao 2v
fato de nosso cérebro interpretar que o movimento, de um fotograma para
vm
4 3 2 4 2 6 2v
2
2 4 v
o outro, dá-se no sentido do menor deslocamento angular. O olho humano 89 1
tira fotos da realidade de 1/24 a 1/24 segundo e “junta” as sucessivas
imagens, sempre atribuindo o menor caminho a cada objeto.
v m 4 2 2 v.
Entre dois fotogramas consecutivos, a pá destacada efetua, no mínimo,
3/4 de volta, em um intervalo de tempo de 1/24 s. Portanto, a frequência
mínima de rotação é: 02 Dois tratores, I e II, percorrem a mesma rodovia e suas posições
variam com o tempo, conforme o gráfico a seguir:
3 s(km)
4 3 24 18 Hz.
ƒ= 300
1 4 1 I
24 270
II
60
0 3 t(h)
01 Um turista, passeando de bugre pelas areias de uma praia em
Natal-RN, percorre uma trajetória triangular, que pode ser dividida em três Determine o instante do encontro desses veículos.
trechos, conforme a figura abaixo.
Solução:
Para um intervalo de tempo de 3 horas, o trator I se deslocou 60 km e
o trator II se deslocou –30 km. Com isso, temos que vI = 20 km/h e
A vII = –10 km/h. Escrevendo as equações horárias para cada trator, temos:
C
Qual deve ser o valor de b para que uma partícula alcance a outra em 2 s
e qual a velocidade da partícula P no ponto de encontro?
vp
dx d 16 8t
2
16 2 32m/s. 06 Uma partícula, a partir do repouso, descreve um movimento retilíneo
dt dt uniformemente variado e, em 10 s, percorre metade do espaço total previsto.
A segunda metade desse espaço será percorrida em, aproximadamente:
04 Em relação a um referencial cartesiano OXY, uma partícula se move
de acordo com as equações: (A) 2,0 s.
x = 8t – 4t2 e y = 12t – 6t2 (B) 4,0 s.
(C) 5,8 s.
Determine a equação cartesiana da trajetória para essa partícula. (D) 10 s.
(E) 14 s.
Solução:
Para determinar a equação da trajetória, precisamos colocar x em função Solução:
de y. O gráfico a seguir ilustra o movimento da partícula que parte do repouso
x = 4 (2t – t2) → (2t – t2) = x/4 e tem aceleração a:
y = 6 (2t – t2) → (2t – t2) = y/6
x y v(m/s)
Logo, =
4 6
a·t
y = 1,5x.
Como t = ∆s/v 32 B
28
1a equação: tx = x/50
2a equação: ty = y/75 A
3a equação: tz = z/70 14
4a equação: tMC = tx/2 + ty = (y + x/2)/60
5a equação: tAD = tx + ty + tz = (x + y + z)/60
0 4 78 t(s)
Substituindo as equações 1, 2 e 3 nas equações 4 e 5:
Na 4a equação obteremos x = 2y Qual a velocidade da partícula B, em m/s, no primeiro encontro entre A e B?
Na 5a equação obteremos z = 7/5y
at 2
SB 0 v 0 t h
2
at 2 a 42
SB v 0 t 32 v 0 4 32 4v 0 8 a v 0 2 a 8
2 2
at 2 a 72
SB v 0 t 14 v 0 7 28 14v 0 49 a 2v 0 7 a 4
2 2 H
a = – 4 m/s2 e v0 = 16 m/s → SB = 16 · t – 2t2
No encontro SA = SB → 28 – 2t = 16t – 2t2 → 2t2 – 18t + 28 = 0 →
t2 – 9t + 14 = 0 → t = 2 s ou t = 7 s.
A B v
(A) .
g
10v
(B) .
D C 7g
20v
(C) .
(A) a bola que se move pelo trecho ABC chega ao ponto C primeiro. 3g
(B) a bola que se move pelo trecho ADC chega ao ponto C primeiro. v
(C) as duas bolas chegam juntas ao ponto C. (D) 12 .
g
(D) a bola de maior massa chega primeiro (e se tiverem a mesma massa,
chegam juntas). Solução: Letra C.
(E) é necessário saber as massas das bolas e os ângulos relativos à
vertical de cada parte dos trechos para responder. v0 y
−v 0 2R
Solução: Letra B.
Como o enunciado fala que AD é paralela a BC e AB é paralela a DC, 2v 0 R é o raio da
consideraremos os movimentos como MRUV. Nesse caso, a velocidade roda-gigante
média entre dois pontos é a média aritmética da velocidade entre esses
dois pontos. Portanto: O
V V V situação inicial
VAD A D VAD D
2 2 situação inicial
VA VB VB
VAB VAB
2 2 O intervalo de tempo entre o começo e o fim é T/2.
VC VD T
2
VDC g
2 2
gt T 2 g T2 T
VB VC h h0 v 0 t 0 2R v v 2R 0
VBC 2 2 2 8 2
2
Já que VD > VB temos que VAD é maior que VAB e VDC é maior que VBC. 2⋅π⋅ R v ⋅T
Porém v = →R= . Substituindo, teremos:
Portanto, no trajeto ADC a velocidade escalar média é maior que no trajeto T 6
ABC e, como a distância total percorrida é a mesma, concluímos que o
tempo gasto no trajeto ADC é menor. g T2 T v T 20 v
v 2 0 3 g T 2 12v T 8v T 0 T .
8 2 6 3 g
11 Uma pessoa brincando em uma roda-gigante, ao passar pelo ponto
mais alto, arremessa uma pequena bola (figura 1), de forma que esta
descreve, em relação ao solo, a trajetória de um lançamento vertical para
cima.
01 (EsPCEx) Em uma mesma pista, duas partículas, A e B, iniciam seus
movimentos no mesmo instante com as suas posições medidas a partir
da mesma origem dos espaços. As funções horárias das posições de
A e B, para S, em metros, e t, em segundos, são dadas, respectivamente,
por SA = 40 + 0,2t e SB = 10 + 0,6t. Quando a partícula B alcançar a
partícula A, elas estarão na posição:
(A) 55 m.
(B) 65 m.
(C) 75 m.
(D) 105 m.
(E) 125 m.
0 t(s)
x x x
–24
a a a
a a a
2 2 2
0 b b t 0 b b t 0 2b b t (D) V(m/s)
3 2 3
18
Nas três situações, são iguais as velocidades:
16
(A) iniciais.
(B) finais
(C) instantâneas. 4 t(s)
(D) médias
(A) 0,5 m.
tA tB tC t
(B) 0,6 m.
(C) 0,7 m.
É correto afirmar que:
(D) 0,8 m.
(A) a velocidade no instante tAé menor que a velocidade no instante tB.
06 (AFA) Sabendo-se que a função horária de uma par tícula é
(B) para tC, a aceleração do móvel é nula.
S = –t2 + 16t – 24, o gráfico que representa a função V = f(t) será:
(C) para tA < t < tC, o movimento é acelerado.
(D) para tB < t < tC, a velocidade do móvel decresce de maneira uniforme.
(A) V(m/s)
08 (AFA) Um vagão movimenta-se sobre trilhos retos e horizontais
obedecendo à equação horária S = 20t – 5t2 (SI). Um fio ideal tem uma
de suas extremidades presa ao teto do vagão e, na outra, existe uma
0 esfera formando um pêndulo. As figuras que melhor representam as
t(s)
configurações do sistema vagão-pêndulo de velocidade v e aceleração a,
–24
nos instantes 1 s, 2 s e 3 s, são, respectivamente:
(A)
(B) V(m/s)
α V α V=0 α V
16
(B)
0 8 t(s) α V α V=0 α V
(C) v(m/s)
α V α V α V 15
(D)
t(s)
α V α V α V 0 5
velocidade
v
D 3t 4t
(A) 120 rpm. t 2t tempo
(B) 80 rpm.
(C) 60 rpm. –v
(D) 30 rpm.
(E) 20 rpm.
(A) v .
10 (AFA) Duas partículas, A e B, desenvolvem movimentos sobre uma t
mesma trajetória, cujos gráficos horários são dados por: 3v
(B) .
s(m) 4t
v
(C) .
32 B 4t
28 v
(D) − .
14 4t
A
3v
(E) − .
4t
0 4 78 t(s)
13 A função horária da posição de um móvel é dada pela seguinte equação:
No instante em que A e B se encontram, os módulos das velocidades de 2
S = t 3 − 7t 2 + 20t − 6, em que S e t estão nas unidades do SI.
A e de B valem, respectivamente: 3
Responda às seguintes perguntas:
(A) 2 e 12.
(B) 2 e 16. a. Qual a velocidade média entre os instantes 1 e 4 segundos?
(C) 2,57 e 12. b. Em que instantes o corpo inverte o sentido de movimento?
(D) 2,57 e 16 c. Qual a distância total percorrida pelo corpo entre os instantes
0 e 6 segundos?
11 (EsPCEx) O gráfico a seguir descreve a velocidade V, em função do d. Para que intervalos de tempo o movimento do corpo é acelerado?
tempo t, de um móvel que parte da posição inicial 10 m de sua trajetória. e. Para que intervalos de tempo o movimento do corpo é retrógrado?
A função horária da sua posição, em que o tempo t e a posição S são
dados, respectivamente, em segundos e em metros, é: 14 Um corpo, ao ser lançado para cima com certa velocidade, atinge o
solo após um tempo t1. Ao ser lançado para baixo com a mesma velocidade,
atinge o solo após um tempo t2. Quanto tempo levaria para atingir o solo
caso fosse abandonado do mesmo ponto?
15 (AFA) Certa mãe, ao administrar um medicamento para o seu filho, a. Qual carro está na frente assim que eles saem do ponto inicial?
utiliza um conta-gotas pingando em intervalos de tempo iguais. A figura b. Em que instante(s) os carros estão no mesmo ponto?
a seguir mostra a situação no instante em que uma das gotas está se c. Em que instante(s) a distância entre os carros A e B não aumenta nem
soltando. diminui?
d. Em que instante(s) os carros A e B têm a mesma aceleração?
08 Duas partículas, A e B, percorrem uma mesma circunferência com desse trajeto é sempre percorrida com velocidade constante e igual à média
movimentos uniformes e períodos respectivamente iguais a T e nT, sendo aritmética das duas velocidades anteriores. Nessas condições, quando o
n um número inteiro positivo. No instante t = 0, as partículas ocupam uma veículo percorrer a primeira metade do trajeto com velocidade constante de
mesma posição PO. Sabendo-se que as partículas caminham no mesmo 25 m/s, a velocidade média, em km/h, ao longo de todo o trajeto, a distância,
sentido, o valor de n para que as partículas só se encontrem na mesma em km, entre as cidades e o tempo gasto, em h, na primeira metade do
posição PO é: trajeto quando a velocidade vale 15 m/s valem, respectivamente:
13 (PUC-SP) Um veículo percorre a distância entre duas cidades de tal 17 A maior aceleração (ou desaceleração) tolerável pelos passageiros de
forma que, quando percorre a primeira metade desse trajeto com velocidade um trem urbano é de 2 m/s2. Sabe-se que a distância entre duas estações
constante e igual a 15 m/s, gasta 2 h a mais do que quando o percorre consecutivas é de 800 m e que o trem para em todas as estações.
também com velocidade constante e igual a 25 m/s. A segunda metade
Sugestão: Resolva essa questão utilizando o gráfico da velocidade escalar 21 (ITA) Um automóvel a 90 km/h passa por um guarda em um local
em função do tempo. em que a velocidade máxima é de 60 km/h. O guarda começa a perseguir
o infrator com sua moto mantendo aceleração constante até que atinge
Determine: 108 km/h em 10 segundos e continua com essa velocidade até alcançá-lo.
Qual a distância total percorrida pelo guarda?
a. a máxima velocidade que o trem pode atingir no percurso de uma
estação a outra. 22 (Irodov) Um automóvel, tendo velocidade inicial nula, desloca-se por
b. o tempo mínimo para o trem ir de uma estação a outra consecutiva. um caminho reto. Inicialmente, ele trafega com aceleração constante w=
5 m/s2, logo depois com uma velocidade constante e, finalmente, reduz
18 (ITA) Os espaços de um móvel variam com o tempo, conforme o sua velocidade com a mesma aceleração w, parando. Durante os 25
gráfico a seguir, que é um arco de parábola cujo vértice está localizado segundos de movimento, sua velocidade média foi de 72 km/h. Durante
no eixo e: quanto tempo o automóvel manteve sua velocidade constante?
(A) x = 3t – 2t2.
(B) x = 18 + 3t – 2t2.
(C) x = 18 – 2t2. L
(D) x = –72 + 27t – 2t2. θ
(E) x = 27t – 2t2.
a. o tempo que o primeiro projétil disparado leva para atingir o avião que h 1a janela
vai à frente.
b. a distância entre dois projéteis lançados simultaneamente.
c. o número de projéteis, por segundo, que atingem a aeronave da frente. L
03 Três turistas que têm uma bicicleta devem chegar ao centro turístico
no menor espaço de tempo (o tempo conta até que o último turista chegue h 2a janela
ao centro). A bicicleta pode transportar apenas duas pessoas e, por isso, o
terceiro turista deve iniciar o trajeto a pé. O primeiro turista, que nunca larga a
L
bicicleta, leva o segundo turista até determinado ponto do caminho, de onde
o segundo turista continua a andar a pé e o primeiro volta para transportar o
terceiro. Encontre a velocidade média dos turistas, sabendo que a velocidade
de quem está a pé é 4 km/h e de quem está na bicicleta é 20 km/h.
A expressão “leis de Newton” se refere às três leis que conceituam e Essa é a expressão geralmente usada nos cálculos para solucionar
explicam os comportamentos dos corpos com relação a seu movimento. os problemas. Vê-se que ela pressupõe que toda força é associada a
Ou seja, permitem, por si só, o entendimento do porquê um corpo pode uma aceleração.
passar a se mover a partir do repouso, do porquê um corpo pode chegar
ao repouso depois de estar em movimento e do porquê um corpo pode Sabe-se que, no Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade
alterar seu movimento. As três leis foram formuladas pelo físico inglês de força é kg · m/s2, também chamada de N (newton), em homenagem a
Isaac Newton e publicadas em seu livro Philosophiae Naturalis Principia Isaac Newton. Logo, 1 N é a força resultante necessária a ser aplicada em
Mathematica, no século XVII. um corpo de 1 kg para que adquira uma aceleração de 1 m/s2.
A interação entre dois corpos é ditada pelo conceito de força. Essas 2.3 Terceira lei de Newton
forças são definidas sob uma fundamentação vetorial, apesar de as
estudarmos muitas vezes sob uma visão puramente escalar. “A toda força de ação corresponde uma de reação, de mesmo módulo,
Os seus enunciados estão explicitados a seguir: mesma direção e em sentido contrário, aplicadas em corpos diferentes.”
As forças de ação e reação não se equilibram, pois estão sempre
2.1 Primeira lei de Newton aplicadas em corpos diferentes. Se o corpo A faz uma força no corpo B, o
corpo B produzirá uma força sobre o corpo A de mesmo módulo e direção,
“Todo corpo tende a continuar em seu estado de repouso ou porém em sentido contrário. É, então, conhecida como “lei da ação e reação”.
movimento uniforme retilíneo, a não ser que uma força passe a atuar sobre
ele, obrigando-o a alterar aquele estado.”
3. As forças mais comuns
F 0 v cte ou repouso
3.1 Peso
Ou seja, se não há força resultante atuando sobre o corpo, este
permanecerá no seu estado atual, caso seja de repouso ou de movimento O peso é a força de atração gravitacional dada pela expressão:
retilíneo. Essa lei é conhecida como lei da inércia.
Newton a apresentou para que se pudesse estabelecer um referencial P m g
para as duas próximas leis, já que esta lei postula que exista, no mínimo,
um referencial, denominado inercial, no qual, quando a força resultante é Na expressão, g é a aceleração da gravidade local. É exercido pelo
nula, o corpo se move em MRU ou está em repouso. centro da Terra, e tem sempre o sentido da aceleração gravitacional (veja
que a aceleração associada ao peso é a gravidade, um exemplo do que
Assim, como as duas próximas leis decorrem dessa, as leis de
foi dito em 1.2). A força gravitacional será estudada mais profundamente
Newton só têm validade em um referencial inercial, cuja definição
no capítulo Gravitação universal. Por enquanto, o conhecimento dela
decorre justamente dessa propriedade. Mais à frente promoveremos uma
limita-se ao que foi escrito.
explicação mais exata sobre as diferenças entre um referencial inercial e
um referencial não inercial.
3.2 Normal
2.2 Segunda lei de Newton É a força de contato entre superfícies. É sempre perpendicular às
superfícies.
“Uma partícula sob ação de uma força resultante adquirirá uma
aceleração diretamente proporcional à força resultante, no mesmo sentido N
e direção, e inversamente proporcional à massa.” N
A princípio, essa lei, também denominada de princípio fundamental da
dinâmica, afirma que a força resultante é a taxa de variação do momento
A força normal é sempre exercida pela superfície sobre o corpo. Enquanto não se aplica no corpo uma força que supere a força de
Muitos confundem a força normal como a reação à força peso, o que está atrito estático máxima, o corpo permanece em repouso, e a força de atrito
totalmente errado. A força normal e a força peso estão aplicadas no mesmo estático cresce linearmente, até chegar a seu limite, justamente a força
corpo, e, como foi visto, forças de ação e reação devem estar aplicadas de atrito estático máxima (iminência de movimento). Após isso, o atrito
em corpos diferentes. Logo, as forças normal e peso não constituem par passa a ser cinético.
ação-reação. A reação da força peso é aplicada pelo corpo no centro da
Terra, e a reação à força normal é aplicada pelo corpo na superfície em 3.4.2 Atrito dinâmico (cinético)
que está apoiado. A força de atrito dinâmico, ou cinético, surge quando as superfícies
dos corpos possuem movimento relativo (escorregamento) uma em
Obs.: Quando se mede o peso de um corpo em uma balança, a força relação à outra.
que na verdade é medida é a normal! Logo, quando um problema pedir a A força de atrito dinâmico pode ser calculada pela expressão:
medição da balança, nunca responda com o peso do corpo, mas sim com
a intensidade da força normal que a balança fizer no corpo.
Fatd = µdN
N
3.3 Tração
em que:
É a força que atua em cabos, fios, elos etc. Atua sempre no sentido
µd = coeficiente de atrito dinâmico
de puxar os corpos. Fat
entre as superfícies.
Lembrando que, para haver atrito cinético, deve haver escorregamento (A) força
entre as superfícies de contato, e não apenas movimento. Um exemplo resultante
típico é um carro que se desloca sem patinar. Enquanto suas rodas apenas
giram, sem deslizar em relação ao chão, o que faz com que o carro se
desloque para frente é o atrito estático entre os pneus e a pista. Não há
atrito cinético nesse caso, já que as rodas não estão deslizando, ou seja,
não estão “arrastando” no chão. A mesma coisa acontece quando andamos
tempo
em um chão seco. Quando damos um passo, nosso pé permanece em 0 TA
repouso em relação ao chão, não havendo atrito cinético, apenas estático.
É como se “empurrássemos” o chão para trás e o chão reagisse “nos
empurrando” para frente. Como nossa massa é muito menor do que a
massa do chão, quem adquire maior aceleração somos nós, enquanto o
chão não se move.
(B) força
3.4.3 Resistência do ar resultante
Quando um objeto se move em um fluido (ar ou água, basicamente),
o fluido exerce sobre ele uma força de resistência. Essa força depende de
características do fluido, da forma do objeto e da velocidade com que o
objeto está se movendo. Tem papel semelhante ao atrito: tende a reduzir
a velocidade do corpo, muitas vezes diminuindo apenas a sua aceleração. tempo
Porém, difere do atrito dinâmico no seguinte aspecto: a força de resistência 0 TA
em um fluido aumenta com o acréscimo da velocidade.
Dessa forma, a força de resistência do ar é proporcional ao quadrado
da velocidade do móvel,
(C) força
R = c · v2 resultante
em que:
c = constante de proporcionalidade empírica (depende da forma do corpo).
Sendo assim, considerando um caso em que R = c · v², à medida
tempo
que um corpo cai devido à força peso, a sua velocidade vai aumentando, 0 TA
bem como a força de resistência do ar, fazendo com que a força resultante
diminua. O limite dessa força de resistência é o próprio peso. A velocidade (D) força
do corpo, quando a força de resistência se iguala ao peso, mantém-se resultante
constante e é denominada velocidade limite, e pode ser calculada como
se segue:
mg
P R m g c v2 v
c tempo
0 TA
(E) força
resultante
(ENEM-2013) Em um dia sem vento, ao saltar de um avião, um
paraquedista cai verticalmente até atingir a velocidade limite. No instante
em que o paraquedas é aberto (instante TA), ocorre a diminuição de sua
velocidade de queda. Algum tempo após a abertura do paraquedas, ele
passa a ter velocidade de queda constante, que possibilita sua aterrissagem tempo
0 TA
em segurança.
Solução: Letra B.
Que gráfico representa a força resultante sobre o paraquedista, durante o Durante a queda livre do paraquedista, a força resultante que atua sobre ele é
seu movimento de queda? Fres = P – c · v², em que P é seu peso e c · v² é a força de resistência do
ar. Como c · v² aumenta, dado o aumento da velocidade, a força resultante
diminui com o tempo, de forma não linear. O paraquedista abre o paraquedas houvesse apenas uma mola sendo comprimida, o deslocamento dela seria
em TA, quando atingiu sua velocidade limite, ou seja, quando a força resultante igual ao deslocamento das três molas e a força elástica aplicada a ela
é igual a 0. Dessa forma, eliminamos as letras C e E. Com a abertura do seria a mesma. Dessa forma, temos:
paraquedas, a força resultante tem seu sentido alterado, já que o paraquedas
Fel F F F 1 1
provoca uma força de resistência do ar muito maior do que a que atua xeq x1 x 2 x3 el el el
sobre o próprio paraquedista em queda livre com o paraquedas fechado. K eq K1 K 2 K 3 K eq i Ki
A força resultante, agora, deve ser negativa e com módulo elevado, pois a
força de resistência passa a ser maior que o peso. Depois de um tempo,
o paraquedista passa a ter velocidade constante, o que significa que o Em outras palavras, o inverso da constante elástica equivalente a uma
módulo da força resultante reduziu-se a 0. Assim, o único gráfico que pode associação de molas ideais em série é igual ao somatório dos inversos
representar o comportamento da força resultante com o tempo é o da letra B. das constantes elásticas das molas que estão presentes na associação
original. Esse resultado é equivalente à resistência equivalente de
3.5 Elástica uma associação de resistores em paralelo, assunto a ser abordado no
capítulo Associação de resistores.
As forças elásticas surgem sempre que se provoca uma deformação
em um corpo, e sempre tendem a fazer com que o corpo retorne à sua 3.5.2 Associação de molas ideais em paralelo
posição de equilíbrio inicial. Em regime elástico, a deformação sofrida por
Dizemos que molas estão associadas em série quando os “inícios”
uma mola é diretamente proporcional à intensidade da força que a provoca.
de todas elas estão conectados a uma mesma superfície, assim como
Quando a mola obedece a lei de Hooke, esse comportamento é linear, e
os “finais” delas estão conectados a uma outra superfície, como mostra
é calculada pela expressão:
a figura abaixo:
F=K·x
K
em que:
K = constante elástica da mola (unidade no SI: N/m). K
x = deformação sofrida pela mola (unidade no SI: m).
K
A figura a seguir mostra as orientações da força elástica em uma mola
quando comprimida e esticada, respectivamente:
Nesse tipo de situação, se uma força é aplicada no bloco a fim de se
comprimirem as molas, a deformação das molas será igual, já que elas têm
x0 o mesmo grau de liberdade. Dessa forma, se houvesse apenas uma mola
sendo comprimida, o deslocamento desta seria igual ao deslocamento das
F molas em paralelo, e a força aplicada nela seria igual à soma das forças
aplicadas nas molas em paralelo. Assim sendo:
–∆x
F Feq F1 F2 F3 K eq x K1 x K 2 x K 3 x K eq K i
i
x
Em outras palavras, a constante elástica equivalente a uma associação
Essa força será importantíssima no estudo posterior do Movimento de molas ideais em paralelo é a soma das constantes elásticas das
Harmônico Simples (MHS) em um sistema massa-mola, já que atuará molas da associação original. Esse resultado é equivalente à resistência
como força de restauração do sistema (força que tende a restaurar o equivalente de uma associação de resistores em série, assunto a ser
equilíbrio do sistema). abordado no capítulo Associação de resistores.
Molas com diferentes constantes elásticas podem ser associadas, e
podemos substituí-las por uma única mola que preserve as propriedades
que as molas tinham previamente. Existem dois tipos de associação,
4. Resolução de problemas
como veremos a seguir. Os problemas de dinâmica são muito variados. Por essa razão, não
existe uma forma única de resolvê-los. Assim, abaixo serão descritos
3.5.1 Associação de molas ideais em série passos básicos e indispensáveis para a resolução de qualquer problema.
Dizemos que molas estão associadas em série quando o “final” de Os problemas podem envolver concomitantemente as três leis de
uma está conectado ao “início” de outra, como mostra a figura abaixo: Newton, portanto, a interpretação de cada problema em sua individualidade
é essencial para a solução.
K K K
Caso os componentes de um sistema mecânico não apresentem
movimento relativo entre si, o sistema pode ser analisado como um todo,
ou seja, os corpos podem ser estudados como se fossem um único corpo,
Suponha que uma força seja aplicada no sistema mostrado na figura cuja massa é dada pela massa total dos corpos. As forças de interação
a fim de se comprimir as molas. Como as molas são ideais, ou seja, não entre os componentes, neste caso, são chamadas de forças internas, e
possuem massa, ocorre a mesma situação da tração em um fio ideal: a não aparecerão no diagrama de forças do sistema, já que forças internas
força elástica permanece constante ao longo da associação. Dessa forma, são incapazes de realizar trabalho no sistema (estudaremos esse conceito
a força elástica que atua nas três molas é igual. Temos também que, se mais a fundo posteriormente). Essas forças só poderão ser analisadas
Dessa forma, aplicando a segunda lei para o bloco B na horizontal, e figura. Desconsiderando qualquer tipo de atrito, para que os três cilindros
lembrando que a NB = PB = 40 N, temos: permaneçam em contato entre si, a aceleração a provocada pela força
deve ser tal que:
Fel – FatB = mB · a → 800 · x – 0,4 · 40 = 4 · 2 → x = 0,03 m = 3 cm.
g g
03 (UFC-2001) Um sistema composto por duas bolas de massas m e 2m, (A) < a< .
3 3 3
conectadas entre si por uma mola ideal, está pendurado ao teto como
mostrado na figura. Cortando-se o fio que liga o sistema ao teto, qual será 2g 4g
(B) < a< .
a aceleração adquirida pelas bolas de massa m e 2m, respectivamente, 3 2 2
logo após o corte? A aceleração da gravidade é g.
g 4g
(C) < a< .
2 3 3 3
2g 3g
(D) < a< .
m 3 2 4 2
g 3g
(E) < a< .
2 3 4 3
2m A
(A) 0 e 0. F
B C
(B) 0 e g.
(C) g e 0.
(D) 0 e 3g.
(E) 3g e 0. Solução: Letra A.
Para que exista um intervalo de acelerações no qual os cilindros
Solução: Letra E. permaneçam em contato entre si, é natural que exista também um intervalo
Antes do corte, é possível determinar a tração exercida no fio superior. para a força F que permita que os cilindros permaneçam em contato, já
Como as forças elásticas que atuam na mola são forças internas ao que a força F é a única força externa na direção horizontal (as outras são
sistema, podemos considerar o “blocão” formado pelas duas bolas e pela os pesos dos cilindros e as normais que a superfície exerce nos cilindros
mola. Vê-se que as forças externas presentes são a tração T e o peso do inferiores).
sistema, igual a 3mg.
Isolando a bola superior, vemos que atuam sobre ela três forças: a tração Dessa forma, obrigaremos a força F a ser mínima e máxima. No primeiro
T = 3mg, seu peso Pm = mg para baixo e a força elástica Fel para baixo caso, acharemos a aceleração mínima que deve ser comunicada ao
(já que a mola está distendida). Como a bola está em equilíbrio, vale a sistema. No segundo, acharemos a máxima aceleração que pode ser
primeira lei de Newton: comunicada ao sistema. Assim, obteremos o intervalo desejado.
Sejam N1, N2 e N3 as forças de contatos entre os cilindros B e C, A e B e A
T = Pm + Fel → 3mg = mg + Fel → Fel = 2mg. e C, respectivamente. Os diagramas de corpo livre estão expostos na figura
a seguir (os pesos dos cilindros inferiores e as normais da superfície foram
Isolando a bola inferior, temos a força elástica Fel = 2mg (já calculada) desconsiderados, pois não serão relevantes para os nossos cálculos).
para cima (pelo mesmo fato de a mola estar distendida) e o seu peso
P2m = 2mg para baixo. A
a
A única alteração que acontece no sistema ao fio ser cortado é o fato de
m·g
o fio não estar mais esticado. Sabemos que só há tração em fios ideias
caso o fio esteja minimamente esticado. Dessa forma, a tração se anula N2 N3
quando o fio é cortado.
Então, a bola de cima fica sujeita apenas à força peso Pm e à força elástica
Fel, que resultam em uma força para baixo igual a 3mg. Logo, pela segunda N2 N3
lei de Newton:
F N1 N1
F = m · am → 3mg = m · am → am = 3g.
B a C a
A bola de baixo continua sujeita apenas à ação da força elástica Fel para
cima e seu peso P2m para baixo. Logo, como essas forças se anulam, a
aceleração nessa bola será nula → a2m = 0. Obrigando a força F a ser mínima:
Para que a força F seja mínima, a força N1 deverá tender a 0, já que, se
04 (ITA-2013) Em cer to experimento, três cilindros idênticos F não for suficientemente grande, o cilindro A tenderá a ocupar o espaço
encontram-se em pleno contato entre si, apoiados sobre uma mesa e sob entre os cilindros B e C, fazendo com que estes percam o contato entre si.
a ação de uma força F, constante, aplicada na altura do centro de massa Dessa forma, a condição que obriga F a ser mínima é N1 = 0.
do cilindro da esquerda, perpendicularmente a seu eixo, como mostra a
Isolando o cilindro C, temos: aceleração invertida, que é adicionada quando se muda de referencial, pode
– Horizontal (segunda lei de Newton): Fmín = m · amín = N3 · cos 60° (I). ser adicionada à aceleração da gravidade, criando uma nova aceleração
da gravidade g’ = g – a = 10 – 2 = 8 m/s². Logo, o peso dos corpos
Isolando o cilindro A, temos: será diferente nesse referencial, quando comparados aos seus pesos no
– Horizontal (segunda lei de Newton): Fmín = m · amín = N2 · cos 60° – N3 · referencial da Terra. As figuras a seguir exemplificam bem o que foi escrito.
sen 30° (II).
– Vertical (primeira lei de Newton): N2 · cos 30° + N3 · sen 60° = m · g (III). campos
g 3 gravitacionais
Resolvendo o sistema, encontramos amín .
9 g a a
Obrigando a força F a ser máxima:
Para que a força F seja máxima, N3 deve tender a 0, já que, para uma
força F limite, o bloco A estaria “rolando” por cima do bloco B, perdendo
o contato com o bloco C. Dessa forma, a condição que obriga F a ser
máxima é N3 = 0. A B
Isolando o cilindro A:
– Horizontal (segunda lei de Newton): Fmáx = m · amáx = N2 · sen 30° (IV).
campos
– Vertical (primeira lei de Newton): m · g = N2 · cos 30° (V).
gravitacionais
g 3 resultantes
Resolvendo o sistema, encontramos amáx = .
3
Logo, o intervalo de valores da aceleração para o qual os cilindros não g’
g 3 g 3
perdem o contato é < a< , que é a resposta da alternativa A T T
9 3
já racionalizada.
a’
Veja que o intervalo deve ser aberto, já que as acelerações máxima e A B a’
mínima que encontramos obrigam as normais a serem 0, o que não é
nosso objetivo. Nós apenas o fizemos para achar os limites do intervalo.
mA · g’ mB · g’
Obs.: Problemas de minimização e maximização são muito comuns na
Vê-se que os blocos têm, em módulo, a mesma aceleração a’. Porém, julgamos
mecânica. Depararemo-nos com problemas semelhantes mais vezes, logo,
que B desce e A sobe, já que B é mais pesado. Isolando os blocos, temos:
é importante guardar ideias como essas.
Bloco A:
05 Um elevador apresenta aceleração a = 2 m/s² para baixo, em um local mA · a’= T – mA · g’ → T – 8 = 1 · a’ (I).
onde a aceleração da gravidade é igual a 10 m/s². Os blocos A e B da
figura têm massas respectivamente iguais a 1 kg e 2 kg, e estão ligados Bloco B:
conforme mostra a figura. Qual a tração no fio e a aceleração observada mB · a’ = mB · g’ – T → 16 – T = 2 · a’ (II).
no referencial do elevador?
8 32
Resolvendo o sistema, encontramos a’ = m/s² e T = N.
3 3
a 06 Um bloco desliza com atrito desprezível ao longo da face hipotenusa
de uma cunha mantida fixa sobre o plano horizontal. Assim que o bloco
se imobiliza ao atingir a lingueta de retenção L, comunica à cunha uma
B
aceleração horizontal a que faz com que o bloco suba ao longo da mesma
face e atinja o topo no mesmo intervalo de tempo que ele levou para descer.
Demonstre que a = 2g · tan α.
A
a
Solução:
Como o problema nos pede a aceleração observada no referencial do
elevador, é natural mudarmos do referencial Terra para o referencial elevador. L
Dessa forma, de acordo com o princípio da equivalência, os corpos dentro
do elevador devem ser submetidos a uma aceleração de intensidade igual
à do referencial não inercial, só que com sentido inverso, e, de acordo com
o princípio de D’Alembert, essas acelerações estão associadas a forças
de inércia. Porém, resumindo esse pensamento, podemos dizer que essa
P B A
L C
a E
FI = ma
P
L F
a
Aplicação da segunda lei no eixo ao longo do plano inclinado:
FI cos α – P sen α = masubida ∴ ma cos α – mg sen α = m · asubida Logo, pelas figuras, temos que AB + BC = L. Como AB = x, temos que
1
x = asubida ts2 (II) (distância percorrida ao longo do plano, segundo as BC = L – x. Só que, no triângulo de vértices A, B e D, temos que AD = AB·
2 cos α = x · cos α e BD = x · sen α, o que implica que CE = x · sen α.
fórmulas).
Como o comprimento do fio é conservado, já que o fio é ideal, ou seja,
Como o tempo de subida e o de descida são iguais, de (I) e (II), não pode ser esticado nem comprimido, temos, pela figura, que AD +
adescida = asubida ∴g · sen α = a · cos α – g · sen α ∴ a = 2g · tan α. DE + EF = L. Como AD = x · cos α e DE = BC = L – x, temos que
EF = L – AD – DE = x(1 – cos α). Como CE e EF são as componentes do
07 (Irodov) Na figura, o bloco tem massa m, a cunha tem massa M e o deslocamento do bloco, temos que, quando a cunha se desloca AB = x
ângulo do plano inclinado da rampa é α. O fio é ideal e o atrito é desprezível. para a direita, o bloco se desloca CE = x · sen α perpendicularmente ao
Determine a aceleração a adquirida pela cunha, sabendo que a aceleração plano inclinado e EF = x(1 – cos α) ao longo do plano inclinado, como
da gravidade é g. mostra a figura abaixo:
a
m
na
se
a
x·
)
sa
M
co
a
–
(1
x·
a
Primeira solução: referencial inercial Terra.
Para resolvermos essa questão utilizando o referencial inercial Terra, temos
que, primeiramente, como nos passos escritos no item 3 deste módulo, Logo, se a é a aceleração da cunha para a direita (segunda derivada do
verificar se os componentes do sistema possuem movimento relativo deslocamento AB = x), temos que a · sen α é a aceleração do bloco
entre si ou não, isto é, verificar se possuem a mesma aceleração em perpendicularmente ao plano inclinado e a(1 – cos α) é a aceleração
relação à Terra. Veja que, quando a cunha se move para a direita, o bloco do bloco ao longo do plano inclinado, com suas respectivas segundas
cai ao longo do plano inclinado contido nela. Dessa forma, percebe-se derivadas de seus deslocamentos.
claramente que os componentes possuem movimento relativo entre si, não Dessa forma, podemos agora aplicar normalmente as leis de Newton,
possuindo, então, mesma aceleração em relação à Terra. Logo, devemos isolando os blocos.
desvendar o vínculo geométrico que atrela o deslocamento da cunha ao
deslocamento do bloco.
Diagramas de corpo livre: – Primeira lei de Newton para a cunha na direção horizontal (cunha em
– Segunda lei de Newton para a cunha na direção horizontal: Ma = repouso): T + N · sen α = T · cos α + Ma.
N · sen α + T – T cos α. mg sen
– Segunda lei de Newton para o bloco na direção perpendicular ao plano: Resolvendo o sistema, temos que a .
M 2 m(1 cos )
ma · sen α = mg · cos α – N.
– Segunda lei de Newton para o bloco na direção ao longo do plano: Vê-se, então, a vantagem da aplicação da mudança de referencial e do
ma(1 – cos α) = mg · sen α – T. princípio de D’Alembert em certas questões.
mg sen
Resolvendo o sistema, temos que a .
M 2 m(1 cos )
Segunda solução: referencial não inercial (cunha).
A solução com referencial não inercial necessita que nós analisemos o
vínculo geométrico constituído pelo bloco e pela cunha, o que, muitas 01 Na situação do esquema seguinte, não há atrito entre os blocos e
vezes, pode tornar a resolução da questão difícil. Dessa forma, pensaremos o plano horizontal, a resistência do ar é desprezível e as massas de A e
no referencial não inercial da cunha, para analisar um vínculo geométrico de B valem, respectivamente, 2,0 kg e 8,0 kg. Sabe-se que o fio leve e
muito mais simples. Vamos deixar a cunha imóvel, fazendo o bloco descer inextensível que une A com B suporta, sem romper-se, uma tensão máxima
ao longo do plano inclinado e a parede “se aproximar” da cunha, conforme de 32 N. Calcule a maior intensidade admissível à força, horizontal, para
indica a figura abaixo. Vê-se que a parede terá uma aceleração a para a que o fio não se rompa.
esquerda, já que se mudou o referencial, e, como o fio não estica, o bloco
deve descer o plano inclinado com a mesma aceleração a com que a parede F
está se movendo (vínculo geométrico muito mais simples que o anterior). B A
g
Dessa forma, ao mudarmos o referencial, pelo princípio da equivalência, a
aceleração a para a direita tanto no bloco como na cunha cria, pelo princípio
de D’Alembert, as forças fictícias m.a e M.a, ambas para a esquerda, no
bloco e na cunha respectivamente. Assim, só precisamos analisar os B A
diagramas de corpo livre dos componentes, presentes na figura abaixo:
a. o módulo da aceleração dos blocos.
eixo
perpendicular b. a intensidade da força tensora estabelecida no fio.
a T c. a intensidade da força tensora estabelecida no cabo que sustenta a polia.
N
NI
M·g
B
– Segunda lei de Newton no eixo tangencial para o bloco:
ma · cos α + mg · sen α – T = ma. a. o coeficiente de atrito entre o corpo A e o plano de apoio.
– Primeira lei de Newton no eixo perpendicular para o bloco (bloco em b. a intensidade da aceleração do sistema se colocarmos sobre o corpo B
repouso nesse eixo): ma · sen α + N = mg · cos α. uma massa de 2,0 kg.
a
B
g F
A S
A intensidade da força de atrito recebida pelo bloco do plano de apoio
(Fat) varia com a intensidade da força exercida pelo homem (F), conforme
o gráfico abaixo: a. Determine o módulo da aceleração do sistema.
b. Calcule o coeficiente do atrito estático entre os blocos A e B.
Fat
08 A situação representada na figura refere-se a um bloco que,
abandonado em repouso no ponto A, desce o plano inclinado com
aceleração de 2,0 m/s2, indo atingir o ponto B:
A a
g
F
Calcule:
q B
a. os valores dos coeficientes de atrito estático e cinético entre o bloco
e plano de apoio.
b. o módulo da aceleração do bloco para F = 120 N.
Sabendo que, no local, g = 10 m/s2, calcule o coeficiente de atrito cinético
05 Dois blocos, (1) e (2), de pesos respectivamente iguais a 30 kgf e 10 kgf entre o bloco e o plano de apoio.
estão em equilíbrio, conforme mostra a figura abaixo:
09 Na figura, o bloco I repousa sobre o bloco II, sendo que I está preso por
uma corda a uma parede. O bloco I tem massa m1 = 3,0 kg e o bloco II tem
D massa m2 = 6,0 kg. O coeficiente de atrito cinético entre I e II e o plano é
g 0,20. Qual deve ser a força F que, aplicada em II, desloca esse bloco com
aceleração de 2,0 m/s2?
C
plataforma
horizontal
θ
17 (EN-1994) Os blocos representados na figura abaixo têm, respecti- 20 Uma caixa de peso P é puxada por uma força F sobre o solo horizontal.
vamente, massas m1 = 2,0 kg e m2 = 4,0 kg; a mola AB possui massa Se o coeficiente de atrito estático é µ e F está direcionada a um ângulo θ
desprezível e constante elástica K = 50 N/m. Não há atrito entre os abaixo da horizontal, qual o valor mínimo de F que vai mover a caixa?
dois blocos nem entre o bloco maior e o plano horizontal. Aplicando-se
ao conjunto a força F constante e horizontal, verifica-se que a mola µP sec θ
(A) .
experimenta uma deformação de 20 cm. Qual a aceleração do conjunto? 1 − µ tan θ
Qual a intensidade da força F? P sen
(B) .
1 cos
P se n
(C) .
F 1 tan
P cos
m A B m (D) .
1 tan
P cos
(E) .
1 cos
F
(II) (I)
g (A) T + ma.
(B) T + 2ma.
(C) 2T + 2ma.
balança (D) 2T + ma.
A B (newtons)
22 (AFA-2002) Dois corpos de massas iguais, unidos por um fio
inextensível, descem ao longo de um plano inclinado. Não há atrito entre
o corpo I e o plano. De acordo com o enunciado, analise as afirmativas
a. a constante elástica da mola em N/m. abaixo:
b. o módulo das acelerações de A, de B e do eixo da polia.
c. a indicação da balança sobre a qual repousam, inicialmente, os dois II
blocos.
I
19 Um bloco pesando 100 N deve permanecer em repouso sobre um
plano inclinado, que faz com a horizontal um ângulo de 53°. Para tanto,
aplica-se ao bloco a força F, representada na figura, paralela à rampa. Sendo
µe = 0,50 o coeficiente de atrito estático entre o bloco e o plano, que valores a
são admissíveis para F tais que a condição do problema seja satisfeita?
Dados: sen 53° = 0,80 e cos 53° = 0,60. I. Se não houver atrito entre o corpo II e o plano, a tensão no fio é nula.
II. Se houver atrito entre o corpo II e o plano, a aceleração do corpo II é
bloco em menor que a do corpo I.
repouso III. Se houver atrito entre o corpo II e o plano, o movimento do corpo I
será retardado.
(A) II.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) I, II e III.
Dado: g = 10 m/s2.
B
F1 F2
A B C
2mg
(A) .
4M + m
mg (A) 0.
(B) . (B) 1,5 m/s2, para a direita.
M+m
(C) 1,5 m/s2, para a esquerda.
2mg (D) 3 m/s2, para a direita.
(C) .
M+m (E) 3 m/s2, para a esquerda.
mg
(D) . 27 (ITA-1972) Três forças de direções constantes são aplicadas em um
4M + m
ponto material de massa m = 2,0 kg, formando os ângulos da figura (A),
24 (AFA-2005) O conjunto abaixo, constituído de fio e polia ideais, é todos iguais entre si. Essas forças variam linearmente com o tempo
abandonado do repouso no instante t = 0 e a velocidade do corpo A varia na forma indicada no gráfico (B). (Os sentidos indicados em (A) são
em função do tempo segundo o gráfico dado: considerados como os sentidos positivos das forças). No instante t = 4s,
o módulo da resultante vale:
v (m/s)
→ →
F3 (N) F3
A 24
→
F3
→
F1 →
12 2 F3
B
0 1 t(s)
0 3 6 t (s) →
F2 →
–2
F3
Desprezando o atrito, a razão entre a massa de A e a massa de B é:
(A) 0 m/s2.
(B) 3 m/s2 .
A B
(C) 2 m/s2 .
(D) 2 m/s2.
S
(E) 3 m/s2.
29 (ITA-1977) Um corpo cai na água e, após alguns segundos, atinge uma 32 (ITA-1996) Um corpo de massa m é lançado com velocidade inicial v
velocidade praticamente constante (chamada velocidade limite) de 5,0 m/s. formando com a horizontal um ângulo α, em um local onde a aceleração
Sabendo que: da gravidade é g. Suponha que o vento atue de forma favorável sobre o
corpo durante todo o tempo (ajudando a ir mais longe), com uma força F
• a massa do corpo é 8 g; horizontal constante. Considere t como sendo o tempo total de permanência
• a força exercida pela água sobre o corpo é dissipativa, oposta ao no ar. Nessas condições, o alcance do corpo é:
movimento do corpo e proporcional à velocidade do mesmo, isto é,
F = –av; v2
• quando o corpo atinge a velocidade limite, a força total sobre o corpo (A) sen 2.
g
é nula.
Ft 2
(B) 2vt + .
Calcule o coeficiente a, que será: 2m
(C) v 2 ⋅ sen 2α F
(A) 16 N · s/m. 1+ ⋅ tan α .
g mg
(B) 1,6 · 10–2 kg/s. (D) vt.
(C) 1,6 · 10–3 kgf/s. (E) outra expressão diferente das mencionadas.
(D) 1,6 · 10–3 N · s/m.
(E) nenhum dos valores acima. 33 (IME-1978) Os blocos A e B da figura têm pesos iguais. Determine o
coeficiente de atrito mínimo para manter o sistema em equilíbrio. Despreze
30 (ITA-1995) A figura mostra o gráfico da força resultante agindo em o peso da corda e o atrito na roldana.
uma partícula de massa m, inicialmente em repouso. No instante t2 a
velocidade da partícula, v2 será:
F
F1 30° 45°
A
0
B
t1 t2 t
F2
( F1 F2 )t1 F2 t2
(A) v 2 .
m
( F1 F2 )t1 F2 t2
(B) v 2 .
m 01 (Pierre Lucie) Seja um prisma triangular inicialmente fixo ao solo. A
sua superfície inclinada (rampa) é perfeitamente lisa e forma um ângulo
( F1 F2 )t1 F2 t2
(C) v 2 . α com a horizontal. Um pequeno bloco, quando abandonado em repouso
m no topo dessa rampa, desce aceleradamente até encontrar a trava T.
F1t1 F2 t2 Determine a aceleração horizontal a com a qual se deve empurrar esse
(D) v 2 . prisma para a direita, a partir desse instante, a fim de que o tempo que a
m
caixa leva para retornar à sua posição inicial seja o mesmo tempo que ela
( F F )( t t )
(E) v 2 1 2 2 1 . gastou na descida da rampa. A gravidade local vale g.
2m
Nesse caso:
M
20 kg
sem atrito
5 kg
06 Qual é a força horizontal capaz de tornar iminente o deslizamento do
cilindro, de 50 kgf de peso, ao longo do apoio em V mostrado na figura?
O coeficiente de atrito estático entre o cilindro e o apoio vale 0,25.
a. a aceleração de cada bloco.
b. a tensão no fio.
3 kg
07 Uma criança, de massa m = 50 kg, está sobre uma balança de
molas, a qual está fixa em um carrinho B que desce por uma rampa sem
F
5 kg atrito, como mostra a figura. São dados: g = 10 m/s2 e sen α = 0,20. A
marcação da balança, supondo que seu mostrador esteja calibrado em
newtons, vale:
09 (ITA-1997) Um antigo vaso chinês está a uma distância d da e o apoio horizontal. Aplica-se uma força F horizontal ao plano inclinado
extremidade de um forro sobre uma mesa. Essa extremidade, por sua e constata-se que o sistema todo move-se horizontalmente, sem que o
vez, encontra-se a uma distância D de uma das bordas da mesa, como objeto deslize em relação ao plano inclinado. Podemos afirmar que, sendo
mostrado na figura. Inicialmente, tudo está em repouso. Você apostou que g a aceleração da gravidade no local:
consegue puxar o forro com uma aceleração constante a (veja a figura),
de tal forma que o vaso não caia da mesa. Considere que os coeficientes
de atrito, estático e cinético, entre o vaso e o forro, tenham o valor µ e
que o vaso pare no momento que tocar a mesa. Você ganhará a aposta m F
se a magnitude da aceleração estiver dentro da faixa:
M
g
(A) a < dµ . a
D
d
g a
(B) a > dµ . (A) F = mg.
D D (B) F = (M + m)g.
(D) a >µg. (C) F tem que ser infinitamente grande.
g (D) F = (M + m)· g · tan α.
(C) a > Dµ . (E) F = Mg sen α.
d
g 13 No esquema da figura, tem-se o sistema locomovendo-se horizon-
(E) a < Dµ .
D−d talmente, sob ação de resultante externa F. A polia tem peso desprezível, o fio
que passa pela mesma é ideal e a resistência do ar no local do movimento é
10 Um anel homogêneo de raio R é posto a girar em torno do seu centro irrelevante. Não há contato da esfera B com a parede vertical. Sendo mA = 10 kg,
até adquirir uma velocidade angular ω. Em seguida, o anel em rotação na mB = 6,00 kg, mC = 144 kg e g = 10 m/s2, determine a intensidade de F
posição horizontal é abandonado sobre a superfície de uma mesa, com a que faz com que não haja movimento dos dois corpos A e B em relação a C.
qual apresenta um coeficiente de atrito cinético igual a µ. Quanto tempo
o anel levará até parar completamente? A gravidade no local é g.
A
2ω Rµ
(A) .
g F
C B
ωR .
(B)
µg
ωR .
(C)
2µg 14 (Kosel) Uma tábua horizontal tem um degrau, cuja altura é H, no qual
ωRµ se apoia um cilindro homogêneo de raio R > H, que descansa livremente
(D) . sobre a tábua. A tábua se move na direção horizontal com aceleração a.
g
Determine a aceleração máxima com a qual o cilindro não subirá o degrau.
ω R 2µ O atrito é desprezível.
(E) .
g
11 Sobre um prisma triangular se coloca uma corda flexível e homogênea
de modo que seu ponto médio fique sobre a aresta superior do prisma.
Este se apoia em um plano horizontal perfeitamente liso. Sendo α < β,
determine a aceleração horizontal que deve ser comunicada ao prisma
para que a corda permaneça imóvel em relação ao prisma durante seu a
movimento. A gravidade local vale g.
15 Determine as acelerações dos corpos de massas m1, m2 e m3 para o
(A) g(sen β – sen α) sistema mecânico da figura. Não existe atrito e as massas da roldana e
g tan β da corda são desprezíveis.
(B) .
tan α
β α m
(C) g tan + .
2 2 m
a b
g
(D) .
cos β + cos α
16 (ITA-1986) Da posição mais baixa de um plano inclinado lança-se (A) 15,8 m/s2.
um bloco de massa m = 5 kg com uma velocidade de 4 m/s no sentido (B) 16,3 m/s2.
ascendente. O bloco retorna a esse ponto com velocidade de 3 m/s. O (C) 16,8 m/s2.
ângulo do plano inclinado mede 30°. Calcule a distância d percorrida pelo (D) 17,2 m/s2.
bloco em sua ascensão, sendo g = 10m/s2. (E) 17,4 m/s2.
(A) 0,75 m. M P
(B) 1,0 m.
(C) 1,75 m.
(D) 2,0 m.
(E) 1,25 m. sem atrito
1
17 (ITA-2003 – adaptada) Sobre a rampa inclinada de um prisma triangular (A) x mv 0 2 ( m M )g .
de massa M = 10 kg, é colocado um pequeno bloco de massa m = 2 kg. 2
O coeficiente de atrito estático entre o bloco e o plano é 0,1. Determine os 1
(B) x mv 0 2 (m+M )2 g .
valores de F para os quais o bloco fica em repouso sobre a rampa. 4
1
m
(C)= x mv 0 2 [µ( m + M )g ].
F 2
M
(D) x = 0 (distância nula).
(E) n. r. a.
(A) no caso (a), a posição de equilíbrio estático do sistema ocorre se e 24 (ITA-1994) Duas massas, m e M, estão unidas uma à outra por meio
somente se M sen α = m. de uma mola de constante K. Dependurando-as de modo que M fique no
(B) tanto no caso (a) como no caso (b), o equilíbrio se estabelece quando extremo inferior, o comprimento da mola é I1; invertendo as posições das
e somente quando M = m. massas, o comprimento da mola passa a ser I2. O comprimento I0 da mola
(C) no caso (b), o corpo m é tracionado em A por uma força TA = (m + M quando não submetida à força é:
sen α) g.
M sen α − m ml1 ml2
(D) no caso (b), a aceleração do corpo M é g no sentido (A) l0 .
M+m Mm
descendente. Ml ml2
(E) no caso (a), não há nenhuma posição possível de equilíbrio estático. (B) l0 1 .
Mm
Ml ml2
22 (ITA-1984) A figura representa uma mesa horizontal de coeficiente (C) l0 1 .
de atrito cinético µ1 sobre a qual se apoia o bloco de massa M2. Sobre Mm
ml Ml2
ele está apoiado o objeto de massa m, sendo µ o coeficiente de atrito (D) l0 1 .
cinético entre eles. M2 e m estão ligados por cabos horizontais esticados, Mm
Ml ml2
de massa desprezível, que passam por uma roldana de massa desprezível. (E) l0 1 .
Desprezando-se a resistência do ar e o atrito nas roldanas, podemos Mm
afirmar que m se deslocará com velocidade constante em relação a um
observador fixo na mesa, se M1 for tal que: 25 (IME-1977) Na figura abaixo, o coeficiente de atrito entre o peso P e a
cunha é µ1, e entre a cunha e o bloco inferior é µ2. Desprezando o peso da cunha
m e considerando que não há atrito na parede vertical, determine a expressão da
força F necessária para levantar o peso P, forçando a cunha para a direita.
M2
M1 F
q
(A) M1 = µ m.
(B) M1 = µ1(M2 + m) + aµ m.
(C) M1 = µ M2 + µm.
(D) M1 = 2µ m + 2µ1(M2 + m).
(E) M1 = µ1(M2 + m).
26 (IME-1982) Determine a massa necessária ao bloco A para que o
23 (ITA-1986) Na figura a seguir, as duas massas m1 = 1,0 kg e bloco B, partindo do repouso, suba 0,75 m ao longo do plano inclinado
m2 = 2,0 kg, estão ligadas por um fio de massa desprezível que passa liso, em um tempo t = 2 s. Despreze as massas das polias e dos tirantes
por uma polia também de massa desprezível e raio R. e as resistências passivas ao movimento. A massa do bloco B vale 5 kg
Inicialmente, m2 é colocada em movimento ascendente, gastando e a aceleração da gravidade deve ser considerada 10 m/s2.
0,20 segundos para percorrer a distância d ≅ 1,0 m indicada.
Nessas condições, m 2 passará novamente pelo ponto “0” após
aproximadamente:
Dado: g = 10 m/s2.
R
m1
d ≅ 1,0 m
0 60°
m2 A
(A) 0,4 s.
(B) 1,4 s.
(C) 1,6 s.
(D) 2,8 s.
(E) 3,2 s.
α
A
h
29 (Irodov) Na configuração da figura, as massas da cunha M e do
B
corpo m são conhecidas. Só existe atrito entre a cunha e o corpo de
massa m, e o coeficiente de atrito é igual a k. As massas do fio e da polia
são desprezíveis. Ache a aceleração do corpo m em relação à superfície 04 (Irodov) No esquema mostrado na figura, temos um prisma de massa
horizontal na qual a cunha desliza. M, com inclinação de α e um bloco de massa m, apoiado em cima do
prisma, preso por um fio à parede, passando por uma roldana. Sabendo que
as massas do fio e da polia são desprezíveis e que não há atrito, determine
a aceleração do prisma de massa M, quando todo o sistema é liberado.
m
M
m
M
α
30 (Irodov) No arranjo da figura abaixo, as massa m0, m1 e m2 são iguais
às massas dos blocos. Ache a aceleração a com a qual bloco de massa
m0 cai, e calcule a tensão no fio que une os blocos de massa m1 e m2, 05 (Alonso e Finn) Calcule a aceleração dos corpos nos esquemas abaixo:
sabendo que o coeficiente de atrito entre os blocos e a superfície horizontal
é igual a k. a.
m1 m2 m1
m2
m0
m3
b. 1
mg µ2 − 1 2
(A) .
2 µ2 + 1
1
m1 mg µ2 + 1 2.
(B)
2 µ2 − 1
mg µ2 − 1
(C) .
m3 2 µ2 + 1
mg µ2 + 1 .
m2 (D)
2 µ2 − 1
(E) n. r. a.
06 A figura indica uma cunha em forma de triângulo de massa M e ângulo θ.
A cunha repousa sobre uma mesa horizontal e sobre a cunha existe um 09 Na situação, um sistema está descendo aceleradamente sobre um
bloco de massa m. Calcule a aceleração da cunha e a aceleração do bloco plano inclinado. Acoplado ao teto do carrinho, existe um pêndulo que
em relação à cunha. contém uma esfera ao final. Sabendo que ela não se move em relação ao
carrinho, calcule o ângulo β.
g β
b
µc = 0,5
g
08 (ITA-2004) Um atleta mantém-se suspenso em equilíbrio, forçando as
mãos contra duas paredes verticais, perpendiculares entre si, dispondo
seu corpo simetricamente em relação ao canto e mantendo seus braços
horizontalmente alinhados, como mostra a figura. Sendo m a massa do
corpo do atleta e o coeficiente de atrito estático interveniente, assinale a
opção correta que indica o módulo mínimo da força exercida pelo atleta
em cada parede:
90° B
A
m
12 No esquema abaixo, o bloco desliza sem sofrer nenhuma resistência 15 (Alonso e Finn) Uma corrente flexível de comprimento L e peso W é
sobre a superfície horizontal. Em um instante inicial, o ângulo de desvio da colocada inicialmente em repouso sobre uma superfície sem atrito ABC.
esfera é de 37°. Nessa mesma situação, o ângulo não varia e permanece Inicialmente, a distância de B a D é L – a. Determine a velocidade da
igual a 37°. Assim, calcule a aceleração do bloco e a massa da esfera. corrente quando a extremidade D atingir o ponto B.
L–a
g a
A
a D B
37°
M
α
C
A
b
A m1
m2
t
a. Com que taxa o módulo da aceleração dos recipientes está variando em
t = 0,00 s?
b. Com que taxa o módulo da aceleração dos recipientes está variando em
t = 3,00 s?
c. Em que instante a aceleração atinge o valor máximo?