Bafômetro DEFESA

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 5

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DIRETOR ÓRGÃO DE TRÂNSITO COMPETENTE

Ref. AIT. XXXXXXXX


DEFESA

NOME DO RECORRENTE (qualificação completa), proprietário/condutor do veículo de


documento anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, apresentar DEFESA,
contra a lavratura do AIT supramencionado, nos termos dos artigos 280 e seguintes do CTB,
bem como Resoluções 432, 900 e 918 do CONTRAN, o que faz da seguinte forma:

DOS FATOS

O Recorrente foi autuado por suposta infração ao artigo 165 do CTB, AIT em epígrafe. Porém
tal autuação não merece prevalecer, uma vez que é ilegal e descabida, já que ofende a
legislação e inúmeros Princípios conforme será visto.

DO PREENCHIMENTO DO AIT

Em que pese este AIT ter sido julgado consistente, é certo que tal AIT não merece surtir
efeitos, isso porque foi lavrado em desconformidade ao que determina a legislação de
trânsito.

Ora, o art. 8º da Resolução 432 do CONTRAN traz os requisitos mínimos que precisam conter
no AIT, vejamos:

Art. 8º Além das exigências estabelecidas em regulamentação específica, o auto de


infração lavrado em decorrência da infração prevista no art. 165 do CTB deverá conter:
[…]
III – no caso de teste de etilômetro, a marca, modelo e nº de série do aparelho, nº do
teste, a medição realizada, o valor considerado e o limite regulamentado em mg/L;
[…]
§ 1º Os documentos gerados e o resultado dos exames de que trata o inciso I deverão ser
anexados ao auto de infração.
§ 2º No caso do teste de etilômetro, para preenchimento do campo “Valor Considerado”
do auto de infração, deve-se observar as margens de erro admissíveis, nos termos da
“Tabela de Valores Referenciais para Etilômetro” constante no Anexo I.

E se analisarmos o AIT em questão, veremos que não constam os requisitos mínimos exigidos
no artigo supramencionado, vejam:

Ora, não consta a marca, o modelo e o número de série do equipamento, para que possamos
verificar se o equipamento utilizado estava devidamente aferido no INMETRO.
Ademais, é válido frisar que em que pese a medição realizada, não há, em nenhum documento
que foi disponibilizado ao Recorrente a lauda impressa que sai do equipamento, ou seja, não
há prova do cometimento da infração!

É certo que o Recorrente NÃO ESTAVA SOB EFEITO DE ALCOOL e impugna, veementemente, o
auto de infração preenchido pelo agente de trânsito. Isso porque não há, como dito, prova do
cometimento da infração.

Por todo o relato, o AIT n° XXXXXXXXXX DEVE ser anulado por violar o Princípio da Legalidade,
nos moldes do art. 281, do Código de Trânsito Brasileiro.

DA AUSÊNCIA DE PROVAS DO COMETIMENTO DA INFRAÇÃO

Ainda há outra irregularidade no AIT aqui em discussão. Note que não consta em nenhum dos
documentos nenhum dado do equipamento utilizado, o que dificulta ao Requerente saber a
data da última aferição e APROVAÇÃO pelo INMETRO, do aparelho utilizado para medir a
suposta concentração de álcool alveolar do Recorrente, o que fere o inciso I do art. 4° da
Resolução 432 do CONTRAN, vejamos:

Art. 4º. O etilômetro deve atender aos seguintes requisitos:


I - ter seu modelo aprovado pelo INMETRO;

Isso fere não só ao Princípio da Legalidade, como também coloca em dúvida a tipificação do
AIT aqui em discussão.

Ademais, não há foi fornecido ao Recorrente a filipeta supostamente impressa do


equipamento que fora utilizado para medir a quantidade de ar alveolar do Recorrente, o que
fere, mais uma vez a Resolução 432 do CONTRAN, em especial o § 1° do art. 8°, que diz:

§ 1º Os documentos gerados e o resultado dos exames de que trata o inciso I


deverão ser anexados ao auto de infração.

Isso quer dizer que não existe prova documental do cometimento da infração.

Nesse sentido, há que se dizer que, mesmo gozando do princípio da veracidade, um dos
atributos dos atos administrativos, a legislação estabeleceu a obrigatoriedade de
comprovação da alteração da capacidade psicomotora do condutor através de documentos.

No caso em apreço, a “suposta” constatação foi feita em aparelho metrológico, etilômetro


com registrador, o qual deveria ter impresso a lauda com o resultado da medição, como bem
determina a Portaria 369/2021, do INMETRO:

3.4.1 O etilômetro pode ser conectado a dispositivo registrador e a impressão


deve conter, pelo menos:
I - resultado e unidade de medida (em operação normal, o resultado não pode ser
diferente de qualquer outra indicação daquele indicado por qualquer outro
dispositivo registrador);
II - nome do fabricante ou marca;
III - designação do modelo e número de série do equipamento; e
IV - data e hora da medição.

Ocorre que a lauda não foi anexada ao auto de infração. Isso porque, não havia qualquer
quantidade de álcool no ar alveolar do Recorrente, o que, além de ser uma afronta ao
princípio da legalidade, é um abuso contra os direitos e garantias fundamentais, pelo que DEVE
ser este AIT ANULADO.

DO LIMITE REGULAMENTADO

Como se não bastasse o aqui alegado, é certo que a autoridade policial que preencheu o auto
de infração contra o Requerente, insere no campo “limite regulamentado” o valor de 0,00,
enquanto, na realidade, o limite regulamentado pela Resolução 432/2013 é 0,04 mg/l.

Segundo essa mesa Resolução, deve constar no auto de infração o limite regulamentado, o
que não ocorreu no presente caso.

Ora, é nítido que há divergência entre o limite regulamentado previsto na legislação e o limite
inserido no auto de infração, uma vez que o limite regulamentado é 0,04 mg/l, enquanto o
inserido no AIT é 0,00 mg/l.

Deste modo, por descumprir os requisitos do auto de infração previsto na Resolução citada,
deve ser este auto de infração anulado e, consequentemente deve ser anulado o processo
administrativo de suspensão do direito de dirigir do Requerente que aqui atacamos.

Como se isso não bastasse, o Recorrente NÃO ESTAVA SOB EFEITO DE ALCOOL, novamente
impugnando o auto de infração preenchido pelo agente de trânsito.

DA AUSÊNCIA DE MEDIDA ADMINISTRATIVA

Medidas Administrativas constituem providências imediatas, que visam sanar a infração de


trânsito no local, têm o objetivo de completar ou complementar as penalidades, sendo em
alguns casos, tão importante quanto a própria penalidade, não podendo a autoridade ou
agente de trânsito omitir-se em aplicá-la.

Ocorre que o agente de trânsito que lavrou o AIT em desfavor do Requerente nada anotou
quanto à medida administrativa prevista no CTB, deixando de adotar a MEDIDA
ADMINISTRATIVA também prevista no art. 9° da Resolução 432 do CONTRAN, vejamos:

DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS


Art. 9º. O veículo será retido até a apresentação de condutor habilitado, que
também será submetido à fiscalização.
Parágrafo único. Caso não se apresente condutor habilitado ou o agente verifique
que ele não está em condições de dirigir, o veículo será recolhido ao depósito do
órgão ou entidade responsável pela fiscalização, mediante recibo.

Isso porque, se o condutor não estiver em condições de dirigir, o veículo deverá ser recolhido,
evitando, como dito, colocar em risco a integridade física dele e de toda a sociedade, deixando
de observar o que o ordenamento jurídico previu quando da edição da Lei n° 11.705/2008,
conhecida como Lei Seca.

Medidas Administrativas constituem providências imediatas, que visam sanar a infração de


trânsito no local, quando isso for possível ou posteriormente, após o veículo ser removido para
o pátio do órgão autuante, o que pressupõe a impossibilidade de sanar prontamente a
infração.
Têm o objetivo de completar ou complementar as penalidades, sendo em alguns casos, tão
importante quanto a própria penalidade, não podendo a autoridade ou agente de trânsito
omitir-se em aplicá-la.

Ocorre que o agente de trânsito deixou de anotar no campo observações as medidas


administrativas previstas no art. 165 do CTB.

Nesse caso, é possível concluir que:

1. Ou o agente de trânsito foi omisso na aplicação de seu dever, liberando o veículo


condutor habilitado, porém sem submete-lo ao teste do etilômetro;
2. Ou não havia infração de trânsito a ser regularizada, o que justificou a liberação do
veículo ao próprio condutor infrator, ora Recorrente;

Nesses termos, desde já espera o pronto cancelamento da penalidade, por absoluta


inconsistência do auto de infração de trânsito, conforme determina o artigo 281, I, do Código
de Trânsito Brasileiro.

Assim, requer seja o AIT em questão ANULADO e ARQUIVADO, uma vez que descumpre a
legislação, inclusive a Resolução n° 432 do CONTRAN.

Do efeito suspensivo

Requer seja concedido o efeito suspensivo à autuação em questão, nos termos do art. 290 do
CTB.

DO PEDIDO

Assim, diante do exposto acima, e dos fundamentos legais apresentados para provar as suas
razões, o recorrente REQUER a esta autoridade de trânsito, o seguinte:

I. DO JULGAMENTO: solicita que seja concedido efeito suspensivo ao recurso, nos


termos do art. 290 do CTB;

II. DA CIÊNCIA DA DECISÃO: O Recorrente requer que seja informado sobre a decisão
proferida sobre o processo administrativo, no prazo de 10 (dez) dias úteis,
devidamente fundamentada pelo chefe da seção, contendo todos os pareceres dos
componentes;

III. DO ENVIO DE CÓPIAS: A Recorrente requer seja enviado a cópia do processo


administrativo de julgamento dessa peça recursal, no caso de indeferimento dos
pedidos;

IV. DO CANCELAMENTO DO AIT: cancelamento e arquivamento da presente penalidade,


conforme determina o parágrafo único do art. 281 do CTB, como medida de Justiça!

Junta documentos probatórios e os demais exigidos,


P. deferimento.

Local, data.

Nome do cliente
p.p Seu nome e o seu documento

Você também pode gostar