Brian Berry
Brian Berry
Brian Berry
Brian J. L. Berry
Speridião Faissol
Edmon Nimer
Marlene P. V. Teixeira
Noticiário
4
Sir FRANCIS GALTON levantou o problema no congresso do Royal
Anthropological Institute em 1889 quando TYLOR lia seu trabalho
pioneiro, apresentando o método de pesquisa cross cultural (TY-
LOR, 1889: 227). TYLOR apontava correlações (ele as chamava de
"adesões") entre certas características; no debate que se seguiu,
GALTON salientou que as características se espalham, freqüentemente,
por difusão- por empréstimo ou migração. Já que isto é tão freqüente,
quantas provas independentes tinha TYLOR de sua correlação? O pro-
blema de GALTON é então o de distinguir o efeito de associações fun-
cionais ("adesões" segundo o termo pitoresco d:3 TYLOR) do efeito da
associação funcional o relacionamento entre uma ou mais variáveis, de
modo que a presença de qualquer uma delas tenda a facilitar a ocorrên-
cia de qualquer outra ou todas as outras dentro de qualquer área dada.
Entende-se por dfiusão a um processo que envolve a aceitação através do
tempo de alguma idéia específica ou prática específica ou de um conjun-
to delas, seja simultaneamente ou em seqüência, por indivíduos, grupos
ou outras unidades de adoção, ligados a canais específicos de comu-
nicação, a uma estrutura social, e a um dado sistema de valores ou
cultura (KATZ, LEVIN e HAMIL'l10N, 1963), produzindo um crescimento
que não aparece universalmente em qualquer tempo mas se manifesta
em pontos ou pólos de crescimento e se difunde em canais definidos
entre as áreas (PERRoux, 1955). FRANZ BoAs, o decano que influenciou
grandemente, e por muitas décadas os antropólogos Americanos, disse
certa vez a seu aluno Lowm (LowrE 1946: 227-230) que quando leu
pela primeira vez o trabalho de TYLOR tinha ficado entusiasmado. O
método de pesquisa cross cultural parecia-lhe uma técnica ideal de
investigação. Entretanto, refletindo melhor, a objeção de GALTON lhe
pareceu devastadora; a menos que houvesse uma solução para o pro-
blema de GALTON, BoAs passou a considerar o método cross cultural
sem valor. O mesmo pode ser dito a respeito de muita coisa da Geo-
grafia Estatística. Consideremos, por exemplo, um estudo da votação
de um referendum em 1968 em Flin, Michigan, publicado nos Anais
da Associação dos Geógrafos Americanos, em 1970 (BRUNN e HoFFMAN,
1970). Como parte de sua análise, os autores usaram os distritos elei-
torais da cidade como unidades de observação, e fizeram uma regres-
são, separadamente, da percentagem favorável de votos para as áreas
residenciais de brancos e negros com renda média, valores médio de
habitação, número médio de anos de escola completados e distância do
centro do gueto. Ignorando o problema da multicolinearidade da renda,
educação, valor da habitação e raça, eles colocaram, dentro do proble-
ma, uma pressuposição implícita de necessidade funcional. Em primei-
ro lugar, para ser capaz de prognosticar o voto, sua aceitação de uma
estrutura de regressão implicava em que tudo o que se precisa fazer
para qualquer zona eleitoral era medir as variáveis consideradas ope-
racionalizadoras das causas de preferências de votação e resolver a
equação de regressão resultante. Esta utilização de uma equação de
regressão implica em que ela repita uma seqüência causal uniforme que
aparece igual e independentemente dentro de cada uma das unidades
de observação. Assim, o modelo sugere que a preferência de votação
é o resultado de uma seqüência evolutiva de acontecimento - uma
combinação unilinear de causas - que se desdobra de modo homogê-
neo dentro de cada unidade de observação. Entretanto, para as fina-
lidades deste modelo cada distrito, cada zona poderia bem ser uma
cápsula espacial similarmente- estruturada, mas autocontida - um
sistema fechado - flutuando no vácuo sem nenhuma relação com
outros distritos.
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Se as variáveis usadas para elaborar o modelo do comportamento
de voto não estão relacionadas em seqüência causais funcionalmente
necessárias, mas meramente correlacionadas porque são resultados co-
muns de um mercado dual de habitação, institucionalmente estrutura-
do, no qual a escolha de habitação envolve a comparação das vantagens
relativas de uma vasta classe de vizinhanças sujeita a restrições raciais
externamente impostas, e se a votação em certas zonas é afetada por
sua localização relativa a outras zonas da espécie oposta no sistema
dual? As pressuposições causais do modelo de regressão então falham
do mesmo modo que a pressuposição de que as zonas eleitorais são
sistemas fechados e independentes, e o modelo estatístico particular é
claramente inapropriado.
Se as variáveis são indícios de fenômenos que se difundiram de
uma vizinhança para outra em seqüência histórica seguindo rotas de
interdependência funcional, e sujeitas às barreiras da restrição racial,
as vizinhanças são antes sistemas abertos do que fechados. Então uma
estrutura diferente de sistemas espaciais é necessária para especificar
a trama de relacionamentos dentro da qual essas unidades de obser-
vação, como sistemas abertos, estão colocadas. Diz-se que existe uma
autocorrelação espacial. A análise estatística usada deve ser, pois, apro-
priada a essa situação, e deve-se procurar uma posição alternativa
teórica apropriada a esta situação.
Isto implica em reconhecer explicitamente no modelo que os sis-
temas espaciais mostram territorialidade (áreas de organização), for-
mada em relação a focos que estão hierarquicamente estruturados por
características de dominância e de subordinação, por meio da operação
de mecanismos de atenuação de distância e efeitos de fronteira que
afetam os padrões de interação sobre as linhas regulares e os canais
de movimento e comunicação.
Implica também em assumir uma posição teórica sobre os elemen-
tos que mantém juntos os indivíduos nos sistemas - e na filosofia
social tem havido muitas variantes de, pelo menos, três posições dife-
rentes (BELL, 1971).
1 - Teorias de interdependência funcional, abrangendo a) teo-
rias de relações de troca e de mecanismos de mercado (SMITH)
e b) idéias de hierarquias de estratificação baseadas na capa-
cidade técnica (ST. SIMON);
2 - Teorias de valor integrativo, das quais existem pelo menos
quatro- a) governo pelo mito (PLATÃo), b) sociedade como
uma coisa sagrada (BuRKE), c) a sociedade como um centro
moral (DURKHEIM), e d) a sociedade definida pelos fins, tra-
dicional ou consensual (LocKE);
3 - Teorias da dominação, a) por forças tradicionais ou irracio-
nais (WEBER), b) pelo soberano ou pelo estado (HoBBES), e
c) pela classe (MARX).
E as observações individuais, então? Segue-se do que foi acima apre-
sentado que elas só podem ser entendidas num sentido relativista, com
relação a toda estrutura do sistema do qual fazem parte. Se
o sistema muda, a posição relativa dos indivíduos também muda, não
tendo os mesmos, portanto, uma existência absoluta e independente
por eles próprios, mas que, em combinação com todos os outros indi-
víduos, definem o sistema do qual fazem parte. Então, como se pode
proceder nesta conjuntura?
6
EM DIREÇÃO AO PROCESSO METAGEOGRÁFICO
7
de reações às suas conseqüências, as quais podem reforçar ou mudar a
natureza, propósito e sentido, alterando relações dentro do sistema. O
comportamento dos atores, nesta eventualidade, contribui para os pro-
cessos de equilíbrio. Uma outra maneira pela qual a estrutura é man-
tida é através de ajustamentos homeostáticos às perturbações; as
tendências do acaso estranhas à integridade do sistema são suprimidas
pelo "feedback" negativo. Contudo, outras ações podem ocasionar mu-
danças evolutivas na estrutura, engendrando ou favorecendo processos
morfogenéticos que envolvam crescimento e mudança graduais e ele-
vando os níveis de organização.
Finalmente, existem aquelas ações mais radicais que provocam
transformações revolucionárias de estrutura. É evidente que, em cada
caso, são tomadas decisões no contexto relaciona! da estrutura e da
organização percebida, e processos postos em funcionamento por ações,
reafirmam ou reformam, portanto, a auto-organização intrínseca do sis-
tema entre a desordem aparente de miríades de decisões e de ações.
O que é proposto, então, é uma visão do mundo a partir da posi-
ção vantajosa do processo metageográfico. Por metageografia entende-se
a parte da especulação geográfica que lida com os princípios que se
encontram por trás das percepções da realidade, e os transcende, abran-
gendo conceitos tais como essência, causa e identidade.
Os processos metafísicos, base do processo metageográfico, têm es-
tado presente no pensamento ocidental, pelo menos desde o tempo dos
gregos. Enquanto DEMÓCRITO argumentava que a natureza consistia em
um conjunto de objetos (átomos) no vazio, HERÁCLITO dizia que tudo
era fluxo (fogo) (PLATT, 1970). O conceito fundamental do processo
metafísico é o de que o universo não deve ser considerado como com-
posto de objetos ou coisas, mas de uma hierarquia complexa de peque-
nas e grandes formas de fluxo (isto é de processos) colocados dentro de
sistemas de escala ainda maior, no qual as "coisas" são aspectos de au-
tomanutenção ou de auto-repetição do fluxo com uma certa invariância,
embora a matéria, energia e informação estejam continuamente fluindo
através delas. Serviriam de exemplos as formas de uma queda d'água,
a chama de uma vela ou as formas de nuvens que mantêm uma certa
constância, embora massas de ar húmido estejam fluindo através delas
e estejam continuamente se condensando e evaporando.
Do mesmo modo, na Geografia Urbana, as vizinhanças de uma ci-
dade mantêm suas características apenas porque a mesma qualidade
de pessoas ali entram e saem; esses fluxos de automanutenção preser-
vam a Geografia social da cidade. Na verdade, se ali permanecessem
as mesmas pessoas, a Geografia social mudaria porque essas pessoas, ine-
vitavelmente, também mudariam.
Nesta visão de fluxo, o quase equilíbrio tanto de padrões ou "obje-
tos" - como de organismos ou observadores - só pode ser entendido
em um relacionalmento total com seus "ambientes", com campos de
fluxo que se estendem indefinidamente para fora em direção à próxima
concentração de energia estável, e à seguinte. Da mesma forma, o am-
biente somente adquire a forma estável, o sentido e os pontos de refe-
rência através dos "objetos" que ele sustém. Neste sentido, os eléctrons
e as partículas fundamentais da física podem ser encarados como for-
mas ou talvez como alguma coisa parecida a nós, sendo atados ou de-
satado em um campo de fluxo que se estende por todo o universo ou,
na expressão de TouLMIN, como "ondas de maré em um mar de campo
energético" (1962: 301). Essas formas fundamentais são, naturalmente,
reunidas em formas maiores, embora menos estáveis, tais como molé-
8
culas químicas, células vivas, organismos, cérebros e estruturas sociais
e nações. As estruturas maiores são elaboradas em uma hierarquia -
em uma "arquitetura de complexidade" que compreende sistemas e
subsistemas complexos, mas a ênfase no processo metafísico não é dada
às estruturas estáticas de complexidade, como as peças de um relógio,
mas a hierarquia de fluxo, digamos, como o sistema de rodamoinhos sob
uma queda d'água- isto é, nas estruturas que se automantêm ou se au-
to-repetem com uma certa invariância, embora a matéria, energia e in-
formação estejam continuamente fluindo através delas. Muito impor-
tante para o que vamos desenvolver mais tarde é o fato de tais sistemas
de fluxo poderem sofrer repentinas mudanças para novos arranjos
automantidos que, por sua vez, se manterão estáveis por muito tempo.
Os padrões de rodamoinho de um rio podem ser assim reestruturados
por um pequeno movimento de um galho ou de uma pedra, e eles, por
vezes, são instáveis, movimentando-se rapidamente para diante e para
trás, de uma disposição a uma outra bem diferente.
Como McLouGHLIN e WEBSTER apontaram, em sua recente revisão
de pesquisa cibernética e sistemas gerais (1970), o conhecimento mais
profundo desse mecanismo de organização deverá conduzir o pesquisa-
dor às fontes da ordem intrínseca e da natureza da desordem e em
sistemas humanos, onde a tomada de decisões desempenha um papel
central, deve, também, fornecer vislumbres das estratégias mais apro-
priadas para controles deliberados ou extrinsecamente aplicados, desti-
nados a produzir reestruturações em conformidade com objetivos sociais.
9
2. Bissexualidade e heterozigozidade, que de modo geral aumen-
tou as capacidades das espécies no processo de "seleção natu-
ral";
3. Soluções do problema via tentativa e erro;
4. Aprendizado ou retenção de padrões de respostas adaptáveis
(ou não adaptáveis) para uso subseqüente, acelerando assim os
processos de tentativa para situações de problemas familiares;
5. Previsão (ou percepção), a exploração cognitiva ou visual das
alternativas potenciais de comportamento, substituindo a ex-
ploração aberta;
6. Aprendizado por observação, característica de animais sociais
que aprendem pela observação das tentativas de exploração
de outros;
7. Imitação, a aquisição de um modelo de comportamento pela
percepção do comportamento de outro;
8. Instrução lingüística sobre a natureza do ambiente e respostas
"corretas" ao mesmo;
9. Ensaio (ou pensamento) cognitivo, a exploração simbólica de
comportamentos potenciais face a um modelo apreendido do
ambiente;
1O. Planejamento social (ou tomada de decisão) , onde os proces-
sos de conhecimento acima referidos são combinados entre vá-
rios indivíduos de maneira superior (ou inferior) àqueles de
uma única pessoa.
PoTTER (1970) considerava a organização "intencional" em mui-
tos desses processos como uma organização de "oportunidade dirigida",
na qual, existe primeiro o controle de regulagem homeostática como
WALTER B. CANNON a descreveu em seus seis postulados (PoTTER p. 119):
1. Em um sistema aberto, composto de material instável e su-
jeito continuamente a condições perturbadoras, a constância
é em si mesma a evidência de que as forças estão agindo ou
prontas a agir para manter essa constância.
2. Se um estado permanece estável isto ocorre porque qualquer
tendência para transformação é automaticamente contraba-
lançada pela crescente eficácia do fator ou fatores que resistem
à mudança.
3. Qualquer fator que trabalhe para manter um estado estável
por ação em uma direção não age também no mesmo ponto
em direção oposta.
4. Os agentes homeostáticos, antagônicos em uma região devem
colaborar em outra região.
5. O sistema regulador que determina um estado homeostático
deve compreender um certo número de fatores cooperativos
posto em ação ao mesmo tempo ou sucessivamente.
6. Quando se conhece um fator que pode mudar um estado ho-
meostático em uma direção é razoável procurar o controle au-
tomático deste fator ou procurar o fator ou fatores que tenham
um efeito oposto.
10
Falhando essa homeostase, argumenta ele, em segundo lugar, pela
possibilidade da direção para uma adaptação evolucionária de três es-
pécies (p. 124) :
1. Adaptação evolutiva, envolvendo populações em um período
de muitas gerações, o processo pelo qual a seleção natural age
sobre uma população de indivíduos não idênticos e seleciona
aqueles cuja hereditariedade melhor convém para reprodução
em determinado ambiente dado. Este tipo de adaptação não
pode prever futuros ambientes e de modo freqüente, mas não
conduz, necessariamente, à extinção.
2. Adaptação fisiológica, o processo de que cada um de nós é
capaz, como indivíduo, em períodos de tempo que vão de mi-
nutos até semanas e anos, abrangendo a orquestração de uma
sinfonia de órgãos individuais, e a adaptação ao nível celular,
onde a atividade das enzimas e suas quantidades aumentam
e diminuem conforme a necessidade.
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No sistema, as decisões se relacionam ao ecossistema através da
intervenção de filtros perceptuais que desviam os sentimentos da ne-
cessidade de ação e da capacidade de efetuar mudanças enquanto
colorem e formam os mapas mentais do ator, do ecossistema e seu
espaço de ação dentro dele. As percepções, por sua vez, são o produto
das necessidades e restrições biológicas, dos dotes naturais, e a visão
do mundo e estrutura cognitiva do ator, baseadas nos valores de sua
cultura e papéis, expectativas e aspirações impostas sobre seus mem-
bros, juntamente com os frutos do aprendizado baseado na experiência
dos resultados de prévias tomadas de decisão e de ação. Na verdade,
as convicções e as percepções podem estar entre os elementos mais
críticos porque é o que os homens crêem como dominantes do que eles
fazem. Por exemplo, as convicções sobre o mundo determinam o tipo
de planejamento escolhido, e pelo menos quatro desses tipos são su-
geridos na tabela 1. O mais comum é simplesmente a solução "melho-
rativa" de problemas - a tendência natural para a inércia até que
disfunções indesejadas sejam percebidas no sistema em quantidade SU··
ficiente para exigir ação. Esta orientação apresenta um contraste mar-
cante com o planejamento orientado para o futuro para realizar ob-
jetivos que estão ou latentes nos valores culturais ou explicitamente
reconhecidos e declarados. O uso de um dos modos de planejamento
em lugar do outro é produto da visão do mundo de quem toma a deci-
são, se orientado para o passado ou para o futuro, e seus conceito do
papel do indivíduo no processo de mudança, variando desde o funda-
mentalista até o voluntarista.
As decisões planejadas só se traduzem em ação quando os con-
flitos com outros atores forem resolvidos. Uma vez resolvido o con-
flito as ações resultantes dão origem a comportamentos ambientais e
locacionais: movimentos, localizações, relocalizações, uso de recursos,
etc. Mas isto altera o sistema espacial, de modo que, se a tomada de
decisão é uma criatura do ambiente biológico e culturamente impul-
sionada e perceptualmente tendenciada, ela é também uma criadora
do ambiente através dos impactos nos processos naturais e culturais
do comportamento espacial, como é mostrado no grande laço de "feed-
back" da figura 1.
As ações individuais são, naturalmente, muito variadas e é útil
pensar-se nelas como eventos que, em seqüências repetitivas ou cumu-
lativas, contribuem para processos espaciais de uma das três espécies
abaixo:
1. Manutenção de sistema. Isto envolve eventos de processo re-
petitivo que, ou mantém o sistema em funcionamento ou, em
um sentido cibernético, procuram eliminar as disfunções per-
cebidas e as tendências desviacionistas através de "feedback"
negativo. São esses processos que mantêm as formas de esta-
dos estáveis.
2. Evolutivo. Esses eventos são aqueles que, em seqüências mor-
fogenéticas cumulativas, produzem crescimento e mudança
progressiva pela ampliação do "feedback" positivo no sistema.
3. Revolucionário. Conjuntos de eventos postos em seqüências
de movimento que transformam o sistema pela redefinição de
seus membros, limites, estilos e tipos de interações.
Esses três tipos de processos espaciais também foram chamados de
contingenciados pelo espaço, formadores e transformadores do espaço.
12
COMPORTAMENTO E PROCESSO NOS ECOSSISTEMAS
Necessidades biológicas
Recursos naturais e riscos
Processos de Manutenção
do Sistema, resultado de
ações contingenciadaspe
~ lo espaço que milntõm os
sistemas existentes fun-
cionais e eliminam os des-
viosatravésdo"feedback"
negativo
}r
FORMAS ESPACIAIS E
DIFERENCIAÇAO DE
AREA (Sftio) PERCEPÇOES de Neces·
PlanejamefltO ambiental
Caracter(sticasde lugares, sidade de agir, baseada
locacional c tomada de
ECOSSISTEMAS
espaços e regiões, incluin- em necessidades biológi-
decisão por indiv(duos, Processos Espaciais Procassos Evolucionários
cas e culturais e de moti·
Si~temas funcio- do dons naturais, proprie-
vações, comportamento grupos sociais e/ou ins- Solução de Conflitos e
I resultantes, desde- de crescimento e mudan-
Il! i
nantesdeintera-~ dades de pessoas, grupos tituições. Implica em ~ Comportamento ~ bmdos de a;::ões ça, resultantes de ações
~
Impactos nos processon
ção de organis-
mos viventes com
1 e instituições. )-+ no espaço, isto é
Capacidade para agir e
planejamento em ter-
mos de necessidade per-
Conciliação com outros
atores, se necessário.
~
Espacial, IStO é,
ações são toma-
r----""' acumu.lativas com
uma variedade de
formadoras de espaço que
promovem "feedback"
naturais e cult~rais e
portanto nos ecossistemas
seu ambiente real INTERAÇAO E ORGA- efetuar as mudanças de- cebida, capacidade, re- Ações são determinadas de> resultadospasslveis, positivos nos sistemas
Hsico biológico NIZAÇAO ESPACIAIS sejadas e Mapas mentais
1---?L-;;;;.;.~...JI
cursos, restrições, con· através das tempo existentes
ou cultural {Situação} do Contexto Ambiental textos ambientais e al-
. Nódulos e hierarquia e Espacial de ação e do ternativas de ação.
. Redes e gradientes Espaço da Ação
. Núcleos e periferias
. Fronteiras e barreiras
. Espaços e regiões
Processos Revolu-
cionários, resulta·
do deaçõestrans-
Mudanças no planejamento formadoras de es
e procedimentos de toma- paço que substi·
das de decisões são apreen-
' - - - - - - - f ~~~~~d~o~~e~!~~:~~oes, aa~: 4 tuem o sistema
existente, por um
novo sistema fun-
ternativas, custos e bene- cionantedeintera-
---l
DivEd/D.mas
FIG.I
Existe uma importante distinção entre o primeiro, que envolve aqueles
eventos rítmicos repetitivos que caracterizam um determinado sistema,
que são essencialmente processos dentro da história, como a vazante
diária e o fluxo diário de passageiros, e o segundo e terceiro processos
que se referem explicitamente à mudança e aos processos que são his-
tória, como ocorre quando a indústria e as pessoas se relocalizam. Se o
primeiro fornece sistemas complexos com uma auto-organização pode-
rosa que tende a suprimir a mudança, é o último que insere nesses sis-
temas a capacidade de autotransformação em estados novos e dife-
rentes.
Quando a transformação envolve reestruturação revolucionária,
PLATT a caracteriza como envolvendo algum "salto hierárquico" (1970).
Ele salienta que o universo parece ter sido formado por conjuntos de
sistemas, cada um deles contidos dentro de um outro um pouco maior,
e que os saltos autogerados em uma organização hierárquica têm várias
características comuns que se evidenciam. Uma delas é que os saltos
são sempre precedidos e acompanhados por "dissonância cognitiva".
Assim, KUHN (1962) descreve detalhadamente a dissonância cien-
tífica que precede as revoluções científicas. Primeiro ocorrem con-
juntos de dados que não se adaptam às antigas previsões, ou normas
práticas em certas áreas, que só parecem ser justificadas por supo-
sições extraordinárias. No início, essas dificuldades são rejeitadas como
triviais ou como erros de medida ou argumentos infundados. Porém
não desaparecem e vão se tornando mais numerosas. Após algum tem-
po verifica-se ser fundamental a confrontação com o sistema antigo,
e várias propostas para uma composição são apresentadas. Então, re-
pentinamente, uma simplificação tirada de um ponto de vista inteira-
mente diferente faz com que grande parte do problema desabroche
em relacionamentos novos e mais claros. Há um sentido coletivo de
alívio e realização, embora ainda se possa ter pela frente um longo
período de elaboração.
Uma segunda característica dos saltos hierárquicos da autogera-
ção é o caráter global da dissonância e da transformação posterior.
Assim, a Revolução Industrial revelou-se tanto uma revolução de ati-
tudes, de comércio bancário, de organização comercial e de estrutura
de cidades quanto uma revolução tecnológica.
A terceira característica notável dos saltos hierárquicos é a sub-
taneidade da reestruturação quando estes ocorrem. A Revolução Russa
sacudiu o mundo em dez dias, e a Constituição dos Estados Unidos foi
elaborada em poucas semanas.
A quarta característica é a "simplificação". Nos avanços científi-
cos, a direção desses avanços é sempre no sentido de explicações mais
simples e gerais. Se tal simplificação também está presente quando os
sistemas espaciais são reestruturados é questão certamente digna de
exame.
Talvez a maior parte do estudo geográfico tenha se focalizado no
passado, naquelas propriedades do ambiente espacial e nas diferencia-
ções de área, na interação e organização espacial em determinados mo-
mentos no tempo - que os geógrafos têm considerado como sendo seu
próprio domínio - como é sugerido no quadro referente ao meio am-
biente da figura 1.
Houve, por vezes, tentativas de inferir processos partindo daí. Mas,
para parafrasear A. N. WHITEHEAD, o processo é o "se tornar" da ex-
periência ... e a experiência tem (portanto em Geografia) sido expli-
cada às avessas, o lado errado em primeiro lugar. Portanto, o que pro-
14
pomos aqui é um salto hierárquico na explicação geográfica. Uma visão
de processo envolve o estudo das contínuas tentativas para atingir os
fins, como o se tornando, que tira seu último significado, ou da seqüên-
cias repetitivas ou das seqüências de transformação dos eventos-pro-
cessos.
A continuidade de processo na história reside na repetição ou na
reiteração do comportamento espacial - em coleções de atividades ou
eventos arrumados em determinadas seqüências nas quais os atores
são repetidamente engajados. Essas seqüências são freqüentemente rít-
micas em bases diárias, semanais ou sazonais e são, freqüentemente,
legitimadas por procedimento legalmente formulados ou práticas insti-
tucionalizadas que têm o efeito de definir e restringir o comportamento
ilegítimo. Os processos espaciais de manutenção do sistema resultante
retêm os padrões geográficos estáveis de prazo maior.
Os processos de transformação, por outro lado, são sempre proble-
máticos, pois implicam, necessariamente, em desafios aos elementos or-
ganizadores da legitimidade, aos procedimentos formais e aos padrões
institucionalizados de comportamento. Isto significa que para identifi-
car os processos de transformação deve-se ter uma base para pressentir
as mudanças - um ponto de partida conhecido nos padrões reitera-
Uvas dos processos existentes. Ê igualmente importante determinar se
as mudanças estão baseadas em mudanças de processo dentro do siste-
ma, ou se são transformações sistêmicas de um caráter mais fundamen-
tal que produz saltos hierárquicos na auto-organização.
Entre as prioridades de pesquisa mais urgentes que fluem do para-
digma encontramos, então:
15
......
0:.
llESULTADOS "FU- Modificar cas,talmrnte o futuro, Equi!ibrar e modificar suave- Desequilibrar e modificar o ju- Mocl(ficar profw;clamPnte o f ti-
TUHOS" ou DE reduzindo os ônus e as se- mente o futuro, evitando pm- tu ro brando partido de a con- turo toma~tdo como mel r, o
LONGO ALCANCE quelas dos problemas atuais blema,: previs~,os ou obter um tecimentos prognosticados, que poderia ser . 11ndar os
DE .AÇÕER progresso "equilibrado" para evitando alguns problem'ls e prognósticos, alterando os va-
evitar a criação de "gargalos" I ahsorvendo outros sem maio- !ores ou metas, adaptando os
e de novos problemas res preocupações e/a em e r- resnltados aos desejos, evitar
gência de novos problemas ou mudar problemas para
outros de mais fácil manejo
ou tolerância
I
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17
SUMMARY
The A. himself defines the article as a personal effort to identify the ongm of the great
confusion and many doubts about the validity in continuing the researchs as always weve
dane in Geography formely, indicating a way to the problem. Summarizing, as the title itself
says, this article defines "a paradigm for modern Geography".
In the first place the A. shows the convergent lines of dissatisfaction which he intends
are becoming traditional very quickly, and in many places is yet a new frontier of Geo-
graphy: the use of statistic-quantitative methods of analysis. The first of them is the trans-
versal analysis, static, of geographical phenomena, unable to offer a reliable indication of
a variety - equally plausible - of cause and effect process, which would can produces that
spatial distribution.
However, the A. believes that from this apparent lack of unity in the thought, it hides
a certain unity which, when properly elucidate - as he proposes to do - it will indicate
the necessity of "a substantial re-evaluation and re-formulation of partia! theories". His
sugestions is to direct the development of the Geography in the years, according to a concep-
tion of ",process o f metageography", that is, the understanding o f the geographical phenomena
at light of the process that beget them, but at the same time, with a sense that behind
them, there are a human decision (what the man think is important because determine
what he does).
The theory of systems is a basic piece of this conception, and the decision taking theory
is another thing. What the A. intends to say with the combination of these two things in
relation to a conception of metageography, is that a person (or a group of persons Who
could maintain the capacity to constitute a collectivity) constitutes the main element of
the process and that the interaction among the elements, in time and in space, are basic
points in the systemic conception.
Thus the Geography may contribute on problems of social relevancy and identifying the
process and the way of its evolution.
RESUMÉ
L'étude a été définie par !e propre auteur comme étant une tentative personnelle pour
identifier les origines de baucoup de confusion et d'incertitudes au sujet de la validité de
poursuivre des recherches géographiques tel!es qu'el!es se faisaient précédemment tout en naus
indicant un moyen de resoudre le probléme. En un mot I'article naus propose un Paradigme
pour la moderne Géographie.
Tout d'abord I'auteur naus décrit les lignes convergentes d'insatisfaction par rapport à
ce qu'il définit comme devenant rapidement traditionnel, et qu'en diverses régions constitue
encare la nouvelle frontiêre d la Géographie: !'uti!isation de métodos statistiques - quan-
titatives d'analyse. Parmi celles-ci la premiêre est l'analyse transversale, statistique, des phé-
nomenes géographiques; el!e est incapable de naus donner un renseignemente sur d'une va~
riété - également plausible - de procês de cause et d'effect qui pourrarient étre respon-
sables de la distribution spatiale.
Cependant, l'auteur admet que, sous cette absence apparente d'unité de raisonnement,
i! se cache une certaine unité, laquelle étant convenablement suggérée - comme !'auteur
a l'intenstion de le faire - no'Us démontrera la nécessité d'une "réappréciation et d'une re-
formulation substantielle de théories partielles". I! auggêre, alors, que !e développement de
la Géographie dans ces prochaines années soit réglé selon la conception des "Process meta-
geography", c'est-à-dire que l'interprétation des phénomenes géographiques devra se faire
d'accord avec les pi:ocês qui les produisent, tout en n'oubliant jamais que par derriêre ces
procês i! existe la volonté humaine (ce que l'homme a dans l'esprit est três important
puisque c'est ce qu'il pense que détermine son action).
Dans cette conception Ia théorie des systemes est fondamentale ainsi que celle de prendre
des décisions. L'auteur prétend naus dire, avec cette combinaison des deux théories en une
conception de métagéographie, d'abord que l'individu (ou une agrégation d'individus capables
de se réunir en col!ectivité) constitue l'element essentiel du procês et encare que l'interac-
tion entre les é!éments, dans le temps et dans l'space, sont les points basiques de la concep-
tion systématique.
De cette maniêre le Géographie peut contribuer à la solution de problemes d'importance
sociale, tout en identifiant le proce.s et !e chemin de son évolution.
18
A Estrutura Urbana Brasileira:
Uma Visão Ampliada no Contexto
do Processo Brasileiro de
Desenvolvimento Econômico
SPERIDIÃO FAISSOL
1- Introdução
* Como exemplo disso tem-se o dado relativo a ligações elétricas que, nas grandes
cidades, é muitas vezes a ligação elétrica em um edifício de, por exemplo, 50 apar-
tamentos e nas pequenas cidades prédio por prédio.
20
legas do Grupo de Áreas Metropolitanas do Departamento de Carto-
grafia.*
o programa utilizado de Análise Fatorial foi o implantado no
computador IBM 7044, pelo Prof. Nelson Vale Silva, ao qual também
se deve a implantação do programa de pólos utilizado, tanto na sua
versão original obtida do Prof. Howard Gauthier, da Universidade de
Ohio, como sua versão posterior sob a forma de uma regressão múl-
tipla inteiramente modificada pelo Prof. Nelson Vale Silva; vale des-
tacar ainda a colaboração da Estatística Maria das Graças de Oliveira
tanto na implantação do primeiro programa de pólos como em sua ver-
são modificada, juntamente com o Auxiliar de Estudos Geográficos
Armindo Alves Pedrosa.
Numerosas vezes fizemos referência a outros estudos de análise
fatorial realizados no Departamento de Geografia, elaborados com o
propósito de se editar uma geografia Regional do Brasil. Foram cinco
análises, estudando-se, de per si, cada uma das cinco regiões do Brasil,
coroadas com uma última englobando todo o conjunto de cidades, já
agora superior a seiscentas, utilizando-se um grupo de quarenta va-
riáveis, mais ou menos dentro da linha de definição do processo de
diferenciação urbana (e por via dele do próprio processo de desenvol-
vimento econômico do País): isto quer dizer tamanho funcionais, status
socioeconômico, especialização funcional, infra-estrutura social, aces-
sibilidade, crescimento e estrutura etária da população.
A comparação entre todas estas análises, inclusive em termos de
regressão feita a título de identificar pólos e suas respectivas áreas de
influência, apresentada em capítulo à parte, mostra, desde logo, alguns
aspectos importantes, relevantes inclusive do ponto de vista de teoriza-
ção a respeito do processo brasileiro de desenvolvimento, de um lado,
e de outro, de natureza avaliativa das potencialidades da análise fato-
rial e seus complementos analíticos, como um ingrediente extrema-
mente poderoso, da chamada "dialética entre a realidade e o modelo",
tão bem proposta por BRIAN BERRY, recentemente, em diferentes arti-
gos.**
Como dissemos isto será feito em capítulo à parte, mas pode-se
ressaltar, desde logo, que, ao se analisar cinqüenta cidades, vinte e
cinco das quais capitais de Estado, um fator bem definido aparece
como a infra-estrutura social, de natureza médico-educacional, prin-
cipalmente. Deste modo, as capitais de Estados aparecem com "scores"
elevados, associado ao poder de decisão concentrado nas mesmas e a
um certo caráter assitencial existente no sistema político brasileiro. As-
sim, as capitais tornaram-se centros de prestação de serviços importan-
tes, de natureza médico educacional, o que gerou forte corrente migrató-
* A geógrafa Eliza Maria José Mendes de Almeida cabe mais que simples referên-
cias, pois, na realidade, participou de todo o processo de preparo do material,
discutindo com o autor as hipóteses adotadas, as variáveis mais adequadas e a
própria interpretação dos fatores, supervisionando o preparo dos gráficos e mapas,
além de numerosas outras pequenas tarefas, sem as quais não teria sido possível
aquele trabalho. Participaram ainda os seguintes estagiários do Grupo: Ana Mar-
garete Simões Lyra, Armindo Alves Pedrosa, Maria das Graças de Oliveira, Maria
do Socorro Diniz, Marilourdes Lopes Ferreira, Miguel Angelo Campos Ribeiro e Neusa
Sa!les Carneiro na pesquisa minuciosa e elaboração dos dados para a matriz.
As tarefas referentes à codificação, gráficos e mapas foram realizadas por Ana
Margarete Simões Lyra, Lana Lima Moreira, Nilo David Coelho Mello e Miguel An-
gelo Campos Ribeiro cabendo a este último a organização do mapa base.
•• o mais significativo dos quais é certamente o "The Logic and limitations of Fac-
torial Ecology", publicado em volume especial da Economic Geography, em 1971.
21
ria para as mesmas, fazendo-as um dos setores de crescimento demográ-
fico rápido, no sistema urbano brasileiro, papel que foi bem destacado
em artigo da Prof.a LYSIA BERNARDES 4 •
Outro aspecto extremamente importante é o de que, diferente-
mente deste aspecto quando o sistema urbano é definido em termos
de 99 cidades brasileiras, a infra-estrutura social funde-se a um fator
mais genérico de status socioeconômico, um verdadeiro índice de ur-
banização, que já aí diferencia o núcleo básico brasileiro de sua peri-
feria; mas quando o sistema é definido por 172 cidades da Região Su-
deste, o fator infra-estrutura social de novo emerge, independente do
status socieconômico, então muito afetado pelo processo industrial,
mas com um poder de diferenciação muito pequeno, pois cidades gran-
des e pequenas são mais ou menos dotadas de uma infra-estrutura deste
tipo.
Finalmente, desde a análise das cinqüenta cidades, uma diferencia-
ção entre o núcleo básico brasileiro centrado em São Paulo e uma peri-
feria geral, delimitada a partir do norte de Minas Gerais, começou a
surgir de forma bem nítida, bem caracterizada no sistema definido a
nível de 99 cidades e no atual de 209. Entretanto, na análise das cida-
des do Sudeste do Brasil, com 172 cidades, somente para o Sudeste,
embora persistisse o limite geral na área do norte de Minas Gerais,
verdadeiros bolsões de subdesenvolvimento começaram a ser indicados,
com a parte de Minas Gerais mais diretamente vinculada a São Paulo,
apresentando índices positivos, mas já com a área comandada por Belo
Horizonte com índices positivos, porém estendendo-se bem menos, a par-
tir de Belo Horizonte, e com bolsões já na própria Zona da Mata, Es-
tado do Rio de Janeiro ou Espírito Santo. Na análise das 640 cidades,
vê-se o núcleo estendendo-se para Mato Grosso e Goiás, de forma bem
nítida, tanto por influência de São Paulo, como, certamente também,
pelo efeito de Goiânia-Brasília e do próprio efeito propulsor do desen-
volvimento de Goiás.
Em estudo anterior 5 introduzindo metodologia quantitativa na
identificação de pólos de desenvolvimento, a região de Montes Claros
aparece identificada com polarização negativa, isto é, como uma área
deprimida entre o núcleo básico brasileiro e o núcleo secundário que
começa a se delinear no Nordeste do Brasil.
22
não totalmente unificada (nem em termos conceituais, nem em termos
de metodologia analítica), que oscilam entre as concepções de causação
cumulativa e portanto desequilibradoras, até os postulados dos econo-
mistas tradicionais do equilíbrio final, extremos estes contrabalança-
dos por aquelas que vêem nas intervenções do Poder Público uma ma-
neira de estabelecer um processo direcionado para uma certa forma de
equilíbrio, mas condicionado por um princípio de maximização simul-
tânea de eficiência e de eqüidade na geração e distribuição da renda
no sistema econômico nacional.
Desde MARK JEFERSON com sua "Primate City" 6 seguiram-se nume-
rosos estudos dos sistemas urbanos, procurando-se estabelecer relações
entre o mesmo e o processo de desenvolvimento econômico. ZIPF 7 , em
pelo menos dois trabalhos, examinou o problema de regularidade na rede
urbana e sua famosa "Rank-Size rule" ficou como uma importante
contribuição ao problema.
BERRY 8 tem sido um dos mais constantes debatedores deste tema e
em seu último artigo produz uma discussão significativa do assunto:
"Que existe correlação entre nível de desenvolvimento dos países -
seja por que forma ela possa ser medida, o grau em que eles são urba-
nizados, e a extensão em que suas populações são concentradas em
grandes cidades é indiscutível" pp. 112.
As mudanças estruturais críticas envolvem modificações importan-
tes na participação da agricultura não só no produto final como, e ao
mesmo tempo, na proporção de pessoas ocupadas em cada setor da ati-
vidade econômica; e é óbvio que "uma participação declinante é atri-
buída à agricultura, enquanto a participação crescente é do setor
manufatureiro e utilidades públicas, ao lado de serviços pessoais, pro-
fissionais e governamentais, na demanda final" pp. 113.
BERRY continua dizendo que mudanças na "alocação de capital, em
produção e mão-de-obra, por sua vez dependeram de ajustamentos ins-
titucionais e mobilidades de fatores de insumo, e foi aí que a urbaniza-
ção teve um papel crítico, facilitando estas mudanças na força de tra-
balho, ao mesmo tempo intra e inter-regional e por tipo" pp. 13. Quem
se der ao trabalho de observar alguns dos resultados do Censo de 1970,
no Brasil, verá, sem dificuldade que, mesmo em São Paulo, a quanti-
dade de migração intra-estadual é bem superior à inter-estadual. Di-
zemos mesmo em São Paulo, porque o fenômeno é geral* e ocorre em
praticamente todas as regiões brasileiras.
O resultado quase que logicamente deduzível deste estado de coisas
é a geração de um sistema de crescimento diferencial entre regiões, hoje
geralmente descrito como um sistema centro-periferia, na organização
espacial do país.
JoHN FRIEDMAN tem sido o principal expositor das idéias de uma
organização espacial concebida em termos de um núcleo e uma perife-
ria, desde seu extraordinário livro em que analisa o caso da Venezue-
la9, até seus mais recentes artigos, que culminou com a proposição de
uma teoria geral sobre a estrutura de um sistema centro-periferia 10 •
* o problema de migrações tem sido amplamente discutido no Brasil, e o autor
vem desenvolvendo um modelo econométrico do tipo markoviano, no qual está em-
butido um modelo de migrações, do tipo gravitacional, dada a significação de migra-
ções no processo de desenvolvimento.
23
Estas concepções aplicadas a teorias geográficas, vêm das teorias
econômicas de equilíbrio e causação cumulativa, inseridas num contex-
to de políticas deliberadas, com processos de dependência, tomada de
decisão em diferentes níveis etc., que redundariam em equilíbrio even-
tual a longo ou médio prazo, ou em aceleração do processo de desen-
volvimento do núcleo às expensas de sua periferia. Seja em termos
internacionais, seja em termos inter-regionais, têm um sentido nitida-
mente colonialista. O debate, no Brasil sobre eficiência, na forma de
intensificação do desenvolvimento centro-sul, que geraria um cresci-
mento global maior, versus eqüidade com desenvolvimento do Nordeste,
e fortes investimentos na área ou mesmo incentivos fiscais, é bem ilus-
trativo não só do problema econômico, mas, e sobretudo, do processo
político de tomada de decisões. Uma das mais recentes e diferentes
expressões desta controvérsia, ligada ao problema de tomada de deci-
sões políticas de natureza fiscal, foi o debate entre classes conservado-
ras do Brasil, no Rio de Janeiro, em março de 1972, girando sobre o
problema do imposto de circulação de mercadorias; o Nordeste reinvin-
dicava a repartição do imposto em duas partes, uma para a área con-
sumidora (o Nordeste) e a outra para o produtor (São Paulo, essen-
cialmente), porque os termos de intercâmbio eram desfavoráveis ao
Nordeste e o imposto era recolhido na fonte de produção. Por outro
lado, São Paulo argumentava que a perda de uma parte tão substan-
cial de sua receita acabaria por gerar declínio nos investimentos pú-
blicos na área, retardando o processo de desenvolvimento por estran-
gulamentos infra-estruturais, diminuindo o intercâmbio e, por via dele,
o imposto, sendo, finalmente, prejudicial ao próprio Nordeste.
Uma concentração, em larga escala, de indústrias de porte, como
a que foi produzida em São Paulo no período pós-guerra, especialmente
no período 1950/60, tende, conforme acentua BRIAN BERRY, a "tornar-
-se coração industrial" e por causa do grande número de empregados
industriais a constituir-se em centro de demanda nacional pp. 114. Esta
concentração, diz ele, desenvolve momentum auto-sustentado sob a
forma de serviços complementares a atividades que são estabelecidas,
cada uma ajudando a outra em, por assim dizer, "piramidar" o pro-
cesso produtivo. Todas as análises feitas anteriormente (tanto a de
cinqüenta cidades, como a de 99, ou numerosas outras regionais), vão
mostrando de forma inequívoca que o sistema urbano brasileiro está
passando por mudanças importantes, a mais importante das quais a
transferência para São Paulo da função de metrópole nacional, niti-
damente caracterizada pelo desenvolvimento industrial. A área metro-
politana de São Paulo possui três vezes mais empregados industriais,
o dobro do número de grande empresas existentes no Rio, até mesmo
a Bolsa de Valores da Guanabara, que sempre negociou mais títulos
que a de São Paulo, no ano de 1972, está perdendo esta hegemonia.
24
estudados em uma variedade de níveis estruturais, funcionais e dinâ-
micos, e podem ser divididos em uma variedade de subsistemas. A par-
te mais imediata do ambiente (no sentido do ambiente externo a um
sistema) é constituído por outras cidades; conjuntos de cidades tam-
bém constituem sistemas para os quais a declaração anterior também
se aplica. Para sistemas de cidades o ambiente mais próximo é a so-
cioeconomia da qual elas são uma parte 11 .
2) A idéia proveniente de economistas espaciais, apresentada en-
tre outros por HoRST SIEBERT 12 de que uma vez que os economistas tra-
dicionais sempre tratavam de uma "one point" economia (como pre-
missa implícita), a introdução da idéia de economia espacial trouxe
um ponto novo a debate - o conceito de região - que Siebert define
como "subsistema espacial da economia nacional" p. 2. Como as teorias
econômicas em geral, envolvem ou implicam em teorias parciais de
localização "location theory" na realidade o que esta visão do econo-
mista espacial significa é uma desagregação do nível de análise, a
partir do nacional para o regional.
De um lado, a visão estritamente localizada do geógrafo, em ter-
mos de um lugar, que vai sendo ampliada no campo da geografia eco-
nômica, para uma visão sistêmica de interdependência e interações entre
os lugares, em vários níveis de análise; de outro lado temos a visão
do economista tornando-se abrangente no sentido de incluir o espaço
como uma dimensão básica de análise diferenciadora. No dizer de FRIED-
MAN é simultaneamente space-contingent e space-forming a caracte-
rística principal do processo de desenvolvimento, moldada em uma ma-
triz urbano-industrial.
É claro que fica assim evidenciada uma enorme faixa de relações
entre os mecanismos que focalizam atividade produtiva em um ponto,
as relações entre os vários pontos e sua articulação espacial. Estes pon-
tos são, ou acabam sendo, cidades; a proximidade de um é um elemento
a mais de decisão locacional com relação a outros. Acontece que o pro-
cesso econômico, na realidade as teorias formuladas, embora tendo em
vista "a wonderland of no spatial dimensions", segundo IsARD, 13 em que
se tratavam os fatores de produção congregados em um ponto, elabora-
vam bastante na dimensão tempo; mas, por outro lado, é Siebert quem
afirma, "a ciência regional não se incomodou em introduzir a dimen-
são" 14 , embora segundo ele, e de forma óbvia, teorias de crescimento
regional requeiram explicitamente "a introdução de duas dimensões
fundamentais - tempo e espaço". pp. 5.
Portanto, convergência de atividades sobre um ponto e processo
de urbanização, organização de um espaço adjacente em função das
atividades na cidade, relações entre os pontos ou cidades no espaço,
entre si e com suas áreas, são todos componentes do processo de desen-
volvimento, inter-relacionados e interdependentes, motivados e moti-
vadores. A importância da cidade está no fato de que ela é o ponto
de convergência e de divergência, pois exerce função essencialmente
de distribuidora de bens e serviços, recebendo outros bens, outros ser-
viços e matérias-primas, produtos intermediários ou mesmo acabados,
para consumo ou redistribuição. Ela exerce funções, as funções urbanas,
conhecidas nos textos de Geografia Urbana.
Na usual planície isomórfica, estabilizada a demanda para efeito
de análise da oferta, um sistema de cidades se desenvolve, com extra-
ordinária regularidade, seja conforme as teorias de localidades central
de CHRISTALLER, seja com os desvios devidos a perturbações de localiza-
ção industrial, etc., seja em uma ampla regularidade do sistema do
25
tipo "Rank-Size". A principal característica deste sistema é a de que
ele tem uma hierarquia, construída pelos mecanismos normais de mer-
cado- concebidos na Geografia em termos de "range of a good", quer
dizer a distância máxima em que um bem qualquer pode ser vendido
lucrativamente, em condições de competição, e em termos de "treshold",
quer dizer a área mínima de mercado, considerando-se distância e nú-
mero de pessoas, necessárias a que determinada atividade produtiva
- um determinado bem - possa ser desenvolvida e produzida.
A dimensão tempo, por outro lado, derivada ou implícita na noção
de processo - o processo de desenvolvimento -, implica num conti-
nuum, ou numa sucessão de estágios, o que torna necessário procurar
observar uma outra forma de hierarquia, no tempo, medida em termos
de stats econômico ou nível de desenvolvimento.
A hierarquia no tempo é aí entendida em termos quase que estri-
tamente rostowianos, mas, na análise que aqui se faz, é posta em ter-
mos estritamente transversais, e tem um sentido de nível de desen-
volvimento diferencial, entre uma área e outra. A hipótese adotada,
elaborada mais adiante, e seguidamente reiterada, é a de um modelo
especial definido pelas concepções do tipo Centro-Periferia desenvolvidas
por FRIEDMAN. 15
Associada a esta concepção estão implícitas algumas outras hipó-
teses para cuja verificação foi colocado, na análise, um conjunto de
variáveis que a elas se relacionassem.
O Núcleo é concebido como uma região industrializada, com uma
rede urbana densa, maior acessibilidade, maior articulação do sistema
urbano, distribuição equilibrada dos tamanhos das cidades, efeito flu-
ência maior que o polarizador, decrescente com a distância e passando
a polarizar com o aumento da distância etc.
Por isso, variáveis foram colocadas na análise que definissem o ta-
manho funcional dos núcleos, para estabelecer a hierarquia funcional,
outras que definissem o nível de desenvolvimento, a estrutura urbana
de especialização (industrial-comercial-serviços, industrial moderno efi-
ciente ;tradicional etc.), a densidade da rede urbana, acessibilidade
ao principal centro (São Paulo) e a centros secundários, Porto Alegre
e Recife, e crescimento demográfico, desde que a alometria no sistema
seja considerada uma concepção válida, não só em termos de estrutura
do núcleo e da periferia tomadas em si mesmos, como das diferencia-
ções globais entre núcleo e periferia. Uma relação das variáveis e hipó-
teses a ela associadas consta de uma tabela à parte, (Anexo I e II)
bem como das cidades e aglomerações constituídas em unidades ob-
servacionais.
Assim, procuraremos analisar o papel de tamanho funcional no
sistema de cidades e suas implicações, a função polarizadora - flu-
ência, (que para os efeitos da análise propriamente dita tem que ser
inferida do nível de desenvolvimento, estrutura urbana industrial co-
mercial (pela sua medida de eficiência e especialização) , e por fim o
equilíbrio-desequilíbrio e a alometria no sistema, por via de uma aná-
lise comparativa, entre tamanho e nível de desenvolvimento.
Estas características do sistema urbano são primeiro analisadas em
seu conteúdo teórico e aplicadas ao sistema de cidades e variáveis que
ao mesmo foram aplicadas.
26
2.a .1 - O tamanho funcional
Parece ser hoje tema incontestado que tamanho de uma cidade te-
nha importância essencial, não só em diferenciar uma cidade de outra,
como em explicar tais diferenciações, tanto no contexto de uma cidade to-
mada isoladamente, como tomada no contexto de um sistema de cidades.
Por outro lado, parece indiscutível que, afastada a premissa da igual-
dade econômica entre o conjunto populacional de uma cidade ou do
sistema de cidades, este tamanho não pode ser medido estritamente em
termos de população. O caráter multivariado das funções de uma ci-
dade leva a se pensar num tamanho multivariado, um verdadeiro ta-
manho funcional, consistente com as teorias concorrentes de localida-
de central, para tamanho agregado no setor de distribuição de bens e
serviços; consistente com as teorias de que ao longo do processo de
desenvolvimento observa-se uma crescente orientação para o mercado
das atividades industriais, mercado tomado num sentido até mais am-
plo de mercado propriamente dito e as economias de escala associadas
ao tamanho agregado.
Como já foi assinalado, no início do capítulo, o problema de ta-
manho da cidade foi analisado sob dois ângulos diferentes: o de "pri-
macy" e o de "Rank-Size rule", a primeira de MARK JEFFERSON e a
segunda de ZIPF, ambos já citados na oportunidade.
27
senvolvidos, os processos de demonstração têm muito mais significado
em termos de demanda que de oferta ou de poupança. Por outro lado,
é claro que todas estas manifestações de "primacy" ou "Rank-Size"
são transversais, e o mesmo problema apresenta-se sob a forma lon-
gitudinal, isto é, mudanças na distribuição, ao longo de um período
de tempo, em um mesmo país.
O conteúdo prático elevado está em que a eventual identificação
de pontos de estrangulamento no sistema, por vias de distorções re-
gionais, ou em um setor de tamanho das cidades e inclusive sua posição
entre u melevado índice de "primacy" ou uma distribuição Rank-
Size", podem indicar as áreas de intervenção, no sentido de acelerar
ou iniciar uma tendência de "deviation correction process", para usar
as expressões que BERRY foi buscar nos trabalhos de MARUYANA. 18
Voltaremos ao assunto ao tratar dos outros aspectos da partici-
pação urbana no processo de desenvolvimento, tanto função polariza-
dora-fluência, como nos mecanismos de equilíbrio-desequilíbrio e alome-
tria no sistema, todos estreitamente interligados, e apenas analitica-
mente separados, quase que para efeitos de exposição didática.
Entretanto, do ponto de vista ainda teórico, a questão de tamanho
continua importante, tanto na explicação do sistema urbano como um
todo (Rank-Size ou Primacy), porque, conforme mencionamos, nem sem-
pre o índice de "primacy" pode indicar um estágio de subdesenvolvi-
mento, como na identificação de subsistemas regionais.
28
O segundo princípio, destacado por WINSBOROUGH é o denominacio
por BouLDING de "vantagem igual" e governa a distribuição de "subs-
tância" entre as partes da estrutura. Teoria ecológica clássica tem des-
tacado a importância das inter-relações entre crescimento e forma. Teo-
rias mais recentes parecem, segundo WINSBOROUGH, destacar o princí-
pio da "igual vantagem" que, no caso, é concebido em termos de compe-
tição pelo uso da terra - expresso através de custos de habitação ou
transporte -diferenciados em função de distância do centro da cidade.
A forma em que esta competição gera uma estrutura diferente, sob
o mecanismo da competição pelo uso da terra, em "distance-decay func-
tion", é, nas cidades americanas, segundo Berry, representada por uma
função mais acentuada em áreas de domicílios pobres do que em ricos,
que resulta no pobre viver mais próximo do centro da cidade, em terra de
custo caro, ao passo que o rico vive mais na periferia, onde as terras são
mais baratas, o pobre usando pouca terra, o rico usando muita.
WINSBOROUGH, em seu estudo acima citado, considera que a densi-
dade da área central na fórmula (dx = do e - bx), na qual dx é a
densidade central e b é o gradiente, é uma medida do que ele chama de
concentração, ao passo que o gradiente daria a medida de congestão.
Como tanto o gradiente como o índice de densidade central estão
obviamente associados ao volume total de população de um lugar, por-
tanto ao tamanho da cidade, o conjunto tamanho, densidades, estrutura
geral, fica, assim, demonstrado existir como funções interdependentes.
Por isso é que BERRY, embora procurando também levar em conta,
por exemplo a idade da cidade, como fator que pode ter afetado sua
forma e portanto a densidade central, em função do estágio cultural-
-tecnológico em que ela se estabeleceu, observa que, para um determi-
nado sistema de cidades em que relação "Rank-Size" é válida, não so-
mente a população de uma determinada cidade, mas também a den-
sidade central são funções do tamanho da maior cidade, ao lado de
uma função (q), definida na própria fórmula "Rank-Size"; BERRY assim
estabelece, embora por via empírica, as relações entre tamanho e den-
sidade, procurando dar posteriormente uma interpretação teórica a tais
constatações. ~
1
29
pode ter uma função fluente importante, até mesmo filtrando para os
níveis abaixo numerosas indústrias para as quais os custos de locali-
zação tenham atingido níveis não competitivos, o mesmo acontecendo
aos salários, face aos salários mínimos da área metropolitana; entre-
tranto, para áreas longínquas, uma vez que São Paulo é uma metró-
pole nacional, ela pode apenas drenar produtos locais, impedir o sur-
gimento de indústrias locais com preços mais baixos advindos de suas
economias de escala, para apenas mencionar dois mecanismos do pro-
cesso de competição.
Mas isso nos leva ao problema seguinte, que é o da análise das
funções polarizadoras - fluência das cidades.
30
GAUTHIER acrescenta à sua descrição do mecanismo a idéia de qúe
a experiência histórica na América Latina não oferece evidência para
estes mecanismos de ajustamento, levando numerosos governos a se
lançarem a uma política de pólos de desenvolvimento. De outro lado
BERRY indica, bem claramente, que tal mecanismo funcionou, historica-
mente, nos Estados Unidos, perfeitamente conforme o modelo clássico
"core" na região industrial que se desenvolveu a partir de Nova York,
embora sua experiência na América Latina seja pequena, quase quere-
ferida ao Chile e um pouco ao Brasil, mais recentemente. BERRY admite
também, mais particularmente em relação ao Sudeste e Sul da Ásia,
mas também na América Latina, que o que ele denomina "trickle-
-down" e que é a difusão do desenvolvimento de cima para baixo, "é
perturbado por elevadas taxas de crescimento demográfico e por migra-
ção rural-urbana que ultrapassa as taxas de crescimento econômico nas
metrópoles. Estas migrações mantêm ou pioram o modo de vida nas pe-
quenas comunidades urbanas e simultaneamente aumentam o supri-
mento de força de trabalho em todos os níveis, especialmente na faixa
do não especializado, em um ritmo que nunca permite expansão ao li-
mite de elevar salários mínimos nas áreas metropolitanas. Como con-
seqüência, crescimento e estagnação polarizam; o sistema econômico
permanece não articulado". 25 BERRY, no mesmo artigo, acrescenta logo
a seguir que "o problema de planejamento regional. que emerge é o de
replicar e administrar um processo sistemático de descentralização, ao
mesmo tempo que se continue a centralizar atividade inovadora, em
larga escala e com uso intensivo de capital nos maiores centros urba-
nos do país, os únicos capazes de exercer uma liderança econômica sig-
nificativa".
Quer dizer, a taxa de inovação, sendo mais alta nos centros mais
adiantados, difunde-se sistematicamente para os outros mais distantes,
se os mecanismos de difusão estão suficientemente desenvolvidos, isto
é, se a região já tomou um impulso significativo; precisa ser motivado
e direcionado - ou mesmo subsidiado - se se tornar necessário acele-
rar o processo de difusão sem, entretanto, perder-se a noção do meca-
nismo natural, que tem seus centros de ação dinâmica no conjunto
de centros que emergem em torno da principal área de desenvolvimento
industrial. Estes centros acabam por formar uma área de desenvolvimen-
to mais acentuado, mais industrializada, mais articulada em sua rede
urbana, com mais elevados índices de renda per capita, como já foi
acentuado; a descrição da região urbanizada em torno de São Paulo,
mais industrial, mais articulada, com níveis de renda per capita mais
altos, tende a fornecer evidência empírica de que tal mecanismo está
funcionando nesta área, de forma bastante semelhante à que BERRY
descreve nos Estados Unidos; por outro lado parece estar havendo uma
maior articulação do sistema urbano nacional à medida que a acessi-
bilidade à região central aumenta.
Esta expansão do papel de uma cidade propriamente dita, em ter-
mos de uma área mais ampla- uma verdadeira região urbanizada-
acaba por constituir ou constituir-se em verdadeiro coração industrial
do país. No caso do Brasil, embora o processo tenha sido um tanto dife-
rente, como por exemplo dos Estados Unidos, em que Nova York acumu-
lou vantagens e cresceu cumulativamente, houve apenas uma desvan-
tagem progressiva do Rio de Janeiro em relação a São Paulo, onde afi-
nal se constituiu tal coração industrial.
31
PERLOFF e WINGo, discutindo o problema em termos do processo nos
Estados Unidos 26 , dão as dimensões espaciais da economia americana,
- que a rigor podem ser vistas segundo um modelo clássico de economia
capitalista competitiva- "de um lado, uma "grande nucleação indus-
trial" e de outro o "mercado nacional", o focus das indústrias de grande
porte e voltadas para o mercado nacional situadas naquele coração in-
dustrial, fonte de origem de novas indústrias" respondendo à estrutura
dinâmica nacional, de demanda final, e "o centro de elevados níveis de
renda per capita. Irradiando, a partir deste coração industrial, situam-
-se hinterlands orientados para matérias-primas, especializados na pro-
dução de matérias-primas, ou produtos intermediários, aos quais o
núcleo central alcança para ir buscar e satisfazer suas necessidades e
de seus grandes estabelecimentos industriais. "Nestes hinterlands, acres-
centam PERLOFF e WINGO, a riqueza em recursos naturais é uma deter-
minante crítica das vantagens cumulativas particulares da região, e
assim de seu potencial de crescimento". É importante acrescentar que
este conceito de "natural endowmen" é o que PERLOFF denominou "na-
tural resources that count", quer dizer o recurso natural, no momento
e na localização em que ele se transforma em recurso transformável
em fonte de crescimento econômico.
32
Entretanto, é THOMSON quem chama a atenção, de maneira a se
desenvolverem, estas cidades precisam atrair cada indústria, su-
cessivamente, um pouco mais cedo no ciclo vital da indústria, enquan-
to ela tem ainda uma substancial capacidade de geração de novos em-
pregos e mais importante, enquanto ela ainda precisa de empregados es-
pecializ~dos" (pp. 57). Esta última observação é relacionada, por
THOMPSON, à capacidade da cidade de manter "seus adultos melhores
em casa", atrair outros bons e elevar o nível dos menos hábeis (pp. 57),
o que equivale a acelerar o processo de desenvolvimento.
É claro que continua em aberto o mecanismo desta migração para
baixo destas indústrias, que continua sendo o problema analítico mais
difícil, embora modelos de simulação possam muito bem contribuir
decisivamente para tal solução. É por isso que modelos de simulação
hoje constituem a avant guard da pesquisa em todo o campo das Ci-
ências Sociais.
33
minou e BERRY endossou e consagrou na literatura geográfica, de "de-
viation arnplifying processes" (morjogenesis), que funciona contra os
mecanismos na segunda lei da termodinâmica :> 3 •
34
do sistema, ou não. As implicações políticas para indicação de rumos
a seguir são não só óbvias, como adquirem uma relevância social de
caráter nacional, pois é claro que São Paulo e Rio têm uma importân-
cia muito grande na evolução do processo de desenvolvimento brasi-
leiro.
Embora sem desenvolver o aspecto teórico global do problema, vol-
taremos a ele no Capítulo 4 deste estudo, na análise comparativa do
sistema urbano brasileiro, na interpretação das diferenciações no sis-
tema nacional com outros estudos, e no âmbito interno, para compa-
rar áreas, umas com outras.
Na realidade vai ficando claro que toda a discussão do problema
das relações de um sistema de cidades entre si, sua regularidade em
uma forma "Rank-Size" ou sua condição de "Primacy" gira em torno
do problema equilíbrio-desequilíbrio e alometria no sistema.
35
bora, a rigor muito se tenham especulado sobre o significado de um
modelo gravitacional como estado de equilíbrio no sistema), pelo me-
nos como uma das mais promissoras linhas de pesquisa nos estudos
sociais. Se o organismo social pode ser essencialmente governado por
mecanismos espontâneos do tipo descrito em tratados de economia (nos
modelos de equilíbrio, por exemplo), a chamada lei do crescimento
alométrico pode ser um instrumento útil de pesquisa e até mesmo de
intervenção.
Algumas das técnicas utilizadas, inclusive no presente estudo, como
uma indicada no capítulo a seguir (Optimal Origin Point), essencial-
mente gravitacionais, podem dar algumas indicações significativas do
estado de equilíbrio no sistema. Voltamos, para exemplificar, à idéia
já desenvolvida neste mesmo capítulo, dos mecanismos morfogenéti-
cos e morfoestáticos que BERRY foi buscar nos trabalhos de MARUYAMA;
o crescimento alométrico (e por definição equilibrado, sistema homos-
cedático ao longo do tempo, distribuição "Rank-Size" e lognormal ou
YuLE se o sistema é fechado ou aberto) , são todos aspectos do mesmo
problema e foram tratados separadamente, como já dissemos, apenas
para simplificar a exposição de cada parte do problema.
36
eixos, a rigor eixos abstratos, aos quais as variáveis passariam a se cor-
relacionar em um sistema ortognal, constituem uma descrição linear,
da estrutura de interrelações entre variáveis altamente correlacionadas
entre si, um verdadeiro under~ying concept que, em linguagem comum,
é o que chamaríamos, por exemplo, o tamanho funcional de uma ci-
dade; neste caso estaríamos introduzindo na análise uma variedade
de atributos dos lugares, do tipo: número de habitantes, pessoal ocupa-
do na indústria, comércio e serviços, etc., que conjuntamente represen-
tariam um tamanho agregado da cidade, agregado em termos de nu-
merosas funções, portanto tamanho funcional.
O fundamental neste tipo de análise é que, ao escolhermos um
número de variáveis e um número de unidades observacionais, defini-
mos as unidades observacionais como representativas do universo que
pretendemos descrever, ao mesmo tempo que definimos as variávei.s
que usamos como significativas do processo de diferenciação que pre-
tendemos analisar. Temos, simultaneamente, um processo descrito em
termos dos atributos dos lugares e uma forma medida pela posição de
cada lugar, seja em cada eixo fundamental definido na análise seja
por métodos subseqüentes de agrupamento, para alguns ou todos os
fatores considerados relevantes.
Entretanto, e vale insistir e ressaltar, quase que raciocinando so-
bre o absurdo, se utilizássemos, para diferenciar uma cidade de outra
em um conjunto de cidades, uma única variável e a repetíssemos 50
vezes (digamos a população urbana), estaríamos produzindo uma aná-
lise fatorial, da qual emergiria apenas um fator, que teria um poder
de explicação de 100% (seria eigenvalue 50,0) e apenas classificaria
a cidade pelo seu número de habitantes. Isto, a rigor, quer dizer, pelo
absurdo da hipótese, que ao formularmos uma variedade de hipóteses,
sobre como e porque as cidades se diferenciam umas das outras, deve-
mos estar munidos daquela concepção de que a tipologia produzida
deverá ser um resultado lógico do processo de crescimento das mesmas,
e portanto conter as variáveis que definam a descrevam os resultados
do processo de crescimento, na medida certa, simultaneamente para
o conjunto e para cada fator que hipotetizamos. É isso que BERRY diz
ao descrever o processo dialético entre um modelo, que afinal acaba por
ser um conjunto de hipóteses sobre a realidade, e a realidade propria-
mente dita, como a percebemos: "Os modos de ser, os argumentos e
conclusões das contribuições deste volume, na realidade de todas as
ecologias fatoriais, comparativas ou não, não podem ser avaliadas da
perspectiva científica do positivismo, pois sua essência é a de que sig-
nificado em qualquer situação tem que ser apreendido ao invés de co-
locado por teoria apriorística. Para entender o como e porque de eco-
logia fatorial, é necessária a perspectiva filosófica da fenomenologia.
A essência da perspectiva fenomenológica, continua BERRY, é a pre-
missa de que conhecimento reflexivo pode ser adquirido somente dia-
leticamente do interface do mundo de nossas experiências nativas e da
atividade estruturadora de nossas várias orientações perceptuais e con-
ceituais. A dialética reside na estrita correlação entre o mundo como
nós o conhecemos e as premissas práticas e teóricas, bem como os
atos que usamos para idealizá-lo" (pp. 214) 40 •
Ao concluir que a ecologia fatorial é um ingrediente nesta dialética,
tomada neste caso como um processo de pesquisa, pois tal processo
dialético constitui, em si, um dilema filosófico, diz BERRY: "Se o mun-
do vivo, como ele realmente é, e nossa idealização do mesmo - o ob-
jeto e o sujeito - são estritamente correlativos, como podemos chegar
a saber este mundo vivo como ele realmente é"? Como podemos chegar
37
a conhecer os dados brutos quando estamos estruturando no ato de
conhecê-los? Como superamos o fato de que a estrutura idealizante
de uma ciência constrói uma tela que filtra e exclui certas espécies
de experiências e ao mesmo tempo concentra os dados "retidos" em
padrões específicos, especialmente verdadeiro, quando a orientação bá-
sica é tradicionalmente teorização apriorística de uma forma positivis-
ta? (pp. 215).
Um caminho é apontado por BERRY, que retira os estudos de eco-
logia fatorial de um "beco sem saída" (na realidade muitos outros pro-
cessos analíticos nas Ciências Sociais em geral), evitando a chamada
"falácia ecológica" de que no contexto de uma análise, as correlações
entre os indivíduos de um conjunto que venham a formar uma unidade
observacional espacial, não sejam as mesmas que as que viermos a
produzir na análise, quando tomamos uma série de conjuntos formado-
res de unidades observacionais, segundo o mesmo critério; por outro
lado evita simultaneamente a equivalente "falácia individualista": a "re-
cusa de tratar a coletividade como tal", como BERRY a coloca, a fim de
que "indivíduos para serem considerados uma coletividade precisam
ter alguma comunalidade relacionada às variáveis estudadas, em ter-
mos de percepções, respostas ou ações, em outras palavras, a unidade
precisa formar um sistema" (pp. 215).
É a concepção sistêmica a solução dos dois problemas - do di-
lema fisolsófico, enfim - pois coloca a validade dos resultados subor-
dinada, ao mesmo tempo, ao nível de resolução do problema, em termos
de lugares e de atributos dos lugares.
A análise fatorial reduz uma matriz contendo um número, por
assim dizer infinito de características dos lugares, a uma outra com
um número finito de fatores, muito menor, tão pequeno quanto for a
estrutura básica de diferenciação entre os lugares, mas, ao mesmo tem-
po, produz uma série de eixos diferentes, independentes estatisticamen-
te, porque ortogonais entre si, cada um diferencia as unidades observa-
danais (no caso as cidades) segundo uma perspectiva diferente e
independente uma da outra.
Métodos analíticos próprios, do tipo análise de agrupamentos (CLus-
TER), são hoje habitualmente disponíveis para uso de computadores,
que utilizam essencialmente dois procedimentos:
1) Como cada eixo é ortogonal ao outro, eles podem ser usados
para calcular a distância entre cada par de cidades, por via das pro-
priedades do triângulo retângulo. A distância entre um lugar e outro
ao longo de um eixo, elevado ao quadrado, mais a distância ao quadra-
do no outro eixo, somadas, dão como resultado o valor da hipotenusa,
que é a distância entre um lugar e outro, em última instância o grau
de similaridade. Como cada eixo é independente, as distâncias são adi-
tivas, podendo-se assim produzir uma distância generalizada, que seria
o grau de similaridade total entre cada par de lugares. Uma matriz
assim produzida teria, obviamente, valores zero na diagonal, pois esta
diagonal seria a similaridade (que no caso de uma distância zero seria
total), entre um lugar e ele mesmo.
2) Um procedimento iterativo identifica o par de cidades mais
próximo, juntando-o, formando um conjunto de dois lugares; daí por
diante os procedimentos podem variar, seja adotando este grupo como
uma nova unidade, cujo valor seja o centróide da distância entre os
mesmos, seja identificado cada par de lugares mais próximos e daí por
diante. Em síntese, existem diferentes fórmulas de agrupar lugares, todas
38
visando produzir grupos de lugares que tenham, por mensuração má-
xima, similaridade intragrupo e, por definição máxima, dessimilari-
dade intergrupo. Ajustando-se a idéia de conjunto à idéia de região,
em geografia, verifica-se facilmente que uma região pode bem ser um
conjunto de lugares que apresente máxima similaridade intragrupo e
máxima dessimilaridade intergrupo. Os algoritmos disponíveis ainda
contêm, construídos sob a forma de uma matriz espacial, uma opção
para só agrupar lugares que sejam contíguos uns aos outros, seja lu-
gar isolado, seja grupo já formado segundo a mesma regra.
Mesmo deixando de lado um problema fundamental de saber-se
se é válido, teoricamente, impor uma restrição de contiguidade ter-
ritorial num processo analítico que partiu de uma análise da estru-
tura espacial e portanto deve ter levado em conta problemas de na-
tureza locacional, implícitos ou explícitos, tais métodos acabam por
identificar tipologia e regionalização em um mesmo contexto; regio-
nalização constituindo uma restrição à tipologia, de natureza mera-
mente descritiva, porque é definida apenas como contiguidade terri-
torial.
o problema fundamental seria a análise da validade, mesma, de
uma regionalização que não partisse de uma tipologia, e fosse apenas
a constatação de que determinados tipos ocorrem espacialmente con-
tíguos, não por força de uma restrição previamente imposta, mas por
força da própria natureza do processo espacial.
Mesmo produzindo uma tipologia de cidades (as cidades são pon-
tos no espaço e separadas por espaços rurais e portanto não contí-
guos), ao observar-mos os tipos de estruturas, num sistema de cida-
des, a rigor, podemos discernir uma certa extensão espacial de um
determinado agrupamento, principalmente quando este agrupamento
se baseia num conjunto interrelacionado: estrutura urbana, indus-
trial, centros de comércio e serviços. Isto pode ser visto, em numero-
sas instâncias, neste mesmo estudo.
o algoritmo de agrupamento usado no presente estudo*, como
todos os outros atualmente em uso do tipo linkage tree, parte do uni-
verso de lugares considerados subconjuntos, cada um deles, do con-
junto universal e, via processo iterativo, vai agregando elementos do
conjunto em sucessivos níveis de generalização, até produzir um agru-
pamento de todos os lugares, obviamente com o máximo de generali-
dade, pois todos os elementos estarão fazendo parte de um mesmo
conjunto. A conseqüência de um método desse tipo é a de se torna
necessário um ato subjetivo de escolha do nível adequado de generali-
zação, embora se possa transformar a variação da máxima para mí-
nima generalização, em uma escala percentual e, portanto, avaliar,
entre um novo agrupamento e o anterior, quantos grupos a mais ou
a menos teremos e qual o percentual de generalização que se terá
com mais ou menos grupos. Ainda é, assim, uma avaliação subjetiva.
Costuma-se, às vezes, usar a medida de acréscimo da variação
(tomada esta variação como uma soma das distâncias totais intragru-
po) interna no grupo, a cada acréscimo de lugar, fazendo-se isso seja
para o todo grupo de lugares seja para cada grupo isoladamente (o
que seria mais preciso) ; se o acréscimo de um lugar diminuísse a mé-
dia da soma das distâncias intragrupo, este lugar deveria ser acres-
cido ao grupo; quando o acréscimo de um outro lugar aumentasse
'' O presente algoritmo é de autoria do Dr. A. P. MATTHER, da Universidade de Not-
tingham, e por ele cedido aO' DEGEO, e operacionalizado na PUC, pelo Prof.
A. QurNTELA.
39
esta soma média, este lugar deveria fazer parte de outro grupo, ou
constituir uma unidade tipológica diferente. Apenas para exemplifi-
car, São Paulo ou mesmo a área metropolitana de São Paulo, em
qualquer tipologia em que o tamanho funcional seja levado em conta,
acabará por constituir uma unidade tipológica isolada, ainda que con-
siderássemos o sistema urbano brasileiro como um todo (quando muito
se argumentaria que seria São Paulo e Rio de Janeiro).
Tem sido usado, entretanto, a partir da classificação assim semi-
·otimizada, uma técnica adicional de análise multidiscriminatória,
para otimizar a classificação. É claro que não é esta a única utilidade
de tal técnica, pois na realidade ela tem suas finalidades próprias, em
si mesma, em um variado campo de aplicação na estatística. Mas geó-
grafos como Leslie King, a utilizaram, com êxito 4 \ na classificação de
cidades do Canadá (procurando distinguir os fatores de crescimento
urbano nas cidades da Província de Quebec e Ontário).
No presente estudo ela teria simultaneamente o propósito de oti-
mizar a classificação, não só por via da identificação de funções dis-
criminantes, iterativamente definidas e medidas em seu poder de dis-
criminação, e então alocar os lugares aos grupos de forma otimizada,
mas também pelo exame das funções discriminantes, testando a pró·
pria validade da formulação teórica núcleo-periferia, pois a hipótese
seria a de que esta função seria a mais altamente discriminante. Na
realidade, ela pode ser comparada até mesmo à própria hierarquia
funcional, na hipótese de que em uma rede do tipo "Rank-Size" per-
feito, a hierarquia funcional teria 100% de poder discriminante, acei-
tando-se a hipótese associada ao conceito de que "Rank-Size" seria
gerado por um processo estocástico, constituindo o seu limite, quer di-
zer, a sua posição de quase equilíbrio em um sistema aberto 42 •
É claro que, conforme exemplificamos mais de uma vez, o tama-
nho funcional constitui uma das dimensões básicas de diferenciação
entre cidades, principal responsável por uma hierarquia no sistema.
Esta hierarquia gera um sistema de dependências, conforme já :foi
amplamente discutido e, por isso mesmo, foi analisada em um contexto
espacial, essencialmente apoiada numa função distância, isto é, com ta-
manhos decrescentes a partir do centro principal. Para uma análise
deste tipo foi utilizado um programa diferente, já descrito em detalhe
em outro trabalho referente a pólos de desenvolvimento, no qual fo-
ram introduzidas, entretanto, algumas modificações importantes.
o objetivo, ligado ainda ao exame do sistema de cidades segundo
os aspectos mencionados no sumário ("Função polarização-fluência,
equilíbrio-desequilíbrio e alometria no sistema"), é, aqui, poder-se ob-
servar o significado de cada pólo no sistema inteiro, e não tentar ex-
plicar cada um - o primeiro a partir dos dados iniciais e os subse-
qüentes a partir dos resíduos de uma regressão - como foi feito no
estudo antes mencionado 43 • Por isso o modelo "Optimal Origin Point"
fundonalizado através de uma regressão simples, porém provido o
algoritmo de um mecanismo de iteração que usa o resíduo da regres-
são anterior como dado de entrada, foi modificado para um de re-
gressão múltipla. A regressão ainda é simples no sentido de que há
uma variável dependente, tamanho, 2 uma independente, distância;
mas os tamanhos estimados dos centros, a partir dos pólos identifica-
dos em seguida ao primeiro, não são em função dos resíduos da re-
gressão anterior e sim do mesmo conjunto de dados iniciais, o que
permite avaliar a importância comparada de cada pólo e sua respec-
tiva área de influência.
40
Outra modificação significativa foi a utilização apenas da distân-
cia direta entre cada par de lugares, ao invés de usar um sistema de
reticulados do tipo usado no programa inicial. Isto torna as distâncias
mais reais e portanto faz da função distância do pólo uma função mais
correta. No capítulo referente à hierarquia e polarização no sistema,
faremos pequena comparação entre resultados do uso de um e outro
modelo, com o propósito de justificar a mudança.
41
outras de concentração em um setor industrial, ou divisão entre se-
tores modernos e tradicionais. A variável eficiência permitiria, inclu-
sive, verificar setores tradicionais modernos eficientes, e outros con-
siderados modernos mas ineficientes.
A análise que se segue procurará mostrar cada um destes fatores
básicos de diferenciação, terminando por uma classificação de cidades,
essencialmente segundo a sua posição no processo, portanto regionali-
zando o processo de desenvolvimento econômico, segundo as linhas do
modelo centro-periferia.
42
tantes. É claro que em uma análise previamente hipotetizada, se-
gundo a qual o tamanho seria uma dimensão essencial no sistema de
cidades, com 13 das 59 variáveis contendo números absolutos, o ta-
manho da cidade representaria 13/59 do total da explicação, ou seja,
aproximadamente 22%, o que, de fato, aconteceu. Esta representativi-
dade quase perfeita da análise, em relação ao número de variáveis que
procurou definir o tamanho funcional, aparece ligeiramente diferente
na análise não rotacionada, pois seu poder de explicação era de 23,86%
ou 14,08/59 do total, devido a uma correlação maior de variáveis liga-
das à infra-estrutura social com variáveis de tamanho funcional. A
rotação feita, do tipo Varimax, isolou melhor, tanto a dimensão tama-
nho, como a referente à infra-estrutura social; apesar disso, ainda
permaneceu uma correlação baixa, na maior parte dos casos, referente
a profissões liberais (0,37), assinalada na Matriz de Factor Loadings
e outra, um pouco mais baixa, de médicos por mil habitantes (0,31),
não assinalada por ser bem abaixo de 0,40, geralmente considerada sig-
nificativa.
Dois outros fatores - II e III - pela importância dos mesmos,
pois juntos explicam mais 16,08% da explicação total (portanto um
pouco menos que o tamanho funcional), estão associados ao nível de
desenvolvimento econômico, seja na sua dimensão econômica propria-
mente dita seja na sua dimensão socioeconômica mais ampla. A
hipótese inicial era a de que um conjunto de variáveis relativas ao
nível de desenvolvimento e outras ao nível de atendimento da infra-
-estrutura social, reunidos àquelas relativas ao grau de acessibiildade
e proximidade de São Paulo se associassem, definindo tal estrutura
em um só fator. Entretanto isto não ocorreu exatamente, uma
vez que a eficiência industrial apareceu relacionada à própria estru-
tura industrial, ao passo que a renda mais elevada no comércio vare-
jista apareceu nitidamente associada à infra-estrutura econômica. É
bem verdade que a indústria pesada apareceu associada a esta estru-
tura de desenvolvimento, mostrando uma clara dicotomia no processo
industrial como veremos logo a seguir.
A especialização funcional- industrial I comércio-serviços - apa-
receu indicada em um conjunto de fatores - o IV, V, VII e VIII -
que juntos explicam 20,78% da explicação total, mais importante que
o conjunto de fatores de desenvolvimento, mas constituída por qua-
tro fatores, enquanto que a estrutura do desenvolvimento aparece com-
pacta em apenas dois fatores, isoladamente mais importante que qual-
quer outro fator especialização funcional. É curioso observar que a
variável "maior receita do comércio atacadista" aparece relacionada
com a estrutura industrial, e não à especialização industrial, mas à
eficiência industrial, fato muito de acordo com as expectativas teóricas
de que o comércio atacadista é essencialmente diferente do varejista
- o primeiro ligado à indústria e o segundo ao nível de demanda da
população.
Na análise dos fatores procuraremos destacar a estrutura de re-
lações de cada um deles, ao mesmo tempo que a posição de cada
cidade nesta estrutra.
43
concepção de "primate city" foi, originariamente, estritamente em ter-
mos de número de habitantes. Mas hoje parece desnecessário enfati-
zar que uma cidade de um milhão de habitantes, na índia, tenha
uma estrutura urbana substancialmente diferente de uma cidade de
igual tamanho populacional na Inglaterra, nos Estados Unidos ou na
Europa Ocidental, de um modo geral. Simultaneamente tem, também,
uma função diferente no sistema de cidades e em suas relações com
a economia espacial do país. Na realidade, até mesmo uma cidade de
um milhão de habitantes no Sul dos Estados Unidos (ou de tamanho
um pouco menor), tem uma estrutura e funções diferentes de outra
no Nordeste dos Estados Unidos. E Porto Alegre é bem diferente de
Recife, no Brasil.
Em primeiro lugar, fica esclarecida a insuficiência de uma hie-
rarquia univariada, baseada em população, a não ser seguindo-se os
conceitos de um sistema em equilíbrio (ou quase equilíbrio, conside-
rando-se essa posição virtualmente inatingível), em que a rigor o
homo sapiens fosse exatamente igual ao homo economicus; entretan-
to, a regra tamanho hierarquia tem sido largamente usada, pois cons-
titui tanto um conceito de quase equilíbrio como uma medida do de-
sequilíbrio no sistema.
Em segundo lugar criar-se, desde logo, a extensão do caráter mul-
tivariado deste tamanho, assim colocado em termos de um tamanho
funcional agregado, fato extremamente importante, pois que o resul-
tado da análise vai depender, rigorosamente e em última instância,
do conjunto de variáveis que definimos como significativos para medir
o tamanho. O resultado, não só em termos da métrica que irá posicio-
nar as cidades nesta hierarquia, como na importância do fator em si
mesmo (o que por sua vez se refletirá no agrupamento das mesmas
em uma tipologia urbana), ficará, portanto, rigorosamente dependente
da escolha criteriosa das variáveis. A análise fatorial é, como vimos,
um processo lógico, do qual decorre que as conclusões só serão váli-
das se o forem as premissas; estas premissas são simultaneamente as
variáveis e as cidades.
A tabela I mostra, de um lado, o tamanho funcional das cidades
e, de outro, o tamanho populacional das mesmas, tanto no período
1960 como 1970. Como os dados utilizados são essencialmente do
período 1965/1968, usamos o tamanho populacional 1970 para com-
parar; como, por outro lado, alguns dados só puderam ser computados do
Censo de 1960, usamos também o tamanho populacional de 1960 para
comparar os três valores. Na quarta coluna da tabela observa-se o cres-
cimento da população entre 1960 e 1970, o que permite comparação,
ao mesmo tempo com o tamanho funcional das cidades na presente
análise e com as colunas cinco e seis da tabela, que constituem os
valores, que na análise chamamos de status econômico e status sacio-
econômico.
Conforme mencionamos no capítulo referente à rede urbana como
um todo e suas relações no sistema econômico, ficou amplamente evi-
denciada a estreita relação entre o tamanho da cidade e o nível de
desenvolvimento (o tamanho aí tomado para o sistema de relações
do tipo "Rank-Size") e tamanho, tomado isoladamente, e crescimento
da cidade. Esta última relação, ficou bem evidenciado, encontra-se as-
sociada, ao mesmo tempo, às idéias de densidade (por extensão, até
densidade da rede urbana), e de ritmo de crescimento, seguindo as
concepções de THOMPSON 45 de "Size-Hatchet", também muito desenvol-
vidas por BERRY.
44
TABELA I
45
TABELA I
46
TABELA I
1.804
Itapiruna (RJ) . -- 3.419 18.095 27.572 52 4.512 -
6.165
Pará de Minas (MG) ..... .. - 3.422 15 858 24 347 53 -- 2.371 - 1.072
Adamantina (SP) . ... - 3.428 18.164 22.221 22 --
1.094 - 0.928
-\1eg:ete (RG) ... - 3.428 33.735 46.026 36 4.104 - 3.074
Tubarão ... - 3.132 29.615 51.553 74 4.233 --- 3.150
Alagoinhas (BA) . ... - 3.411 38.246 54.671 43 6.959 -- 7.950
Limoeiro (PE) .. -- 3.452 21.252 30.829 45 1.993 -- 8.752
Formiga (MG) .. - 3.491 18.763 29.146 [)5 1.960 -- 4.889
.Juazeiro (BA) .. ~·- 3.511 35.R48 74.785 109 4.290 - 4.799
Santarrm (PA) -~-
3.511 24.924 52.665 111 10.446 -- 8.488
São Gabriel (RG) ... ~-
3.558 22.967 27.924 22 5.024 -- 5.237
Oswaldo Cruz (SF) .. -- 3.610 15.745 13.952 ·-· 11 - 1. 741 - 0.784
Passos (MG) .. ·- 3.650 28.555 39.9;15 40 0.710 -- 3.331
Santos Dumont .. -- 3.665 20.414- 27.6:?0 35 -0.4-24 - 4.567
Itabira (MG) . - 3.667 15.539 41.493 161 0.819 -- 4.853
Porto Velho (RO). .... - 3.683 19.387 41.635 115 9.637 - 7.030
Guarabira .. ··- 3.693 15.848 22.746 43 4.789 - 5.203
CajazPiras (PB) .. . . . . . . - 3.726 15.884 25.117 .58 7.805 - 6.206
Santiago (RS) .... .. -- 3. 733 15.140 22.301 47 4.224 - 4.573
Timbaúba (PE) . .. - 3.736 21.019 26.876 28 5.298 - 8.915
Curvelo (MG) ...... .. - 3.737 21.772 30.720 41 1.418 - ·1.320
Caratinga (MG) ····· .... - 3.750 22.275 28.620 28 5.21'1 -- 8.531
Bacabal (MA) .. ... - 3.762 15.531 29.790 92 9.689 -10.340
São Bo•·ja (RS) . - 3.783 20.339 29.315 44 5.882 - 4.565
Macapá (AP) .... - 3.801 27.585 52.547 90 9.181 -- 6.204
Macaé (RJ) . - 3.917 19.830 29.833 50 2.437 -- 5.842
Campo Belo (MG). ... ····· - 3.920 15.742 20.325 29 - 0.376 - 3.358
Gravatá (PE) .. .. - 3.976 15.550 21.586 39 7.201 - 9.626
Dracena (SP) .. - 3.983 15.997 24.264 52 - 0.214 -- 1.212
Pesqueira (PE) ····· - 4.008 19.778 24 637 25 7.195 - 9.074
Rio Tinto .. - 4.028 16.811 13.520 -20 !3.670 -11. 70\J
Palmares .. ... - 4.031 17.327 3U?48 84 5.749 -- 8.181
Hosário do Sul (RS). .... .. - 4.051 15.786 24.642 56 3.243 - 4. 759
Nauuque (MG) .. ..... ... - 4.068 18.073 34 .\Jí\1 94 8.396 - 8.050
47
TABELA I
48
Bauru na área de São Paulo e Volta Redonda, dicidida entre São Pau-
lo e Rio. Observe-se que tanto Natal como João Pessoa têm maior
população que Ribeitrão Preto, que em população ocupa o 20. 0 lugar.
Uma classificação das cidades, segundo sua posição no Fator I,
daria, de alguma maneira, uma hierarquia funcional como já salien-
tamos:
1) É claro que numa hierarquia deste tipo colocaríamos São Pau-
lo e Rio isoladamente, pois a diferença de tamanho entre São
Paulo e Rio é bastante grande 146,65 e 104,98, respectiva-
mente.
2) A seguir Porto Alegre com 27,70, Recife com 23,31 e Belo Ho~
rizonte com 21,53 são as três metrópoles regionais mais im-
portantes.
3) Curitiba e Salvador com 13,33 e 14,59 de um lado e Santos
e Campinas de outro, com 13,80 e 11,04, respectivamente, são
as quatro cidades na classe seguinte.
4) Fortaleza, a seguir, com um valor 8,50 diferencia-se bastante
de Belém.
5) Belém com 5,75, Ribeitrão Preto com 4,97, Jundiaí com 4,10,
Pelotas-Rio Grande com 4,16 e Goiânia com 3,58 e Juiz de
Fora com 3,87 são os centros seguintes, a rigor quase que
subdivididos em Belém e Ribeirão Preto de um lado e as ou-
tras de outro lado.
49
abaixo de zero, Campos e Aracaju, ambas têm m~is de 150 mil habi-
tantes e Teresina, que embora esteja classificada em 67.o lugar em
tamanho funcional, tem 180 mil habitantes.
Por outro lado, dentre aquelas 43 cidades acima mencionadas, 13
estão em São Paulo, sendo que duas (além da própria S. Paulo) Cam-
pinas e Santos - acima mesmo do nível das metrópoles; e das dez
outras, seis são maiores que qualquer capital do Nordeste (Ribeirão
Preto, Jundiaí, Piracicaba, Sorocaba, São José do Rio Preto e Bauru);
vale ainda acrescentar que a 43.a, Rio Claro, tem apenas 70 mil ha-
bitantes, enquanto que cidades como Campos, Caruaru, Feira de San-
tana, Juazeiro do Norte, todas têm mais de 1 mil; Aracaju que se
segue a Campos, em 45.o lugar no que diz respeito a tamanho fun-
cional, tem quase três vezes mais população que Rio Claro.
Não estamos pretendendo fazer uma inferência tão arriscada, di-
zendo que o nível de população realmente ocupada, que daria a me-
dida de tamanho, é três vezes superior em São Paulo, mas parece-
ria seguro imaginar que anda pela casa de duas vezes maior. A esta
altura, parece importante relembrar que o Fator II, status eco-
nômico, está menos correlacionado com população de idades superio-
res a 0/14 anos que o Fator III, socioeconômico. Isto parece significar
que uma maior concentração migratória, na faixa de idade superior
a 14 anos, se observa na área de maior status socioeconômico que na
área desenvolvida propriamente dita.
Embora tal observação não possa ser substanciada com os dados
da análise (correlação mais alta de estrutura etária 0/14 anos, com
o fator II, status socioeconômico e não com o II, status econômico),
esta parece ser a realidade, isto é, estar havendo um decréscimo de
migrações do Nordeste para o Sudeste e aumento de migrações intra-
-regionais.
50
coisas ao mesmo tempo. Entretanto, é curioso mencionar que, nas di-
ferentes alterações do nível de resolução do sistema, sempre apareceu
tal fator, seja na análise referente às cinqüentas cidades e 29 variáveis,
com as áreas metropolitanas agregadas em uma unidade observacio-
nal, seja na de 99 cidades, desagregando as áreas e aumentando o nú-
mero de cidades seja, ainda, voltando à agregação das áreas metropoli-
tanas e de mais alguns agrupamentos urbanos, desde que variando
bastante o número de variáveis definidoras do processo. Obviamente
isto acontece porque continuamos usando variáveis semelhantes, em-
bora, nesta última, um certo número a mais fosse acrescentado no
contexto deste mesmo fator, com o objetivo de melhor sensibilizar sua
definição e conseqüentemente a posição das cidades no mesmo.
Uma infra-estrutura social, essencialmente definida pelo setor mé-
dico-educacional, apareceu de forma bem clara ao nível de 50 cidades,
sendo feitas algumas considerações a propósito, ressaltando a impor-
tância dos núcleos, capitais de Estado, conforme já salientamos ante-
riormente, sendo esta observação reforçada por estudo feito pela Prof.a
LYSIA BERNARDES, já citado.
Agora, ao nível de 209 cidades e 509 variáveis, o problema reassume,
essencialmente, a forma anterior, definida no estudo inicial 46 , mas já
com características um tanto diferentes. Em relação às cinqüenta ci-
dades, o fator socioeconômico foi definido por variáveis do tipo auto-
móveis, telefones, bancos, etc., por 1.000 habitantes, caracterizando,
nitidamente sua forma de status econômico, ao lado do outro fator
composto por médicos, leitos e estudantes por 1.000 habitantes, carac-
terizando-lhe o aspecto infra-estrutural social, dados os valores altos
das cidades capitais no citado fator, e conhecida que é a atitude polí-
tico-administrativa brasileira tradicional, de melhor dotar as capitais
dos Estados. Em relação a 99 cidades tal fator fundiu-se ao de status,
caracterizando assim o fator mais como um nível de urbanização, ocor-
rendo transversalmente sobre áreas mais ou menos aesenvolvidas, e em
um conjunto de cidades, no qual prevalecia as do centro-sul (dada a
seleção feita segundo população, apenas). Passou, assim, o fator a cons-
tituir, de forma unificada, o nível de desenvolvimento, delimitan-
do o núcleo e a periferia brasileira em torno de um valor zero no
mesmo fator, quase que simbolizando um caráter positivo e negativo
no processo de desenvolvimento, sob a forma de uma estrutura urbana
mais ou menos adequada à população da cidade 47 •
Com a análise atual ressurgem os dois fatores, simultaneamente,
pela alteração do nível de resolução nos dois termos da matriz, isto é,
número de cidades e de variáveis.
Nitidamente status econômico, o segundo fator em importância
na análise, explicando 8,17% da explicação contida em 13 fatores, está
bem caracterizado por variáveis do tipo: número de prédios com água,
esgoto, ligações elétricas, de um lado; número de telefones, automó-
veis, bancos, etc. por mil habitantes, de outro; além disso, em virtude
de maior acessibilidade definida, ao mesmo tempo, por menor distân-
cia para São Paulo, maior número de centros urbanos em um raio
de 100 e de 200 quilômetros, e curiosamente por menor proximidade
de aeroportos comerciais; caracterizam aindl!t este fator, de um lado,
a estrutura etária da população, com percentual de idades superiores
a 14 anos maior, sempre associada ao mais elevado nível de desenvol-
vimento e de outro, a uma concentração maior da indústria pesada,
maior receita no comércio varejista e até maior número de institui-
ções culturais por 1.000 habitantes. Trata-se, como se vê, de uma as-
51
209 CIDADES BRASILEIRAS
STATUS ECONÔMICO
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500
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Km
4.001 o 0.000
0.000 o 5.000
Organizado por: NILO DAVID C. MELLO
5.001 o 8.000
> de 8.000
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LISTA DAS AGLOMERAÇÕES E CIDADES BRASILEIRAS COM POPULAÇÃO
URBANA SUPERIOR A 15.000 HAB. (1960)
Mapa 1 - Este mapa foi elaborado com base no Fator l i da análise, correspondente ao que
chamamos de estrutura econômica, caracterizado pela associação de variáveis que indicam ca-
pacidade aquisitiva da população, refletida ao mesmo tempo por equipamento urbano, do tipo
água, esgoto, energia elétrica e por automóveis. Ao mesmo tempo, estas variáveis estão asso-
ciadas a outras que indicam rede urbana mais densa, mais indústria pesada e maior proximi-
dade de são Paulo ..
Observe-se que o mapa mostra precisamente valores mais altos na área de São Paulo.
54
sociação de variáveis inter-relacionadas em maior ou menor grau, que
definem um status econômico mais elevado, com suas implicações de-
mográfico-culturais e industriais bem claramente definidas. A aná-
lise da matriz de "factor loadings" indica isso claramente (utilizamos
correlações de 0,30 para cima, e não a usual de 0,40, porque para mui-
tas delas a natureza dos dados oferecia disparidades, o de instituições
culturais, por exemplo, tomava a instituição cultural como um todo,
independente de seu tamanho e transformava o número absoluto -
em uma relação com o número de habitantes). Neste caso, por exem-
plo, é perfeitamente lícita a premissa de que as instituições culturais
da área mais desenvolvida tivessem tamanho maior, o que faria da
relação percentual um número maior e provavelmente teria aumentado
a correlação para um número superior a 0,30.
O terceiro fator em importância (com 8,01%), portanto quase idên-
tico ao segundo em poder de explicação, assemelha-se bastante ao se-
gundo, igualmente, em muitos outros casos, diferindo naqueles que
podem refletir algumas características muito importantes do processo
brasileiro de desenvolvimento, simultaneamente com o processo de to-
mada de decisão, no plano de políticas a serem. seguidas. A primeira
diferença significativa neste particular é que, de um lado, neste fator
aparecem correlações significativas, como empréstimos por mil habi-
tantes (correlação 0,51), ao lado de outras mais ou menos baixas do
tipo receita de serviços/pessoal ocupado em serviços, que reforçam
aquela interpretação do papel das capitais como núcleos de concentra-
ção de serviços; o fato de que os "scores" de quase todas as capitais
neste fator sejam positivos, às vezes elevado, às vezes não (o "score"
do Rio de Janeiro é superior ao de São Paulo, embora ligeiramente),
corrobora esta idéia, pois a exceção é constituída apenas por São Luís
e Teresina, de uma lado, por Fortaleza, de outro (como os números
relativos são usados para definir a posição da cidade, as fortes migra-
ções para Fortaleza abaixam seus índices), e pelas capitais dos Terri-
tórios e do Acre. Esta correlação, com empréstimos por mil habitantes,
pode ter um significado de estar demonstrando uma maior quantidade
de financiamentos bancários a partir destas capitais e até mesmo para
áreas mais atrasadas fora das capitais. O fato de que os empréstimos ban-
cários, cuja origem é muitas vezes o Banco do Brasil, reforça ainda
esta interpretação, pois sua rede é mais densa na área subdesenvol-
vida que as dos outros bancos.
Estes dois fatores, em conjunto, descrevem bem a estrutura ur-
bana, naquela dimensão constituída pelo conjunto de atributos que
melhor podem representar o equipamento urbano, seja de caracterís-
ticas mais especificamente de natureza econômica, do tipo telefone,
ou ligações elétricas, etc., seja os de natureza social, do tipo escola,
hospital, médico, etc. Por isso mesmo o fator II, de maior importân-
cia, define melhor aquela área tipicamente mais desenvolvida da ou-
tra menos desenvolvida; em última instância, distingue o núcleo da
periferia. o fator III reitera a mesma delimitação, porém distingue
os núcleos capitais de Estados que, no caso das capitais do Nordeste,
formam, por assim dizer, um núcleo secundário; no caso do Rio de
Janeiro e São Paulo, de um lado, as coloca no mesmo plano, isto é,
segundo seus "scores" no fator III, referente ao que chamamos de
status socioeconômico; de outro lado, no fator II, referente ao que
chamamos de status econômico, diferencia bastante uma da outra, con-
siderada a área metropolitana como um todo, reiterando, pois, a dife-
renciação apontada, desde a análise das cinqüenta cidades; isto re-
força a conclusão indicada na análise das 99 cidades, de que a
55
209 CIDADES
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NEGATIVOS: POSITIVOS:
> 20.000
19.999 a 10.001
ESCALA
5.000 a 0.000
000.0 a 5.000
DivEd/D- J. A.C. Organizado por. MIGUEL ANGELO C. RIBEIRO
> 5.001
Mapa 2 - Este mapa foi elaborado com base no Fator 111, que denominamos infra-estrutura
socieconômica. Ele mostra um certo isomorfismo com o mapa 1, mas acrescenta ao mesmo
uma pequena variação, muito significativa no Brasil: variáveis como número de médicos por
1.000 habitantes, outras profissões, leitos em hospitais, escolas secundárias, etc. que associam
o nível de desenvolvimento a uma certa ação obviamente governamental de oferecer uma
infra-estrutura social, do tipo médico, escola, mesmo nos núcleos urbanos de menor desenvol-
vimento. A diferença essencial deste mapa com o anterior é a de que esta infra-estrutura
social indica lugares como as capitais de Estado, inclusive as do Nordeste, com valores posi-
tivos. Pode-se comparar os valol'es zero nos dois mapas e verificar que eles se correspondem,
de certa forma, com exceção, basicamente, ao núcleo secundário do Nordeste. Ao mesmo tempo
a grande diferença entre Rio e São Paulo desaparece neste fator.
58
diferenciação era produzida em termos de área metropolitana, mas não
de metrópole propriamente dita.
A análise dos "scores" de grupos de cidades no fator !I mostra
algumas diferenciações importantes:
1) Um número de cidades aparece com "scores" de valores supe-
riores a - 10,0 (note-se que as correlações sendo negativas, os valores
que representam elevado índice de desenvolvimento têm sinal negativo),
a partir de São Paulo, incluindo Campinas, Bauru, Jundiaí, Arara-
quara, Piracicaba, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Santos, So-
rocaba, Limeira, Rio Claro, São Carlos, Americana, Itu, Mogi-Mirim,
formando assim o que poderíamos chamar de núcleo básico do desen-
volvimento brasileiro. Recorde-se que na análise das 99 cidades tal.
núcleo parecia ter uma extensão maior, incluindo entre outros núcleos
importantes a própria cidade do Rio de Janeiro, embora núcleos da
periferia da metrópole carioca apresentassem valores negativos em re-
lação a nível de urbanização. Um limite numérico, em termos de "sco-
res" em um fator, para a delimitação de uma área tão importante
como deve ser o núcleo básico do desenvolvimento brasileiro, segundo
os conceitos geralmente aceitos nas formulações teóricas existentes,
não é fácil de se obter. Principalmente porque estamos utilizando ape-
nas valores que refletem apenas uma estrutura econômica, concebida
por uma estrutura de inter-relações entre variáveis possivelmente ainda
incompletas, porque não contêm, talvez, nem mesmo de forma implí-
cita, um contexto explicativo do processo de tomada de decisão e com-
portamento; e conforme acentua BRIAN BERRY, em artigo recente, 48
o que o homem pensa é importante, porque o que ele pensa determina
o que ele faz.
2) Um outro grupo de cidades aparece com "scores" entre -5,0
e -10,0, que inclui Rio de Janeiro, Juiz de Fora, São José do Rio Preto,
Volta Redonda, Taubaté, Araçatuba, Barbacena, Franca, Nova Fribur-
go, Presidente Prudente, Araras, Assis, Barra do Piraí, Botucatu, Ca-
tanduva, Cruzeiro, Guaratinguetá, Itajubá, Jaú, Jacareí, Jaboticabal,
Lins, Lorena, Poços de Caldas, São João da Boa Vista, Tatuí Varg'll-
nha, João Monlevade, Batatais, Birigui, Itapira, Piraçununga, Pouso
Alegre, todas situadas entre aqueles dois valores.
Observe-se que estas cidades estão todas situadas ainda no Es-
tado de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além de incluir a
própria área metropolitana do Rio de Janeiro, isto é, municípios do
Estado do Rio de Janeiro, mais a cidade do Rio de Janeiro.
Cidades com valores entre -2,5 e -5,0, incluem além de nu-
merosas outras de São Paulo, Minas Gerais e Estados do Rio de Ja-
neiro, apenas Porto Alegre, Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Uber-
lândia em Minas Gerais, e Blumenau e Joinville em Santa Catarina.
A isolinha de valor zero passaria pelo extremo oeste de São Paulo,
oeste do Triângulo Mineiro, oeste do Paraná e Rio Grande do Sul e,
para o norte, abrangeria um ponto pouco ao norte de Belo Horizonte,
até ao sul de Vitória, com bolsões pequenos, no interior desta vasta
área. A análise feita para 179 cidades do Sudeste do Brasil permite
esta divisão com muito maior eficiência 49 , especialmente quanto aos
bolsões, à verdadeira extensão da área desenvolvida de São Paulo pelo
Sul de Minas e Triângulo Mineiro e uma melhor definição e conse-
qüente delimitação da área mais desenvolvida em torno de Belo Ho-
rizonte.
59
O significado teórico desta isolinha de valor zero não está asso-
ciado senão ao fato de que o procedimento analítico fatorial, norma-
liza e estandardiza os dados, fazendo a média igual a zero e os valores
dispersos em torno da média zero. É a sua aplicação aos fatos obser-
vados no Brasil, diferenciando a parte do país desenvolvida da parte
subdesenvolvida, inclusive assinalando os bolsões de subdesenvolvimen-
to no interior da área desenvolvida que, conformando as concepções
teóricas e aplicações em outras áreas do mundo, dá a esta isolinha de
valor zero um sentido de definição. É uma tentativa de dar validade
empírica ao conceito de núcleo-periferia em termos de operacionali-
zação do mesmo, via análise quantitativa de uma estrutura de inter-
-relações entre variáveis.
Já com referência à análise dos scores das cidades no fator III,
que se diferencia do II por não ser tão estritamente um fator econô-
mico, mas também refletindo uma infra-estrutura social, como já des-
crevemos, há o fenômeno tanto das áreas metropolitanas como das ci-
dades capitais, que têm sistematicamente valores positivos neste fator
(com exceção de Fortaleza (-1.169) entre as áreas metropolitanas e
Teresina e São Luís entre cidades capitais).
Por outro lado, praticamente, todos os centros do Centro-Sul têm
valores positivos neste fator, não tomados os núcleos do norte de Mi-
nas como Centro-Sul (Montes Claros, Teófilo Otoni etc., ou Colatina
no Espírito Santo, ou mesmo Campos no Estado do Rio).
A análise comparativa de muitas cidades, ao longo deste fator
permite a compreensão de muitos aspectos importantes, referentes à
função regional da cidade, à usurpação de funções por centros metro-
politanos altamente especializados, etc. Um exemplo deste tipo é dado
por uma comparação entre Jundiaí e Campinas. No fator II, que in-
dica o nível de desenvolvimento estritamente econômico, as duas ci-
dades apresentam valores próximos (-15,6, para Campinas e -13,7, para
Jundiaí), ao passo que no fator III que indica mais uma estrutura
socioeconômica, que refletiria funções de prestação de serviços de na-
tureza médico-educacional, etc., Campinas tem um score de 20,6 e
Jundiaí apenas 9,7; estes dois valores indicam, ao mesmo tempo, ab-
sorção de funções de Jundiaí, por parte do centro metropolitano de
São Paulo e uma função regional mais importante, exercida por Cam-
pinas, 50 de conformidade com observações gerais feitas por BRIAN
BERRY, no plano teórico.
Outro exemplo, relativo à importância do núcleo como centro re-
gional é dado por Ribeirão Preto que, excetuados os dois núcleos pau-
listas de Santos e Campinas e apenas as duas metrópoles São Paulo
e Rio, é a cidade que apresenta o mais alto "score", com um valor
15,51. Na realidade, com valores acima de 10,0 aparecem, além destas
já mencionadas (São Paulo e Rio de Janeiro, Santos, Campinas e Ri-
beirão Preto), apenas Belo Horizonte e Porto Alegre, entre as metró-
poles; Bauru, Piracicaba, São Carlos e São José do Rio Preto, na área
de São Paulo; Juiz de Fora na área do Rio de Janeiro e Santa Maria
na área de Porto Alegre. Com valores entre 5 e 10 aparecem nume-
rosos núcleos paulistas, algumas capitais de Estados e outras poucas
cidades: Barbacena, Poços de Caldas e Pouso Alegre em Minas Ge-
rais, além de Uberaba e Uberlândia; Blumenau em Santa Catarina, e
Caxias do Sul e Pelotas-Rio Grande no Rio Grande do Sul.
Entre as capitais de Estado, Curitiba, Florianópolis, Goiânia e ne-
nhuma do Nordeste, a partir de Vitória. Entre os numerosos núcleos
paulistas observa-se um verdadeiro cinturão, desde Jundiaí com 9,7,
60
ur
·' uooo
Com desenvolvimento
soei o· economico e infra-estrutura social 209 CIDADES
FATORES: III-STATUS •
SOCJO-ECONOMICO
li - STATUS ECONÔMICO
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como já assinalamos, até Araraquara, Franca, Botucatu, Sorocabp,,
Taubaté, Americana, Assis, até Presidente Prudente, Araçatuba, etc.,
embora não inclua centro como Barretos, ou Marília, Araras, etc.
Os valores entre 0,0 e 5,0 mostram, de um lado, apenas as capitais
e metrópoles do Nordeste e Norte (excetuada São Luís, Teresina e For-
taleza), conforme já foi acentuado, de outro lado, centros como Campo
Grande e capitais como Cuiabá, além de uma extensão do Núcleo -
como definido pela isolinha zero no fator II, para incluir desde uma
cidade como Campo Grande que teve score positivo no fator II, indi-
cando status econômico mais baixo (e tem score postivo no fator III,
indicando status socieconômico levemente acima da média), até ou-
tras como Passo Fundo, por exemplo, com scores, respectivamente, de
1,15 no fator II e 3,47 no fator III, ou Santa Maria que tem 0,45 e
11,36, nos fatores II e III; idênticos são ainda Ponta Grossa, Londri-
na, Vitória, Anápolis, Bagé, Uruguaiana, Cruz Alta, Erechim, Ituiu-
taba, Paranaguá, Santana do Livramento, todas ou capitais de Estado
do Nordeste, ou centros daquilo que, de certa forma, constitui a peri-
feria imediata do núcleo principal 5 1 .
Isso estende o núcleo pela via da periferia imediata a ele, abran-
gendo todo o Centro-Sul; é claro, cotn bolsões em seu interior, pois
temos Cuiabá, num extremo, Uruguaiana, Santana do Livramento, no
outro e Vitória para o norte. Por outro lado, indica bolsões significa-
tivos, tanto no interior do núcleo - Campos com 6,25 no fator III,
numa área relativamente estagnada, Maringá, Arapongas e Apucara-
na numa fronteira em desenvolvimento, Caratinga e Cataguazes na
Zona da Mata de Minas, como em Muriaé ou mesmo Governador Va-
ladares e Passos, Patos de Minas etc., em outro bolsão estagnado de
Minas. Estes bolsões, parecendo peculiares a áreas estagnadas, são
muito aparentes em Minas Gerais e Estado do Rio, dois Estados com
problemas típicos desta natureza. Ao mesmo tempo, indica a área mais
atrasada da Campanha Gaúcha, com D. Pedrito e São Borges e pe-
quenos núcleos da área desenvolvida, com valores negativos no fa~
tor II, devido ao fato de estarem próximos a outro centro importante
de prestação de serviços ou então serem mesmo subequipados. João
Monlevade é um exemplo disso, Brusque é outro e Pará de Minas é
outro.
Por outro lado, o fator III reitera perfeitamente o fator II, no
limite norte do Núcleo e da Periferia (excluindo apenas Vitória por
sua função de capital), pois, tanto Teófilo Otoni, como Montes Claros,
Cachoeira do Itapemirim, Colatina, Nanuque, etc., estão colocados, em
ambos os fatores, fora dos limites da área desenvolvida.
Finalmente, como já assinalamos, as capitais do Nordeste apre-
sentam valores positivos no fator III (apesar de também positivos no
fator II), indicando assim uma infra-estrutura socioeconômica capaz
de se constituir (como aparentemente vai ocorrendo com o desenvol-
ver do processo de industrialização) em um núcleo secundário com
possibilidade de gerar impulsos de desenvolvimento no Nordeste que
aumentam as taxas de crescimento da região. Sob muitos aspectos
isso vem sendo observado, não só como fruto da aplicação dos incen-
tivos fiscais, como de políticas deliberadas de modernização adminis-
trativa, tanto pela SUDENE, como por numerosos governos estaduais.
Se considerarmos centros como Campina Grande, embora com um va-
lor negativo (este valor é apenas de -0,25 e São Luís com -0,91), resta
ainda Fortaleza com -1,17 e Teresina com -3,24, o que realmente é
um valor bem baixo.
63
Já o interior do Nordeste, além de apresentar os valores mais altos
no fator II (cujos valores negativos indicam o nível de desenvolvi-
mento), apresenta os valores mais baixos no fator III (quer dizer va-
lores negativos mais altos, indicando um status socioeconômico mais
baixo). Teófilo Otoni apresenta valores de 5,46 no fator II e -6,26 no
fato III e Vitória da Conquista apresenta um valor de 7,29 e -5,41,
respectivamente; os extremos aparecem em Parnaíba com 10,06 e -7,30,
Sobral com 8,20 e -6,65, Bacabal com 9,69 e -10,34 ou Cajazeiras com
7,80 e -6,21, ou Caxias no Maranhão com 10,65 e -10,43; alguns núcleos
industriais do Nordeste do tipo Moreno também apresentam valores
bem baixos, como também Santarém e Macapá, ou núcleos têxteis
antigos do tipo Rio Tinto na Paraíba e Rio Largo em Alagoas, com
-11,80 e -10,67, respectivamente, no fator III.
Esta área caracteriza, efetivamente, a periferia nacional, remota,
sem os níveis mínimos de atendimento de serviços, com núcleos de
estrutura comercial ou com indústrias tradicionais e pouco eficientes,
ao lado de uma rede urbana pouco densa e baixíssimo poder aquisi-
tivo.
64
os centros industriais (isto é no fator IV) e baixos no fator II, tanto
quanto no fator V, que define a eficiência industrial.
Por isso vamos analisar a estrutura funcional do sistema urbano,
neste capítulo, segundo os quatro diferentes fatores em que ela apa-
rece descrita, associando-os, sempre que necessário, aos fatores II e
III, que descrevem a estrutura econômica e socioeconômica e ao fa-
tor I, do tamanho funcional.
Já indicamos, inicialmente, as correlações significativas no fator IV,
que, conforme salientamos, não indica uma estrutura dicotomizada
indústria-comércio, embora fique patenteada uma implicação comér-
cio-serviços nos centros não industriais. É que esta dicotomia aparece
bem nítida, conforme salientamos na análise da rede urbana da Re-
gião Sudeste, elaborada para a Geografia do Brasil (Volume Região
Sudeste).
Vejamos o fator seguinte, significativo no processo industrial, in-
clusive porque é efetivamente o quinto em importância, desde que ex-
plica mais 5,45% do total explicado pela análise (e já 51,46% acumu-
lados).
Este fator é constituído pela inter-relação de um conjunto de va-
riáveis que visam definir a eficiência do processo industrial; por isso,
as correlações mais elevadas são as de n. 0 14 e 15, valor da transforma-
ção e da produção industrial por pessoal ocupado na indústria (O 87
e 0,89) respectivamente, seguindo-se valor per capita da produção in-
dustrial (0,76). Duas outras variáveis aparecem neste fator: a primeira
refere-se ao valor da receita do comércio atacadista por pessoal ocupa-
do, o que obviamente indica maior receita por pessoal ocupado nos
centros mais industriais, refletindo o maior valor da produção indus-
trial no comércio atacadista. É importante notar, a título de valida-
ção, que tal não aconteceu com o comércio varejista, cuja maior cor-
relação apareceu no fator II (status econômico), indicando a íntima
relação de eficiência no comércio varejista e nível de desenvolvimento.
A segunda variável, de baixa correlação (0,32), é a de percentagem
do maior setor de vendas industriais em relação ao total dessas vendas,
indicadora de concentração mono-industrial. O comportamento desta
variável, a rigor, mereceria análise mais aprofundada, pois aparece
quase que igualmente distribuída entre os fatores II, III, V e VII, em-
bora ligeiramente mais alta nos fatores III e VII. Isto parece indicar
que na área menos desenvolvida (fator III) e na de indústrias tradi-
cionais (fator VII), haveria maior tendência a mono-indústrias, quer
dizer, concentração em um só setor, no caso, o tradcional, pois seria
a área de indústrias tradicionais que seria mais mono-industrial.
No fator VII, a variável mais importante é a relativa ao pessoal
ocupado nas indústrias tradicionais, em relação ao pessoal ocupado
nas indústrias em sua totalidade (-0,92), comparado com indústrias
não tradicionais, em relação a pessoal ocupado na indústria, igual-
mente em sua totalidade (0,74), que, evidentemente, apenas teve o
objetivo de reiterar o primeiro, quase que pelo valor inverso. Entretanto,
o fato de não ter dado valores iguais, apenas com sinais trocados, tende
a indicar uma bipolarização não perfeita: em primeiro lugar, por cau-
sa da correlação mais alta na variável indústria tradicional, parecen-
do indicar, mais claramente, os centros de indústria tradicional; em
segundo lugar, porque a indústria tradicional aparece correlacionada,
embora com valor bastante baixo (-0,34), com predominância de um
setor industrial sobre os demais. Acresce ainda o fato de aparecer
uma correlação, também bastante baixa, de percentual do pessoal
ocupado na indústria pesada sobre o total (0,34), o que parece indicar
65
alguma persistência de setores industriais tradicionais nas áreas de
indústrias mais modernas, e vice-versa, sugestão esta bastante aceitá-
vel em termos de estrutura industrial de um país em desenvolvimento.
É claro que tal associação está - e de forma bastante acentuada -
embutida na própria definição de tradicional, como sendo os setores ali-
mentar e têxtil e, obviamente, existe tanto têxtil como alimentar, di-
ferenciados entre si, em termos de eficiência operacional e econômica,
que é a principal conotação do conceito moderno "x.
Finalmente, o fator VIII apresenta correlações elevadas com popu-
lação urbana ocupada no comércio e serviços, principalmente em rela-
ção a esta última (0,56 e 0,70), de um lado, e empréstimos bancários
e número de estabelecimentos bancários, ambos por mil habitantes
(correlação de 0,51 e 0,50), de outro, o que parece indicar maior soma
de financiamentos bancários na área do comércio (inclusive na área
de comercialização de produtos agrícolas) do que na indústria. Por
outro lado, parece indicar claramente, também, que o setor serviços
está mais estreitamente relacionado à população urbana, o que se as-
socia à idéia de que migrações rural-urbanas tendem a inflar mais ra-
pidamente o setor serviços do terciário, do que o do comércio. Se as-
sociarmos este aspecto a um outro, o de que, quando usamos receita
dos serviços por pessoas ocupadas nos serviços, a correlação mais alta
apareceu na área subdesenvolvida (pela via do fator III) e a do co-
mércio apareceu como associado ao status econômico (pela via do fa-
tor II), então teremos um elemento a mais para relacionar a incha-
ção dos núcleos urbanos, da área subdesenvolvida, à inchação do setor
serviços propriamente dito; isto quer dizer subemprego no setor ser-
viços.
Passaremos agora a analisar o dimensionamento de cada cidade
ou grupo de cidades, ou cada área nos quatro fatores que indicamos
como definidores da especialização funcional, isto é, os fatores IV, V,
VII e VIII. (Ver Fig. 3 e 4)
Em relação ao fator IV, é significativo assinalar, desde logo, que,
dentre as nove áreas metropolitanas, a única a ter valor positivo é a
de São Paulo, de acordo com as expectativas. As menos industrias são
Salvador, Belém, Fortaleza e Curitiba; Porto Alegre é a mais indus-
trial, ou seja, embora negativo, apresenta o menor valor (-0,297), en-
quanto que Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife não estão muito
distantes umas das outras. Por outro lado, os centros industriais ca-
racterizam também a área desenvolvida, de um modo geral, ainda que,
ao ser comparada com a mesma, indique áreas industrializadas, porém
de indústrias ineficientes e em núcleos urbanos de estrutura insufi-
ciente.
O cinturão industrial em volta de São Paulo aparece delimitado
de uma maneira bem clara, pois Campinas, Jundiaí, Piracicaba, São
José dos Campos, Sorocaba, Taubaté, Limeira, São Carlos, Rio Claro,
Americana, Bragança Paulista, Mogi-Mirim, Piraçununga, Votuporan-
ga, aparecem todas com valores positivos, variando de 10,646 para
J·undlaí, ou 12,923 para Americana, até O, 725 para Piraçununga, ou,
mesmo, 0,009 para centros isolados do tipo Franca. Por igual, aparece
o cinturão, menor em significação e em especialização, em torno do
Rio de Janeiro, ao longo do Vale do Paraíba, ou em volta de Belo Ho-
rizonte. Assim, Juiz de Fora, Nova Friburgo, (Petrópolis está englo-
bada na área do Rio de Janeiro), Campos, Macaé, Valença, aparecem
como centros industriais com valores positivos mais ou menos baixos,
na área do Rio de Janeiro; ao longo do vale do Paraíba, além de São
José dos Campos, Jacareí e Taubaté, Barra do Piraí, Cruzeiro, Guara-
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tinguetá, (Lorena apresenta um valor negativo, embora baixo -0,692),
tem ainda Pindamonhagaba (com valor pouco acima de zero, 0,108),
Três Rios, sem contar Volta Redonda, que tanto pelo seu significado
na indústria pesada, como centro industrial em si mesmo, tem um
dos valores mais altos de todo o sistema (18,317), superado apenas
como centros quase que totalmente especializados do tipo de João Mon-
levade, com 20,772 na área da indústria pesada, ou Rio Largo em Ala-
goas com 22,476, ou Rio Tinto na Paraíba com 32,958 na Agroin...
dústria.
A área industrial em volta de Belo Horizonte, constituindo uma
superfície descontínua, com centros como Divinópolis (3,769), ou Ca-
taguases (5,928), Conselheiro Lafaiete (2,047), Curvelo (2,073), não for-
ma um continuum industrial, embora apresente também centros como
Timóteo (10,141), ou mesmo João Monlevade já mencionado, desde
que Contagem apareça incluída na área metropolitana de Belo Hori-
zonte.
Embora Porto Alegre não tenha um índice positivo neste fator
(-0,297) este valor é o mais alto dentre todas as áreas metropolitanas,
com exceção de São Paulo, e apresenta um continuum na direção de
Caxias do Sul (4,198), Criciúma (4,448), Joinville (4,480), Brusque
(7,828) e Blumenau com 3,206; esta continuidade industrial entre
Porto Alegre e São Paulo só é interrompida, de um lado, com valores
negativos para Florianópolis, capital de Estado e, portanto, importante
centro de serviços; de outro, por Vacaria, Lajes, Itajaí, etc., indicando
que, embora possa se perceber um processo de expansão espacial, ainda
existem núcleos isolados, verdadeiros bolsôes não industriais, nem sem-
pre associados só a um nível de desenvolvimento socioeconômico, pois
muitas cidades apresentam índices razoáveis de equipamento urbano
e status econômico.
No Nordeste, embora a função essencialmente de centro de servi-
ços das metrópoles apareça bem distinto, centros de indústria têxtil
tradicional como Moreno, próximo a Recife aparecem bem indicados
(22,073), Santo Amaro na Bahia (3,011), Valença ainda na Bahia, com
4,358, Estância, em Sergipe (3,243), Goiânia, em Pernambuco (1,348),
Pesqueira (1,063), ou Rio Tinto já citado, cada um ligado a uma in-
dústria seja têxtil ou açucareira. Apenas observa-se que todas elas,
com exceção das duas metrópoles mais importantes de Recife e Sal-
vador, todos apresentavam valores negativos tanto no fator III como
no II, em que os valores indicando desenvolvimento mais acentuado
são negativos; até Recife e Salvador têm valores positivos, portanto in-
dicando nível econômico baixo, embora com valores postivos no fa-
tor III, que define o status socioeconômico.
A comparação entre os scores de cidades nos fatores IV, V e VII,
dá bem uma idéia não só da distribuição dos centros industriais, mas,
também, de sua eficiência generalizada, muitas vezes associada à pró-
pria estrutura industrial, caracterizada pela presença de indústrias
tradicionais, em geral de baixa eficiência.
Relacionando-se estes dois fatores V e VII neles se observam al-
guns aspectos bastante significativos desta estrutura urbano-indus-
trial, que podem ser exemplificados: De um lado Volta Redonda apa-
rece como o centro mais industrial e eficiente ao mesmo tempo, en-
quanto que João Monlevade tem um índice de especialização indus-
trial maior que Volta Redonda, mas uma eficiência muito menor. De
outro lado, Moreno, Rio Tinto e Rio Largo, em Pernambuco, Paraíba
e Alagoas, respectivamente, são os centros de maior especialização in-
dustrial, e de mais baixa eficiência, simultaneamente, por serem, estes
69
209 CIDADES BRASILEIRAS
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Mapa 3 - o presente mapa mostra duas coisas ao mesmo tempo: em primeiro lugar, o ta-
manho funcional das cidades, representado pelos círculos. As cores indicam a .estrutura mais
ou menos dicotomizada do sistema urbano-industrial/serviços. Esta estrutura é indicada
pelo fator JV, ao passo que a outra combinação de cores mostra o fator V, que indica a efi-
ciência do setor industrial associado ao comércio atacadista.
Compare-se a elevada eficiência industrial do núcleo próximo a São Paulo e a baixa efi-
ciência de núcleos do Nordeste. Estes dados de eficiência são relativos a 1960; resultantes de
análise da estrutura industrial, em 1968) mostram sinais de eficiência no Nordeste he1n maiores.
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Fig. 4
Gráfico do fator IV com o V, mostrando a relação da área mais desenvolvida e mais industrial,
de um lado, e de outro, da área industrial menos eficiente e por área mais eficiente e não
industrial.
74
•
mesmos três centros, os que aparecem com scores mais baixos nos fa-
tores li e III, referentes a status econômico e socioeconômico, ao lado
de scores também elevados no fator VII - concentração nas indús-
trias tradicionais. Ainda em relação aos scores comparados nos fato-
res V e VII muitas observações podem ser feitas.
A primeira observação a fazer-se é a de que as cidades da peri-
feria nordestina têm todas valores negativos (a única exceção é Sal-
vador, em virtude da indústria do petróleo); todas têm também valo-
res próximos de zero no fator VII, relativo a indústrias tradicionais;
ainda aí Salvador é uma exceção, com valor bem acima (2,60). Centros
como Campina Grande, João Pessoa e Aracaju, além de pouco efici-
entes (-2,32, -3,67 e -3,12) têm valores elevados no fator indústrias
tradicionais (-1,99, -2,82 e 1,73); Natal, porém, embora pouco eficien-
te, pois o score no fator V é de -2,97, no de indústria tradicional é de
0,74, o que indica maior presença de indústrias não tradicionais. Ma-
ceió apresenta valores de -3,84 e -2,18, respectivamente; Teresina de
-4,66 e 2,52, mostrando a existência de indústrias não tradicionais, po-
rém altamente ineficientes. Está aí uma justificação para analisar as
duas situações simultaneamente, pois a classificação em tradicionais
(principalmente têxtil e alimentar), pode obscurecer o fato de muitas
indústrias tradicionais serem eficientes.
O mapa 3 mostra bem estas diferenciações entre eficiência e não
eficiência no setor industrial, que está associado ao setor indústrias
tradicionais apenas em parte.
Por outro lado, na área desenvolvida, também podem ser observa-
dos alguns aspectos importantes; por exemplo, Campinas, comparada
com São Paulo, apresenta um índice de eficiência superior (uma me-
trópole como São Paulo tem obviamente indústrias de elevada renta-
bilidade, combinadas com outras de baixa ou até mesmo estagnadas),
embora no fator VII (indústrias tradicionais), São Paulo tenha um
score superior ao de Campinas, o que indica a maior heterogeneidade
de seu setor industrial. Mas, comparando-se São Paulo com Rio de
Janeiro, observa-se que o Rio tem valor quase igual, na indústria tradi-
cional, ao de São Paulo (6,14 para o Rio e 6,76 para São Paulo), mas
diferente no fator eficiência (3,44 para São Paulo, 2,82 para o Rio).
Alguns dos lugares de score mais elevado no fator eficiência são aque-
les onde existe indústria alimentar, café, carne, etc., pois são capitais
intensivas, portanto eficientes segundo a definição adotada.
Maringá tem valor 10,6, Araçatuba 5,45, Londrina 4,85 e Alegrete
4,78, entre numerosos outros centros de indústria alimentar com scores
elevados neste fator.
Embora a estrutura dicotomizada do sistema urbano (indústria,
versus comercial e serviços) não seja muito clara a nível nacional
(não há muita correspondência entre os scores do fator IV com o VIII),
o fator IV mostra uma certa bipolarização.
O outro lado do fator IV, embora não indique, necessariamente, os
centros de comércio e serviços, de forma específica, através de uma es-
trutura de inter-relações entre as variáveis associadas à estrutura in-
dustrial com seus valores de correlação positiva, e os de uma estrutura
comercial e serviços com correlação negativa, os centros não industriais
são obviamente centros de comércio e de serviços, inclusive porque a
variável utilizada é uma relação entre população ocupada na indústria
em relação a pessoal ocupado no comércio e serviços, o que bipolariza
por definição. Mesmo porque, comparando-se este fator IV com o fa-
tor VIII, que define os centros que têm uma população ocupada no
comércio e nos serviços, em relação ao total de sua população urbana,
75
aqueles centros que têm valor negativo elevado no fator IV, como por
exemplo Bauru, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, em São Paulo,
apresentam valores elevados no fator VIII, confirmando que os centros
não industriais são realmente centros de serviços ou de comércio. Até
mesmo as posições relativas de São Paulo e Rio de Janeiro confirmam
tal observação, pois São Paulo tem valor positivo no fator IV, definido
por isso como centro industrial (a área metropolitana de São Paulo)
e tem também valor positivo elevado (o mais elevado dentre todas as
áreas metropolitanas), também como centro de comércio e de serviços.
Apenas Santos e Paranaguá têm valores superiores a São Paulo neste
fator VIII.
Há, ainda, outras relevantes exceções, de centros que são importan-
tes núcleos industriais e centros de comércio e serviços significativos:
Campinas, Caxias do Sul, Joinville, Juiz de Fora, Jundiaí, Piracicaba,
Blumenau, Limeira, Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Americana, Ara-
ras, constituindo, às vezes, capitais regionais ou apenas cidades indus-
triais bem equipadas. Por outro lado, centros com valores negativos
elevados no fator IV são grandes centros de comércio e serviços, e, de-
pendendo de seu tamanho funcional, são, ao mesmo tempo, capitais
regionais importantes. É o caso de Ribeirão Preto, em São Paulo, com
-2,644 e São José do Rio Preto, com -4,199, destacando uma função me:.
nos industrial de São José do Rio Preto, ao passo que esta mesma ci-
dade no fator VIII tem um valor 4,833 e Ribeirão Preto tem um valor
3,800, reforçando aquela indicação anterior. A função regional mais im-
portante de Ribeirão Preto é indicada não só pelo seu tamanho fun-
cional (4,968 contra 1,693 de São José do Rio Preto), como pelos fatores
combinados II e III em que Ribeirão Preto tem, respectivamente, 10,200
e 15,509, ao passo que São José do Rio Preto tem um valor 9,670 e
13,542.
Em outra região, Goiânia, com um valor 3,148 no fator IV, apre-
senta um tamanho funcional 3,578, o que lhe assegura uma função
regional importante devido a este tamanho, tem um valor elevado no
fator III (6,827) porque sendo capital de um Estado em constante
crescimento, apresenta uma infra-estrutura social com valores elevados;
tem, contudo, um nível de desenvolvimento baixo, e um valor no fa-
tor VIII relativamente baixo, possivelmente porque, sendo uma cidade
de crescimento demográfico rápido, os valores relativos a pessoal ocupa-
do no comércio e serviços, que não são valores absolutos e sim relati-
vos, apresentam valores baixos. Em contrapartida, e para confirmar tal
observação, no fator X, que, praticamente, reflete apenas o crescimento
demográfico no período 1960/70, Goiânia apresenta um score elevado
(1,939), enquanto que a maioria das cidades brasileiras apresenta valo-
res muito inferiores.
Em adição ao fator I, que hierarquiza o sistema, aos fatores II e
III, que dão as dimensões de desenvolvimento à análise, indica alguns
outros fatores de menor significação, tanto em termos de uma estru-
tura urbana de equipamentos do tipo telefone, água, esgoto ou da
acessibilidade geral do tipo número de cidades em um raio de 100 e
200 quilômetros ou mesmo do número de automóveis por 1.000 habi-
tantes, como em termos da infra-estrutura social do tipo, médicos, es-
colas, outras profissões liberais, etc., e aos diferentes fatores (IV, V,
VII e VIII), que dimensionam a organização funcional.
Dentre estes, o fator VI é o de maior poder explanatório (4,64%)
e que é essencialmente bipolarizado, em termos de distância para Porto
Alegre e Recife (0,83, para Porto Alegre e -0,82, para Recife), ao mesmo
tempo que indica uma correlação de 0,58 para São Paulo. Recorde-se
76
209 CIDADES
1ZII[
FATOR II • STATUS ECONÔMICO
FATOR :íliii. COMÉRCIO E SERVIÇOS
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209 CIDADES
FATORES : m-
STATUS SÓCIO-ECONÔMICO
FATORES : IX- INFRA ESTRUTURA SÓCIO-EDUCACIONAL
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79
lavra, mais significativa que Caxias do Sul. Por isso mesmo, no fator III
Caxias tem um score de 7,80 e Santa Maria de 11,36; e no fator II Ca-
xias tem score de -4,77 e Santa Maria de 0,45, o que mostra o mais
elevado status econômico de Caxias em função de sua qualificação in-
dustrial (4,19 e -2,19); esta situação é reiterada nos fatores V (efici-
ência industrial) -0,08 e -1,61, respectivamente, e no de indústria tra-
dicional (2,96 para Caxias e -1,11 para Santa Maria).
O fator IX tem um poder de explicação baixo (3,46%), mas tem
uma conotação importante com o sistema educacional. Três variáveis
aí se correlacionam - alunos de ensino médio, comercial e industrial
- (0,49, 0,65 e 0,66), com outra referente a número de instituições de
difusão cultural (0,43), subsidiariamente com as variáveis ligadas a
status, do tipo número de prédios com água e esgoto e bancos, embora
estas últimas correlações tenham sido sempre inferiores a 0,40 (0,35
e 0,30 para água e esgoto) e 0,30 e 0,33 para empréstimos e bancos,
respectivamente. O fator significaria, assim, rigorosamente, a estrutura
do ensino médio, nos seus três ramos diferentes e apenas ligeiramente
indicativo de que esta estrutura se ligaria ao nível de desenvolvimento
socioeconômico. Embora seja um fator de baixa capacidade de expli-
cação (apenas 3,46%), comparado com o fator relativo a indústrias
tradicionais ( 3, 78%) , a diferença não é tão grande.
Como o ensino secundário é um parte da infra-estrutura social, este
fator reitera, numa certa medida, o fator III, pois mesmo aquelas áreas
de baixo status econômico indicadas pelo fator II, que são capitais de
Estados, aparecem com valores positivos neste fator, com algumas dife-
renças e intensidades. E o caso de Fortaleza, que tem valor negativo no
fator III e neste também. Entretanto, Recife e Salvador, que apresen-
tam, ambas, valores positivos no fator II (Salvador mais que Recife)
apresentam valores negativos no fator IV (Recife mais que Salvador),
o que parece indicar que as migrações que afetaram Fortaleza a ponto
de colocá-la numa posição muito inferiorizada em relação ao status
socioeconômico de sua população, no caso de Recife e menos no de Sal-
vador, afetaram também o ensino secundário, de modo geral. E curio-
so observar, em relação a este aspecto, que nem João Pessoa nem Ara-
caju e Natal apresentam valores negativos neste fator, na realidade,
nem mesmo São Luís, o que parece reforçar a idéia de que o fenômeno
está mesmo associado à intensidade das migrações.
Do outro lado do espectro desenvolvimentista, Londrina, Maringá,
é até mesmo Curitiba, apresentam valores negativos neste fator, o
mesmo ocorrendo ainda com Arapongas, Apucarana, Paranavaí, Corné-
lio Procópio, embora não aconteça com praticamente nenhuma cidade de
São Paulo.
80
mico e socioeconômico, eficiência funcional e especialização funcional.
Aí obtemos o que no já anteriormente citado estudo dos pólos de desen-
volvimento no Brasil, chama-se de magnitude do centro. Esta magnitu-
de é, então, analisada em seu contexto espacial, produzindo pólos (e
por via deles uma hierarquia), nem sempre igual à hierarquia produ-
zida pelo tamanho funcional (Tabela II) . É claro que São Paulo emerge
da análise do tamanho funcional como sendo o centro de maior tama-
nho no sistema nacional e é também o primeiro pólo identificado. Mas
se compararmos Campinas, por exemplo, ou Santos e até mesmo Jun-
diaí, veremos que todas têm um tamanho funcional elevado, mas apa-
recem inseridas na área de mesma tendência regional de São Paulo,
partes que são, seja da região seja da área metropolitana de São Paulo,
conforme se deseje entender tais conceitos. Já Ribeirão Preto, embora
com tamanho funcional menor que Campinas ou Santos, aparece me-
nos afetada que Campinas pela influência de São Paulo; e desde as
primeiras análises de pólos realizadas, aparece como um pólo nacional
de pequena importância, e regional de importância maior.
Estas duas concepções completam a visão de uma hierarquia e pre-
tendem dar- já que estão muito associadas uma à outra pela própria
natureza dos dados de que provieram - uma noção mais clara e em
duas perspectivas, uma rigorosamente vertical, a outra vertical-hori-
zontal, de hierarquização no sistema de cidades. Elas procuram tam-
bém oferecer evidência para uma teoria de urbanização do tipo centro-
-periferia, ao indicar que, na área desenvolvida ou centro, muitos nú-
núcleos urbanos emergem, com tamanhos até maiores que outros com
funções de capital regional na periferia. É o caso, por exemplo, de
Campinas, já mencionada, que tem tamanho funcional superior ao de
Fortaleza, uma das metrópoles do Nardeste, ou mesmo Belém que tem
uma função extremamente importante em relação à região Norte.
TABELA II
Magnitude das 209 cidades brasileiras
(Sinal
CIDADES FATORES l II IV Invertido) SOMA SOMA TOTAL
VII (-) (+) FINAL
Belém (PA) ... 126,46 20,96 -10,27 -4fi,10 -56,37 147,22 91,05
Belo Horizonte (MG) .... .... 473,77 97,55 4,81 13,68 0,00 589,81 589,81
Curitiba (PB) ........ .... 293,39 56,25 -2,17 0,09 -2,17 349,73 347,56
Fortaleza (CE) ... .... ... 187,04 -9,36 -17,79 -56,10 -83,25 187,04 103,79
Porto Alegre (RS) ..... ... ... 50~,47 lll,80 7,35 27,01 0,00 755,63 755,63
Recife (PE) .............. 512,93 17,54 -14,67 -33,71 -48,38 530,47 482,09
Rio de Janairo (GB) ...... .... 2.30\!,45 188,11 15,39 63,18 0,00 2. 576,13 2. 576,13
Salvador (BA) ..... .. 320,98 34,72 4,50 -37,15 -37,15 360,20 323,05
São Paulo (3P)* .... .... .... 3.226,30 179,82 18,75 111,07 0,00 3.535,95 3.535,95
Aracaju (8E) ...... ····· -4,00 10,76 -16,99 -15,51 -36,50 10,76 -25,74
Bauru (SP) .. 36,08 90,40 3,04 85,05 0,0!) 214,57 211,57
Campina Grande (PB) ...... 17,25 -1,99 -12,67 -31,04 -45,70 17,25 -28,45
Campinas (SP). . . ., .. 242,97 164,97 21,26 127,44 0,00 556,64 556,6J
Campo Grande (MT) ......... 5,85 37,21 2,88 -10,38 -10,38 45,94 35,56
Campos (RJ) .... .... .. ... -2,31 -50,05 -4,27 -40,77 -97,41 0,00 - 97,41
Caruaru (PE) .. ..... -16,65 -19,21 -25,73 -26,58 -88,17 0,00 -88,17
Caxias do Sul (RS) ...... 40,52 62,49 -0,44 39,00 -0,44 142,01 141,57
Cuiabá (MT) ······· .. -9,11 37,29 -12,31 -32,83 -54,25 37,29 -16,96
Feira de Santana (BA) .. .... -17,71 -34,07 -21,27 -47,98 -121,03 0,00 -121,03
Florianópolis (SC).. . . .... 22,13 60,50 -10,10 2,15 -10,10 84,78 74,68
Goiânia (GO) .. 78,72 54,68 7,67 -25,25 -25,25 141,07 115,82
Governador Valadares (MG) . -24,00 -14,51 -1,99 -27,80 -68,30 0,00 -68,30
Itabuna (BA) ...... .... ..... -15,80 --28,60 2,56 -50,\12 -95,32 2,56 -92,76
J equié (BA) .... ..... ····· -57,07 -32,09 -20,86 -37,43 -147,45 I 0,00 -147,45
81
TABELA II
Magnitude das 209 cidades brasileiras
(Sinal
CIDADES FATORES I II IV fnvertido) SOMA SOMA TOTAL
Vli (-) (+) FINAL
---
João Pessoa (PB) ............ 29,77 9,42 -19,99 -28,99 -48,98 39,19 -9,79
Joinville (SC) ................ 4,82 33,18 -4,70 38,33 -4,70 76,33 71,63
Juiz de Fora (MG) .......... 85,23 90,70 -9,03 67,36 -9,03 243,29 234,26
Juazeiro do Norte (CE)* ...... -33,90 -33,77 -6,93 -43,61 -118,21 0,00 118,21
Jundiaí (SP)* ............... 90,27 77,53 1,70 111,65 0,00 281,15 281,15
Londrina (PB) ............... 22,57 13,97 26,45 -12,91 -12,91 62,99 50,08
Maceió (AI) ................ 32,32 10,28 -20,94 -32,67 -53,61 42,60 -11,01
Manaus (AM)* .............. 23,54 3,24 4,99 -45,06 -·45,06 31,77 -13,29
Araraquarz (SP) ............. -15,36 78,32 20,28 8~,82 -15,36 187,42 172,06
N atai (RN)* .......... ...... 17,25 18,41 -·16,20 -35,89 -52,09 35,66 -16,43
Pelotas (RS)* ............... 91,54 38,70 12,39 14,13 0,00 156,76 156,76
Piracicaba (AP) .............. 65,30 82,28 6,73 89,65 0,00 243,96 243,96
Ponta Grossa (PR) ........... -4,29 5,04 -6,42 -8,46 -19,17 5,04 -14,13
Ribeirão Preto (SP) .......... 109,30 124,23 0,21 E3,33 0,00 317,07 317,07
São .José dos Campos (SP) ... 7,70 60,12 -1,84 88,60 -1,84 156,42 154,16
:"anta Maria (RS) ............ 4,18 90,97 -8,76 -3,60 -12,36 95,15 82,79
Santos (SP)* ................ 303,42 144,90 87,50 104,39 0,00 640,21 640,21
São José do Rio Preto (SP) .. 37,25 108,47 16,09 79,00 0,00 240,81 240,81
São Luís (MA) .............. 15,60 -7,30 -9,64 -49,14 -66,08 15,60 -50,48
Sorocaba (SP)* ......... ..... 46,44 58,48 -2,07 95,56 -2,07 200,48 198,41
Taubaté (SF)* .............. 16,35 15,85 -5,95 51,45 -5,95 113,65 107,70
Teresina (PI) ................ -24,95 -25,92 -~5.42 -60,55 --13f.,84 0,00 -136.84
Uherab1 (MG) ............... 3,26 59,13 -2,67 19,80 -2,67 82,19 79,5'!
Uberlândia (MG) ............. 1,96 43,27 25,54 22,50 0,00 93,27 93,27
Vitória (ES) ..... ··········· f,5,07 23,30 -2,12 -13,44 -15,56 78,37 62,81
Volta Redonda (RJ) .......... 37,38 25,17 42,.'í4 76,52 0,00 181,61 181,61
Anápolis (GO) ............... -37,09 12,07 27,59 -18,90 -55,99 39,66 --16,33
Araçatub2. (SP) .............. -37,22 44,86 29,70 46,47 -37,22 121,03 83,81
Bagé (RS) .................. -43,84 4,44 9,90 -21,75 -65,49 14,34 -51,15
Barbacena (MG) ............. -44,37 39,67 -8,07 55,07 -52,44 94,74 42,30
Barretos (SP) ....... . . . . . . . . . -41,03 19,22 18,37 31,46 -41,03 69,05 28,02
Blumenau (EC) .............. 14,43 76,90 -9,49 24,92 -·9,49 116,25 100,76
Divinépolis (MG) ............ -45,45 13,02 -·2,08 '38,97 -47,53 51,99 4,46
Franca (SP) ................. -16,81 66,96 0,46 54,69 -16,81 122,11 105,30
Limeira (SP) ................ 23,12 55,12 4,70 85,18 0,00 168,12 168,12
Marília (SP) ................. -11,97 20,40 22,55 29,90 -11,97 72,85 60,88
Maringá (PR) ................ -12,10 -0,62 57,82 -25,98 -38,70 57,82 19,12
Montes Claros (MG) .......•. -34,30 -18,04 19,51 -37,79 -90,13 19,51 -70.62
Nova F ri burgo (RJ) .......... -7,68 25,87 -10,72 50,33 -18,40 713,20 57,80
Parnaíba (PI) ................ -73,77 -58,37 -17,17 -·82,23 -231,61 0,00 -231,64
Passo Fundo (RS) ........... -32,08 27,83 3,77 -9,4.4 -41,52 31,60 -9,92
Presidente Prudente (SP) .... -18,39 63,66 10,59 43,45 -18,39 117,70 99,31
Rio Claro (SP) ............... 0,95 65,67 -1,87 89,46 -1,87 156,08 15<1,21
São Carlos (SP) .............. 9,37 85,78 1,37 104,24 0,00 200,76 200,76
Teófilo Otoni (MG) .......... -60,08 -50,13 -10,73 -44,61 -165,55 0,00 -165,55
Uruguaiam (RS) ............. -·27,98 10,42 4,06 -26,46 -54,44 14,48 -39,96
Vitória da Conquista (BA) .... -47,61 -43,30 -14,61 -59,54 -165,06 0,00 -165,06
Ala!(oinhas (BA) ............. -75,70 -63,76 -22,74 -56,86 -219,06 0,00 -219,06
Alegrete (BS) ..... ·········· -75,42 -24,62 26,08 -33,53 -133,57 26,08 -107,49
Andradina (RS) .............. -71,52 1,89 16,22 5,74 -71,52 23,85 -47,67
Americana (EP) .............. -16,59 46,51 4,83 95,98 -16,59 147,32 130,73
Araras (SP) ................. -45,03 29,56 23,39 73,99 -45,03 126,94 81,91
Araxá (MG) .......... ······ -71,52 2,48 -1,47 4,20 -72,99 &,68 -66,31
Arapongas (PR) ........... ... -73,41 -30,42 47,31 -25,59 -125,42 47,31 -78,11
Araguari (MG) ............... -65,01 -7,63 8,41 -9,53 -82,17 8,41 -73,76
Apucarana (PR) .............. -59,36 -26,26 35,54 -25,46 -111,08 35,54 -75,54
Assis (SP) ................... -4'3,65 44,96 6,09 42,06 -43,65 93,11 49,46
Avaré (SP) ..... ············· -59,07 7,59 4,53 37,16 -59,07 49,28 -9,79
Barra do Piraí (R J) .......... -7,00 16,63 8,12 43,66 -7,00 68,41 61,41
Botucatu (SP) ............... -13,11 78,63 -2,82 77,61 -15,93 156,24 140,31
Bragança Paulista (SP) ....... -14,43 30,13 -5,64 73,68 -20,07 103,81 8.3,74
Cataguases (MG) ............ -63,87 -0,66 -16,43 37,91 -80,96 37,91 -43,05
Caratin ga (MG) .............. -82,50 -68,33 -8,92 -50,77 -210,52 0,00 -210,52
82
TABELA II
Magnitude das 209 cidades brasileiras
(Sinal
II IV Invertido) SOMA SOMA TOTAL
CIDADES FATORES
VII (-) (+) FI~AL
83
TABELA II
Magnitude das 209 cidades brasileiras
I
(Sinal TOTAL
CIDADES FATORES I II IV Invertido) SOMA SOMA FINAL
VII (-) (+)
----. ---
Arcoverde (PE) ... ..... ... -73,99 -5,05 -0.73 -16,99 -97,77 0,00 -97,77
Bacabal (MA) .... ····· .... -82,76 -82,82 -13,21 -79,16 -257,95 0,00 -257,95
Bata tais (SF) ... .. .... ······ -·54,82 32,52 -0,44 55,19 -·55,26 88,71 33,.15
Bebedouro (SP) .. .... ········ -53,17 16,86 6,92 36,94 -53,17 60,72 7,55
Birigui (SP) ..... .... ........ -64,13 18,58 24,04 41,45 -64,13 84,07 19,94
Brusque (SC) .... ... ........ -74,47 -14,45 -16,78 0,-±2 -105,70 0,42 -105,28
Gaicó (RN) ...... ... ········ -92,03 -40,00 -14,01 -44.,01 -190,05 0,00 -190,05
C~jazeiras (PB) ...... ....... -81,97 -49,71 -26,31 -·63,77 -221,76 0,00 -221,76
Campo Belo (MO) ........... -86,24. -26,90 5,67 3,07 -113,14 8,74 -104,40
Carazinho (RS) .............. -50,78 -5,90 3,18 -18,20 -74,88 3,18 -71,70
Carpina (PE) ········ ....... -72,78 -61,82 -33,50 -42,30 -210,40 0,00 -210,40
Caxias (MA) .... :; ... ........ -89,69 -83,58 -17,80 -87,08 -278,07 0,00 -278,07
Cornélio Procópio (PR) .. .... -50,35 -30,44 45,?.6 -25,79 -116,58 42,26 -71,32
Dom Pedrito (RS) .. ········· -90,27 -18,88 14,98 -20,61 -129,76 14,98 - 114,78
Dracena (SF) ...... ·········· -87,63 -·9,95 52,15 1,75 -97,58 53,90 -43,68
Estância (SE) ..... .......... -107,43 -59,91 -29,60 -47,23 -244,17 0,00 -244.,19
Floriano (FI) ... . .. . . . . . . . . . -64,50 -35,89 -9,97 -65,72 -176,08 0,00 -176,08
Formiga (MG) ...... ····· .... -76,80 -39,16 -11,86 -16,01 -143,83 0,00 -143,83
Garça (SP) ······ ... ... -60,65 -13,63 25,82 10,29 -74,28 36,11 -38,17
Goiânia .. .. .... .. .... .... -72,01 -67,46 -11,72 -35,92 -187,11 0,00 -187,11
Guarabira (PB) .... ....... - 81,25 -41,68 -24,40 -39,13 -186,46 0,00 -186,4.6
Gravata! (PE) ... ······ ...... -87,47 -77,10 -30,95 -58,83 -254,35 0,00 -254,35
lf;uatu (CE) ......... ...... -68,93 -60,79 -13,95 -78,92 -222,59 0,00 -222,5()
ljui (RS) ... .... .... ... -23,78 13,66 2,.56 -19,73 -45,51 16,22 -29,29
ltabira (MG) .. ······ .. .... -80,67 -38,87 -·17,42 -6,6}j -143,65 0,00 -143,65
Itaperun2. (RJ) ... ...... ..... -75,22 -49,38 1,28 -36,85 -161,46 1,28 -160,18
Itapetinga (BA) ... . . . . . . . . . . . -90,00 -45,05 -16,94 -38,38 -190,37 0,00 -190,37
Itapira (SP) .... ······ ....... -37,71 3,52 -3,39 46,05 -41,10 J9,.57 8,47
Laguna (SC) .... ······ .. . .. -98,78 -49,70 -14,48 -40,05 -203,01 0,00 -203,01
Macaé (RJ) ....... .. .... ... -86,17 -46,79 -5,71 -19,91 -158,58 0,00 -158,58
Mogi Mi"im (E'P) ..... ... -20,94 52,17 0,96 89,02 -20,94 142,15 121,21
Moreno (PE) ... .... .. .... ... -92,66 -93,23 -34,92 -60,95 -281,77 0,00 -281,77
Nanuque (MG) ..... ······· -89,50 -64,48 -6,36 -58,50 -228,94 0,00 -228,94
Oswaldo Cruz (SP) ... -79,42 -6,28 57,41 14,22 -85,7G 71,63 -14,07
Palmares (PE) ........ ..... -88,68 ~65,53 -23,39 -46,97 -224,57 0,00 -224,57
Palmeira dos Índios (AI):. .. -55,13 -51,39 -20,00 -48,01 -185,53 0,00 -185,53
Fará de Minas (MG) .. -·75,28 -8,59 -16,20 19,37 -100,07 19,37 -80,70
Paulo Afonso (BA) ... -114,71 -49,12 -13,71 -58,48 -235,02 0,00 -236,02
Penedo (AL) .... : . ........... -111;72 -35,80 -12,86 -29,75 -Hl0,13 0,00 -190,13
Pesqueira (PE) ...... ........ -88,18 ~72,68 -16,99 -5R,78 ~236,63 0,00 -236,63
Pindamonhangaba (SP) -60,30 -12,34 -5,06 34,19 -78,70 34,19 -44,51
Piraçununga (SP) ... .... .. ' ' -'42,83 31,18 -5,98 56,82 -49,81 88,00 38,19
Porto Velho (.R.O) ............ -81,03 -56,79 -?0,08 -78,73 -236,63 0,00 -236,63
Pouso Alegre (MG) ....... : .. -56,41 50,25 -8,80 45,31 -55,21 95,56 30,35
Propriá (SE) ....... • • • • • • o • • -98-,55 -42,47 -12,08 -37,84 -190,95 0,00 -190,95
Santa Cru~ do Sul (RS) ...... -35,09 -32,03 5,60 -25,09 -93,21 5,60 -87,61
Santiago (RS) .. .. ... -82,13 -35,53 10,92 -34,51 -153,27 10,92 -142,35
Santo Amaro (BA) .. ········ -89,98 -67,00 -23,98 -42,33 -223,29 0,00 -223,29
R io Branco (AC) .. ........ -91,30 -57,32 -18,59 -81,70 -248,91 0,00 --24'<,91
R io Larpo (AL) .... ..... ... -92,29 -85,43 -28,59 -57,53 -·263,83 0,00 . 253,83
Rlo Tinto (PB) ..... .... .. ... -88,62 -93,79 -32,41 -54,49 -269,31 0,00 -259,31
Rosátio do Sul (RS) ...... ... -89,12 -38,12 37,93 -26,50 -153,74 37,93 -115,61
Três Corações (MG) ..... · ~·95,52 -19,98 35,23 26,20 -115,50 62,43 -53,07
ur.i3o da Vitória (PR) ....... -57,40 -26,41 -5,65 -35,55 -126,02 0,00 -126,02
Vacaria (RS) ...... .......... -68,54 -35,32 -3,53 -26,46 -134,95 0,00 -134,95
valença (RJ) ....... .... ..... -67,50 -20,89 -14,67 27,97 -103,06 27,97 -75,09
valença (BA) ............ ... ~99,48 -74,87 -27,28 -50,25 -251,88 0,00 -251,88
Votuporanga (SP) ... ..... -68,90 3,14 27,68 14,58 -68,90 45,50 -23,40
T imóteo (MG).......... .. ... -66,24 -17,89 12,31 22,65 -8,1,13 34,97 -49,16
(*) - Aglmmra~ões.
84
TABELA III
Centros polarizados para. São Paulo
85
TABELA III
Centros polarizados para São Paulo
TABELA IV
Centros polarizados pelo Rio de Janeiro
86
TABELA IV
Centros polarizados pelo Rio de Janeiro
87
quadrado da correlação R 0,7579). O valor inicial atribuído a São Pau-
lo, segundo a fórmula usada, foi de 3.536,70 e o valor estimado na
regressão foi de 3.367,54, muito próximo do valor real, o que dá a es-
timativa uma elevada validade. Um gráfico preparado para mostrar a
posição dos diversos centros na regressão mostra bem esta estimativa,
mas embora alguns aspectos importantes do processo de polarização.
Em primeiro lugar, observe-se que uma cidade como Jundiaí tem um
valor real de 281,90 enquanto que seu valor estimado foi de 501,41;
esta discrepância entre o valor estimado e o valor observado mostra
uma extrema depedência de Jundiaí, em relação a São Paulo; ao lado
disso, Campinas, com um valor observado de 557,39 teve seu valor es-
timado em 304,95, o que indica precisamente o contrário, isto é, a
medida em que mais de metade da magnitude de Campinas é expli-
cada por São Paulo, mas Campinas tem uma função própria, não ex-
plicada diretamente por São Paulo, equivalente a pouco menos da me-
tade de seu tamanho ou capacidade de polarização, sem prejuízo de
estar recoberta pela mesma tendência regional de São Paulo.
Por outro lado, a comparação entre o valor observado e o valor
estimado de numerosos centros recobertos pela tendência regional de
São Paulo, mostra bem algumas características do sistema de locali-
dades centrais. Enquanto Assis tem um tamanho observado de 50,21
e estimado de 5,89 ou Presidente Prudente 100,06 e -23,35, ou Ribei-
rão Preto 317,82 e 58,97. Araras tem 82,66 e 172,80, Lorena tem 0,44
e 133,25 e Guaratinguetá tem -4,18 e 146,37; por outro lado, Rio Claro
tem 154,96 e 164,76 mostrando, nos primeiros exemplos, um grau de
independência elevado, nos segundos uma elevada dependência e no
último uma posição equilibrada.
A tabela III mostra para os centros urbanos que têm valor esti-
mado acima de zero, - portanto explicados total ou parcialmente por
São Paulo - os valores observados e os estimados, podendo-se, assim,
verificar aqueles centros de maior ou menor independência relativa.
É claro que uma cidade como Rio de Janeiro tem um valor esti-
mado - que, embora positivo, é de 18,77 para um valor observado de
2.576,88, ou seja menos de 1% de sua magnitude - mínimo, situan-
do-se muitíssimo acima da reta da regressão, indicando, desta maneira,
completa independência em relação a São Paulo; Curitiba, por igual,
tem um tamanho inicial de 348,31 e estimado de 19,46 ou seja em
torno de 5%, bastante independente, embora menos que Rio de Ja-
neiro.
Observe-se que a linha zero passa entre Uberaba e Uberlândia,
entre Conselheiro Lafaiete e Belo Horizonte, entre Teresópolis e Cam-
pos, e em São Paulo, entre Assis e Presidente Prudente, entre São José
do Rio Preto e Araçatuba e entre Joinville e Florianópolis, para o
sul.
Além de Jundiaí, Taubaté, São José dos Campos, Americana, Ara-
ras, etc., têm tamanho inferior observado; nas três primeiras, a proximi-
dade de São Paulo indica elevada dependência; nas duas outras elas
significam dependência, mas, no caso, ao mesmo tempo de São Paulo
e Campinas, que é um centro regional importante. É que o processo
de polarização, com sua óbvia implicação na estrutura espacial, tem
estreitas relações com o sistema de localidades centrais.
o segundo pólo identificado foi, também, conforme as expectati-
vas, o do Rio de Janeiro, porém explicando apenas 16,4% do total, o
que somado a São Paulo totaliza 74% do total. O mesmo fenômeno
se observa na área do Rio de Janeiro, em que Juiz de Fora está numa
posição em que os valores estimado e observado estão muitos próximos
88
um do outro, ao passo que Teresópolis apresenta valor estimado muito
acima do observado, colocando assim as duas cidades, a primeira no
limite entre o dependente e o independente e a segunda totalmente
dependente (ver tabela IV).
TABELA V
Centros polarizados por Porto Alegre
89
O terceiro pólo, Porto Alegre, explica mais 2,3%, o que já repre-
senta uma diferença enorme, na realidade maior que a existente entre
São Paulo e Rio de Janeiro.
Após a identificação dos dois primeiros pólos, Porto Alegre apre-
senta um valor observado (o valor, menos os resíduos), de 818,95, em
contraposição a um valor inicial de 756,38, essencialmente o mesmo;
o valor estimado foi de 778,47, portanto, com uma discrepância entre
um e outro praticamente nula.
Caxias do Sul, Pelotas e Santa Maria apresentam valores estima-
dos bem inferiores aos valores observados, indicando assim a maior
independência destes centros, mesmo considerados recobertos pela mes-
ma tendência regional de Porto Alegre (veja-se a tabela V). Enquanto
isso Bagé tem os dois valores quase iguais, o mesmo ocorrendo com
Passo Fundo, enquanto que Uruguaiana tem valor estimado bem abaixo
do valor observado e Alegrete tem valor estimado bem acima do observa-
do, o mesmo ocorrendo com Dom Pedrito, Rosário do Sul, Santiago,
Santa Cruz do Sul etc., o que mostra os centros da Campanha, todos
menores que sua estimativa, como função da distância para Porto
Alegre.
O quarto pólo identificado foi Belo Horizonte com um poder de
explicação muito menor (0,7%), o que pode ser atribuído, simultanea-
mente, ao fato de estar competindo com São Paulo e Rio, de um lado
e de outro, porque Porto Alegre é realmente um subcentro do núcleo
central de desenvolvimento brasileiro.
Estes quatro pólos são, como se verifica pelo seu tamanho funcio-
nal, as quatro maiores metrópoles brasileiras; a diferença entre Belo
Horizonte e Recife é muito pequena, compensada pela rede urbana
mais densa.
90
"Neste trabalho fazemos ambas as coisas, mas as tipologias são
indicadas como resultados lógicos dos processos de crescimento. O ca-
minho é na direção de uma teoria geral de campo, distanciando-se dos
sintomas e síndromas de sintomas e focalizando em processos, que tra-
tam de interações de elementos, incluindo a forma como o sistema se
tornou o que é, como funciona, persiste e muda" pp. 258.
Uma tipologia de cidades, seja por via de uma hierarquia baseada
na concepção Rank-Size, usando apenas o volume total da população
ou outra medida semelhante, seja por via de um sistema de classifi-
cação que abandone a medida de tamanho, fixando-se nas estruturas
que exibem traços comuns relativos, no caso das 209 cidades brasi-
leiras tomadas como o universo urbano nacional, mostra precisamente
isso.
De um lado, a hierarquia funcional mostra bem a dissimetria no
sistema, que veio evoluindo de um sistema de duas metrópoles regio-
nais Rio e São Paulo (porque não dizer, a rigor, que veio de uma me-
trópole nacional, Rio de Janeiro, longamente estabelecida como a ca-
pital política, econômica e administrativa do país), para duas
metrópoles nacionais (Rio e São Paulo), na direção, de novo, de uma
só metrópole nacional, São Paulo, centro do sistema econômico; ini-
cialmente, um processo de deviation correcting mechanism foi funcio-
nando ao longo da transferência do centro de decisões econômicas para
São Paulo, em função do que HARVEY PERLOFF chama de "recursos que
contam e que constituem os recursos urbanos baseados nas determi-
nantes da demanda final em termos de preferências do consumidor,
distribuição da renda e na organização corrente de tecnologia da pro-
dução 56 • pp. 258.
Diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos, em que Nova
York "foi o único centro colonial que tinha as vantagens de boas co-
nexões interiores para exportações e importações" op. cit. pp. 259, no
período mercantil da economia americana, e "cimentou sua dominân-
cia por acentuação de seu papel financeiro, empresarial e centro ma-
nufatureiro especializado", no período de transformação industrial, no
caso brasileiro a situação não se repetiu. Segundo BERRY "aquele cora-
ção industrial tornou-se não somente o centro de indústria pesada do
país (BERRY estende o heartland à área que se desenvolveu para oeste
de Nova York até os depósitos de minério de ferro do Lago Superior,
mas transformou-se, desde então, no centro de demanda nacional, de-
terminando padrões de acessibilidades aos mercados", pp. 264 op. cit.
O Rio de Janeiro era o centro de importações, e, enquanto os re-
cursos naturais "que contam" eram recursos minerais da área do in-
terior de Minas, ou mesmo o café, de parte do Vale do Paraíba, foi
sempre a capital econômica e político-administrativa do país; entre-
tanto, à medida que o café foi marchando para oeste, São Paulo foi
se tornando o centro de intermediação entre o interior que produzia
café e o porto de Santos, que se transformou no principal porto de
exportação. Uma colonização européia, com antecedentes culturais de
poupança, foi gerando progressivamente os recursos para a arrancada
industrial; o período de pós-Guerra trouxe recursos adicionais que, en-
contrando um núcleo já atrativo para localização industrial, foi, pela
via do conhecido mecanismo de "causação cumulativa circular", refor-
çando e mantendo as relações deste coração industrial com seu vasto
interior - o núcleo e a periferia - e novos centros foram emergindo,
assim, em conseqüência, com o crescimento geral da economia. São
Paulo foi emergindo como o centro urbano de liderança nacional, atin-
91
gindo e ultrapassando Rio de Janeiro, desde 1940, e já é, agora, defi-
nitivamente, a metrópole nacional. E, precisamente, pelas transforma-
ções industriais, pois em análise realizada sobre o processo de
polarização comparado dos centros industriais e dos mesmos pelas suas
funções urbanas globais, vimos que São Paulo tinha uma função ur-
bana regional mais importante que a nacional, mas uma função in.:.
dustrial nacional mais importante que a regional 57. Ao mesmo tempo
uma análise de ecologia fatorial de 153 cidades industriais brasileiras,
mostra, de forma muito clara, a concentração industrial ao redor de
São Paulo, reflexo óbvio do processo de industrialização.
A comparação dos gráficos de Rank-Size nos diferentes períodos,
apresentada na análise das cinqüenta cidades, mostra bem que, ao
nível das metrópoles, observa-se uma dissimetria evidente em relação
ao nível abaixo das metrópoles, obviamente associada ao processo in-
dustrial que se está desenvolvendo nas referidas metrópoles. E São
Paulo, por ser a principal, começou a ampliar a faixa; ao mesmo tem-
po, por expansão e, provavelmente, por filtering dow, de indústrias
que ficaram abaixo do nível de competição salarial e locacional. Tanto
é assim que a análise da rede urbana do Sudeste já indica claramente
uma bipolarização industrial-comercial, com predomínio de indústrias
de base agrícola, do tipo óleos vegetais, carne, beneficiamento de pro-
dutos agrícolas, açúcar, etc., que já não têm condições de competição
no interior da área metropolitana de São Paulo.
Outros centros foram surgindo, embora, como acentua BERRY, "em
cada caso as condições básicas de crescimento regional são estabeleci-
das pelo coração industrial", como ele funcionou como "um nível para
sucessivos desenvolvimentos de novas regiões periféricas, alcançando-
-as à medida que necessidades de insumos se expandem, e por esta via
induzem especialização regional, num contexto nacional". No mesmo
nível de argumento, acrescenta BERRY, "o coração industrial experi-
menta uma especialização urbano industrial cumulativa, enquanto que
os diferentes interiores encontram vantagens competitivas-comparati-
vas, baseadas em estreita e intensiva especialização nos recursos de al-
guns subsetores, diversificando apenas se a extensão da especialização
permitir o alcance de uma economia de escala. Fluxos de matérias-
-primas na direção do núcleo e de produtos acabados a partir do núcleo,
articulam o conjunto", pp. 265 58 . Centros como Sorocaba e Votoran-
tim, Piracicaba, Jundiaí, Joinville, Caxias do Sul, etc., são centros que
se especializaram dentro deste contexto, seja, via subsetor açúcar, vi-
nho, alumínio, seja como no caso de Joinville, em tubos de ferro, etc. Até
mesmo a periferia da área metropolitana de Porto Alegre alcançou
mercado nacional e já agora internacional, através da especialização na
produção de calçados, chegando ao ponto de começar a inovar em ter-
mos de qualidade e forma.
No caso brasileiro, como dissemos, as transformações industriais,
ao invés de reiterarem a posição da metrópole mercantil que foi o Rio
de Janeiro, fizeram girar o centro para São Paulo, progressivamente
é verdade, mas já hoje de forma inconteste. É, claro que não se pretende
aqui insinuar que o Rio de Janeiro deixou de ser metrópole nacional,
mas apenas que o processo que BERRY costuma chamar de correcting
deviation process do gigantismo do Rio de Janeiro em relação ao resto
de sistema, já se transformou em um deviation amplytying process,
quase que a indicar a necessidade de um processo de correção, em sen-
tido inverso; Rio de Janeiro ainda é uma metrópole nacional, mas não
comanda mais o processo econômico, embora uma evolução no sentido
92
de centro de serviços e de tecnologia possa ser antevista para o ~io
de Janeiro, à maneira de Boston, por exemplo, nos estados Unidos.
O outro lado do problema da comparação entre o papel das duas
metrópoles refere-se à extensão da área de influência das mesmas, fato
que foi analisado com mais detalhe em outro estudo 59 e muito bem
definido e delimitado na Divisão Regional do Brasil em Regiões Fun-
cionais Urbanas *; a área de influência de São Paulo é muito maior que
a do Rio de Janeiro e o número de relacionamentos com as áreas res-
pectivas é muito maior para São Paulo que para o Rio, tanto no plano
nacional como no regional; mas a função nacional do Rio é mais im-
portante que a regional; Rio de Janeiro começou como metrópole na-
cional e é metrópole regional quase que por via de conseqüência, ao
passo que São Paulo começou centro regional, capital regional, me-
trópole regional e por fim metrópole nacional incontestada em sua
liderança do processo de desenvolvimento da rede urbana e associada
a ela, do próprio processo de desenvolvimento nacional.
Dentro das concepções inicialmente expostas dos efeitos de fluên-
cia e polarização de um centro urbano, efeitos muito difíceis de me-
dir a não ser ao longo de um período de tempo (os efeitos são
obviamente longitudinais), São Paulo realiza esta função de fluência
(trickling down on spreading effects) sobre o sistema mais próximo,
que ele organiza e comanda de forma muito direta, porém em graus
diferentes de intensidade. Sobre um conjunto de cidades que vai desde
os de sua própria área metropolitana, mais Jundiaí, Campinas, Li-
meira, Araras, numa direção, Sorocaba em outra ou Piracicaba, ou
mesmo Taubaté, São José dos Campos, até Santm, Cubatão, etc., for-
mando quase que um sistema estelar, num raio entre 100 a 200 qui-
lômetros, a sua ação é intensa, simultaneamente como centro urbano
de prestação de serviços de nível metropolitano e como núcleo de uma
concentração industrial - a mais forte da América Latina - pro-
dutor e consumidor, com suas múltiplas conseqüências de ligações
e de auto-sustentação. Observe-se que este cinturão tem, também, uma
estrutura essencialmente industrial, elevados níveis de renda, cidades
bem equipadas, alto status socioeconômico; muitos destes centros já
produzem mercadorias para o mercado nacional e, portanto, constituem
aquele coração industrial mencionado por BERRY.
Mas o seu efeito propaga-se, como ondas em um campo magné-
tico (o chamado urban field que BERRY e FRIEDMAN mencionam nu-
merosas vezes), para além do "coração industrial", e centros como Ri-
beirão Preto ou mesmo São José do Rio Preto, de um lado, ou
Londrina, Presidente Prudente, de outro, ou mesmo até Barretos ou
Uberlândia-Uberaba, e numerosos outros no sul de Minas Gerais
refletem a ação organizadora fluente de São Paulo, o que pode ser
visto não só nos próprios resultados da presente análise de 209 cidades,
mas, principalmente, na realizada nas 170 cidades do Sudeste do
Brasil, no capítulo antes mencionado da Geografia do Brasil, de auto-
ria de ROBERTO LOBATO.
É importante salientar, por exemplo, que uma cidade como Ribei-
rão Preto, depois das nove metrópoles e Santos e Campinas, é a cidade
do sistema que apresenta maior tamanho funcional e estando colo-
cada fora do cinturão industrial, constitui e representa um centro de
prestação de serviços e comércio (sem prejuízo de importantes funções
industriais); portanto, depois das metrópoles, as cidades de maior ta-
• Divisão Regional do Brasil em Regiões Funcionais Urbanas - DepartamentO' de
Geografia da Fundação IBGE, 1971.
93
manha funcional estão na área imediata de São Paulo, pois a seguinte
é Jundiaí, maior mesmo que Juiz de Fora, a maior cidade, em tamanho
funcional, da área do Rio de Janeiro.
É importante salientar na diferenciação entre os fatores II e III
da análise destas 209 cidades, que toda a área comandada mais de
perto por São Paulo (a rigor todo o Estado e partes de Minas Gerais,
Estado do Rio e Paraná), apresenta valores positivos no fator II (como
indicamos anteriormente, o mais alto nível de desenvolvimento, segun-
do este fator, é dado por valores negativos, uma vez que as correlações
são negativas); já no fator III, que associa o nível de desenvolvimento
a uma infra-estrutura socioeconômico, aponta valores positivos para
numerosas cidades (no caso do fator III, as correlações são positivas,
portanto os mais elevados valores de desenvolvimento na infra-estrutura
socioeconômica são revelados por scores positivos), que têm valores po-
sitivos no fator II. A inferência que se pretende tirar daí, é a de que
muitas cidades que ainda não alcançaram um nível de desenvolvi-
mento mais elevado, dispõem, entretanto, de uma infra-estrutura so-
cioeconômica adequada, apenas associada a uma menor acessibilidade,
concebida como um número menor de centros, num raio de 100 e 200
quilômetros, e menor distância para a metrópole mais próxima, a uma
estrutura urbana do tipo prestação de serviços e de comércio, e a in-
dústrias chamadas tradicionais (apenas porque o que se convencionou
chamar de tradicional é o setor têxtil e alimentar), mais apoiadas na
economia rural do oeste de São Paulo, sul de Minas Gerais e Norte do
Paraná. Na realidade a implicação da inferência derivada é a de que
nestas cidades, os mecanismos de trickling-down estão funcionando, e as
vantagens locacionais estão criando e desenvolvendo centros industriais
especializados na região (frigoríficos, óleos vegetais, até mesmo têxteis
e alimentares) .
Objetivando criar uma tipologia de cidades, que seja o resultado
natural do processo de desenvolvimento bo, utilizamos o resultado da
presente análise em um agrupamento das cidades, isolando, de um
lado, o fator tamanho funcional e, de outro, os demais fatores que
caracterizam a estrutura funcional (fatores de II até o X); o fator
tamanho funcional, conforme foi explicado anteriormente, é respon-
sável por 30% da variação, e os restantes por mais 40% (Ver tabela
VI).
94
3 - o status socioeconômico (uma espécie de atenuação do status
econômico associado ao status social propriamente dito), que parece
obviamente associado à tradição paternalista do Estado brasileiro (aí,
no caso especificamente dos Estados), uma vez que coloca quase todas
as capitais dos Estados (como foi assinalado na análise do fator III)
a níveis de equipamento urbano do tipo infr-a-estrutura social, rela-
tivamente elevados - sem dúvida bem mais elevados que seus hinter-
lands mais próximos. Esta tendência tradicional está tendo continui-
dade, atualmente, sob uma forma um tanto diferente, não só com
equipamento urbano propriamente dito (serviços de água, esgoto, ener-
gia, etc.), mas, também, e principalmente, pela modernização do setor
administrativo governamental, bancos de desenvolvimento, conselhos
de planejamento, entre outras instituições, que vão concentrando na
capital estadual um poder de decisão muito acima do derivado da
presença do governo propriamente dito.
Estas forças (na realidade muito numerosas e sintetizadas em três
correntes fundamentais), semelhantemente ao que parece estar ocor-
rendo em muitas outras regiões do mundo, moldam o sistema econô-
mico brasileiro em um modelo centro-periferia bem nítido, com uma
visível concentração do desenvolvimento no núcleo, mas já visivelmente
com algumas expansões para fora. Aquela tendência de reforçar a
posição das capitais de Estado (e mais ainda as de capitais regionais
do tipo Recife, por exemplo), vai criando núcleos secundários, que, no
caso do Nordeste, são ainda reforçados por esforços deliberados do Go-
verno federal via incentivos fiscais.
Isto torna o modelo centro-periferia brasileiro dividido em duas
regiões básicas - uma desenvolvida e outra subdesenvolvida -, mas
ambas subdivididas em duas outras, formando um sistema com quatro
unidades espaciais :
1 - Um núcleo básico desenvolvido, mais desenvolvido em seu
score industrial e dinâmico, aqui definido como o Núcleo central, que,
no caso particular, ainda contém um subnúcleo.
2 - Uma periferia imediata a este Núceo central, diferenciada,
tanto pela intensidade do processo de industrialização, como pela sua
posição periférica em relação ao núcleo urbano mais importante.
3 - Um Núcleo secundário, desenvolvendo-se no Nordeste, basea-
do, simultaneamente, numa infra-estrutura urbana de serviços de na-
tureza mais social que econômica e no esforço governamental via in-
centivos fiscais.
4 - A periferia nacional, remota, subdesenvolvida e com uma rede
urbana muito fluida e irregular.
95
alguma dependência e com funções regionais nítidas (Campinas, Ri-
beirão Preto, Bauru, etc.), o que ocorre também na área do Rio, em-
bora não na de Belo Horizonte. Juiz de Fora exerce uma função seme-
lhante a Campinas; Petrópolis e Teresópolis são centros com funções
absorvidas. De um lado, estas características são reveladas por scores
elevados tanto no fator II como no fator III, valendo notar-se que ci-
dades como Campinas têm scores elevados nos dois fatores, enquanto
que uma cidade como Jundiaí tem score bem mais elevado no fator II
que no III, indicando, quanto a este último, a absorção de funções
pela metrópole, situada a curta distância da mesma. De um lado, a
análise optimal origin point mostrou bem o alto tamanho estimado
para Jundiaí face ao seu tamanho funcional bem menor, indicando
sua extrema dependência (veja-se capítulo polarização); de outro lado,
uma cidade como Campinas ou Ribeirão Preto, embora situadas na
faixa de mesma tendência regional que São Paulo, apresentam valores
estimados bem menores que seu tamanho funcional, indicando sua
relativa dependência, associada à função regional importante.
A diferença entre São Paulo e Rio aparece também nítida, não
só pela própria densidade da rede urbana em torno de cada uma, mas,
também, pela existência de um número menor de centros em sua área
de influência, com tamanhos próximos ou abaixo do nível de mesma
tendência regional, o que indica que, na área do Rio, os centros são
em menor número ou suficientemente distantes para adquirirem uma
certa independência.
No subnúcleo de Porto Alegre aparecem logo três núcleos urbanos
distintos - Caxias do Sul, Santa Maria e Pelotas/Rio Grande - que
se colam de maneira diferente; o primeiro como o centro industrial
mais importante, com scores mais elevados tanto no fator referente
à especialização industrial como no de status econômico e eficiência
industrial, o segundo com score elevado no fator III (status socieco-
nômico), mais típico de localidades centrais bem equipadas, particular-
mente nos serviços médico-educacionais; o terceiro centro - Pelotas/
Rio Grande - aparece inicialmente maior no fator tamanho funcio-
nal, uma vez que a junção de duas cidades aumentaria seus valores
absolutos de muito, e com valores elevados negativos no fator IV (não
é um centro industrial), no VII, desde que é centro de indústria tra-
dicional (setor alimentar sobretudo), embora, e por ser indústria ali-
mentar moderna, tenha scores relativamente elevados no fator V. De
qualquer maneira, são os centros que refletem a ação de Porto Alegre
sobre ~;t economia do Rio Grande do Sul e suas relações com seu ambi-
ente externo - no caso não só São Paulo, mas também o resto do
Brasil e o exterior, uma vez que o porto do Rio Grande é exportador.
É claro que ao agruparem-se as cidades por um índice de simila-
ridade global, baseado nos sete fatores mais importantes, o Núcleo
central não aparece como um agrupamento homogêneo de cidades, em-
bora muitas cidades do cinturão industrial de São Paulo se agrupem
logo, tais como Limeira, Rio Claro, São Carlos, Piracicaba, Bauru, São
José dos Campos, além de outras; e ainda Caxias do Sul e Joinville,
na área entre Porto Alegre e São Paulo, e até mesmo São Paulo com
Campinas, antes mesmo de São Paulo juntar-se ao Rio de Janeiro
(recorde-se que não estamos usando tamanho funcional). Como já fi-
cou assinalado anteriormente são os valores no fator II que comandam
a diferenciação entre centro e periferia, embora o fator III seja com-
plementar e fundamental na definição do núcleo secundário na peri-
feria.
96
2 - A periferia imediata ao núcleo central
97
Ituiutaba no Centro-Oeste e mesmo algumas do Nordeste, como Sal-
vador, Arcoverde, etc.
Mas, por outro lado, um elevado número de cidades do Nordeste se
agrupa, incluindo Fortaleza, Recife, as cidades de João Pessoa, Maceió,
Campina Grande, Aracaju, Belém, Natal, São Luís, etc., bem como ou-
tras do tipo Teresina, Feira de Santana, Juazeiro do Norte, Jequié,
Governador Valadares, Teófilo Otoni, Garanhuns, Guarabina, etc. A
estas se juntam algumas cidades do Centro-Sul, tais como Muriaé, Pas-
sos, Patos de Minas, Santos Dumont, Ubá, ou no Sul, como Cachoeira
do Sul, Lajes, Vacaria, São Borja, Santo Angelo, Lagunas, Itajaí, União
da Vitória, etc.
Nestes agrupamentos se encontram, ao mesmo tempo, cidades da
periferia imediata do núcleo paulista e outras do núcleo secundário
do Nordeste, que apresentam aquela isomorfia já assinalada e que se
reflete na classificação taxonômica.
98
4 - A Periferia Nacional
TABELA VI
índices de similaridade
Seqüência de formação de pares
CIDADES ÍNDICES
99
TABELA VI
índices de similaridade
Seqüência de formação de pares
CTDADES ÍNDICES
100
TABELA VI
índices de similaridade
Seqüência de formação de pares
CIDADES ÍNDICES
101
TABELA VI
índices de similaridade
Seqüência de formação de pares
CIDADES ÍNDICES
102
ANEXO II
Discriminação das variáveis usadas na análise fatorial
de 209 cidades brasileiras
103
ANEXO II
Discriminação das variáveis usadas na análise fatorial
de 209 cidades brasileiras
*- Aglomerações.
104
Belém + Ananindena Niterói
Belo Horizonte Nova Iguaçu
Betim Paracambi
Caeté Petrópolis
Contagem São Gonçalo
Ibirité São João de Meriti
Igarapé
Lagoa Santa Salvador
Nova Lima Camaçari
Pedro Leopoldo Candeias
Raposos Lauro de Freitas
Rio Acima Salvador
Ribeirão das Neves São Francisco do Conde
Sabará Simões Filho
Santa Luzia
Vespasiano Sao Paulo
Arujá
Curitiba Barueri
Almirante Tamandaré Caieiras
Araucária Cajamar
Bocaitíva do Sul Carapicuíb&
Campo Largo Co tia
Colombo Diadema
Contenda Embu
Curitiba Embu-Guaçu
Piraquara Ferraz de Vasconcelos
São José dos Pinhais Francisco Morato
Fortalew Franco da Rocha
Caucaia Guarulhos
Fortaleza Itapecerica da Serra
JVIaranguape Itapevi
I taquaquecetuba
Porto Alegr& Jandüa
Alvorada Mauá
Cachoeirinha Mogi das Cruzes
Campo Bom Os asco
Canoas Pirapora do Bom Jesus
Estância Velha Poá
Esteio Ribeirão Pires
Gravataí
Guaíba Rio Grande da Serra
Novo Hamburgo Santana da Parnaíba
Porto Alegre Santo André
São Leopoldo São Bernardo do Campo
Sapiranga São Caetano do Sul
Sapucaia do Sul Suzano
Viamão Taboão da Serra
Recife Aracaju + Barra dos Coqueiros
Igaraçu Campinas + Valinhos
Cabo Florianópolis + São José
Jaboatão Itabuna + Ilhéus
João Pessoa + Bayeux + Cabedelo +Santa
Olinda Rita ·
Paulista Juazeiro do Norte + Grato
Recife Jundiaí + Várzea Paulista + Campo Limpo
São Lourenço da Mata Manaus + Itacoatiara
Natal + Pamamirim
Rio de Janeiro Pelotas + Rio Grande
Estado da Guanabara Santos + Guarujá + Cubatão + São Vicente
Duque de Caxias Sorocaba + Votorantim
Eng.o Paulo de Frontin Tauba.té + Tremembé
Itaboraí Vitória + Vila Velha + Cariacica
Itaguaí Volta Redonda + Barra Mansa
Magé Juazeiro (BA) + Petrolina (PE)
Maricá Ourinhos (SP) + Jacarezinho (PR)
Mendes Guaratinguetá + Aparecida (SP)
Nilópolis União da Vitória (PR) +Porto União (SC)
105
ANEXO II
Discriminação das variáveis usadas na análise fatorial
de 209 cidades brasileiras
106
18. 0 ) Receita do comermo atacadista/pessoal ocupado no comércio atacadista - 1960
Fonte: Censo Comercial e de Serviços - 1960
19. 0 ) Receita de Serviços/pessoal ocupado em serviços - 1960
Fonte: Censo Comercial e de Serviços - 1960
20. 0 ) Automóveis/I. 000 habitantes - 1967
Fonte: Informações básicas sobre os municípios - 1967 - IBE
21. 0 ) Telefones/I. 000 habitantes - 1967
Fonte: Informaç.ões básicas sobre os municípios - 1967 - IBE
OBS.: Para a Guanabara foi utilizado o Anuário Estatístico do Brasil - 1969
22. 0 ) Empréstimos/I. 000 habitantes - 1968
Fonte: Movimento bancário do Brasil- Serviço de Estatística Econômica e Financeira-
23. 0 ) N.o de médicos/10.000 habitantes- 1967
Fonte: Informações básicas sobre os municípios - 1967 - IBE
OBS .. : Para a Guanabara: Fonte: CETRHU- MEC - 1968
24. 0 ) N.o de leitos/1.000 habitantes- 1967
Fonte: Informações básicas sobre os municípios - 1967 - IBE
OBS.: para a Guanabara foi utilizado o Anuário Estatístico do Brasil- 1969
25. 0 ) N.o de dentistas e farmacêuticos/lO. 000 habitantes - 1967
Fonte: Informações básicas sobre os municípios - 1967 - IBE
OBS.: Para a Guanabara: Fonte: CETRHU- MEC- 1968
26. 0 ) N.o de outras profissões liberais/10.000 habitantes- 1967
Fonte: Informações básicas sobre os municípios - 1967 - IBE
OBS.: Para a Guanabara, Fonte: CETRHU - MEC - 1968
Por outras profissões liberais compreende-se: advogados, engenheiros e construtores,
agrônomos, veterinários.
27. 0 ) N.o de alunos do ensino médio/1.000 habitantes- 1967
Fonte: Informações bisicas sobre os municípios - 1967 - IBE
Para a Guanabara foi utilizada a Sinopse Estatística do Ensino médio (MEC) SEEC -
Dezembro de 1969
28. 0 )
N. o de alunos do ensino comercial/lO. 000 habitantes - 1967
Fonte: Informações básicas sobre os municípios - 1967 - IBE
- Para a Guanabara foi utilizada a Sinopse do Ensino Médio (MEC) - SEEC - De-
zembro de 1969
29.o) N.o de alunos do ensino industrial/10.000 habs. - 1967
Fonte: Informações básicas sobre os municípios - 1967 - IBE
- Para a Guanabara foi utilizada a Sinopse Estatística do Ensino Médio (MEC) -
SEEC - Dezembro de 1969
30.") N.o de alunos do curso superior/I. 000 habitantes - 1967
Fonte: Informações Básicas sobre os municípios - 1967 - IBE
OBS.: para a Guanabara foi utilizado o Anuário Estatístico do Brasil- 1968
31. 0 ) N.o de ligações elétricas/1.000 habitantes- 1967
Fonte: Informações básicas sobre os municfpios - 1967 - IBE
OBS.: para a Guanabara foi utilizado o Anuário Estatístico do Brasil -
32. o) N. o de prédios com água/1. 000 habitantes - 1967
Fonte: Informações básicas sobre os municípios - 1967 - IBE
OBS.: para a Guanabara foi utilizado o Anuário Estatístico do Brasil -
33. 0 ) N.o de prédios com esgoto/1.000 habitantes- 1967
Fonte - Informações básicas sobre os municípios - 1967 - IBE
OBS.: para a Guanabara foi utilizado o Anuário Estatístico do Brasil -
34. 0 ) % do pessoal ocupado na indústria/pessoal ocupado no comércio - 1960
Fonte: Censo Industlial - 1960
Censo Comercial e dos Serviços - 1960
35. 0 ) % do pessoal ocupado na indústria/serviços - 1960
Fonte: Censo Industrial - 1960
Censo Comercial e dos Serviços - 1960
107
36. 0 ) % do pessoal ocupado na indústria pesada/pessoal ocupado na indústria total - 1965
Fonte: Registro Industrial - 1965
Cadastro Ind1rstrial - 1965
OBS.: O cadastro industrial de 1965 foi usado para os municípios que não apresentavam
no Registro Industrial a discriminação dos gêneros de indústria procurados. Quando
estas indústrias apareciam em - outros - o cálculo foi feito para a obtenção do pessoal
ocupado nos respectivos setores
Por indústria pesada compreende-~e: metalurgia; mecânica; material elétrico e de
comunicações; material de transporte
37. 0 ) Valor da transformação industrial/receita de serviços - 1960
Fonte: Censo Industrial - 1960
Censo Comercial e de Serviços - 1960
38. 0 ) Valor da transformação industrial/receita de comércio - 1960
Fonte: Censo Industrial - 1960
Censo Comercial e de Serviços - 1960
39. o) Crescimento do valor da produção industrial: 50/60
Fonte: Censo Econômico de 1950
Censo Industrial de 1960
OBS.: foi feita extrapolação de dados para os municípios que não existiam em 1950.
Exceção feita para João Monlevade e Timóteo que, por não existirem em 60, o dado cor-
respondeu ao seu município de origem respectivamente Eio Piracicaba e Coronel Fabri-
ciano
40. 0 ) % do pessoal ocupado na indústria tradicional/total do pessoal ocupado na indústria -
1965
Fonte: Registro Industrial - 1965
Cadastro Industrial - 1965
OBS.: O cadastro industrial de 1965 foi usado para os municípios que não apresentavam
no Registro Industrial a discriminação dos gêneros de indústria procurados. Quando
estas indústrias apareciam em - outros - o cálculo foi feito para a obtenção do pessoal
ocupado nos respectivos setores
Por indústria tradicional compreende-se: alimentar; vestuário; calçado e artefatos
de tecidos; têxtil
41. 0 ) %do pessoal ocupado em outras indústrias/total do pessoal ocupado na indústria- 1965
Fonte: Registro Industrial - 196,~
OBS.: Compreende-se por outras indústrias o restante, uma vez retirados os gêneros:
indústria pesada e indústria tradicional
42. 0 ) % do maior setor industrial em valor das vendas/total do valor das vendas em 1965
Fonte: Eegistro Industrial - 1965
Cadastro Industrial - 1965
OBS.: O Cadastro Industrial foi utilizado para os municípios, cujo maior valor das vendas
surgia em- outros- para o cálculo do setor industrial mais importante
43. 0 ) Valor per capita da produção industrial - 1965
Fonte: Registro Industrial - 1965
OBS.: A produção industrial foi calculada somando-se o valor das vendas ao estoque de
1965 subtraindo-se o estoque de 1964
44. 0 ) Crescimento relativo da população 50/60
Fonte: Sinopse preliminar do Censo Demográfico de 1950
Sinopse preliminar do Censo Demográfico de 1960
OBS.: a população usada foi a urbana do distrito sede. João Monlevade e Timóteo
como eram vilas em 50 tiveram sua população considerada
Paulo Afonso não existia em 19.50 e foi criado com partes de outros municípios, sendo
difícil a elaboração de um dado para 1950. Devido a este fato e ao grande crescimento
alcançado por Paranavaí (1081) e Timóteo (2078), destacando-se completamente do res-
tante dos outros municípios da análise, estes números foram substituídos pelo valor 800,
sendo o mesmo para Paulo Afonso. Este valor decorre do fato de dar uma média a va-
riável de 90,92% em vez de 8.5,47 com o valor real de Paranavaí sem Timóteo e Paulo
Afonso; 95,01 com Timóteo e 104,50 com Paulo Afonso, com crescimento igual ao veri-
ficado por Timóteo
108
45. 0 ) % da população de O a 14 anos/população total
Fonte: Censo Escolar do Brasil - 1964
OBS.: Guanabara: pesquisa por amostra de domicílios - resultados preliminares - 2. 0
semestre: 1968 - IBE
46. 0 ) População urbana (total) ocupada na indt1stria em 1960 por 10. 000 habitantes
Fonte: Sinopse preliminar do Cen~o Demográfico- BragiJ - 1960- Censo Industrial
- 1960
OBS.: Os dados referentes a João Monlevade e Timóteo corregpondew respectivamente
a Rio Piracicaba e Coronel Fabriciano
47. 0 ) População urbana (total) ocupada no comércio em 1960 por 10.000 habitantes
Fonte: Sinopse preliminar do Censo Demográfico - Brasil - 1960
O:nso Comercial e dos Serviços - 1960
OBS.: Os dados referentf's a João Monlevade e Timóteo correspondem respectivamente a
Rio Piracicaba e Coronel Fabriciano
48. 0 ) População urbana (total) ocupada em serviços em 1960 por 10.000 habitantes
Fonte: Sinopse preliminar do Censo Demográfico - Brasil - 1960
Censo Comercial e dos Serviços - 1960
OBS.: Os dados referentes a João Monlevade e Timóteo correspondem respectivamente a
Rio Piracicaba e Coronel Fabriciano
49. 0 ) Densidade da população - 1967
Fonte: Anuário Estatístico do Brasil - 1968
50. o) Popnlação da área de influência ( + 1. 000) - 1967
Fonte: Subs1dios à regionalização - IBGE - 1968
OBS.: Não foi incluída a população municipal da cidade central.
51. 0 ) Número de centros r.cimR de 15.000 habs. (população da sede), induindo vilas (1960)
situadas num raio de 100 km.
Fonte: l\Iapa d0 Brasil- 1969- Escala 1:2.500.000
4 em = 1CO km.
52. 0 ) Número de centros acima de 15.000 habs. (população da sede), incluindo vilas (1960)
sitnadas num raio de 200 km.
Fonte: Mapa do Brasil- 1969- Escala 1:2.500.000
8 em = 200 km.
53. 0 ) Número de praças/100.000 habitantes- 1968
Fonte: Movimento Bancário do Brasil - 1968
Serviço de Estatística Econômica e Financeira - 1969
54. 0 ) Crescimento da população 60/70, da sede municipal (população recenseada).
Fonte: Sinopse preliminar do censo demográfico - Brasil - 1970.
55. 0 ) Distância da cidade centml para São Paulo
Fonte: Mapa do Brasil - Escala 5. 000.000
OBS.: a distância foi medida em milímetros.
56. 0 ) Distância da cidade central para Porto Alegre
Fonte: Mapa do Brasil - Escala 1; 5.000.000
OBS.: a distância foi medida em milímetro.
57. 0 ) Distância da cidade Central para Recife
Fonte: Mapa do Brasil - Escala 1: 5. 000.000
OBS.: a distância foi medida em milímetro.
58. 0 ) Número de leitos - 1967
Fonte: Informações básicas sobre os municípios - 1967 - IBGE
59. 0 ) Distância para o aeroporto mais próximo (cidade central)
Fonte: Mapa do Brasil- Escala 1: 5.000.000
OBS.: a distância foi medida em milímetro.
Todos os dados para 1960 referentes aos municípios de João Monlevade e Timóteo referem-se
respectivamente a Rio Piracicaba e Coronel Fabriciano.
- Brasília foi retirada devido à dificuldade de serem obtidos os dados para 1\)60
- Os dados lançados nas variáveis números; 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, R, 9, 10, 11, 50, 58 resultaram da
percentagem de cada cidade no total da variável, acrescido dE' duas decimais.
109
....... ANEXO III
.......
o
Matriz de "Loadings" nos Fatores
2 3 4 5 6 7 8 9 11
I 12 13
VARIÁVEIS I Tamanho I
Status
Econô~
mico
Status
Socio-
econô-
Centros
Indus-
triai3
Eficiência
Industrial
Ind. Tradi·
cional
e n/Tradi-
Comércio
10
Cresc.
Popul.
Iod.
e I I I Comuna~
!idade
mico rional
---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ----
V.1 - Popula~r.o Total- 1967 ........................ 0,98 98,99
V.2 - PeF:FI, Ocup. na Indústria - 1965 .... ...... 0,96 93,71
V.3 - Pe&'. Ocup. na Indústria- 1960 ................ 0,97 94,90
V.4 - Pess. Oc,pado no Comércio - 1960. . . ... .... 0,99 08.71
V.5 --- Fess. Ocur. em B-erviros - 1960 ......... ...... 0,97 95.81
V.G - N.u de Estabs. Atacadistas- 1960 .. . . . . .. . . . . 0,99 9g,71
V.7 - N.o de F~stabs. Varejistas - 1960 .............. 0,97 96,09
V.8 - N.o de Estabs. Industriais- 1960 ............. 0,97 95,10
V9 - N.o de Estabs. de Serviços - 1960 .... ....... 0,91) 98,82
V.10- N.o Estabs. Emino Médio- 1967 ............... 0,98 98,72
V. 11 -- Número de automóveis - 1967 ....... 0,98 97.94
V.12- N.o de Instituições Culturais- 196:/IOO.OOO·habs. -0,30 0,4: 0,3b 56,84
V.13 - N ,o de Instituições de difusão - 1967/ JOQ. oor habs. 0,69 69,75
V.14 - Valor da transformação Ind./Pess. Ocup. na Indús-
Percentagem de Explanação . .................... 22,00 8,17 8,01 7,83 5,45 4,64 3,78 3,72 3,46 3,34 3.01 1,84
2,321
....... Percentagem Acumulada ............... ......... 30,17 38,18 46,01 51,46 I 56,10 59,88 63,60 67,06 70,40 73,41 75,73 77,57
.......
.......
f-'
f-' ANEXO IV
~
CIDADES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1) Belem* .......................... 5,748 5,643 2.617 -2,398 -1,885 4,893 0,587 _;1,971 1,000 -1,555 -1,886 0,379 -0,503
2) Belo Horizonte* .................. 21,535 -1,675 12,178 -1,014 0,883 -0,343 4,571 0,899 1,882 -1,228 0,702 1,157 -0,531
3) Curitiba* ........................ 13,3~6 -0,011 7,022 -2,377 -0,398 -2,089 3,843 1,949 -0,396 -1,362 -0,222 0,176 -0,708
4) Fortaleza* ....................... 8,502 6,867 -1,169 -2,182 -3,265 6,fil9 0,890 -3,426 -3,610 -0,885 -3,311 0,098 -0,504
5) Porto Alegre*.. .. .. . ............ 27,703 -3,306 13,958 -0,297 1,349 -3,155 3,478 2,429 1,407 -2,462 -0,028 -0,160 -0,572
6) Recife* ......................... 23,315 4,126 2,190 -0,827 -2,692 6,694 0,889 -2,540 -2,863 -2,189 -3,081 0,148 -0,896
7) Rio de Janeiro* .................. 104,975 -7,733 23,484 -1,128 2,823 -1,185 6,142 3,004 0,979 -5,379 -0,321 0,537 -1,077
8) Salvador* ........................ 14,590 4,547 4.334. -2,858 0,825 3,524 2,595 0,024 --(),878 -0,711 -1,530 0,622 -0,540
9) São Paulo* ...................... 146,650 -13,595 22,4.50 4,944 3,442 -4,521 6,757 6,797 1,862 -5,007 -2,117 2,004 -2,302
10) Aracaju* ........................ -0,182 1,898 1,343 -1,569 -3,118 4,152 -1,728 -1,019 1,121 -0,904 -0,516 -0,541 -0,153
11) Bauru .......................... 1,640 -10,410 11,286 -2,474 0,558 --J,676 2,481 2,462 5,597 -1,778 4,853 -1,455 0,095
12) Campina Grande ................. 0,784 3,799 -0,248 -2,018 -2,324 5,7J5 -1,989 -1,4.51 -0,458 -1,075 -1,898 -0,465 -0,704
13) Campinas* ...................... 11,044 -15,598 20,595 2,915 3,900 -3,910 3,906 4,454 5,185 -1,273 3,929 1,496 -0,984
14) Campo Grande .................. 0,266 1,270 4,646 -3,570 0,528 -2,031 1,051 4,194 1,647 0,192 3,083 0,372 0,312
15) Campos ......................... -0,105 4,990 -6,250 0,419 -0,783 0,24.7 -1,010 -1,837 -(,074 0,278 -1,967 0,722 0,910
16) Caruaru ........................ -0,757 3,253 -2,398 -1,667 -4,722 5,800 -0,942 -2,833 -1,534 -1,668 -1,985 -0,081 -0,631
17) Caxias do Sul.. ................. 1,842 -4,774 7,801 4,198 -0,081 -3,84-9 2,959 1,243 3,245 -0,293 1,065 0,650 -0,589
18) Cuiabá .......................... -0,414- 4,018 4,656 -4,549 -2,259 1,017 3,202 1,921 2,170 0,232 2,54Z 0,979 -0,284
19) Feira de Santana ................ -·0,805 5,873 -4,253 -3,119 -3,903 4,079 1,355 -0,009 -2,806 0,317 -2,057 1,315 -0,423
20) Florianópolis* .................... 1,006 -0,:.63 7,553 -3,246 -1,854 -2,440 1,523 0,724 3,790 -1,396 3,142 0,058 -0,570
21) Goiânia ......................... 3,578 3,090 6,827 -3,148 • 1,407 0,233 3,886 0,667 2,352 1,939 1,217 3,281 0,019
22) Gov. Valadares .................. -1,091 3,403 -1,811 - 1,901 -0,366 0,758 2,540 0,015 -1,996 2,095 -0,598 0,039 0,446
23) Itabuna*.. . .................... -0,718 6,233 -3,571 -2,663 0,469 3,277 1,445 -1,077 -2,615 0,719 -1,526 0,4.71 -0,079
24) Jequié ........................... -2,594 4,582 -4,006 -2,504 -3,828 4,047 0,170 -1,975 -2,302 -0,076 -2,071 -0,253 -0,454
25) João Pessoa* .................... 1,353 3,548 1,176 -0,706 -3,668 6,442 -2,825 -3,065 0,101 -1,156 -0,983 0,020 -0,771
26) Joinville ......................... 0,219 -4,691 4,142 4,480 -0,863 -2,392 2,023 1,475 1,322 M70 0,147 0,177 -0,429
27) Juiz de Fora .................... 3,874 -8,245 11,323 0,220 -1,657 -1,899 -1,050 1,264 3,383 -1,870 3,564 -1,130 0,630
28) Juazeiro do Norte* ............... -1,541 5,338 -4,216 -2,454 -1,271 4,670 1,429 -2,347 -2,118 -0,320 -2,081 -0,297 -0,022
29) Jundiaí* ......................... 4,103 -13,666 9,679 10,646 0,312 -2,335 1,545 3,016 2,864 -1,128 0,507 1,381 -0,874
30) Lonc!rina ........................ 1,026 1,580 1,744 -2,498 4,854 -3,837 2,010 4,135 -0,675 0,766 0,121 1,317 0,074
31) Maceió .......................... 1,469 3,999 1,283 -1,401 -3,842 4,972 -2,177 -1,186 -0,434 -1,259 -0,189 -0,209 -1),173
32) Manaus* ........................ 1,070 5,515 0,404 -1,725 0,916 2,811 1,890 -0,762 0,560 -0,034 -1,461 0,931 -0,096
33) Araraquara ...................... -0,698 -10,872 9,778 0,079 3,722 -4,107 -1,715 3,752 7,101 -0,817 4,534 -0,918 0,883
34) Natal* ......................... 0.784 4,393 2,299 -2,750 -2,793 5,852 0.736 -2,223 0,645 -0,798 -1,120 0,154 0,420
35) Pelotas* ......................... 4,161 -1,730 4,832 -1,466 2,274 -3,500 -1,238 0,945 3,024 -1,806 0,188 -1,?52 0,170
36) Piracicaba ....................... 2,968 -10,973 10,272 3,524 1,234 -3,369 1,184 1,552 3,789 -0,968 1,878 -0,003 ·- 0,513
37) Ponta Grossa .................... -0,195 1,035 0,629 -2,117 -1,178 -1,806 2,023 0,305 -0,228 --0,911 -0,212 -0,659 -0,093
38) Ribeirão Preto .................. 4,968 -10,200 15,509 -2,644 0,038 i -3,332 1,556 3,800 5,180 -1,863 5,388 -0,700 0,668
39) S. José dos Campos .............. 0,350 -10,844 7,505 5,362 -0,338 -3,024 3,095 0,376 2,156 0,578 2,935 2,266 -0,352
40) Santa Maria ..................... 0,190 0,448 11,357 -2,187 -1,607 -7,277 -1,107 -0,628 1,992 -0,041 -2,054 -0,801 -1,521
41) Santos* ......................... 13,792 -12,777 18,090 -1,897 16,055 -5,419 4,486 7,660 4,967 -2,581 2,159 0,359 -0,585
42) S. José do Rio Freto ............. 1,693 -9,670 13,542 -4,199 2,952 -3,690 1,607 4,883 7,435 -1,045 4,656 -0,761 0,561
43) São Luís ........................ 0,709 6,015 -0,911 -2,555 -1,768 4,229 -0,910 -0,831 0,142 -1,078 -1,4~2 -0,580 -0,307
44) Sorocaba* ....................... 2,111 -11,696 7,301 9,224 -0,380 -2,664 -2,456 0,172 3,524 - 1,802 1,586 1,024 -0,101
45) Taubaté* ........................ 0,743 -6,298 5,724 1,821 -1,092 -2,500 0,225 -0,380 1,909 -1,113 2,178 -0,072 -0,42-1
46) Teresina ......................... --1,134 7,411 -3,236 -3,042 -4,664 5,761 2,521 -2,641 -2.424 0,330 -1,888 1,209 -0,303
47) Uberaba ......................... 0,148 -2,4-24 7,382 -2,288 -0,490 -1,094 0,900 0,612 2,146 -0,723 1,927 -0,255 -0,013
48) Uberlândia ....................... 0,089 -2,754 5,402 -·1.434 4,686 -3,069 0,470 3,135 2,883 0,480 1,518 0,773 0,375
49) Vitória .......................... 2,503 1,645 2,909 -3,560 -0,389 0,790 3,366 0,838 -0,376 -1,169 0,644 0,217 -0,013
50) Volta Redonda* ................. 1,699 -9,366 3,142 18,317 7,806 -2,852 1,837 -4,641 1,649 1,700 -1,050 -1,540 -0,791
51) Anápolis (GO) ................... -1,686 2,313 1,507 -3,249 5,063 -0,610 1,191 2,149 2,006 1,011 1,439 0,683 0,425
52) Araça tuba (SI') .................. -1,692 -5,688 5,601 -1,154 5,450 -3,797 -· 0,584 2,977 6,470 0,110 2,166 -0,705 0,454
53) Bagé (RS) ....................... -1,988 2,662 0,554 -1,820 1,816 -2,160 -1,721 -0,008 0,909 -1,079 --0,567 -1,185 -0,132
54) Barbacena (MG) ................. -2,017 -6,741 4,953 -0,563 -1,480 -1,586 ·-4,474 -1,148 2,353 -1,623 14,555 -1,655 -0,134
55) Barretos (SP) .................... -1,865 -3,851 2,399 -0,525 3,370 -2,155 -1,757 2,411 2,349 -0,609 1,161 -1,092 0,424
56) Blumcnau (SC) .................. 0,656 -3,050 9,601 3,206 -1,741 -6,588 -1,817 8,344 0,296 -0,093 3,060 0,646 0,923
57) Divinópolis (MG) ................ -2,066 -4,770 1,625 3,769 -0,382 -1,108 1,393 -3,289 2,724 0,868 -0,488 -0,557 -0,275
58) Franca (SP) ..................... -0,764 -6,694 8,359 0,009 0,085 -·1,998 -0,915 2,657 4,701 -0,686 3,686 0,026 0,599
59) I,imeira (SP) ..................... 1,051 -10,426 6,882 4,236 0,863 -3,397 0,843 2,891 2,698 -0,930 1,106 -0,051 -0,387
60) Marília (EP) ..................... -0,544 -3,660 2,547 -2,54.6 4,137 -3,261 1,263 2,460 1,324 -0,790 1,335 -0,561 0,334
61) Maringá (PR) ................... -0,550 3,180 -0,077 -2,462 10,610 -2,014 1,484 1,521 -1,805 10,215 -0,305 0,085 -0,250
62) Montes Claros (MG) ............. -1,559 4,625 -2,252 -2,304 3,579 1,581 0,387 0,500 -1,884 1,944 -1,237 1,260 0,258
63) Nova Friburgo (RJ) .............. -0,349 -6,160 3,230 2,107 -1,967 -0,543 -1,991 -0,212 1,269 -1,020 1,508 -0,795 -0,055
64) Parnaíba (PI) ................... -3,353 10,065 -7,300 -·3,400 -3,150 5,410 1,314 -2,307 -3,843 0,063 -2,760 0,342 -0,458
65) Fasso Fundo (RS) ................ -1,458 1,155 3,474 -2,385 0,691 -3,162 2,636 0,274 1,265 0,195 1,280 -0,243 -0,144
66) Presidente Prudente (SP) ......... -0,836 -5,318 7,948 -4,271 1,943 -3,477 1,403 4,350 5,359 0,029 5,200 -0,626 0,685
67) Rio Clm (SP) .................. 0,043 -10,950 8,198 0,781 -0,344 -2,992 0,846 2,151 5,173 -1,381 2,234 -0,275 -0,811
68) São Carlos (SP) ................. 0,426 -12,759 10,709 2,286 0,252 -3,668 1,014 2,492 6,935 -1,201 1,843 -0,927 -20,58
69) Teófilo Otoni (MG) .............. -2,731 5,460 -6,259 -2,543 -1,969 1,922 1,284 -2,381 -3,904 0,393 -2,962 0,162 0,698
70) Uruguai2na (RS) ................. -1,272 3,239 1,301 -2,714 0,745 -1,424 -0,707 -0,083 1,161 -1,552 -1,255 -0,620 -0,175
f-' 71) Vit. da Conquista (BA) ............ -2,161 7,288 -5,406 -3,355 -2,681 3,45.'i 1,817 -0,7.16 -3,639 1,677 -1,936 0,985 -0,295
f-'
~
* Aglomerações.
...... ANEXO IV
......
H>-
CIDADES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
-~~-
72) Alagoinhas (BA) ................. -3,441 6,95g -7,960 -0,981 -4,172 5,066 1,725 -3,931 -4,398 0,447 -3,359 -0,004 -0,308
73) Alegrete (RS) .................... -3,428 4,104 -3,074 0,953 4,785 -1,727 -2,713 -1,369 -0,095 -1,054 -1,710 1,075 0,528
74) Andradina (SP) .................. -3,251 -0,703 0,236 -1,151 2,976 -2,950 -0,875 4,388 1,505 2,106 2,479 0,936 0,349
75) Americana (SP) .................. -0.754 -11,748 5,806 12,923 0,887 -3,199 -3,798 3,091 4,878 0,432 1,534 0,754 0,057
76) Araras (8P) ...................... -2,047 -9,056 3,690 6,732 4,291 -·3,451 -3,040 2,367 5,387 0,803 3,801 -:'J,020 -0,508
77) Araxã (MG) ..................... -3,251 -0,514 0,309 -3,389 -0.~69 -0,887 2,919 2,205 1,447 0,038 1,d72 -0,608 0,143
78) Arapongas (PR) .................. -3.337 2,643 -3,798 -2,340 8,681 - 2,708 0,852 2,794 -1,413 1,627 -0,677 0,550 0,033
79) Aragnari (MG) ................... -2,955 1,167 -0,953 -1,448 1,543 -0,776 -0,929 0,464 -0,345 0,049 (1,781 -0,986 0,725
80) Apucarana (PR) ................. -2,698 3,116 -3,279 -2,717 6,522 -2,751 -0,004 3,733 -1,650 1,372 -0,637 1,361 -0,021
81) Assis (SP) ....................... -1,984 --5,148 5,613 -2,580 1,118 -3,818 0,473 3,168 6,744 -0,514 2,312 -0,782 0,043
82) Avaré (SP) ....................... -2,685 -4,548 0,948 -1,620 0,832 -2,254 -0,147 1,155 1,600 -0,768 0,395 -1,285 0,469
83) Barra do Piraí (RJ) .............. -0,318 -5,344 2,076 0,906 1,489 -0,370 0,958 -·0,448 -1,885 -2,036 3,429 0,361 -0,781
84) Botucatu (SP) .................. -0,596 -·9,499 9,817 -1,781 -0,518 -4,135 1,669 1,151 6,129 -1,283 4,220 -1,897 -0,036
85) Bragança Paulista ................ -0,656 -9,018 3,762 0,711 -1,035 -2,209 -1,933 1,154 2,048 -1,592 0,510 -0,020 -1,353
86) Cataguases (MG) ................ -2,903 -4,640 -0,082 5,928 -3,015 -0,102 -·4,311 -0,962 2,986 -0,956 0,938 -0,624 0,932
87) Caratinga (MG) .................. -3,750 6,214 -8,531 -2,412 -1,636 2,177 -0,110 -3,496 -5,058 -0,499 -3,066 -0,102 0,533
88) Catanduva (SP) .................. -1,129 -6,147 5,675 -2,620 3,469 -3,679 -0,639 3,742 4,092 -1,201 3,480 -1,248 0,120
89) Cachoeira do Sul (RS) ........... -2,484 3,238 -3,837 -1,312 0,812 -1,919 -0,481 -1,164 -2,434 -0,675 -2,058 -0,822 0,256
90) Cachoeiro do Itap. (ES) .......... --1,452 3,453 -2,162 -2,525 -2,131 0,721 3,111 0,259 -1,804 -0,468 -0,690 0,493 -0,251
91) Colatina (ES) .................... -2,576 6,708 -6,661 -2,947 -1,219 1,154 3,213 -1,018 -- 5,210 1,714 -3,194 1,323 0,208
92) Cons. Lafaiete (MG) ............. -2,292 -4,433 1,029 2,047 -0,458 -1,263 2,308 -1,441 0,832 0,703 1,043 -0,822 -0,332
93) Corumbá (MT) .................. -2,427 4,101 -3,371 0,713 0,524 -0,341 4,250 -1,690 --2,797 0,254 -1,534 -0,348 0,725
94) Cruz Alta (RS) .................. -1,805 1,947 0,526 -·3,710 3,947 -2,873 -0,266 3,396 1,321 -0,534 0,346 -0,623 -0,100
95) Cruzeiro (SP) .................... -~.375 -9,269 1,742 6,743 2,690 -2,491 -·0,038 -0,748 1,023 0,067 1,073 -0,771 0,334
96) Criciuma (SC) ................... -3,097 4,195 -·3,638 4,448 -2,051 -2,101 4,172 0,621 -1,289 2,454 -0,545 1,946 0,349
97) Curvelo (MG) ................... -3,737 1,418 -4,320 2,073 -3,591 1,055 -5,439 -3,279 -3,388 -0,385 -1,162 -0,808 14,238
98) Erechim (R'3) .................... -2,036 1,023 0,050 -1,838 1,013 -3,620 0,780 3,785 0,895 0,044 1,721 -1,052 -0,055
99) Guaratinguetá (SP) ............... -·2,460 -6,693 0,508 0,184 -1,755 -1,473 -1,241 0,878 1,361 -0,212 2,724 -0,688 0,179
100) Garanhuns PE) .................. -3,225 5,475 -5,167 -0,943 -3,327 6,536 -2,487 -3,599 -2,135 -0,309 -2,645 -0,183 -0,714
101) Itajaí (SC) ...................... -2,057 2,862 -1,802 -2,589 -0,874 -2,511 2,694 1,642 -1,309 -0,278 -0,4.43 0,116 -0,107
102) Itajubá (MG) .................... -1,692 -6,770 4,547 -0,132 -2,256 -2,137 -1,766 -1,038 2,567 -1,532 2,129 -1,262 0,048
103) ltapetininga (SP) ................ -2,331 -3,951 0,773 -1,124 0,293 -1,109 -1,200 -0,078 -0,319 -1,525 0,963 -0,494 0,625
104) Itaúna (MG) .................... -2,779 -3,281 -0,071 7,653 -1,812 -0,386 -1,461 -2,549 2,276 0,695 0,470 -0,730 -0,167
105) Itu (SP) ......................... -0,223 -10,446 6,457 2,139 -0,419 -2,295 -0,077 2,752 1,559 -2,946 6,791 0,184 -1,433
106) Ituiutaba (MG) .................. -2,621 0,312 0,121 -2,360 2,779 -1,688 -1,387 2,197 1,412 1,587 0,582 -0,569 0,590
107) Jati (SP) ....................... -1,222 -5,638 3,734 0,179 0,273 -2,711 -2,002 1,599 3,769 -1,794 1,219 -1,194 0,466
108) Jacareí (SP) ..................... -1,635 -:8,244 1,109 6,939 -1,621 -1,037 -0,116 -0,835 -0,642 -0,240 0,427 0,833 -0,295
109) Jaboticabal (SP) ................. -1,902 -6,814 4,623 -1,071 1,424 -3,043 -0,060 2,250 5,182 -1,189 2,055 -1,057 0,123
110) Juazeiro (BA)* ................... -3,511 4,290 -4,799 -4,207 -2,916 3,427 0,737 -0,216 -1,129 -0,075 0,189 -0,375 0,306
111) Lajes (SC) ....................... -2,362 4,042 -2,787 -1,255 -1,157 -2,236 4,875 2,193 -1,675 2,001 -0,070 2,668 -0,454
112) Lavras (MG) .................... -2,675 -3,456 0,390 -1,471 -1,550 -0,559 0,423 -1,174 -0,034 -0,641 1,465 -0,583 0,689
113) Limoeiro (PE) ................... -3,452 4,993 -8,752 -0,563 5,319 4,009 -2,602 -3,254 -4,656 1,021 -3,889 0,337 -0,628
114) Lins (SP) ....................... -2,292 -7,053 6,264 -2,907 1,361 -4,091 0,199 1,349 8,270 -1,793 4,701 -1,961 -0,036
115) Lorena (SP) ..................... -2,926 -6,844 1,918 -0,692 -1,3~4 -1,264 3,180 -1,206 0,495 -0,663 1,794 -0,227 0,231
116) Macapá (AI) .................... -3,801 9,181 -6,204 2,091 1,905 3,394 3,407 -1,943 -0,558 7,303 -2,097 1,547 -0,330
117) Mo~oró (RN) ................... -2,148 6,104 -1,193 -1,954 -2,017 5,496 2,156 0,625 -0,599 0.707 0,157 1,245 0,101
118) Muriaé (MG) ................... -3,080 1,822 -4,229 -2,019 -0,143 0,134 -1,317 -0,570 -2,368 -0,259 - 1,441 -0,057 0,352
119) Ourinhos (SP)* ................... -1,355 0,061 -1.046 -2,780 2,420 -3,431 0,925 2,535 -0,031 -0,471 0,150 -0,071 0,49±
120) Patos de Minas .................. -2,727 4,839 -4,886 -1,599 -2,027 1,596 1,227 -2,476 -3,41!3 0,850 -2,109 -0,281 0,098
121) Passos (MG) ..................... -3,650 0,710 -3,331 -0,095 -1,113 -0,254 -2,793 -2,065 -1,537 -0,450 0,293 -0,831 0,965
122) Paranaguá (PR) .................. -1,863 0,753 0,392 -5,602 4,181 -4,573 2,604 12,251 0,165 -1,421 0,760 0,345 -0,124
123) Patos (PB) ...................... -3,048 5,457 -4,864 -0,082 -0,615 5,459 -1,417 -3,566 -2,207 -0,102 -2,639 -0,709 0,454
124) Paranavaí (PR) .................. -3,197 5,288 -4,391 -2,522 17,864 -2,963 1,121 1,183 -2,212 12,830 -1,799 1,034 -0,497
125) Poços de Caldas (MG) ........... 0,094 -7,639 7,758 -2,989 1,252 -5,370 3,230 5,842 3,500 -2,790 2,226 -1,104 1,490
126) Ponte Nova (MG) ............... -3,228 1,150 -3,330 -1,221 -1,086 0,567 -2,413 -0,760 -0,728 -0,915 0,088 -0,505 0,389
127) S. João de! Rei (MG) ............ -3,330 -4,220 1,092 0,979 -2,471 -0,723 -3,083 -0,963 4,260 -0,803 1,950 -1,265 0,671
128) Santo Ângelo (RS) ............... -1,742 3,505 -0,538 -2,453 -0,432 -2,421 2,648 -0,779 -0,011 -0,375 -0,953 -0,154 -0,491
129) S. João da Boa Vista (SP) ....... -1,371 -8,114 4,771 -1,366 0,171 -2,796 -1,089 ?,082 3,735 -1,911 1,973 -0,936 -0,004
130) Santarem (PA) ................... -3,511 10,446 -8,488 -2,057 -2,074 4,618 1,097 -2,737 -4,940 1,124 -3,773 1,833 0,157
131) Santana do Livramento (RS) ..... -1,070 2,190 0,640 -2,557 5,889 -3,613 0,237 2,805 -0,393 -0,318 -1,011 --0,473 -0,621
132) Santos Dumont (MG) ............ -3,665 -0,424 -4,567 0,290 0,023 0,112 --0,235 -2,304 -2,330 -0,091 0,029 -0,677 0,167
133) São Borja (RS) .................. -3,783 5,882 -4,565 -2,659 1,039 -0,476 -0,385 -0,288 -2,014 -0,116 -1,262 0,284 0,140
134) S. Gabriel (RS) .................. -3,558 5,024 -5,237 -1,690 0,617 -1,314 -2,221 - 0,831 -2,303 -0,340 -1,280 -0,924 -0,057
135) Sete Lagoas (MG) ............... -2,472 -2,367 1,466 -0,025 -0,513 -0,461 -0,286 0,364 2,919 0,696 1,620 -0,049 0,350
136) Sobral (CE) ..................... -2,560 8,192 -6,646 -1,127 -3,833 6,220 -0,784 -2,566 -3,929 0,091 -2,570 0,303 -0,174
137) Tatuí (SP) .................... -3,217 -6,538 0,966 2,861 -2,110 -1,452 -3,323 -0,2!5 3,414 -1,455 0,573 -0,956 0,1.2l
138) Teresópolis (RJ) ................. -0,521 -1,564 0,557 -1,716 -2,311 -0,184 3,385 0,065 -2,665 0,581 -0,946 1,394 -0,893
139) Timbaúba (PE) .................. -3,736 5,298 -8,915 2,251 -4,465 7,189 -4,684 -4,785 -4,546 -0,470 -3,834 -0,203 -0,696
140) Tupã (SP) ...... : ................ -2,133 -2,622 0,394 -2,599 3,990 -3,269 0,539 0,254 1,378 -1,009 1,410 -1,150 0,519
141) Três Rios (RJ) ...... ;; ........... -1,230 -3,012 -1,237 1,091 0,464 -0,812 0,412 -0,063 -2,051 -0,660 - 0,534 0,066 -0,.575
......
......
c:n
1-'
1-'
ANEXO IV
O)
Matriz de Factor Scores
CIDADES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
142) Tubarão (SC) .................... -3,432 4,233 -3,150 -1,706 1,586 -3,029 2,190 1,017 0,838 1,898 -0,362 0,54.'3 -0,223
143) Ubá (MG) ....................... -2,739 -0,321 -3,418 -2,071 -2,227 -0,002 0,836 -1,185 -2,076 -0,880 -0,522 -0,677 0,342
144) Varginha (MG) .................. -2,322 -6,098 4,131 -3,153 3,047 -3,127 0,772 1,961 3,671 1,141 2,970 -1,049 0,651
145) Vitória de S. Antão (PE) ......... -3,036 6,650 -8,093 -2,629 -4,859 6,125 -0,083 -2,656 -5,.542 -0,460 -4,034 0,591 -1,347
146) João Monlevade (MG) ... " ...... -3,363 -6,506 -3,294 20,772 --0,045 -2,249 2,423 -5,453 -0,535 3,361 0,383 -1,602 0,668
147) Adamantina (SP) ................ -3,428 -1,094 -0,928 -3,219 6,168 -3,853 -0,168 4,616 3,477 0,458 0,444 -0,949 -O,lll
148) Além Paraíba (MG) .............. -2,299 -3,442 - 0,479 -0,349 -1,222 -1,473 -0,682 1,157 -0,539 -1,971 1,383 -1,404 0,7>1,7
149) Alfenas (MG) .................... -4,193 -2,270 -1,429 -2,171 -2,860 -1,380 -2,728 -0,147 0,189 -0,590 1,634 -1,530 0,64>1,
150) Arapiraca (AL) ................... -4,088 9,015 -8,658 -2,078 -4,523 6,570 3,145 -3,046 -5,073 1,348 -3,878 2,357 -0,221
151) Arcoverde (PE) .................. -3,363 2,079 -0,756 -2,720 -0,134 3,3?9 -1,533 0,197 3,701 0,153 0,160 0,157 -0,091
152) Blcabal (MA) ................... -3,762 9,689 -10,340 -2,287 -2,424 4,797 -2,600 -2,260 -5,440 1,525 -4,860 0,960 -0,007
153) Batatais (SP) .................... -2,492 -6,877 4,060 -0,677 -0,080 -1,835 -1,880 2,219 4,756 -1,834 1,924 -1,150 0,046
154) Bebedouro (SP) .................. -2,417 -4,522 2,105 -2,609 1,269 -2,505 0,403 3,647 2,715 -0,948 1,162 -0,456 0,072
155) Birigui (SP) ..................... -2,915 -5,073 2,320 -2,242 4,411 -3,451 -0,014 2,602 3,908 0,057 3,346 -0,717 0,002
156) Brusque (SC) .................... -3,385 -0,051 -1,804 7,828 -3,079 -2,048 -4,058 2,253 -0,348 0,424 2,2R1 0,976 0,465
157) Caicó (RN) ...... : ............... -4,183 5,387 -4,994 -2,320 -2,571 6,188 -0,812 -2,298 -1,143 0,680 -0,996 -0,418 0,10'3
158) Cajazeiras (PB) ... ; .............. -3,726 7,805 -6,206 -?,975 -4,827 5,989 -2,259 -2,190 -2,432 -0,239 -2,374 -0,065 -0,614
159) Campo Belo (MG) ............... -3,920 -0,376 -3,358 -2,219 1,041 0,067 0,14.2 -0,477 -1,595 -1,287 0,3'l0 -0,710 0,527
160) Carazinho (RS) .................. -2,308 2,228 -0,737 -1,716 0,584 -3,179 1,331 3,041 0,299 -0,272 -0,021 -0,021 -0,083
161) Carpina (PE) .. i ................. -3,308 5,178 -7,718 -0,062 -6,147 8,954 -4,441 -6,164 -5,542 -1,625 -4,715 0,094 -1,531
162) Caxias (MA) ..................... -4,077 10.64.9 -10,435 -1,362 -3,266 5,983 0,008 -4,201 -5,537 0,550 -4,5.55 0,942 -0,391
163) Cornélio Procópio (PR) ........... -2,743 3,157 -3,800 -3,401 8,305 -3,584 0,254 3,797 -2,068 1,037 -0,741 0.037 -0,070
164) Dom Pedrito (RS) ............... -4,103 2,523 -2,357 -0,702 2,748 -1,207 -3,724 -0,737 0,890 -0,206 0,151 --1,029 0,161
165) Dracena (SP) .................... -3,983 -0,214 -1,242 -1,755 9,569 -2,317 -1,186 2,087 3,128 8,598 1,676 -0,235 -0,178
166) Estância (SE) .................... -4,883 5,781 -7,480 3,243 -5,432 4,715 -4,582 -2,816 -1,477 -0,233 -0,378 -1,114 -0,122
167) Floriano (PI) .................... -2,932 8,044 -4,481 -3,601 -1,829 4,582 2,919 -0,705 -2,967 1,647 -2,157 0,836 -0,259
168) Formiga (MG) ................... -3,491 1,960 -4,889 -2,240 -2,176 0,097 1,470 -1,283 -2,647 -0,324 -1,225 0,053 0,359
169) Garça (SP) ..................... -2,757 -1,259 -1,702 -3,467 4,738 -3,265 1,136 2,948 1,478 -0,315 0,537 -1,376 -0,102
170) Goiana (PE) ..................... -3,273 4,397 -8,422 1,348 -2,150 1,619 0,118 -5,256 -3,090 -1,186 -4,371 15,789 -0,937
171) Guarabira (PB) .................. -3,693 4,789 -5,203 -1,095 -4,477 7,954 -4,385 -3,911 -1,401 -1,184 -3,169 -0,480 -0,62'3
172) Gravatá (PE) .................... -3,976 7,201 -9,626 -0,817 -5,678 8,759 -2,051 -5,978 -6,530 -0,491 -4,630 2,282 -0,570
173) Iguatu (CE) ..................... -3,133 9,660 -7,589 -2,650 -:;,560 5,488 -1,086 -0,907 -4,240 0,110 -3,900 0,777 -0,475
174) Ijuí (RS) ........................ -1,172 2,415 1,705 -2,682 0,470 -4,638 2,074 5,102 1,431 -0,534 -0,571 0,012 -0,709
175) Itabira (MG) .................... -3,667 0,819 -4,853 12,679 -3,197 0,828 3,355 -2,855 -2,079 1,997 -1,597 3,128 0,590
176) Itaperuna (RJ). .. .............. -3,419 4,512 -6,165 -1,365 0,235 0,519 -4,120 -0,662 -3,207 0,243 -2,204 -0,149 0,264
177) Itapetinga (BA) ................. --4,091 4,698 -5,624 -1,627 -3,109 3,277 0,953 -0,240 -1,367 1,136 -2,349 0,611 -0,723
178) Itapira (SP) ..................... -1,714 -5,637 0,439 3,017 -0,622 -0,776 -1,392 -1,167 -0,899 -1,101 2,534 0,385 -0,804
179) laguna (RC) ..................... -4,490 4.902 -6,205 -2,880 -2,657 -0,736 -1,411 -1,544 -1,849 -0,624 -1,286 -1,210 -0,148
180) Macaé (RJ) .................. -3,917 2,437 -5,842 0,125 -1,047 -0,033 -2,790 -1,988 -2,556 0,126 -0,983 -0,393 0,881
181) Mogi-Mirim (SP) ................. -0,952 -10,896 6,513 1,301 0,176 -3,221 2,209 2,600 3,415 -0,824 3,019 -0,500 -0,185
182) Moreno (PE) .................... -4,212 7,461 -11,639 22,073 -6,408 8,519 -7,202 -9,317 -6,757 -1,008 -5,247 -0,795 -0,671
183) Nar.uque (MG) .................. -4,068 8,396 -8,050 -1,703 -·1,167 1,369 3,905 -0,252 -4,732 3,863 -1,609 1,304 0,210
184) Oswaldo Cruz (SF) ............... -3,610 -1,741 -0,784 -3,501 10,534 -3,859 -0,061 4,268 2,969 0,107 0,535 -1,349 0,135
185) Palmares (PE) .................. -4,031 5,749 -8,181 0,181 -4,291 5,961 -4,106 -3,570 -3,900 0,045 -2,919 0,731 -0,069
186) Palmeira dos Índios (AL) ......... -3,006 5,876 -6,416 -1,232 -3,669 5,891 -3,905 -2,066 -4,297 -0,683 -2,341 -0,073 -0,717
187) Pará de Minas (MG) ............. -3,422 -2,371 -1,072 1,781 -2,972 -0,151 -2,454 0,331 -0,175 0,132 2,124 -0,840 0,415
188) Paulo Afonso (BA) ............... -5,214 7,158 -6,132 -2,120 -2,516 6,669 -0,312 -4,055 -3,005 15,481 -0,934 1,139 -0,309
189) Penedo (AL) .................... -5,078 3,641 -4,470 -1,777 -2,360 4,738 -4,202 -1,703 -1,493 -0,314 1,495 -1,336 0,361
190) Pesqueira (PE) .................. -4,008 7,195 -9,074 1,063 -3,118 6,070 -5,015 -4,546 -4,212 -0,634 -3,508 -0,825 -0,338
191) Pindamonhangaba (SP) ........... -2,741 -4,185 -1,541 0,108 -1,112 -1,136 2,238 -1,093 0,995 -0,525 0,573 -0,009 O,'WO
192) Piraçununga (f'P) ................. -1,947 -6,955 3,893 0,725 -1,281 -1,657 -1,249 1,246 4,056 -1,509 1,584 -0,149 0,292
193) Porto Velho (RO) ................ -3,683 9,637 -7,090 -1,980 -3,684 3,191 2,523 -2,151 -4,372 1,074 -2,462 1,867 0,201
194) Pouso Alegre (MG) .............. -·2,564 -5,546 6,274 -2,582 -1,615 -3,772 -0,040 -1,327 2,593 -0,921 3,827 -0,635 -0,210
195) Propriá (SF) ..................... -4,480 4,631 -5,302 -0,927 -2,216 4,30~ -2,848 -0,970 -0,630 -0,257 -0,771 -1,293 0,086
196) Santa Cruz do Sul (RE) .......... -1,595 3,194 -3,999 -0,575 1,027 -4,009 1,530 2,989 -2,234 -0,489 -2,304 0,424 -0,396
197) Santiago (RS) ................... -3,733 4,224 -4,573 -2,390 2,003 -1,523 1,065 -2,062 -2,218 0,307 1,346 -0,291 0,663
198) flanto Amaro (BA) ............... -4,090 5,181 -8,365 3,011 -4,400 5,107 -3,248 -5,466 -4,127 -0,051 -2,633 -1,303 -0,453
199) Rio Branco (AC) ................. -4,150 10,000 -7,156 -1,859 -3,411 2,530 -1,446 -2,413 -3,504 0,671 -1,281 1,089 0,551
200) Rio Largo (AL) .................. -4,195 7,040 -10,666 22,476 -5,245 7,627 -6,308 -7,996 -5,640 -1,035 -5,373 -0,642 -0,146
201) Rio Tinto (PB) ................. -4,028 6,670 -·11,709 32,958 -5,947 7,742 -8,016 -9,189 -5,347 -1,058 -5,832 -1,053 0,068
202) Rosário do Sul (RS) ............. -4,051 3,243 -4,759 -0,098 6,960 -2,623 -3,333 0,143 -0,193 0,849 -1,690 -0,194 0,03±
203) Três Corações (MG) .............. -4,342 -3,207 -2,494 0,266 6,647 -2,073 -4,638 -0,849 -0,011 1,618 4,429 -0,964 0,374
204) União da Vitória (PR)* .......... -2,609 4,474 -3,297 -1,831 -1,038 -2,665 2,595 1,604 -2,011 0,088 -0,228 -0,503 -0,477
205) Vacaria (RJ) ..................... -3,120 3,239 -4,534 -1,977 -0,647 -2,183 3,671 0,372 -2,572 0,997 -1,046 0,791 0,186
206) Valença (RJ) .................... -3,068 -3,424 -2,608 3,263 -2,692 -0,850 -3,952 -1,971 -1,385 -0,015 1,879 -0,936 0,145
207) Valença (BA) ................... -4,522 6,151 -9,347 4,358 -5,006 5,089 -5,262 -4,962 -4,371 -0,512 -3,716 -0,963 -0,509
208) Votuporanga (tP) ................ -3,132 -1,797 0,392 -3,364 5,079 -2,699 -0,192 2,922 1,280 0,561 1,887 -0,470 0,560
209) Timóteo (MG) ................... -3,011 -2,774 -2,234 10,141 2,259 -0,923 3,496 -8,137 -1,162 8,463 -1,615 -0,067 0,287
1-'
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BIBLIOGRAFIA
1) FAISSOL, Speridião - Revista Brasileira de Geografia, ano 32, n. 0 4
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senvolvimento Econômico: Um Modelo de Organização Espa-
cial do Brasil - Boletim Geográfico, n. 0 223. Julho-Agosto de
de 1971, p~ 25/5&
60) BERRY, ]. L. Brian - Location, size, and shape of cities, op. cit.
p. 258.
121
SUMMARY
The A. divided this paper in three main parts: the first, besides the introduction, which
cxplain the ,ç.urpose of the search, it encloses the theoric and methodo!ogical basis which
have served as a based to the study. The basic premise, theoric conceptual, is that of close
relation between the systems of towns and the national and regional economic develop-
ment, treated both in a systemic context, interrelated and interdependent. Following the A.
discusses the various theoric aspects of the structure of the system of towns and its relations
with the characteristic of the town itself, based on numerous empiric verifications and
theoric formulations already dveloped, since those refferring to equilibrium, size, hierarchy
in the system, till to the main hipothesis adopted that the brazilian model is fitted to the
conceptions of a process of center-periphery type.
Yet, in this theoric-methodological part the A. presents the methodology utilized: factor
analysis and its analytic complements (dimensional and grouping), discussing not only the
details of the followed method, but yet its implications in the validity of the analysis, in
the partia! results and in the prepare of the search itself.
The second part of the work presents the principal results of the search: its begins with
an analysis of each one of basic dimensions found in the urban system and finishes trying
to define a hierarchic arder and a polarization in the system. According to the hypothesis
adopted, a basic dimension has emerged from the analysis - functional size of the towns
- obtained by association of a number of variants which describe the various camponents
of this size and that are listed in appendixes. Comparings are made among severa! towns,
trying to explain differences of size not coincidents with a mere populacional size. Two
other dimensions are yet discussed with mere detail: the first is related to the levei of
development, o r to the economic structure, to wha t called socio-economic. Essentially, this
two dimensions have, by one side, divided Brazil in a developed nucleous and in an under-
veloped one by other.
Other important dimension -r:-ointed out in the work is refferring to the functional spe-
cialization: lndustry, on one side, and trade and services on other. It appears in more of
one factor and shows, in some of them, a certain dichotomy of the industrial process bet~
ween modern and traditional industries.
In the following chapter the A. examines the importance of the functional size of the
towns in the polarization effects on its area of influence.
The conclusion reaffirms the division of Brazil in four sub-systems of towns: 1 -
those from the main necleous of developmente, centered in São Paulo; 2 - those from its
close periphery, characterized by a Iesser industrial specialization and Iesser diversification;
3 - those from the Northeast secondary necleous, stretching out, in a narrow belt, from
Salvador to Natal; and 4 - these from the more distant periphery, far-off and economically
retarded.
RESUMÉ
L'article est divisé en trais parties essentielles: la premiere, en plus d'une introduction
explicative des objetifs de la recherche, contient Jes fondements théoriques et méthodologi-
ques qui servirent de base à I'étude. La prémisse qui constitue !e fondement théorique
conceptuel est celle de l'étroit rapport entre !e systême des villes et !e développement écono-
mique national et régional, étudiés dans un contexte systématique, !e systeme et !e déve-
Ioppement sont Iiés entre eux et sont interdépendants. Ensuite, l'auteur étudie les divers
aspects théoriques de Ia structure du systême des villes et leurs rapports avec les caractéris-
tiques de Ia ville elle-·même, en utilisant Ies nombreuses vérifications empiriques et Ies for-
mations théoriques déjà développées, depuis cel!es que se rapportent à l'équilibre, à Ia gran-
deur, á l'hiérarchie dans un systeme, jusqu'à l'hypothése principale laquelle admet que le
modele brésilien s'adapte aux conceptions d'un preces du type centre-périphérie. Encare dans
cette partie théorique I'auteur expose Ia méthodologie qu'il employa - Analyse Factorielle et
ses compléments analytiques (Dimension et Groupement), en discutant non seulement les
détails de la méthode suivie, mais aussi leurs implications quant à Ia validité de l'analyse,
quant aux résultats partíeis et quant à l'organisation elle-même de la recherche. Dans Cette
étude se trou v e encere une analyse des pôles.
Dans Ia sconde partie l'auteur nous décrit les resultats essentiels de la recherche: i!
commence par une analyse de chacune des dimensions fondamentales qu'il rencontra dans
!e systême urbain et i! termine en chercant à définir un ordre hiérarchique et une po•Jarisa-
tion dans !e systême. D'aprés les hypotheses adoptées une dimension fondamentale émergea
122
de l'analyse. - Grandeur Fonctionnelle des Villes - obtenue par l'association d'un nombre
de variables qui décrivent les divers compomnts de cette grandeur et dont la liste se trouve
en appendice. Les comparaisons sont faites entre diverses villes, en cherchant à expliquer
les différences de grandeur non coincidentes avec une simple grandeur de population. Deux
autres dimensions ont été encare discutées avec ,:ç-lus de détails: la premiére se référe au
niveau de développement ou structure économique et la seconde a été dénommée socio-
économique. Ces deux divisent essetiellemente le Brésil, d'un côté un noyau dévelo•ppé et de
l'autre un sous-développé.
Une autre dimension importante citéee cl.ans l'article se rapporte à la spécialisation fonc-
tionnelle, d'une part l'industrie et de l'autre le commerce et les services. Elle apparaít en
plus d'un facteur et naus montre, en quelqu'uns d'entre eux, une certaine dicotomisation
du procés industries modernes et celles encare traditionnelles.
Au chapitre suivunt l'auteur considére l'importance de la grandeur fonctionnelle des
villes quant aux effects de polarisation dans leur zone d'influence.
Pour conclure il insiste sur la division ·du Brésil en quatro sous-·systémes de villes, I -
celles du noyau principal de développement, dont le centre se trouve à São Paulo; 2 -
celles de la péripherie immédiate de São Paulo caractérisées par une moindre spécialisation
industrielle et une moindre diversification, 3 - celles du Noyau secondaire du Nordeste, qui
s'ettend de E•alvador à Natal, dans une étroite bande de terre, 4 - celles de la périphérie
la plus réculée, distante et économiquement en retard.
123
Climatologia da Região Norte
Introdução à Climatologia Dinâmica
Subsídios à Geografia Regional do Brasil
EDMON NIMER
Geógrafo do IBG
INTRODUÇÃO
esde que o homem europeu descobriu a Amazônia, há
D mais de 400 anos, suas opiniões têm variado de um ex-
tremo a outro. Ora ele louva ora ele condena aquele
vasto mundo de selvas e rios. Para muitos naturalistas do século XIX
era o país das maravilhas da natureza, de notável variedade de fauna
e flora sem igual em outra região do mundo. Para os barões da borracha
dos dias do boom da aurora deste século ela foi uma fonte de riqueza,
jorrando luxo e prazeres, enquanto que para os índios escravizados e
nordestinos contratados daquela época foi um inferno terreno, cuja
permanência ali equivalia a condenação à morte.
Nas três últimas décadas deste século os homens têm chegado a
Amazônia com uma bagagem de ciência e tecnologia, procurando de-
belar doenças, melhorar o transporte fluvial, aumentar a produção
de alimentos e estabelecer plantações de borracha, juta e outras cul-
turas industriais. Com este último objetivo nenhum esforço foi feito,
e com tanto desapontamento, do que aquele de aumentar a colheita da
125
pleto que seja, não basta para a compreensão de seu clima. Este não
pode ser compreendido e analisado sem o concurso do mecanismo at-
mosférico, seu fator genético por excelência, objeto de estudo da Me-
teorologia Sinótica. Até mesmo a influência dos fatores estáticos, tais
como relevo, latitude, continentalidade ou maritimidade, é exercida em
interação com os sistemas regionais de circulação atmosférica.
Por isso iniciaremos este estudo com uma suscinta análise dos
principais sistemas de circulação atmosférica que, por sua atuação di-
reta, exercem um importante papel na variação de composições climá-
ticas na Amazônia, no tempo e no espaço.
Através do setor oriental da Região Norte sopram, periodicamen-
te, ventos de E a NE do anticiclone subtropical semifixo do Atlân-
tico Sul e do anticiclone subtropical semifixo dos Açores. Em vir-
tude de possuírem uma subsidência superior e conseqüente inversão
de temperatura, tais ventos são acompanhados de tempo estável.
No setor ocidental predomina a massa de ar equatorial (m Ec), *
formada pela convecção termodinâmica dos ventos de NE do antici-
clone dos Açores e da convergência intertropical (CIT).
Esta massa de ar, pela forte umidade específica e ausência de
subsidiência superior está, freqüentemente, sujeita a instabilidades cau-
sadoras de chuvas abundantes.
No interior desta massa de ar, as chuvas são provocadas por de·
pressões dinâmicas denominadas linhas de instabilidades tropicais (IT)
induzidas em pequenas dorsais. No seio de uma linha de IT o ar em
convergência acarreta, geralmente, chuvas e trovoadas, por vezes gra-
nizo, e ventos moderados e fortes com rajadas que atingem 60 a 90
km/hora.
Tais fenômenos são comuns em todo o Brasil tropical, principal-
mente no seu interior, no período que se estende de meados da prima-
vera a meados do outono, porém são mais mais freqüentes e regulares
no verão (dezembro a fevereiro), quando há um decréscimo geral de
pressão, motivado pelo forte aquecimento do interior do continente.
Na Amazônia tais correntes de perturbação atmosférica são comuns
durante todo ano ao sul do equador, porém bem mais constantes no
verão.
Sua origem parece estar ligada ao movimento ondulatório que se
verifica na frente polar ao contacto com o ar quente da zona tropical.
A partir dessas ondulações formam-se, ao norte da frente polar, uma
ou mais IT sobre o continente. Após formadas, elas se deslocam com
extrema mobilidade até 60 km/hora, embora elas possam, por vezes,
permanecer semi-estacionadas. À medida que a frente polar caminha
para o equador, as IT se deslocam para E, ou mais comumente para
SE, anunciando com nuvens pesadas e em geral chuvas tipicamente
tropicais a chegada da FP, com antecedência de 24 horas, a qual, no
entanto, pode não chegar principalmente às latitudes mais baixas.
126
Tais chuvas se verificam, geralmente, no fim da tarde ou incio da
noite, quando, pelo forte aquecimento diurno, intensificam-se a radia-
ção telúrica e, conseqüentemente, as correntes convectivas. Ao contrá-
rio das chuvas frontais (provocadas pela ação direta das frentes pola-
res) que costumam ser intermitentes durante todo dia (às vezes dois
e raramente 3 dias), as chuvas de IT duram poucos minutos, raramen-
te ultrapassando 1 hora, sob céu quase ou completamente encoberto
por pesados e grossos cumulusnimbus.
O mais importante local de origem destas correntes perturbadas,
na Amazônia, é o fator ocidental onde, após formadas, elas se deslo-
cam comumente, para E ou SE, até o centro da Região. Outro local
também muito importante situa-se sobre o Pará, daí se deslocando,
em geral, até o Maranhão; porém, raramente até o sertão do Nor-
deste.
Outro sistema de circulação muito importante vem do norte, e é
representado pela invasão da CIT, zona de convergência dos ventos do
anticiclone dos Açores e do anticiclone do Atlântico Sul. Tais corren-
tes, responsáveis por aguaceiros, têm sua posição média sobre a hemis-
fério Norte, porém no inverno, outono e verão, especialmente no outo-
no, elas descem com freqüência para o hemisfério Sul. Embora atinjam
o extremo sul da Região, a grande intensidade de sua freqüência é
limitada ao setor norte da Região, sendo tanto maior a nordeste, sobre
o Amapá e norte do Pará. A exemplo das chuvas de IT, as chuvas da
CIT são de notável concentração no tempo e no espaço, porém estas
são, geralmente, mais intensas e pesadas do que aquelas.
Finalmente, o sistema de correntes perturbadas de S. Tais corren-
tes são representadas pela invasão do anticiclone polar com sua
descontinuidade frontal, denominada frente polar. A fonte desses anti-
ciclones é a região polar de superfície gelada, constituída pelo con-
tinente antártico e pela banquiza fixa. De sua base anticiclônica di-
vergem ventos que se dirigem para a zona depressionária subantártica,
originando, nessa zona ocupada pelo "pack" e por outros gelos flutuan-
tes, as massas de ar polar. Dessa zona partem os anticiclones polares
que periodicamente invadem o continente sul-americano com vento de
W a SW nas altas latitudes, mas adquirindo, com freqüência, a dire-
ção S a SE, em se aproximando do trópico sobre o território brasileiro.
De sua origem e trajetória (SW-NE) até chegar a Região Norte,
derivam suas propriedades. Em sua origem, estes anticiclones possuem
subsidência e forte inversão de temperatura e o ar é muito seco, frio
e estável. Porám em sua trajetória ele absorve calor e umidade colhi-
dos da superfície do mar, aumentados à medida que caminha para o
equador. De sorte que, já nas latitudes médias a inversão desaparece e o
ar polar marítimo torna-se instável. Com esta estrutura e propriedades
o anticiclone polar invade o continente sul-americano, seguindo duas
trajetórias diferentes: uma a oeste dos Andes, outra a leste dessa
cordilheira, após transpô-la ao Sul do Chile.
Com orientação NW-SE sua frente, ou descontinuidade frontal,
invade a Região Norte com ventos do quadrante sul, provocando chu-
vas frontais acompanhadas de sensível queda de temperatura. Tais
frentes atingem o Acre, Rondônia e sul do Amazonas, no inverno.
Nesta estação os anticiclones mais poderosos consegueJm, embora
muito raramente, empurrar sua superfície frontal para além do equa-
127
dor geográfico, na altura do Estado do Amazonas, provocando as cha-
madas ondas de frio ou friagens. Fora do inverno, mas principalmente
no verão, o anticiclone polar dificilmente consegue empurrar sua fren-
te além do Acre e Rondônia, em virtude do aprofundamento da baixa
termodinâmica do Chaco, nesta época.
Deste mecanismo decorre, portanto, quatro sistemas de circulação
atmosférica:
··· As linhas ou "setas" que aparecem neste esquema representam as áreas onde a fre-
qüência daquelas correntes perturbadas são significativas. A maior densidade das li-
nhas exprime maior freqüência do fenômeno.
Para maiores informações a respeito das m-assas de ar, da fonte de origem, trans-
formação de estrutura e propriedades da frente polar ao longo de suas trajetórias
até alcançar as baixas latitudes, bem como de outro•s sistemas de circulação per-
turbada, recomendamos a leitura dos artigos "Climatologia da Região Sul" e "Clima-
tologia da Região Sudeste" - Introdução à Climatologia Dinâmica, Revista Brasileira
de Geografia 1971 e 1972 IBG - Fundação IBGE - Rio de Janeiro.
128
- ,
SISTEMAS DE CIRCULAÇAO ATMOSFERICA
PERTURBADA NA REGIÃO NORTE
ratura média anual inferior a 24°C. Neste aspecto o que bem caracteriza
esta Região são temperaturas que variam de 24 a 26°C, embora uma
larga faixa ao longo do médio e baixo curso do rio Amazonas ultrapasse
este último índice.
Esses importantes índices térmicos anuais resultam do fato de
que durante todo o ano as temperaturas se mantém mais ou menos
elevadas, destacando-se neste particular os meses de setembro a de-
zembro, período em que as médias mensais se elevam entre 26 a 280C
na maior parte do seu território.
Entretanto, em virtude da forte umidade relativa que caracteriza
esta Região (em torno de 80% durante todo ano) e da intensa nebu-
losidade (cobertura do céu em torno de 5/8), estes meses não registram
máximas diárias excessivas. Somente na área compreendida entre a
Zona do Médio Amazonas e o sudeste do Pará foram registradas tem-
peraturas máximas de 40°C, estas ocorrendo nos meses de setembro
e outubro, como mostra a fig. 3. *
* Os valores térmicos deste estudo são relativos às noTmais até 1942.
129
70° 65° 60° 55° 500 41::0
,
5o AUTOR: ADALBERTO SERRA TEMPERATURA MEDIA DOANO (°C) 50
( ATLAS CLIMATOLÓGICO)
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TEMPERATURA MINIMA ABSOLUTA DO ANO (°C)
AUTOR: EDMON NIMER
COLABORADORES: ARTHUR A. P. FI LHO
JANINE Nl. DA CRUZ
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54°
100 200 300 400 500 Km
46°
DivEd/D-J.A.C.
Enquanto setembro e outubro são os meses mais quentes, junho
- julho - agosto se constituem no período mais ameno, embora ne-
nhum destes meses apresente temperatura média inferior a 22oc. Con-
tudo, isto não significa que não ocorra frio na Amazônia. Não obstante
as temperaturas médias superiores a 22°C, esses meses costumam re-
gistrar mínimas diárias inferiores a 12oc na zona meridional da Re-
gião, do Acre ao sul do Pará, por ocasião da invasão de anticiclone
polar de trajetória continental, muito comum no inverno. Nestas zonas
os termômetros já desceram a 0°C na chapada dos Parecis, conforme
se pode observar na fig. 4.
Convém observar que durante o inverno toda a zona meridional
da Região Norte, em especial o setor sudoeste (Rondônia, Acre e parte
do Amazonas) é freqüentemente invadido por tais anticiclones de ori-
gem polar, após transpor a cordilheira dos Andes, ao sul do Chile.
Alguns são excepcionalmente poderosos e provocam o chamado fenô-
meno da friagem, caracterizado por forte umidade específica e re-
lativa, acompanhada de chuvas frontais e sucedidas por tempo bom
e extraordinária queda de temperatura que atinge a mínimas como
aquelas citadas.
Estudando as friagens, SERRA e RATISBONNA (1945) escreveram:
Com a entrada do grande anticiclone polar, de movimento lento, de-
vido a reduzida energia de que é dotado nas baixas latitudes, a pres-
são sobe, atingindo valores elevadíssimos para a região, e perturbando
a marcha normal da maré diurna. A temperatura cai e, sob o vento
fresco que passa a soprar de Sul, o céu atinge 10 partes de nuvens
stratus e stratucumulus ou mesmo de altustratus, caso seja muito ele-
vada a invasão fria. Sob a lenta velocidade da frente, o sistema de
nuvens persiste sem se desmanchar, provocando chuvas frontais. A
chuva frontal termina, logo substituída por leve chuvisco ou nevoeiro.
Com céu ainda encoberto pela presença da frente, resulta a fraca am-
plitude térmica diurna, com máxima baixa e mínima ainda elevada.
A umidade relativa permanece em torno de 97%, podendo, aliás, ser
menor. Só daí a um ou dois dias, quando o anticiclone avançou muito
para o norte ou nordeste, diminui sua turbulência anterior, seguindo-
se a limpeza do céu que produz finalmente, pela intensa radiação da
noite, as baixíssimas mínimas da friagem. Elas não se mantêm, con-
tudo, não só pela destruição do anticiclone polar, como ainda porque
a massa de retorno à sua retaguarda e a fraca nebulosidade permitem
o aquecimento solar que acaba com o fenômeno. Este dura, em média,
4 dias.
Embora a passagem de frentes frias seja muito comum no inver-
no, o fenômeno da friagem não é muito freqüente. A este respeito
os referidos pesquisadores fizeram um estudo utilizando informações
de 30 anos consecutivos da estação meteorológica de Sena Madureira,
situada no território do Acre na latitude de 9os, chegando às seguintes
conclusões: Sena Madureira "é mais freqüentemente atingida (pelas
friagens) em maio, junho e julho (época em que o Sol está no outro
hemisfério setentrional) e é mais fácil a queda da temperatura à noi-
te". "Tornam-se raros os anos de 3, 4 ou 5 friagens": "O valor médio
é de 2,4% ao ano".
133
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MÉDIA DAS MÍNIMAS DE JULHO (°C)
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• AUTOR:ADALBERTO,SERRA
( ATLAS CLIMATOLOGICO )
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Por isso, os declínios extremos de temperatura são muito raros,
uma vez que as médias das mínimas diárias nesses meses são muito
superiores àqueles valores absolutos, conforme demonstra a Fig. 5, re-
lativa às médias das mínimas de julho.
Neste mês, o mais representativo do inverno para a maior parte
da Região, as médias das mínimas variam, na zona meridional, de 18
a 14oc, embora seja de 12°C, aproximadamente, no sudeste de Rondô-
nia, sobre a Chapada dos Parecis. Fora dessa zona, a média das míni-
mas de julho varia de 18° a 23oc, crescendo para o norte da Região.
Se por um lado a variação anual da temperatura não é muito im-
portante, o mesmo não acontece com as variações diurnas. Este fato
é, aliás, uma das características particulares dos climas das regiões de
baixas latitudes. Decorre daí a constatação de RIEHL (1954): "Na fai-
xa equatorial é o ciclo de temperatura diurna que governa os hábitos
da vida através do ano".
De fato, nas latitudes equatoriais, embora a variação diurna da
temperatura permaneça, em qualquer estação do ano, em torno de 1°C
sobre o continente ela excede, de muito, a amplitude estacionai.
Tomando por base a média das máximas e das mínimas diárias
verificamos que a média da amplitude térmica diurna na Região Norte
do Brasil, durante o ano, varia muito, entre 8 e 14oc.
Além da direção predominante do vento e de sua velocidade, os
fatores locais que governam o curso diurno da temperatura são a to-
pografia, a altitude, a natureza do solo e a nebulosidade. Quanto mais
seco e calmo forem os ventos predominantes, quanto mais plana for
a topografia, quanto mais baixa for a altitude do lugar, quanto mais
raso e pedregoso for o solo, quanto menos coberto e desprotegido por
vegetação arbórea e quanto mais distante estiver o lugar da influên-
cia de vastas superfícies líquidas, tanto maior será a amplitude diária.
No caso da Região Norte a topografia e a altitude baixa favorecem o
aumento da amplitude diurna, entretanto, a natureza do solo, pro-
fundo e coberto pela vegetação pujante da selva, e a notável rede de
rios largos, além da forte nebulosidade durante todo o ano, agem em
sentido contrário. É bem verdade que na Amazônia predominam cal-
marias, porém o ar está diariamente muito carregado de umidade. Por
esses motivos a amplitude térmica diurna na Amazônia é um pouco
inferior às registradas em outras regiões da zona equatorial do mundo,
como por exemplo no sertão semi-árido do Nordeste do Brasil, abaixo
das latitudes de 10 a 12° Sul.
Tais fatores frenadores da amplitude térmica diurna na Amazô-
nia são, de um modo geral, mais ativos quanto mais próximo o lugar
esteja das margens do rio Amazonas. Decorre daí o fato de que a mé-
dia da amplitude térmica diurna, durante o ano, em Belém goC) e
em Manaus (8,7°C) é bem inferior a que se verifica em Sena Madu-
reira, Estado do Acre 13,5°C. ':'
De qualquer forma, a oscilação térmica entre os dias e as noites
na Região Norte do Brasil é de amplitude bem maior do que a oscila-
* Cumpre dizer que, em virtude da variação entre a temperatura do dia e da noite
na zona de latitudes baixas ser muito sensível àqueles fatores acima citados, é na-
tural esperar que este fenômeno se comporte de modo muito diferente no interior
da Am.azônia. RrEHL (1954) diz que uma tão extrema variedade, mesmo dentro de
pequenas distâncias, "ilustra o lugar importante que o clima local ocupa na me-
teorologia tropical".
135
çao estacionai, principalmente quando verificamos a amplitude que é
registrada nos dias que sucedem as chuvas frontais de inverno, quando
o ar mais seco permite forte insolação diurna e intensa radiação no-
turna. Este fenômeno, aliás, concorre para a maior média da ampli-
tude térmica diurna de Sena Madureira, local que, como vimos, está
mais sujeito à invasão de anti-ciclone polar, por estar situado a su-
doeste da Região Norte . *
Neste ponto torna-se necessário alguns esclarecimentos. Neste trabalho não consta
uma análise sobre a amplitude térmica anual pelos seguintes motivos: seria muito
fácil para nós considerarmos a amplitude térmica anual como sendo a diferença
entre a temperatura média do mês mais quente e do mês mais frio baseado em
norrrw.is climatológicas conforme vem sendo, desde muitos anos, considerado por di-
versos autores em todo o mundo. Entretanto, este método tradicional, embora apre-
sente resultados mais ou menos corretos no que diz respeito à tendência geral da
distribuição deste fenômeno no espaço geográfico, não reflete nenhuma verdade sobre
o mesmo. Os valores da amplitude encontrados através deste método são completa-
mente falsos por dois motivos: 1.") tanto na temperatura média do mês mais quente
como na temperatura média do mês mais frio estão contidos todos os registros da
temperatura durante 24 horas, até mesmo as máximas e as mínimas. 2. 0 ) este mé-
todo pretende encontrar a normal da amplitude utilizando outras normais (das
médias mensais), o que constitui um contra-senso. Sendo assim é fácil compreender
que a amplitude térmica anual baseada nesse método é muito modesta em relação
aos valores realmente verificados.
os valores da amplitude diurna encontrados através deste método são tão ar-
tificiais que não merecem maiores críticas. A única maneira que permite medir a
média da amplitude térmica diurna consiste em medir a amplitude de cada dia
(diferença entre a máxima e a mínima) e, a partir daí, obter a média da am-
plitude diUrna de cada mês e ano. Somente, então, com base nestes últimos valores,
chegaremos a conhecer as normais deste fenômeno. Assim procedencjo, obteremos
não apenas as verdadeiras normais da amplitude térmica anual e mensais, como
ainda nos será permitido conhecer os índices de maior freqüência e os mais raros,
tanto no que diz respeito às amplitudes de cada ano e de cada mês em todos os
anos, conforme o método dinâmico da climatologia moderna.
A medição da amplitude térmica anual e diurna através deste método não foi
ainda realizada no Brasil e o tempo necessário a sua execução não permitiu que
tais estudos fossem incluídos na análise climatológica deste trabalho. Contudo,
esperamos assim proceder baseados nas pesquisas a serem brevemente iniciadas com
esta finalidade, no Setor de Climatologia da Fundação IBGE. Por hora, estudamos
a temperatura atmvés de novos enfoques que, embora não invocando todos os as-
pectos importantes do seu regime anual, nos forneceu uma idéia quase completa
da real variação deste fenômeno, inserido nas características climáticas da Região
Norte.
136
111- DOMÍNIO DE CHUVAS ABUNDANTES
Se em relação à temperatura, a Região Norte apresenta, como vi-
mos, uma certa homogeneidade espacial e estacionai, ou seja, pouca
variedade térmica ao longo de seu território e uma variação estacio-
nai pouco significativa, o mesmo não acontece em relação à pluvio-
sidade.
Em virtude dos sistemas de circulação perturbada que descreve-
mos, a Região Norte constitui-se no domínio climático mais pluvioso
do Brasil, ou seja, o de maior total pluviométrico anual, conforme se
pode observar na fig. 6, relativa ao mapa de isoietas anuais. Este as-
pecto é mais importante no litoral do Amapá, na foz do rio Amazonas
e no setor ocidental da Região, cuja pluviometria excede a 3.000 mm.
Entre ambos, um "corredor" menos chuvoso, de orientação NW-SE,
de Roraima a leste do Pará, passando pela zona do médio Amazonas,
apresenta um total com cerca de 1.500 a 1.700 mm. As áreas mais
pluviosas são justamente aquelas onde com mais freqüência se dá a
sobreposição das chuvas de W da mEc e de N da CIT. O citado "cor-
redor" menos chuvoso corresponde à área onde são menos freqüen-
tes as chuvas desses dois sistemas de circulação.
Entretanto, essas precipitações não se repartem igualmente du-
rante o ano. As médias da amplitude pluviométrica anual (diferença
entre a pluviometria do mês mais chuvoso e do mês menos chuvoso)
é das maiores do Brasil, sendo mais notável no sul entre os Estados
do Amazonas e Pará (300 a 400 mm) e no litoral do Amapá e foz do
rio Amazonas (500 a 660 mm). Estes últimos índices são os maiores do
Brasil (fig. 7). Apenas o setor noroeste do Estado do Amazonas possui
amplitude .insignificante (200 mm). Trata-se de área onde a circula-
ção de oeste se mantém mais constante durante todo o ano.
Embora o período chuvoso na Região Norte seja representado pe-
los meses do verão-outono, ao norte dos paralelos de 2 a 5° Lat. Sul
o máximo pluviométrico geralmente se dá no outono e o mínimo na
primavera. Este regime pluviométrico decorre do seguinte: no ou-
tono, além da incidência de chuvas de oeste de IT da mEc ser um pou-
co maior que no verão, estas chuvas se combinam com as chuvas de
norte da CIT que, no outono, possuindo uma posição média mais me-
ridional, atingem mais freqüentemente as áreas setentrionais da Re-
gião Norte. Ao contrário, na primavera as correntes pertubadas de N
(CIT) acham-se muito deslocadas sobre o hemisfério Norte e raramen-
te descem ao hemisfério Sul, ficando a Região Norte na dependência
quase que exclusiva das chuvas de oeste de IT, que nesta época do
ano começam a rarear ao norte daqueles paralelos.
Ao sul dos referidos paralelos o máximo pluviométrico se dá no
verão e o mínimo no inverno. Este regime resulta do seguinte: du-
rante o verão, enquanto diminui a incidência de chuvas de oeste ao
norte daqueles paralelos, ao sul dos mesmos ela aumenta. Ao con-
trário, no inverno, a mEc estando deslocada para NW, sobre a Co-
lômbia, sua circulação de W propicia chuvas freqüentes apenas a oeste
do Estado do Amazonas, especialmente a noroeste. Sendo assim, o ve-
rão fica na dependência quase exclusiva das chuvas do sistema de cir-
culação de N que, como vimos, possui forte declínio para o S, e das
chuvas do sistema de circulação S das frentes polares, cujas invasões,
além de serem pouco numerosas, acarretam chuvas geralmente pouco
copiosas.
137
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Autor: Edmon Nimer
ISOIETAS ANUAIS
Colaboradores: Arthur A.P. Filho
Janine M da Cruz 2000
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AMPLITUDE PLUVIOMÉTRICA
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Autor, EOMON NIMER
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Autor: Edmon Nimer
EM RELAÇÃO A NORMAL ( 0/o)
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DESVIOS POSITIVOS
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144
anos de fortes desvios positivos pode desaperecer o período seco, pelo
menos nas áreas cuja normal não excede a 3 meses secos, enquanto
que nos anos de fortes desvios negativos toda Região está sujeita à
seca, inclusive aquelas áreas onde a normal indica que a seca é ine-
xistente. Nestes anos, as áreas de três meses secos, em média, devem
ter seu período seco bem mais prolongado.
145
quente possui áreas bem diferenciadas que determinam 3 fácies ou sub-
domínios climáticos: superúmido sem seca (área ocidental da Amazônia
e Belém, capital do Pará); superúmido com subseca (periferia dessas
áreas); úmido com 1 a 2 meses secos (maior parte do nordeste do Pará
e do Amapá); úmido com 3 meses secos (amplo corredor que se estende
de Roraima ao sul do Pará, além de Rondônia e leste do Acre) , e semi-
úmido com 4 a 5 meses secos (leste de Roraima).
Considerando a marcha estacional de precipitação e os sistemas
de circulação atmosférica que lhes dão origem, verificamos que os cli-
mas superúmidos (sem seca ou com subseca) e os climas úmidos (com
1 a 2 ou 3 meses secos) são caracteristicamente equatorial, embora estes
últimos apresentem caráter transicional para tropical, tornando-se ti-
picamente tropical na área de clima semi-úmido (com 4 a 5 meses se-
cos). Verificamos ainda que no clima equatorial tanto no superúmido
quanto no úmido, os paralelos de 2 a 5° sul dividem a Região Norte
em duas zonas: ao sul o máximo pluviométrico se dá no verão e o mí-
nimo no inverno (regime característico do Brasil Central); enquanto
que ao norte o máximo se verifica no outono e o mínimo na primavera
(regime característico da zona equatorial sul-americana).
Considerando em conjunto os regimes térmico e pluviométrico, ou
seja: a média compensada do mês mais frio; a existência ou não de
seca; a duração dos períodos secos; a marcha estacionai das precipita-
ções e os sistemas de circulação atmosférica, chegamos ao seguinte
quadro climático na Região Norte.':'
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Superúmido ..
{ Sem seca
Com subseca
Equatorial
QUENTE ...
{ De 1 a 2 meses secos
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Úmido ..... ......
De 3 meses secos
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Semi-úmido ..... ... De 4 a 5 meses secos Tropical
Conclusões
Nas últimas páginas desta unidade III aparecem alguns gráficos ombrotérmicos
representativos das diversas variedades climáticas que compõem o quadro climático
da Região Norte (figs. 13-1 a 13-8).
146
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Fig 13 -I TARAQUÁ (AM )-Clima QUENTE e SUPER ÚMIDO Fig.13-2 TE FÉ ( AM)- Clima QUENTE e SUPERÚMIDO Fig 13-3 M AN!CO R É ( AM) - Clima QUENTE e SUPERÚMDIO
Tipo Equatorial-Sem Sêca com m(nimo pluviométrico 500 Tipo Equatorial- Sem Sâca com mlnino pluviometrico no inverno T1po Equatorial com Sub-Sªcono inverno mm
o c 500
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b=I0.6°C e= 23 9 °C 400 o =53 m d= 27 I °C
f = 3 4 96,6 m m b= I 4. 2°C e= 26.8°C
o c c= 38 1 °C
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F M s O N D F M A . M A S O N D F M A M A s o N D
Fig.13-4 MAUÉS (AM)-Ciimo QUENTE e ÚMIDO Tipo Fig 13-5 ALTO TAPAJÓS (PA)-Ciimo QUENTE e ÚMIDO Tipo FiQ.13-6 SANTARÉM (PA)-CiimoQUENTE e ÚMIDO Tipo
Tropical -Com sêca de primavera ( 2 meses) Tropical- Com Sê co de inverno { 2meses) Tropical-Com Sêca de primavera (3meses)
a= 99m d=24,9°C
o: 34m d = 26.4°C b= a. soe e= 24 .O °C a~ 21m d = 2 5. B°C
b = 12. 2°C e= 25.3°C c= 37. 8°C b=22.6oc e= 2!5. J °C mm
300
c: 39 0°C f= 2630,3mm f: 1973,3mm
200
100
30
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Fig.!3-7 CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA (PA)-Ciima QUENTE e Fig.l3-8 BOA VISTA ( RO) -Clima QUENTE e SEMI-ÚMIDO
ÚMIDO -Tipo Tropical-Com Sêca de inverno {3meses) Tipo Tropical -Com Sêca de inverno Boreal (5meses)
LEGENDA Fig. 13
o= 99m d= 26 5°C
b ~ ? e= 26,0 °C
400
a=altitude do pôsto
b=m{nima absoluta
o= 151m d=25.5°C c= máxima absoluta
o c b =li .7 °C e=24.9°C d=média do ano
c =39.8° c e=média do mês ma1s fno
f= altura média da prectpttação anual
~
20 altura da precipitação > !OOmm
Per (o do Úmido
alluro da precipitação""- !OOmm
lO 20
150
lização. Alegam alguns que a Amazônia, por ser região úmida e quen-
te, tem um clima insalubre, opondo-se, por isso, ao estabelecimento
de uma civilização progressista. Acontece que o clima da Flórida, pro-
gressista unidade dos USA é também quente e úmido durante, pelo
menos, a metade do ano. Quente e úmido é também o clima de largas
extensões da África do Sul e Sudeste da ÁSia, da Oceânia, da América
Central e de outras regiões da América do Sul que, não obstante sua
"insalubridade", tem sido, desde há vários séculos, motivo de interesse
de ocupação por parte de povos de regiões mais desenvolvidas. Se a
Amazônia, por seu clima quente e úmido, fosse imprópria às socie-
dades progressistas, a ampla região litorânea do Brasil tropical, esten-
dida da Paraíba ao Rio de Janeiro, por ser, também, quente e úmida,
não teria, igualmente, condições para abrigar a densa po:;;mlação que
nela vive, com alguns dos centros urbanos mais importantes do Brasil,
dentre os quais, Salvador e Rio de Janeiro que já foram capitais na-
cionais. Além disso, o Estado de São Paulo, a mais importante unidade
federada do Brasil, por sua população e desenvolvimento econômico,
possui, também, clima úmido e, na maior parte do seu território, qua-
se tão quente quanto à Amazônia, durante o verão climático que dura
de 4 a 5 meses.
Portanto, a impropriedade do clima na Amazônia carece de fun-
damento científico.
151
BIBLIOGRAFIA
1) GAUSSEN, H. e BAGNOULS, F. - "Saison Seche et indice Xerotermi-
que" pp. 47, Faculté de Sciences, Toulouse. 1953.
SUMMARY
Since the european has discovered the Amazon region, four hundred years ago, his opinion
about the climatic conditions of that region has varied from out to out. Sometimes he exalts,
sometimes he condemns that huge world of jungle anel. rivers.
The Amazon region, in Brazil, comprises a wide plain situated a little above the sea levei,
having its northern part crossed by the equator circle. It constitutes a region of regular
contact between the atmospheric circulation systems of the north and south hemispheres.
From these circunstances is derived their principal climatic characteristics: hot climate, humid
or super-humid, of equatorial type.
Taking into account the temperature regime, ali the region has a hot climate, once a
mean temperature over 2°0 is maintained ali the months. It is true that in the southern
areas of this reglon, especially the southwest, is common to verify abrupt and high decrease
of temperature in winter, when an intense polar anticyclone is spread over the area. However,
in view of the continuous high temperatures, and considering that the cond.itions above
mentioned are so rare, these conditions don't affect in a significant way the monthly averages,
in such a manner that determine a distinct climatic domination in this area, where the
thermic amplitude is very Iow, mainly when we compare with the diurna! amplitude, this
being very important.
Considering the humidity regime with the existence or not of a dry season, we verify
that this domination of a hot climate have weli differentiated. areas which determine three
cl!matic sub-odominions: super-humid, without drynesse; humid, trom one to two or three dry
month; and semi-humid, from four to five dry monts. This Iast one, in opposition of the
others comprises a relatively smali area. The geogmphical delimitation of these areas is being
prejudiced by the scarceness of weather stations in this region.
152
If the lack and scarceness of weather stations is not sufficient to put in doubt the
Amazon climate as for its conditions of hot and super-humid ar humid, the more dense
jungle and hydrographic net of the Earth, os their remarkable natural conseqences, besides
reasons of economic and politic arder, have contributed to make the Amazon climate one
of the less known, considering its peculiar çharacteristics. This has originated a serie of
concepts, partly wrong and even false of its climatic peculiarities, some of them are treated
in this paper.
RESUMÉ
Depuis que l'homme européen a découvert l'Amazonie, il y a 40C ans, ses opinions ont
changés d'un extreme à l'autre. Tantôt il exalte, tantôt il condamne ce vaste monde de
forêts et de fleuves.
L'Amazonie comprend une énorme plaine située presqu'au niveau de la mer, coupée par
le parallelle de l'équateur, constituant une région de permanent contact entre les systemes
de circulation atmosphérique des hémisphêres Nord et Sud. Ces facteurs sont les responsables
des principales caractéristiques du climat: . climat chaud, super-humide ou humide, de type
équatorial.
Si on considere le régime de température, toute la région possêde un climat chaud, puisque
la moyenne de la température des divers mais se malntient supérieure à 22°0. Cependant, on
vérififie que les zones méridionales de la région, surtout !e sud-ouest, enrégistrent fréquemment
de brusques et fortes baisses de température quand, en hivers, elles subissent l'invasion du
puissant anticyclone polaire. Mais, en raison des constantes températures élêvées, ces occurrences,
qui sont rares, n'arrivent pas à avoir sur les moyennes une action capable de déterminer un
domaine climatique distinct: !'amplitude thermique annuelle est três basse surtout quand on
Ia compare à !'amplitude diurne qui est três importante.
Cependant, si on tient compte du régime d'humidité, ayant ou non une saison séche,
on observe que ce domaine de climat chaud possêde des zones três différentes qui déterminent
3 faciês ou sous-domaines climatiques: super-humide avec sécheresse, ou avec sous-sécheresse,
hum~de avec rt à 2 mois secs, ou 3 mais secs et semi-humide avec 4 à 5 mois secs.
ce cÍ.ernier, au contraíre des autres, occupe une zone rel.ativement petite. Mais la rareté
de bureaux d'observation météorologique dans la région est préjudiciable à l'exacte délimitation
géographique de ces zones.
Si d'un côté, malgré la déficience de la distribution géographique des bureaux météorolo-
giques, on admet Ia nature chaude et super-humide, ou humide de l'Amazonie, d'un autre
côté Jes plus notables conséquences de ses particularités - la plus dense forêt et !e plus grand
réseau hydrographique de la Terre - et encare d'autres motifs d'ordre économique et politique
contribuêrent à rendre !e climat de l'Amazonie, quant à ses caracteréristiques les plus spéciales,
un des moins connus du monde. I! en resulta toute une série de concepts partiellement in-
corrects et même faux au sujet de ses partlcularités climatiques, dont quelques uns furent mis
en relief par I'auteur.
153
Uma Definição Estatística
da Hierarquia Urbana
ROBERTO LOBATO CORRÊA
Geógrafo do I BG
VANDA SILVIA LOJKASEK
Estagiária do IBG
I - INTRODUÇÃO
teoria das localidades centrais foi formulada por Walter
A e visava a uma "construção dedutiva para
CHRISTALLER
explicação do tamanho, número e distribuição das ci-
dades", na crença de que "há um princípio governando esta distribui-
ção". Esta teoria poderia ser também designada como uma teoria do
comércio urbano, sendo colocada ao lado das teorias de Thünen sobre
a localização da produção agrícola, e a de Weber sobre a localização
industrial. 1
A teoria das localidades centrais pode ser assim sumarizada 2 : (a)
a cidade é o centro de uma comunidade regional e sua função básica
é de ser uma localidade central fornecendo bens e serviços para a
área tributária circunvizinha. O termo localidade central é utilizado
porque, para desempenhar esta função a cidade deve ser central à
área que comanda; a distribuição de bens e serviços constitui a sua
155
estão arranjados numa hierarquia, de modo que as classes funcional-
mente mais complexas possuem todos os grupos de funções das classes
menos complexas, e mais um grupo de funções diferenciando-as das
classes de menor complexidade 8 • Além disso, os níveis hierárquicos de-
vem apresentar outras características associadas que os distingue entre
si (população urbana dos centros, entre outras).
Assim para a solução dessas questões, técnicas estatístico-matemá-
ticas foram em.pregadas, usando-se o desvio padrão e correlação pro-
duto-momento (Pearson), tal como Palomaki empregou no seu estudo
para a região da Bothnia meridional.
Como fonte b2sica utilizou-se os dados do estudo realizado para
o sudoeste paranaense 9 (capítulo "Tipos de Centros de Distribuição e
a Elaboração da Rede de Centros"). Para este estudo-fonte, o equipa-
mento funcional das 24 cidades, que no presente trabalho considera-
mos, foi levantado através de pesquisas diretas nas respectivas sedes
municipais, tendo sido selecionados 70 tipos diferentes de funções, que
posteriormente foram reduzidos a 46.
Para o presente trabalho, alguns problemas de escolha de indica-
dores apareceram, havendo uma final redução para 42 funções. Esta
redução foi ocasionada pelo agrupamento das funções "comércio em
geral, fogões, máquinas de costura e implementas agrícolas" que passou
a se denominar apenas "comércio em geral", pois todas ocorriam nos
mesmos centros. Do mesmo modo "autopeças e pneumáticos" passaram
a ser "autopeças".
Adicionalmente, utilizou-se a Sinopse Preliminar do Censo Demo-
gráfico do Paraná de 1970 para fornecimento de dados sobre a popu-
!ação das cidades.
11 - METODOLOGIA
156
Empiricamente os grupos são escolhidos de acordo com a mes-
ma freqüência de ocorrência e a validade do agrupamento é tes-
tada pelo desvio-padrão, empregando-se a fórmula:
I;x.I;y
I: xy -
n
R
~I: xz -
(I; x)z
n
~ I: y2 -
(I; y)2
n
157
Correlacionando-se os tipos de funções de cada grupo indicador
com a função selecionada, pode-se então constatar se os centros
apresentam as mesmas funções ou não. Para que uma função seja
considerada como indicadora de um grupo hierárquico, é neces-
sário que seu coeficiente de ocorrência seja igual ou superior a
+ 0,50. 12
FREQÜÊNCIA
ORDEM FUNÇÕES CENTRAIS DE
OCORR.ÊNCIA
158
TABELA I - Freqüência de Ocorrência das Funções Centrais
FHEqÜÊNCIA
ORDE~1 FUNÇÕES CENTHAIS DE
OCOilHÊNCIA
NÚMERO
OHDEM LOCALIDADES DE
FUNÇÕES
----·-- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 - - - - - - - -
01 Pato Branco. 42
02 Francisco Beltrão ........... . 35
03 Coronel Vivida ......... . 24
04 Capanema ................... . 23
or. Santo Antônio do Sudoeste .. . 23
06 Dois Vizinhos. 22
07 Barracão ... 22
08 Chopinzinho. . . . . . .......... . 20
09 l\Tarmeleiro. 16
10 Realeza ..... . 14
11 Planalto .. . 14
12 Verê ... 14
13 São João .. 14
14 Vitorino .... 14
lf> Itapejara do Oeste ... 14
16 Santa Isabel ào Oeste .. 13
17 Salto do Lontra .... 13
18 Mariópolis ..... . 12
19 Pérola do Oeste .. . 12
20 São Jorge do Oeste ...... . 10
21 Ampere ... 9
22 Renascença ..... . 7
23 Salgado Filho .. 6
24 Enéas Marques. 6
159
GRAFICO I
GRUPOS INDICADORES
"'<ia::
f-
z
w
(.)
"'
w
•o
<.>
z
:::>
LL
lO 15 20 25
...- MENOR OCORRÊNCIA MAIOR OCORRÊNCIA -+
OCORRÊNCIA DAS FUNÇÕES
160
TABELA III- Homogeneidade Interna dos Grupos de
Funções Centrais
161
(b) A ocorrência das funções nos centros.
Estando definidos os grupos de funções, passa-se a verificar em
que medida as funções ocorrem nos diversos centros, dando origem ou
não a grupos de centros definidos hierarquicamente. A Tabela II :in-
dica os centros da região em estudo e os respectivos números de fun-
ções centrais que aparecem: Pato Branco tem as 42 funções conside-
radas, Francisco Beltrão 35, havendo, por exemplo, 15 cidades com
menos de 15 funções cada uma. O Gráfico II, por sua vez, mostra como
as funções centrais distribuem-se pelos centros do Sudoeste parana-
ense. Se o referido gráfico apresenta uma forma em escadaria, então
é possível definir claramente grupos de funções em grupos de centros.
Se não apresenta uma típica forma, como é o caso, então o que se irá
tentar é a sua obtenção através de meios estatísticos (consulte-se o
Anexo I, onde aparece a aplicação do coeficiente de correlação entre
um par de funções) .
No primeiro grupo indicador, as 3 funções que ocorriam em todos
os centros (comércio em geral, medicamentos e escritório de contabi-
lidade) foram automaticamente consideradas como indicadoras do 1.0
nível hierárquico. Na correlação entre o curso médio do 1.0 ciclo (fun-
ção selecionada por apresentar uma freqüência de ocorrência de 23,
próxima, portanto, da média 22,7) e as demais funções do 1.0 grupo
indicador, os valores obtidos foram os seguintes:
162
GRÁFICO n
SUDOESTE PARANAENSE
"'
o
i5
:>
l3
•o
z
<.>
::;)
LI-
•
~
<(
ü
z
I
•W
0:::
0:::
8
o
"'u
.i5
iE
o
8
Q"'
""'
+
Aparelho de Raio X
aparelho de rádio R + 0,29
autopeças R 0,61
- relógios R 0,61
- móveis de fórmica e fer-
ro R 0,62
- trilhadeira R 0,28
163
Desse modo, o 2.0 nível hierárquico será definido pelas seguintes
funções: aparelho de Raio X, autopeças, relógios, e móveis de ferro
e fórmica. Para que um pertença ao 2. 0 nível, além de ter que per-
tencer ao 1.0, terá que apresentar pelo menos 50% ou 2 das funções
definidoras deste nível. Verificou-se que dos 24 centros que cumprem
funções de 1. 0 nível, 19 cumprem também funções do 2.o nível: 13
apresentam as 4 funções definidoras, 3 possuem 3 funções, e 3 contam
com apenas 2 das 4 funções.
Na determinação do 3. 0 nível hierárquico de centros utilizou-se
os indicadores do 3. 0 grupo de funções, tendo-se escolhido a função
agência de banco como base, por apresentar uma freqüência de ocor-
rência igual a 9, igual à média do grupo. Obteve-se os seguintes coefi-
cientes:
Agência de banco
armas R 0,56
gráfica R 0,74
advogado R 0,56
- geladeira R 0,64
-reparação de máquinas de
serraria R 0,36
curso médio de 2.o ciclo R 0,18
sede de comarca R 0,73
Neste grupo, das 8 funções, 6 foram designadas como indicadoras,
havendo exclusão das funções reparação de máquinas de serraria, e
curso médio de 2. 0 ciclo, que apresentaram correlação baixa. Assim,
para que um centro fosse definido como de 3.o nível, deveria pertencer
ao 1.0 e 2.o nível, e contar com pelo menos 3 das 6 funções designati-
vas do 3. nível hierárquico. Dos 19 centros de 2.o nível, 8 enquadram-
-se no 3.o ní.vel: 7 deles possuem as 6 funções designativas, e apenas 1
conta com 5 funções. São os seguintes: Pato Branco, Francisco Beltrão,
Coronel Vivida, Capanema, Santo Antônio do Sudoeste, Dois Vizinhos,
Barracão e Chopinzinho.
Para se definir os centros de 4. 0 nível tomou-se em consideração
a função inspetoria de ensino, constando-se que a correlação entre esta
função e as demais componentes do 4. 0 grupo indicador é sempre ele-
vada.
Inspetoria de ensino
164
laboratório de análises R 0,79
administração de obras R 0,79
delegacia regional de polícia R 0,79
órgão de reflorestamento R 0,79
máquina de somar e escrever R 0,79
- caminhões pesados e tratores R 0,79
Assim, as 13 funções podem ser designativas dos centros de 4.o
nível hierárquico. Dos 8 centros que cumprem funções do 3. 0 nível
hierárquico, apenas dois cumprem funções do 4. 0 nível, e ambos pos-
suem as treze funções designativas: Pato Branco e Francisco Beltrão.
O 5.o grupo indicador será tomado como referência para se veri-
ficar a existência de um 5. 0 nível hierárquico de centros. Sete funções,
que ocorrem em apenas um único centro, podem servir de base para
definir o 5.o nível hierárquico. A correlação entre elas é sempre de
1,00: são as funções numeradas na Tabela I, de 36 a 42, e que apre-
sentam os maiores thresholds. Apenas a cidade de Pato Branco, que
já cumpria funções de 4. 0 nível, enquadra-se como centro de 5.o ní-
vel.
Verificamos então que, das 42 funções consideradas, 36 eram de-
finidoras de níveis sucessivos de hierarquia. Apenas 6 funções não apre-
sentaram altos coeficientes de ocorrência comum, tendo sido, por isso,
eliminadas: agência local da CAFE, material elétrico, aparelho de rá-
dio, trilhadeira, reparação de máquina de serraria e curso médio do
2.o ciclo. Estas funções estão distribuídas de modo desordenado pelo
Sudoeste paranaense. Assim, uma análise do Gráfico II mostra que,
entre outras, as funções de número 9 e 21 (leitura na ordenada) estão
distribuídas irregularmente: a função aparelho de rádio, que ocorre
19 vezes, não aparece nas cidades numeradas de 1 a 19, sendo inexis-
tente nas cidades de número 14, 16; ocorre, entretanto, nas cidades de
números 21 e 22. O mesmo se pode falar em relação à função curso
médio do 2.o ciclo: ocorrendo 8 vezes, deveria estar presente nas ci-
dades numeradas de 1 a 8, mas distribui-se pelos centros 1, 2, 3, 5,
9, 11, 14 e 18. Esta desordenação está ligada ao fato de que, quando
de suas localizações espaciais, estas funções tiveram uma motivação
que nem sempre se vinculava aos princípios da centralidade ou, ainda,
traduz um padrão de localização vinculado à maior antiguidade da
ocupação de uma região que no conjunto foi ocupada recentemente:
é o caso da distribuição dos cursos de ensino médio do 2.o ciclo, que
se localizam preferentemente nas cidades das áreas ocupadas há mais
tempo 15 •
IV - A HIERARQUIA URBANA
165
há 6 centros (8 menos 2), no 4.o nível há 1 único centro, e no 5.o
nível também uma única cidade. A Tabela IV apresenta os traços
gerais da rede de cidades da região em estudo.
166
TABELA V - Homogeneidade Interna dos Grupos de Localidades
Centrais
lor in, não apresenta forte coesão interna. Isto pode ser observado na
análise da Tabela IV, que indica que o número de funções totais de
cada um dos centros do 1.0 nível hierárquico varia bastante. O Gráfi-
co III, onde estão alinhados os centros urbanos segundo a hierarquia
e o número de funções totais que possuem, também indica o mesmo
fato: há forte correspondência entre hierarquia e número de funções
totais, com exceção dos centros de 1. 0 nível: dois deles, Mariópolis e
São Jorge do Oeste, localizam-se no gráfico entre centros de 2. 0 nível.
Em resumo, o resultado obtido só apresenta problemas em relação ao
1.0 nível hierárquico, estando os demais satisfatórios.
A análise da Tabela V mostra ainda que o número de centros do
1.0 nível é consideravelmente menor que o do 2. 0 e mesmo do 3.o ní-
í'el, o que não seria de se esperar tendo em vista os princípios da
teoria da centralidade. Por outro lado, como os centros do 2.o nível
são definidos por apenas 4 funções, é de se pressupor que, em reali-
dade, o 1.0 e o 2. 0 nível, tal como foram definidos, sejam na verdade
um único nível, co::.nportando um conjunto de centros que, por fatores
diversos, apresentam-se diferenciados do ponto de vista de suas fun-
ções centrais. Isto pode ser explicado pelo fato de que no Sudoeste
paranaense os centros urbanos apresentem antiguidade variável, e as
respectivas populações rurais de suas áreas de influência, diferentes
níveis de consumo, vinculados ao maior ou menor tempo de ocupação
da terra. Esta questão estaria incluída dentro daquilo que BERRY cha-
maria de "variações sistemáticas da hierarquia" 16 • Se considerarmos
apenas um único nível (l.O + 2. 0 ), então seus valores médios pas-
serão a 11,1 funções e 1.369 habitantes, havendo um total de 16 cen-
tros.
V- CONSIDERAÇõES FINAIS
167
níveis homogêneos e hierarquizados, cada nível sendo definido por um
conjunto de funções centrais que estão organizadas taxonomicamente.
Outras características associadas foram também encontradas. Desse;
modo o resultado enquadra-se dentro dos princípios da teoria. Adicio-
nalmente, o conjunto de técnicas estatísticas empregadas constitui ex-
celente meio de tratamento do material coletado para um estudo so-
bre redes de localidades centrais.
GRÁFICO m
45
NÚMERO DE FUNÇÕES CENTRAIS E
35
CENTRO DE:
V>
30
D IC! nivel
:::i
a:
1-
z
l221 2• nivel
w 25
u
~ 3! nivel
••
V>
w
•o
u
z 4• nivel
::J 20
u.
UJ
o 5!! nivel
oa:
UJ
::E 15
-:o
z
lO
168
CORRELACAO ,
ENTRE PARES DE VARIAVEIS
ANEXO I
CIDADES y X xy
CORRELAÇÃO PEARSON
1 ~---------··
2 I r Ex.Ey
Lvu-~· VE,·-~··
3
4 1
5 1
6
7 1 y - CURSO MÉDIO ( 12 CICLO )
8 X - HOSPITAL E MÉDICO GERAL
9 n - TOTAL DE CENTROS
10
11
Sendo:
12
13
Ex 22 El = 22
14 l:y = 23 E/ = 23
15
16
Exy = 22 (Ext = 484
2
17 n 24 (I:y) = 529
18
19
20
22 -22.23
21
22
23 o
o
o
o
o
r=
V 484'
22-24
24
v
529'
23-24
24
r = 0,692
169
SUMMARY
The purpose of this study w1s to apply mathematic-statistic methods to a central places
net in the Southwest of Paraná State, traying to answer the following questions: a) Tend the
central functions of the towns of a region to form similar groups of functions, or these
function" are developed in an untidy way? b) Can the towns of a region be classified in
an homogeneous and hierarchic leveis o r, on the contrary, the classification is supported in
non-hierarchical groups? c) If the towns are presented with the same group of functions,
composing a kind of pattern of towns, are these established in a taxonomic way? If they
are, it is presuppo.sed that they are arranged in an hierarchy in which more complex leveis
have all the groups of functions of the less complex leveis and plus a group of functions,
differentiating from the leveis of lesser complexity.
Thus, to the Southwest of Par.::tna was considered 24 towns and 42 functions, having
listed ta each town which of those functions have occurred there. The first step of this
work was establish a group of functions according to the number of occurrences, testing
the validity of grouping through the pattern-deviation and coefficient of variation, being
im.t:·ortant to obtain a lesser pattern-deviation into each roup than among groups. It was
found 5 indicator groups.
The second step was to apply the Pearson's coeficient of correlation, in arder to verify
in which measure the grouped functions had occured in the urban centers. Thus, for each
indicator group it was selected a kind of function, taking into considemtion its frequency,
equal or similar to the average. In correlating all the l<:inds of functions of each indicator
;;wup with the selected function, one finds out that the centers can present the same
functions ar not.
From the 42 functions considered, 36 were defining functions and in arder to a center
could belong to a certain levei it should have Ht least 50% of the indicator functions of
the levei. It's verified then the existence of 5 centers of first levei, 11 of second levei, 6
of third levei, 1 of fourth levei, co'rresponding to Francisco Beltrão and 1 of fifth, that is
Pato Branco, which beside performig the indicator functions of l'h, 2nd, 3'·d and 4"' leveis
it accomplisl>es toa the functions of the 5"' levei.
One can say that in the Southwest of Parana the central functions form similar groups
cf functions according to the frequency, and the towns of the region may be classified in an
homogeneous and hierarchic leveis, each levei being defined by a set of central functions
which are organized taxonomically: the centers of higher leveis are that ones of more popula-
tion and perform a greater number of functions than that of lesser leveis.
Thus, the result fits in the principies of the central places theory, giving yet evidence
of the viability of the employ of techniques which constitutes the material related to urban
hierarchy.
RESUMÉ
L'objectif du présent travaille est d'utiliser les techniques statistlque-mathématiques pour
étudier le Réseau des Localités Centrales du Sud-ouest du Paraná en cherchant des réponses
aux questions suivants: (a) les fonctions centrales des villes d'une région tendent-e!les à
former des groupes semblables de fonctions ou ces fonctions se localisent-elles de maniére
désordonnée?; (b) les villes d'une région peuvent-elles être classifiées en niveaux homogénes
et hiérarchisées, ou, au contraíre, la classificaticn s'appuie sur des groupes non-hierarchisés?;
(c) si les villes se présentent avec les mêmes groupes d.e fonctions constituant des modeles de
types de villes, ceux-ci sont> -ils établis de maniére taxonomique?, Dans ce cas on présuppose
qu'ils soient rangés dans une hiérarchie oú des niveaux plus complexes possédent tous les
groupes de fonctions des niveaux moins complexes et en plus un groupe de fonctions qui
les différencie des niveaux de moindre complexité.
De cette maniére on a consideré, pour le Sud-ouest du Paraná, 24 villes et 42 fonctions
centrales en enrégistrant pour chaque ville quelles fonctions y survenaient. On a premiére-
ment établi des groupes de fonctions d.'aprés le nombre d'occurence, en testant la validité
du groupement à travers de l'écart-modéle et du coeficient de variation; cherchant surtout
à obtenir un écart-modéle plus petit au-dedans de chaque groupe, qu'entre les divers grou-
pes. On a trouvé 5 groupes d'indicateurs.
Ensuite ou employa le coeffient Pearson de corrélation pour vérifier dans quelle mesure
les fonctions groupées survenaient dans les centres urbains. Ainsi, pour chaque groupe indi-
cateur un type de fonction a été sélectionné en tenant compte de sa fréquence égale ou
semblable à la moyenne. En établissant une corrélation entre Ies types de fonctions de chaque
groupe indicateur avec Ia fonction selecionnée on vérifie si les centres ,présentent ou non
les mêmes fonctions.
170
Dans cette étude des 42 fo•nctions considérées 36 étaient "définiteurs" et pour appartenir à
un niveau um centre devrait avoir au moins 50% des fonctions indicatrices du niveau. On
vérifie alors l"existence de 5 centres de 1." niveau, 11 de 2.• niveau, 6 de 3." niveau, 1 de 4. 0
niveau correspondant à Francisco Beltrão et 1 de 5. 0 niveau - Pato Bmnco -, leque! en
plus de ses fonctions indicatrices d.u 1. 0 , 2. 0 , 3. 0 , et 4." niveau exerçait des fonctions du
5. 0 niveau.
On peut, alors, affirmer qu'au Sud-ouest du Paraná les fonctions centrales forment,
d'accord avec la fréquence, des groupes semblables de fonctions et que les villes de la ré-
gion peuvent être cl•3.Ssées en niveaux homogénes et hiérarchisés, chaque niveau étant défini
par un ensemble de fonctions centrales qui sont organisées taxonomiquement: Ies centres de
plus grands niveaux sont plus populeux et possédent un nombre plus grand de fonctions
que ceux des niveaux 3Jlus !)etits.
De cette maniêre le résultat s'encadre dans des príncipes de la théorie de localités cen-
trales démonstrant encore la viabilité de l'emploi des techniques utilisées qui constituent un
matériel rélatif à 1•3. hiérarchie urbaine.
171
A Rede Fluminense de Localidades Centrais
MARLENE P. V. TEIXEIRA*
Instituto de Geociências da UFRJ
2 CARRUTHERS, Ian - "A Classification of Service Centres in England and Wales, The
Geographical Journal, vol. CXXIII part 3, July/Sept. 1957, pp. 371-385.
* Com a colaboração dos alunos Célia Diogo Alves, Teima Suely Aragão Cunha e Fer-
nando Antônio Waszkiavicus.
173
A navegação de cabotagem de passageiros possui valor muito re-
duzido. Destaca-se apenas a ligação entre a cidade do Rio de Janeiro
e Niterói, com um total de 72 viagens diárias, interessando a 150.890
pessoas em 1970 "· Esta ligação se dá no âmbito de uma vasta área
metropolitana, sendo o meio através do qual se processa uma intensa
migração alternante entre Niterói e a cidade do Rio de Janeiro. O
Serviço de Navegação Sul Fluminense mantém ligação entre as cida-
des de Mangaratiba, Angra dos Reis e Parati, em virtude das precárias
ligações terrestres da região sul-litorânea, interessando a reduzido nú-
mero de pessoas.
A aviação também apresenta pequeno interesse no transporte de
passageiros, não havendo no Estado do Rio de Janeiro nenhuma cidade
servida por linha comercial regular de aviões: isto se deve ao fato do
Estado possuir pequena dimensão e qualquer ponto do seu território apre-
sentar grande acessibilidade à metrópole carioca, foco de linhas aéreas
de caráter nacional e internacional. Apenas 3 ligações aéreas existem.
A Líder Táxi Aéreo S.A. mantém uma linha permanente entre o Rio
de Janeiro e Campos, de segunda a sexta-feira, com uma viagem por
dia (ida e volta), com média de 10 passageiros. A Votec Táxi Aéreo
possui 2 ligações diárias entre o Rio de Janeiro e Cabo Frio, com uma
média de 12 passageiros. Finalmente, a Costa do Sol Táxi Aéreo mantém
uma viagem diária entre o Rio de Janeiro-Angra dos Reis-Parati com
uma média de 10 passageiros.
As ferrovias que servem ao território fluminense pertencem ao
Sistema Regional Centro, caracterizando-se por uma diminuição acen-
tuada da quilometragem nos últimos tempos, e não servindo a todas
as cidades estaduais: apenas 36 das 63 sedes municipais, incluindo aí
o Rio de Janeiro, são servidas por ferrovia. Há dois tipos de ligações
ferroviárias: ligações através de trens suburbanos e de pequeno per-
curso e ligações através de "trens do interior". O primeiro tipo serve
à área metropolitana do Rio de Janeiro e áreas próximas, e o segundo
às cidades situadas no Vale do Paraíba, Baixada Fluminense e litoral.
Conforme o mapa I, as cidades de Campos, Barra do Piraí, Barra Man-
sa e Três Rios aparecem como centros de convergência do tráfego fer-
roviário de passageiros.
No Estado do Rio de Janeiro não se nota uma complementaridade
entre os dois meios de transporte: cidades que possuem ligações ferro-
viárias também possuem ligações rodoviárias e em número muito maior.
Apenas as cidades de Cambuci, onde há apenas o dobro de ligações
rodoviárias em relação ao setor ferroviário, e Miguel Pereira, que apre-
senta uma diferença mínima entre os dois setores, são exceções dentro
do predomínio rodoviário em território fluminense.
Para melhor esclarecimento sobre a importância relativa de trens
de passageiros e ônibus foi construída uma tabela com o número diário
de viagens de trens de passageiros e de ônibus.
Pelo que já foi visto, ficou patente que, entre os meios de trans-
porte coletivos, os ônibus se destacam por serem os mais utilizados
em todo o Estado do Rio de Janeiro, servindo a todas as cidades. Por
outro lado, a versatilidade dos serviços de ônibus apontada por GREEN
como reflexo das modificações que se verificam na vida de relações
entre as cidades, se manifesta de maneira muito intensa no Estado do
Rio de Janeiro. Logo, concluímos pela aplicabilidade dos métodos de
GREEN e CARRUTHERS ao Estado do Rio de Janeiro, com algumas adap-
tações. Os resultados obtidos com a aplicação se revelaram altamente
expressivos e confirmaram a mencionada viabilidade.
5 SUNAMAM (Superintendência Nacional de Marinha Mercante), 1970.
174
TABELA I - Número de "Trens do Interior" e Número de ônibus
Diários Servidos às Cidades Fluminenses
175
LIGAÇÕES ENTRE OS CENTROS
NUMEROS DE VIAGENS COMPLETAS POR DIA (TREM)
S Antônio de Pa'dua
Cambuci
Campos
TRENS DO INTERIOR
- TRENS SUBURBANOS E DE
10 O 10 20km PEQUENO PERCURSO
MAPA-I
DivEd/D-J.A.C.
Verificou-se que as 63 cidades contam com mais de dois ônibus
diários (um de ida e outro de volta); das 63 cidades citadas somente
26 mantêm ligações também com cidades menores, sendo qualificadas
como "centros de serviços", segundo o método de GREEN-CARRUTHES.
As cidade de Barra Mansa e Volta Redonda foram consideradas como
apenas um único centro, em virtude das íntimas relações existentes
entre ambas. Fora do Estado foram reconhecidas 3 cidades que, poten-
cialmente, poderiam funcionar como centros de serviço em relação a
cidades fluminenses, uma vez que apresentavam linhas de ônibus ser-
vindo a cidades de menor população, situadas em território fluminen-
se. Trata-se de Juiz de Fora, Muriaé e Além Paraíba, em Minas Gerais.
Conforme preconizado por GREEN e CARRUTHERS, elaboraram-se dois
mapas analíticos que acompanham o trabalho: um indica o número
de viagens diárias servindo cada centro (mapa Il), e o outro mostra
as ligações entre os centros (mapa III). Em relação às ligações do
Rio de Janeiro e Niterói com as cidades fluminenses, elaborou-se o ma-
pa IV.
Inicialmente, procurou--se verificar a que centro se ligava cada
cidade não classificada como centro; inversamente verificou-se quais as
cidades subordinadas a cada centro.
Quando a cidade se ligava apenas a um centro, não houve dú-
vida em enquadrá-la como subordinada a este centro. Tal sucede por
exemplo com São Sebastião. do Alto, ligada somente a Nova Friburgo.
Porém o normal é uma cidade estar ligada a mais de um centro.
Quando há grande diferença entre o número de viagens ligando a ci-
dade A à cidade E e à cidade C, não há maior dificuldade no reco-
nhecimento da subordinação da cidade A à cidade com a qual pos-
sui maior número de ligações diárias. É o caso de Araruama, ligada
a Niterói por 158 ônibus diários e ligada a Cabo Frio por 30 ônibus
diários; a cidade de Araruama foi considerada subordinada a Niterói.
Um problema aparece quando a cidade está ligada a vários cen-
tros por nP.mero igual ou aproximado de viagens. Neste caso a.~solu
ção se liga ao fator "acessibilidade". Se uma cidade possui um número
de ligações semelhantes com centros maiores ficará subordinada ao
centro com o qual apresente maior facilidade de acesso ou ao centro
com o qual possui maior número de ligações diretas. É o caso de Cam-
buci, ligada tanto a Niterói quanto a São Fidélis por quatro ônibus
diários, mas, muito mais próximo de São Fedélis, à qual ficou subor-
dinada. Também é o caso de Miguel Pereira que possui 4 ligações com
Barra do Piraí e 4 ligações com Petrópolis, sendo estas últimas em
caráter direto, enquanto suas ligações com Barra do Piraí o eram atra-
vés de secção. Por isto, Miguel Pereira ficou subordinada a Petrópolis.
Quando um centro A é ligado por um determinado número de
viagens diretas a um centro maior E, e pelo dobro de viagens através
de secções a um outro centro maior C, ficará subordinada ao centro C.
Ê o caso de Duas Barras, com 2 ligações diretas com Cantagalo, e 4
ligações através de secção com Nova Friburgo, que ficou subordinando
aquela.
Entre as 36 cidades servidas por trens, há 13 que o são por trens
suburbanos e de pequeno percurso; em relação a elas as ligações fer-
roviárias foram levadas em conta; assim, no caso de Magé, que apre-
senta um número de ligações de ônibus com Niterói maior que aquelas
com o Rio de Janeiro, o fato de ser ligada por trem suburbano ao Rio
177
STATUS DOS CENTROS
@
ltaperuno
(!)Miracema
N' TOTAL DE VIAGENS
~VIAGENS
~CENTROS
PARA
MENORES
o o
@ sao F1del 1s
o
@campos
o o o
Canta galo
®
o o (!)Cordeiro o @C.do Macabu
o o
®volença
NÚMERO DE VIAGENS DIÁRIAS
Macaé
Barra Mansa ------------- 8594
- V.Redonda
o -------4814
554
------I 80
o -51 -100
õO@
. __
MURIAÉ
MIMOSO CACHOEIRO DO
LIGAÇÕES ENTRE OS CENTROS ~
I
I
ITAPEMERIM
CATAGUASES
·--------
,-
PIRAPETINGA
~
"'-.... ..........
/'"SÃQ
-.
;
/ FIDELIS
/
//
MAR DE
///
/
/
f
f
f
NÚMERO DE VIAGENS
COMPLETAS POR DIA
(ÔNIBUS)
CENTRO
CENTRO
MAIOR ---· MENOR
L NOVA I GUAÇÚ
2_ S. JOÃO DE MERITI
3_ DUQUE DE CAXIAS
lO O !O 20Km
~-~-~
MAPA -III
DivEd/D-mas
LIGAÇÕES DAS CIDADES FLUMINENSES
I
?Cambuci
~J'S.Fidélis
.-D~campos
S.M.
?Canta galo )l Madalena
,??cordeiro
pC.de
Macabu
~alença
A Nova
/ ( ) Friburgo
Vassouras .:-eresópolis /
B.Piroí LIGAÇÕES DIÁRIAS COM
~ TY nC.de
---
~endes
Pet'9 /Macacu Rio de
,;:í Janeiro
.....
NiterÓi
-·--
Silva Jardim 1-4 o-
_..-0 5 - 10 o-
....-eí\Rio
-:-\-)Bonito
11- 20 o-
-e 21- 50 o-
-e 51 - 100 o-
-e 101-200 o-
L Nilópolis
-e 201-1000 o-
10 O 10 20 Km
2- S. João de
Meriti + 1000 o-
MAPA-Til
OivEd/0-m.a.s.
de Janeiro fez com que Magé ficasse incluída em sua área de influ-
ência.
Após uma verificação mais apurada, viu-se que 8 dos 26 centros
não possuíam efetivamente a característica de centralidade: é o caso,
por exemplo de São Gonçalo que, por apresentar 6 ônibus diários li-
gando-a a Itaboraí, foi classificada como centro. Mas Itaboraí é ligada
a. Niterói por 16 viagens diretas e 202 viagens através de secção. A maior
.subordinação de Itaboraí a Niterói é bem evidente. Como São Gonçalo
só possui esta ligação para classificá-la como centro, perdeu o caráter
de centralidade após esta verificação, tratando-se, pois, de um centro
de categoria inferior. Neste caso de perda de centralidade incluem-se
também: Cantagalo, Conceição de Macabu, Itaboraí, Magé, Paracambi,
São João de Meriti e Teresópolis.
A cidade do Rio de Janeiro aparece como o principal centro para
o território fluminense, mantendo ligações com quase todas as cidades
do Estado, conforme se pode notar no mapa II. É o centro metropoli-
tano do Estado do Rio de Janeiro, conforme outros trabalhos também
indicam 8 •
Três centros do Estado do Rio de Janeiro se destacam por apre-
sentarem grande centralidade: Campos, Niterói e Barra Mansa-Volta
Redonda. Esta centralidade se define por grande número de ônibus
diários (mais de 180); elevada percentagem de número de viagens para
centros menores (superior a 45%); muitas ligações com outros centros
(mapa número III), incluindo grande número de centros de categoria
inferior; ligações diretas com centros que se acham subordinados a cen-
tros de categoria inferior. Estas cidades pertencem a uma categoria
mais elevada dentro da classificação urbana: são as capitais regionais.
Também se inclui a cidade de Juiz de Fora, situada em Minas Gerais,
que tem sido considerada como uma capital regional, conforme se ve-
rifica nos já citados trabalhos de GEIGER e BERNARDES.
A área representada pelo litoral sul fluminense, área serrana pró-
xima à Guanabara, a baixada fluminense contígua à metrópole cario-
ca e o município de Sapucaia estão sob a influência direta da cidade
do Rio de Janeiro, fora pois da influência das quatro capitais citadas.
Em relação a esta área o Rio de Janeiro atua como capital regional.
As capitais sub-regionais, em número de quatro, centros de cate-
goria imediatamente inferior às capitais regionais, foram definidas por
apresentarem mais de 100 viagens diárias e entre 30-45% de viagens
para centros menores. São as seguintes: Itaperuna, Nova Friburgo,
Três Rios e Barra do Piraí. Todas elas subordinam vasta área do Es-
tado, sendo, por sua vez, subordinadas a uma das capitais regionais.
Muitas das cidades relacionadas dentro da área de influência des-
ta categoria urbana não se ligam a nenhuma capital regional. É o
caso de Duas Barras, dentro da área de influência de Nova Friburgo,
Laje do Muriaé, dentro da área de influência de Itaperuna, e outras.
Neste caso, cada cidade não ligada diretamente a uma capital regio-
nal ficou subordinada à capital regional que subordinasse a capital
sub-regional. Duas Barras, subordinada a Nova Friburgo, foi incluída
na área de influência de Niterói, que é a capital regional de toda a
área. No caso de Laje do Muriaé a subordinação relaciona-se com a
capital regional do norte fluminense, representada pela cidade de Cam-
pos.
8 GEIGER, Pedro Plnchas - "A Evolução da Rede Urbana Brasileira", CBPE, 1960, pp.
221-249 e BERNARDES, Lysia Maria Cavalcanti - "0 Rio de Janeiro e Sua Região",
CNG, 1964, 146 pp.
181
Tendo sido definidas as três capitais regionais do Estado do Rio de
Janeiro (com exclusão da cidade do Rio de Janeiro que possui carac-
terísticas ainda metropolitanas) e as quatro capitais sub-regionais, ain-
da restam 55 cidades para serem definidas. A próxima etapa relaciona-
se com a definição dos chamados centros menores.
Do total de 63 cidades, 11 podem ser classificadas dentro dest2,
categoria inferior, cada uma subordinando determinado número de
centros. São elas: Miracema, São Fidélis, Macaé, Cordeiro, Cabo Frlo,
Rio Bonito, Petrópolis, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Angra dos Reis
e Valença. Além dos 11 centros fluminenses classificados como cen-
tros menores, Além Paraíba, situado em território mineiro, possui ca-
racterísticas idênticas aos centros citados. Todos estes centros meno-
res subordinam-se a uma capital sub-regional.
As outras cidades fluminenses foram classificadas como pequenas
cidades de centralidade ao nível municipal, isto é, centros locais. Es-
tas cidades se caracterizam por uma inferioridade em relação aos cen-
tros menores, inferioridade marcada por um nítida subordinação des-
tes centros aos centros menores. Como exemplo, podemos citar o caso
de Rio das Flores, muito ligada a Valença, através de uma dependên-
cia acentuada. Também o caso de Silva Jardim subordinada a Rio Bo-
nito, Parati a Angra dos Reis, etc ..
A tabela II indica o número total de viagens que serve a eada
centro fluminense e à Guanabara, bem como a percentagem de via-
gens para centros menores.
Na verificação da área de influência dos diversos centros de cada
categoria hierárquica, levou-se em conta o limite municipal, limitan-
do-se exclusivamente ao território fluminense: não se poderia afirmar
que uma cidade fluminense abrangeria em sua esfera de influência
municípios extra-estaduais, apesar de que em certas publicações tais
fatos apareçam. É o caso, por exemplo, de Barra Mansa-Volta Redonda,
que atua em território mineiro e paulista 9 •
Em relação ao problema de subordinação existente entre os centros
de categoria superior e os centros de categoria inferior, verifica-se uma
diferença nas características de subordinação; esta diferença é dada pela
maior ou menor penetração da influência de um centro de categoria su-
perior. De acordo com GREEN, denomina-se "centro subsidiário" aquele
centro cuja zona de influência é penetrada intensamente pela influência
de um centro maior. Barra Mansa, Volta Redonda, Nova Iguaçu, Duque
de Caxias e Nova Friburgo são exemplos de cidades muito influenciadas
pela metrópole carioca que atua intensamente nas áreas de influência
de cada centro citado. O número de ligações diárias que estas cidades
mantém com o Rio de Janeiro é muito grande: Barra Mansa-Volta
Redonda, de um total de 554 viagens diárias possuem 178 com o Rio
de Janeiro; Duque de Caxias, de um total de 7,431 viagens diárias, pos-
HUi 3.530 para o Rio de Janeiro; Nova Iguaçu, de um total de 5.118,
2.014 se dirigem para o Rio de Janeiro. Por sua vez Barra Mansa-
Volta Redonda influencia acentuadamente a cidade de Barra do Pi-
raí, que possui um total de 288 viagens diárias, das quais 130 em
direção à capital regional da área. No mapa final (mapa V) essas ci-
dades tiveram em sua representação um símbolo adicional: uma barra
transversal.
9 IBG - Divisão do Brasil em Areas Funcionais Urbanas, 1971.
182
TABELA I I - Número de Viagens Diárias servindo cada Centro, Viagens
para Centros Menores e Percentual, Viagens para Centros Menore:s
YIAGEKS PERCENTUAL
TOTAL DE 'PAHA DE YIAGENS
HAGE~S CENTIWS P/CENTHOS
:.\IENOHES MENORES
---- -----··----- --------- ·----
183
CLASSIFICAÇÃO DOS CENTROS
9000
• VR 1o de Janeiro
8000
W Duque de Ca)(ias
7000
""'""
00
~ 6000
~NiterÓi
"f? São Joâo de Me r !li W Nova Iguaçu
soco ;São Gonçalo
4000 0 Ni1Ópol1s
3000
'.::r
'400
1300
//
.::: I
/
<!
o
IODO -~
"'
o
a. 00
-iI
METRÓPOLE REGIONAL
900
(j)
z I @ CAPITAL REGIOriAL
LU 000
"'
<!
700
~ CAPI.TAL REG lONA L COM FUNÇZ:O
POLI T ICO-ADMI NISTRATIVA
>
(/) CAPITAL REGIONAL FORrEMEN7E
LU
o soo IW Magé f/) Barra Mansa- Volta Redondo
PENETRADA PELO RIO DE JANE'RO
_J • CAPITAL SUB-REGIONAL
500
<J:
f-
o e CENTRO MENOR
f- 400 PetrÓpolis
• W CE~TRO MENOR NA AREA METROPOLITANA
300
• Barra do Pira(
o CENTRO LOCAL
270
@Campos
150 GRÁFICO· I
12C •Macaé e Cabo Frio
Cordeiro • Di>Ed/D-J.A.C
Volença • 11aperuna
90
6ll
10 20 30 40 50 60 70 80 90 IDO
185
TABELA UI - Características da Rede de Localidades Centrais do
Estado do Rio de Janeiro
186
DENDOGRAMA DA REDE DE LOCALIDADES CENTRAIS
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
2 10 11 12 6 13 3 14 7 15 I 16 17 18 19 20 4 8 21 20 9
f CENTRO MENOR
CAPITAL REGIONAL
'
METROPOLE REGIONAL
GRÁFICO- !I
1- Rio de Janeiro; 2- NiterÓi;3- Com pos; 4 -Barra Mansa--Volta Redonda·, 5- Juiz de F o r a; 6- r~ova F ri burgo; 7- ltaperuna;
8- Barra do Pi roí; 9- Três R ias; 10- R ia Bonito; 11- Cabo F r i o; 12- Ma co é; 13- Cardei ra ·, 14- São Fidel is; 15- M i rocemo; 16- Nova I guacu;
17- Duque de Caxias; 18-Angra das Reis; 19 -·PetrÓpolis; 20- AI é m Para(ba; 21- Vai e n ça.
NOTA : A cidade de Além Paraíba, MG, foi indicada 2 vezes porque, no presente trabalho, não foi possível
DivEd/D -J.A. C. avolior o subordinação deste centro mineiro a um centro de HIERARQUIA SUPERIOR.
REDE FLUMINENSE DE LOCALIDADES CENTRAIS
llaperuna
•
\
\
\
\
. '
\
~-.
São Fidéli s - C
_,....,. .../ " /
Juiz de FÓro
r~ Campos
® / __ )
I
®
I I
I
/\
\
,.
',Cordeiro '"'}
,,
' ..._;,-
\
Friburgo
-,
\, ,_,. ,....,1 ............ _ Macaé e
Pe!!:_o'polis /r I
@ METRÓPOLE REGIONAL
/'r-/ \ • // \
-~ ®
,_,.. j I_/
\ CAPITAL REGIONAL
I r\'--
' /'"1/ I CAPITAL REGIONAL COM FUNÇÃO
~
Novo / D.de Caxias ,- 1
POL(TICO -ADMINISTRATIVA
lguaçú -,li Rio Bonito / //
• ,--1 /
I ~ ~ \ I _.~ ~ CAPITAL REGIONAL FORTEMENTE
) _.., .._/(--(~ PENETRADA PELO RIO DE JANEIRO
I (--
<'--
(....__) ) /--,)
~/
_....I
\Cabo Frio
I • • CAPITAL SUB-REGIONAL
• CENTRO MENOR
189
II - o Rio de Janeiro e Niterói são as capitais regionais desta área.
Nova Friburgo é a única capital sub-regional, vinculada a Niterói,· ,e
Cordeiro, Macaé, Cabo Frio, Rio Bonito, Além Paraíba (MG), Petro'-
polis, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Angra dos Reis funcionam como
centros menores. O alto grau de urbanização apresentado por esta área
(72%), relaciona-se com o caráter de área metropolitana que engloba
a cidade do Rio de Janeiro e uma série de centros-periféricos, situados
em território fluminense, entre eles Niterói, a capital estadual. As
cincos cidades mais populosas do Estado do Rio de Janeiro situam-se
na periferia da metrópole carioca e a esta se ligam de maneira acen-
tuada.
III - as interligações entre os centros são muito acentuadas na
área próxima ao Rio de Janeiro (baixada da Guanabara), com a pre-
sença de trens suburbanos e grande número de ligações por ônibus;
elas se mantêm acentuadas na região serrana mais próxima, tornando-
se rarefeitas à medida que se aproximam da fronteira estadual e em
outros setores da Baixada Fluminense e do litoral.
IV - a rede de centros apresenta-se complexa: de um lado há
um alinhamento de cidades litorâneas e sublitorâneas, seguido de ou-
tro alinhamento das cidades localizadas na baixada. Há, ainda, ou-
tros centros localizados no contato entre a baixada e a serra do
Mar e ainda outro alinhamento onde as cidades localizam-e no alto
da serra do Mar ou na vertente para o Paraíba do Sul. A úni-
ca capital sub-regional, Nova Friburgo, localiza-se no alto da serra,
num ponto de convergência de vias de circulação provenientes do in-
terior; das três cidades serranas (Petrópolis, Teresópolis e Nova Fri-
burgo) é a que mais está afastada das capitais regionais. Os centros
menores acham-se distribuídos de modo equilibrado pelo espaço em
questão, à exceção da baixada próxima ao Rio de Janeiro, onde a alta
densidade demográfica justifica dois centros menores próximos entre
si e do Rio de Janeiro (Duque de Caxias e Nova Iguaçu), cujas áreas
de atuação compreendem trechos da grande área metropolitana ca-
rioca.
CONCLUSAO
190
, ção, infra-estrutura social e econômica
Areas Metropolitanas e acessibilidade. '
Esta pesquisa manteve, claramente
Pesquisas no IBG dent:e ~mtras indicaçõ:s de igual im:
porta:ncia, uma reversao das posições
A primeira etapa das pesquisas so- relativas ocupadas pelas cidades de São
bre áreas metropolitanas realizadas no Paulo e Rio de Janeiro no sistema ur-
Instituto Brasileiro de Geografia, pelo bano brasileiro e no processo de desen-
Departamento de Geografia, está con- volvimento. Segundo essa reversão São
substanciada no relatório, em caráter Paulo vem adquirindo, nitidam~nte
preliminar, publicado na Revista Bra- posição de liderança, tanto no sistem~
sileira de Geografia, àno 31, n.o 4. urbano como no processo de desenvol-
':!'eve por objetivo a definição das vimento nacional.
AREAS e dos municípios que as inte- Nesta pesquisa ficou evidenciada
gram, constituindo ponto de partida também, a diferenciação entre as dua~
para pesquisa mais pormenorizada regwes básicas do país: o Núcleo e a
com base nos resultados do Censo de Periferia brasileira. A primeira indus-
1970. trial e desenvolvida; a segunda subde-
Paralelamente, foi levada a efeito senyolvida e fornecedora de matérias-
pesquisa no sentido de definir a posi- -primas.
ção destas áreas metropolitanas no sis- Os resultados desses estudos estão
tema urbano brasileiro como um todo publicados na Revista Brasileira de
não só em termos de uma hierarquia; Geografia, ano 32, n. 0 4 sob o título
mas também na sua participação no "As Grandes Cidades Brasileiras: Di-
processo de desenvolvimento nacional mens~es Básicas de Diferenciações e
e regional. Relaçoes com o Desenvolvimento Eco-
Estes levantamentos tiveram a for- nômico - Um Estudo de Análise Fato-
ma de numerosas análises do sistema rial" (FAISSOL, Speridião).
urbano, em diferentes níveis de gene-
ralização e referindo-se a diversos ti- 2 - Mesmo número de variáveis
pos de variáveis. da análise anterior, mas incluindo 99
cidades e considerando os núcleos das
Fundamentando-se em técnicas áreas metropolitanas acima de 1 o.000
quantitativas apropriadas - análise hab. como unidades observacionais in-
fatorial, principalmente - estas aná- dependentes. Publicada no Boletim
lises desdobraram-se em três níveis di- Geográfico, ano 30, ns. 2 e 3 sob 0
ferentes: título "Tipologia de Cidades e Regiona-
lização do Desenvolvimento Econômi-
1 - Considerando-se 50 cidades e co: Um Modelo de Organização Espa-
30 variáveis. Tomaram-se as cidades cial do Brasil" (FAISSOL Speridião)
como aglomerados urbanos ou metro- esta segunda análise teve por finalida:
politanos, levando-se em conta as mais de definir melhor o sistema núcleo-pe-
importantes, incluindo as capitais e rifer~a, in_dica~d.o-Ihe delimitação mais
que se distribuíssem de modo mais ~e :preci~a, Identi!Icando uma periferia
guiar possível pelo território nacional. Imediata ao nucleo e num núcleo se-
As variáveis foram grupadas se- cundár~o _no N?rde~te, constituído pe-
gundo tamanho funcional, especializa- las c:apltais regiOnais e metrópoles nor-
ção funcional, crescimento da popula- destmas. A periferia imediata é inte-
1:1.000.000 60 40 46
1:500.000 30 20 154
1:250.000 1° 30' 10 555 *
1:100.000 30' 30' 3.036 *
1:50.000 15' 15' 11.928 *
* Valores estimados
Todas estas informações com mais julho/agosto deste ano, com objetivo
amplitude e riqueza de dados, com re- de fornecer aos usuários em geral, en-
presentação esquemática em mapas de tidades e organizações cartográficas a
situação, poderão ser encontradas na situação atualizada de mapeamento 'cto
publicação bilíngüe, Trabalhos :rôcnt- território nacional com informações
cos (Technical Operations), do IBG, sobre trabalhos do Departamento de
divulgada no Congresso de Cartografia Cartografia e Geodésia e Topografia
realizado em Ottawa - Canadá em do IBG.
192
mero de inscritos, mas, igualmente, em
Aperfeiçoamento Para termos de alcance, conseguindo-se cap-
tar inscrições do pessoal docente de es-
Professores de colas e faculdades de todo o País.
Realizados anteriormente apenas
Geografia na Guanabara, atualmente, atendendo
a convite, o DEDIGEO tem proporcio-
nado, também, em centros educacio-
Vem alcançando alto índice de in- nais localizados em outros Estados bra-
teresse e aceitação os cursos de aperfei- sileiros, a realização de cursos de ex-
çoamento para professores de geogra- tensão universitária e para professo-
fia de nível médio e superior, promovi- res de nível médio.
dos pelo Departamento de Documen- O quadro que segue demonstra,
tação e Divulgação Geográfica e Car- através dos números, os professores be-
tográfica (DEDIGEO) do IBG. neficiados por esta reciclagem durante
Segundo recomendação da I CON- o mês de julho de 1972, em cursos rea-
FEGE, esses cursos foram subtancial- lizados nas cidades do Rio de Janeiro
mente ampliados, não só quanto ao nú- (GB) e Fortaleza (CE).
193
Curso de Férias de julho/72,
GB. Mesa de abertura dos tra-
balhos: da esquerda para a
direita, os Profs. ANTôNIO
TÃNIOS ABIBE (Diretor-Su-
perintendente da ENCE); MI-
GUEL ALVES DE LIMA (Dire-
tor-Superintendente do IBG);
NEY STRAUCH (Diretor do
DEDIGEO) e MARIA FRAN-
CISCA THEREZA CARDOSO,
(Chefe do CENCO).
194
lizado pela USAF pelo qual mais de
Carta Internacional 50% do território brasileiro foi reco-
berto com fotografias na escala de
do Mundo ao 1:60.000 e, mais recentemente, os resul-
tados altamente promissores que vêm
Milionésimo sendo conseguidos com a realização do
Projeto RADAM.
Edição comemorativa do
Sesquicentenário
195
SYLVIO FRÓES ABREU
Perdeu o país um dos mais fecundos estudiosos e incansáveis pesquisadores
com o falecimento do Prof. Fróes Abreu, ocorrido no dia 2 de março de 1972.
Natural de Salvador, Bahia, naweu em 26 de dezembro de 1902, transferindo-se
ainda bem moço para o Rio de Janeiro, onde se formou em química industrial.
o estudo da geologia e as pesquisas no setor da química dividiram-lhe a aten-
ção, realizando nesse sentido viagem de estudo pelo interior do Brasil. Consi-
derado uma das maiores autoridades em geologia econômica do País, represen-
tou o Brasil na United: Nations Scientific Conference' on The Conservation and
Utilization of Ressources, realizada em Lake Sucess (1949). Suas qualidades fo-
ram enaltecidas pela Sociedade Brasileira de Geologia que, por ocasião do 13.0
Congresso Brasileiro de Geologia, 1959, conferiu-lhe a medalha de ouro José
Bonifácio de Andade e Silva, "em sinal de reconhecimento pela inestimável con-
tribuição à geologia nacional".
196
LIVROS
PERIÓDICOS
BOLETIM GEOGRÁFICO
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8 - "O problema dos sambaquis" (I), ano II, n. 0 20, 1944.
9 - "O problema dos sambaquis" (!I), ano II, n. 0 21, 1944.
10 - "Fisiografia do Paraná", ano II, n. 0 21, 1944.
11 - "Contribuições de americanos para o conhecimento do solo do Brasil",
ano V, n. 0 51, 1947.
12 - "Nota sobre os sambaquis do Forte", ano V, n. 0 52, 1947.
13 - "Petróleo", ano VI, n. 0 62, 1948.
14 - "O Recôncavo da Bahia e o petróleo de Lobato", ano VI, n.0 70, 1949.
15 - "Regiões naturais da Bahia" (Ensaio duma divisão), ano VI, n. 0 72, 1949.
16 - "O Estado do Maranhão", ano VII, n. 0 79, 1949.
17 - "Os fatores geográficos na utilização dos recursos minerais do Brasil",
ano VII, n. 0 81, 1949.
18 - "Os campos de petróleo e as reservas de xistos betuminosos do Brasil",
ano VII, n. 0 83, ano 1950.
19 - "Os fatores naturais no desenvolvimento do Brasil", ano X, n. 0 111, 1952.
20 - "Combustíveis e fontes de energia do Brasil", ano XII, n. 0 119, 1954.
21 - "Recursos minerais e industrialização", ano XVI, n. 0 146, 1958.
22 - "O potássio e a sua magna importância para o Brasil" ano XVI, n.0 147,
1958.
23 - "Borracha natural e borracha sintética", ano XXII, n. 0 175, 1963.
24 - "Produção Mineral, Conservação de Minérios e a Situação Atual", ano
XXIII, n. 0 177, 1963.
25 - "Problemas do Sal", ano XII, n. 0 180, 1964.
26 _ "Energia e desenvolvimento industrial", ano XXIII, n. 0 182, 1964.
27 - "A indústria cerâmica no Brasil", ano XXIII, n. 0 183, 1964.
28 - "A competição entre o natural e o sintético", ano XXVI, n. 0 200, ano
1967.
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