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Pediatria Ambulatorial: Rev Med Minas Gerais 2018 28 (Supl 2) : S23-S127

Este documento apresenta 4 resumos de estudos sobre temas da pediatria ambulatorial. O primeiro estudo avalia o perfil de saúde e violência contra lactentes. O segundo apresenta um mapa conceitual sobre o crescimento pediátrico. O terceiro relata um caso de ansiedade infantil. E o quarto estuda a prevalência de transtornos mentais em ambulatório escolar.

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Pediatria Ambulatorial: Rev Med Minas Gerais 2018 28 (Supl 2) : S23-S127

Este documento apresenta 4 resumos de estudos sobre temas da pediatria ambulatorial. O primeiro estudo avalia o perfil de saúde e violência contra lactentes. O segundo apresenta um mapa conceitual sobre o crescimento pediátrico. O terceiro relata um caso de ansiedade infantil. E o quarto estuda a prevalência de transtornos mentais em ambulatório escolar.

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Pediatria Ambulatorial

110 Rev Med Minas Gerais 2018;28 (Supl 2): S23-S127


PA 001 PERFIL DE SAÚDE E DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA SOFRI- PA 002 O CRESCIMENTO PEDIÁTRICO EM MAPA CONCEITUAL
DA POR LACTENTES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM BETIM, BEATRIZ FIGUEIREDO LIMA1, AMANDA RABELLO CONCEIÇÃO1, BRENDA PAIXÃO
MINAS GERAIS: CONHECER PARA INTERVIR MARINHO1, ISABELLA GUEDES MIRANDA DIAS1, MAÍRA MARA CRISPIM FERNANDES1,
CÁSSIO DA CUNHA IBIAPINA1
RAQUEL FREITAS CUNHA DE FARIA1, ELZA MACHADO DE MELO1, CRISTIANE DE FREITAS
CUNHA1, RAQUEL LIANA NEVES JORGE1 1. UFMG
1. FACULDADE DE MEDICINA - UFMG Introdução: O presente resumo, por meio de um mapa conceitual, ressalta a importância de se
acompanhar o crescimento em Pediatria. Os dados antropométricos são uma referência para as
Introdução/Objetivo A construção de políticas públicas na área de saúde da criança envolve a análise do cotidiano atividades de atenção à criança e o adolescente do ponto de vista psíquico, emocional, social e
destes indivíduos, incluindo suas condições de vida, adoecimento, bem como tipos de violência sofrida. O biológico. Objetivo: Utilizar a elaboração de mapa conceitual sobre as etapas do crescimento para
presente estudo objetivou conhecer o perfil de saúde e de violência doméstica contra os lactentes assistidos pela o ensino da pediatria. Resultados: O crescimento da criança e do adolescente deve ser avaliado em
Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) Caic, da cidade mineira de Betim, como estratégia para adequação todas consultas pediátricas. Os dados obtidos devem ser colocados nas curvas de crescimento, de
e desenvolvimento de ações para melhoria da saúde da criança. Metodologia: Trata-se de estudo transversal forma a avaliar a progressão do crescimento da própria criança e se está adequado de acordo com
descritivo que avaliou 129 crianças, contemplando todos os menores de dois anos da área de abrangência da o escore Z. Este é utilizado pois permite o diagnóstico a partir de valores críticos de estatura e peso
UAPS, entre setembro de 2015 e fevereiro de 2016. Foram aplicados questionários semiestruturados e avaliado para toda a população. O IMC deve ser utilizado a partir de 6 anos de idade. Método: Foi realizado
o crescimento e desenvolvimento. Os dados coletados foram armazenados no software SPSS. Foram realizadas um mapa conceitual visando facilitar o ensino e servir como estratégia para uso no dia a dia.
análises entre variáveis de saúde e de natureza familiar, comunitária e social. Resultado: Houve predomínio de Mapas conceituais são um método de aprendizado inovador, proporcionando a expressão de ideias
crianças do sexo masculino (51,2), cor parda (57,4), faixa etária de 6 a 12 meses de idade (31,8), com renda familiar de um modo visual, por meio da utilização de cores, diferentes fontes e imagens. Conclusão: O
de mais de 1 a 2 salários mínimos (42,6). Quatorze por cento das crianças já haviam sofrido violência doméstica, crescimento é considerado um dos melhores indicadores de saúde da criança pois sofre influência
sendo a maioria pertencente ao grupo supracitado. No que diz respeito ao desenvolvimento, 10,1 apresentaram direta de diversos fatores ambientais. Através do seu acompanhamento e do conhecimento dos
provável atraso, dos quais 30,8 já haviam sido vítimas de violência. Predominou a violência entre os responsáveis fatores envolvidos nesse processo, o pediatra pode apoiar a manutenção e promoção de um
adolescentes, com baixa escolaridade e sem renda. 82,9 dos entrevistados acham possível prevenir a violência. crescimento saudável, intervir nos casos de desvio, possibilitando que o crescimento se concretize
Discussão: Os resultados possibilitaram detecção de variáveis que influenciam a ocorrência de violência contra o na plenitude do potencial genético da criança. Por fim, o mapa conceitual é uma forma prática de
lactente, como o fato do responsável ser adolescente, a baixa escolaridade e a ausência de renda. Este fato demonstra se analisar e entender os dados de crescimento em pediatria, por meio de uma rápida visualização.
que as condições sociais e econômicas às quais as crianças estão submetidas impactam na ocorrência de violência.
A crença na possibilidade de prevenção é um incentivo ao desenvolvimento de estratégias pela Equipe de Saúde Palavra Chave: Crescimento, Mapa Conceitual, Pediatria
para redução do problema. Percebe-se também interferência da violência no desenvolvimento da criança, um
alerta para detecção precoce. Conclusão: As condições sociais, econômicas e culturais não podem ser dissociadas
do processo saúde-doença. O seu conhecimento pela equipe de saúde é imprescindível para a construção da saúde
da criança.
Palavra Chave: Avaliação em Saúde, Violência Doméstica, Cuidado do Lactente

PA 003 ANSIEDADE INFANTIL E SUAS DIFICULDADES: RELATO PA 004 PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS MENTAIS NA PSIQUIA-
DE CASO TRIA INFANTOJUVENIL EM AMBULATÓRIO ESCOLA DE BELO HORI-
MARIANA MARTINS GRASSI SEDLMAIER1, FELIPE CAMBRAIA PEREIRA DE BARROS2 ZONTE -MG
1. FCMMG MARIANA MARTINS GRASSI SEDLMAIER1, MARINA PATRUS ANANIAS DE SOUZA
2. HOSPITAL UNIMED BRANDÃO1, MARIA CAROLINA LOBATO MACHADO1

Introdução: os Transtornos de Ansiedade (TAs) nas crianças e adolescentes estão inclusos nos transtornos 1. FCMMG
mentais de prevalência relevante Epidemiologicamente na atualidade. TAs podem trazer aos pacientes
pediátricos grandes prejuízos funcionais, tanto relacionados ao convívio social, quanto ao desenvolvimento Objetivo: Este estudo teve como objetivo identificar a prevalência de transtornos mentais em pacientes atendidos
pessoal. Descrição do caso: Criança sexo feminino, 6 anos de idade, iniciou quadro agudo de intensa em ambulatório escola de psiquiatria infantil em Belo Horizonte, Minas Gerais. Métodos: Os dados foram coletados
enurese noturna associado à retenção urinária durante resto do dia. Mãe relata que filha não estava a partir da análise do livro de registros de atendimentos (ocorridos durante os anos de 2014 a 2017) preenchido por
aceitando dormir sozinha no seu próprio quarto, além de ter sono agitado. Do quadro social e familiar, médicos docentes e acadêmicos de medicina sob supervisão desses. Resultados: Foram analisados dados de 108
pacientes, com idade entre 3 e 25 anos (idade média ao diagnóstico foi 10,48 ± 4,16 anos), sendo encontrados 76
criança é filha única e presenciou separação conturbada dos pais. Discussão: Tem se tornado cada vez mais
pacientes (70,4) do sexo masculino, e 32 (29,6) do sexo feminino. Dentro dessa amostra os cinco transtornos mais
frequente transtornos psiquiátricos no público pediátrico, seja por predisposição hereditária, fatores de risco
prevalentes foram transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (n = 52, 48,6), transtorno de conduta (n = 20,
ambientais, traumas emocionais ou circunstâncias socioeconômicas. Quadros de Ansiedade estão inclusos
18,7), autismo (n = 18, 16,8), transtorno de ansiedade (n = 14, 13,1) e oligofrenia (n = 12, 11,2). Os sinais e sintomas
nessa incidência e muitas vezes representam reação da criança à alguma situação estressante ou traumática
mais registrados nesses atendimentos foram dificuldade escolar (n = 72, 66,7), dificuldade de concentração (n =
a qual foi submetida. Os TAs podem envolver vários sintomas psicossomáticos ou de somatização, que
51, 47,2), agitação (n = 45, 42,1), agressividade (n = 38, 35,2) e ansiedade (n = 26, 24,3). Além disso, 55 pacientes
muitas vezes constrangem, ridicularizam ou isolam ainda mais uma criança já fragilizada. Essa paciente foi
(65,5) possuíam história familiar de transtorno psiquiátrico e 9 pacientes (11,1) alegaram traumas emocionais
encaminhada ao serviço especializado, seguiu tratamento psicoterápico e não farmacológico do Transtorno no decorrer da vida. Conclusão: Os dados direcionam para os transtornos mentais prevalentes na população
de Ansiedade, alcamçando boa evolução clínica com o controle e atenuação dos sintomas. Conclusão: os pediátrica/hebiatra e reafirmam a relevância de programas preventivos na atenção primária, na comunidade e
transtornos de ansiedade, assim como todos demais transtornos psiquiátricos, merecem devida atenção nas escolas. Além disso, ressalta-se a importância do apoio ambulatorial e multidisciplinar dos pacientes com
médica e psicopedagógica, especialmente na população pediátrica/hebiatra. Suas consequências podem transtornos mentais e de seus familiares.
ser extremamente prejudiciais ao desenvolvimento do indivíduo ao gerar sequelas emocionais ainda mais
fortes. Diante disso, a prevenção primária e a abordagem terapêutica multidisciplinar são essenciais para a Palavra Chave: Psiquiatria Infantil, Saúde Mental Infantil.
condução clínica desse perfil de paciente e a preservação da sua saúde mental.
Agradecimentos: A Faculdade Ciências de Minas Gerais e setores responsáveis pela oportunidade de pesquisa
Palavra Chave: Ansiedade Pediátrica, Transtornos de Ansiedade, Separação. científica

Dysfunctional Voiding Symptom Score. A presença de constipação intestinal funcional


PA 005 TREINAMENTO ESFINCTERIANO EM CRIANÇAS COM foi avaliada de acordo com os critérios Roma III. Resultados: O estudo incluiu 93 crianças
SÍNDROME DE DOWN: ESTUDO CASO-CONTROLE com SD e 204 crianças com desenvolvimento neuropsicomotor dentro da normalidade (Grupo
de Controle (GC)). A idade média em que as crianças iniciaram o treinamento esfincteriano foi
FLAVIA CRISTINA DE CARVALHO MRAD1, JOSE DE BESSA JUNIOR2, ANDRE AVARESE DE de 22,8 meses naquelas com SD e 17,5 meses no GC (p = 0,001). Em crianças com SD, a idade
FIGUEIREDO3, JOSE MURILLO DE BASTOS NETTO3 média ao concluir o treinamento esfincteriano foi de 56,2 meses e 27,1 meses no GC (p = 0,001).
Entre as crianças com SD, as do sexo feminino concluíram o treinamento esfincteriano mais
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS cedo (p = 0,02). O método e tipo de equipamento para treinamento esfincteriano mais utilizado
foi a abordagem orientada para a criança e o penico respectivamente em ambos os grupos.
2. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA Não houve associação entre a presença de sintomas do trato urinário inferior e/ou constipação
3. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
intestinal funcional e a idade no início e na conclusão do treinamento esfincteriano em ambos os
grupos. Conclusão: Crianças com SD apresentam o treinamento esfincteriano mais prolongado
Objetivos: Crianças com síndrome de Down (SD) apresentam atraso no desenvolvimento quando comparadas ás crianças com desenvolvimento neuropsicomotor dentro da normalidade,
neuropsicomotor, fator que pode influenciar o nível de dificuldade do treinamento esfincteriano. apesar de iniciarem o mesmo com idades similares. Estudos longitudinais prospectivos são
O presente estudo tem como objetivos estimar a idade em que o treinamento esfincteriano é essenciais para entender o processo do treinamento esfincteriano das crianças com SD.
iniciado e concluído em crianças com SD em comparação a crianças com desenvolvimento
neuropsicomotor dentro da normalidade, avaliar o tipo de equipamento e método de Mrad FC, Figueiredo AA, Bessa J, Netto JM. Prolonged toilet training in children with Down syndrome: a case-
treinamento esfincteriano utilizado , bem como sua associação com sintomas do trato urinário control study. J Pediatr (Rio J). 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2017.06.011
inferior e constipação funcional. Métodos: Um estudo caso-controle foi realizado de 2010 a Palavra Chave: Síndrome De Down, Treinamento Esfincteriano, Constipaçao
2015. Todos os pais preencheram um questionário destinado a avaliar o processo de treinamento
esfincteriano. Os sintomas do trato urinário inferior foram avaliados por meio da aplicação do Agradecimentos: Aos pacientes e equipe do ambulatorio de SD do DSCA/ PJF

Rev Med Minas Gerais 2018;28 (Supl 2): S23-S127 111


PA 006 VULNERABILIDADE SOCIAL: UM IMPEDIMENTO PARA O PA 007 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE DISPLASIA DE QUADRIL
“FLORESCER SAUDÁVEL” ESTEVÃO DOS SANTOS DINIZ1, LORENA DOS SANTOS DINIZ2, ISABELA CORDEIRO
LORENA DOS SANTOS DINIZ1, ESTEVÃO DOS SANTOS DINIZ2, ISABELA CORDEIRO FERREIRA2, HELENA MARIA DELGADO OLIVEIRA2, GUSTAVO AUGUSTO PAIVA CANEDO2,
FERREIRA1, HELENA MARIA DELGADO OLIVEIRA1, GUSTAVO AUGUSTO PAIVA CANEDO1, ALEXANDRE SILES VARGAS JUNIOR2, LETÍCIA SOUZA SILVA GALDINO2, LAURA CUNHA
ALEXANDRE SILES VARGAS JUNIOR1, LETÍCIA SOUZA SILVA GALDINO1, LAURA CUNHA SOARES2, MÁRCIA REIMOL DE ANDRADE2
SOARES1, MÁRCIA REIMOL DE ANDRADE1 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS Introdução: A Displasia de Quadril (DQ) é uma comorbidade que afeta cerca de 1 a cada 1000
Introdução: A vulnerabilidade social está relacionada com o aumento da suscetibilidade humana a doenças. Nesse nativivos, sendo essencial o diagnóstico precoce e o rastreio ambulatorial. Desse modo, esse relato tem
contexto, o seguinte relato visa analisar o atendimento ambulatorial a um lactente de situação socioeconômica por objetivo evidenciar esse aspecto. Descrição do Caso: Lactente, sexo masculino, aos 31 dias de vida,
desfavorável. Descrição do caso: Lactente, sexo masculino, 2 meses, compareceu para consulta pediátrica. Diarreia foi levado a Estratégia de Saúde da Família (ESF) para consulta de puericultura. Mãe jovem, G1 P1 A0,
há 6 dias, com raias de sangue e muco em vários episódios diários. Ausência de febre e vômito. Interrupção da peso de 3370 g ao nascer, com IG de 41 semanas. Ao exame físico observou-se coluna íntegra e sinal
amamentação há 15 dias, com introdução de fórmula. Segundo a Agente Comunitária de Saúde, há 10 pessoas de Ortolani positivo à esquerda. O lactente foi encaminhado à ortopedia para a avaliação da suspeita
na residência e alguns estão envolvidos em tráfico de drogas ilícitas. A casa tem 5 cômodos, não tem saneamento de displasia de quadril. Discussão: O caso descrito ocorre no âmbito da atenção primária, a qual
básico e as condições de higiene são precárias. Ao exame físico: hipoativo, reativo. Mucosas hipocoradas e pele demonstra ser fundamental no rastreio do quadro de DQ (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
com turgor diminuído. Índice de Massa Corpórea (IMC) 13,46 Kg/m2. Discussão: Percebe-se que crianças em Alguns sinais devem ser observados diante do exame físico, de preferência ainda na maternidade, pois
situação de vulnerabilidade sócio-econômico-ambiental demandam uma atenção mais ampla por parte dos o diagnóstico precoce aumenta as chances de reversão do quadro. As manobras de Ortolani e Barlow
diferentes profissionais de saúde para que se promova cuidado efetivo. Ao se adotar a vulnerabilidade como são referência para a detecção do problema, a primeira demonstra a realocação da cabeça femoral e a
eixo guia da puericultura, o objetivo da consulta pediátrica passa a ser mais do que normatização das condutas. segunda apresenta a capacidade de luxação da articulação coxofemoral (FOGAÇA, 2016). Identifica-
O cuidado com a criança se correlaciona com a condição de saúde da mesma (SUCUPIRA, 2012). A partir do se no caso a possível correlação entre a apresentação do quadro e o fato de ser uma mãe jovem,
momento em que o pediatra e toda a equipe de saúde têm ampla visão do contexto em que a criança e a família primípara, com idade gestacional maior que 40 semanas, o que são considerados fatores de risco para
estão inseridas, pode-se planejar ações e realizar o cuidado integral (PEDROSO,M, MOTTA, M, 2010). No caso esta patologia (PIRES, MELO, 2005, PEREIRA, PINTO, SANT’ANNA, 2016). Exames complementares
em questão, o conhecimento da situação de vulnerabilidade do lactente foi determinante para o raciocínio clínico são utilizados na confirmação do diagnóstico. A radiografia simples tem um valor limitado para o
e para a conduta terapêutica. Conclusão: As razões para que a taxa de mortalidade por diarreia diminuísse nas diagnóstico, enquanto a ultrassonografia apresenta maior sensibilidade e especificidade, sendo capaz de
últimas décadas incluem a melhoria da condição de vida da população brasileira. O acesso ao saneamento básico, confirmar o diagnóstico quando a radiografia se tornar duvidosa (GUARNIERO, 2010, PIRES, MELO,
a disponibilidade e as condições de armazenamento de água de boa qualidade, o preparo adequado de alimentos 2005). Conclusão: Diante do relato, percebe-se a necessidade de uma análise dos sinais típicos da DQ,
e a higiene pessoal são princípios preconizados pela Organização Mundial de Saúde para a erradicação de mortes como a manobra de Ortolani e Barlow. O exame físico detalhado antes dos seis meses viabiliza um
por diarreia aguda até 2030 (MORAIS et al, 2017). Dessa forma, deve-se ressaltar a importância da investigação de prognóstico menos invasivo. Além disso, uma percepção rápida do quadro pelo profissional, na atenção
vulnerabilidades sociais que contribuam para essa estatística. primária, se mostra indispensável.

Palavra Chave: Diarreia Aguda, Diarreia Pediátrica, Vulnerabilidade Palavra Chave: Displasia de Quadril, Atenção Primária, Manobra de Ortolani

PA 008 ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL DA OBESIDADE PA 009 MORBIDADE DE PREMATUROS ACOMPANHADOS EM


INFANTIL COM BASE NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: SERVIÇO DE REFERÊNCIA SECUNDÁRIA
RELATO DE CASO SARAH PEREIRA SOUTO MAIA1, URSULA MONTEIRO BOSSER1, JULIANA CAMPOS
ERICA DOMINGUES DE SOUZA1, PAULO HENRIQUE ALVES DE SOUSA1, ERIKA BARBOSA RODRIGUES FOSSA1, CAMILA VIDOTTI CASTRO CORRÊA1, DANIEL DEMÉTRIO
LAGARES1, CLÁUDIA APARECIDA COSTA ABREU1, CEZENÁRIO GONÇALVES CAMPOS1, MAGALHÃES1, GISLAINE ROSA DE SOUZA OLIVEIRA1, EVE GRILLO CARVALHO1,
FRANCISCO DOS SANTOS SÁ1, ALBA OTONI1, CASSIANA MARTILÉIA RODRIGUES1, BRUNNELLA ALCANTARA CHAGAS DE FREITAS1, LUIZA BRAGA FIGUEIREDO1
MÁRCIA CHRISTINA CAETANO ROMANO1 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV)
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL- REI Introdução: Os recém-nascidos prematuros (RNPT) estão expostos a condições de morbidade
Introdução: A obesidade infantil é um grave problema de saúde pública. Programas multiprofissionais em diversas fases da vida, o que implica na necessidade de acompanhamento em serviço
constituem-se importantes formas de intervenção e podem apresentar resultados positivos na saúde de crianças de referência, visando assistência integral que permita a detecção de agravos e adoção de
obesas. Descrição: Relato de caso de uma usuária de um Programa de Abordagem à Criança e Adolescente com intervenções. Objetivo: identificar morbidades ocorridas entre prematuros acompanhados em
Obesidade atendida em um ambulatório universitário de um Município do Centro-Oeste Mineiro, Brasil. Trata- serviço de referência secundária. Métodos: estudo transversal descritivo com base em dados
se de uma criança do sexo feminino, idade de 6 anos e 10 meses, encaminhada pela Estratégia Saúde da Família de prontuários de RNPT acompanhados em serviço de referência secundária no período de
para avaliação e acompanhamento multiprofissional. Foram realizadas três consultas com nutricionista, uma com 2010 a 2017 (n=276). Resultados: a mediana da idade materna foi 27 anos, 45,3 das mães eram
enfermeiro e seis sessões com psicóloga, pela abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental. Apresentou- provenientes de outros municípios e 34,1 estudaram até o ensino fundamental. Quanto aos
se no ambulatório acompanhada da mãe, relatando grande preocupação com a imagem corporal da filha. Na prematuros, 15,8 eram pequenos para a idade gestacional e 22,5 tinham menos de 32 semanas
anamnese nutricional observou-se comportamento alimentar inadequado. Antropometria inicial apresentou de gestação. Ficaram internados na unidade de terapia intensiva neonatal 74,6 e, destes, 5,8
obesidade grave no parâmetro de Índice de Massa Corporal por Idade (Desvio Padrão +3,59). A condução do caso evoluíram com displasia broncopulmonar e 15 foram hemotransfundidos. Dos prematuros
foi discutida pela equipe e foram realizadas atividades educativas junto à criança e sua mãe. Utilizou-se o diagrama avaliados, 42,4 completaram acompanhamento ambulatorial até pelo menos os 12 meses de
dos círculos para definição de metas sobre mudanças no padrão alimentar e práticas de atividade física. Nas sessões idade gestacional. Observou-se que os prematuros coabitavam com a mediana de três pessoas
com a psicóloga, observou-se que a criança não apresenta insatisfação com sua imagem corporal, manifesta boas e 36,5 coabitavam com tabagistas. Quanto às morbidades, detectou-se que 14,7 dos prematuros
habilidades emocionais e de resoluções de problemas em situações cotidianas. Foram realizados dois atendimentos foram hospitalizados, principalmente por causas respiratórias, que 22,4 apresentaram pelo
de psicoterapia breve com a mãe, visando uma maior aceitação da filha, sendo um dos objetivos a prevenção de menos um episódio de sibilância, e que a anemia ferropriva e deficiência de ferro ocorreram em,
uma baixa-estima da usuária. Discussão: Existe na sociedade uma idealização de um corpo infantil e de um pensar respectivamente, 39,2 e 43 da população. Observaram-se erros alimentares em 41,7 e uso de leite
sobre a primeira infância, extremamente padronizado, conforme aponta a literatura. Tal idealização é apresentada de vaca antes de um ano de idade em 30,2. Conclusão: o estudo identificou frequência relevante
pela mãe da criança que demonstra uma dificuldade em relação a aceitação do corpo da filha sendo apresentada, de problemas respiratórios, anemia ferropriva e deficiência de ferro entre os prematuros e
por exemplo, na fala: “...as crianças das outras mães são magras...” e na indignação quanto a filha vestir roupas destacou também frequentes convívio com tabagistas e a ocorrência de erros alimentares. Os
que “não ficam legais em pessoas gordinhas”. Conclusão: Tendo em vista a aprovação e admiração que os filhos resultados sinalizam que, por meio do acompanhamento em serviço de referência, devem ser
geralmente buscam nos pais, se faz necessário não somente a conscientização sobre o estado nutricional das realizadas a identificação dos fatores associados e a adoção de estratégias visando à promoção
crianças, mas também da necessidade de aceitação e o rompimento de ideais e padrões impostos pela sociedade. da saúde, prevenção e tratamento dos agravos.

Palavra Chave: Obesidade, Criança,Terapia Cognitivo-Comportamental Palavra Chave: Doenças do Prematuro, Seguimento Neonatal, Anemia Ferropriva

Agradecimentos: Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis, Ministério Saúde/ Educação - Pet Graduasus e
Fapemig

PA 010 RELATO DE CASO: QUEIMADURA POR ESCALDADURA foi deixada sobre o braço do sofá pela avó enquanto ela buscava água fria. Nesse
intervalo, a banheira caiu sobre o sofá onde a criança estava, provocando queimaduras de 1º
EM LACTENTE E O PAPEL DA PUERICULTURA NA PREVENÇÃO DE e 2º grau no tronco, períneo, membro superior direito e membro inferior esquerdo da criança.
ACIDENTES Após o acidente, a criança permaneceu internada por 75 dias e teve complicações como parada
cardiorrespiratória, estenose subglótica secundária a intubações e extubações e realização de
CAROLINE LUCHESI PAULETTI1, BÁRBARA CHRISTINA NOELLY E SILVA1, BIANCA HELLEN traqueostomia. Discussão: A literatura evidencia grande número de acidentes por queimaduras
SOUSA MARTINS1, DAIANA ELIAS RODRIGUES1, MARIA RITA ALVES BARBOSA DE PAIVA1, em crianças até 4 anos. Estudo retrospectivo realizado no centro de Tratamento de Queimaduras
MAYRA BORGES FONSECA1 na cidade de Ribeirão Preto apontou que a escaldadura por água é o principal agente causal de
queimaduras em crianças de 0 a 3 anos. Questões como aspecto sociocultural, características
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO da faixa etária, baixo nível socioeconômico e de instrução dos cuidadores e moradias pequenas
para o número de residentes são fatores de risco para as queimaduras. Conclusão: Neste relato
Introdução: No Brasil as queimaduras são a quarta causa de morte e hospitalização de crianças de caso, observou-se que a faixa etária da paciente, o local do acidente, o agente causal e o nível
e adolescentes até 14 anos. A escaldadura é um tipo de queimadura provocada por líquidos que socioeconômico da família correspondem aos principais fatores de risco descritos. Assim, fica
pode levar a graves repercussões na vida da criança e da família. Descrição do caso: M.V.S., 1 evidente a relevância da abordagem de medidas de prevenção de acidentes nas consultas de
ano e 9 meses, proveniente de Santo Antônio do Salto, Ouro Preto, Minas Gerais, compareceu puericultura.
ao Centro de Saúde para consulta de puericultura. Criança com história prévia de queimadura
por escaldadura aos 4 meses. Durante o preparo do banho, a banheira com água fervente Palavra Chave: Queimadura, Prevenção de Acidentes, Cuidado da Criança

112 Rev Med Minas Gerais 2018;28 (Supl 2): S23-S127


PA 011 PROJETO “PEDIATRIA, PELOS PRIMEIROS 1000 DIAS” PA 012 IMPLANTAÇÃO DA CAMPANHA DE ANEMIA
LIUBIANA ARANTES ARAÚJO1, FERNANDA DANTAS MENEZES1 MARIANA MORAIS OLIMPIO1, JOAO LUCAS MORAIS OLIMPIO2
1. UFMG 1. UNILAGO
2. FACERES
Introdução: O período entre a gestação e os dois anos repercute em toda a vida, sendo relevante
notar que há influência tanto de aspectos positivos para o desenvolvimento, como uma estimulação Introdução: A anemia ferropriva na criança ocorre devido a falta de ferro e atinge principalmente crianças até os
adequada, quanto negativos, como a pobreza e estresse tóxico. Objetivo: Relacionar o perfil 5 anos de idade e mulheres gestantes, metade das crianças menores de 5 anos tem anemia e nas crianças menores
socioeconômico familiar à adesão e o aprendizado no processo de orientação e capacitação das de 2 anos 50 a 83 tem anemia. Diante desses dados a campanha da anemia foi um projeto realizado pelos alunos
famílias de crianças em uma comunidade da região Norte de Belo Horizonte, classificada como área da Unilago em parceria com a Secretaria de Saúde de São Jose do Rio Preto de autoria do professor e chefe de
precária e com piores índices de desenvolvimento segundo os dados do Censo de 2010 do IBGE. pediatria do curso de medicina da União das Faculdades dos Grandes Lagos Dr. Geraldo Gaspar Paes Leme. O
Método: Realização de oficinas com familiares e lactentes de 0 a 2 anos, envolvendo coordenação projeto foi dividido em duas etapas, a primeira etapa consistiu de dois dias de aula teóricas para todos os alunos
motora, nutrição, linguagem, música e afeto. Posteriormente, foi feita aplicação de questionário que desejaram participar do projeto. Enquanto a segunda etapa foi a atuação dos alunos em todas as UBSs da
quantitativo e qualitativo às 9 famílias participantes, elaborado por membros do projeto. Resultados: cidade por meio de palestras e orientações de pais e familiares, além da distribuição de folhetos com informações
As famílias se mostraram envolvidas no projeto, sendo que 6 informaram ter renda familiar média e dicas de uma alimentação rica em ferro. Objetivo: A campanha tem como objetivo principal, a orientação
entre 1 e 2 salários mínimos (SMs), e 3 famílias com renda inferior a 1 SM. Todas as famílias da população das UBS de S257,o José do Rio Preto, sobre o tema anemia. Assim orientando os pais, de forma
concordaram que as atividades têm contribuído para otimizar o desenvolvimento e vínculo com o didática a como realizarem uma alimentação saudável. Alimentação é a fonte fundamental para o controle da
filho e 83,3 observaram melhora no desenvolvimento do filho. As mães perceberam a importância doença, principalmente quando ingerimos alimentos, que possuem nutrientes essenciais para absorção de ferro.
de uma melhor assistência para garantir um desenvolvimento mais adequado para seus filhos, se Método: Campanha educativa sobre anemia infantil, realizada nas principais Unidades de São José do Rio Preto,
sentindo apoiadas e direcionadas. Conclusão: Independente do perfil socioeconômico, as famílias por meio da apresentação de pôsteres e panfletagem realizados pelos alunos da Unilago, com intuito de informar
relataram ter percebido um desenvolvimento melhor de suas crianças, bem como a importância a população formas de prevenção e métodos eficazes de tratamento. Resultados e Conclusão: O projeto teve como
da capacitação e orientação por profissionais. O número de famílias nesta pesquisa foi restrito, mas intuito o esclarecimento da anemia ferropriva, as causas, a importância do aleitamento materno e o quanto os
pode indicar que, quando orientadas, podem oferecer melhores recursos para desenvolverem melhor alimentos podem ser benéficos ou fatores inibitórios na absorção do ferro. A anemia infantil apesar de ser de
potencial das crianças. fácil tratamento é pouco combatida devido a falta de orientação para com a população. Sendo assim de extrema
importância a orientação e esclarecimento de simples conceitos visando o combate de uma causa grande que é a
Palavra Chave: Desenvolvimento, 1000 Dias, Orientação Familiar, Cérebro anemia infantil.
Agradecimentos: Centro de Saúde São Tomás Palavra Chave: Anemia, Infantil

PA 013 PREVALÊNCIA DE ANEMIA E QUALIDADE DE VIDA EM PA 014 DEPRESSÃO MATERNA E CONDIÇÕES SOCIOECONÔMI-
PRÉ-ESCOLARES CAS: COMO ESTES FATORES AFETAM A SAÚDE FÍSICA DA CRIANÇA
MARCUS VINÍCIUS SOUSA1, JACQUELINE DOMINGUES TIBURCIO1, JOEL ALVES NO PRIMEIRO ANO DE VIDA?
LAMOUNIER1, MÁRCIA REIMOL ANDRADE1, DANIELA DA SILVA ROCHA2 ISABELA RESENDE SILVA SCHERRER1, CLÁUDIA REGINA LINDGREN ALVES1, MARCELO
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI OLIVATI DO AMARAL1
2. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
1. UFMG
Introdução: Cerca de ¼ da população mundial tem anemia e metade dos casos está associada à deficiência Objetivo: Analisar como sintomas depressivos maternos e os fatores socioeconômicos afetam a saúde de crianças
de ferro. Prejuízos cognitivos e imunológicos, fadiga e inapetência são problemas clínicos observados. no primeiro ano de vida. Métodos: Coorte prospectiva, que acompanhou 120 diades em seis avaliações (0, 2,
Objetivos: Estimar a prevalência de anemia em crianças pré-escolares no município, avaliar a percepção 4, 6, 9, e 12 meses). Foram aplicados questionários sobre condições socioeconômicas da família e condições da
dos pais e/ou cuidadores sobre a qualidade vida (QV) das crianças. Métodos: Estudo de caráter descritivo gestação e perinatais, e os sintomas depressivos maternos foram triados pela Edinburgh Postnatal Depression Scale
transversal com base populacional, no qual foram incluídas as crianças matriculadas em creches, sob (EPDS), aos 2 e 9 meses, sendo considerada positiva para sintomas depressivos a pontuação maior ou igual a 10
responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação. A triagem de anemia foi realizada com aparelho pontos em um dos dois momentos. A avaliação da saúde infantil foi feita através da criação do“Escore de saúde
que determina a quantidade de hemoglobina (Hb) no sangue (hemoglobinómetro de leitura rápida) . infantil no primeiro ano de vida”, composto por sete itens (estado nutricional, duração do aleitamento materno
Foram utilizados os padrões diagnósticos da Organização Mundial de Saúde (OMS): sendo definido exclusivo, alimentação com 12 meses, vacinação, adoecimentos, acidentes domésticos e uso de sulfato ferroso). A
como anemia valores de Hb 11g/dl (anemia leve - 9 a 11g/dl, moderada - 7 a 9g/dl, grave 7g/dl). Um análise univariada utilizou a Regressão de Quasipoisson e o método Stepwise na seleção das variáveis. A partir das
questionário padrão, validado internacionalmente, foi utilizado para avaliar a percepção dos pais e/ variáveis selecionadas na análise univariada, foi ajustado um modelo multivariado pelo Quasipoisson e método
ou cuidadores sobre a QV das crianças. Os dados foram analisados por meio de medidas descritivas Backward, adotando um nível de 5 de significância. Resultados: A prevalência de sintomas depressivos foi de 35,8.
e inferência estatística com nível de significância de 5. Resultados: Das 115 crianças que realizaram Na análise univariada, as variáveis com significância foram: depressão, idade gestacional, sexo, peso, procedência,
exame de triagem de anemia, 33 (28,7) foram identificadas como anêmicas, sendo este dado compatível estado civil, classificação ABEP, bolsa família, idade da mãe e renda per capta. Na analise multivariada, porém,
com outros estudos semelhantes. Das 33 crianças identificadas, 32 (27,8) foram triadas como tendo apenas três variáveis permaneceram com significância estatística: depressão, estado civil materno e bolsa família. O
anemia leve e uma (0,9) triada como portadora de anemia moderada. De acordo com a OMS, pode-se escore de saúde infantil teve uma redução de 8 quando a mãe apresentou sintomas depressivos durante o primeiro
classificar a significância populacional da prevalência de anemia como normal ou aceitável (abaixo de ano pós-parto (p=0,04) ou quando ela não tinha companheiro (p=0,03), quando comparado a bebês cuja mãe
5), leve (5 a 19), moderada (20 a 39,9) e grave (maior ou igual a 40). Não houve correlações significativas não teve depressão ou que tinha companheiro, e aumento de 14 quando a família recebia o Bolsa família (p=0,02),
(p-valor0,05) entre anemia e os aspectos que compõem a QV (capacidade física, aspectos emocional, quando comparado as famílias que não recebiam o auxilio. Conclusão: A saúde mental materna e condições
social e escolar). Conclusão: De acordo com os resultados encontrados nesta pesquisa pode-se considerar socioeconômicas da família podem interferir na saúde integral das crianças. Portanto, o reconhecimento da
que a anemia, para o município, constitui um problema de Saúde Pública moderado, que embora não depressão materna e a oferta adequada de cuidados para toda a família, além de políticas públicas de combate à
tenha se apresentado estatisticamente associada com uma menor QV percebida pelos pais e cuidadores pobreza e promoção de apoio social são estratégias úteis na promoção da saúde infantil.
das crianças que compõe população em estudo, merece atenção por ser uma patologia reversível, que pode
ser prevenida e com alto potencial de morbidade. Palavra Chave: Depressão Materna, Saúde Infantil, Fatores Socioeconômicos

Palavra Chave: Anemia, Pré-Escolares, Qualidade de Vida Agradecimentos: Hospital Sofia Feldeman, Grand Challenges Canada/ Saving Brains.

PA 015 SINAIS DE ALERTA PARA O RISCO DE SUÍCIDIO EM PA 016 VERSÃO BRASILEIRA DO INSTRUMENTO DA OMS
CRIANÇAS E ADOLESCENTES PARA AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL NO NÍVEL
ANA LUIZA LODI BRAGA1, ALESSANDRA SANTOS PEDROSA1, PEDRO NATALE FERREIRA POPULACIONAL (IYCD)
FERNANDES2, ANA SOFIA SILVA MESQUITA3, PATRÍCIA CANUTO3, RACHEL A FERREIRA CLÁUDIA REGINA LINDGREN ALVES1, MARIANA LACERDA GONTIJO1, JANAINA MATOS
FERNANDES3 MOREIRA1, MARINA AGUIAR PIRES GUIMARÃES1, LÍVIA CASTRO MAGALHÃES1
1. PUC-MG 1. UFMG
2. FCMMG
3. UFMG Introdução: Há poucas evidências a respeito de instrumentos com validade preditiva sobre o desenvolvimento de
crianças em nível populacional. Objetivo: Apresentar o processo de criação do instrumento “WHO Indicators of
Introdução: Mundialmente, o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens. A identificação dos Infant and Young Development” (IYCD) e sua versão brasileira. Métodos: A equipe da Organização Mundial da
sinais de alerta para sua iminente ocorrência, em pacientes em risco, é essencial para tomada de medidas Saúde (OMS) e pesquisadores da Inglaterra, Canadá, Estados Unidos, Brasil, Paquistão e Malaui desenvolveram
que possam evitá-las. Objetivo: Apresentar para a comunidade médica e para a sociedade, os sinais de um instrumento para triagem de problemas de desenvolvimento de crianças de 0 a 3 anos em nível populacional.
alarme para uma atitude de autoextermínio em crianças e adolescentes, que indiquem a necessidade de Realizou-se: revisão da literatura, meta-análise dos bancos de dados disponíveis e testagem do protótipo no Brasil,
uma abordagem imediata. Métodos: Revisão bibliográfica utilizando os descritores “suicídio”, “infância” Paquistão e Malaui. No Brasil foram feitos tradução e retrotradução, grupos focais, entrevistas com profissionais e
e “adolescência” nas bases de dados Scielo, LILACS e Google Acadêmico, delimitando os achados de familiares da zona urbana e interior de Minas Gerais para criação da versão em português. Os itens foram testados
2008 a 2018 em português e inglês. Além de manuais do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira por meio de relato dos pais (N=96) X observação direta das crianças (N=32), de entrevistas cognitivas (N=9) e
de Psiquiatria. Resultados: A discussão dos sinais de alerta para o suicídio em qualquer faixa etária e, testes de confiabilidade inter e intra-avaliadores (N=32). Realizou-se análise do desempenho das crianças em
especialmente em crianças e adolescentes, são frequentemente encobertas e negligenciadas pelos diversos cada item em cada país e verificação da associação da performance com antropometria, nível socioeconômico
tabus morais que cercam o tema. Embora não exista um padrão que deixe explícita as intenções de e indicadores do contexto familiar. Analisou-se a confiabilidade dos itens pelo modelo de resposta ao item (TRI),
autoextermínio nesta população, alguns comportamentos têm sido identificados como “alarme”, dentre com ponto de corte em 80 para sua seleção. Resultados: A versão do instrumento IYCD em português do Brasil foi
eles: Diálogos ou desenhos que abordem morte, suicídio ou “desejo de sumir”, Isolamento de amigos e/ validada e pode ser solicitada à OMS. Removeram-se itens com curva de regressão logística pobre, resultados muito
ou família, Perda de interesse por atividades usuais, Queda no rendimento escolar e recusa a ir à escola, divergentes entre os países, testes cognitivos insatisfatórios e pouca discriminação entre as faixas etárias. Criou-se o
Mudança de hábitos gerais, como de sono, alimentares ou de higiene, Irritabilidade, choro frequente e protótipo com itens de desenvolvimento motor, linguagem/cognitivo, sócio-emocional e comportamentos gerais,
divididos em 5 faixas etárias entre 0 a 36 meses. Criou-se versão eletrônica do instrumento, contendo imagens
agressividade, Uso de álcool e outras drogas, Atitudes de automutilação ou exposição constante a situações
e sons para facilitar a compreensão dos itens pelas famílias. Conclusão: O IYCD foi desenvolvido baseado nas
de risco, Acentuado interesse por filmes violentos e de terror e Cartas de despedidas. Conclusão: O melhores evidências cientificas, com rigorosa metodologia, visando à criação de um instrumento universal para
reconhecimento de fatores de risco para o suicídio em crianças e adolescentes, como doenças mentais, monitoramento do desenvolvimento da primeira infância em nível populacional, ainda sem pretensão de aplicação
bullying, histórico familiar de comportamento suicida e abuso sexual, é essencial para um cuidado clínica individual. A participação do Brasil neste projeto contribui para viabilização de pesquisas epidemiológicas
longitudinal e uma abordagem preventiva com o paciente. No entanto, é a partir da identificação de e de avaliação de políticas de saúde.
sinais de alerta, para eminência ou tentativa do autoextermínio, por profissionais da saúde, familiares,
professores e amigos, que propicia uma intervenção suficientemente precoce, com a implementação de Palavra Chave: Desenvolvimento, Indicadores, Instrumento de Avaliação
medidas emergenciais que impeçam a consumação do ato.
Agradecimentos: Organização Mundial de Saúde, Sec. de Saúde de Belo Horizonte e Diamantina, Hospital Sofia
Palavra Chave: “Suicídio”, “Infância”, “Adolescência” Feldman
Rev Med Minas Gerais 2018;28 (Supl 2): S23-S127 113
PA 017 CONDUTAS NA CRIANÇA QUEIMADA PA 018 LUTO NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO
JOSEANE GRANDO1, HELENA MARIA SOUZA SANTOS1, CAROLINE MENDONÇA MARIA TERESA DE ANDRADE SOL1, THOMÁS VIANA DE SOUZA1, MARIA ELIZA
ARRUDA1, RAÍSA FURFURO E SÁ1, DANILO NADAL RODRIGUES1 MACHADO ROMEROS1, KAMYLLA VERSIANI ARAÚJO FARO 1
1. UNIVERSIDADE DE ITAÚNA 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

Introdução: A queimadura é a terceira causa de morte por trauma nas diferentes idades e a Introdução: A morte é tratada muitas vezes como tabu na sociedade. Como consequência, adultos frequentemente
segunda em menores de 4 anos. Em crianças a maioria é acidental, ocorrendo no domicilio. adotam a atitude de tentar afastar as crianças desse tema, negando a necessidade de comunicar a elas a ideia de
Constituem um importante problema de saúde pública. No Brasil em de 2016 foram 21.390 morte. Esse silêncio, entretanto, traz consequências psicológicas duradouras, sendo prejudicial ao desenvolvimento
vítimas de queimaduras com idade inferior a 15 anos foram hospitalizados e 221 faleceram. cognitivo da criança. Em vista da escassez de trabalhos a respeito do tema, o presente caso possui como objetivo
Objetivo: Analisar as condutas eficazes para tratamento da criança queimada. Materiais e discutir o luto na infância e suas manifestações. Descrição do Caso: E.T.S., masculino, 9 anos, levado pela mãe
Métodos: Revisão bibliográfica dos últimos 5 anos, utilizando os descritores MeSh/DeCs à Unidade Básica de Saúde para avaliação de perfil lipídico solicitado em consulta prévia. Durante anamnese e
“Child”, “Burns” e “Management” no PubMed, Scielo e CochraneLibrary. Discussão: Os avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor, foram relatadas pela mãe dificuldades escolares, iniciadas há
sobreviventes podem apresentar limitações funcionais além dos prejuízos no âmbito social, cerca de três anos. Paciente demonstrou habilidades matemáticas compatíveis com a idade, demonstrou, porém,
econômico e psicológico. Após o trauma térmico há instalação de resposta inflamatória dificuldades em ler e escrever. Constatou-se que o início da queixa coincide com falecimento de sua avó paterna,
sistêmica. Queimaduras que afetem mais de 10 da superfície corporal Total (SCT) requerem que era sua cuidadora. E.T.S. frequentemente chora e apresenta-se retraído, demonstra também agressividade
hospitalização, sendo que queimaduras que envolvem mais de 30 podem evoluir com choque. principalmente quando abordado o falecimento da avó. Foi aventada a hipótese de dificuldade de aprendizagem
As crianças são mais susceptíveis á desidratação, requerendo maior reposição hídrica (ml/kg) na área de linguagem como uma reação ao luto e depressão, sendo a criança encaminhada à psicologia. Discussão:
em virtude da maior relação área corpórea/peso que os adultos. Caso não se consiga manter A morte exige uma reorganização emocional da criança e da família, capaz de interferir no desenvolvimento
a reposição endovenosa via intraossea faz-se necessária. Devido a menor espessura da pele infantil tanto a curto quanto a longo prazo. Essa resolução dependerá muitas vezes de como a perda ocorreu, sendo
queimaduras tendem a acometer camadas mais profundas a hiportemia é uma complicação a morte repentina associada à perda do sentimento de onipotência da criança e às emoções negativas. Já a morte
possível, devendo-se evitar compressas úmidas. Deve-se atentar a maior necessidade nutricional esperada é passível de um luto antecipatório, possibilitando maior preparo psicológico. A comunicação sobre a
secundária ao estado hipermetabólico, sendo necessário a inserção de um tubo nasogástrico em morte deve ocorrer independentemente da idade da criança, sendo adaptada ao linguajar e nível de compreensão.
crianças com mais de 40 da superfície corporal afetada. A elaboração do luto dependerá de fatores como conhecimento sobre a perda, padrões de relacionamento
familiar e oportunidade que lhe é dada de compartilhar sentimento e emoções. Conclusão: A equipe de saúde e a
Conclusão: A criança queimada possui epidemiologia e fisiopatologia peculiares, requerendo cuidados especiais. família devem ser acolhedores à criança em luto, atentando-se à sua vivência e lhe oferecendo suporte psicológico
A instituição de terapêutica inadequada está relacionada a maior morbimortalidade. necessário. Educar as crianças com conhecimento cognitivo da morte mostra-se como a melhor maneira de
prepará-los para o ajustamento frente a essa situação.
Palavra Chave: Queimadura, Prevenção, Criança
Palavra Chave: Luto, Desenvolvimento Infantil, Deficiências da Aprendizagem

PA 019 NEUROCIÊNCIA DA BRINCADEIRA: UMA FERRAMENTA PA 020 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO PÚBLICO
PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL INFANTOJUVENIL COM TRANSTORNOS MENTAIS
CASSIO FREDERICO VELOSO1, FERNANDA DANTAS MEZEZES1, LIUBIANA ARANTES RACHEL DA SILVA SANTOS1, ISABELA MIE TAKESHITA1, FRANCIELLE DE ÁVILA BOEIRA1,
ARAÚJO1 MICHELLE LACERDA AZEVEDO1, KELLY FÁTIMA BATISTA DIAS1, LUCIANA ALVES
SILVEIRA MONTEIRO1, LUCIANA RAMOS DE MOURA1, ALESSANDRA LIMA SILVA
1. UFMG
JARDIM1, MARCELO MEDEIROS SALLES1, ROSANGELA DURSO PERILLO1
Introdução: Diante do direito de brincar, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), discute-se o
papel do lúdico como recurso para o desenvolvimento infantil, com efeitos a nível cerebral, segundo evidências 1. FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS
neurocientíficas. Objetivo: Descrever, a partir de estudos da neurociência, como o brincar pode ser um recurso Introdução: Entender as diversas possiblidades terapêuticas e a importância da educação em saúde no
potencializador da aprendizagem. Método: Revisão bibliográfica a partir de artigos nas bases de dados Pubmed
processo de adaptação e reinserção social, pode garantir que o enfermeiro pratique uma assistência
(321) e Lilacs (63) e documentos disponibilizados virtualmente por associações médicas de pediatria, utilizando-
mais qualificada para este público. Objetivo: Descrever, á luz da literatura, o papel do enfermeiro no
se os descritores DeCS e MeSH,: “brincadeira”, “aprendizagem”, “desenvolvimento infantil”, entre 2010 e 2018.
atendimento ao público infantojuvenil com transtornos mentais. Métodos: Revisão integrativa da
Resultados: encontrados 384 artigos e 3 documentos, dos quais foram selecionados 31. Excluiu-se aqueles estudos
que envolviam síndromes e transtornos mentais ou de aprendizagem e, selecionados aqueles que descreviam os literatura nacional e internacional sobre as publicações relacionadas ao papel do enfermeiro na assistência
impactos do lúdico no desenvolvimento de habilidades cognitivas e nos processos de aprendizagem das crianças. a crianças e adolescentes com transtornos psiquiátricos. Como base de dados foram utilizados a BVS e
As atividades que envolvem o brincar ativam as conexões cerebrais e o Sistema Límbico, produzindo sensação EBSCO. A amostra constituiu-se de 15 artigos, publicados entre 2013 a 2017, nos idiomas português e
de bem estar, prazer e alegria. Assim, a aprendizagem através de recursos lúdicos possibilita o desenvolvimento inglês. Resultados: O enfermeiro atua de maneira integral, abrangendo desde a gestão e organização do
cerebral, com formação de maior número de conexões entre as diferentes áreas, como aquelas entre o sistema cuidado, perpassando o atendimento diferenciado com olhar individualizado e respeitoso, valorizando
límbico e neocórtex, otimizando o potencial da cognição, da criatividade e das funções executivas, os quais a promoção da autonomia e ressocialização desses jovens e de suas famílias e chegando a inclusão do
favorecem a aprendizagem. Além disto, há liberação de neurotransmissores como a dopamina e endorfina, que familiar/cuidador no planejamento do cuidado. Conclusão: O enfermeiro executa um papel complexo
ativam a mielinização e sinaptogênese cerebral e outros órgãos do corpo, aprimorando a neuroplasticidade e o e fundamental frente a assistência à crianças e adolescentes com transtornos mentais, a fim de garantir
aprendizado duradouro. Promove também o desenvolvimento da afetividade, percepção, expressão, raciocínio a manutenção da qualidade de vida desses jovens. Essa complexidade é resultante da variedade de
e socialização. Conclusão: Profissionais da saúde devem orientar famílias e educadores, partindo de evidências, intervenções e olhares que esse profissional pode desempenhar. Ao mesclar cuidado e gestão o enfermeiro
sobre o brincar e suas contribuições para o aprendizado efetivo e o desenvolvimento de aspectos cognitivos, sociais se torna diferenciado, entretanto, apesar dessa completude profissional, é importante que este, desenvolva
e emocionais das crianças. conhecimento aberto, reflexivo e embasado.

Palavra Chave: Desenvolvimento, Neurociência, Lúdico, Brincar, Cérebro Palavra Chave: Child Psychiatry, Adolescent Psychiatry, Community Mental He

PA 021 IMPORTÂNCIA DE PUERICULTURA REGULAR COM PA 022 O MANEJO AMBULATORIAL DA CELULITE ORBITÁRIA
AVALIAÇÃO DO PERÍMETRO CEFÁLICO PARA A SUSPEITA DE TUMOR PRÉ-SEPTAL NA CRIANÇA
ENCEFÁLICO SABRINA CAMPOS DA ENCARNAÇÃO MARTINS1, RAIANE CRISTINA DE ALMEIDA LOPES1
AUGUSTO RANGEL MATTOS JARDIM1, MARIA PASSOS BIANCHINI1, MARIA PAULA DE 1. UNIVERSIDADE DE ITAÚNA
MELLO NOGUEIRA1, SOFIA GONZAGA GARCIA1, LUISA LEAL BARBOSA CORREIA DE
ANDRADE1 Introdução: A celulite pré-septal (CPS) é a infecção de partes moles caracterizada pela presença de
sinais inflamatórios periorbitários, sem envolvimento de estruturas oculares. O tratamento adequado
1. FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS depende da distinção entre celulite orbitária pré e pós-septal. Descrição do Caso: Paciente BARH,
6 anos, sexo feminino, evoluiu com edema periorbital, dor, calor e rubor de pálpebras, associado
Introdução: Relato de caso de paciente pediátrico com papiloma de plexo coroide que foi investigado devido ao a local de drenagem em olho direito com resolução espontânea. Iniciou com mesmo quadro em
correto acompanhamento e avaliação do perímetro cefálico (PC) durante as consultas de puericultura. Descrição olho esquerdo, porém sem melhora espontânea, sendo necessário tratamento ambulatorial. Paciente
do Caso: Paciente B. S. K., 4 anos e 9 meses, nascido a termo com PC de 36 cm, foi acompanhado desde o primeiro em bom estado geral, sem outras alterações no exame clínico. Sendo a hipótese diagnóstica
mês em consultas de puericultura, nas quais o valor de PC se manteve dentro do esperado para a idade até os 8 CPS, foi prescrito Amoxicilina-Clavulanato 250mg/5ml, 07 ml de 8/8 horas por 7 dias, orientado
meses, quando era de 46 cm. Aos 10 meses seu PC atingiu 48,5 cm, ultrapassando a linha do escore +2. O paciente higienização local e retorno se não houver resolução do quadro. Discussão: A celulite orbitária pode
continuou a ser acompanhado a cada 2 meses para investigar possível causa de macrocrania. O PC continuou ser produzida por traumatismos locais, extensão de uma infecção vizinha ou raramente por via
acima do esperado para a idade, porém acompanhando a curva de crescimento e sem apresentar alterações
hematogênica, associado ou não a sinusite. A criança apresenta fatores predisponentes como ossos
neurológicas significativas. Aos 2 anos e 5 meses, quando a curva do paciente se distanciou significativamente
mais porosos, orifícios vasculares mais largos ou deiscência das suturas ósseas. Pacientes acima de
da linha do escore +2, este foi encaminhado para acompanhamento neurológico e foram solicitados exames
um ano, com infecção local leve e sem sinais de infecção sistêmica são tratados ambulatorialmente
complementares para a investigação. Aos 2 anos e 11 meses foi feito o diagnóstico de papiloma do plexo coroide,
localizado no terceiro ventrículo, com obstrução e hidrocefalia. Discussão: Os tumores do sistema nervoso central com antibióticos por via oral, porém devem ser avaliados em 24 horas. A celulite orbitária pré-septal
representam a segunda neoplasia mais frequente na infância e seu primeiro sinal pode ser o aumento do PC. A pode ser tratada com amoxicilina-clavulanato, sendo que o comprometimento de tecidos orbitários
criança pode também apresentar alterações de humor e comportamento, redução do aproveitamento escolar, requer antibioticoterapia venosa e drenagem cirúrgica. O uso de cefadroxila, cefalexina e cefuroxima
cefaleia, vômito e anorexia. Esses sintomas são muito comuns e inespecíficos, o que pode desviar o médico da mostrou bons resultados nos casos de CPS. O diagnóstico diferencial entre celulite pré e pós-septal
suspeita de uma neoplasia cerebral. Nesse contexto, a medição do PC é de grande importância tendo em vista é essencialmente clínico, complementado com tomografia computadorizada das órbitas e dos seios
o paralelismo entre seus valores e o crescimento do cérebro. Medindo-o rotineiramente em seu consultório, o paranasais quando necessário. Conclusão: A CPS corresponde à 87-94 dos casos de celulite da órbita.
pediatra está em condições de detectar precocemente importantes patologias intracranianas, como neoplasias, Cerca de 6 dos casos podem complicar com meningites e abcessos palpebrais. Nos casos pré-septais
contribuindo assim para um melhor prognóstico dessas doenças. Conclusão Os sintomas das neoplasias do sem critérios de internação, a via oral deve ser a preferida, recaindo a escolha sobre a amoxicilina
sistema nervoso central em crianças podem ser muito inespecíficos, o que dificulta um diagnóstico precoce. com ácido clavulânico de acordo com as principais referências. A implementação de um protocolo
Assim, a aferição da circunferência cefálica passa a ter extrema relevância para que este aconteça, o que ressalta a de atuação que privilegia o tratamento da CPS por via oral em ambulatório é condição importante
importância do acompanhamento do paciente pela Puericultura. para diminuição significativa de internações.

Palavra Chave: Puericultura, Perímetro Cefálico, Papiloma de Plexo Coroide Palavra Chave: Celulite Orbitária, Celulite Pré-Septal, Criança.

114 Rev Med Minas Gerais 2018;28 (Supl 2): S23-S127


PA 023 AUTISMO: INTERVENÇÃO PRECOCE, UMA RESPONSABI-
LIDADE PARTILHADA
EMANUELLE FERREIRA XAVIER1, LEANDRO FERREIRA XAVIER2, CARLA CRISTINA
MARTINS VICENTE1, RAYZA SANTANA GOMES1
1. CLINICA ESTIMULAR/HOSPITAL MARCIO CUNHA
2. UNI BH

O transtorno do espectro autista (TEA) se manifesta antes dos 3anos de idade, caracterizado pela presença de um
desenvolvimento anormal e/ou comprometimento, percebido por déficits persistentes na comunicação e interação
social em múltiplos contextos e padrões de comportamento, interesses ou atividades restritas e repetitivas. Criança,
sexo feminino, nasceu parto cesariana com 34 semanas, devido a sofrimento fetal por provável oligohidrâmnio.
Nasceu com dificuldade respiratória, recebeu os cuidados de reanimação na sala de parto. O desenvolvimento
neuropsicomotor descrito pela mãe foi que a criança firmou a cabeça com 2meses, sentou sem apoio com 6meses,
engatinhou aos 9meses. A primeira alteração no desenvolvimento infantil notada foi atraso da fala com 1 ano
e 6 meses, a criança emitia apenas sons inteligíveis. A família procurou atendimento com neurologista infantil,
geneticista, porém não foi realizado um diagnóstico definitivo. Iniciou acompanhamento com fonoaudióloga
com 2anos e 2meses, apresentou boa resposta aos estímulos. O diagnóstico do TEA só ocorreu com 3anos e
6meses com psiquiatra infantil. Desde o diagnostico criança é acompanhada pela neuropscicologa infantil.
Atualmente a criança está com 4 anos e 6 meses apresenta o desenvolvimento das habilidades comprometidas
como fala/comunicação, socialização, cognitivas. Está inserida em uma escola regular e na série compatível com
sua idade cronológica, está em processo de alfabetização (silábica quantitativa), tem amigos, é independente,
realiza práxis, resolução de problemas, tem comunicação eficaz. A identificação de sinais precoces de problemas
na criança possibilitou a instauração imediata de intervenções, uma vez que os resultados positivos em resposta
a terapias são tão mais significativos quanto mais precocemente instituídos. A maior plasticidade das estruturas
anátomo-fisiológicas do cérebro nos primeiros anos de vida e o papel fundamental das experiências de vida de
um bebê, para o funcionamento das conexões neuronais e para a constituição psicossocial, tornam este período
um momento sensível e privilegiado para intervenções. Conclui-se apesar de o autismo apresentar dificuldades,
no relacionamento social e no processo de aprendizagem, é possível que o autista se torne uma pessoa capaz de
conviver em sociedade e evoluir como qualquer outro indivíduo não portador do transtorno, sobretudo quando
são realizadas as intervenções adequadas o mais precoce possível.
Palavra Chave: AUTISMO, APRAXIA DE FALA
Agradecimentos: CLÍNICA ESTIMULAR

Rev Med Minas Gerais 2018;28 (Supl 2): S23-S127 115

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