978 65 00 22046 9 - Ebook - Imagensquelampejam
978 65 00 22046 9 - Ebook - Imagensquelampejam
978 65 00 22046 9 - Ebook - Imagensquelampejam
de autoria da professora
ORGANIZADORES
Adriana Carvalho Koyama
José Claudio Galzerani
Guilherme do Val Toledo Prado
Editora FE-Unicamp
2021
FICHA TÉCNICA
Copyright: Creative Commons CC-BY
Tiragem: e-Book
Normalização, preparação e Revisão
Tauan Fernandes Tinti, [email protected]
Érika Tamashiro - [email protected]
Editora FE – Unicamp
Série Editorial: Pesquisas
Conselho Editorial
Prof. Dr. Alexandro Henrique Paixão Prof. Dr. Roberto Nardi
Profa. Dra. Helena Sampaio Prof. Dr. Silvio D. O. Gallo
Profa. Dra. Maria Inês F. Petrucci-Rosa Simone Lucas G. Oliveira
Prof. Dr. Nelson Schapochnik Prof. Dr. Walter Omar Kohan
Roberta R. Fiolo Pozzuto
FICHA CATALOGRÁFICA
Catalogação na publicação
Elaborada por Rosemary Passos - CRB-8ª/5751
Im13 Imagens que lampejam: ensaios sobre memória, história e educação das
sensibilidades / de autoria da Professora Maria Carolina Bovério
Galzerani; [organizadores] Adriana Carvalho Koyama; José Claudio
Galzerani; Guilherme do Val Toledo Prado. - Campinas, SP:
FE/UNICAMP, 2021.
314 p.
ISBN: 978-65-00-22046-9
Apresentação ........................................................................................... 7
As imagens de saber
histórico educacional
produzidas pelas pesquisas
ora focalizadas podem ser
lidas como potencializadoras
de outra racionalidade
dissonante, alternativa.
Trata-se da racionalidade
comprometida com as
experiências vividas, capaz de
ampliar a imagem das
pessoas envolvidas – tanto
sob o ponto de vista físico e
Crédito da foto: Rosaura Angélica Soligo
psíquico como sob o ponto de
vista social ‒, apresentando-as como portadoras de
sensibilidades e de racionalidades, dimensões conscientes e
inconscientes, lembranças e esquecimentos. Pessoas que, apesar
das incertezas, têm a ousadia de propor, acreditar, ressignificar,
transformar. Tal racionalidade engendra relações mais
dinâmicas entre os sujeitos envolvidos nas práticas de produção
de saberes.
Imagens que lampejam: 7
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
APRESENTAÇÃO
história e à educação.
Apresentação
Imagens que lampejam: 8
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
tecnologia moderna, atenta às formas pelas quais tal crise vem agravando a
Apresentação
Imagens que lampejam: 9
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
educação, tanto no que diz respeito aos sujeitos envolvidos como no que se
tal como proposta por Edward Palmer Thompson para analisar os processos
diferentes lugares.
Apresentação
Imagens que lampejam: 10
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
educação.
pessoas envolvidas, tanto sob o ponto de vista físico e psíquico como sob o
Apresentação
Imagens que lampejam: 11
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
esquecimentos.
sempre presente em seus textos, mas fortes e potentes para sustentar grandes
trabalho coletivas, com leituras densas e abertas dos textos de referência, nas
ao absoluto dos seres humanos e não ao absoluto da razão, como ela gostava
Apresentação
Imagens que lampejam: 12
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
textos, que nos levam, em seguida, a dois artigos voltados à reflexão sobre as
tempo, no espaço e nas relações sociais. O volume se fecha com dois artigos
Apresentação
Imagens que lampejam: 13
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
Apresentação
Imagens que lampejam: 14
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
historicamente dado.
outros termos, tal historiador marxista contribui tanto para a focalização das
fases históricas distintas. Nesse sentido, merece, pois, ser investigada nas
prática por historiadores como Marc Bloch, Lucien Febvre, Georges Duby,
historiadores.
Além disso, chama a atenção para o fato de que esse “efeito de real”
seja, sua paixão, sua afetividade, sua psiquê (GAY, 1990, p. 178-179).
narrativa literária, ele próprio chama a atenção para o fato de que isso não
utilizados arbitrariamente.
a literatura e a história.
e criações pessoais.
Todos eles questionam o critério que traça uma fronteira impenetrável entre
imaginação e fantasia se fundem com o irreal, com aquilo que não se ajusta
menos, com o atual grupo de docentes,5 desde março do ano de 1997 – como
história.
histórico.
historicidade de Barão Geraldo, desde o fim do século XIX até os nossos dias.
boi, frente ao trabalho escravo numa empresa agrícola, imposto pelo feitor
Maria Sílvia de Carvalho Franco (1976) e por mim, quando da análise dos
pela relação entre “ficção” e “realidade” – bem como numa concepção mais
inconsciente.
conhecimento histórico, nas suas relações com a trama literária, mas esboçar
essa que, como disse Gilberto Freyre10 pode ser um “meio de nos sentirmos
nos outros”, que se produz “tocando em nervos”. Que é, acima de tudo, uma
a partir de 2003, políticas essas que serão focalizadas na relação com ensino
fundamental e médio), engendradas nos anos de 1997 e 1998 pelo MEC, bem
2Publicado originalmente em: ARIAS NETO, José Miguel (org.). Dez anos de pesquisa em ensino
de História. Londrina: AtritoArt, 2005, p. 157-177.
revelá-los. Ou, ainda, documentos que trazem à tona a pluralidade das vozes
plurais.
capitalismo.
Julian Le Grand (1991), por sua vez, prefere a expressão Estado quase-
competitivos.
mundial”.
obra especializada.
trabalho talvez seja, parafraseando Clauss Offe (1994): “formar para explorar
mais e melhor”.
história.
Montoro.
outros).
unidimensional, homogeneizador.
historiográfica e os da educação.
pois, com alguns fios de lutas acadêmicas por avanços em relação ao status
não destaca o trabalho inventivo dos docentes na produção dos seus saberes
outros.
politicamente dóceis.
afirmar, nesse sentido, que tais políticas educacionais, em sua relação com a
Lampedusa: “Se quisermos que tudo fique como está, é preciso que tudo mude
[...]”.
(CONTRERAS, 2002).
3Publicado originalmente em: SILVA, Marcos (org.). História - que ensino é esse? Campinas, SP:
Papirus Editora, 2013, p. 235-251.
Introdução à temática
MATOS, 1989).
no ano de 2008.
com a batalha das percepções (GAY, 1988), com a guerra dos símbolos
contemporaneidade.
entre outras.
em nosso estado, cujo objetivo fundamental foi ‒ e tem sido, desde a sua
história – às quais venho me dedicando desde o fim dos anos 1990 –, essas
espaço foi construído pelas pessoas do grupo como lugar aberto aos
intercâmbios das pesquisas, bem como à ampla circulação das palavras e dos
Para tal, pudemos contar com a adesão dos seus membros, numa totalidade
mulheres e 4 homens.
País (USP, Unicamp, Unesp de Franca, Unesp de Rio Claro, USF, Unaerp,
trabalhar com alguns desses estilhaços das pesquisas para irradiar outros
Pergunto, ainda, em cada uma das produções, até que ponto os resumos
ao falar de si, fala, também, de outra coisa, que não ela mesma (BENJAMIN,
1987).
à nossa visão.
turmas de EJA ‒ um recorte teórico, a autora, Raphaela Souza dos Santos (então
saberes e práticas, dimensão individual e coletiva). Tal ótica não diz respeito,
da pesquisa.
produziu sua tese sob minha orientação, na Unicamp, atuando então como
e fluxo dos corpos”. Afirma a autora Maria de Fátima Guimarães Bueno (que
objetivos:
(BENJAMIN, 1987).
sujeitos (BENJAMIN, 1987, 1989). Tal pista nos permite focalizar o conceito
pessoas envolvidas – tanto sob o ponto de vista físico e psíquico como sob o
outros saberes.
produzidos contemporaneamente.
filósofa Olgária Matos (1989) ‒ na relação, por sua vez, com textos
como das relações entre os diferentes saberes. Tal razão é capaz de reencantar
pela professora doutora Maria Inês Fini e voltada para ensino fundamental
e médio. Destaco, inicialmente, que tal proposta foi produzida por técnicos,
instrumental, a qual, por sua vez, acaba por reafirmar a hierarquização dos
às suas experiências. Tais tônicas podem ser confirmadas até mesmo pela
O contexto cultural
4Publicado originalmente em: FERREIRA, Antonio C; BEZERRA, Holien G; LUCCA, Tânia Regina
de (org.). O Historiador e o seu tempo. São Paulo: Editora UNESP, 2008.
nosso País, nos anos finais da década de 1980, momento rico, instigante, que
pela mídia, pela Secretaria de Estado da Educação, bem como por parte da
dentre outros. Esses, por sua vez, têm a potencialidade de trazer à tona
uma “nova” ordem social, mais justa e inclusiva, por outro lado, tais
do status quo.
memória.
A memória em foco
históricos escolares?
memória?
com essa encarnação. O conceito de história, entre os gregos antigos, por sua
técnicos.
saxônicos, tais como James Fentress e Chris Wickham (1992), Tomas Butler
Pierre Nora.
mais existe e que só se faz presente por meio das luzes da história (sic).
2001)15.
contemporaneidade.
não existe sem a memória, não existe sem sua vinculação com as dobras do
por mim muito mais como um convite aos leitores para a realização de outras
destacar que não estão sendo aqui concebidas de maneira dicotômica. Muito
conteúdos a priori definidos, com seu currículo manejável e com valores pré-
histórica.
Laville destaca a tendência cultural, presente nas práticas educativas por ele
de hipertextos.
memória.
educador.
brechas, alternativas, no interior das “ruas de mão única”, que, muitas vezes,
ele, de ser somente atualizada pelas luzes da história (SEIXAS, 2002, p. 43-
63).
racionalidade/sensibilidade, consciência/inconsciência,
experiências vividas, que não se posiciona como verdade absoluta, mas, pelo
contrário, que renuncia a tudo preencher para deixar que algo do outro possa
Apresentando a temática
manhã de nossas vidas, podemos fazer do sonho outro sonho (1968)6. No que
outra história.
Os fundamentos teórico-metodológicos
história.
(1984, 1993) – em sua relação, por sua vez, com Maurice Halbwachs (1990) –
explicação.
pedagogia moderna (CORTEZ et al., 2000), que tem a escola como centro de
passa a ser tomada apenas como mera decoração. De outro, tal pedagogia
1984).
com a psicanálise de Freud a Jung e também com literatos, tais como Marcel
Proust.
seu objeto, mas por diversos caminhos e desvios, o que acarreta uma
intensa e leve.
de ampliar a dimensão de ser sujeito, tanto sob o ponto de vista social como
Assim, para o autor que recorda, o principal não é o que ele viveu, mas o
congelada, para dar conta da extrema tensão entre esses dois elementos
ser, que deve, pelo seu começo, nascer a si, advir a si, sem partir de lugar
história/tempo/narrativa.
As imagens que foram desenhadas acima não devem ser lidas como
1992; 1993) e de Jacques Le Goff (1984; 1996), também nas pesquisas relativas
para o ensino fundamental e médio, produzidos pelo MEC também nos anos
qual venho construindo minhas atuações nessa área. Tal grupo, existente
educação no Brasil.
disciplinas, nos seus programas curriculares, que têm como eixo a questão
da memória.24
educacionais do presente.
O mote da tecelagem
cidade hoje. Abre brechas, com tais considerações, para diálogos fecundos,
7Publicado originalmente em: MENEZES, Maria Cristina (org.). Educação, Memória, História -
Possibilidades, Leituras. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.
contemporaneidade.
cada vez mais, a vida coletiva, o respeito aos mais velhos, a cadeia temporal.
nosso planeta.
Até que ponto temos sido, como autômatos, enredados pelas teias de
Até que ponto temos tido consciência de nós mesmos e dos outros –
relativamente ao passado.
Jacy Alves Seixas enfatiza que esses, por sua vez, ao focalizarem a
entre elas.
“rememoração”.
psicanálise, desde Freud a Jung, e finalmente com literatos, tais como Charles
por si, não tem valor: também alguns animais têm essa capacidade, assim
na teoria marxista, desde seus primeiros contatos com Asja Lacis, a assistente
rememora. Ou seja, a memória surge aqui tecida por uma pessoa mais
contrapelo.
memória, não existe sem sua vinculação com os hiatos do tempo. Por sua
investigações, procuras (LE GOFF, 1984, p. 158). Data do fim do século XIX o
sensibilidades, as quais são por ele revisitadas não só como produtos das
principalmente, de história.
nessa tessitura.
o avanço do sistema capitalista, desde o fim dos oitocentos até os dias atuais,
últimas propostas oficiais (da CENP, SEE, de SP, de 1986 e de 1992 e do MEC,
DF/Brasília, dos anos 1997 e 1998) para o ensino de história no Brasil (níveis
licenciandos.
si mesmo, tanto na relação com o “outro” como com trajetos históricos mais
amplos. Diálogo que contribuiu para fazer a teoria da prática e não fazer da
de Campinas.
odores, nas fotografias, nas lendas, nas elaborações literárias, artísticas, nos
precisamente porque ela não existe” (NORA, 1984, v.I, p. XVII). Tudo aquilo
“catástrofe”.
cafeeiras, que ainda persistem hoje nessa localidade (ainda que com perfis
culturais singulares.
históricos.
ação nessa escola pública, ao longo de quatro anos, trouxe à tona uma rede
fragmentários.
E./Unicamp.
em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, ou, ainda, no Estado de São Paulo
9Trata-se de parte do relatório de atividades, de uma professora de história da E.E. Barão Geraldo de
Rezende, pesquisadora/parceira desse subprojeto, enviado à FAPESP, em dezembro de 2000.
A formação de professores.
século XIX até os dias atuais, num contínuo tecer e destecer de lutas, de
focalizado.
jornal local:
Ora, para os alunos cujas vozes são aqui também rememoradas, tudo
que havia em frente à antiga capela Santa Isabel, capela hoje demolida para
colocadas em prática, a que mais apreciavam era dar adeus aos passantes,
“Todo mundo que ficava um pouco mais alegre era levado para lá”, recorda-
Rio das Pedras, nos oitocentos, a Rainha Elizabeth II, na década de 1970,
avançada”.36
trajeto39.
um político local que acaba por sobrepor interesses privados sobre o caráter
melhor aquilatar sua própria formação profissional, ou, ainda, sua própria
históricas, essas, por sua vez, também foram filtradas pelos olhares ‒
explicitar olhares, os meus próprios, na relação com outros, com as óticas dos
dessa pesquisa-ação.
continuidade da parceria.
de história seres desolados ou ainda “des-solados”, sem solo, sem chão, sem
tempo.
alunos que ousaram afirmar-se como sujeitos, na relação com outros sujeitos,
incertezas contemporâneas.
singular.
pautados na maior relação com o vivido, nas dimensões mais inteiras das
escola.
de recolher memórias, muitas vezes, sem lugar. Memórias que têm sido
arquivo escolar.
ampla.
dos licenciandos). Trouxe à tona uma proposta de leitura das imagens, cujos
de utopias.
caro leitor!
utilizada por Carlo Ginzburg (2001), em obra assim intitulada, na qual esse
envolvidos.
Não se pode esquecer de que, no ano de 2001, foi assassinado, nessa cidade,
Segurança Pública.
proposta, mas que foi assumida por todos e por cada um de nós,
inteiramente.
docentes, por hora ministrada. Para essa etapa inicial, um dos grandes
nossa urbe.
escolas públicas da cidade, totalizando 40 alunos. Mais uma vez, tal atuação
colocadas em ação em dois encontros semanais (de quatro horas, cada um) e
século XIX e início do século XX, bem como com seus traçados urbanos,
nas salas da Base Central. Para tal, por meio da mediação do professor, os
pela equipe docente como possível estímulo para que os discentes atuassem
quais não perdem de vista a sua dimensão ativa da criança, como ser
patrimonial.
públicas do Jardim São Marcos. Esse bairro é considerado uma das áreas
urbanas periféricas mais violentas da cidade e nele se localiza uma das bases
crianças.
O desafio a ser enfrentado pela equipe docente era grande, pois nos
crianças.
crianças, ora focalizadas, práticas essas herdadas dos pais e dos avós
patrimonial.
barbárie como dialética. Pois bem, tal imagem de patrimônio pode ser
tal percepção.
saberes histórico-educacionais.
no ensino superior:
“rememorado”, subjetivo.
sim, aquela que valoriza a convivência entre seres de carne e osso, no ato de
enraizadas culturalmente.
Introdução
alemão, significando tanto viagem como experiência –, foi colocada por ele,
11 Publicado originalmente em: FARIA Ana G. de, et al. (org.). Por uma cultura da infância:
metodologias de pesquisa com crianças. Campinas, SP: Autores Associados, 2002.
12 O artigo foi apresentado originalmente numa palestra ocorrida em 14 de dezembro de 2000, como
parte das atividades do Grupo de Estudos sobre Educação Infantil (GPDISC) da F.E./Unicamp, a
convite da Prof.a Dr.a Ana Lúcia G. de Faria.
por ele, acionada como forma de revisitar o passado, num movimento capaz
ação, neste encontro, uma circulação mais ampla das palavras e dos desejos.
dialético.
abastada e cultivada. Seu pai era banqueiro, sua mãe era filha de grandes
volta de 1900. Foi produzido entre os anos de 1932 e 1933, quando do seu
por ele publicados em jornais, no início dos anos de 1930 (MURICY, 1998). É
Berlim por volta de 1900, pouco depois de julho de 1932, isto é, pouco depois
dos seus sonhos de uma carreira universitária com a recusa de sua tese sobre
articulação com uma experiência histórica mais ampla, com uma memória
coletiva (WEBER apud ROUANET, 1998, p. 112). Infância em Berlim por volta
de 1900 simbolizou, para Walter Benjamin, uma opção pela vida, um apelo
de a obra ter sido dedicada a seu filho Stefan, naquele momento contando
capitalista na contemporaneidade.
trabalho das passagens42 (escrito em 1939), estabelece uma relação com o século
o escritor e poeta francês – tido por alguns como o alter ego de Benjamin –,
século XIX, essas não resolveram as questões sociais fundamentais, tais como
Mundial. Dialoga, pois, no interior de sua obra, com todas essas crises, e a
acabou por aprisionar o homem numa “gaiola dura como o aço”, na qual não
Nesse seu Trabalho das Passagens, por sua vez, o pensador berlinense, por
novo mito, o mito do “sempre igual”. Esses sonhos coletivos, numa acepção
como casas de sonho, como idealizações. Por exemplo, enfoca o mito das
caráter, que lhe é inerente, dilapidador das relações sociais, das memórias,
tempo como produto e produtor das relações sociais. Permite, pois, que
“experiências vividas”.
outros e dos processos mais globais de produção; o ritmo dos homens torna-
moderno tem de estar em alerta, tem de ter um olhar armado, tem de captar
passado e o futuro.
do próprio sistema? É a grande pergunta que ele nos deixa. Até que ponto
temos consciência de nós mesmos e dos outros ‒ consciência que deve ser
partir da dimensão presente, rememoração essa que passa pelo filtro do juízo
crítico do intelectual, o qual, por sua vez, passa também pelo crivo da
Enfatiza sim que estamos enredados por uma dimensão social que esvazia a
mesmo, que somos sujeitos, que somos capazes de produzir, por exemplo,
drama, como ruína, mas, ao mesmo tempo, deixa brechas para que
educadores, em geral.
linguagem significa não ter pensamento, não ter conhecimento, não ter
próprios. Mesmo que ainda perdure, na ótica desse filósofo grego, a imagem
conduzida pelo “pastor”, tal qual a ovelha desgarrada, para Platão, tal
criatura deve ser considerada capaz de aprender, ou seja, em sua obra existe
exterior.
Rousseau, também com nuances próprias. Em 1732, por exemplo, na sua obra
Emílio (1995), contrapondo razão à natureza, afirma que a razão social é má,
linguísticas, para que possa trazer à tona todo o seu potencial natural de
ser a ser preenchido pelo saber do outro, diga-se, das convenções sociais,
“experiências vividas”.
presente ‒ em 1932 e 1933, como adulto exilado que vive e escreve, nesse
oferecer historicamente um quadro social mais amplo, sem abrir mão da sua
coletiva. Não fala dele apenas. Fala de um nós, na relação com os outros.
numa lógica temporal, nada linear, não etapista, não progressista, que vai do
relação com os objetos dos quais falava e, nesse sentido, de não ser tomado
aos seus pais, dos pais entre si, dos seus familiares com outros personagens
observando-o apenas pelo alto das varandas dos seus sobrados ou, ainda,
vê-se amedrontado, à noite, pela presença dos pesados e ricos móveis que
própria residência, diante dos bombons oferecidos pela sua mãe, a criança
com os pratos do dia a dia, decorados com cebolas azuis, os quais, nessa
Era-lhe, ainda, vedado, enquanto criança, olhar além daquilo que lhe
fora prescrito pelo mundo dominante dos adultos. Entretanto, mesmo assim,
quais se aproximava, muitas vezes, mais do que dos seus próprios pais.
deturpadora da realidade”.
“Infância Berlinense”?
humano”.
rememoração não apenas como uma evasão dos conflitos presentes, como
infinito do qual o sujeito não mais quer emergir, o autor da Infância em Berlim,
mas por diversos caminhos e desvios, o que acarreta uma alteridade sempre
desse autor judeu e berlinense do início do século XX, são, pois, imagens
sujeito, opto, neste momento, por deixar a vocês, copartícipes dessa viagem
da lembrança?
infância; fios esses que não pretendem ser a palavra final, a palavra
nossos dias; imagens que acabam por localizar a criança seja como território
intercambiar visões?
que nós, da mesma forma que essa criança, também somos, em muitos
momentos, incapazes; que nós somos, em muitos momentos, seres que não
disso?
nós adultos, que nós nos relacionemos com a criança por meio de um
que esteja fundada não na posse imobilizadora de uma única verdade, mas
sedução. Sedução não como uma dimensão narcísica, destrutiva, mas como
ao “Outro”.
foco.
Berlim, viveu entre os anos de 1892 e 1940, foi, além de filósofo, também
própria história, como ele o reconhece, a angústia era a sua única fonte de
de Frankfurt.
modernidade, em sua íntima relação com a ordem burguesa, bem como seus
Guerra. Dialoga, pois, no interior de sua obra, com todas essas crises,
socioculturais.
constituída por notas de uma obra gigantesca, inacabada, por ele produzida,
própria época, elege o poeta oitocentista Charles Baudelaire como o seu guia,
outras tendências.
entre os anos de 1932 e 1933. Podemos ler esse texto como obra relato da
cidade de Berlim, a qual Benjamin dedica a seu filho Stefan ‒ nesse momento
quando obrigado, por ser judeu, a deixar sua cidade natal pela ascensão
nazista na Alemanha.
barroco alemão, não fora aceita pela academia, e os seus sonhos de se tornar
Dora Pollak, e suas relações amorosas com Asja Lacis, a discípula de Bertolt
Brecht, não foram bem-sucedidas. Seu irmão falecera. Seus pais, altos
pode ter a força de um relâmpago. Mas, para que tal explosão ocorra, de fato,
fragmento textual focalizado, pleno, por sua vez, de alegorias. Leitura essa
Mas, em meio aos 41 fragmentos, por que a nossa escolha recaiu sobre
a mônada A lontra?
ali, com a testa grudada àquela grade, por dias a fio, sem me
cansar de vê-lo. E com isso, ele também provava seu
parentesco íntimo com a chuva. Pois nunca era para mim o
querido longo dia mais querido, nem mais longo, do que
quando a chuva, com seus dentes finos e rudes, o penteava
vagarosamente, por horas e minutos [...]. Naquela chuva
boa sentia-me totalmente protegido. E meu futuro vinha a
meu encontro rumorejando à semelhança da cantiga de
ninar entoada ao lado do berço. Facilmente, percebi que
aquela chuva fazia crescer [...]. (BENJAMIN, 1987, p. 93-
95).
significações.
exemplo).
essencial”, que tem poder nem tanto como instrumento para obter
sobretudo a seu filho – uma imagem que o autor quer realmente preservar
parece ser coisa do passado tudo o que nos espera” (BENJAMIN, 1987, p. 94).
poder mimético. É na casa da lontra, num tempo mítico, que ele revive seus
95).
potência de salvação.
que foi. Outro que se configura, também, na dimensão passada, que desafia
ser lida, pois, como contra memória (BOLZ, 1992, p. 28), num exercício de
‒ e como ele próprio as concebe, imagens que lampejam, que dançam, e que
pessoas envolvidas – tanto sob o ponto de vista psíquico como sob o ponto
(MELILLO, 1912).
14Publicado originalmente em: GALZERANI, Maria Carolina Bovério; BUENO, João Batista
Gonçalves; PINTO JR., Arnaldo. Paisagens da Pesquisa Contemporânea sobre o Livro Didático.
Jundiaí: Paco Editorial; Campinas: Centro de Memória/Unicamp. 2013.
1. A Proposta
produção.
públicas nacionais, desde o fim da década de 1990 até os nossos dias, terem
existente no mundo.
dos últimos anos da década de 1970, em plena ditadura militar, imposta pelo
práticas de ensino.
presentes.
efetiva, mas em todo o País. Mudanças relativas aos seus suportes, que
incorporar o uso das cores, bem como das iconografias. Mudanças, ainda,
próprio professor.
meus primeiros livros literários infantis (os quais eram repletos de imagens
domínio dos conteúdos básicos a serem transmitidos a nós, alunos, por meio
didático, tal material era considerado apenas uma das fontes possíveis de
justamente nessa fase de formação escolar que comecei a ver sentido e ter
prazer em estudar.
ao espaço, nos quais foram produzidas, bem como à sua autoria. Além disso,
B- O feudalismo
“segurança nacional”.
menos, cinco anos – e que era considerada pela própria Delegacia de Ensino,
País, das inúmeras dificuldades materiais que nos deparávamos, tais como
das aulas), com baixos salários, com as difíceis e prolongadas greves, face ao
troca de saberes.
a dimensão romântica que pairava em torno desse diretor, o qual era mal
o jardim da escola, com roupas simples, bem como fazendo uso de palavras
que denotavam sua origem ligada ao universo rural. Dentre tais expressões,
lembro-me da maneira pela qual ele nos incentivava à volta ao trabalho, após
olhos oficiais, expressava-se, também, com grande respeito pelas figuras dos
alunos, dos professores, dos funcionários e dos pais. Por ocasião da greve de
1981, no governo estadual de Paulo Salim Maluf, sua postura foi de apoio
Geral: o legado dos povos antigos e a formação da civilização ocidental, para a 7.ª
série, 1.º Grau, elaborado por José Dantas (São Paulo, Editora Moderna, 1979)
atual, para a 8.ª série, 1.º Grau, de José Dantas (São Paulo, Editora Moderna,
1979).
escolares. Vale observar que, justamente no período ora focalizado, fim dos
nenhum dos exercícios propostos por tais cadernos, pelo menos de maneira
didáticos foram por mim focalizados, nas salas de aula, como documentos
temática, sempre no diálogo como o universo dos alunos, nesse caso, jovens
que ser docente responsável pela disciplina História, não era apenas um
Já no fim dos anos 1980 e nos anos 1990, num cenário político
primeiro grau, como Anelise Maria Müller de Carvalho, Cecília Hanna Mate,
Fenelon.
artigo intitulado Belas mentiras? A ideologia nos estudos sobre o livro didático
1997-1998).
uma “nova” ordem social, mais justa e inclusiva, por outro lado, tais
mercado global, cada vez mais em expansão em nosso País; nesse sentido,
status quo. A análise da tessitura discursiva dos PCN revela uma verdadeira
todo o País.
Por sua vez, esse processo de avaliação tem sido aprimorado, por exemplo,
2003, p. 54-55).
Gatti Júnior (2004, p. 234) destaca que tal prática de avaliação – ainda
que têm sido publicados, desde então, têm revelado uma melhoria na
ao fim da década de 80, anos 90, chegando aos nossos dias, são indicativos
de definir o que designa como “manual escolar”, opta, tal autor, por flagrar
Segundo Choppin, essa foi a primeira vez em que o assunto dos livros
didáticos veio à baila num discurso que poderia ser qualificado como oficial
Ao mesmo tempo, chama atenção para o fato de que tais funções não
acessório e subsidiário.
objetivo de dar conta dos laços indispensáveis que o fenômeno livro didático
modos de encenar sua leitura e seu uso (“relativas às funções que buscam
conhecimento”).
fundamentos teórico-metodológicos.
relativas à pesquisa de tal temática no Brasil? Esses são alguns dos cenários
livros. Tal desprestígio pode ser ainda hoje flagrado pelo uso corrente de
livros didáticos, tais como livro "menor", produzidos por "autores" (e não por
No fim dos anos 70 e início dos anos 80, avivou-se o interesse entre os
pesquisas dos últimos anos, relativas aos livros didáticos, pode ser
de dados.
vertentes, além do diálogo com filósofos, tais como Michel Foucault, Walter
prevalecente.
didáticos, desde o fim da década de 1970 aos nossos dias, podemos constatar
argumentação por mim tecida, naquele momento, formulada por meio das
seguintes questões:
didático.
vividas, situadas, pelo menos, nas últimas três décadas em nosso País,
Para você, caro leitor, deixo o convite para (re)visitar suas práticas de
centralidade que o livro didático ocupou (e que, muitas vezes, ainda ocupa)
no interior das culturas escolares. Centralidade essa que foi e tem sido
socioculturais.
civilização ocidental, para a 7.ª série, 1.º Grau. 1. ed. São Paulo: Editora
Moderna, 1979.
contribuição para o mundo atual para a 8.ª série, 1.º Grau. 1. ed. São Paulo:
LOBO, Haddock. História do Brasil para o ciclo colegial. 1. ed. São Paulo:
SILVA, Joaquim. História da América para a primeira série, 69. ed. São
SILVA, Joaquim. História Geral para segunda série, 22. ed. São Paulo:
SILVA, Joaquim. História Geral para terceira série, 59. ed. São Paulo:
SILVA, Joaquim. História Geral para quarta série, 47. ed. São Paulo:
Preâmbulo
Narro, neste artigo, experiências que venho tecendo, nos últimos anos,
como professores nas séries iniciais da Educação Básica, cujo mote principal
15 Publicado originalmente em: ANTITESES, vol. 6, n. 12, p. 126 a 147, jul/dez 2013.
como seres humanos porque estamos situados num dado tempo, num dado
tardia. Nesse sentido, pergunto-me até que ponto prevalecem hoje vivências
tempo e espaço com crianças nas séries iniciais, quer dizer, do segundo ao
cronológica entre 7 (sete) e 10 (dez) anos, as quais, segundo Jean Piaget (1946,
linguagem, sem sabedoria, que devem ser guiados como ovelhas pelo pastor,
p. 56-58).
vez, com os enfoques do físico Leibniz – são como cristais que expressam,
vivida, projetando luz, nesse caso, a cada um dos módulos que têm composto
preocupante, no que diz respeito à plena consecução das metas que vimos
pessoas diferentes.
Para tornar as metas mais nítidas, deixo aqui registrado que o meu
Primeiro movimento
pelo MEC. Todos esses documentos voltados para o ensino de história, nos
SEE, no ano de 2008. Tais leituras problematizaram o fato das visões nela
modo a propiciar uma rica relação entre o sujeito leitor e o próprio texto. Ou
situados, com seus autores, num dado contexto – a partir da perspectiva dos
Tessitura discursiva que atua não apenas como máscaras que escamoteiam
p. 317-409).
ouvintes em interlocutores.
focalizados, sem deixar de lado suas próprias perguntas, seus ideais, suas
colegas discentes.
focalizados. Essa é uma ocasião para se incentivar, por sua vez, a construção
proposta ter sido erradicada das escolas estaduais paulistas pela Secretaria
tais como Ivor Goodson (1990), André Chervel (1990), Dominique Julia
(2001), bem como por educadores, como Jean-Claude Forquin (1993), além
lado de tantas outras, tais como, saberes escolares, saberes docentes, trazem
estudantes).
experiências vividas em sala, já não somos mais uma classe constituída por
Segundo movimento
(THOMPSON, 1981).
Nova.
que devem mobilizar sujeitos mais inteiros, com seus saberes, disciplinares,
caro leitor, que, nesse caso, concebemos as teorias como possíveis inspirações
tempo que não são apenas produto das práticas sociais, mas que, ao mesmo
tempo, as instituem.
Histórico Dialético, ressignificando-o não como uma escola, mas como uma
são, também, uma oportunidade para nos determos sobre o combate que
veem, produzida em 1981. A proposta é que tal documento seja lido a partir
são estimulados, pela própria leitura dos textos literários, a moverem saberes
histórico? Como utilizar tal texto literário como material didático, no ensino
capítulo Abertura: A Nova História, seu passado, seu futuro, que compõe a obra
cotidiano (não às grandes abstrações), aos homens comuns, aos temas até
alimentação, corpo, gesto, imagem, mito, morte, festa, livro (leitura). Dentre
outros termos, a tendência das obras dos autores filiados a tal tradição, de se
ganso, da obra O grande massacre dos gatos e outros episódios da história cultural
práticas de estágio nas séries iniciais, em diferentes escolas. Mais uma vez,
tal oficina é um convite aos estudantes, como pessoas inteiras, para moverem
experiência, bem como dos saberes desenvolvidos nas escolas, ao longo dos
estágios.
Módulo final
pelo MEC em 1997, ambos para o ensino de geografia, relativos aos primeiros
produzido em 1986 por uma nova Proposta Curricular, como ocorreu no caso
do ensino de história.
são conectados a partir da técnica, já que o trabalho não ocorre sem tempo
1997, p. 49-59).
inteiro. Daí a correlação que flagra entre espaço e globalização, a qual só foi
autor, a força do lugar, que, por sua dimensão humana, tem a potencialidade
Inglês e História Nova, a qual, por sua vez, mantém relações com a chamada
ou, ainda, suas memórias. Nesse sentido, dentre outros, o conceito de lugar
é enfatizado, como uma dimensão que não existe por si mesma, mas que é
nossos olhares no dia a dia”, produzindo suas próprias versões sobre esses
docente com crianças das séries iniciais, a importância das aquisições das
histórica, não são suficientes para o seu alcance. A apreensão dos sentidos
com o trabalho da educadora Siman, ora analisado, fica nítido que “não se
noções espaço-temporais com crianças das séries iniciais, ou seja, com idade
experiências concretas.
noções de espaço (no caso de Simielli) e de tempo (no caso de Siman, a partir
1999) , não têm sido lidas pelos discentes como receitas prontas a priori, a
mentais infantis, de modo a propiciar que ampliem, cada vez mais, o seu
São essas tecidas, fio a fio, com delicadeza e persistência, com o objetivo de
serem tecidas (e são também lidas por mim) como expressões das suas
racional e sensível.
historiador Peter Gay (1988). Para esses estudiosos, tal imagem ou noção é
situado no tempo e no espaço. Pessoas essas que, apesar das suas incertezas,
com.
em nosso País.
Introduzindo o ensaio
docentes e escolares.
que, para ensinar, necessita-se de Eros. Afirmam eles “temos que ter uma
Eros aparece não apenas como inspiração para o ato de ensinar, mas,
sobretudo, na relação com as pessoas dos alunos. E isso faz toda a diferença!
Ou seja, se trata de professores que optam por se situar no absoluto dos seres
Contreras (2002).
português em 2006).
As Mônadas
homogeneizador.
Imagens dialéticas
invenções.
Progresso
presente.
revolucionária.
revoluções!
Montagem – o todo
paraíso, na Idade Média, tal ideia foi considerada herética pela Igreja
Católica, pelo seu caráter diluidor das relações hierárquicas, também no que
concerne à salvação.
dissonantes, constelares?
ou por outrem.
utopias!
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ORGANIZADORES
(aposentado).
Organizadores
Imagens que lampejam: 296
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
pesquisa narrativa.
Organizadores
Imagens que lampejam: 297
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
NOTAS
2A expressão “histoire nouvelle” surge pela primeira vez na obra do historiador Jacques de
Goff, publicada na França em 1968 (“História Nova”). Mas a ideia de uma nova história já
está presente desde 1929, na França, quando Lucien Febvre refere-se a “uma outra história”.
Ao mesmo tempo, a concepção também é referência nos cursos dados por Fernand Braudel,
no College de France na década de 1950, Burke, 1991, p. 132.
3Ver a propósito das fases da “história nova” na França P. Burke, op. cit. p. p. 12-13. François
Dosse, em sua obra A história em migalhas: dos Annales à nova história (1992) chama a
atenção para o “efeito Braudel” impresso nesta historiografia, a partir do qual a “história
nova” passa a aproximar-se do estruturalismo.
5 Este grupo é composto pelas professoras Maria Imaculada da Rocha Borges e Sueli A.
Pereira da Silva, além da auxiliar de pesquisa, a doutoranda do Dep. de História, IFCH,
Unicamp, Liane Maria Bertucci, substituída em agosto de 1999 por Cláudio Borges da Silva,
mestre em educação pela F.E., Unicamp. Faz parte, ainda, da equipe de trabalho, a Prof.ª
Dr.ª Ernesta Zamboni, docente da F.E., a qual tem atuado no acompanhamento dos seus
licenciandos na escola/parceira.
6 Trata-se de parte de um projeto mais amplo, reunindo as áreas de ensino de artes, língua
portuguesa, ciências, física, além de história.
Notas
Imagens que lampejam: 298
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
9 Almanaks de Campinas (para os anos de 1870, 1871 e 1872), organizados por José Maria
Lisboa; almanacks de Campinas (para os anos de 1878 e 1879), organizados por Hypolito da
Silva e Carlos Ferreira; almanacks do Correio de Campinas (para os anos de 1886 e de 1888),
organizados, respectivamente, por Henrique de Barcellos e José Gonçalves Pinheiro.
10 Prefácio à 1.a edição de Casa Grande e Senzala, R.J.: José Olympio, 1978.
História: metodologias e novos horizontes. São Paulo, FEUSP, 28 a 31 de julho de 2008 [nota
dos organizadores].
13Maria de Fátima Guimarães Bueno atuava como docente, na época, e, ainda hoje, na
USF/SP. O vínculo institucional desta pesquisa, em nível de pós-doutoramento, foi
estabelecido em dezembro de 2011, com o Centro de Memória-Unicamp, sob minha
supervisão.
15A historiadora Jacy Alves de Seixas, em instigantes trabalhos recentes, tem chamado a
atenção para a forte presença das tradições historiográficas francesa e anglo-saxônica no
contexto das pesquisas nacionais relativas às memórias. As críticas relativas às perspectivas
Notas
Imagens que lampejam: 299
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
16 Existe no Brasil uma considerável bibliografia dedicada aos estudos relativos a tal
pensador. Na área da educação, destaco os trabalhos de KRAMER, Sonia e, em particular,
Por entre as pedras: arma e sonho na escola. SP: Ática, 1993, no qual inspirada, sobretudo,
pelo pensamento benjaminiano, dispõe-se a escovar fragmentos da educação
contemporânea brasileira a contrapelo. Nos últimos anos, venho também dedicando-me a
tais estudos, tentando inventar brechas educacionais, articulando os campos da memória,
da história e da educação. Vide, pois, alguns destes últimos trabalhos por mim produzidos:
GALZERANI, Maria Carolina Bovério. Imagens entrecruzadas de infância e de produção de
conhecimento histórico em Walter Benjamin. In: GOULART de Faria, Ana Lúcia; FABRI,
Zeila de Brito; PRADO, Patrícia Dias (org.). Por uma cultura da infância. Metodologias de
pesquisa com crianças. Campinas, SP: Autores Associados, p. 48-68, 2002; Memória, História
e (re)invenção educacional: uma tessitura coletiva na escola pública. In: MENEZES, Maria
Cristina(org.). Educação, Memória, História. Possibilidades, Leituras. SP: Mercado das
Letras, 2004, p. 287-330; Memória, tempo e história: perspectivas teórico-metodológicas para
pesquisa em ensino de História. Cadernos do CEOM, 2008; Percepções culturais do mundo
da escola: em busca da rememoração. In: Anais do III Encontro Nacional de Pesquisadores
do Ensino de História, Campinas, SP, Gráfica da F.E. /Unicamp, p. 99-108,1999.
17Dentre os textos produzidos por Benjamin neste período, enfatizamos: Crônica Berlinense,
Infância em Berlim por volta de 1900, Experiência e pobreza, O narrador; A Paris do
Segundo Império em Baudelaire, Sobre alguns temas em Baudelaire.
20 Sobre a relação entre Benjamin e Freud, consultar Rouanet, Sérgio Paulo. Édipo e o anjo.:
itinerários freudianos em Walter Benjamin. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1981.
Notas
Imagens que lampejam: 300
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
Constituem membros docentes deste grupo de pesquisa, em 2008, Ernesta Zamboni, Vera
23
Lúcia Sabongi de Rossi, Maria do Carmo Martins e Heloísa Helena Pimenta Rocha, além de
mim.
25Dentre os trabalhos defendidos até 2008, sob minha orientação, que se inspiraram no
conceito benjaminiano de memória para produzir conhecimentos no campo da educação
histórica, registro: o trabalho de final de curso (TCC), A Educação patrimonial e suas
potencialidades para a formação de professores de história, de Flávia Casemiro, do Curso de
Licenciatura em História, 2005; as dissertações de Mestrado, Focando a discriminação em sala
de aula: memória, história e ensino de história, de Márcia Regina Poli Bichara, 2005 e A Morte de
Natália: potencialidades de um documento literário para a educação política dos sentidos na
contemporaneidade, de Fernando Drezza, 2008; as teses de Doutorado, Memórias e Experiências
do Fazer-se Professor de História de Elison Antônio Paim, 2005; Trilhos de modernidade: memórias
e educação urbana dos sentidos, de Maria Sílvia Duarte Hadler, 2007; O Corpo e as sensibilidades
modernas - Bragança Paulista (1900-1920), de Maria de Fátima Guimarães Bueno, 2007; A
cidade e a produção de conhecimentos histórico-educacionais: aproximações entre a Campinas
moderna de José de Castro Mendes e a Barcelona modelo, de Fátima Faleiros Lopes, 2007 e Fios de
histórias e memórias dos africanos e afrodescendentes no Brasil moderno. Por uma educação política
dos sentidos, de Cláudia Regina Prado Fortuna, 2008.
26 Além da minha pessoa, também a Prof.ª Dr.ª Ernesta Zamboni teve importante
participação na elaboração inicial do projeto, e atuou no acompanhamento dos seus
licenciandos na escola parceira.
27Prof.ª Rita de Cássia Polidoro, Prof.ª Helena Weiss, Prof.ª Dalila Zanon, Prof.ª Maria
Imaculada da Rocha Borges e Prof.ª Sueli Aparecida Pereira da Silva.
Notas
Imagens que lampejam: 301
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
29Dentre os trabalhos de Maurice Halbwachs, destaco A memória coletiva. SP: Vértice, 1990.
É interessante observar que o campo sociológico tem sido mais revisitado que outros, tais
como o filosófico ou o literário, nestes movimentos de produção historiográfica sobre a
memória.
30A historiadora Jacy Alves de Seixas imprime destaque aos trabalhos de Keith Michael
Baker, Memory and practice, IX, 1985; de Thomas Butler (org.), History, culture, and the
mind. Londres: Basil Blackell, 1989; de James Fentress e Chris Wickham, Social memory.
Oxford: Blackwell, 1992; e de Patrick J. Geary, La mémoire et l’oubli à la fin du premier
millénaire. Paris: Aubier, 1996, dentre outros. Seixas, J. A. 2001, p. 57.
33São memórias de alunos da quinta série do ensino fundamental, da E.E. Barão Geraldo de
Rezende. Tais memórias foram recolhidas e registradas por sua professora de história,
pesquisadora/parceira, e enviadas à Fapesp em agosto de 1999, como parte de seu relatório
de atividades.
Memórias coletadas por ocasião de uma entrevista realizada com Lourdes Barbiere Ropeli,
34
uma antiga moradora do local, em abril de 1999, na E.E. Barão Geraldo de Rezende.
35Faria, Ronaldo. Quem se excedia nas festas ia para o coreto, In: Diário do Povo, Campinas,
2/2/1983.
Notas
Imagens que lampejam: 302
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
36Memória da artista plástica local, Rachel Regina R. Matos Gobbo, em texto escrito, datado
de 27/12/1985.
37Registro aqui os nomes dos professores acima mencionados. Ambos foram docentes da
escola/parceira na década de1970. São eles, na ordem do registro, o Prof. Newton Gobbo (de
língua portuguesa) e o Prof. Antônio Romano (de matemática).
39O projeto, como um todo, abriu-se para a comunidade, organizando, inicialmente, uma
apresentação e discussão das propostas das várias áreas de estudo, em seguida,
implementando diversos movimentos de pesquisa, para os quais os moradores da
localidade trouxeram depoimentos fundamentais, e, finalmente, chamando-os para o
intercâmbio das visões históricas tecidas, relativas a esta mesma localidade.
42 Passagens foi publicado em tradução para o português em 2006 (nota dos organizadores).
Notas
Imagens que lampejam: 303
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
produção de saberes docentes, relativos à escola, seja uma mera transposição de supostos
fundamentos acadêmicos.
44Baseio-me, para tal, nas reflexões do filósofo Walter Benjamin, que em ensaios datados da
década de 1920 (publicadas no Brasil em 1985), problematiza as “vivências” automatizadas,
individualistas, na relação com o avanço da modernidade capitalista na Europa. Ao mesmo
tempo, neste sentido, denuncia o declínio tanto das experiências – coletivas, mais inteiras,
significativas para os próprios sujeitos –, como das narrativas. Isto não significa, porém, que
o filósofo proponha, nestes ensaios, imagens dicotômicas. Ou seja, não se tratam, em
Benjamin, de imagens cristalizadas, mas que se movem de maneira ambivalente na
historicidade.
45Walter Benjamin (1985) utiliza a expressão “erfahrung”, em alemão, para significar tanto
viagem como experiência. Pois bem, construo tal texto narrativo em busca de produzir uma
viagem pelas práticas desta disciplina, ao longo destes últimos anos, e, ao mesmo tempo,
ousar constituir uma experiência rememorativa, no sentido benjaminiano. Ou seja,
experiência capaz de entrecruzar diferentes visões de mundo e sensibilidades (dos alunos,
de outros docentes – dentre os quais a professora doutora Ernesta Zamboni, com a qual
compartilhei a docência da disciplina, “Fundamentos do ensino de História e Geografia para
os primeiros anos de escolaridade”, EP156, desde o ano de 1986, quando fui contratada como
docente na F.E. –, de outros pesquisadores, e as minhas próprias) e diferentes
temporalidades (hoje, na relação com outros tempos). Experiência sempre aberta a novas
significações.
47A Proposta Curricular do Estado de São Paulo de 1986 sofreu uma explícita censura dos
jornais da época, por considerarem-na ideológica, subversiva, o que ocasionou a sua
substituição por outra Proposta Curricular, para o ensino de primeiro grau, produzida no
ano de 1992, pela CENP, SEE, na gestão do governador Luiz Antônio Fleury Filho. Esta
última caracteriza-se por apresentar uma proposta de ensino de história, construída por
professores universitários, e não mais por professores do, então, primeiro grau, onde a visão
dos conflitos históricos achava-se suavizada e onde a hierarquização dos saberes é, de
alguma maneira, retomada.
48Dentre os autores que trabalham com tal concepção, tecida, sobretudo, na relação com a
Fenomenologia de Husserl e de Merleau-Ponty, destaco Y Fu Tuan.
Notas
Imagens que lampejam: 304
ensaios sobre memória, história e educação das sensibilidades
Notas