Conjunto de Técnicas e Relato

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21/05/2020

O MODELO COGNITIVO
Pensamento
Situação Emoção
Automático

Crenças
Intermediárias

Crenças
Centrais

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IDENTIFICAÇÃO DOS P.A.S


- Apesar de serem espontâneos, podem se tornar
bastante previsíveis Crenças subjacentes identificadas

Objetivo: Identificar os pensamentos automáticos


DISFUNCIONAIS (Distorcem a realidade, são
emocionalmente aflitivos ou interferem com a
habilidade do pessoa em alcançar suas metas).

- Geralmente está mais consciente da emoção que


sente em decorrência do pensamento do que do
pensamento em si.

IDENTIFICAÇÃO DOS P.A.S


Avaliar de acordo com:

Validade
Utilidade
= Mudança positiva do afeto, através da resposta
adaptativa aos PAs.

IDENTIFICAR:
-PAs na sessão
-PAs em situações problemáticas

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COMO IDENTIFICAR OS PAS?


O que estava passando pela sua cabeça
neste momento?

“O que você acha que estava pensando naquele momento ?”


“Você acha que estava pensando X ou Y ? “
“Você estava imaginando algo que poderia acontecer ou
lembrando de algo que aconteceu?”
“O que essa situação significava para você?”
“Qual foi a pior parte disso para você? “
“Você estava pensando que ótimo você é? “ (O terapeuta
coloca um pensamento oposto à resposta possível)

TÉCNICAS
-Explicando como os pensamentos criam sentimentos

-Descoberta Guiada

-Distinção entre Fatos e Pensamentos

-Registro Diário de Pensamentos Disfuncionais

-A Seta Descendente

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AVALIANDO OS PAS
-Questionamento Socrático

-RDPD*

-Identificação das Distorções Cognitivas

-Decastrofização

-Reatribuição

-Cartões de Enfrentamento

DISTORÇÕES COGNITIVAS
São padrões de pensamento disfuncional
Ao invés de reagir à realidade de um evento, o indivíduo reage à
interpretação pessoal do evento
Por exemplo, uma pessoa pode concluir que é inútil ou que não
vale a pena porque não foi convidada para uma festa ou porque
não passou em uma prova
Terapeutas cognitivos fazem os pacientes ter consciência de seus
padrões de pensamentos distorcidos

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Distorções cognitivas
1. Pensamento Dicotômico: é a tendência de interpretar todas as
experiências em termos de categorias opostas e polarizadas (tudo/nada,
sempre/nunca, absoluta segurança/perigo total).
2. Abstração Seletiva: é a tendência a focalizar apenas um detalhe retirado
de um contexto, ignorando outros aspectos também importantes, e conceber a
totalidade da experiência com base no fragmento
3. Inferência Arbitrária: é a tendência a chegar a uma conclusão (ou regra)
na ausência de provas suficientes, ou por meio de um raciocínio lógico falho.
4. Hipergeneralização: é a tendência a ver um evento negativo único como
parte de um padrão interminável de perigos ou sofrimentos
5. Desqualificação do Positivo: é a tendência a rejeitar experiências ou
fatos positivos por insistir que "não contam", por qualquer motivo.
6. Erro Oracular: é a tendência a antecipar que "as coisas vão dar errado"
de qualquer maneira, sem base para essa afirmação.

Distorções cognitivas
7. Raciocínio Emocional: é a tendência a tomar as próprias emoções como provas de uma
"verdade".
8. Rotulação: é a tendência a descrever erros ou medos por características estáveis do
comportamento, por rótulos pessoais.
9. Tirania dos "Deveria": é a tendência a dirigir a própria vida em termos de "deverias" e
"não deverias", por avaliações de "certo" ou "errado", em vez de dirigi-la por seus desejos
10. Personalização: é a tendência a se ver como causador de fatos ruins, sem o ser, de fato
11. Leitura Mental: é a tendência a antecipar negativamente, sem provas, o que as pessoas
vão pensar sobre você.
12. Catastrofização: é a tendência a exagerar a probabilidade e a magnitude dos efeitos
de uma situação antecipada. Ex.: “meu filho deve ter sido sequestrado (ao ver que o filho
de 20 anos não está na cama às quatro da madrugada).

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DISTORÇÕES COGNITIVAS
1. Pensamento 7. Raciocínio Emocional
Dicotômico
8. Rotulação
2. Abstração Seletiva
9. Tirania dos “Deveria”
3. Inferência Arbitrária 10. Personalização
4. Hipergeneralização 11. Leitura Mental
5. Desqualificação do 12. Catastrofização
Positivo
6. Erro Oracular

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PROCEDIMENTO COGNITIVO
1) Identificação de pensamentos ou cognições disfuncionais
produtoras de sentimentos negativos e comportamentos
mal-adaptativos
2) Automonitoração de pensamentos negativos

3) Identificação de desenvolvimento de pensamentos


funcionais e adaptativos em alternativa aos disfuncionais
4) Teste de realidade dos pressupostos básicos mantidos
pela pessoa sobre si mesma, o mundo e o futuro

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PROCEDIMENTOS / TÉCNICAS COGNITIVAS


1 - Distanciamento

2 - Descentralização

3 - Reatribuição

4 - Decatastrofização

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TÉCNICAS/ PROCEDIMENTOS COMPORTAMENTAIS

- Planejamento de Tarefas
Ativação Comportamental
- Treino Comportamental

- Treino de Relaxamento
Ansiedade, medo e Estresse
- Treino de Respiração

- Treino de Habilidades Sociais


Manejo
- Exposição
Assertividade

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ATIVAÇÃO COMPORTAMENTAL
-Monitoramento de Atividades

-Programação de Atividades

-Avaliação das Atividades

-Planejamento de Tarefas

-Ensaio Comportamental

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Plano de Atividades
Atividade Cumprida Horário Eficiência Prazer

Prazeres

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Plano de Atividades
segunda terça Quarta quinta sexta sábado domingo
7:00-8:00

8:00-9:00

9:00-10:00

10:00-11:00

11:00-12:00

12:00-13:00

13:00-14:00

14:00-15:00

15:00-16:00

16:00-17:00

17:00-18:00

18:00-19:00

19:00-20:00

20:00-21:00

21:00-22:00

22:00-23:00

23:00-24:00

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SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Passos Perguntas/Ações

1.Identificação do problema 1.Qual é o problema?


2.Seleção de meta 2.O que eu quero?
3.Geração de alternativas 3.O que posso fazer?
4.Tomada de decisão 4.Qual é minha decisão?
5.Implementação 5.Faça!
6.Avaliação 6.Funcionou?Se não, recicle.

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SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
•Estabeleça metas realistas e concretas, estabelecendo o problema em
termos de comportamento.
•Gere uma grande variedade de possíveis cursos de ação para alcançar
cada meta, sem
rejeitar nenhuma.
•Imagine como outros poderiam agir, se exigidos a lidar com um
problema similar.
•Avalie os prós e contras de cada solução proposta.
•Elimine as soluções impraticáveis ou absurdas.
•Faça uma hierarquia das soluções possíveis desde a menos prática até
a mais prática.
•Ensaie as estratégias de ação da solução escolhida, imaginando ou
exercitando.
•Experimente a solução mais prática.
•Espere algumas falhas mas se valorize por ter tentado.
•Reavalie o problema original sob a luz dos dados decorrentes da
solução experimentada.
•Recicle, se necessário.

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RELAXAMENTO
- Envolve respostas somática e autônoma, informes
verbais de tranquilidade e bem-estar
- Induzem a atuação do sistema nervoso parassimpático

- Processo de aprendizagem das respostas biológicas


de relaxamento, incluindo o reconhecimento e o
posterior relaxamento da tensão muscular e o controle
da respiração nas situações estressantes

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Sistema Nervoso

Central Periférico
Encéfalo e medula Nervos, gânglios e
espinhal terminações nervosas

SN Somático SN Autônomo
Componentes sensoriais e Autogovernado, serve
motores aos órgãos internos
Atuam sobre os mesmos órgãos

SNA Simpático SNA Parassimpático


Mobiliza os recursos do organismo Promove o relaxamento e
em situações emocionais, funciona em condições
estressantes ou de emergência, não estressantes
viabilizando atividades motoras
para ataque, defesa ou fuga.

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RELAXAMENTO
Treino de Relaxamento

Relaxamento Dessenssibilização
Muscular Progressivo Sistemática

Tensionar e relaxar Contracondicionamento


diferentes grupos 1 – Treino de relaxamento
musculares de modo 2 – Escala de ansiedade
a obter um estado de 3 – Hierarquia de medos,
conforto e bem-estar estímulos temidos

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RELAXAMENTO
Treino de Relaxamento

Treino Respiratório

Contrair/ Inspirar
Relaxar/ Expirar

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TREINO RESPIRATÓRIO
1.Colocar a mão um pouco acima do estômago para sentir o ar
passar pelo diafragma e o abdômen expandir-se e encolher-se
em cada respiração.
2.Inspirar lentamente pelo nariz contando até 3, bem devagar.
3.Prender a respiração, contando também até 3, bem devagar.
4.Exalar lentamente o ar pela boca, contando até 6, bem
devagar.
5.Fazer com que o ar que é exalado deixe o abdômen cada vez
mais encolhido.
6.Procure o ritmo ideal da sua respiração dentro deste estilo
(variar a contagem para 4-4-8 ou 5-5-10, conforme seu conforto
maior ou menor).
7.Fazer com que o ar passe pelo diafragma estufando o
abdômen, durante a inspiração.

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ASSERTIVIDADE
= Defesa de direitos pessoais e expressão de
pensamentos, sentimentos e crenças de forma direta,
honesta e apropriada, de modo a respeitar os direitos
de outras pessoas.
Passivo
1. Autopromover a dignidade pessoal
2. Expressar sentimentos
3. Dizer não sem se sentir culpado
4. Fazer erros se decidido a corrigi-los
5. Pedir informação antes de responder Assertivo
6. Criticar sem se sentir culpado
7. Ser respeitado
8. Não funcionar sempre no máximo
9. Fazer pedidos
10. Ter tempo de refletir antes de decidir
11. Mudar de opinião Agressivo
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TREINO DE ASSERTIVIDADE
1 – Dar e receber elogios
2 – Elaborar pedidos
3 – Expressar afeto
4 – Iniciar e manter uma conversar
5 – Defender direitos legítimos
6 – Recusar pedidos
7 – Expressar opiniões pessoais
8 – Expressar aborrecimento / desagrado

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EXPOSIÇÃO
- Usado em ansiedade fóbica e rituais compulsivos
= Exposição direta aos estímulos ou às situações
temidas e evitadas (HABITUAÇÃO + EXTINÇÃO)

Pode ser:
1) gradual ou intensa (inundação);
2) ao vivo ou por imaginação

- Exposição + Prevenção de resposta *

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EXPOSIÇÃO INTEROCEPTIVA
Intensidade
Exercício Tempo da sensação Ansiedade Similaridade
(seg) (0-10) (0-10) (0-10)
Sacudir a cabeça de um lado para o 30
outro, com força
Em pé, colocar a cabeça entre as 30
pernas e levantar-se
Correr parado 60
Prender a respiração até não 30 ou
conseguir mais mais
Tensão muscular completa do corpo 60 ou +
Rodar numa cadeira giratória ou 60
girar em torno de si apontando o
teto com o dedo, olhando para ele
Hiperventilar 60
Respirar por um canudo fino 120
Manter o olhar em um ponto na
parede ou na própria imagem no 90
espelho

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FORMULAÇÃO DE CASO
Diagnóstico/ sintomas
Influências do
desenvolvimento
Questões Situacionais/
Interpessoais
Fatores biológicos/ Hipótese de Trabalho
genéticos e médicos
Pontos fortes / recursos Plano de Tratamento
P.As., Emoções e
comportamentos
Esquemas subjacentes

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Nome: Data:
Diagnóstico/ Sintomas:
Influências do desenvolvimento:
Questões Situacionais:
Fatores Biológicos, Genéticos e médicos:
Pontos Fortes/ Qualidades:
Metas do Tratamento:
Evento 1 Evento 2 Evento 3

P. A. P. A. P. A.

Emoções Emoções Emoções

Comportamento Comportamento Comportamento

Esquemas:
Hipótese de Trabalho:
Plano de Atendimento:

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DIAGRAMA DE UMA CONCEITUAÇÃO COGNITIVA


Dados relevantes da história

Crenças Centrais

Crenças Intermediárias

Estratégias compensatórias

Situação

Pensamentos Automáticos

Significado dos Pensamentos Automáticos (crenças)

Emoção

Comportamento

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Dados relevantes da infância

Crença Central

Crenças Condicionais

Estratégias Comportamentais

Situação 1 Situação 2 Situação 3

Pensamentos Pensamentos Pensamentos


Automáticos Automáticos Automáticos

Significado Significado Significado

Emoção Emoção Emoção

Comportamento Comportamento Comportamento

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1
RELATO DE CASO:

Helena, uma mulher de 53 anos de idade, era casada com um


administrador de empresa desempregado e tinha três filhos, sendo duas
mulheres e um homem. Era a filha mais velha de cinco irmãos.
Descreveu o pai como uma pessoa rígida, verbalmente abusiva,
perfeccionista. Já a mãe, descreveu como sendo uma pessoa dócil,
dependente, passiva, prestativa e sem ambições.
Relatou que se casou aos dezesseis anos para sair de casa, pois até
então, não tivera liberdade. Só quando “colocou uma aliança no dedo”
pôde sair só com o noivo, e, mesmo assim, com longas admoestações do
pai que temia que “ela se perdesse na vida”.

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Depois que concluiu o primeiro grau, empregou-se numa empresa
pública que estava para ser privatizada. Esta questão deixou Helena
indecisa se deveria aposentar proporcionalmente ou não. Adiou a
decisão, pois gostava do trabalho e dos colegas.
Helena e a família estavam passando por dificuldades financeiras
devido à demissão do marido. Esta situação a incomodava bastante,
pois o filho queria se casar e na sua avaliação o momento não era
propício.

Recentemente Helena experimentara uma ligeira tontura. Com o


passar do tempo sua tontura piorou e ela começou a sentir o aumento
de sua freqüência cardíaca, juntamente com tremores e transpiração
excessiva. Sua respiração estava cada vez mais ofegante, sentia a
boca seca e dores e pressão no peito.
Com o agravamento dessas manifestações, ela deixara de sair de
casa. Não ia a bancos e supermercados, não fazia compras e não ia
à casa das filhas visitar os netos.
35

Quando um deles se machucou, ela correu, tirou o carro da garagem,


mas quando se viu na rua, “teve a sensação de que ia morrer”. Voltou
com o carro para a garagem e solicitou ao esposo que a levasse até
o neto. Ainda assim, experimentou um intenso pavor durante o trajeto,
pavor esse que se repetia a cada dia quando saía de casa para o
trabalho na companhia do marido. Helena deixou de dirigir.

Após realizar exames médicos de rotina, foi diagnosticada como


sofrendo de distúrbio neurovegetativo. Não satisfeita com o
diagnóstico, procurou um cardiologista e a seguir um psiquiatra com o
qual se tratou farmacologicamente por seis meses sem sucesso.

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As duas primeiras sessões do processo terapêutico foram usadas para


reunir informações. A queixa inicial incluía descrições de taquicardia,
sudorese, tonturas, tremores, perda de controle, sensações de morte
iminente, pavor e sufoco. Também relatou problemas no sono,
dificuldades de concentração, receio de ficar só, e comportamentos de
evitação que incluíam a recusa em dirigir. Como parte da avaliação,
Helena respondeu ao Questionário de História Vital que confirmou os
eventos relatados na entrevista inicial.

BRITTO, I. A. G.de S.; DUARTE, A. M. M. Transtorno de pânico e agorafobia: um estudo de


caso. Revista. Brasileira de terapia comportamental e cognitiva, São Paulo, v. 6
(2), dez. 2004.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1517-55452004000200003&script=sci_arttext

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Nome: Data:
Diagnóstico/ Sintomas:
Influências do desenvolvimento:
Questões Situacionais:
Fatores Biológicos, Genéticos e médicos:
Pontos Fortes/ Qualidades:
Metas do Tratamento:
Evento 1 Evento 2 Evento 3

P. A. P. A. P. A.

Emoções Emoções Emoções

Comportamento Comportamento Comportamento

Esquemas:
Hipótese de Trabalho:
Plano de Atendimento:

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O tratamento foi baseado na terapia comportamental e incluiu o uso


das técnicas de relaxamento muscular progressivo, hiperventilação
como exercício de exposição interoceptiva, treino respiratório,
hierarquias de exposições; registros diários e freqüente reforçamento
positivo social no consultório.

Foram dadas explicações sobre: (a) os componentes do paradigma


da ansiedade; (b) as funções dos eventos aversivos; (c) discriminação
das sensações corpóreas; (d) a supressão de comportamentos (e)
respostas de medo; e (f) habilidades no manejo de estados
emocionais negativos.

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Em seguida, Helena foi orientada a praticar o relaxamento em casa
pelo menos três vezes ao dia. A hiperventilação foi usada na
presença da terapeuta para evocar os sinais característicos dos
respondentes fisiológicos, tais como palpitações, tremores, tonteiras,
sensações de falta de ar, vertigens e sudorese. A aplicação desta
técnica pode ser compreendida através do fragmento de sessão
abaixo:

T = Helena, gostaria de fazer uma demonstração para ajudá-la a


compreender os sinais de ansiedade que tanto te incomodam.
C = Ah, não! Só de pensar nisso tudo, tenho medo.
T= Isso poderia ajudá-la a controlar aquelas sensações
desagradáveis...
C = Ah, meu Deus! Eu não vou conseguir...(começa a chorar)

Após várias considerações e hesitações, Helena concordou.

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Antes de realizar a técnica de hiperventilação, a terapeuta


aproximou-se de Helena, tomou-lhe a mão e perguntou: ““Vamos
começar?””

T = Agora, gostaria que você respirasse muito rápido, inalando o ar


através da boca como se estivesse realmente sem fôlego. Observe
como eu estou fazendo
(a terapeuta começa, então, a respirar pela boca demonstrando a
Helena como ela deveria proceder)

T = Está pronta?
C = Sim.
T = Então comece a respirar da maneira que lhe demonstrei. Vamos
iniciar juntas. Está bem?

41

8
A terapeuta acompanhou Helena no princípio do exercício de
hiperventilação e a encorajou a concluí-lo sozinha por um minuto e
meio a dois minutos. Ao final do exercício, soltou sua mão e retornou
ao seu lugar.
T = Muito bem. Agora, levante-se.
C = Oh, meu Deus? Estou ofegante. Parece que vou desmaiar. Meu
coração bate muito forte, estou tonta... Acho que se não estivesse
sentada, iria desmaiar aqui mesmo.
T = Penso que realmente é muito desagradável para você sentir-se
assim. Agora, feche os olhos e comece a respirar lentamente,
suavemente... Isso... Muito bem! Continue assim, respirando lenta e
suavemente da maneira que você aprendeu no relaxamento. Pausa...
Você se sentirá bem melhor. Pausa... Continue a respirar assim:
inalando o ar pelo nariz e exalando-o pela boca... Pausa...
T = E, então? Como está se sentindo agora?
C = Acho que se você não estivesse aqui comigo, eu teria desmaiado.

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T = Você não desmaiou. Isso já ocorreu durante estes momentos em
que experimentou tais sensações?
C = Não, nunca desmaiei.

T = Helena, é necessário que você entenda que tem que haver uma
queda na pressão sanguínea para que uma pessoa possa desmaiar.
Isto não aconteceu com você. O que aconteceu foi exatamente o
oposto. Resultados de pesquisas indicam que o ataque de pânico está
associado a um aumento de pressão sanguínea. Por isso é pouco
provável que você desmaiasse aqui, agora...
C = Interessante, nunca pensei realmente nisso. Quer dizer então que
eu só tenho a sensação que vou desmaiar?
T = Isso mesmo! O desmaio é improvável durante um ataque de
pânico.

[...]
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Situação Pensamentos Automáticos Reações

No trânsito com o
Vai começar de novo Preocupação
marido

Coração dispara Ah, meu Deus, de novo? Preocupação

Transpiração Estou piorando Medo

Pernas bambas Vou perder o controle Choro / Medo

Pressão no peito,
Vou desmaiar Paralisar-se
mal estar

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TRATAMENTO EM TCC:
1. Treino de Habilidades de manejo de sintomas
corporais (relaxamento aplicado)
2. Treino Respiratório para prevenir o espiral do
pânico
3. Ênfase na exposição interoceptiva dos sinais
temidos
4. Eliminação da tendência persistente de interpretar
de forma distorcida e catastrófica as sensações
corporais (aquisição de repertório de manejo de
crise)

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SESSÃO # 1: Objetivo: Informar


1. Informar sobre o problema (Transtorno de Pânico e Agorafobia)
2. Informar sobre o tratamento (Terapia cognitivo-comportamental)
3. Tarefa de casa: textos: Informação sobre o Transtorno do Pânico,
Fisiologia e Psicologia do Medo e da Ansiedade e Fisiologia da
Hiperventilação.

SESSÃO # 2: Objetivo: Treinar Habilidades de Manejo


1. Discutir leituras: enfatizar aspectos importantes de cada texto, reforçar
modelo cognitivo, explicar exposição interoceptiva.
2. Introduzir a estratégia ACALME-SE
3. Provocar exercício de hiperventilação no quarto passo e usar a
estratégia SPAEC
4. Introduzir treino respiratório
5. Solicitar RDPDs
6. Tarefa de casa: preenchimento de RDPDs e o treino de relaxamento
respiratório.

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SESSÃO # 3: Objetivo: Conscientização Corporal


1. Análise dos RDPDs
2. Treino em relaxamento
3. Exposição interoceptiva (tonteira, taquicardia, falta de ar etc.)
4. Tarefas de casa: treino de relaxamento muscular e o treino de habituação
interoceptiva.

SESSÃO # 4: Objetivo: Fortalecer Auto-eficácia


1. Análise dos RDPDs
2. Discussão da Crença # 1, de Ellis.
3. Treino em Assertividade (primeira parte: elogiar outros)
4. Construção da hierarquia de ansiedade para exposição situacional
5. Tarefas de casa: (b) fazer exercícios de relaxamento respiratório e muscular; (c)
preencher RDPDs; (d) elogiar outras pessoas.

SESSÃO # 5: Objetivo: Manejo existencial


SESSÃO # 6: Objetivo: Manejo existencial (segunda parte)
SESSÃO # 7: Objetivo: Manejo existencial (terceira parte)
...

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SESSÃO # 1: Objetivo: Informar


1. Informar sobre o problema (Transtorno de Pânico e Agorafobia)
2. Informar sobre o tratamento (Terapia cognitivo-comportamental)
3. Tarefa de casa: textos: Informação sobre o Transtorno do Pânico,
Fisiologia e Psicologia do Medo e da Ansiedade e Fisiologia da
Hiperventilação.

SESSÃO # 2: Objetivo: Treinar Habilidades de Manejo


1. Discutir leituras: enfatizar aspectos importantes de cada texto, reforçar
modelo cognitivo, explicar exposição interoceptiva.
2. Introduzir a estratégia ACALME-SE
3. Provocar exercício de hiperventilação no quarto passo e usar
aestratégia SPAEC
4. Introduzir treino respiratório
5. Solicitar RDPDs
6. Tarefa de casa: preenchimento de RDPDs e o treino de relaxamento
respiratório.

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O tratamento foi baseado na terapia comportamental e incluiu o uso


das técnicas de relaxamento muscular progressivo, hiperventilação
como exercício de exposição interoceptiva, treino respiratório,
hierarquias de exposições; registros diários e freqüente reforçamento
positivo social no consultório.

Foram dadas explicações sobre: (a) os componentes do paradigma


da ansiedade; (b) as funções dos eventos aversivos; (c) discriminação
das sensações corpóreas; (d) a supressão de comportamentos (e)
respostas de medo; e (f) habilidades no manejo de estados
emocionais negativos.

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21/05/2020

Em seguida, Helena foi orientada a praticar o relaxamento em casa


pelo menos três vezes ao dia. A hiperventilação foi usada na
presença da terapeuta para evocar os sinais característicos dos
respondentes fisiológicos, tais como palpitações, tremores, tonteiras,
sensações de falta de ar, vertigens e sudorese. A aplicação desta
técnica pode ser compreendida através do fragmento de sessão
abaixo:

T = Helena, gostaria de fazer uma demonstração para ajudá-la a


compreender os sinais de ansiedade que tanto te incomodam.
C = Ah, não! Só de pensar nisso tudo, tenho medo.
T= Isso poderia ajudá-la a controlar aquelas sensações
desagradáveis...
C = Ah, meu Deus! Eu não vou conseguir...(começa a chorar)

Após várias considerações e hesitações, Helena concordou.

51

Antes de realizar a técnica de hiperventilação, a terapeuta


aproximou-se de Helena, tomou-lhe a mão e perguntou: ““Vamos
começar?””

T = Agora, gostaria que você respirasse muito rápido, inalando o ar


através da boca como se estivesse realmente sem fôlego. Observe
como eu estou fazendo
(a terapeuta começa, então, a respirar pela boca demonstrando a
Helena como ela deveria proceder)

T = Está pronta?
C = Sim.
T = Então comece a respirar da maneira que lhe demonstrei. Vamos
iniciar juntas. Está bem?

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A terapeuta acompanhou Helena no princípio do exercício de


hiperventilação e a encorajou a concluí-lo sozinha por um minuto e
meio a dois minutos. Ao final do exercício, soltou sua mão e retornou
ao seu lugar.
T = Muito bem. Agora, levante-se.
C = Oh, meu Deus? Estou ofegante. Parece que vou desmaiar. Meu
coração bate muito forte, estou tonta... Acho que se não estivesse
sentada, iria desmaiar aqui mesmo.
T = Penso que realmente é muito desagradável para você sentir-se
assim. Agora, feche os olhos e comece a respirar lentamente,
suavemente... Isso... Muito bem! Continue assim, respirando lenta e
suavemente da maneira que você aprendeu no relaxamento. Pausa...
Você se sentirá bem melhor. Pausa... Continue a respirar assim:
inalando o ar pelo nariz e exalando-o pela boca... Pausa...
T = E, então? Como está se sentindo agora?
C = Acho que se você não estivesse aqui comigo, eu teria desmaiado.
[...]
53

9
Helena citou os ataques de pânico que ocorreram em dias anteriores
quando ela estava no carro com o marido. Relatou que, à noite,
quando o marido fez uma ultrapassagem, começou a sentir “aquelas
sensações”, e naquele momento, falou para si mesma: “vai começar outro
ataque”.
Foi pedido que Helena fizesse uma lista dos eventos causadores de
ansiedade e que desse uma nota de 0 a 100 em termos do grau de
ansiedade que experimentava diante daquele evento. Assim, foi
construída uma hierarquia de ansiedade (Wolpe, 1976) com uma lista
de eventos perturbadores relacionados ao trânsito, onde o evento em
que ela sentiu o mínimo de ansiedade recebeu a nota 10 e o máximo,
a nota 100.
Hierarquia para exposição

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21/05/2020

EVENTOS NOTAS

Som de carro barulhento 10

Ultrapassagem à noite 20

Visão de moto ou bicicleta à frente de seu carro 30

Pessoas atravessando as ruas 40

Ultrapassar carro velho 50

Dirigir sozinha debaixo de chuva 60

Ultrapssar ônibus ou caminhão à noite 70

Andar a 50Km nas avenidas principais da cidade 80

Ouvir buzina de motorista apressado 90

Dirigir em alta velocidade em rodovias 90

Cruzamento de rotatórias em trânsito congestionado 100

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Em seguida, foi dado início às hierarquias de exposições. Helena foi


instruída a dirigir em lugares onde havia maior probabilidade de se
expor ao som de carros barulhentos-evento que recebeu a menor nota
na hierarquia. Foi dito a ela que permanecesse na situação,
independente de suas sensações corporais, até que experimentasse
uma redução importante no seu nível de estados emocionais negativos.
Um dos primeiros passos foi expor-se na companhia do marido.
Depois ela deveria se expor sozinha no trânsito, ao som de motos ou
carros barulhentos.
Nas sessões posteriores, foi sugerida a exposição aos itens
subseqüentes da hierarquia de exposição, primeiro acompanhada
pelo marido e depois sozinha. O critério adotado para mudar de um
passo para o outro era Helena relatar que havia conseguido
permanecer na situação sem sentir ansiedade. Quando sentia
ansiedade utilizava as técnicas previamente aprendidas.

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