Uso Da Torta de Filtro e Do Molibdato de Potassio em Cana de Açúcar

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL

USO DA TORTA DE FILTRO E DO MOLIBDATO DE POTÁSSIO EM CANA-DE-AÇÚCAR

ERIKSON BELO DE ATAÍDE

AREIA – PB
OUTUBRO DE 2012
ERIKSON BELO DE ATAÍDE

USO DA TORTA DE FILTRO E DO MOLIBDATO DE POTÁSSIO EM CANA-DE-AÇÚCAR.

Trabalho de conclusão de curso apresentado á


Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências
Agrárias, campus II Areia – PB, como parte integrante
dos requisitos para obtenção do título de engenheiro
agrônomo.

ORIENTADOR:Dr. Roberto Wagner Cavalcanti Raposo, UFPB


CONSELHEIRO: Eng. Agrônomo João Valões, Usina Monte Alegre

AREIA – PB
OUTUBRO DE 2012
2
Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da
Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, Campus II, Areia – PB.

A862u Ataíde, Erikson de Belo.

Uso da torta de filtro e do molibdato de potássio em cana-de-açucar. /


Erikson de Belo Ataíde. - Areia: UFPB/CCA, 2012.
38 f.: il.

Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Agronomia) - Centro de Ciências


Agrárias. Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2012.
Bibliografia.
Orientador (a): Roberto Wagner Cavalcanti Raposo.

1. Cana-de-açucar – adubação 2. Saccharum officinarum 3.


Cana-de-açucar - nutrição I. Raposo, Roberto Wagner
Cavalcanti (Orientador) II. Título.

UFPB/CCA
CDU: 633.61

iii
ERIKSON BELO DE ATAÍDE

USO DA TORTA DE FILTRO E DO MOLIBDATO DE POTÁSSIO EM CANA-DE-AÇÚCAR

Monografia aprovada em:25 de Outubro de 2012

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Roberto Wagner Cavalcanti Raposo


Orientador

Prof. Dr. Leossávio César de Souza


Examinador

Prof.ª. Dr.ª Vânia da Silva Fraga


Examinador

AREIA – PB
iv
OUTUBRO DE 2012
AGRADECIMENTOS

À Deus, criador do céu e da terra, pelas glorias, benção e vitorias a mim concedidas, por me
ajudar a trilhar os caminhos que me levaram à concretização de mais um sonho;

Aos meus pais (Edmilson Belo de Ataíde e Maria do Socorro de Ataíde), toda a minha gratidão
pelas palavras e gestos de carinho, pelo incentivo, apoio, compreensão e motivação, sempre
acreditando e torcendo por minha vitória, e por dividir comigo este momento sublime;

A minha companheira (Nildete Natan) e meus filhos (Nyerickson Natan Belo de Ataíde e
Nyendson Natan Belo de Ataíde), pelo incentivo e cumplicidade, sempre me apoiando nas horas
mais difíceis, e por dividir comigo este momento de felicidade;

Às minhas irmãs (Emanuelle Belo de Ataíde e Elisabelle Belo de Ataíde), pelo apoio, incentivo e
carinho, e por acreditar na minha capacidade de conquista;

Á minha tia (Ednes Belo de Ataíde), pelo incentivo e cumplicidade, sempre me apoiando nas
horas mais difíceis, e por dividir comigo este momento de felicidade;

À João Valões, pela valiosa orientação, pela compreensão e amizade a mim desprendida, ao
corpo técnico, pela amizade e apoio na realização dasatividades de campo e laboratoriais;

À Eugenio, pela valiosa orientação, pela compreensão e amizade a mim desprendida.

Ao professor Roberto Wagner Cavalcanti Raposo, pela valiosa orientação, pela compreensão e
amizade a mim desprendida;

À Tancredo Augusto Feitosa de Souza, pela valiosa orientação e compreensão;

À todos os professores que contribuíram para a minha formação intelectual e profissional durante
a minha passagem pela academia;

Ao Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba, e a todos os seus


funcionários, por propiciarem uma atmosfera favorável ao aprendizado;

Aos funcionários do RU, em especial ao senhor Assis pela consideração e estima;

Aos amigos de Curso, Altamiro, Edgley, Jefferson, Diego, Samuel, Jardelio, Junior, Roberto.

v
SUMÁRIO
PG

LISTA DE FIGURAS........................................................................................................... ................................ vi


LISTA DE TABELAS........................................................................................................................................... vii
RESUMO............................................................................................................................................................... viii
ABSTRACT........................................................................................................................................................... ix
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 10
2. REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................................................... 11
2.1. A cultura da cana-de-açúcar........................................................................................................................ 11
2.2. Importância da cultura da cana-de-açúcar no Brasil............................................................................... 12
2.3. Fisiologia do desenvolvimento..................................................................................................................... 12
2.4. Conceitos e dinâmica torta de filtro............................................................................................................ 17
2.5. Torta de filtro.................................................................................................................... ............................ 19
2.6. Molibdênio..................................................................................................................................................... 20
3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................................................ 23
3.1. Descrição da área.......................................................................................................................................... 23
3.2. Descrição do Solo.............................................................................................................. ............................ 24
3.3. Delineamento experimental e tratamentos................................................................................................. 24
3.4. Instalação e condução do experimento....................................................................................................... 25
3.5. Parâmetros avaliados e Analises Estatística............................................................................................... 26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................................... 27
4.1. Numero de plantas (NP) em diferentes doses torta de filtro (In natura e compostada) submetida a
doses de molibdato de potássio................................................................................................................... 29
4.2. Diâmetro médio de colmos (DC) em diferentes doses torta de filtro (In natura e compostada),
submetida a doses de molibdato de potássio.............................................................................................. 29
4.3. Graus Brix (Brix) em diferentes doses torta de filtro (In natura e compostada), submetida a doses
de molibdato de potássio............................................................................................................................ 29
4.4. Índice de maturação (IM) em diferentes doses torta de filtro (In natura e compostada), submetida
a doses de molibdato de potássio................................................................................................................ 30
4.5. Altura média de planta (AP) em diferentes doses torta de filtro (In natura e compostada),
submetida a doses de molibdato de potássio.............................................................................................. 30
4.6. Produtividade (PROD) de cana de açúcar em diferentes doses torta de filtro (In natura, 32
compostada), submetidas a doses de molibdato de potássio.
5. CONCLUSÃO....................................................................................................................................... 35
6. REFERENCIAS.................................................................................................................................... 36

vi
LISTA DE FIGURAS

PG

FIGURA 1. Modelo de decomposição em cascata para materiais orgânicos. S = substrato; t


= tempo; A = ambiente; Qr = qualidade do material orgânico; e O =
organismo................................................................................................................................... 19

FIGURA 2. Precipitação pluvial mensal durante o período de condução do experimento no


ano de 2010................................................................................................................................ 23

FIGURA 3. Caracterização gráfica da área experimental..................................................... 25

FIGURA 4. Altura média dos colmos da cana-planta em diferentes doses de torta de filtro
in natura (TF01; TF02), submetida a doses de molibdato de potássio................................... 30

FIGURA 5. Altura média dos colmos da cana-planta em diferentes doses de torta de filtro
compostada (TF03; TF04), submetida a doses de molibdato de potássio.............................. 31

FIGURA 6. Produtividade de cana-de-açúcar (T ha-1) em diferentes doses de torta de filtro


in natura (TF01; TF02), submetida a doses de molibdato de potássio................................... 32

FIGURA 7. Produtividade de cana-de-açúcar (T ha-1) em diferentes doses de torta de filtro


compostada (TF03; TF04), submetida a doses de molibdato de potássio.............................. 33

vii
LISTA DE TABELAS

PG

TABELA 1. Produção de torta de filtro de acordo com o processo industrial........................ 18

TABELA 2. Características químicas do solo Podzólico Vermelho-Amarelo (PVA), da área


experimental nas profundidades de 00 – 20 e 20 – 40
cm............................................................................................................................................... 24

TABELA 3.Resumo da análise de variância e NOVA da regressão para Número de planta


(NP), Diâmetro de colmo (DC), Graus brix (BRIX), Índice de maturação (IM), Altura de
Planta (AP) e Produtividade (Prod.), em diferentes doses de torta de filtro (In natura,
Compostada) e molibdato de potássio....................................................................................... 27

Tabela 4 – Médias harmônicas dos números de repetições de variância referente a Numero


de Plantas (NP), Diâmetro do colmo (DC), Graus Brix (BRIX), Índice de maturação (IM),
Altura média de planta (AP) Produtividade (PROD.)............................................................... 28

viii
RESUMO

Mediante o avanço das plantações da cana-de-açúcar no setor sucroalcooleiro, principalmente


identificar os fatores que melhor definem a competitividade da cadeia. Com o crescimento da
produção da cana-de-açúcar, o Brasil necessita de tecnologias para que seu cultivo não cresça em
área, mas sim no crescimento vertical. O presente trabalho teve como objetivo de buscar o
conhecimento sobre o uso da torta de filtro e do molibdato de potássio sobre as variáveis
morfológica, tecnológicas e produtividade. Com as praticas de manejo no solo adotado, a torta de
filtro é um excelente produto orgânico para a recuperação de solos e retenção de umidade.
Embora não existam evidências diretas, que o molibdênio seja absorvido metabolicamente, a
torta de filtro contribui com liberação desse micronutriente a planta provocando a redutase de
nitrato (NO3-) a nitrito (NO2-) e em NH4+. O experimento foi realizado em condições de campo
em sistema plantio convencional, em um solo classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo
(PVA), situado geograficamente na latitude 6° 51’32.64” S, longitude 35° 7’ 42,02” W e altitude
de 50 A 100 m, localizado na fazenda Monte Alegre II, lote 81246 da Usina Monte Alegre, no
município de Mamanguape, PB.O delineamento experimental foi em blocos ao acaso (DBC) em
esquema fatorial 2 x 2 x 4 x 4 + 4 com quatro repetições, onde os tratamentos constataram de 2
tratamentoscom torta de filtro in natura, TFI01 e TFI02 (10 e 20 t ha-1) e 2 tratamentos com torta
de filtro compostada(TFC), TFC03 e TFC04 (10 e 20 t ha-1), com 4 doses de molibdato de
potássio, onde as doses recomendadas a serem aplicadas (0, 250, 500, 750 ml ha-1) em 100
litros/ha-1 no sulco, e 4 tratamento adicional (0, 250, 500, 750 ml ha-1) correspondente às doses
de molibdênio com adubação mineral da Usina Monte Alegre-PB, perfazendo um total de 68
parcelas. Com a aplicação conjunta da torta de filtro (in natura e compostada) e molibdato de
potássio (Potamol), promoveu um acréscimo na altura de plantas. A aplicação de molibdato de
Potássio (Potamol) juntamente com a torta de filtro promoveu um maior crescimento no colmo,
refletindo no aumento da produtividade da cana-de-açúcar.

Palavras Chaves: SaccharumoffcinarumL.; Molibdênio; Desenvolvimento.


ix
ABSTRACT

Through the advancement of plantations of cane sugar alcohol sector, mainly to identify the
factors that best define the competitiveness of the chain. With the growth of the production of
sugar cane, Brazil needs to technologies that do not grow in their cultivation area, but in the
vertical growth. The present study aimed to seek knowledge about the use of filter cake and
potassium molybdate on morphological variables, technological and productivity. With the
management practices adopted in the soil, the filter cake is an excellent organic product for the
remediation of soil and moisture retention. Although there is no direct evidence that
molybdenum is absorbed metabolically, the filter cake contributes to the release of this
micronutrient plant causing the nitrate reductase (NO3-) to nitrite (NO2-) and NH4 +. The
experiment was conducted under field conditions in conventional tillage in a soil classified as
Ultisol (PVA), geographically located at latitude 6 ° 51'32 .64 "S, longitude 35 ° 7 '42.02" W and
altitude from 50 to 100 m, located in Monte Alegre Farm II, lot of 81 246 Monte Alegre mill in
the town of Mamanguape, PB.O experimental design was a randomized block design (RBD) in a
factorial 2 x 2 x 4 x 4 + 4 with four replications, where treatments of 2 found tratamentoscom
filter cake fresh, and TFI01 TFI02 (10 and 20 t ha-1) and 2 treatments with composted filter cake
(TFC), and TFC03 TFC04 (10 and 20 t ha -1) with 4 doses of potassium molybdate, where the
recommended dose to be applied (0, 250, 500, 750 ml ha-1) in litros/ha-1 the groove 100, and
four additional treatment (0, 250 , 500, 750 ml ha-1) corresponding to doses of molybdenum
mineral fertilizer Plant Monte Alegre-PB, for a total of 68 plots. With the application of the filter
cake (fresh and composted) and potassium molybdate (Potamol), promoted an increase in plant
height. The application of potassium molybdate (Potamol) along with the filter cake promoted
further growth in the stem, reflecting the increased productivity of cane sugar.

Keywords: Saccharum L. offcinarum; Molybdenum; Development.

x
1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o Brasil vem obtendo aumentos significativos em sua participação
mundial na produção de cana-de-açúcar e seus derivados. Considerada um dos produtos de maior
competitividade no cenário do agronegócio, a cana-de-açúcar representa 8% do produto interno
bruto (PIB) agrícola nacional. A área destinada ao setor sucroalcooleiro no Centro-Sul do país
chega a 8,2 milhões de tonelada ou 10,2% a mais que a safra anterior. O estado de São Paulo
continua com a maior parte da área, com 4,4 milhões de hectares. Em seguida vem Minas Gerais
(706 mil hectares), Paraná (613,7 mil hectare), Goiás (599,3 mil hectare) e Alagoas (438,6 mil
hectare) (ÚNICA 2010).
Na safra 2011/2012 no Brasil foram processados 571,47 milhões detoneladas de cana-de-
açúcar,o que permitiu uma produção de 39,9 milhões detoneladas de açúcar, 9 bilhões de litros
de etanol anidro e 13 bilhões de litrosde etanol hidratado. Toda essa produção ocorreu numa área
plantada de 8,2milhões de hectares, alcançando produtividades médias de 68 t ha-1.
Nessecontexto, Paraíba foi o nove maior produtor nacional em uma áreacultivada na safra atual
foi de 122,590 mil hectares, com uma produção total de6.506,0 milhões de toneladas de cana e
produtividade média de 53,71 t ha-1(CONAB, 2012).
No Nordeste do Brasil o cultivo da cana-de-açúcar começou a mais de500 anos e vem se
mantendo até hoje em uma ampla diversidade decondições edafoclimaticas. De maneira geral, os
solos da região cultivadoscom cana são altamente intemperizados, com predominância
deLATOSSOLOS e ARGISSOLOS, sendo solos muito pobres, com baixasaturação por bases,
baixos teores de matéria orgânica, elevada adsorção deP, elevados teores de Al trocável e alto
grau de acidez ativa. Por isso, o uso decorretivos e fertilizantes tem sido determinante para a
manutenção e elevaçãodas produtividades, bem como o manejo adequado da fertilidade do solo
paraatender as exigências nutricionais da cultura(Oliveira, 2011).
A torta de filtro é um resíduo composto da mistura de bagaço moído e lodo da
decantação, sendo proveniente do processo de clarificação do açúcar. Para cada tonelada de cana
moída, são produzidos de 30 kg a 40 kg de torta. É um composto orgânico rico em cálcio,
nitrogênio e potássio, com composição variável, dependendo da variedade da cana e da sua
maturação.
Relatou que a torta de filtroé um excelente produto orgânico para a recuperaçãode solos
exauridos ou de baixa fertilidade, que sai dafiltragem com 75-80% de umidade, e que sua
composição química média apresenta altos teores de matéria orgânica e fósforo, sendo, também,
11
rica em nitrogênio e cálcio, além de teores consideráveis de potássio, magnésio e micronutrientes
Nunes Júnior (2008).
O fósforo existente na torta de filtro é orgânico, sendo que a liberação do mesmo e do
nitrogênio se dão gradativamente, por mineralização e por ataque de micro-organismos no solo.
O cálcio, que aparece em grande quantidade, é resultado da chamada caleação do caldo, durante
o processo de tratamento do mesmo, para a fabricação de açúcar. Já o fósforo é adicionado
juntamente com os produtos auxiliares utilizados para floculação das impurezas do caldo.
O Molibdênio está presente em diversas enzimas nos sistemas biológico sendo varias
delas de elevada importância no metabolismo de vegetais superiores. Principalmente por sua
efetiva participação na redutase do nitrato, em plantas e microrganismos, e na nitrogenase em
bactérias diazotroicas, pois estas duas enzimas são fundamentais nas relações do N com as
plantas e os microorganismos.(MENDEL e HANSCH, 2002)
O objetivo do trabalho foi avaliar uso da torta de filtro e do molibdato de potássio em
cana-de-açúcar, nas variáveis morfológica, tecnológicas e produtividade.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A cultura da cana-de-açúcar

A cana-de-açúcar, Saccharumssp., é uma planta pertencente á família Poaceae e á classe


monocotiledônea. As principais espécies surgiram na Oceania (Nova Guiné) e na Ásia (Índia e
China) e as variedades cultivadas no Brasil e no mundo são híbridos multiespecíficos. As
principais características dessa famíliasão a inflorescência em forma de espiga, o crescimento do
caule em colmo, as folhas com lâminas de sílica em suas bordas e a bainha aberta. A planta na
forma nativa é perene, de hábito éreto e levemente decumbente na fase inicial do
desenvolvimento(Magro et al, 2011).
Considerando o panorama atual de produtividade dos canaviais naregião, diversos fatores
podem ser limitantes para o desenvolvimento ideal dacultura, entre esses, a disponibilidade de
nutrientes nos solos e adisponibilidade hídrica podem ser apontados como os principais
fatores.Osprogramas de melhoramento genético em cana-de-açúcar veem ganhandocada vez
mais força no Brasil, desenvolvendo cultivares mais produtivas e cadavez mais adaptadas às
condições edafoclimáticadas das regiões produtoras,exigindo modificações em relação às

12
exigências nutricionais, o que indica anecessidade de revisões nas recomendações de nutrientes e
nas doses. Atualmente empregadas nos programas de adubação (OLIVEIRA, 2011).

2.2. Importância da cultura da cana-de-açúcar no Brasil

A cultura tem ganhado importância em decorrência de diversos fatores econômicos,


sociais e ambientais, sendo o aquecimento global e a alta nos preços do petróleo e os principais.
Segundo a CONAB (2012) a safra 2011/2012 de cana-de-açúcar foi de aproximadamente de 571
milhões de toneladas, com produtividade média estimada em 68 toneladas por hectare, sendo o
estado de São Paulo o principal produtor com 54% da produção.
Do total de colmo industrializado, 49,80% foram destinados á produção de açúcar, com
produção aproximada de 38 milhões de toneladas e, 55% da produção foram destinados à
fabricação de álcool, sendo aproximadamente 40% do montante para produção de álcool anidro e
o restante para álcool hidratado (etanol). Demonstrando a importância da cultura da cana-de-
açúcar no Brasil. (CONAB, 2012).

2.3. Fisiologia do desenvolvimento

2.3.1. Propagação

No cultivo comercial, a propagação é assexuada e feita mediante o uso de uma porção do


colmo (setts). O desenvolvimento do sistema radicular inicia-se logo depois do plantio. As
gemas, localizadas na base do nódulo, são meristemas embriônicos laterais e se mantêm inativas
durante a dominância apical, devido á produção de auxinas. Cada sett também contém um
círculo de pontos pequenos acima do nódulo, os quais formam a raiz primordial. Cada primórdio
exibe um centro negro, que é a capa da raiz, e um “halo”. A gema floresce em condições
favoráveis e durante quase um mês depois da brotação. A planta jovem vive ás custa das reservas
presentes no sett e parcialmente utiliza água e nutrientes supridos pelas primeiras raízes. Cada
gema pode formar um colmo principal de uma touceira.(BIONERGIA, AÇÚCAR E ALCOOL,
2010).

13
2.3.2. Sistema radicular

As raízes possuem como funções principais: absorção (água e nutrientes) e sustentação. A


absorção é afetada pelas características morfo-fisiológicas, sendo importante seu conhecimento,
principalmente na decisão do manejo a ser adotado (GOMES COSTA, 2006).
De acordo com VASCONCELOS et al (2005), o desenvolvimento radicular tem influência
direta sobre as características das plantas, tais como resistência à seca, eficiência na absorção dos
nutrientes do solo, tolerância ao ataque de pragas do solo, capacidade de germinação brotação, entre
outros.
Raízes sett são finas e têm ramificações, que sustentam a planta em crescimento nas
primeiras semanas depois da brotação. Raízes shoot são tipos secundários de raízes que emergem
da base do novo shoot cinco a sete dias após o plantio. As raízes shoot são mais grossas e
vigorosas que as raízes colo e se desenvolvem no sistema de raiz principal da planta. Raízes sett
continuam a crescer por um período de seis a quinze dias após o plantio, a maioria
desaparecendo aos 60-90 dias, enquanto os sistemas de raiz shoot desenvolve-se e apropria-se do
suprimento de água e nutriente ao shoot de crescimento.(BIONERGIA, AÇÚCAR E ALCOOL,
2010).
O desenvolvimento do sistema radicular é um dos fatores determinantes na interação
genótipo-ambiente.Se, por um lado, as condições ambientes influenciam a dinâmica do
desenvolvimento radicular, por outro, osistema radicular pode alterar características do solo.
O crescimento intenso em profundidade altera a estruturado solo, pois, após a morte de
raízes, permanecem canais como vias de drenagem e de aeração para camadasmais profundas. O
sistema radicular também pode alterar as condições químicas do solo pela excreção
desubstâncias que causam alterações de pH na rizosfera. Portanto, fatores genéticos atuam sobre
o ambientepor meio das raízes. Mas essa é uma relação de mão dupla, pois o conjunto das
condições ambientais (fatorespedogenéticos, atributos físicos e químicos do solo, pluviosidade e
temperatura) também tem efeitos sobreo desenvolvimento radicular quanto à sua arquitetura,
morfologia, distribuição e dinâmica de crescimento.Como por exemplo, a ocorrência de altos
teores de alumínio em camada subsuperficial do solo resulta numsistema com raízes mais
grossas, com menos ramificações e com menor eficiência na absorção de água enutrientes. A
condição de seca dificulta a manutenção e o crescimento nas camadas mais superficiais e resulta
em um sistema mais profundo se comparado ao desenvolvimento numa condição de boa
disponibilidadehídrica. A influência desses fatores ambientais atuando sobre o desenvolvimento
radicular acaba, por fim,interferindo no desenvolvimento da parte aérea (Vasconcelos, 2010)
14
2.3.3. Caule

Mais comumente conhecido como colmo trata-se de um órgão de reserva, envolto pelas
folhas alternadas. Podendo ser ereto variando sua estrutura entre grossa e fina (diâmetro), reta ou
curvilínea, mais alto ou mais baixo, variando também sua cor sendo mais avermelhado ou opaco,
dependendo da variedade, presença de cerosidade e ainda conforme a presença de folhas. Uma
junta é formada de uma nódulo e um entrenó, sendo o nódulo o local onde a folha está acoplada,
estas podendo formar uma cicatriz quando caem e onde as gemas e a raiz primordial são
encontradas.(Magro et al, 2011)

2.3.4. Folhas

A folha da planta da cana-de-açúcar é dividida em duas partes: bainha e lâmina,


separadas por uma junta de lâmina. A bainha, como implica seu nome, cobre completamente o
talo, estendendo sobre pelo menos um entrenó completo. As folhas são normalmente acopladas
de forma alternada aos nódulos, portanto formando duas fileiras em lados opostos. A planta
madura de cana de açúcar tem uma superfície de folha superior total em media de 0.5 metros
quadrado e o número de folhas verdes por talo é ao redor de dez, dependendo da variedade e
condições de crescimento (Casagrande, 1991).
A junta de lâmina é onde se encontram duas áreas em forma de calço chamadas de
"barbelas". As folhas são numeradas pelo sistema de Kuijper, como foi citado por Casagrande
(1991). A primeira folha de cima para baixo do talo com barbelas vistas claramente é designada
+1. Para baixo elas recebem, sucessivamente, os números +2, e +3. A folha "da barbela superior
visível" (+3) é um tecido diagnóstico que é freqüentemente usado na avaliação do estado
nutricional.
As folhas são numeradas pelo sistema de Kuijper (Casagrande, 1991). A primeira folha
de cima para baixo do talo com barbelas vistas claramente é designada +1. Para baixo, elas
recebem, sucessivamente, os números +2 e +3. A folha da barbala superior visível (+3) é um
tecido diagnóstico frequentemente usado na avaliação do estado nutricional da planta
(BIONERGIA, AÇÚCAR E ALCOOL, 2010).

15
2.3.5. Inflorescência

A inflorescência, ou tassel, de cana-de-açúcar é um panícula de ramo aberto. Também é


conhecido como seta. Portanto o florescimento também é conhecido como "arrowing". Cada
tassel consiste de vários milhares de florzinhas, cada uma capaz de produzir uma semente. As
sementes são extremamente pequenas e pesam aproximadamente 250 per grama ou 113,500 por
libra. Para a produção comercial de cana-de-açúcar, o desenvolvimento da inflorescência tem
pouca importância econômica. O florescimento é importante para cruzamento e produção de
variedades híbridas(Magro et al, 2011).
Quando a planta atinge a maturação e se encontra sob estímulo ambiental, o meristema
apical altera de vegetativo para reprodutivo. O meristema para de forma a folha primordial e
começa a produzir uma inflorescência. A inflorescência da cana-de-açúcar é uma panícula
aberta, denominada “bandeira” ou “flecha”. Cada panícula consiste de vários milhares de flores,
cada uma capaz de produzir uma semente. Geralmente, a extensão de um dia próximo de 12,5
horas e temperaturas noturnas entre 20 e 26° C induzem ao inicio da floração. Condições de
crescimento ótimas na fase vegetativas (solo fértil, suprimento abundante de nitrogênio e
umidade) restringem a inflorescência (BIONERGIA, AÇÚCAR E ALCOOL, 2010).

2.3.5. Fases de cultivos

2.3.5.1. Brotação e fase de estabelecimento

A brotação é um processo biológico, que como todos os outros, consomem energia. Essa
energia é originária da degradação de substâncias de reserva do colmo, através do processo de
respiração, isto é, moléculas de O2 são necessárias para “queimar” essas substâncias. Num
período de cerca de 60 dias, as reservas dos toletes são fundamentais para a evolução do
processo de brotação, reduzindo essa dependência à medida que o sistema radicular se
desenvolve, aumentando a superfície ativa de absorção de água e nutrientes do solo.
A fase de brotação é da plantação até a compleição da brotação das gemas. Sob as
condições do solo, a brotação começa de 7 a 10 dias e geralmente dura ao redor de 30-35 dias.
Na cana de açúcar, a brotação denota ativação e subseqüente florescimento da gema vegetativa, a
gema é influenciada por fatores externos e internos. Os fatores externos são a umidade do solo,
temperatura do solo e aeração, os internos são a saúda da gema, a umidade do sett, a redução do

16
conteúdo de açúcar do sett e status do nutriente sett. Temperatura ideal para florescimento é ao
redor de 28 - 30o C. A temperatura básica para brotação é ao redor de 12o C, sendo que o solo
úmido e calor assegura uma brotação rápida.(MARCHIORI, 2004)
Os resultados da brotação resultam em uma respiração aumentada e assim uma boa aeração
do solo é importante, portanto, solos porosos de estrutura aberta facilitam uma brotação melhor. Sob
as condições do solo, ao redor de 60 por cento da brotação pode ser considerada segura para cultivo
satisfatório.

2.3.5.2. Perfilhamento

Diola e Santos (2010) descrevemque o perfilhamento inicia-se em torno de 40 diasapós o


plantio e pode durar até 120 dias, sendo umprocesso fisiológico de ramificação
subterrâneacontínua das juntas nodais compactadas ao brotoprimário. Ele proporciona ao cultivo
o número decolmos necessário para uma boa produção. Perfilhoformados mais cedo ajudam a
produzir talos maisgrossos e mais pesados, enquanto os formados maistarde morrem ou
permanecem curtos ou imaturos. Apopulação máxima é alcançada entre 90 e 120 dias.Aos 150–
180 dias, pelo menos 50% dos perfilhosmorrem e uma população estável é estabelecida.Embora
6 a 8 perfilhos sejam produzidos de umagema, observa-se atualmente que 1,5 a 2 perfilhospor
gema permanecem para formar canas.

2.3.5.3. Fatores que influenciam o perfilhamento

Há alguns fatores que podem interferir no processo. Dentre eles, enumera-se a variedade,
a luminosidade (quanto menor, reduz-se o perfilhamento), a temperatura que, à medida que se
eleva, pode aumentar o perfilhamento até atingir 30ºC, a nutrição equilibrada e a umidade
adequada do solo. Também influir no perfilhamento tudo o que compete com a própria planta,
por água, luz e nutrientes, como as plantas daninhas e as culturas consorciadas.
Por meio do estudo de Vasconcelos (2002), constatou-se que a palhada residual da
colheita mecanizada reduz a fotossíntese inicial. Assim, uma prática que contribuiria para
amenização deste problema seria a retirada da palha da linha da cana, jogando-a para as
entrelinhas, como também a utilização de variedades mais tolerantes a menor luminosidade.

17
2.3.5.4. Fase de Maturação

Em um cultivo de cana-planta, prolonga-se por, aproximadamente, seis meses,


começando aos 270 – 360 dias após o plantio. A síntese e o acúmulo rápido de açúcar acontecem
durante essa fase, por isso o crescimento vegetativo é reduzido. Conforme a maturação avança,
açúcares simples (monossacarídeos, frutose e glicose) são convertidas em cana-de-açúcar
(sacarose, um dissacarídeo). A maturação da cana procede de baixo para cima, assim a parte
inferior contém mais açúcar que a porção superior. Bastante luz solar, noites frescas e dias
quentes (ex. variação diurna maior em temperaturas) e clima seco são altamente condutivos para
a maturação (BIONERGIA, AÇÚCAR E ALCOOL, 2010).
O processo de maturação é definido pelos fisiologistas como o momento de acumulação
máxima de produtos fotoassimilados nos órgão de reserva da planta, na cana-de-açúcar, sacarose
no colmo. Esse fenômeno é determinado pelos processos de engrossamento e alongamento das
células da parede, aumento sensível da matéria seca, gradual desidratação, aumento e retenção de
sacarose acumulada, diminuição do alongamento das folhas do colmo e posterior
desprendimento delas(ALEXANDER, 1973).
O acúmulo de reservas ocorre pronunciadamente da base ao ápice do colmo, de tal modo
que, alguns poucos meses depois da formação do internódio da base, ele pode conter
concentrações de sacarose semelhantes às encontradas em internódios medianos em ponto de
colheita. O processo pode ser intensificado pela redução de nutrientes disponíveis ou deficiência
hídrica.

2.4.Conceitos e dinâmica da torta de filtro

Silva et al. (2004) definem a torta de filtro como o conjunto de todosos componentes que
contenham carbono orgânico na sua constituição, incluindodesde microorganismos (vivos e
mortos), resíduos de plantas em decompostos, produtos derivados dessa decomposição e
substânciasmicrobiológica ou quimicamente alteradas.
A torta de filtro é um resíduo composto da mistura de bagaço moído e lodo dadecantação,
sendo proveniente do processo de clarificação do açúcar. Para cadatonelada de cana-de-açúcar
moída são produzidos de 30 a 40 kg de torta (Tabela 1). É umcomposto orgânico (85% da sua
composição) rico em cálcio, nitrogênio e potássiocom composições variáveis dependendo da
variedade da cana-de-açúcar e da suamaturação.

18
Tabela 1. Produção de torta de filtro de acordo com o processo industrial
_____________________________________________________________________________
Sistema de extração Processo Produção de torta Kg/t
do caldo de geração de cana processada
_____________________________________________________________________________
Moenda Filtro “Oliver” 30 a 40
Moenda Filtro Prensa 18 a 22
Difusor Separador 5a6
_____________________________________________________________________________________________
Fonte: Luz e Vitti (2008).

A decomposição da torta de filtro no solotem liberação de compostos tanto de baixa


como de alta massa molecular, segundo Pavinato e Rosolem (2008), exerce influência sobre a
disponibilidade de nutrientes no solo. Essa influência está muito relacionada com a complexação
ou adsorção de íons competidores, inibindo a ação dos grupos funcionais do solo, deixando,
assim, osnutrientes mais móveis em solução. Por isso, a decomposição da torta de filtro é
considerada importante fonte de nutrientes nosolo, pois sua decomposição disponibiliza os
nutrientes, pelo processo de mineralização, para o solo.
Embora toda a biota do solo participe ativamente do processo de decomposição de
materiais orgânicos, será dada ênfase especial ao papel dos microrganismos nesse processo. Eles
apresentam, normalmente, vida curta e constituem, para as populações microbianas sucessoras,
um substrato normalmente de maior facilidade de decomposição do que o material orgânico
original (NITROGENIO E ENXOFRE NA AGRICULTURA BRASILEIRA, 2007).Um modelo
conceitual para o processo de decomposição de materiais orgânicos, em que o mesmo ocorre em
estágios ou módulos, conforme ilustrado na Figura 4.

19
Figura 1. Modelo de decomposição em cascata para materiais orgânicos. S = substrato; t = tempo; A = ambiente; Qr
= qualidade do material orgânico; e O = organismo.

Inicialmente, um substrato orgânico é transformado de um estado, S1, para outro, S2, num
período de tempo determinado (T1 a T2). Este módulo é repetido na forma de uma cascata em
que os produtos finais da decomposição de um módulo tornam-se o substrato inicial para o
módulo subseqüente da cascata (S2para S3 e S3 para S4). A taxa de decomposição de S1 para S2 e
dos módulos seguintes é regulada pela combinação de três grupos de fatores, os quais atuam de
forma interativa: O ambiente físico-químico (A), a qualidade do substrato (Qr) e a comunidade
de organismo decompositores (O). Três processos principais fazem com que o substrato orgânico
siga a decomposição e seja redistribuído ao longo da cascata.

2.5. Torta-de-filtro

Para Santiago e Rossetti (2009), a torta de filtro é proveniente da filtração do


caldoextraído das moendas no filtro rotativo, o que anos atrás era obtido apenas na produção
doaçúcar.Segundo os autores a torta de filtro possui uma concentração de 1,2 a 1,8% defósforo e
cerca de 70% de umidade, além de um elevado teor de cálcio, possuindo outrasboas
características como a de reter e manter a umidade do solo, além de liberar nutrientesao solo. De
acordo com Nardin (2007) a torta de filtro é definidacomo um subproduto da agroindústria
canavieira, tendo sua composição variável, devido àvariedade de cana-de-açúcar, tipo de solo,
maturadores utilizados na cana, entre outras.

20
De acordo com Pereira et al. (2005) a torta de filtro, é conhecida como torta de Oliver,é
um resíduo obtido a partir da fabricação do açúcar, após as borras resultantes terem a
suasacarose residual extraída, possuindo um efeito positivo no melhoramento das
propriedadesfísicas do solo atribuídas a sua maior retenção de água ocasionada pela adição da
matériaorgânica no solo.
Segundo Piacente e Piacente (2009), a torta de filtro éuma mistura do bagaço moído e
lodo da decantação, proveniente da clarificação do açúcar,no qual para cada tonelada de cana
moída é produzida de 30 a 40 kg de torta de filtro,sendo rica em cálcio, nitrogênio e potássio,
sendo variado esta composição de acordo coma variedade de cana-de-açúcar e sua maturação. A
aplicação da torta de filtro é testada dediferentes formas na área de produção, podendo ser
utilizada na área total até nasentrelinhas ou nos sulcos de plantio.
A torta de filtro é um nutriente rico em fósforo, indicado fazer a aplicação no sulco
doplantio, substituindo a adubação fosfatada mineral e dispensa a adubação nitrogenada
porapresentar na matéria seca cerca de 1,5% de nitrogênio (RIOS, 2008).

2.6. Molibdênio

O molibdênio tem sua principal função associada ao metabolismo do N, erelaciona-se às


enzimas redutase do nitrato e nitrogenase, de modo que os sintomas de deficiência confundem-se
com aqueles do nitrogênio (MARSCHNER, 1995). É considerado um elemento essencial para os
vegetais em função, principalmente, da sua participação no metabolismo do nitrogênio. Em
plantas, nas quais não ocorre fixação simbiótica de nitrogênio, a essencialidade de Mo restringe-
se à atividade da redutase do nitrato, enzima que catalisa a redução biológica do nitrato a nitrito
(SALYSBURY e ROSS, 1991).

2.6.1. Molibdênio na planta

Os sintomas de deficiência de molibdênio na planta são freqüentemente associados ao


metabolismo do nitrogênio, em decorrência da exigência de molibdênio para a atividade de
nitrogenase e fixação de nitrogênio (GUPTA, 2001).
O Mo é absorvido na forma do ânion MoO42- e sua absorção é proporcional á sua
concentração na solução do solo, a qual pode ser reduzida pelo efeito competitivo do SO42-, pois

21
tem-se observado que quantidades significativas de sulfatos provoca uma ação depressiva na
absorção de molibdênio por parte da planta (DECHEN & NACHTIGALL, 2006).
O processo de contacto entre o molibdênio e a raiz depende da sua concentração na
solução do solo. Quando em altas (0,04 micromolar/L), o fluxo de massa em baixa, a difusão tem
lugar seguindo-se a absorção ativa (Malavolta, 2006).
Grandes quantidades de MoO42- podem ser absorvidas pelas plantas sem efeito tóxico. O
MoO42- é um ácido fraco que pode forma complexos polianiônicos com o P, como o
fosfomolibdato, de modo que possivelmente altas concentrações sejam sequestrada sob esta
forma nas plantas (DECHEN & NACHTIGALL, 2006).
Nas plantas, o molibdênio (Mo) participa das reações de transferênciade elétrons, sendo
considerado elemento essencial para os vegetais emrazão, principalmente, da sua participação no
metabolismo do nitrogênio, emque participa como co-fator das enzimas nitrogenase e nitrato
redutase. OMo, ainda, participa da estrutura da enzima oxidase do sulfato e na formaçãoda
proteína Mo-Fe-S (MartenseWestermann, 1991).
Grandes partes do Mo encontra-se na enzima nitrato redutase das raízes e colmos das
plantas, a qual catalisa a redução do íon NO3- a NO2-. A nitrato redutase das plantas superiores é
encontrada como uma molibdoflavoproteínasolúvel. A enzima nitrato-redutase tem o Mo ligado
de uma forma reversível. Plantas com deficiência de Mo apresentam acúmulo NO3-, de modo
que a falta de Mo tem percussões similares á falta de N (DECHEN & NACHTIGALL, 2006).

2.6.2. Molibdênio no solo

O molibdênio é encontrado em toda a crosta terrestre, porém sempre em


pequenasconcentrações. As formações sedimentares são os ambientes mais ricos no
elemento,especialmente os depósitos marinhos onde as concentrações podem exceder 0,04%
(CAMPO&HUNGRIA, 2002).
O teor médio de Mo na litosfera é de 2,3 mg Kg-1. No solo, é originário da decomposição
das rochas, apresentando-se fundamentalmente na forma aniônica (MoO42-). Suas formas no solo
são: (a) não disponível, retido no interior da estrutura de minerais primários e secundários; (b)
parcialmente disponível ou trocável, absorvido nas argilas, de modo particular nos óxidos de Fe
e Al, como MoO42- e disponível em função do pH e do teor de fosforo disponível; (c) ligado á
matéria orgânica; e (d) na forma solúvel em água(DECHEN & NACHTIGALL, 2006).

22
O teor no solo é consequência principalmente da concentração na rocha – mãe: rochas
básicas - 1,4 mg/Kg, acidas – 1 mg/kg, sedimentares – 2 mg/kg. Outras fontes de Mo para o solo,
todas antropogênicas deposição da atmosfera devido fundições e queima de combustíveis fósseis
– concentração no ar é de 0,29 – 1,29 mg/m3 em áreas rurais a 2 – 18 nas industriais perto de
siderurgias, lodo de esgoto possui de 7 a 14 mg/kg, em média (Malavolta, 2006).
Em solos ácidos e com teores elevados de óxidos de Fe e Al, a fixação do ânion MoO42- é
elevada. A fixação do Mo é mais intensa quanto maior for o teor deste óxidos e quanto menor for
o pH. Em relação a MOS, os resultados são contraditórios, isto é, existem casos em que a
disponibilidade de Mo aumenta com a matéria orgânica e outros em que diminui.
Normalmente, a maior parte do Mo encontra-se em formas não-disponível para a planta.
A maior ou menor disponibilidade está determinada pelo pH do solo e pelo teor de óxido de Fe,
Al. A presença de matéria orgânica, bem como de fosfato ou sulfato, tem pequena influência na
sua disponibilidade (DECHEN & NACHTIGALL, 2006).

23
3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Descrição da área


O experimento foi realizado em condições de campo numa área em sistema de plantio
convencional, situado geograficamente na latitude 6° 51’32.64” S, longitude 35° 7’ 42,02” W e
altitude de 50 a 100 m, localizado na fazenda Monte Alegre II, lote 81246 da Usina Monte
Alegre, no município de Mamanguape, PB. Está inserida no domínio da Mata Atlântica, no
litoral norte da Paraíba, no município de Mamanguape. As principais vias de acesso são a BR
101 e a PB 057, nas proximidades do distrito de Olho d’água, Capim, PB.
O clima da região é classificado Aw (quente e úmido), com chuvas de março a julho, com
precipitação pluviométrica média de 1200 mm.As temperaturas que variam entre 25º e 28º. Os
dados climatológicos de precipitação pluviométrica foram coletados na fazenda monte alegre II,
localizada na usina monte alegre situada no município de Mamanguape – PB, apresentados na
figura 2.
Precipitação (mm)

Meses

Figura 2 – Precipitação pluvial mensal durante o período de condução doexperimento no ano de 2010 .
Fonte: Usina Monte Alegre.

3.2. Descrição do Solo

O relevo é suavemente ondulado, em um solo classificado como Argissolo Vermelho-


Amarelo (EMPRAPA, 1999). As amostras foram retiradas da camada superficial do solo, até as
profundidades de 00 - 20 e 20 – 40 cm, tendo antes o cuidado de limpar a superfície dos locais

24
escolhidos, removendo as folhas e outros detritos.As características químicas do solo da área
experimental são apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2 – Características químicas do solo Argissolo Vermelho-Amarelo, da área experimental


nas profundidades de 00 – 20 e 20 – 40 cm.
pH
Profundidade Ca + Mg Ca Al H + Al K P (Mel.) Mat. Org.
(1:2,5)
cm H2O ---------------------cmolc/dm-3--------------- ------mg/dm-3--- g/kg
00 – 20 5,37 1,15 0,7 0,15 2,72 87,00 7,74 3,74
20 - 40 5,94 1,20 0,8 0,10 1,98 48,42 4,57 2,61

3.3. Delineamento experimental e tratamentos


O delineamento experimental foi em blocos ao acaso (DBC) em esquema fatorial 2 x 2 x
4 + 4 em quatro repetições, onde os tratamentos constaram de 2 tratamentos com torta de filtro
úmidaou in natura TFI01 e TFI02(10 e 20 t ha-1)e 2 tratamentos comtorta de filtro
compostadaTFC03 e TFC04(10 e 20 t ha-1), com 4 tratamentoscomdoses de molibdato de
potássio, onde as doses recomendadas a serem aplicadas (0, 250, 500, 750 mL/ha-1) em 100 litros
de água aplicados no sulco, e 4 tratamento adicional (0, 250, 500, 750 mL/ha-1) correspondente à
doses de molibdato de potássio com adubação mineral na formulação 12-18-24, Usina Monte
Alegre-PB, totalizando 68 parcelas.
Cada parcela experimental constou de 6 sulcos de 8 metros de comprimento e 1,10 de
largura, distinguindo-se conforme o tipo de torta de filtro utilizado (in natura e compostada) e doses
de molibdênio, (Figura 6). A área total do experimento foi de 4.540,8 m2. Os resultados foram
submetidos a analise de variância utilizando-se o aplicativo SAS (SAS Institute, 1989), para verificar
a significância do efeito das doses de molibdato de potássio e das tortas de filtro aplicadas nos
atributos avaliados.
Equações de regressão foram ajustadas aos valores de número de plantas (NP), Diâmetro de
colmo (DC), Grau brix (BRIX), Índice de Maturação (IM), altura de planta (AP) e Produtividade
(PROD.) e de suas interações.
A escolha do modelo de regressão foi feita com base no coeficiente de determinação (R 2), na
significância da regressão e de seus coeficientes, testados pelo teste F a 5% de probabilidade.

25
Figura 3. Caracterização gráfica da área experimental.

3.4.Instalação e condução do experimento


O solo foi preparado com uma aração e uma gradagem para melhor uniformização da
área. A sulcação após os 30 dias da aplicação do calcário dolomítrico. A variedade utilizada no
experimento foi a RB 86-3129. As distribuições dos toletes foramde dois colmos corridos no
sulco de plantio, com uma densidade mínima de 12 gemas/metro. Os toletes plantados em sulco
à0,30m de profundidade.
Após 20 dias de plantio foi realizada a adubação mineral na formulação 20-00-20, numa
quantidade de 300 kg/ha-1,por esse motivo, a adubação mineral foi feita 20 dias após o plantio

26
3.5. Parâmetros avaliados e Analises Estatística

3.5.1. Numero de plantas em cada parcela (NP)

Foiobtido por contagem do número de plantaspor parcela no final do ciclo.

3.5.2. Diâmetro médio do colmo (DC)

Mensurado com o auxílio de um paquímetro com graduação em mm. As leituras foram


realizadas no centro do segundo entrenó localizado na base do colmo.

3.5.3.Brix % caldo de cana (BRIX)

Determinado com o auxílio de um refratômetro de campo, representado por uma leitura


simples de amostra homogênea do caldo de três colmos por parcela.

3.5.4. Índice de maturação (IM)

Para determinar o índice de maturação, foram retiradasalgumas gotas de caldodo 4º


internódio a partir do solo e da ponta (último internódio que a bainha desprende-se facilmente do
colmo), (STUPIELO, 1987). A relação existente entre o Brix da ponta e oda base, indica o índice
de maturação (IM) pelos seguintes valores:
IM – menor que 0,60 – cana verde
IM – 0,60 a 0,70 – maturidade baixa
IM – 0,70 a 0,84 – maturidade média
IM – maior que 0,85 – cana madura

3.5.5. Altura média de Planta (AP)

Mensurada com o auxílio de uma trena graduada. Foram utilizadas 5 (cinco) plantas por
parcela.

3.5.6. Produtividade (PROD.)


Para a obtenção dos dados de produtividade agrícola, toda parcela foi colhida, e o peso
em kg por parcela foram convertido em tonelada por hectare.

27
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os potenciais quantitativos e qualitativos da produção de cana-de-açúcar são


estabelecidos a partir da interação de inúmeros fatores como condições climáticas, características
do solo, idade e variedade da cultura, tratos culturais, dentre outros.

Tabela 3.Resumo da análise de variância e NOVA da regressão para Número de planta (NP),
Diâmetro de colmo (DC), Graus brix (BRIX), Índice de maturação (IM), Altura de Planta (AP) e
Produtividade (Prod.), em diferentes doses de torta de filtro (In natura, Compostada) e molibdato
de potássio.

F. Variação GL NP DC BRIX IM AP PROD.


----------------------------------------Valor F-------------------------------------
Bloco 3 1,651ns 0,251ns 0,745ns 0,774ns 1,627ns 3,148*
Tratamento 4 0,331ns 0,789ns 0,655ns 1,112ns 12,666** 23,366**
Molibdênio 3 0,491ns 0,672ns 0,463ns 0,669ns 15,961** 16,719**
TxM 12 0,546ns 0,665ns 0,784ns 0,475ns 2,036* 2,785**
Resíduo 45
QMR 60.11 0.039 1.369 0.001 0.006 538.62
C.V(%) 11,30 7,17 6,56 4,12 2,91 4,00
*e**: significativos a 5% e 1% de probabilidade;ns – não significativo; QMR - quadrado médio do resíduo.

De acordo com análise de variância, observou-se que não houve efeito significativo na
quantidade de número de plantas (NP), diâmetro de colmo (DC), grau Brix e índice de maturação
(IM).
Percebe-se que os resultados apresentados para altura de planta (AP) apresentaram efeito
significativo (P<0,01) para a torta de filtro (tratamentos). Verificou-se a interação entre torta de
filtro (tratamentos) versus doses de molibdato de potássio (P<0,05) em cana-planta(Tabela 4).
Observa-se, navariável produtividade, que pelos dados apresentados houve efeito
significativo(P<0,01) para os tratamentos. Verificou-se a interação entre torta de filtro e doses de
molibdato de potássio em cana- planta (P<0,01).

28
Tabela 4 – Médias harmônicas dos números de repetições de variância referente aNumero de
Plantas (NP), Diâmetro do colmo (DC), Graus Brix (BRIX), Índice de maturação (IM), Altura
média de planta (AP) Produtividade(PROD.).
_____________________________________________________________________________
Tratamentos_
Variáveis______________________________________________________
NP DC BRIX IM AP PROD.
(cm) (%) (m) (T ha-1)
_____________________________________________________________________________
TFI10 420 a 2,73 a 17,85a 0,89a 2,73a 111,98a
TFI20 414 a 2,81 a 17,69a 0,89a 2,71a 112,81a
TFC10 414 a 2,74 a 17,93a 0,90a 2,72a 109,38a
TFC20 408 a 2,78 a 17,66a 0,88a 2,75a 110,56a
DM 390 b 2,65 b 18,65a 0,92a 2,45 b 89,96 b
Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.DM= doses de
molibdênio. TFC = torta de filtro compostada; TF = Torta de filtro in natura.

Casagrande (1991), não encontrou diferença estatisticamente significativa em cana-


planta, o modo queo número de plantaspodevariar de tratamento para tratamento, dependendo
das características genéticas e ambientais.
O diâmetro de colmos parece ser uma característica fortemente influenciada por fatores
genéticos. A maior influência do ambiente para essa variável está relacionada ao teor de umidade do
solo. Pedrosa et al. (2007) não encontraram diferença estatisticamente significativa em cana-de-
açúcar.
Segundo César e Silva, (1993), a cana é considerada madura quando atinge Brix 18.
Resultados semelhantes foram obtidos por Anjos et al. (2007), em que não foram verificados
efeitos da adubação orgânica e mineral sobre essa variável. Assis et al. (2004), trabalhando com
variedades de cana-de-açúcar submetidas a diferentes lâminas de irrigação e níveis da adubação,
verificaram que os diversos níveis de adubação não influenciaram nos rendimentos industriais da
cultura (Brix).
Este comportamento foi observado por Ramesh (2000) e por Gava et al (2001), que
relataram que o crescimento máximo da cultura ocorre durante o período inicial de crescimento,
seguindo de um acréscimo gradual até a fase da maturação. Segundo Gava et al (2001), esta
tendência de comportamento está relacionada com o aumento da competição intraespecífica,
correlacionados com os fatores ambientais responsáveis pelo crescimento vegetal, tais como:
temperatura, luz, água e nutrientes.
Trabalhos realizados por Urquiaga et al, (1996, 1999), indicam aumento significativo da
produção de colmos com a aplicação de 1 kg de molibdato de sódio, em solos com baixa
disponibilidade deste nutriente. Em trabalho realizado por Polidoro (2001), a variedade de cana-
de-açúcar RB 72-454 respondeu significativamente (P<0,05) a adição de molibdênio.

29
4.1. Número de plantas (NP) em diferentes doses de torta de filtro (in natura,
compostada)submetida a doses de molibdato de potássio.

O número médio de plantas na cultura da cana-de-açúcar durante o período analisado é


apresentado na Tabela 4.De acordo com a análise, observou que não houve efeito significativo (P
≤ 0,05) nas doses de torta de filtro (in natura e compostada)submetida a doses de molibdato de
potássio, sobre a quantidade de número de plantas (NP).

4.2. Diâmetro médio de colmos (DC) em diferentes doses de torta de filtro (in
natura,compostada) submetida a doses de molibdato de potássio.

Na Tabela 4 são apresentados os valores de medias para diâmetro de colmo submetido a


diferentes doses molibdato de potássio e torta de filtro (in natura e compostada).
O diâmetro dos colmos contribuiu com o aumento, promovendo a produtividade, o
aumento em T ha-1 desta cultura com uma significância de probabilidade de (P< 0,01 e P< 0,05),
visto na Figura 9 e 10. Muito embora o diâmetro de colmo não tenha afetado a variável altura de
plantas vistas nas Figuras 4e 5.Mas os tratamentos com torta de filtro (in natura e compostada)
submetida a doses de molibdato de potássio apresentaram maiores diâmetro de colmo em relação
na ausência da torta de filtro (in natura e compostada).
Corroborando com o que foi observado na pesquisa, Felipe (2008), trabalhando com
adubação em cana-planta não encontrou diferenças significativas para o diâmetro de colmo.

4.3. Graus Brix (Brix) em diferentes doses torta de filtro (in natura, compostada)
submetida a doses de molibdato de potássio.

Pelos resultados dos teores de graus brix(Tabela 4), percebe-se que não houve efeito
significativo (P<0,05).Isto é verificado não haverdiferenças estatisticamentesignificativas no teor
de brix entre os caldos.

4.4.Índice de maturação (IM) em diferentes doses torta de filtro (in natura, compostada),
submetida a doses de molibdato de potássio.

O índice de maturação da cana-de-açúcar é um fator importante a ser considerado,visto


que o rendimento e a qualidade do caldo não diferem significativamente durante operíodo.
Na Tabela 4 é apresentado o resultado dasmédias para o índice de maturação, com
diferentes doses de torta de filtro (in natura e compostada)submetida a diferentes doses de
molibdato de potássio, observa-se que não houve efeito significativo (P<0,05).
30
4.5. Altura média de planta (AP) em diferentes doses torta de filtro (in natura,
compostada)submetida a doses de molibdato de potássio.

Quando se trata do Molibdênio, por se apresentar no solo na forma de aníon sãopossíveis


de sofrer interações com a matriz do solo, o que pode afetar suadisponibilidade para as plantas e
causar diferentes variações na utilizaçãodeste nutriente dependendo das condições do local. Mas
com o uso da torta de filtro houve uma liberação significativa, ficando disponível a planta.
Vejamos na Figura 4 e 5.

Figura 4 – Altura média dos colmos da cana-planta em diferentes doses de torta de filtro in
natura (TFI10; TFI20) submetida a diferentes doses de molibdato de potássio.
*e**: significativos a 5% e 1% de probabilidade.

Segundo Rossetto et al. (2008), o uso da torta de filtro, em canaviais, eleva a produtividade da
cultura, por fornecer matéria orgânica, fósforo e cálcio, entre outros nutrientes. Esses autores observaram
que a torta de filtro in natura associado ao molibdênio obteve um ganho significativo em relação à
compostada colocada no fundo do sulco.
-1
Observou-se que a dose de 10 t ha de torta de filtro in natura (Figura 4) submetida à dose de 750
ml de molibdato de potássio foi aque apresentou o melhor resultado, onde obteve um ganho em altura de
média (2,80 m). Então, a interaçãoda torta de filtro e a doses de molibdato de potássio nos resultou uma
significância de probabilidade de acordo com a Figura 7 em TFI10 (P < 0,01).

31
Figura 5 – Altura média dos colmos da cana-planta em diferentes doses de torta de filtro
compostada (TFC10; TFC20) submetida a diferentes doses de molibdato de potássio.
*e**: significativos a 5% e 1% de probabilidade.

Observou-se que a dose de 20 T ha-1 de torta filtro compostada (Figura 5) submetida à


dose de 750 ml de molibdato de potássio foi a que apresentou o melhor resultado, onde obteve
um ganho em altura de média (2,80 m). Então, a interação da torta de filtro e a doses de
molibdato de potássio nos resultou uma significância (P < 0,05).
Houve um efeito entre as doses de aplicação da torta de filtro (in natura e compostada) e
as doses de molibdato de potássio, porem esse efeito significativo para doses de torta de filtro de
1% a 5% de probabilidade. Onde exerceu um efeito linear e quadrático (Figura 4 e 5),
confirmando o efeito favorável do molibdênio na altura de planta da cana-de-açúcar em um solo
argissolo vermelho amarelo.
Observa-se que a altura das plantas aumentou de 2,60 m, para 2,80 m (figura 7 e 8) com
aplicação do molibdênio associado à torta de filtro (in natura e compostada), variando um
aumento de 3% a 17% na altura média das plantas.

4.6. Produtividade(PROD) de cana de açúcar em diferentes doses torta de filtro (In natura,
compostada), submetidas a doses de molibdato de potássio.

Obter produtividades sempre em níveis mais elevados tem sido uma meta constante da
agroindústria açucareira e alcooleira, através da introdução de novos processos tecnológicos e
aperfeiçoamento do tradicional sistema de produção. Os resultados obtidos nas últimas safras
comprovam a elevação do desenvolvimento do setor, consubstanciados pelos exponenciais
crescimentos na produção de açúcar e álcool, viabilizando o Programa Nacional do Álcool.

32
Condições de locais que favoreçam a absorção de nutrientes que podem influenciar
diretamentena reposta à aplicação do micronutriente, o que faz com que a precipitação devaser
considerada fator preponderante, porque quanto maior a disponibilidade deágua maior será o
desenvolvimento do sistema radicular e consequentementehaverá uma maior exploração do
volume de solo e maior absorção do micronutriente.

Figura 6 – Produtividade de cana-de-açúcar (T ha-1)em diferentes doses de torta de filtro in


natura (TFI10; TFI20) submetida a diferentes doses de molibdato de potássio.
*e**: significativos a 5% e 1% de probabilidade.

A produtividade de cana-planta apresentou resposta positiva, fato que muitas pesquisas


estão sendo realizada no Brasil analisando o uso do molibdênio. Então pesquisa, mas recentes
tem demostrado a resposta linear na produtividade da cana-de-açúcar. Vejamos na Figura 6 e 7 a
produtividade da cana de açúcar em diferentes doses de torta de filtro submetida a doses de
molibdato de potássio.

33
Figura 7 – Produtividade de cana-de-açúcar (T ha-1) em diferentes doses de torta de filtro
compostada (TFC10; TFC20) submetida a diferentes doses de molibdato de potássio (Potamol).
*e**: significativos a 5% e 1% de probabilidade.

Os dados evidenciados na figura 6 e 7 de comportamento quadrático e linear em relação a


T ha-1.Como aumento das doses de molibdênio e torta de filtro (in naturae compostada) mostra-
nos que as diferentes doses torta de filtro (in natura e compostada) aplicado juntamente com as
doses de molibdato de potássio apresentam diferença significativa (P < 0,01e P < 0,05).
A produtividade de cana-planta foi influenciado pela interação entre torta filtro (in natura
e compostada) submetida a doses de molibdato de potássio. Com o aumento das doses de
molibdato de potássio no sulco de plantio, teve um aumento em toneladas de cana-de-açúcar nas
doses de torta de filtro (in natura e compostada) comparado com a testemunha que nos mostra na
Figura 6 e 7.
Observou-se que com o aumento de doses de molibdato de potássio proporcionou
aumento de T ha-1em relação à testemunha, porém nas menores doses 10T ha-1 e na maior 20 T
ha-1 de torta de filtro (in natura e compostada) a resposta foi representada por regressão linear
crescente e quadrática com significância a 1% e 5% de probabilidade. Esses resultados revelam a
importância do molibdato de potássio para a elevação da produtividade (T ha-1) da cana-de-
açúcar, visto que na ausência da torta de filtro teve um decréscimo na produtividade. Portanto,
para esta variável, a associação da torta de filtro e o molibdato de potássio apresentou um ganho
variando de 3 a 17%na produtividade. A torta de filtro in natura associado a 750 mL ha-1 de
molibdato de potássio mostrou a melhor interação, superando o as doses de molibdênio na Figura
7. Visto as tortas de filtro compostada testados a 20 T ha-1associada a 750 mL ha-1 de molibdato
de potássio, mostrou a melhor interação, superando os tratamentos de doses de molibdênio.

34
5. CONCLUSÃO

Com a aplicação conjunta da torta de filtro (in natura e compostada) e molibdato de


potássio (Potamol), promoveu um acréscimo na altura de plantas;
A aplicação de molibdato de Potássio (Potamol) juntamente com a torta de filtro
promoveuum maior crescimento no colmo, refletindo no aumento da produtividade da cana-de-
açúcar;
A eficiência do molibdato de potássio (Potamol) foi maior quando utilizada a torta de
filtro que influencia na liberação do molibdênio;

35
6. REFERENCIAS

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