(Agida) SANTO Et Al 2023 - Nutritive-Value-Of-Forage-Plants-Cultivated-In-The-Brazilian-Semiarid-Region
(Agida) SANTO Et Al 2023 - Nutritive-Value-Of-Forage-Plants-Cultivated-In-The-Brazilian-Semiarid-Region
(Agida) SANTO Et Al 2023 - Nutritive-Value-Of-Forage-Plants-Cultivated-In-The-Brazilian-Semiarid-Region
Revista Brasileira de
Geografia Física
ISSN:1984-2295
Homepage:https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe
Agda Raiany Mota dos Santos1, Raul Caco Alves Bezerra2, Lana Raissa Barros Alves Cordeiro3, Maurício Luiz de
Mello Vieira Leite4, Kaique Renan da Silva Salvador5, Lady Daiane Costa de Sousa6, Jean Carlos Nogueira7, Jefferson
dos Santos Gomes Calaça8, Franciê Gomes de Carvalho9, Wilma Roberta dos Santos10, Thieres George Freire da Silva11
1
Mestranda em Produção Vegetal da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada, [email protected].
2
Mestrando em Produção Vegetal da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada,
[email protected]. 3Mestranda em Produção Vegetal da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra
Talhada, [email protected]. 4 Professor Associado II da Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Universidade Federal Rural de Pernambuco,
[email protected]. 5Mestrando em Produção Vegetal da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada,
[email protected]. 6Mestranda em Produção Vegetal da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra
Talhada, [email protected]. 7Mestrando em Produção Vegetal da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra
Talhada, [email protected]. 8Mestrando em Produção Vegetal da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de
Serra Talhada, [email protected]. 9Graduando em Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica
de Serra Talhada. 10Mestranda em Produção Vegetal da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada.
11
Professor associado II da Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Universidade Federal Rural de Pernambuco, [email protected].
Artigo recebido em 30/01/2023 e aceito em 15/04/2023
RESUMO
No brasil, a utilização de pastagens se constitui como a principal fonte de alimentar dos rebanhos. Contudo, em regiões
semiáridas o emprego desse recurso pode ser limitado, principalmente pelas irregularidades climáticas, sendo necessário
recorrer as pastagens cultivadas. Com isso, é imprescindível conhecer o valor nutricional dessas espécies, com vista ao
estabelecimento de dietas balanceadas, maximizando a cadeia produtiva. Dessa forma, o objetivo desta revisão é
apresentar as principais espécies cultivadas no semiárido, assim como evidenciar seus atributos bromatológicos, com
vista ao aumento da sustentabilidade do sistema, assim como aumentar o desenvolvimento da cadeia produtiva nesses
ambientes. Para isso, foi utilizada uma busca sistemática de artigos científicos em quatro plataformas sendo elas: Scielo,
Google Scholar, Science direct e Scopus, prezando tanto qualidade como atualidade do tema em questão. O
conhecimento da qualidade nutricional de uma espécie, além de incrementar o sistema produtivo, ainda o torna menos
oneroso, uma vez que a combinação de espécies com diferentes atributos na alimentação pode fornecer o que o animal
precisa em termos nutricionais, evitando a compra de alimentos concentrados.
Palavras-chave: carboidratos, leguminosas, gramíneas, Nopalea, Opuntia, sustentabilidade.
Santos, A. R. M.; Bezerra, R. C. A.; Cordeiro, L. R. B. A.; Leite, M. L. M. V.; Salvador, K. R. S.; Sousa, L. D. C.; Nogueira, J. C.;
Calaça, J. S. G.; Carvalho, F. G.; Santos, W. R.; Silva, T. G. F.
Revista Brasileira de Geografia Física v.16, n.03 (2023) 1466-1489.
Introdução
As áreas sazonalmente secas estão e leite para a fonte de renda do homem (Silva et
presentes em uma grande parte do planeta terra, al., 2020).
cobrindo cerca de 40% da sua extensão, estes Com isso, quando as pastagens nativas
ambientes habitam mais de 2 bilhões de pessoas não são suficientes para suprimir a demanda
que com as mudanças climáticas estão sujeitos a alimentar dos animais, seja pelas irregularidades
diversos intempéries como aumento nas de oferta ou pela qualidade nutricional, é
temperaturas e maiores variações espaço- necessário alternativas, como cultivar pastagens e
temporais das precipitações pluviais, assim propiciar um incremento na produção de
consequentemente a intensificação de áreas secas biomassa, aumentar a capacidade de suporte e
(Dubeux Júnior et al., 2021). Estas alterações ofertar uma forragem com alta qualidade
afetam diretamente a agricultura e a pecuária da nutricional (Leguizamón et al., 2021). Diante
região, tornando-as vulneráveis e com baixo disso, acredita-se que o fornecimento de
rendimento. Além disso, com tais condições as informações sobre as principais espécies
plantas forrageiras tendem a reduzir sua biomassa forrageiras cultivadas no semiárido, bem como de
e com isso seu valor nutritivo, impactando a seus atributos bromatológicos irá auxiliar na
cadeia produtiva dos ruminantes (Alves et al., tomada de decisão possibilitando os
2022a). No Brasil, estas áreas estão presentes estabelecimentos de dietas mais balanceadas,
sobretudo na região nordeste, região característica aumentando a produtividade e sustentabilidade
semiárida e como bioma predominante, a dos sistemas produtivos. Desse modo, o objetivo
Caatinga. desta revisão é apresentar as principais espécies
A vegetação típica do Semiárido cultivadas no semiárido, assim como evidenciar
brasileiro é formada por uma diversidade de seus atributos bromatológicos.
espécies de diferentes aspectos que envolvem
desde plantas lenhosas, herbáceas e cactáceas. Metodologia
Estas plantas contribuem para o suprimento
alimentar de rebanhos, principalmente nas épocas Para confecção deste estudo foi utilizado
chuvosas (Pinheiro et al., 2021). Entretanto, o uma revisão bibliográfica, também denominada
manuseio desses vegetais precisa de técnicas para revisão de literatura, que consiste na análise
melhorar a qualidade e maximizar a utilização das sistemática de uma vasta gama de publicações a
forrageiras nativas, para isso é requerente o cerca de um tema específico, buscando explanar
conhecimento adequado das características de ou debater um tema baseado em referências
produção de fitomassa e o seu valor nutritivo (Li teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos.
et al., 2016). Neste caso específico foram realizadas
As perspectivas de sucesso da criação dos buscas de artigos científicos nas bases de dados:
rebanhos em circunstâncias semiáridas Scielo, Web of Science, Scopus, Science Direct e
intensificam quando se faz a opção por forrageiras
Google acadêmico, utilizando para isso termos de
com bom potencial de produção e adaptadas às
condições edafoclimáticas, principalmente quanto busca como: valor nutritivo de forragens,
aos estresses presentes e, além disso, estas devem forragens cultivadas no semiárido, características
apresentar altos valores nutritivos, abrangendo bromatológicas de plantas forrageiras,
três aspectos principais: digestibilidade, consumo quantitativo de minerais em plantas forrageiras.
(aceitabilidade) e eficiência energética (Zhang et Além disso, foram utilizados conectivos como “e”
al., 2022). e “ou” para combinar os termos de busca descritos
No Semiárido brasileiro uma das
acima.
principais atividades econômicas desenvolvidas é
a criação de caprinos, ovinos e bovinos, sendo Após esta busca foi realizada a leitura
principalmente a exploração de ovinos e caprinos, destes artigos e então procedeu-se com confecção
visto que estes animais são mais adaptados às deste material de revisão.
condições deste ambiente e requererem menos
quantidades de forragens e aproveitarem melhor
as forragens disponíveis, transformando em carne
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Santos, A. R. M.; Bezerra, R. C. A.; Cordeiro, L. R. B. A.; Leite, M. L. M. V.; Salvador, K. R. S.; Sousa, L. D. C.; Nogueira, J. C.;
Calaça, J. S. G.; Carvalho, F. G.; Santos, W. R.; Silva, T. G. F.
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Santos, A. R. M.; Bezerra, R. C. A.; Cordeiro, L. R. B. A.; Leite, M. L. M. V.; Salvador, K. R. S.; Sousa, L. D. C.; Nogueira, J. C.;
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assim como também diminuição nas qualidades na síntese de proteína microbiana, devido à baixa
nutricionais e, por consequência, promove uma fermentação e digestão da dieta. Com isso, a taxa
queda na produção dos rebanhos, em virtude da de passagem do alimento rúmen-retículo é mais
redução do crescimento e perdas de pesos lenta, o que acarreta em menor consumo de
(Halmemies-Beauchet-Filleau et al., 2018). matéria seca e posteriormente reduzindo a
No que se refere a potencialidade das produtividade animal (Diepersloot et al., 2021).
forragens, o bioma Caatinga presente no Os carboidratos não fibrosos (CNF)
semiárido é extremamente abundante e diverso, (açúcares e amido) são de rápida degradação,
possuindo uma grande importância na produção considerando-os os principais substratos para o
de massa de forragem que advém de espécies desenvolvimento e aporte energético para os
lenhosas, herbáceas de pequeno porte, cactáceas, microrganismos ruminais. Todavia, em dietas com
bromeliáceas e xerófilas, que na maior parte do alto teor de CNF e baixa inclusão de fibra,
ano, ou seja, nas épocas chuvosas conseguem observa-se a ocorrência de distúrbios no ambiente
manter os rebanhos (Campos et al., 2017). ruminal, como por exemplo, acidose, timpanismo
gasoso ou espumoso, o que reduz o desempenho
Partição químico-bromatológica de forrageiras dos ruminantes além de acarretar em morte
Considerando-se a restrição alimentar que (Salazar-Cubillas & Dickhoefer, 2021).
os rebanhos de regiões semiáridas percorrem
durante os anos em períodos de secas, deve-se Fibras
buscar manejos que aumente a segurança A fibra é composta por diversos
alimentar e minimizem os efeitos do clima sobre elementos químicos conhecidos, no entanto
as produções. Além disso, deve-se entender a contém uma estrutura tridimensional que ainda é
capacidade que as plantas forrageiras tem em pouco conhecida. Considerando os aspectos
disponibilizar nutrientes e atender a demanda químicos, a fibra é representada pela celulose,
nutricional dos ruminantes, onde, por meio de hemicelulose e lignina. Tratando-se da prática, os
avaliações bromatológicas pode-se determinar os termos, fibra bruta (FB), fibra em detergente
constituintes presentes nos alimentos e neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA),
disponibilizar uma dieta balanceada (Colombini et são empregados para expressar a qualidade de
al., 2012). plantas forrageiras, bem como a ingestão de
matéria seca e digestibilidade (Alves et al., 2016).
Carboidratos Em se tratando de FDN, este é um
As plantas forrageiras e grãos de cereais parâmetro que é representado pela medida do
podem conter de 50 a 80% de carboidratos (CHO) conteúdo total da fibra insolúvel do alimento,
na matéria seca, no entanto, fatores ambientais ou corresponde a grande parte da fração da parede
até mesmo o consumo de forragem com idade celular (celulose, hemicelulose e lignina), sendo
avançada pode reduzir esses teores e diminuir a seus valores importantes pois refletem a
eficiência de utilização pelos animais de produção quantidade de forragem que o animal pode
(Silva et al., 2019). consumir e, conforme a porcentagem de FDN
Considerando-se o pasto como dieta aumenta, a ingestão de matéria seca diminui
básica na alimentação dos ruminantes, quando a (Silva, 2019).
forragem é consumida e posteriormente degradada Já FDA é a porção da parede celular
por microrganismos (bactérias, fungos, composta de celulose e lignina e os seus valores
protozoários) presentes no rumem, onde, a ação são importantes porque estão relacionados à
ocorre sobre os carboidratos estruturais (pectina, capacidade de um animal de digerir a forragem.
celulose e hemicelulose), assim como, os não aumentando FDA tem-se uma diminuição na
estruturais (amido, sacarose, etc.), e capacidade do animal de digerir a forragem ou
disponibilizando ácidos graxos de cadeia curta e neste caso há uma menor digestibilidade da
açucares simples (Carvalho et al., 2021). forragem (Dowling et al., 2021).
Os carboidratos fibrosos (CF)
(hemicelulose e celulose) são responsáveis por Proteínas
manter o pH do rumem, uma vez, que dietas mais As proteínas são nutrientes orgânicos
fibrosas são responsáveis por estimular a nitrogenados existentes em todas as células vivas,
produção de saliva, durante a ruminação. Todavia, sendo assim são imprescindíveis à vida de todos
estes constituintes em excesso provocam redução os animais, já que estes necessitam receber uma
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Santos, A. R. M.; Bezerra, R. C. A.; Cordeiro, L. R. B. A.; Leite, M. L. M. V.; Salvador, K. R. S.; Sousa, L. D. C.; Nogueira, J. C.;
Calaça, J. S. G.; Carvalho, F. G.; Santos, W. R.; Silva, T. G. F.
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quantidade de proteína necessária ao seu indústria de alta tecnologia, além do mais é uma
crescimento, reprodução e produção. Além disso, espécie importante na alimentação animal por
os atributos da proteína em termos de qualidade apresentar notáveis qualidades nutricionais, como
são tão fundamentais como a quantidade na dieta elevado valor energético, boa constituição fibrosa
dos animais, pois estas determinam diversos e, incluir quase todos os aminoácidos conhecidos,
fatores principais, sendo necessário balancear de com exceção da lisina e do triptofano (Costa et al.,
forma correta, já que proporções inadequadas 2013).
podem onerar a atividade pecuária, visto que a Além disso, o milho dispõe de alto
proteína é o componente mais caro na dieta potencial de produção de matéria seca (MS)
(Bittencourt et al., 2021). aliado à produção de grãos que aumenta
Nos alimentos empregados na dieta dos consideravelmente o potencial de forragem desta
ruminantes a proteína bruta é subdividida em espécie, sendo que seu uso na alimentação animal
proteína degradada no rumem (PDR) e não se dá, sobretudo de duas formas: silagem ou grãos
degradada no rumem (PNDR). Sendo que a PDR e nesse caso ambas apresentam alta aceitabilidade
origina os aminoácidos, a amônia e os peptídeos pelos animais, podendo a silagem ser ofertada
para serem consumidos pelos microrganismos tanto nos períodos de escassez como também de
ruminais e, assim, produzirem a proteína forma suplementar na alimentação de ruminantes
metabolizável, sendo esta responsável pela (Tharangani et al., 2021).
disponibilidade de aminoácidos aos animais (Silva Em geral os teores bromatológicos da
et al., 2022). silagem de milho variam conforme a altura e
Em casos de dietas mal balanceada, pode idade de corte, irrigação, adubação e espaçamento,
haver a deficiência proteica mesmo com excesso como pode-se observar na Tabela 1.
de proteína, isso ocorre devido ao uso de fontes
com baixa degradabilidade proteica, levando a Tabela 1. Características bromatológicas da
insuficiência de nitrogênio para os silagem de milho e sua constituição mineralógica.
microrganismos ruminais e, dessa forma, Variáveis Quantidades (%)
resultando em uma baixa taxa de passagem, Matéria seca 30-35
aumento do enchimento ruminal, culminando na Proteína bruta 7-10
redução na ingestão de matéria seca e baixo Fibra Bruta ~24
desempenho animal (Stoddart et al., 2022). Fibra em Detergente Ácido ~30
Fibra em Detergente Neutro 51-52
Digestibilidade Amido ~29
A digestibilidade aparente é a proporção Nutrientes digestíveis totais 60-65
do alimento ingerida que não foi excretada nas Extrato etéreo ~2
fezes, sendo um excelente indicador de qualidade, Nitrogênio 1,47
que servirá de subsídio para o balanceamento de
Fósforo 0,24
dietas para os ruminantes, a partir do
Cálcio 0,24
conhecimento dos alimentos que possuem alto
Magnésio 0,20
valor nutritivo. Os procedimentos mais utilizados
são: a digestibilidade in situ, in vivo e in vitro Potássio 1,15
(Carvalho et al., 2021). Fonte: Adaptado de Martin et al. (2012) e Zhang et
al. (2022)
Caracterização bromatológica de plantas
forrageiras Já quanto a composição química dos grãos
de milho em média 76% é amido, 9,5% proteínas,
Gramíneas 9% fibra (a maioria resíduo detergente neutro),
aproximadamente 4% de lipídeos e cerca de 1%
Milho de matéria mineral (Dian et al., 2021).
O milho (Zea mays L.) é uma planta
pertencente à família das Poaceae com origem nas Sorgo
Américas e com ampla distribuição por todos os Originário do centro da África e parte da
continentes devido a sua capacidade de adaptação Ásia, o sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench)
aos diversos climas, possuindo inúmeras funções (Figura 2), é uma espécie C4, de dia curto e com
que vão desde a alimentação humana até a altas taxas fotossintéticas que consegue
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Santos, A. R. M.; Bezerra, R. C. A.; Cordeiro, L. R. B. A.; Leite, M. L. M. V.; Salvador, K. R. S.; Sousa, L. D. C.; Nogueira, J. C.;
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desenvolver bem em condições desfavoráveis tais altas e precipitação irregular (Pinheiro et al.,
como nos ambientes encontrados no semiárido de 2021).
elevada demanda evapotranspirativa, temperaturas
Figura 2. Cultivo de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) (A); Inflorescência do sorgo do tipo
panícula(B).
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Evidenciado pelo seu alto valor nutritivo, Fonte: Adaptado de Carvalho et al. (2011) e
alta digestibilidade da matéria seca e da proteína Moreira et al. (2015)
bruta, e com boa palatabilidade, o capim-buffel é Capim corrente
uma gramínea com grande relevância para regiões O capim-corrente (Urochloa
de clima seco como é o caso do semiárido mosambicensis (Hack). Daudy) é uma gramínea
brasileiro, onde as chuvas são irregulares e perene com origem Africana, possuindo ampla
temperaturas altas, impactando em uma alta adaptação a clima secos e quentes, produzindo
demanda evapotranspirativa (Pinho et al., 2013). satisfatoriamente em regiões com precipitação
Além disso, apresenta boa capacidade de rebrota, inferior a 500 mm/ano, sendo seu hábito de
raízes profundas que conseguem explorar mais crescimento variável, entretanto é comumente
camadas do solo e pode ser ofertado na forma encontrado a presença de estolões ou rizomas com
silagem, feno, contudo é preferível para pastejo alturas de até um metro (Leite et al., 2017).
direto (Moreira et al., 2015). A respeito da sua Esta planta forrageira possui alta
composição bromatológica, o capim-buffel aceitação pelos ruminantes, tolera pastejo rente ao
apresenta valores que variam conforme a idade de solo e pode ser utilizada tanto para pastejo direto
corte, cultivar e regime hídrico. Na tabela 5 está como para produção de feno, contudo, para isso é
descrita sua composição químico-bromatológica. necessário atenção ao estágio de desenvolvimento,
sendo indicado no início da floração por
Tabela 5. Composição bromatológica do capim- apresentar folhagem abundante e caules tenros e,
buffel. com isso, maiores teores de matéria seca (Sá
Variáveis Quantidades (%) Júnior et al., 2018).
Matéria seca 18-20 De modo geral a propagação desta
Proteína bruta 10-13 gramínea ocorre via sementes (sexuada), no
Fibra em Detergente Ácido 45-50 entanto também pode acontecer por transplantio
Fibra em Detergente Neutro 60-75 dos rizomas (assexuada), todavia, neste caso, é
Lignina 4-6 necessário alta umidade do solo nos primeiros
Nutrientes digestíveis totais >40 dias para um bom pegamento das mudas (Bezerra
Material mineral 8-10 et al., 2019). Além disso, pode-se plantar o capim-
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Calaça, J. S. G.; Carvalho, F. G.; Santos, W. R.; Silva, T. G. F.
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corrente em sulcos, covas e a lanço com uma nutrição, principalmente proteico com valores de
quantidade de semente de 5 a 10 kg/ha a depende proteína bruta das suas folhagens oscilando entre
do espaçamento entre linhas e o método de plantio 20 a 30% como demonstrado na Tabela 6.
(Oliveira et al., 2016).
Em relação a produtividade de matéria Tabela 6. Composição nutricional das folhas da
seca, esta pode variar de acordo com o regime gliricídia.
hídrico e de fertilidade do solo, contudo na região Variáveis Quantidades (%)
semiárida a produção varia em condições de Matéria seca 22-30
sequeiro de 1.961,4 para 4.350,4 kg/ha na irrigada Proteína bruta 20-30
(Oliveira et al., 2016). Já em se tratando da sua Fibra em Detergente Ácido ~24,3
composição químico-bromatológica, a literatura é Fibra em Detergente Neutro ~38,8
Cálcio ~0,9
bem escassa, sobretudo, nas condições semiáridas
Fósforo ~0,16
e, além disso as referências são muito antigas.
Fonte: Adaptado de Santana et al. (2019)
Leguminosas
Embora possua uma ótima aptidão para
forragens e uma produção de biomassa
Gliricídia
satisfatória, a gliricídia na forma in natura
Leguminosa forrageira com origem na
encontra limitações quanto ao consumo pelos
América Central e norte da América do Sul, a
animais em virtude do odor ocasionado pela
gliricídia (Gliricídia sepium (Jacq.) Walp.)
liberação de compostos voláteis de suas folhas e
(Figura 6) pertence à família das
sua possível toxidez, sendo este problema
Leguminosas\Fabaceas é uma espécie de porte
corrigido pela desidratação das folhas ao sol ou
arbóreo, chegando a 15 metros, raízes profundas,
pelos processos de conservação como fenação ou
ciclo perene, com ampla adaptação ao clima do
ensilagem (Santana et al., 2019).
semiárido e com boa aceitabilidade pelos
ruminantes atuando como fonte proteica (Santana
Leucena
Neto et al., 2015).
A leucena (Leucaena leucocephala Lam.)
Com alto potencial de rebrota e múltiplas
(Figura 6) é uma leguminosa com grande
funcionalidades, a gliricídia atua nos sistemas de
potencial forrageiro para a região semiárida,
recuperação dos solos, sendo indicada também
sobretudo pela sua habilidade de rebrota, mesmo
para integração lavoura-floresta ou lavoura-
em épocas de estiagem e pela sua adaptabilidade
pecuária-floresta, podendo ser consorciada com
ao clima e solos da região, com exceção de solos
gramíneas, palma forrageira e outras leguminosas,
rasos (Câmara et al., 2015). Além disso, apresenta
já quanto à alimentação de aninais pode ser
alta aceitação pelos ruminantes e com bons
oferecida na forma de feno, silagem, banco de
índices de produtividade pode ser uma excelente
proteína ou ainda na preparação de sal forrageiro
opção para complementação na alimentação dos
(Bayão et al., 2016).
animais na forma de feno ou silagem e ainda pode
Pelos seus atributos químicos-
ser utilizada como banco de proteína (Barreto et
bromatológicos a Gliricídia é reconhecida como
al., 2010).
excelente forrageira para caprinos, bovinos e
ovinos, já que apresenta alta potencialidade de
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Santos, A. R. M.; Bezerra, R. C. A.; Cordeiro, L. R. B. A.; Leite, M. L. M. V.; Salvador, K. R. S.; Sousa, L. D. C.; Nogueira, J. C.;
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Santos, A. R. M.; Bezerra, R. C. A.; Cordeiro, L. R. B. A.; Leite, M. L. M. V.; Salvador, K. R. S.; Sousa, L. D. C.; Nogueira, J. C.;
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Santos, A. R. M.; Bezerra, R. C. A.; Cordeiro, L. R. B. A.; Leite, M. L. M. V.; Salvador, K. R. S.; Sousa, L. D. C.; Nogueira, J. C.;
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Figura 10. Cultivo de palma forrageira clone Orelha de Elefante Mexicana (OEM) (A); clone Miúda
(MIU) (B).
Santos, A. R. M.; Bezerra, R. C. A.; Cordeiro, L. R. B. A.; Leite, M. L. M. V.; Salvador, K. R. S.; Sousa, L. D. C.; Nogueira, J. C.;
Calaça, J. S. G.; Carvalho, F. G.; Santos, W. R.; Silva, T. G. F.
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