Diogo Monteiro nº2022305
Psicologia da Saúde: área da psicologia que se foca no comportamento
humano no contexto da saúde e da doença
Centração no doente:
1. Quem é a pessoa?
a) Histórico
b) Psicológico (SELF)
c) Fisiológico
d) Social
2. Teoria do Self
a) O Self é o conjunto de ideias, perceções e valores que caracterizam o EU.
b) É constituído pelo:
-Eu espontâneo (o que eu sou)
-Conceito de mim (o que eu sou como reflexo do que os outros dizem de
mim)
Determina: reações, relações, expetativas e escolhas, como é que avalio o
mundo e as situações
c) O self constrói-se através de experiências de vida
3. Asserções metateóricas do Humanismo:
a) O Homem é tendencialmente, um ser bom e digno de confiança
b) Deve ser considerado como um possuidor de qualidades e capacidades
superiores que permitem o crescimento saudável e equilibrado e a auto-
atualização
c) É um ser tendencialmente homeostático
d) A dignidade é o valor fundamental.
Humanização dos cuidados de saúde
O que é ser saudável ou ser doente? (depende das crenças da sociedade, do momento
histórico e da cultura). Também depende das crenças individuais que são idade,
género, profissão, nível cultural e história de vida.
O que é a doença?
1. O que é considerado para diagnóstico?
2. Quem está doente?
3. Qual a causa?
4. Tratamento; Quem participa na reabilitação?
Medicina hipocrática (460-375 a. C)
1. As doenças são causadas por motivos naturais e não por demónios
2. Desta forma os tratamentos devem ser racionais e tentar reverter os efeitos
negativos destas causas naturais
3. Equilíbrio entre: humores (sangue, bile negra e fleuma), ambiente e estilo
de vida
4. Importância da relação com o médico
Modelo biomédico (XIX/XX)
1. Desenvolvimento da biologia, da farmacologia e de técnicas de cirurgia
2. Este modelo surge devido ao aparecimento das doenças infeciosas
3. Este modelo separa a componente física da componente psicológica do
paciente, sendo que o físico assume o papel crucial na cura do doente.
Assim, a doença é encarada como uma mera falha num sistema que precisa
de ser arranjada, logo o foco cai só sobre a patologia e não sobre o doente.
Desta forma, os profissionais de saúde são aqueles que possuem todo o
conhecimento.
4. O doente tem sempre um papel passivo (faz o que lhe dizem)
5. Consequências positivas:
a) Especialização médica
b) Diminuição da mortalidade
c) Centralização dos cuidados de saúde
6. Consequências negativas:
a) Dualismo físico
b) Afastamento do doente
c) Afastamento entre profissionais
d) Hierarquização dos serviços
7. Doença: lesão corporal, medível e observável de forma objetiva e
comprovada
8. Cai no século XX, devido ao aumento da cronicidade, dos problemas de
adesão e da alteração das causas de mortalidade
Modelo biopsicossocial
1. Neste modelo, o doente é visto como um todo, ou seja, a doença afetará a
sua parte física, mas também a sua componente psicológica e social. Desta
forma, o foco principal será o doente e o seu bem-estar, passando este a ter
um papel ativo na sua reabilitação. Existe partilha de conhecimento entre a
equipa e o doente.
2.
3. Modelo Holista: o doente passa a ser considerado como um elemento da
equipa e participa nas decisões sobre a sua saúde
4. Estes ideais resultam numa humanização dos cuidados de saúde
5. O campo de saúde tem 4 asserções: biologia humana, meio ambiente, estilo
de vida e organização dos cuidados de saúde
6.
7. Este último ponto destaca a possibilidade da necessidade de apoio de
pessoas que se sintam doentes mesmo quando não estão ou vice-versa
(doente e sentir-se bem); qualidade de vida
Teoria Holista de Maslow
Asserções:
1. O Homem é um todo integrado e organizado (perspetiva monista). Este
reage segundo princípios de totalidade, feedback, homeostase e
equifinidade.
2. O Homem não é regido por motivações de deficiência, mas sim por
necessidades de crescimento
3. Estas necessidades funcionam segundo leis:
a) Sequência Invariante: não é possível alterar a sequência
b) Majorância: a sequência tende para a progressão em termos de
complexidade e de desenvolvimento pessoal (afastamento de
necessidades mais fisiológicas). Quando as necessidades de
determinado nível atingirem um estado razoável de satisfação as
necessidades de níveis mais elevados tornam-se dominantes
(hipervalentes).
c) Universalidade: não depende de fatores sociais, sendo universal
d) Coexistência: coexistência de mais do que um nível
e) Reversibilidade: regressão a níveis mais baixos
4. Necessidades fisiológicas (carência alimentar, por exemplo) : hipervalentes,
menos dependentes da vontade, básicas, partilhadas por quase toda a
gente. Quando se atinge um determinado nível de satisfação, há motivação
para a próxima parte da pirâmide.
5. Necessidade de segurança (temer pela vida): aproxima-se de aspetos
psicológicos, manutenção do eu físico
6. Necessidade de estima (ter medo de deixar de ser amada) : dependência
emocional; alterações de si para poder pertencer ao grupo; forte
dominância psicológica; antissocial. Pode resultar, segundo Maslow em
frustração e rejeição caso não este nível não seja “concluído”.
7. Necessidade de reconhecimento (perder o estatuto ou identidade) : ser
reconhecido ou admirado; frustração pode surgir caso não se conclua este
nível; reconhecimento social
8. Auto-realização: autonomia; maior equilíbrio e maior facilidade na
satisfação de necessidades básicas; procura de grandes objetivos
Reação à doença - Teoria da crise
Stressor; CRISE; desequilíbrio; perturbação no funcionamento humano; reações
emocionais e comportamentais; perda do Self
As crises que envolvem a perda de saúde são stressors porque:
Modelo de auto regulação da saúde (1984, Leventhal)
Reação à doença: não é um processo linear que flutua entre negação, culpa,
revolta, depressão e aceitação
Choque: emoção paralisante. Pode ser:
1. Emocional
2. Cognitivo
3. Misto
a) Pistas de intervenção: compreensão da situação e do tipo de choque,
equilíbrio emocional do meio envolvente (afastamento de perturbadores),
centração do apoio nos aspetos mais imediatos (centrar no doente e
responder às necessidades), apoio no abandono da estagnação (ajudar a
diminui o medo)
Fases da reação à doença
1. Negação (pode ser uma estratégia de confronto): não reconhecimento da
realidade da doença/sintomas/tratamento
a) Minimização: diminuição da valência do stressor; relativização
b) A negação pode ser adaptativa ou não adaptativa
c) Tentativa de negação: tenta negar, mas existem sinais de que está a
ponderar a realidade da situação
d) Associada à incredulidade
e) Pistas de intervenção:
2. Ansiedade
a) Integra o medo, preocupação ou a apreensão; impossibilidade de
controlo
b) Pistas de intervenção:
3. Culpa: responsibilização
a) Pistas de intervenção:
4. Revolta/raiva: resulta da perda injustificada de planos futuros e de
impotência face à situação
a) Pistas de intervenção:
5. Depressão: Estado emocional de perda/negativismo; muita tristeza, apatia
ou excesso de emocionalidade, desmotivação, ironia mórbida, centração no
negativo
a) Pistas de intervenção:
6. Aceitação
Adaptação à doença- Resolução da Crise
Processo de resolução da crise
1. Avaliação cognitiva: envolve planeamento e ação
Representação da doença (5 componentes)
a. Rótulo
b. Consequências
c. Causalidade
d. Duração
e. Cura
2. Tarefas adaptativas: ações e /ou pensamentos do paciente que promovem
a adaptação- muitas vezes são apoiadas pelos profissionais de saúde.
Existem 7 categorias (3 relacionadas com a doença e 4 com aspetos mais
gerais)
3. Coping skills: esforços dinâmicos, cognitivos e comportamentais, que têm
por objetivo lidar com as exigências externas e internas, avaliadas pelo
individuo como excedendo os seus recursos
a) Centrado na emoção: evitamento (negativo); comparação positiva,
minimização e reavaliação positiva (positivos)
b) Centrado no problema: resolução planeada do problema, procura de
recursos e estratégias de reavaliação cognitiva centrada na gestão do
problema
Dor e compreensão da dor
Dor: experiência sensorial e emocional desagradável, associada a lesão
tecidular, real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano
a) Stressor com elevado potencial de ameaça quer para o doente como para
os que o acompanham
Sofrimento: conteúdo psico-afetivo com que a dor é percecionada
a) Pode ser simples e transitório
b) A dor induz sofrimento
c) Pode existir dor sem sofrimento e vice-versa
Psicologicamente a dor é determinada:
Dor aguda:
a) Danos específicos que produzem lesões nos tecidos
b) Limitadora; não dura mais do que 6 meses
c) A ansiedade diminui depois do seu desaparecimento
d) Responde bem a tratamentos médicos
Dor crónica
a) Mais do que 6 meses
b) Não responde corretamente a tratamentos médicos
c) Envolve estratégias de coping
d) Neuropática: lesão do S.N que resulta em formigueiro, por exemplo.
e) Idiopática: dor sem causa aparente
Controlo da dor
Técnicas cognitivo-comportamentais:
1. Pensamento positivo
2. Minimização
3. Comparação positiva
4. Compreensão da causa
Dor em pediatria
1. Até aos 2 anos: Compreensão- incompreensão;
Expressão- choro, alterações alimentares, do sono, do comportamento;
Avaliação- escala de choro; sem confronto;
a) Potencializadores da dor: afastamento de figuras significativas, pouca
segurança dos cuidadores, condicionamento e ambiente muito
perturbado
b) Pistas de intervenção:
2. Entre os 2 e os 5 anos: Compreensão- aspetos muito percetivos, progressiva
localização da fonte de dor, causalidade mágica, associações;
Expressão- choro, verbalização da dor, alterações comportamentais
Avaliação- identificação de alterações, escalas analógicas
Confronto- tentativas de distração, movimentos circulares, verbalizações,
objetos securizadores
a) Potencializadores da dor: Afastamento de figuras significativas, expressões
de agressividade dos cuidadores, expressões ansiogénicas ou
demasiadamente reforçantes de queixas, verbalizações ameaçadoras ou
pouco adequadas como “aperta a mão para sentires menos dores” ou
“não vais chorar pois não?? Tu és um menino corajoso “
b) Pistas de intervenção:
3. Entre os 5/6 e os 11 anos: Compreensão- noção de corpo/órgãos,
localização da dor dificuldade em compreender dores difusas preocupação
com a dor;
Expressão- choro, ansiedade/depressão, alterações comportamentais
Avaliação- identificação de alterações, escalas analógicas, questionários
Confronto- tentativas de controlo, movimentos circulares, utilização de
estratégias e de modelos
a) Potencializadores da dor: Afastamento de figuras significativas, expressões
ansiogénicas ou demasiadamente reforçantes de queixas, condicionament
e ambiente muito perturbado
b) Pistas de intervenção:
4. Adolescente: Compreensão- abstração progressiva, compreensão
psicofisiológica, centração no desconforto físico, mas também no
psicológico;
Expressão- angústia, depressão, verbalização da dor, prostração
Avaliação- indicadores fisiológicos, escalas analógicas, questionários
Confronto- racionalização, distração, relaxamento e centração positiva
a) Potencializadores da dor: expressões de agressividade dos cuidadores,
expressões ansiogénicas ou demasiadamente reforçantes de queixas,
sentimentos de incompetência e de inferioridade
b) Pistas de intervenção:
Adesão ao tratamento
A adesão é resultado de um confronto dialético positivo e construtivo entre as
representações do especialista e do doente, e entre as próprias representações
do doente.
Não adesão intencional: o doente escolhe não aderir
Não adesão não intencional: o doente não escolhe não aderir, mas não segue o
tratamento planeado (demência, esquecimento)
Determinantes da adesão:
1. Doença: severidade, sintomas
2. Tratamento: complexidade, eficácia, interferência com rotinas
3. Profissionais de saúde: comunicação e competência para a educação
4. Família: envolvimento, recursos, motivação e crenças
5. Na fisioterapia inclui a presença nas sessões e seguir as recomendações
Modelo de Rosenstock
1. Severidade percebida: crenças sobre quão grave é a doença ou sobre a
possibilidade de a tratar
2. Suscetibilidade percebida: crenças sobre a probabilidade de contrair a
doença
Perceção de ameaça
3. Benefícios percebidos: crenças acerca dos ganhos associados ao
comportamento /diminuição dos riscos
4. Barreiras percebidas: crenças sobre os custos da ação
Perceção de custos e ganhos
5. Auto-eficácia: crenças sobre a competência para executar o tratamento
Promoção da adesão:
1. Estratégias educacionais: folhetos, vídeos, aumento de informação de
competências
2. Estratégias comportamentais: associação de tratamento com algo positivo,
uso de pistas visuais ou de lembranças; pretende melhorar os níveis de
adesão
3. Estratégias organizacionais: supervisão, telefonemas de apoio ou de
lembrança de consultas/procedimentos, minimização da complexidade
Stress e coping
Alarme: excitação do organismo
Resistência: manutenção dos níveis elevados de alteração fisiológica
Exaustão: diminuição da capacidade de adaptação e do sistema imunitário
Stress: resposta fisiológica a ameaças externas
Modelo transacional (1984): stress como resultado de uma transação entre o
indivíduo e a situação
O stress envolve a avaliação da situação e dos recursos e competências que
possuímos para a resolver
O que torna a situação stressante não é o estímulo nem a circunstância que o
rodeia, mas a interação entre a avaliação que o indivíduo faz das
características da situação e de si como capaz de as confrontar
Stressores: tudo o que ameaça a integridade física e psicossocial do individuo
ou daqueles à sua volta
Existem alterações fisiológicas e psicológicas na presença de stress
O stress não é uma doença! No entanto pode resultar numa doença através de
alterações cardiovasculares, gastrointestinais, doenças neoplásicas e diabetes,
por exemplo. (exemplos físicos)
No que diz respeito a fatores psicológicos: depressão, ansiedade, perturbações
de sono por exemplo. Fadiga mental (psicológica-cognitiva)
Burnout: síndrome de exaustão emocional, despersonalização, e redução de
realização, que pode ocorrer entre indivíduos que trabalham com pessoas.
Fontes de stress:
1. Intrínsecas ao trabalho: condições de trabalho
2. Organizacionais: Papéis (ambiguidade; conflito e sobrecarga );
Responsabilidade e autonomia; Organização funcional
3. Interpessoais
4. Intrapessoais
Como lidar com o stress?
a) Determinantes pessoais: personalidade resiliente, auto-competência,
padrão de comportamento tipo B
Ainda sobre o tipo B:
Mais determinantes pessoais: locus de controlo interno e externo (o interno
acredita que o sucesso vem do trabalho e o externo acredita que as coisas
acontecem devido ao destino, por exemplo), humor, expressão de emoções.
1.Padrão de comportamento tipo A (propensa ao stress):
2. Padrão tipo C (não resiste ao stress):
a) Introversão
b) Dificuldade de expressão emocional
c) Dificuldade de resolução de problemas
Estratégias para a redução de sintomas
a) Relaxamento
b) Treino de imaginação
c) Ativação física- exercício
d) Yoga e meditação transcendental
e) Musicoterapia, terapia pela arte, dramoterapia…