Sistema de Distribuição de Energia Elétrica - EÓLICA

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Este manual de apoio para curso de Energia Renováveis foi elaborado para os estudantes

da 12 classe, no sentido de compor uma idéia de como analisar um sistema eólico que
obedece a mesma estrutura após o processo de produção. Desta feita foram feitas
diversas consultas sobre assunto em fontes de informação como livros e artigos como:

• Redes de Distribuição de Energia Elétrica de Média e Baixa Tensão;


• Manual Distribuição de Energia Eléctrica em Média e Baixa Tensão – Manuel
Bolotinha;
• Manual de Geração Hidroeléctrica e Eolioeléctrica – Ailson P. Moura;
• Análise de Uma Configuração De Parque Eólico Baseada Em Sistema De
Transmissão Multiterminal – Karoline Silveira
• Introdução à protecção de Sistemas Eléctricos - UFPR
• Instalações Elétricas- Hélio Creder.

Sistema de Distribuição de Energia Elétrica


Interligação dos Sistemas Elétricos resulta na medida em que aumenta a demanda de
energia, mais fontes necessitam ser exploradas e novas redes de transmissão necessitam
ser construídas para conectar essas novas estações geradoras aos novos pontos de
distribuição e também às estações já existentes, surgindo assim a interligação de sistemas.
Se um centro consumidor é alimentado radialmente, falhas na transmissão ou na geração
podem prejudicar ou mesmo comprometer totalmente a sua alimentação, ao passo que se
tal centro consumidor fizer parte de um sistema interligado, existirão “caminhos”
alternativos para o seu suprimento.
Sistema de Distribuição de Energia Elétrica
como propósito descrever os Sistemas Elétricos de Potência (SEPs) com foco no
sistema de distribuição (SD) e suas características de operação que serão importantes
nos estudos dos sistemas eólicos.

Parques ou centrais Eólicos


Parques eólicos são constituídos por um conjunto de turbinas eólica interligadas
fornecendo energia elétrica a uma subestação que faz a conexão com o sistema
principal. Esses parques podem ser onshore ou offshore. As principais diferenças entre
parques eólicos onshore e offshore se encontram na construção e instalação
O sistema eólico também possui 3 formas de aplicações, podendo ser constituído
de sistemas isolados, sistemas híbridos ou sistemas interligados a redes.
Os sistemas isolados são de pequeno porte e são comumente utilizados para
abastecer regiões onde não é viável a extensão da rede elétrica.

Os sistemas eólicos são divididos em dois grandes grupos, sendo o primeiro o dos
sistemas de grande potência e o segundo, os de baixa potência. O que difere um do outro,

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além da capacidade de geração, é o fato de que os mesmos são compostos por diferentes
componentes, apesar de que, de modo geral, ambos são formados pelos mesmos blocos.

Quanto à construção dos componentes, grande parte da estrutura de uma torre eólica
é construída em terra firma e transportada até o local de instalação.
Em alguns países da europa estão a ligar diversos parques eólicos offshore do Mar do
Norte, Europa, à rede elétrica. Com capacidade de transmissão de 900 MW, essa
ligação de 160 km com corrente alternada de 155 kV, fornecida pelas centrais eólicas,
será transformada em corrente contínua de 320 kV. Foram estudadas formas de se
aumentar o nível de tensão como podem ser analisadas nas figuras abaixo.
Na Figura 1 pode ser observada uma representação de um parque eólico ou a conexão
de varias usinas eólicas a um mesmo PCC (Pontos de Conexão Comum).
Figura 1: Esquema representativo de um parque eólico.

Quanto à conexão do parque ao PCC deve ser dada uma atenção ao nível de tensão,
frequência e potência reativa (para conexão em corrente alternada) para que sejam as
mesmas em ambos os pontos da conexão. É comum dividir fazendas muito grandes em
ilhas conectadas a estações e, então é estabelecida uma conexão das estações até a rede
elétrica
A potência ativa gerada pelas turbinas pode ser radial ou em série, como pode ser
observado nas Figuras 2 e 3

Figura 2: Conexão do parque eólico em série Figura 3: Conexão radial do parque eólico
que eólico em série

O conversor conectado a cada aerogerador pode ser adaptado a diferentes níveis de tensão
e exigências sobre a qualidade da tensão. Na abaixo pode ser observado um diagrama
unifilar de uma transmissão em corrente contínua sem o uso de transformadores,
considerando que os níveis de tensão dos aerogeradores estão crescendo e a tendência é

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chegar a valores próximos a 13,8 kV, possibilitando níveis de corrente contínua mais
elevado.

A conexão dos parques eólicos ao ponto comum de conexão (PCC) podem ser de dois
tipos: Transmissão em corrente alternada ou Transmissão em corrente contínua. Na
figura abaixo pode ser vista a configuração da transmissão em corrente alternada.

Transmissão em corrente alterna Transmissão em corrente continua

Pode-se conectar os conversores VSC (Conversores de Fonte de Voltagem) em série,


visando o aumento da potência das turbinas eólicas e a eliminação de 23 transformador
elevador em cada turbina. Na abaixo pode ser observada a configuração desta topologia.

Nesta configuração os conversores estão sendo utilizados para elevar a tensão do elo CC,
isso pode ser aplicado para transmissão em HVDC (High Voltage Direct Current). Este
sistema apresenta as seguintes vantagens do uso dessa configuração:

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• Para esse tipo de construção modular permite padronizar em módulos, assim, pode
ser adaptado com diferentes níveis de tensão e exigências sobre a qualidade de
tensão.
• Facilidade de manutenção, no caso de uma falha, apenas os módulos defeituosos
têm de ser substituídos.
• A turbina pode continuar operando mesmo se um módulo conversor deixar de
funcionar.

Esta configuração apresenta uma limitação, os conversores devem ser capazes de


suportar uma tensão CC 11% maior que a nominal, visto que a tensão de saída é definida
pela rede à qual eles estão conectados.

Sistemas Elétricos de Potência


A principal função dos sistemas elétricos de potência é fornecer, de maneira confiável e
com qualidade, energia elétrica aos consumidores independente do seu porte.

A produção pode ser feita em fontes naturais como: hidráulica, térmica, solar ou outra, e
transportar a energia resultante aos consumidores. Este transporte é feito utilizando os
sistemas de transmissão e distribuição.

Tendo como base as principais funções dos SEP,


este é usualmente subdividido em três principais
blocos: geração, transmissão e distribuição. Além
disso, existem divisões de nível de tensão o que
permite a interface entre as empresas responsáveis
por cada um dos blocos.

Rede de Distribuição Primária


Entre as estações transformadoras e as subestações de distribuição, está localizada a rede
de distribuição primária. Os alimentadores pertencentes a esta rede operam, geralmente
na faixa de 11,9 kV a 34,5 kV e por isso, a rede de distribuição primária também é
chamada de rede de média tensão. Um alimentador primário e composto por um circuito
trifásico (que pode ser à três ou quatro fios operando em delta ou estrela) e dele se derivam
os ramais bifásicos e monofásicos.

Transformadores de Potência: transformadores das subestações de distribuição. Estes


equipamentos conectam os SMS com os sistemas de transmissão de energia elétrica em
tensões mais elevadas;

Estações Transformadoras: transformadores que conectam a rede primária em média


tensão com a rede secundária em baixa tensão.

Linhas de Distribuição: ramais aéreos ou subterrâneos dos circuitos elétricos de


distribuição na rede primária. São compostos por cabos, postes e cruzetas.

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Bancos de Capacitares: fontes de energia reativa geralmente com o intuito de melhorar o
fator de potência e níveis de tensão na rede de distribuição. Podem ser constituídos por
mais de um capacito sendo operados manual ou automaticamente.

Reguladores de Tensão: autotransformadores com a função de controlar a tensão ao


longo dos alimentadores. Tipicamente possuem medidores de corrente e tensão para
realizar o controle de tensão.
Chaves Seccionadores e Disjuntores: dispositivos seccionadores capazes de isolar
eletricamente partes dos circuitos dos SMS. O estado operativo destes equipamentos é
importante na determinação da topologia da rede elétrica do alimentador.

A figura a baixo apresenta o diagrama unifilar de uma rede típica, contendo os


equipamentos acima citados.

Sistema de proteção elétrico


O sistema de proteção elétrica tem como finalidade, proteger, isto é, tornar mais seguro
um ambiente ou um sistema elétrico e, assim, garantir um bom funcionamento. Para isso,
são utilizados dispositivos específicos que cumprem uma determinada função num
sistema. A variedade dos equipamentos é muito grande.

Tipos de Sistema de Proteção Elétrica

Existem vários tipos de sistema de proteção elétrica, sendo que cada um tem uma
finalidade numa instalação. Os principais são:
• Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas: são utilizados equipamentos e
métodos para que haja a proteção contra descargas atmosféricas. Para isso, podem ser
utilizados vários equipamentos, como para-raios e gaiolas de Faraday.

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• Sistemas de proteção contra sobretensão: são utilizados equipamentos e métodos para
garantir uma proteção contra as sobretensões. Para quem não sabe, estes eventos podem
ocorrer a partir de descargas atmosféricas, manobras na rede elétrica e descargas
eletrostáticas. Os dispositivos mais utilizados são os descarregadores.

• Sistema de proteção de terra: é essencial em qualquer instalação elétrica, pois possibilita


que as correntes indesejáveis possam escoar. Os equipamentos mais utilizados para
compor este sistema são os condutores, ligadores e elétrodo.

Além destes sistemas, existem outros equipamentos que cumprem a função de proteção
elétrica, como, por exemplo, os controladores permanentes de isolamento (CPI). Convém
mencionar que os CPI são frequentemente aplicados em indústrias e hospitais, uma vez
que controlam o isolamento de uma instalação elétrica a fim de sinalizar anormalidades
e, assim, evitar o corte de alimentação.

Objetivo de um sistema de proteção e de distribuição de energia elétrica é isolar o mais


rápido possível um trecho onde ocorrer uma anomalia.

Níveis de atuação de um sistema de proteção

De modo geral, a atuação de um sistema de proteção se dá em três níveis:


• Proteção principal : Em caso de falta dentro da zona protegida, é quem deverá
atuar primeiro.
• Proteção de retaguarda : É aquela que só deverá atuar quando ocorrer falha da
proteção principal.
Proteção auxiliar : é constituída por funções auxiliares das proteções principal e de
retaguarda, cujos os objetivos são sinalização, alarme, temporização, intertravamento,
etc.
Propriedades básicas de um sistema de proteção
Para que um sistema de proteção seja eficaz é necessário atender os seguintes
princípios:
✓ Velocidade
✓ Seletividade e coordenação
✓ Segurança
✓ Sensibilidade
✓ Confiabilidade

Seletividade O objetivo da seletividade é fazer com que o dispositivo de proteção mais


próximo da falha opere, independente da falta ser permanente ou transitória.

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Coordenação: é a condição que se dá a dois ou mais equipamentos de proteção operarem
numa determinada sequência, previamente definidas, quando em condição de falta no
sistema. A coordenação tem por objetivo fazer com que a menor parte da rede afetada,
fique desativada, e evitar que os equipamentos de proteção, que não possuem religamento
automático acionem em faltas transitórias.

Velocidade : A ocorrência de um curto-circuito no sistema seja ele trifásico, bifásico ou


faseterra, a proteção do sistema deve atuar o mais rápido possível, com o intuito de
diminuir possíveis danos que possam ser causados pela permanência desta anomalia no
sistema elétrico.

Sensibilidade Os equipamentos de proteção devem distinguir os tipos de faltas das


oscilações normais de uma rede elétrica, e ser sensível o bastante a ponto de identificar
as mínimas anomalias e atuar os dispositivos correspondentes à proteção.

Confiabilidade Mesmo que o sistema de proteção permaneça em um determinado tempo


sem atuar, devido a não existência de surtos na rede elétrica, quando ocorrer algum tipo
de anomalia na rede, o sistema de proteção deverá atuar de forma confiável e seguro.

Dispositivos de comando, protecção e sinalização


O sistema abaixo apresenta a estruturação dos dispositivos/aparelhos que podem ser
associados a um sistema de proteção.

 comutadores
 
de Seeccionam ento Seccionadores em vazio
  
  sob carga
 
contactores

Dispositiv os  Reles termicos
 contra sobrecarga 
  Termistore s

de protecção  Fusiveis
 contra curto - circuito Reles
  
  Electromag netismo
 

Tipos de defeitos ou anomalias


Os aparelhos de protecção têm como função proteger todos os elementos constituintes de
um circuito elétrico ou de uma instalação elétrica contra os diferentes tipos de anomalias
que podem ocorrer. Os principais tipos de defeitos e anomalias que podem ocorrer num
circuito são:
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✓ Sobrecargas;
✓ Curtos-circuitos;
✓ Correntes de fuga;
✓ Sobretensões;
✓ Faltas de tensão;
✓ Subtensões.

Para as proteções de uma canalização eléctrica são utilizados disjuntores e fusíveis.

Aparelhões e equipamentos de proteção eléctrica

Disjuntores: são aparelhos de corte, comando e proteção, capazes de atuar na


proteção de correntes de curto-circuito ou em casos de sobrecarga quando
surge uma corrente superior a que ele suporta interrompendo assim o fluxo de
energia instantaneamente evitando assim prejuízos aos equipamentos ligado
a ele. A sua função básica é a de detectar picos de corrente que ultrapassem o
adequado para o circuito, interrompendo-a imediatamente antes que os seus
efeitos térmicos e mecânicos possam causar danos à instalação elétrica.
Na prática, podemos encontrar os disjuntores:
• Disjuntor magneto-térmico;
• Disjuntor diferencial;
Os fusíveis: é um aparelho de proteção dos circuitos elétricos. Esta proteção pode
ser contra curto-circuitos e contra sobrecargas. Normalmente utilizados são do tipo
gG de alto poder de corte para protecção contra sobrecarga e curto-circuito e do
tipo aM apenas para protecção contra-curto-circuito.
Tal como nos disjuntores para fusíveis também existem:
Corrente nominal (In) – Corrente pelo qual o fusível e o disjuntor deve suportar
continuamente sem interromper o circuito sem fundir ou disparar.
Corrente convencional de não funcionamento (If) – É a intensidade que o disjuntor ou
fusível deve funcionar antes de terminar o tempo convencional.
Corrente convencional de não funcionamento (Inf) – É a intensidade que o disjuntor ou
fusível não deve funcionar durante o tempo convencional.
Obs: O disjuntor – Actua disparando e o fusível actua fundindo.

 I nf  1,13  I max
Para disjuntores  , para protecção contra sobre cargas, desde que satisfaça
 I f  1,45  I max
a seguinte condição: I s  I n  I z

Para o caso de curto-circuito I cc  2,5  I s

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Na escolha da secção nominal dos condutores de uma canalização é escolhida de forma
que a sua corrente máxima admissível seja maior ou igual que a corrente de serviço.
I max  I s

Podemos ainda encontrar alguns aparelhos utilizados em redes de alta tensão.

Reles: são dispositivos de proteção mais complexo que a chave-fusível e o disjuntor,


podendo proteger a carga ou o circuito de diversas anomalias, por exemplo, sobrecarga,
sobretensão, subtensão, curto-circuito,
Existem diversos tipos de reles, cada um contendo uma característica técnica individual
que protege o sistema contra falhas, realizando tal tarefa dentro dos limites exigidos pelos
esquemas de coordenação e proteção.
Atualmente os reles mais utilizados são os reles de sobrecorrente, rele de sobrecorrente
direcional, reles de sobretensão, reles de subtensão, reles direcional de potência, reles de
distância, reles diferencial e reles de religamento.
O rele de sobrecorrente é o tipo de proteção mais econômica de um sistema elétrico de
potência, porém, é necessário realizar ajustes nos reles de sobrecorrente em qualquer
alteração da configuração do sistema. Os principais reles de sobrecorrente são:
✓ Reles de sobrecorrente não direcionais;
✓ Reles de sobrecorrente diferenciais;
✓ Reles de sobrecorrente direcionais;
✓ Reles de sobrecorrente de distância;
Para que o sistema de proteção seja eficaz, deve - se respeitar os seguintes requisitos:
• A tensão nominal do disjuntor deve ser no mínimo igual à do sistema.
• A capacidade de corrente do disjuntor deve ser superior a corrente máxima que
possa fluir pelo disjuntor, calculada pelo planejamento em longo prazo.
• A capacidade de interrupção do disjuntor deve ser no mínimo igual à máxima
corrente de curto circuito no ponto de instalação do disjuntor.
• Os níveis de isolamento do disjuntor e do sistema devem ser compatíveis.
Redes de transporte
As redes de transporte são feitas em alta tensão e muito alta tensão, cobrindo uma vasta
área geográfica, por exemplo, um país, assegurando o trânsito de elevados volumes de
energia elétrica, entregue pelos grandes centros produtores, até às subestações de

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interface com as redes de distribuição estas podem ser entregue em redes com linhas
aéreas ou subterrâneas.
Aéreas
As redes aéreas geralmente são instaladas sobre as torres de alumínio-aço, apoios de
betão, mais concretamente em zonas rurais, aldeias e bairros suburbanos, as quais são
constituídas em dois tipos de condutores: Condutores não isolados/nus; Condutores
isolados (por exemplo, cabo torçada).
Subterrâneas: Uma solução para os grandes centros urbanos é o uso de linhas
subterrâneas. A principal dificuldade é no isolamento e blindagem dos condutores, de
forma a acomodarem-se nos espaços reduzidos, ao contrário das linhas aéreas que
utilizam cabos nus, utilizando-se do ar como isolante natural.
O uso de condutores isolados também dificulta a dissipação de calor, reduzindo
consideravelmente a ampacidade da linha.
Postes
Os apoios ou postes definem-se como sendo elementos cuja função é suportar os
condutores, podendo ser metálicos, de betão armado, ou em certos casos para linhas de
BT ser de madeira. Regra geral, os apoios de BT são de betão ou em madeira. Um outro
aspeto importante é a altura dos apoios sendo esta variável, dependendo da topografia do
terreno e dos obstáculos que a linha tenha a atravessar. Para isto, numa linha elétrica,
durante todo o seu percurso existem diferentes tipos de apoios com funções diferentes,
como se pode observar na Figura abaixo.

• Apoio de derivação (A): apoio onde se estabelecem uma ou mais derivações de


linha;
• Apoio de alinhamento (B): apoio onde se estabelece que os dois vãos adjacentes
estão no prolongamento um do outro;
• Apoio de ângulo (C): apoio situado num ângulo de linha originado por dois
alinhamentos diferentes;
• Apoio de fim de linha (D): apoio capaz de suportar o esforço total dos condutores
e cabos de guarda (linhas de MT) de um só lado da linha;

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• Apoio de reforço: apoio que suporta esforços capaz de reduzir as consequências
negativas, em caso de rutura de um cabo ou condutor;
• Apoio de travessia ou de cruzamento: apoio que limita um vão ou cruzamento.
Apoios utilizados para fazer cruzamentos de linhas.

Cabos do tipo de BT
As redes aéreas existem em zonas rurais e semiurbanas onde são aplicados cabos isolados
com condutores em alumínio, agrupados em feixe cableado, designados por cabos de
torçada, apoiados em postes. Por vezes, devido à elevada densidade de construção e
largura de vias de circulação, onde não é possível a construção de redes subterrâneas, nem
de postes para apoio de cabos, os cabos são instalados nas fachadas dos edifícios dos
clientes.
Tabela 1: Cabos aplicados nas redes de distribuição de energia elétrica em BT

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Cabos do tipo de MT
Um cabo elétrico de energia de MT é constituído por um ou vários condutores de reduzida
resistência elétrica, para transmitir a corrente elétrica com a respetiva intensidade e por
uma camada isolante, que permite separar eletricamente os condutores entre si e o
exterior, suportando assim o nível de tensão de serviço necessário.
Nos cabos de energia de MT é possível identificar 4 partes constituintes com diferentes
funcionalidades:
1. Condutores que garantem a transmissão de energia elétrica
2. Revestimentos isolantes que garantem o nível necessário de segurança elétrica,
para as respetivas tensões de serviço;
3. Ecrãs metálicos que permitem o escoamento das correntes de defeito para
proteção elétrica, armaduras para proteção mecânica e funções de estanquidade
(bom isolamento);
4. Revestimentos para proteção externa dos cabos.
Tabela 2: Cabos aplicados nas redes de distribuição de energia elétrica em MT

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Constituição geral de um cabo e do seu revestimento

Cabo XHIAV 3 x 70
1. Condutor de cobre redondo multifilar compactado.
2. Composto semicondutor.
3. Isolação de polietileno reticulado.
4. Composto semicondutor pelável (tripla extrusão
simultânea) + fita semicondutora.
5. Blindagem de fita de cobre.
6. Bainha interior de PVC.
7. Armadura de fitas de aço.
8. Bainha exterior de PVC retardante à chama.

Cabo LXHIOV 1 x 150/1612/20 kV


1. Condutor de alumínio redondo, multifilar, compactado.
2. Composto semicondutor.
3. Isolação de polietileno reticulado.
4. Composto semicondutor pelável (tripla extrusão
simultânea) + fita semicondutora.
5. Blindagem de fios de cobre.
6. Bainha exterior de PVC retardante à chama.

Estrutura topológica da rede de distribuição


A estrutura da rede é das principais características de uma rede de distribuição, isto
porque numa situação de defeito, a rede de distribuição pode ter de ser configurada, com
o propósito da interrupção de fornecimento de energia afetar o menor número de clientes,
pelo menor tempo possível. A estrutura da rede deve:
Como estruturas topológicas comuns em SEE usam-se as seguintes:
✓ Rede radial;
✓ Rede malhada;
✓ Rede em anel com exploração radial.
Rede radial: é aquele no qual a alimentação é feita apenas por uma extremidade. É o mais
simples e de custo mais baixo. A principal
desvantagem é que demanda maior tempo para que
o fornecimento seja restabelecido quando há um
defeito, pois neste caso, o circuito todo fica
desligado ou pelo menos, o trecho além do ponto
de falha.
Este tipo de tipologia insere-se tradicionalmente
numa zona rural e a energia transitada/vendida é
menor, devido à baixa densidade de cargas, o que implica um retorno de investimento
lento. Em caso de defeitos, uma zona da rede ficará fora de serviço, até que o defeito seja
localizado, corrigido e o serviço seja reposto posteriormente.
Rede malhada: A rede malhada permite a alimentação de um mesmo ponto de rede, por
mais que dois caminhos diferentes. A rede malhada apresenta uma topologia de maior
fiabilidade em relação à rede radial, por apresentar várias configurações, que deverá

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tomar em caso de contingências dos equipamentos, com maior necessidade de
investimento e manutenção, para as linhas devidamente dimensionadas.
Este tipo de tipologia é aplicado em redes de transporte. A sua principal característica
baseia-se no facto de ter uma proteção associada nos extremos de cada linha, permitindo
assim que todos os consumidores podem ser alimentados por várias linhas, sendo ligadas
com o objetivo de constituírem malhas fechadas.
Rede em anel: No sistema em anel, o circuito alimentador retorna à mesma fonte. Tem
maior flexibilidade e permite melhor continuidade do fornecimento, dependendo do tipo
do esquema adotado. O custo é mais elevado
que o radial, não só pela maior capacidade dos
cabos, que devem ter folga para atender às
emergências quando a alimentação passa a ser
feita de uma só extremidade, como também,
pela multiplicidade de disjuntores e o conjunto
de relés necessários para dar flexibilidade ao
sistema.

Fatores internos e externos podem provocar falhas


Devido a própria natureza do sistema elétrico de potencia, é impossível tornar o sistema
elétrico imune à perturbações, defeitos e falhas diversas em condições anormais resultam
em interrupções no fornecimento de energia elétrica e podem ocasionar danos aos
componentes do sistema.
Uma falha é qualquer estado anormal de um sistema. Em geral, as falhas são constituídas
de curtos-circuitos e/ou circuitos abertos como passaremos a desenvolver algumas delas:
Sobrecarga: é causada pela passagem de um fluxo de corrente acima do valor nominal.
A corrente nominal é a máxima corrente permissível para um dado equipamento
continuamente. A sobrecarga frequente em equipamentos acelera a deterioração da
isolação, causando curtos-circuitos;
Curto-circuitos: é uma redução inesperada no caminho percorrido pela corrente, ou seja,
uma redução da impedância, causando aumento da corrente, que pode provocar danos
térmicos e mecânicos aos equipamentos envolvidos. ocorrem em decorrência da ruptura
da isolação entre as fases ou entre a fase e terra;
Subfrequência e sobrefrequência: são causadas por grande desequilíbrio entre geração e
carga;
Sobretensão: é provocada pela súbita retirada da carga. Em sistemas de extra alta tensão
a sobretensão pode surgir através do efeito capacitivo das linhas de transmissão;
Descargas Atmosféricas: são descargas elétricas de grande intensidade (picos de
intensidade de corrente acima de um quiloàmpere), que ocorrem devido ao acúmulo de
cargas elétricas em regiões localizadas da atmosfera.

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O risco da ocorrência de uma falha considerando-se um componente isoladamente é
pequeno, entretanto, globalmente pode ser bastante elevado, aumentando também a
repercussão numa área considerável do sistema, podendo causar o que comumente é
conhecido como blackout.
Perda de energia nos condutores

A área de secção transversal (bitola) mínima é calculada em função de dois parâmetros:


capacidade de corrente e queda de tensão admissível. A bitola escolhida para o condutor
deverá ser tanto maior quanto maior for a corrente e adistância entre o gerador e o receptor
escolha da bitola do condutor é denominada.

Nos condutores é totalmente indesejável que haja o efeito joule, que se reflete em
seuaquecimento e em diminuição da tensão disponível para o receptor. Para reduzir ao
máximo a perda de energia, a resistência dos condutores que ligam o gerador ao receptor
deve ser a menor possível oque significa que a área de secção transversal deve ser a maior
possível. As expressões matemáticas abaixo podem ser utilizadas em redes monofásica e
trifásica.
Monofásica Trifásica
Onde: I é a corrente em amperes
2 I   3  .I  
S= S= P é a Potência em watts
56  U 56  U
U tensão em volts

η o rendimento e cos  é o factor de


P P
I= I=
U    cos  3  U   cos potência

Dimensionamento de condutores

O dimensionamento do condutor que servirá a uma instalação deve em primeiro lugar


levar em consideração a corrente que deve conduzir; em segundo lugar a queda de tensão
admissível no circuito.

Os fabricantes de condutores fornecem tabelas com os condutores fabricadosidentificados


pelas suas bitolas e capacidades correspondentes em ampères.

Pela capacidade de corrente basta procurar na tabela 3, qual bitola suporta a corrente da
carga. A tabela a baixo mostra a capacidade de corrente de fios Pirelli de cobre isolados
com pvc,quando instalados unidos à temperatura ambiente de 500C. Outras condições
determinam outrosvalores de capacidade e devem ser procurados em tabelas dos
fabricantes.

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Tabela 3: Correntes de fios Pirelli e secção dos condutores

Secção do Capacidade de Corrente


condutor 2 condutores 3 condutores3
1,0 13,5 12
1,5 17,5 15,5
2,5 24 21
4 32 28
6 41 36
10 57 50
16 76 68
25 101 89
35 125 111
50 151 134
70 192 171
95 232 207
120 269 239
150 309 272
185 535 310
240 415 364
300 473 419
400 566 502
500 651 578

Ex.1: Deseja-se alimentar um circuito de iluminação de 12kW (potência elétrica), tensão


de 220V,fator de potência 0,8, que se encontra a 200m do gerador. Qual deve ser o
condutor para essafunção? Considere uma queda admissível de 3%.

P 12000
I= = = 68,18 A
U    cos  220  0,8

Pelo critério da capacidade de corrente, usando a tabela 3, o condutor deve ser o de


16mm2.
Pelo critério de queda de tensão tem-se:
2  I   2  68,18  200
S= = = 81,16 mm 2
56  U 56  220  0.03
O condutor deve ser então o de 95mm2
Exercícios
1. Um motor trifásico é instalado a 45m do gerador, e admite-se uma queda de 4%
nos condutores de sua instalação. Na placa do motor encontram-se Pn=50cv;
Un=440/760; η=0,9; cosφ=0,85

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a) Dimensione os condutores.

2. Na placa de um motor trifásico encontram-se os seguintes dados: Pn=20cv; Un


=220/380; η=0,9; cosφ=0,85.

3. Dimensione os condutores para a instalação do motor a 120m do gerador,


admitida queda de tensão de 6%.

Dimensionamento de circuitos em Anel


1. Considere uma linha monofásica ligada em anel, na qual, no ponto a, é recebida a
alimentação de fonte, e nos pontos b, c, d e e são feitas ligações às cargas, cujo
valores das correntes e as distâncias estão representadas na figura.
a) Qual seria os valores das correntes para que o sistema esteja em equilíbrio?
b) Considerando uma rede monofásica, determine a secção do condutor no ponto
d admitindo a queda de tensão percentual seja admissível seja de 2,2%.

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