Aula 1
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Material Teórico
Introdução à Antropologia Filosófica e às
suas Possibilidades Ante a Condição Humana
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Introdução à Antropologia Filosófica
e às suas Possibilidades Ante
a Condição Humana
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Estudar o desenvolvimento das características da comunicação humana e o paradoxo na
comunicação do ser humano com a realidade, no sentido existencial.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Introdução à Antropologia Filosófica e às
Suas Possibilidades Ante a Condição Humana
Conceituação e Compreensibilidade
da Antropologia Filosófica
A nominação Antropologia Filosófica deriva da junção das palavras gregas
anthropos, que significa o ser humano ou algo relativo ao homem e logia, que
significa estudo, acrescentadas da palavra filosófica, derivada também do termo
grego philosophia, que literalmente significa amor pela sabedoria, mas que após a
junção com anthropos, consiste no estudo de problemas fundamentais do homem
dentro da totalidade de saberes, inter-relacionados no espaço-tempo, no que impli-
ca buscar respostas a algumas questões: O que é o ser humano? O que significa
ser um ente1 humano? Qual é a sua natureza? Qual é a sua razão de ser? Como
se deu e para aonde caminha o seu desenvolvimento?
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Ante as várias interpretações para ente, aqui optamos pela de Theodoricus Teutonicus de Vriberg (1250?-1320),
que em sua obra De ente et essentia (2017) afirmou não que não exista uma distinção, propriamente dita, entre
ente e essência, uma vez que a essência e o ser implicam o mesmo no que tange à significação; a diferença se faz
presente tão somente quanto ao modo de significar.
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pensamento manifestado por filósofos como Espinosa, Hegel e outros, que en-
tenderam o ente originário tomar ciência de si no homem, entremeio o mesmo
ato em que o homem nesse pousa. Assim, Scheler coloca o problema do homem
no próprio homem, ao questionar o lugar por esse ocupado através de sua racio-
nalidade quando comparada às suas funções outras e, assim, recupera a dúvida
kantiana, que impunha ao homem respostas para quatro problemas filosóficos
básicos: O que eu posso conhecer? O que eu devo fazer? A que posso aspi-
rar? O que é o homem?
Figura 1
Fonte: Getty Images
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Ante as diversas definições existentes para a palavra essência, aqui estamos utilizando a acepção de Theodoricus
de Vriberg (2017, p. 6), para quem ela reportaria o actus essendi, aquilo mesmo que dá a existência, o ato de ser;
não o puro ato de ser pelo qual se compõe com uma essência, mas antes o ato de ser uma essência, ou por outra
via o que faz com que uma coisa seja e, ao ser não seria senão a essência seja do que fosse. Em Vriberg ser e es-
sência não se distinguem entre si realmente, apenas segundo a noção e a forma como são denotados; no entanto,
um juízo se faz ao ser conveniente à substância e, outro quando compete ao acidente.
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Titus Maccius Plautus (254-184 a.C.), dramaturgo romano do período republicano de Roma, escreveu A comédia
dos asnos, na qual empregou a expressão Homo Hominis Lúpus, cujo significado poderia ser interpretado como
o homem sendo um lobo para outros homens. Plautus explanara o comportamento antropológico caracterís-
tico do ser humano, quando este exclui os que não participam de seu grupo.
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Assista ao filme A guerra do fogo, do original La guerre du feu, com direção de Jean-Jacques
Explor
Annaud, Anthony Burgess e Desmond Morris, baseado na obra de S. H. Rosny Sr. Confira a
sinopse disponível em: http://bit.ly/2LmJiuQ
Figura 2
Fonte: Reprodução
Rousseau entendia que o homem nasceria livre, mas por toda a parte encontrar-
-se-ia a ferros, ou seja, o homem possuiria uma natureza boa que seria corrompida
em seu processo civilizatório. Em outra de suas obras, Do contrato social (1757-
1762), Rousseau (1983b) reflete sobre como deveriam ser as instituições para que
a organização social fosse mais justa, que preservasse o bem supremo do homem,
a sua liberdade de natureza.
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Explor
Assista ao filme Avatar, de 2009, disponível em: https://youtu.be/5PSNL1qE6VY
O filme mostra a realidade de um outro planeta, mas muito bem pode representar o conceito
de estado de natureza e a ideia do bom selvagem vivendo em perfeita harmonia em
seu habitat natural, de Jean-Jacques Rousseau. O enredo remete os seus espectadores à re-
flexão sobre a exploração ilimitada de povos autócratas, mostrando total desapego aos bens
naturais e culturais. Avatar apresenta os terráqueos na exploração de riquezas do planeta
Pandora; entretanto, este é habitado por uma espécie alienígena singular, os na’vis, que não
querem ceder à invasão e devastação provocada pela usura humana. Para submeter esse
povo, é desenvolvido um corpo protótipo de um na’ vi, mas operado por um cérebro huma-
no, o projeto denominado Avatar.
Figura 3
Fonte: Reprodução
Tempos modernos se refere a uma forte crítica ao mundo moderno e industrializado, mais
precisamente ao capitalismo, stalinismo, nazi-fascismo e ao imperialismo, bem como levan-
ta uma denúncia aos maus tratos a que os empregados passaram a ser submetidos durante
a Revolução Industrial.
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Nessa efervescência surgiu a figura de Karl Heinrich Marx (1818-1883) e a sua
teoria segundo a qual a estrutura econômica de uma sociedade determina as ideias
de uma comunidade e de seus membros. Para Marx não existiria o indivíduo fora da
vida social e do tempo, enquanto um ser isolado, abstrato e universal, portanto, a sua
essência só poderia corresponder ao conjunto de suas relações sociais, determinadas
pelas associações produtivas e econômicas a que esse está submetido.
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define-se e passa a ser algo. Esse nada existencial de partida confere ao homem a
sua liberdade de escolhas, o que também implica a responsabilidade de se construir,
limitado às condições encontradas em sua vida experienciada.
Para Sartre, lançado no mundo o homem não tem essência, é não-ser, a pura
ausência de ser; gradualmente toma consciência de sua existência e assim mani-
festa a sua vontade de ser. Ocorre que ser significa concretizado um objetivo im-
praticável ao homem; se o fizesse se tornaria ser em-si, passível de determinação
permanente, o que não ocorre porque ao adentrar o mundo nada é e só a partir daí
dará início ao processo interminável de construção de si. De certa forma, Sartre se
aproximou de Marx quando admitiu que o homem deve considerar e enfrentar as
condições já existentes, a priori de si, indício este de não ser a natureza humana a
lhe definir, mas sua condição humana no mundo a limitar as suas oportunidades
e os seus desejos.
Assista ao filme Senhor das moscas (Lord of the flies), sinopse disponível em: http://bit.ly/2JEeUc8
Explor
O enredo desse filme é resultante do romance de William Golding, em seu livro Lord of the
flies, originalmente publicado em 1954 e considerado um clássico da literatura pós-Segunda
Guerra Mundial, com um conteúdo que expressa um estudo da natureza humana e enca-
minha o leitor a uma densa reflexão sobre a cultura e as suas condições para a formação do
homem civilizado.
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constitui de maneira fixa e imutável, a constituir o seu mundo particular, de modo
que quando o seu aparelho biológico não mais responde a essa constância, perece.
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Para Minghetti (2008), a fala não é nem o ser nem a ausência deste, mas um
comprometimento entre a designação das coisas com as pessoas que a designam; a
fala não existe a priori da iniciativa humana que a coloca em movimento, o que em
essência resulta a linguagem não ser de um, mas de um grupo, ou seja, está entre e
ali manifesta o ser relacional do homem. Os órgãos sensório-motores antecipam e
exaltam todo um esquema de um universo particular, sobre o qual se apoiará todo
o comportamento comunitário e, da mesma forma, a realidade psicobiológica a sig-
nificar antecipadamente um destino individual ou coletivo. Ao não existir um órgão
específico da fala, admitimos a linguagem como um subproduto da razão do homem,
levado à consciência de si, o que se configura como um desenvolvimento cultural:
“Ainda, se um determinado órgão houvesse, provavelmente falaríamos a mesma lín-
gua em nosso planeta, pois nasceríamos falando” (MINGHETTI, 2008, p. 3).
A linguagem não está submetida ao dicionário, mas sim é este que se dá à tarefa
de avaliar a palavra e catalogar o seu significado a partir da realidade humana vivi-
da dinamicamente, encontrando na fala o modo de afirmação de uma comunidade
que se estabelece no mundo. A operação da fala cria para os homens mais que o
presente, cria uma natureza consentânea, apta a memorizar o passado, criar uma
expectativa do futuro e vivenciar o presente do presente, na forma como cita o
renomado linguista dinamarquês Louis Trolle Hjelmslev (1899-1965):
A fala transformada em palavra não intervém para facilitar estas relações
sociais, ao contrário, as constituem em uma linguagem, num processo
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discursivo que permanentemente transfigura e dinamiza sua ambiência.
A linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensa-
mento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus
atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base
última e mais profunda da sociedade humana. (HJELMSLEV, 1975, p. 1)
Para Minghetti (2008), a invenção da linguagem talvez tenha sido a primeira das
grandes criações da humanidade e dessa surgiram os germes de todas as outras,
porque qualquer evolução intelectual passa previamente pela linguagem estabeleci-
da. Na locução ocorre o ato de substituição de uma percepção ou uma ideia por um
sinal convencionado que a expressa e, pela fala o homem cria e intenta dominar se
não as realidades da natureza, ao menos o sentido destas. Ao exprimir o homem
cria e intenta dominar, senão as realidades de sua ambiência, ao menos o sentido
destas. Pela fala o homem nomeia as coisas; é um ato de substituição de uma per-
cepção ou ideia por um sinal sonoro, convencionado que a anuncia, evoca, abriga
as coisas no reino dos humanos: nomear pela fala é chamar algo à existência, tirá-
-lo do nada e dar-lhe luz na vida vivida; esta denominação fundamenta o direito à
sua existência no mundo real. Todo pensamento só se estabelece na medida em
que é dado à linguagem, portanto, pode-se afirmar que, socialmente, configura-se
nas palavras o que denota a dependência direta do pensamento com a fala em uma
relação dialética, tal que pela locução o homem acesse o portal do mundo e este
retorne ao seu senso:
Há que se considerar que não é fácil discernir na própria linguagem o es-
tatuto da língua; ela se realiza na fala; em si mesma, é uma abstração do
sistema institucionalizado dos esquemas e normas que presidem ao uso.
Provavelmente ela oferece um semblante de objeto ao indivíduo para o
qual é exterior, estrangeira, e que a apreende: ele a encontra nos léxicos
e gramáticas; mas esses livros são fala fixada, eles falam a respeito da lín-
gua, eles não são a língua. (DUFRENNE, 2004, p. 110, grifos nossos)
Uma língua é para os seus usuários um sistema que permite exprimir a infinitude
de pensamentos com um número finito de palavras, tal a recompor tudo que se
pode querer dizer. Há que se considerar um outro viés possível, que leva em conta
a criatividade do “eu” pela fala ao se apossar do universo, coloca-a em questão, por-
que esse eu existe apenas na reciprocidade com o outro; o eu isolado, bem dizer,
não passa de uma abstração.
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O homem busca compreender a realidade, mas no mais das vezes depara apenas
a superfície da realidade ou a sua falsa exterioridade. A realidade da Filosofia é a bus-
ca pelo desvelamento da realidade em sua autenticidade, assim como o modo pelo
qual se manifesta ao homem, a verdade da realidade humana. Para George Steiner
(2005, p. 302) somos capazes de dizer fantasticamente mais do que precisaríamos
para a nossa sobrevivência física e significarmos infinitamente mais do que dizemos.
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O homem é, pois, o único animal falante, não como uma propriedade inata,
mas em um desenvolvimento cultural incessante, de onde derivou uma linguagem
a cada cultura, em um sistema convencional da fala para determinada comunidade
humana, na qual o seu exercício ganha valores sob a forma de códigos institucio-
nalizados em um vocabulário e em uma gramática peculiar. A fala transformada
em palavras constitui a rede de relações sociais, em um processo discursivo que
permanentemente transfigura e dinamiza a ambiência, tal que o discurso sobre as
coisas seja uma sequência ordenada de enunciados, de onde cada indivíduo extrai
o seu valor para estabelecer as próprias conclusões. A fala ao se constituir em um
complexo orgânico historicamente desenvolvido, assenta-se naturalmente como
um organismo vivente que em cada época perpetua a construção e transformação
da língua grupal.
Essa citação se refere um dos diálogos platônicos, cujo título tem o nome de Pro-
tágoras e expõe o colóquio de Sócrates com esse sofista. Para Platão, Protágoras
foi o criador do ofício de sofista, professor na Grécia Antiga e no Império Romano,
que ensinava a aretê, palavra grega que significa perfeição, nas atividades exercidas
pelos indivíduos.
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Esta posição de Protágoras não refere que o homem seja a medida de fenômenos naturais, apenas daquelas coisas
originadas na mente humana.
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Texto apresentado e adaptado a partir da versão portuguesa de Ana da Piedade Elias Pinheiro, publicada em Lis-
boa, pela Editora Relógio d’Água, em 1999, na coleção Humanitas – autores gregos e latinos.
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como princípios na construção de uma teoria ou como base para uma argumentação.
Para melhor entender o relativismo das verdades, leia o conto sufi6, de Paulo Coelho,
Explor
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Conto tradicional da sabedoria tradicional árabe.
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A composição denominada Alegoria da Prudência é uma obra do pintor
italiano Tiziano Vacellio, conhecido por Ticiano, em que retrata a si mesmo,
a seu filho Orazio e, possivelmente, a seu sobrinho Marco Vecellio, represen-
tando as três Idades do homem. Filho e sobrinho trabalharam com o pintor.
Uma inscrição latina faz um meio círculo em volta das cabeças humanas. Ela
diz: ex praeterito prudenter agit ne futura deturpet, que pode ser traduzida
como: “A partir da experiência do passado, opere o presente de forma pruden-
te, para não estragar as ações futuras”. Segundo alguns, Ticiano tinha como ob-
jetivo direcionar sua família, em relação à herança que deixaria, após sua morte.
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sua razão! Que capacidade infinita! Como é preciso e bem-feito em forma e movi-
mento! Um anjo na ação! Um deus no entendimento, paradigma dos animais, mara-
vilha do mundo” (SHAKESPEARE apud MIRANDULENSIS, 2015, p. 7).
O Oratio de Giovanni Pico della Mirandola, considerado “Il manifesto del Rinas-
cimento”, fez de seu autor o idealizador da Pax Philosofica e se tornou a tônica do
século XV ao fundir a Metafísica e Ética, fundamentando-as na liberdade de escolha
do homem, fator determinante à dignidade essencial da Criação Divina. O Oratio
preconiza que somente a dialética harmonizaria as filosofias díspares, ao conciliar
Ciência e religião, no sentido de que desvela o cerne de todos os sistemas. Giovan-
ni utilizou no Oratio, principalmente concepções de Platão e de fontes hebraicas
e talmúdicas, na busca pela essência do humanismo cristão, a partir de uma visão
metafísica e neoplatônica do Universo, como a grande cadeia que emana de Deus.
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A ideia de que o homem poderia ascender à cadeia dos seres, pelo pleno exer-
cício de sua capacidade intelectual, foi uma profunda garantia de dignidade à sua
existência peculiar na vida terrestre, dado que ao tempo de Giovanni Pico, à exten-
são dada ao vocábulo homo se designava o homem singular.
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teria outro caminho a não ser aquele que o destino lhe impôs, procurar a própria
culminância. Todo o Oratio é perpassado pela ideia do homem como uma criação
distintiva e excepcional. Logo no primeiro parágrafo, Giovanni trata da existência
do homem como um grande milagre, recorrendo a Asclepius, o deus da Medicina,
consubstanciado no argumento de Hermes Trismegistos, quão admirado semelhan-
te a Sófocles expressou: “Magnum, o Asclepi, miraculum est homo”. (MINGHETTI
apud MIRANDULENSIS, 2015, p. 51).
Que animal é esse tão imperfeito e ao mesmo tempo tão extraordinário, que
mesmo contendo atributos tão medíocres perante propriedades de animais outros,
conseguiu se fazer dono da natureza? A resposta é evidente: este nobre animal
possui algo chamado de razão que, com extrema eficácia, salvo inúmeras situa-
ções históricas, que aliado à sua intelecção, proporcionou-lhe o domínio do planeta
Terra. Mas Bochenski (1977, p. 81) lhe acrescenta outros predicados:
Parece que o homem não só em mais inteligência que os outros animais,
mas que sua inteligência é também de outra natureza, demos-lhe o nome
que quisermos. Esta natureza própria da inteligência humana se mostra
no fato de ele e, só ele, possuir uma série de características que o distin-
guem de todos os outros animais. As que mais chamam a atenção são as
cinco seguintes: a técnica, a tradição, o progresso, a capacidade de
pensar de modo inteiramente diferente que outros animais e, finalmente,
a reflexão. (BOCHENSKI, 1977, p. 81, grifos nossos)
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Suas Possibilidades Ante a Condição Humana
enquanto que os animais outros transmitem uns aos outros conhecimentos fixos
e limitados ao seu potencial biológico.
É digno de registro que no homem, não obstante todo o seu progresso, este
pouco se identifica com o seu desenvolvimento biológico, porquanto nada o difere
dos antigos gregos, embora tenha um conhecimento absolutamente maior.
A consciência que leva certeza de sua limitação ante a morte, suscita no homem
o seu desejo quimérico de infinitude e, frente a esse trágico enigma o homem se
pergunta: ante a morte, qual é o sentido da vida? Bochenski (1977) propõe três
alternativas de resposta: a primeira, oriunda do século XIX, associa o final da vida
humana a algo mais amplo e universal, a sociedade, o Universo chegará à perfei-
ção independentemente do perecimento de seus habitantes. Evidentemente para
a maior parte dos pensadores da Modernidade esse pensamento é insustentável e
reducionista da vida, porque não considera o humano em si, mas em um contexto
global; uma segunda possível solução pertence à corrente dos existencialistas, que
afirma o homem não ter sentido algum, uma vez que seja um erro da natureza, uma
criatura falha ou paixão inútil como afirmava Sartre (apud BOCHENSKI, 1977,
p. 88): “O enigma da existência humana não pode ser resolvido; é um absurdo
que existamos, é um absurdo que morramos. Seremos eternamente uma questão
trágica para nós mesmos”; outra corrente filosófica segue, de certa forma, Platão
ao acreditar que o homem pode alcançar a infinitude em uma outra vida em um
mundo outro, no que implica a solução do enigma estar fora da natureza, fora deste
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mundo. Platão afirmou que a resposta definitiva a essa questão viria de um Deus,
mas essa foge ao âmbito da Filosofia, reportando-se mais à Teologia.
Fromm (1970, p. 44) concluiu a principal missão do homem em sua vida: seria
dar luz a si e se tornar aquilo que potencialmente é.
O dinamismo de sua história é intrínseco à existência da razão, que o
faz desenvolver e, por meio dela, a criar um mundo seu, no qual possa
se sentir à vontade consigo mesmo e com seus semelhantes. Todo novo
estágio que atinge deixa-o descontente e perplexo e, esta mesma per-
plexidade impele-o a avançar em busca de novas soluções. Não há um
impulso para o progresso inato no próprio homem; é a contradição de
sua existência que o faz prosseguir no caminho que tomou. Tendo perdi-
do o Paraíso, a unidade com a natureza, tornou-se o eterno vagabundo
(Ulisses, Édipo, Abraão, Fausto); é impelido a ir avante e com esforço
perene para tornar conhecido o desconhecido, preenchendo com res-
postas as lacunas de seu conhecimento. Ele tem que prestar contas de si
a si-mesmo, bem como do significado de sua existência. Ele é impelido a
sobrepujar essa cisão interior, atormentado por um anseio pelo Absoluto,
por outra espécie de harmonia que possa afastar a maldição que o sepa-
rou da Natureza, de seus semelhantes e, de si-mesmo.
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O Problema da Subjetividade da
Essência e de seus Fundamentos
Ontológicos – a Essência da Verdade
Ainda que de fato discorrêssemos sobre significação quanto à essência para a
coisa significada, falso seria se assumíssemos evidentemente que “[...] toda essência
se pode discernir [...]” quanto aos demais. Quando pensamos o homem, conside-
ramos o homem segundo o seu ato de ser entre as coisas da natureza, conforme
a máxima de Santo Agostinho (apud MINGHETTI, 2018, p. 84, grifo nosso): “[...]
não por acaso, que toda essência seja essência, a não ser pelo que é (existir). Logo,
não posso discernir a essência do homem, a não ser que pense o seu atual ser”.
A essência é, pois, a natureza de uma coisa, termo criado para traduzir a palavra grega
ousia, o ser, aquilo que constitui o que determinada coisa é. Por ora, quando necessário,
nesta atividade, como essência serão referidos também outros atributos substanciais,
tais como o conteúdo, a substância, o inaparente, sensível. Para o teólogo dominicano
Theodoricus Teutonicus de Vribergh (1250-1310), ser e essência não se distinguem
entre si realmente, apenas segundo a noção e forma como são denotados.
Figura 6 – Criança geopolítica observando o nascimento do homem novo (1943), Salvador Dalí
Fonte: Wikimedia Commons
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que estas se encontram somente dentro de nós, em nossas ideias, o que
levaria à distinção entre realidade e aparência, mas não entre o interno
e o externo. Dessa exposição se segue que tudo que cremos conhecer
seja de fato assim como o vemos. É certo que alguma coisa existe, mas
como essa coisa é na realidade, é outra questão [...]. É certo que existem
muito mais coisas do que aquelas que podemos conhecer e, conhecemos
muito mais do que podemos comunicar aos outros.
Ernildo Jacob Stein (2004) cita que em Kant, em sua Crítica da razão pura,
o conceito de ser da Filosofia Moderna se faz um aspecto decisivo. Kant discute
a ontoteologia da tradição e, ao mesmo tempo discorre sobre a impossibilidade
de um argumento ontológico que comprove a existência de Deus. Essa atestação
revela o caminho que a Filosofia Moderna percorreu até Kant e proclama a direção
que tomou após a Modernidade.
Ontoteologia: implica a ontologia de Deus e/ou a Teologia do ser, uma tradição de Teologia
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Suas Possibilidades Ante a Condição Humana
Para melhor entender o duplo caráter da verdade em Heidegger, leia e reflita sobre o poema
Explor
intitulado Somos todos anjos de uma asa só, precisamos nos abraçar para alçar voo, de
Mário Quintana, disponível em: http://bit.ly/2k1TVXW
Mariel José Pimentel de Andrade - Universidade do Minho https://tinyurl.com/y5n5l4yu
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proporcionou uma pré-determinada disposição anatômica dispersa no organismo
para contribuir para com a fala; cordas vocais, pulmões, língua, boca, aparelho
auditivo e, principalmente, estruturas cerebrais. Ora, todos estes componentes exis-
tem no macaco, porém, este não articula palavras! Se tem a possibilidade da lingua-
gem, mas não detém esta realidade, há configuração evidente de que, em essência,
a função da palavra não é de origem orgânica, mas intelectual. O animal não in-
terpreta o signo, conhecendo apenas o sinal, o que denota uma reação condicional
a uma situação reconhecida de forma global, mas não analisada em seus detalhes.
Assim, não havendo um órgão específico da fala, admitimos a linguagem como
um subproduto da razão do homem, quando levado à consciência de si, que se con-
figura como um desenvolvimento cultural. Ainda, se determinado órgão houvesse,
provavelmente falaríamos a mesma língua em nosso planeta, pois nasceríamos fa-
lando. Poderíamos assumir que a invenção da linguagem foi a primeira das grandes
invenções da humanidade e dessa surgiram os germes de todas as outras.
Qualquer revolução intelectual passa por uma transformação prévia da linguagem
estabelecida. Exprimir é um ato de substituição de uma percepção ou uma ideia por um
sinal sonoro convencionado que a anuncia, abriga e evoca, pela qual, através da fala,
o homem cria e intenta dominar, senão as realidades da natureza, ao menos o sentido
dessas. Parafraseando Pico della Mirandola, em seu Oratio hominis dignitate, esse
homem pela fala torna-se a medida de todas as coisas, um deus em seu microcosmo.
Em sendo a língua um complexo orgânico, desenvolvido historicamente, e com-
portando-se como um organismo vivente, realiza, em cada época, uma construção
coletiva, embora inconsciente, nutrindo-se de seu grupo social. Nomear desta for-
ma é chamar algo à existência, tirá-lo do nada e lhe dar luz na vida; tal denomina-
ção fundamenta o direito à existência no mundo real. Todo pensamento se constitui
à medida que é formulado. Como a linguagem é a expressão mais direta do pensa-
mento, pode-se dizer que geralmente se forma nas palavras. Por meio da fala, o ho-
mem acessa o portal do mundo e este lhe vem ao pensamento para depois do qual
sair em forma de palavras. Situar-se neste mundo é estar em harmonia com a rede
de palavras que coloca as coisas em seu lugar dentro de um determinado contexto.
Uma língua é para os seus usuários um sistema que permite exprimir um número
indefinido de pensamentos com um número finito de sinais, escolhidos de maneira
a recompor exatamente tudo o que se pode querer dizer, comunicando a evidên-
cia das designações das coisas. Há uma dependência recíproca entre a palavra, o
pensamento e as circunstâncias, que seriam, desta forma, menos representação do
real, mas de uma língua que manipula inconscientemente a forma de ver o mundo.
Pela linguagem o homem estabelece nexos associativos entre sons e significa-
do, torna prenhe o espaço e tempo vital, dando sentido a si dentro de um mundo
codificado e decodificado permanentemente pelas palavras, suscitadas por uma
fala comum. Assim, a linguagem seria uma essência que representaria a parte pen-
sante do ser humano, distinta de outras representações.
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Figura 7 – Zahra e Massoumeh
Fonte: Reprodução
Na análise deste filme, considere a condição de Ernst Cassirer (1874-1945), na qual
os símbolos utilizados pelo homem para a feição de suas representações do mundo
objetivo possuem peculiar autonomia, dizendo respeito ao espaço, que seria, em
primeiro lugar, a percepção mais imediata da realidade.
Procusto era um bandido que assaltava viajantes e os obrigava a se deitar em seu leito de
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Suas Possibilidades Ante a Condição Humana
Assim como Georg Gusdorf, Cassirer (1975) investiga o processo da fala como
uma característica puramente humana, bem como os processos performativos da
linguagem, a qual deriva e procede do pensamento humano, determinando o seu
comportamento, tão influenciado pela simbologia cultural, a ponto de ser caracte-
rizado como um animal symbolicum.
Derrida (2002) cita que para os gregos, bárbaros eram aqueles possuidores de
uma linguagem inarticulada, portanto, desprezados por sua locução deficiente e que
não sabiam falar o grego; sentimento compartilhado mais tarde pelos romanos. Oví-
dio, em seu exílio no Mar Negro, mesmo sendo o testemunho da mais alta civilização
da época, escreveu: “Barbarus hic ego sum, quia non intelligor ulli” – “Incapaz de
me fazer compreender, aqui eu sou o bárbaro”. O termo bárbaro teve estreita rela-
ção com balbus, balbutiens, com o alemão babbeln e com o francês babiller, em
estreita ligação desses vocábulos com o nome dado à Babel, em evidente conotação
do episódio da Torre com os bárbaros que pronunciavam palavras incompreensíveis.
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do futuro que deram poder à nossa espécie para ter esperança, para
ultrapassar a extinção do indivíduo. Nós resistimos, resistimos criativa-
mente, em razão de nossa decisiva capacidade de dizer não à realidade,
de construir ficções de alteridade para nossa consciência habitar, uma
alteridade sonhada, desejada ou esperada. É nesse exato sentido que o
utópico e o messiânico são figuras de sintaxe. (STEINER, prefácio, 2005)
Dufrenne (2004) aconselha ao gramático enunciar regras para uma língua recor-
rendo à língua para formulá-las, mas também as procurando na fala e, no limite,
no conjunto de todas as falas, pois a língua é o que assegura a unidade de todos
os discursos possíveis nessa fala. Cassirer (1975) reporta a dificuldade encontrada
por Dufrenne e a classifica de “as camadas geológicas da fala”, duas formas de
linguagem: uma coloquial, mais representada pela linguagem proposicional; uma
propriedade do mundo animal em geral, de onde surge expressões involuntárias
de sentimentos, ligados à linguagem emocional. Para Cassirer (1975), a diferença
entre as linguagens proposicional e emocional se constitui da verdadeira fronteira
entre o mundo humano e o mundo animal. A outra forma de linguagem está calca-
da na estrutura sintática e lógica da língua culta.
Fonte: http://bit.ly/2k1j3hv
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UNIDADE Introdução à Antropologia Filosófica e às
Suas Possibilidades Ante a Condição Humana
Figura 9
Fonte: Wolfgang Kohler
A experiência de Köhler, mostra que nos animais existe uma inteligência, mes-
mo que reduzida em relação aos humanos, a qual reflete uma capacidade mental de
raciocinar, planejar e, resolver problemas, a qual leva a um aprendizado.
Fonte: http://bit.ly/2JJNfXc
Figura 10
Fonte: Wikimedia Commons
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Carla Araújo Vieira explica que as principais características da espécie são uma
postura ereta, uma cultura matriarcal e igualitária. Vivem em comunidades de, em
média, trinta a oitenta indivíduos, movendo-se em grupos menores quando em
busca de alimento.
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Suas Possibilidades Ante a Condição Humana
Para Ernst Cassirer (1975), exatamente em face desse processo dinâmico, onde
são mobilizadas imaginação e inteligência simbólicas, seriam as razões pelas
quais a vida humana extrapolaria as suas condições biológicas e sociais. Se
validarmos a ideia de que o conceito de cultura possa ser estendido aos animais
não humanos, certamente tanto as Ciências Sociais, quanto as Ciências Biológicas
precisarão revisar os seus paradigmas e valores, pois todo o sistema cultural possuir
uma lógica própria seria um ato primário e insensato de etnocentrismo imaginar
poder transferir a lógica de um sistema para outro, não obstante essa ser a ten-
dência usual, considerar lógico apenas o sistema próprio no qual se está inserido e
atribuir a outros quaisquer uma altiva irracionalidade. Em sua filosofia das formas
simbólicas, Ernst Cassirer nomeadamente mostra que a questão da linguagem e
concomitantemente a dos símbolos são tão antigas como a questão do ser.
Gillo Dorfles (1992), apoiado no Ensaio sobre o homem de Cassirer, faz uso
da apreensão senciente, ao admitir que se possa notar nos animais uma resposta a
sinais, mas jamais a símbolos, porque somente os homens detêm a particularidade
de construir e reagir a estes. Segundo Dorfles (1992), os homens estão a tal ponto
envolvidos por formas linguísticas que expressam símbolos místicos, ritos religiosos
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e outros que não são mais capazes de ver ou conhecer o mundo, senão por inter-
posição desta relação semiótica.
Logo, em vez de definir o homem como animal rationale, deveríamos
tê-lo como animal symbolicum. Ao fazê-lo, podemos designar sua dife-
rença específica e entender o novo caminho aberto para o homem no
caminho para a civilização. (CASSIRER apud DORFLES, 1992, p. 24)
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Suas Possibilidades Ante a Condição Humana
Figura 11
Fonte: Getty Images
Na mandala existem duas figuras distintas: um quadrado e um círculo combina-
dos em uma forma que poderia ser chamada de mística. Segundo Giuseppe Tucci
(1969), em seu livro Teoria e prática da madala, o sentido literal da mandala é o
círculo ou centro, no qual o círculo é o símbolo do Cosmos na sua totalidade, en-
quanto o quadrado é o símbolo da terra, ou do mundo construído pelo homem. O
seu centro, a morada da divindade, está contido dentro do quadrado, o palácio do
ser interior, rodeado por um círculo, ou por uma série de círculos, cada um simboli-
zando determinada fase da iniciação ou nível da consciência. A mandala é a Terra e
o homem é, ao mesmo tempo, o átomo que compõe a essência material do homem
e a Galáxia dentro da qual a Terra não passa de um átomo. Na tradição oriental, a
mandala é, em essência, um veículo para concentrar a mente, de modo a permitir
que vá além de seus limites costumeiros.
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Exercício 3 – Análise Simbólica:
A intenção foi sobrepor linhas verticais com círculos concêntricos para mostrar a união
dos homens com o Criador.
Cassirer (1975) faz com que a crítica da razão kantiana se torne uma crítica da
cultura, ao ampliar e complementar o sistema criticista, sobretudo nas esferas mais
visadas pelo qual: a linguagem e o mito. Cassirer (1975) distingue a grade simbó-
lica da experiência humana e realça o quanto o homem é envolvido pela qual, a tal
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Suas Possibilidades Ante a Condição Humana
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Em seu Essay sur l`homme, ao abordar La crise de La connaissance de soi,
Ernst Cassirer (1975, p. 19) questiona: «Qu`est-ce que l`homme ? L`homme est cet-
te créature qui est constamment en quête de soi-même et quie, à chaque instant,
doit examiner minutieusement les conditions de son existence».
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Suas Possibilidades Ante a Condição Humana
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
A posição peculiar do homem no mundo segundo o filosofo Max Scheler
MIGUEL, M. R. A posição peculiar do homem no mundo segundo o filosofo Max
Scheler. Campinas, SP: PUC, 2014.
Discurso pela dignidade do homem
PICO, G. Discurso pela dignidade do homem. Porto Alegre, RS: Fi, [20--].
http://bit.ly/2JLXABW
Filmes
O ponto de mutação
O Ponto de Mutação refere a obra escrita por Fritjof Capra, Editora: Cultrix, Ano: 1982.
http://bit.ly/2k3dXBo
Leitura
O conceito Homo Mensura
SARDI, G. C. O conceito Homo Mensura. Revista Contemplação, n. 16, p. 111-122, 2017.
http://bit.ly/2JOuIsK
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Referências
BERTOLINO, P. et al. As emoções – Psicologia Fenomenológica Existencialista.
Florianópolis, SC: Independentes; Núcleo Castor de Estudos e Atividades em Exis-
tencialismo, 1998.
CASSIRER, E. Essai sur l`homme. Trad. Norbert Massa. Paris: Les Éditions de
Minuit, 1975.
DORFLES, G. O devir das artes. Trad. Pier Luigi Cabra. São Paulo: Martins Fon-
tes, 1992.
FROMM, E. Análise do homem. Trad. Octavio Alves Velho. Rio de Janeiro: Zahar,
1970.
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UNIDADE Introdução à Antropologia Filosófica e às
Suas Possibilidades Ante a Condição Humana
______. Crítica de La razón pura. Trad. José Rovira Armengol. Buenos Aires:
Losada, 1960a.
______. Homo Loqvens flos Sanctorvm – flos mvlieris. Revista Científica Àgora,
Caçador, SC, 2008.
______. Do contrato social. Trad. Lourdes Santos Machado. São Paulo: Vitor
Civita, 1983b. (Col. Os Pensadores).
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SANTO AGOSTINHO. Solilóquios. Trad. Antonio A. Minghetti. São Paulo:
Scala, 2006.
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