Revisão Linguagens ENEM 2023

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Revisão Gramática - ENEM

1. (Enem 2022) Morte lenta ao luso infame que inventou a calçada portuguesa. Maldito D. Manuel I e sua corja de
tenentes Eusébios. Quadrados de pedregulho irregular socados à mão. À mão! É claro que ia soltar, ninguém reparou
que ia soltar? Branco, preto, branco, preto, as ondas do mar de Copacabana. De que me servem as ondas do mar de
Copacabana? Me deem chão liso, sem protuberâncias calcárias. Mosaico estúpido. Mania de mosaico. Joga concreto
em cima e aplaina. Buraco, cratera, pedra solta, bueiro-bomba. Depois dos setenta, a vida se transforma numa
interminável corrida de obstáculos. A queda é a maior ameaça para o idoso. “Idoso”, palavra odienta. Pior, só “terceira
idade”. A queda separa a velhice da senilidade extrema. O tombo destrói a cadeia que liga a cabeça aos pés. Adeus,
corpo. Em casa, vou de corrimão em corri - mão, tateio móveis e paredes, e tomo banho sentado. Da poltrona para a
janela, da janela para a cama, da cama para a poltrona, da poltrona para a janela. Olha aí, outra vez, a pedrinha
traiçoeira atrás de me pegar. Um dia eu caio, hoje não. TORRES, F. Fim. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.

O recurso que caracteriza a organização estrutural desse texto é o(a)


a) justaposição de sequências verbais e nominais.
b) mudança de eventos resultante do jogo temporal.
c) uso de adjetivos qualificativos na descrição do cenário.
d) encadeamento semântico pelo uso de substantivos sinônimos.
e) inter-relação entre orações por elementos linguísticos lógicos.

2. (Enem 2021) Os velhos papéis, quando não são consumidos pelo fogo, às vezes acordam de seu sono para contar
notícias do passado.
É assim que se descobre algo novo de um nome antigo, sobre o qual já se julgava saber tudo, como Machado
de Assis.
Por exemplo, você provavelmente não sabe que o autor carioca, morto em 1908, escreveu uma letra do hino
nacional em 1867 – e não poderia saber mesmo, porque os versos seguiam inéditos. Até hoje.
Essa letra acaba de ser descoberta, em um jornal antigo de Florianópolis, pelo pesquisador independente
Felipe Rissato.
“Das florestas em que habito/ Solto um canto varonil:/ Em honra e glória de Pedro/ O gigante do Brasil”, diz o
começo do hino, composto de sete estrofes em redondilhas maiores, ou seja, versos de sete sílabas poéticas. O trecho
também é o refrão da música.
O Pedro mencionado é o imperador Dom Pedro II. O bruxo do Cosme Velho compôs a letra para o aniversário
de 42 anos do monarca, em 2 de dezembro daquele ano – o hino seria apresentado naquele dia no teatro da cidade
de Desterro, antigo nome de Florianópolis.

Considerando-se as operações de retomada de informações na estruturação do texto, há interdependência entre as


expressões
a) “Os velhos papéis” e “É assim”.
b) “algo novo” e “sobre o qual”.
c) “um nome antigo” e “Por exemplo”.
d) “O gigante do Brasil” e “O Pedro mencionado”.
e) “o imperador Dom Pedro II” e “O bruxo do Cosme Velho”.

3. (Enem 2020) O ouro do século 21


Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário, térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de
nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação de um time de futebol, que ainda teria no banco de
reservas lantânio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais, chamados de terras-raras,
fazem parte da vida de quase todos os humanos do planeta. Chamados por muitos de “ouro do século 21”, “elementos
do futuro” ou “vitaminas da indústria”, eles estão nos materiais usados na fabricação de lâmpadas, telas de
computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos, baterias e até turbinas eólicas. Apesar de tantas
aplicações, o Brasil, dono da segunda maior reserva do mundo desses metais, parou de extraí-los e usá-los em 2002.
Agora, volta a pensar em retomar sua exploração. SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br.
As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas intencionalmente pelo autor do texto para
a) imprimir um tom irônico à reportagem.
b) incorporar citações de especialistas à reportagem.
c) atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.
d) esclarecer termos científicos empregados na reportagem.
e) marcar a apropriação de termos de outra ciência pela reportagem.

4. (Enem 2020) DECRETO N. 28 314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007


Demite o Gerúndio do Distrito Federal
e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII
e XXVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:
Art. 1º Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal.
Art. 2º Fica proibido, a partir desta data, o uso do gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA.
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 28 de setembro de 2007.
119º da República e 48º de Brasília Disponível em: www.dodf.gov.br.

Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerúndio, como “desculpa de ineficiência”, indica
a) conclusão de uma ação. b) realização de um evento. c) repetição de uma prática.
d) continuidade de um processo. e) transferência de responsabilidade.

5. (Enem 2020)

A frase, título do filme, reproduz uma variedade linguística recorrente na fala de muitos brasileiros. Essa estrutura
caracteriza-se pelo(a)
a) uso de uma marcação temporal. b) imprecisão do referente de pessoa. c) organização interrogativa da frase.
d) utilização de um verbo de ação. e) apagamento de uma preposição.

Toca a sirene na fábrica, no cais do Capibaribe.


e o apito como um chicote Deixas chorando na esteira
bate na manhã nascente teu filho de mãe solteira.
e bate na tua cama Levas ao lado a marmita,
no sono da madrugada. contendo a mesma ração
Ternuras da áspera lona do meio de todo o dia,
pelo corpo adolescente. a carne-seca e o feijão.
É o trabalho que te chama. De tudo quanto ele pede
Às pressas tomas o banho, dás só bom-dia ao patrão,
tomas teu café com pão, e recomeças a luta
tomas teu lugar no bote na engrenagem da fiação.
MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.

6. (Enem 2019) Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais e pronominais
a) ajuda a localizar o enredo num ambiente estático.
b) auxilia na caracterização física do personagem principal.
c) acrescenta informações modificadoras às ações dos personagens.
d) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as ideias do texto.
e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção dos referentes.

7. (Enem 2018) Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de manchas
sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-
me, enrolaram-me em panos molhados com água de sal – e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos
visitava, condenou o procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio a
minha mãe: o culpado era o nó. RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998.
Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a progressão temática. No fragmento, esse processo é
indicado
a) pela a alternância das pessoas do discurso que determinam o foco narrativo.
b) utilização de formas verbais que marcam tempos narrativos variados.
c) indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam os eventos narrados.
d) justaposição de frases que relacionam semanticamente os acontecimentos narrados.
e) recorrência de expressões adverbiais que organizam temporalmente a narrativa.
8. (Enem 2018) Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mudar seu comportamento por meio da associação de
verbos no modo imperativo à
a) indicação de diversos canais de atendimento. b) divulgação do Centro de Defesa da Mulher.
c) informação sobre a duração da campanha. d) apresentação dos diversos apoiadores.
e) utilização da imagem das três mulheres.

9. (Enem 2017) O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é você, Não sou daqui, Anda à procura de comida,
Sim, há quatro dias que não comemos, E como sabe que são quatro dias, É um cálculo, Está sozinha, Estou com o
meu marido e uns companheiros, Quantos são, Ao todo, sete; Se estão a pensar em ficar conosco, tirem daí o sentido,
já somos muitos, Só estamos de passagem, Donde vêm, Estivemos internados desde que a cegueira começou, Ah,
sim, a quarentena, não serviu de nada. Porque diz isso, Deixaram-nos sair, Houve um incêndio e nesse momento
percebemos que os soldados que nos vigiavam tinham desaparecido, E saíram, Sim, Os vossos soldados devem ter
sido dos últimos a cegar, toda a gente está cega, Toda a gente, a cidade toda, o país, SARAMAGO, J. Ensaio sobre a
cegueira. São Paulo: Cia. das Letras. 1995.

A cena retrata as experiências das personagens em um país atingido por uma epidemia. No diálogo, a violação de
determinadas regras de pontuação
a) revela uma incompatibilidade entre o sistema de pontuação convencional e a produção do gênero romance.
b) provoca uma leitura equivocada das frases interrogativas e prejudica a verossimilhança.
c) singulariza o estilo do autor e auxilia na representação do ambiente caótico.
d) representa uma exceção às regras do sistema de pontuação canônica.
e) colabora para a construção da identidade do narrador pouco escolarizado.

10. (Enem 2017) Naquela manhã de céu limpo e ar leve, devido à chuva torrencial da noite anterior, sai a caminhar
com o sol ainda escondido para tomar tenência dos primeiros movimentos da vida na roça. Num demorou nem um
tiquinho e o cheiro intenso do café passado por Dona Linda me invadiu as narinas e fez a fome se acordar daquela
rema letárgica derivada da longa noite de sono. Levei as mãos até a água que corria pela bica feita de bambu e o
contato gelado foi de arrepiar. Mas fui em frente e levei as mãos em concha até o rosto. Com o impacto, recuei e me
faltou o fôlego por alguns instantes, mas o despertar foi imediato. Já aceso, entrei na cozinha na buscação de derrubar
a fome e me acercar do aconchego do calor do fogão à lenha. Foi quando dei reparo da figura esguia e discreta de
uma senhora acompanhada de um garoto aparentando uns cinco anos de idade já aboletada na ponta da mesa em
proseio íntimo com a dona da casa. Depois de um vigoroso “Bom dia!”, de um vaporoso aperto de mãos nas
apresentações de praxe, fiquei sabendo que Dona Flor de Maio levava o filho Adão para tratamento das feridas que
pipocavam por seu corpo, provocando pequenas pústulas de bordas avermelhadas. GUIÃO, M. Disponível em:
www.revistaecologico.com.br. Acesso em: 10 mar. 2014 (adaptado).

A variedade linguística da narrativa é adequada à descrição dos fatos. Por isso, a escolha de determinadas palavras e
expressões usadas no texto está a serviço da
a) localização dos eventos de fala no tempo ficcional.
b) composição da verossimilhança do ambiente retratado.
c) restrição do papel do narrador à observação das cenas relatadas.
d) construção mística das personagens femininas pelo autor do texto.
e) caracterização das preferências linguísticas da personagem masculina.

11. (Enem 2017) João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado
publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão. Certo dia, uma
experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no tempo, retornando para aquela época e
podendo interferir no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e agora precisa
encontrar um jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que voltar novamente ao passado. Será que ele
conseguirá acertar as coisas? Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em: 4 out. 2011.

Qual aspecto da organização gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha, contribuindo para despertar
o interesse do leitor pelo filme?
a) O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há 20 anos atrás foi humilhado”.
b) A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo, como “retorna” e “descobre”.
c) A repetição do emprego da conjunção “mas” para contrapor ideias.
d) A finalização do texto com a frase de efeito “Será que ele conseguirá acertar as coisas?”.
e) O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao longo do texto para fazer referência ao protagonista “João/Zero”.

12. (Enem 2016) L.J.C.


— 5 tiros?
— É.
— Brincando de pegador?
— É. O PM pensou que...
— Hoje?
— Cedinho. COELHO, M ln: FREIRE, M. (Org). Os cem menores contos brasileiros do século. São Paulo:
Ateliê Editorial. 2004.
Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para a progressão temática. Nesse miniconto,
as reticências foram utilizadas para indicar
a) uma fala hesitante. b) uma informação implícita. c) uma situação incoerente.
d) a eliminação de uma ideia. e) a interrupção de uma ação.

13. (Enem 2016) De domingo


–– Outrossim...
–– O quê?
–– O que o quê?
–– O que você disse.
–– Outrossim?
–– É.
–– O que é que tem?
–– Nada. Só achei engraçado.
–– Não vejo a graça.
–– Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.
–– Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
–– Se bem que parece mais uma palavra de segunda-feira.
–– Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”.
–– “Ônus”.
–– “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.
–– “Resquício” é de domingo.
–– Não, não. Segunda. No máximo terça.
–– Mas “outrossim”, francamente...
–– Qual o problema?
–– Retira o “outrossim”.
–– Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás é uma palavra difícil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”.
VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada.
Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).
No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a)
a) marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indicativas dos dias da semana.
b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos formais.
c) caracterização da identidade linguística dos interlocutores, percebida pela recorrência de palavras regionais.
d) distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo emprego de palavras com significados pouco conhecidos.
e) inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras desconhecidas por parte de um dos interlocutores
do diálogo.

14. (Enem 2016) O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir. Isso não é verdade?
Não. O riso básico – o da brincadeira, da diversão, da expressão física do riso, do movimento da face e da
vocalização – nós compartilhamos com diversos animais. Em ratos, já foram observadas vocalizações ultrassônicas –
que nós não somos capazes de perceber – e que eles emitem quando estão brincando de “rolar no chão”. Acontecendo
de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro, o rato deixa de fazer essa vocalização e a
brincadeira vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que está sendo atacado. O que nos diferencia dos animais é que
não temos apenas esse mecanismo básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o senso de brincadeira,
como nós, mas não têm senso de humor. O córtex, a parte superficial do cérebro deles, não é tão evoluído como o
nosso. Temos mecanismos corticais que nos permitem, por exemplo, interpretar uma piada.
Disponível em: http://globonews.globo.com.
A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando o trecho “Acontecendo
de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro”, verifica-se que ele estabelece com a oração
seguinte uma relação de
a) finalidade, porque os danos causados ao cérebro têm por finalidade provocar a falta de vocalização dos ratos.
b) oposição, visto que o dano causado em um local específico no cérebro é contrário à vocalização dos ratos.
c) condição, pois é preciso que se tenha lesão específica no cérebro para que não haja vocalização dos ratos.
d) consequência, uma vez que o motivo de não haver mais vocalização dos ratos é o dano causado no cérebro.
e) proporção, já que a medida que se lesiona o cérebro não é mais possível que haja vocalização dos ratos.

Estatísticas - Questões do Enem


1-22% 2-31% 3-38% 4-20% 5-22% 6-15% 7-21%
8-25% 9-40% 10-33% 11-17% 12-24% 13-35% 14-22%

Gabarito:
1:A No texto, predominam sequências de orações absolutas, (“Me deem chão liso, sem protuberâncias calcárias”,
“A queda separa a velhice da senilidade extrema”), orações coordenadas (“Joga concreto em cima e aplaina”), quase
sempre justapostas a frases nominais, (“Mosaico estúpido. Buraco, cratera, pedra solta, bueiro-bomba.”). Assim, é
correta a opção [A], pois o segmento apresenta justaposição de sequências verbais e nominais, recurso utilizado por
Fernanda Torres em seu livro de estreia na arte literária, “Fim”.

2:D É correta a opção [D], pois , há interdependência entre as expressões “O gigante do Brasil” e “O Pedro
mencionado”, que se referem à mesma pessoa. A primeira refere-se a Pedro, caracterizado como pessoa de grande
valor e a segunda, ao mencionado anteriormente no verso “Em honra e glória de Pedro”.

3:C As aspas são usadas para delimitar uma citação, título ou, como no caso das usadas pelo autor do artigo,
realçar certas palavras ou expressões. “Ouro do século 21”, “elementos do futuro” e “vitaminas da indústria” constituem
metáforas que enfatizam e, por isso, atribuem maior valor aos metais, como se afirma em [C].

4:D Como o gerúndio é a forma nominal do verbo que indica continuidade, indicando desenvolvimento de uma ação
em andamento, podemos deduzir que a proibição determinada por decreto pretende dar prosseguimento a processos
em curso. Assim, é correta a opção [D].

5:E A frase “Que horas ela volta?” omite a preposição “a”, obrigatória pela regência do verbo voltar. Segundo as
normas da gramática normativa, a frase deveria ter a seguinte configuração: A que horas ela volta? Assim, é correta a
opção [E].

6:E As formas verbais e pronominais apontam para dois referentes. Enquanto que os verbos na segunda pessoa
do singular (“tomas”, “deixas”, “devas”, “dás”) e os pronomes (“tua”, “te”, “teu”) se referem à operária, a 3ª pessoa
identifica o patrão (“ele pede”). Assim, a utilização desses elementos permite distinguir os referentes, ao mesmo tempo
que auxilia na arquitetura do poema, como transcrito em [E].

7:B No excerto de “Infância”, observa-se que o autor executa um processo memorialístico que oscila entre o
passado e o presente, num jogo entre um narrador que lembra e analisa o recordado e a personagem-menino que se
localiza no enunciado. O relato com termos verbais no pretérito perfeito do indicativo (“surrou-me”, “me pintou”,
“Deitaram-me”, “enrolaram-me”) é interrompido por digressões com verbos no gerúndio e pretérito imperfeito do
indicativo (“virando”, “distinguia”) que transmitem ideia de continuidade e duração no momento em que estão sendo
enunciados. Assim, é correta a opção [B].
8:E A associação de termos verbais no imperativo (“rompa”, “denuncie”) com a imagem de três mulheres que
cobrem os olhos, boca e ouvidos – sugerindo a passividade perante diversos tipos de assédio de que frequentemente
são vítimas – indica que a campanha busca convencer o leitor a mudar seu comportamento. Assim, é correta a opção
[E].

9:C O prémio Nobel da Literatura português inovou na maneira como utiliza o ponto final e a vírgula (que ele prefere
chamar de sinais de pausa) marcando a frase com outro ritmo dado pela oralidade, um ritmo prosódico que é típico de
quem fala a língua. No excerto do enunciado, o início da fala de cada personagem é assinalado apenas por uma
capitular, formando diálogos dispostos em sequência acelerada coerente com o ambiente caótico em que decorre a
narrativa. Assim, é correta a opção [C].

10:B O uso de vocabulário típico da linguagem coloquial, que não exige a atenção total às regras da gramática
padrão como “num”, “tiquinho”, “buscação” e “proseio”, é coerente com o cotidiano simples da realidade rural,
conferindo verossimilhança à descrição. Assim, é correta a opção [B].

11:B O uso do presente do indicativo para descrever fatos ocorridos no passado (chamado presente histórico ou
narrativo) confere mais vivacidade ao texto e realça os acontecimentos que estão sendo descritos. Dessa forma, o
narrador volta ao momento dos acontecimentos, narra como se presenciasse as cenas, tornando o texto mais dinâmico
e criando maior expectativa ao leitor. Assim, é correta a opção [B].

12:B O miniconto caracteriza-se por ser uma narração com o mínimo de palavras possíveis, de maneira a que todo
o contexto seja mais sugerido do que narrado. As elipses deixam ao leitor a tarefa de “preencher” essas sugestões e
entender a história por trás da história escrita. No texto de Marcelo Coelho, as reticências indicam uma informação de
conhecimento do contexto social e dos personagens, o que explicaria a ação do policial ao desferir os cinco tiros que
mataram o menino que brincava de “pega-ladrão”: o policial pensou que L.J.C. era um bandido, estava armado e
oferecia perigo. Assim, é correta a opção [B].

13:B Ao associar palavras usadas em contextos formais a dias da semana, o diálogo cria uma situação humorística
devido à carga irônica que o autor imprime ao texto. Assim, é correta a opção [B].

14:C O trecho “Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro” estabelece uma
relação de condição com a oração “o rato deixa de fazer essa vocalização”. Assim, é correta a opção [C], pois, segundo
o autor, os ratos só deixarão de fazer a vocalização se os cientistas causarem um dano nos seus cérebros.

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