A Sistemática Da Gestão Da Produção e Suas Operações Estratégicas
A Sistemática Da Gestão Da Produção e Suas Operações Estratégicas
A Sistemática Da Gestão Da Produção e Suas Operações Estratégicas
1. Introdução
A busca da excelência tanto na eficiência como nos resultados da eficácia ao se
trabalhar com matérias-primas capazes de serem transformadas em produtos para o mercado
global tem sido a máxima de grandes industrias as quais no atual mercado competitivo, são
lhes cobradas estratégias comerciais aliadas a grandes investimento na produção esses
produtos em sua comercialização tenha a aceitação devida e fidelíssima para o consumidor
final configurando-se também, num bom retorno comercial e financeiro esperado pela
empresa, e que o produto seja sustentável durante e após sua divulgação e apreciação como
produto de excelente qualidade. Este trabalho apresenta de forma reduzida como novas visões
e estratégias de gestão da produção devem ser constatadas nos diversos campos da
manufatura de produtos até que cheguem aos clientes de uma maneira fácil, com boa
qualidade e custos baixos, utilizando métodos e ferramentas administrativas avançadas no
processo do produto para que o mesmo chegue às prateleiras e saia a contento das
necessidades individuais ou de grupos consumidores em potencial.
Para suprir as necessidades básicas como: alimento, transporte, vestimenta, higiene,
etc., itens que se esgotam a serem consumidos, os homens precisa renová-los através de
grandes produções, por isso é necessário gerenciar esta produção cautelosamente, organizada
e buscando sempre a eficiência em todo o processo produtivo. Para que essa produção tenha
êxito são utilizados diversos recursos naturais provenientes da natureza retirados pela força do
trabalho e transformados em bens de capital na forma de máquinas e equipamentos (ROCHA,
2002).
Administrar a produção é a gestão no processo de conversão que transforma insumos
(matéria-prima e mão-de-obra), em resultados na forma de produtos acabados e serviços.
Definida também de acordo com perspectivas corporativas como o gerenciamento dos
recursos diretos que são necessários para a obtenção dos produtos e serviços de uma boa
organização. Essa conversão através de uma perspectiva operacional é denominada como um
processo de transformação especialmente em organizações de manufatura.(DAVIS et al,
2001).
A Administração da Produção é o ato de produzir produtos para lançar no mercado,
constituída por um bem econômico e por todas as operações que lhe agreguem valor
1
XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
(RITZMAN et al, 2004). Pode ser dito também que Administração da Produção é a arte e a
ciência que combina os insumos e os recursos organizacionais existentes para a produção de
bens e serviços de forma racional. É a produção de bens materiais com valor ou sem valor
econômico, podendo esses bens ser classificados de diversas formas, a depender de seu
destino específico.
Esta parte da ciência administrativa tem uma importância ímpar já que foi neste setor
que os mais conhecidos administradores na tradição ocidental deram início à chamada
revolução científica de Administração. As obras de Taylor, Ford e Gilbreth, por exemplo,
eram por excelência estudos de Administração da Produção. A importância de se desenvolver
a cultura de gerenciamento da produção, deve-se também, segundo Cleto (2002), ao fato do
sistema produtivo estar em constante transformação e à evolução da gestão de recursos
humanos. O sistema produtivo nos últimos 50 anos vem passando por mudanças,
transformações principalmente no grupo da tecnologia de máquinas, SI, automação robótica,
telecomunicações tornando o planejamento e controle das operações mais eficientes. A gestão
de recursos humanos é outro grupo que significativamente emoldura esse quadro de
desenvolvimento através de novos conceitos e métodos sendo ambos motivo de vantagem
competitiva elevando as empresas a patamares de desenvolvimento e crescimento
significativos.
Embora as mudanças no setor de produção tenham sofrido uma grande revolução, há
técnicas tradicionais, algumas inclusive com denominações novas, que orientam basicamente
o trabalho dos gestores de produção. Estas técnicas estão relacionadas aos seguintes
fenômenos:
- produtividade,
- benchmarking,
- PCP - planejamento das atividades e do processo produtivo, dos incentivos ao material
humano,
- processo de fabricação;
- inovações derivadas do avanço tecnológico (just in time, MRP, inovações
computadorizadas e lay-out) e
- respeito ao meio ambiente.
2. As ferramentas da gestão
2.1 Produtividade
A noção de produtividade é fundamental na gestão da produção. Organizações
governamentais e pessoas físicas na busca de retorno financeiro em operações de produção
tentam manter o ciclo produtivo utilizando formas de medir o desempenho produtivo através
da relação entre a quantidade produtiva (Q) e os recursos que lhe deram origem. Para melhor
explicação, este raciocínio pode ser descrito por esta fórmula:
Pd = quantidade / recursos
2
XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
Equipamentos Procedimentos
Informações Mão-de-obra
FIGURA n. 1. Processo de transformação na matéria-prima, adaptado de Rocha, 2002.
2.2. Benchmarking
Benchmarking é outra técnica simples e importante na empresa atual. Essencialmente
é o processo para se identificar os melhores padrões, ou os modelos de excelência, de
produtos, serviços ou processos e através deles fazer as necessárias inovações na organização
para se atingir aqueles padrões. É uma busca das melhores práticas (BUTTA & HUQ, 1999).
O benchmarking ajuda o processo de inovação das organizações, já que a empresa já vai à
busca de experiências já testadas. Permite às empresas a enxergarem além de suas fronteiras
internas, o que pode trazer dividendos em termos de aprendizado, se for executado com os
devidos cuidados. Permite também às empresas a desenvolver um plano de melhoria contínua
para o setor (CAMP, 1998). Mais importante ainda é a contribuição de Peltola, Torkelia e
Tuimala (2002), identificando o excelente desempenho desta ferramenta para melhoria de
todo o processo fornecedor – comprador. Ele usa basicamente as técnicas de AHP (Analytic
Hierarchy Process) e GSS( Group Suport System). Em suma, esta é uma prática antiga, mas
que tem trazido resultados importantes em muitas organizações onde é utilizada. Há
indicações, segundo o Instituto Euvaldo Lodi (2006), de que benchmarking vem sendo
utilizado por um número crescente de empresas em todo o mundo, o que dá uma segurança
maior para sua utilização.
De acordo com (ROCHA, 2002), o PCP é uma unidade responsável pela mobilização
de recursos necessários à fabricação dos bens estando nele centralizado todo processo
decisório de planejamento. Através do PCP a empresa mobiliza insumos ou recursos
necessários para o processo de fabricação. Tem como função de posse de pedidos ou da
previsão da demanda determinar, o que, quando, onde, como com quem e quando produzir,
3
XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
4
XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
5
XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
Uma outra ferramenta que tem sofrido seguidas transformações com a evolução dos
estudos organizacionais é o lay-out, ou arranjos físicos, que é uma atividade feita para
organização num ambiente de trabalho, esperando maximização na função do processo
produtivo com otimização do espaço físico disponível (ROCHA, 2002), tendo como objetivo
utilizar racionalmente do ambiente, reduzir ao mínimo as movimentações de materiais,
produtos e pessoas, otimizar o fluxo produtivo, oferecer melhores condições de trabalho aos
funcionários, evitar investimento desnecessário, permitir manutenção e possibilitar a
supervisão da produção e da qualidade dos produtos e serviços.
A evolução das técnicas de produção, a padronização de procedimentos, a revolução
da qualidade e das comunicações têm exercido forte influência nos estudos de lay-outs. Hoje
há grandes organizações que utilizam basicamente o sistema de terceirização na montagem
de produtos complexos, tais como na indústria automobilística. Os fornecedores montam seus
equipamentos dentro das indústrias que os adquirem fábricas, dando-lhes a garantia de
qualidade requisitada. Não se trata apenas de garantia de produto, mas da própria montagem,
que anteriormente pertencia às companhias montadoras. Assim, há uma clara evolução nos
tipos tradicionais de lay-out, conhecidos como arranjo físico em linha, funcional, físico
celular e posicional.
Claro que os gestores de produção vêem-se hoje com uma responsabilidade muito
maior, já que o leque de possibilidade de disposição e arranjos físicos das manufaturas é bem
mais elástico. Somente, processos como o de terceirização, o de produção mundial (onde
partes de um mesmo produto, tal como sistema de injeção eletrônica, ou sistemas hidráulico e
de freio são produzidos em diferentes países e podem ser montados dentro da fábrica por
diferentes equipes. A responsabilidade aumenta na proporção em que os padrões de qualidade
devem ser devidamente mensurados. Um bom exemplo sobre este ponto acha-se retratado na
figura n. 2 sobre rede global da Ford para apoiar a manufatura do Escort.
6
XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
7
XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
3. Metodologia e resultados
Este trabalho é basicamente uma pesquisa de campo com o exame minucioso do que
as empresas vêm fazendo para melhorar seu perfil de condução racional dos processos de
produção. Não se buscou aqui desenvolver um esquema ou um roteiro da Administração da
Produção em empresas, mas tão somente verificar algumas ferramentas que elas estão
empregando com afinco atualmente e que acham que são as mais importantes em suas áreas.
Buscava-se também as ferramentas mais efetivas e utilizadas no dia a dia da
corporação. Estas ferramentas escolhidas são aquelas que pequenos gestores de produção
apontaram como as mais importantes e capazes de fazer uma diferença positiva para as
empresas se bem utilizadas.
Para tanto foram consultadas gerentes de pequenas firmas no entorno de Fortaleza para
verificar o grau que seus funcionários tinham destas funções tradicionais em sua maioria da
Administração da Produção. As empresas são uníssonas em reportar-se à maior
responsabilidade que hoje estão sob sua responsabilidade, tais como:
Vale destacar, no entanto, que mesmo atribuindo-se aos avanços tecnológicos o mérito
pela evolução da Administração, é bom considerar que fatores como respeito ao meio
ambiente e responsabilidade social, considerado um capítulo progressivo da Administração,
já eram reclamados das empresas séculos antes das conferências de Belgrado e de Estokolmo.
As igrejas e as principais religiões, todas elas, vem ao longo destes últimos 20 séculos
defendendo políticas de responsabilidade social, de apoio ao meio ambiente e às coisas da
criação.
O setor de gestão da produção apenas viu desabrochar em seu seio este grito de
resgate milenar dos recursos da terra que estavam sendo dilapidados. A bem do resgate das
raízes do movimento ambiental, é bom lembrar que todas tradições importantes da cultura
moderna, tal como o confucionismo, o budismo, o cristianismo e o islamismo, pregaram o
respeito ao meio ambiente e a responsabilidade social. Este movimento estava faltando e
chegou na hora certa, ainda que muitos dos gerentes consultados tenham se mostrado
relutantes diante de alguns dos tópicos relativos ao meio ambiente.
Afora estas desavenças no tocante aos avanços da gestão de produção, os gerentes
consultados foram unânimes em apontar que o instrumental aqui comentado é suficiente para
incrementar e melhorar significativamente o desempenho do setor de produção ns empresas.
Conclusão
8
XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
Os setores produtivos tem uma grande importância quanto a qualidade final das operações são
manuseadas com aptidão por gente qualificada que não comprometem a produção em escala
de determinados produtos e nem o meio ambiente com os recursos extraídos e mau utilizados
no processo de descarte. A abordagem do processo de produção explorada neste trabalho
destaca a importância das empresas investirem em tecnologia, material humano qualificado e
na redução de sobras de produção de determinados produtos que fazem a diferença quando
em excesso têm seu processo produtivo mal elaborado.
Ao se utilizar sistemas de produção enxuta, a empresa determina seu potencial quando
os resultados esperados são comprovados pela eficiência desses sistemas. Sem falar na
aplicação em locais físicos de lay-outs que confirmam a eficiência na produção sem perda de
tempo para ajustes ou reposicionamento contribuindo com isso numa distribuição eficaz dessa
produção e na fidelização adquirida pelos consumidores de produtos elaborados e produzida
dentro da máxima da gestão produtiva.
Referências Bibliográficas
BHUTA, Khurrum S. & HUQ, Faizul. Benchmarkin – best practices: na integrated approach. Benchmarking,
an International Journal. ISSN 1463-5771. Vol. 6 (3): 254-268, Setembro de 1999.
CAMP, RC. Business Process Benchmarking: Finding and Implementing Best Practices , ASQ, USA, ISBN 0-
87389-296-8, 464 p, 1995
CLETO, Marcelo Transformações econômicas e a avanços tecnológicos que determinam o desenvolvimento das
novas as formas de gestão da produção: a gestão da produção nos últimos 45 anos. Revista FAE BUSINESS,
n.4, dez. 2002.
GRUENZNER, Gerrit. Avaliação da poeira de sílica: um estudo de caso em uma pedreira na região
Metropolitana de São Paulo-Tese defendida na USP- 2003- Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/>Acesso em: 19/02/2006.
INSTITUTO EUVALDO LODI - Santa Catarina - IEL/SC. Portal. Informações disponíveis em: <
http://www.iel-sc.com.br/serv_1_bench.php> Acesso em: <5/abril/2006>
RITZMAN, Larry P. Administração da Produção e Operações – Larry P. Ritzman, Lee J. Krajewski. Trad.
Roberto Galman – Prentice Hall, São Paulo, 2004. 431p.
ROCHA, Duílio Reis. Fundamentos da administração da produção – ed. Gráfica LCR Ltda. Fortaleza, 2002.
302p.
PELTOLA, S; Torkelia, M & TUIMALA, J. Integrating GSS and AHP: experiences from Benchmarking of
Buyer-Supplier Relationships. Proceedings of the 35th Hawaii International Conference on System Sciences –
2002. CD-Rom. Disp. em: < www.hicss.hawaii.edu/HICSS_35/HICSSpapers/PDFdocuments/CLUSR05.pdf -
Acesso em: <12/abril/2006>
ZIPKING, Paul H.“Does Manufacturing Need a JIT Revolution” Harvard Business Review (January and
February of 1991), p.41.