Parecer Jurídico - Processo 0150-23 (Locação de Imóvel - LEI 14.133 - Saúde)

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

PREFEITURA MUNICIPAL DE APIACÁ


PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO

ANÁLISE E MANIFESTAÇÃO JURÍDICA

Processo Administrativo nº 0150/2024

EMENTA: LOCAÇÃO DE
IMÓVEL – OBSERVÂNCIA
DOS ARTS. 51 E 74, INC. V
DA LEI 14.133/21.

I – RELATÓRIO

Por solicitaçã o do Ilmo. Secretá rio Municipal de Saú de da Prefeitura Municipal de Apiacá -ES, os
autos referentes ao processo em epígrafe, onde transcorre o procedimento para LOCAÇÃO DE IMÓVEL, foram
encaminhados a esta Procuradoria Jurídica para consulta quanto à possibilidade de contrataçã o por dispensa
de licitação.

II – FUNDAMENTAÇÃO

Pelo que se depreende dos autos, observo que o objetivo do processo é a realizaçã o de Contrato
de Locaçã o de Imó vel, em que a Secretaria Municipal figura como LOCATÁRIA do imó vel constante deste
processo.

Desde já , vale dizer que a previsã o legal para a referida contrataçã o se baseia na inteligência do
Art. 51 e Art. 74, inc. V, ambos da Lei n.º 14.133/21. Vejamos:

Art. 51. Ressalvado o disposto no inciso V do caput do art. 74 desta Lei, a locação de imóveis
deverá ser precedida de licitação e avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos
custos de adaptações e do prazo de amortização dos investimentos necessários.

Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial nos casos de:
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização tornem
necessária sua escolha.
§ 5º Nas contratações com fundamento no inciso V do caput deste artigo, devem ser
observados os seguintes requisitos:
I - avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos de adaptações, quando
imprescindíveis às necessidades de utilização, e do prazo de amortização dos investimentos;
II - certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e disponíveis que atendam ao objeto;
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III - justificativas que demonstrem a singularidade do imóvel a ser comprado ou locado pela
Administração e que evidenciem vantagem para ela.

Conforme se pode inferir, cumpre à Administraçã o estabelecer, de modo motivado, nos autos do
processo administrativo de contrataçã o, o prazo que entender mais conveniente e oportuno para a celebraçã o
dos contratos de locaçã o de imó vel nos quais ocupe a condiçã o de locatá ria. Nã o há um prazo certo aplicá vel a
toda e qualquer situaçã o. Pelo contrá rio, o importante é que seja definido, de modo motivado, um prazo
determinado.

Nesses moldes, entende-se possível estabelecer o prazo inicial de vigência com base no período
de tempo necessá rio para amortizaçã o dos custos de instalaçã o, por exemplo, bem como prever, no contrato, a
possibilidade de prorrogaçõ es futuras por um período má ximo de tempo, de modo a evitar futuras mudanças
de endereço que prejudiquem a manutençã o da prestaçã o dos serviços executados pela Administraçã o.
Adotada essa fó rmula, poderia ser definida a vigência inicial por dez anos, prorrogá veis por iguais e sucessivos
períodos por até 30 anos, por exemplo.

Avançando o tema, entendo pela necessidade de apresentar os requisitos legalmente exigidos


para a formalizaçã o de contratos de locaçã o de imó veis pela Administraçã o Pú blica, quais sejam:

 Demonstraçã o, pelo solicitante, do Interesse Público na contrataçã o, justificando/demonstrando a


singularidade do imó vel a ser locado pela Administraçã o, evidenciando a vantajosidade para a mesma.
 Avaliação prévia do bem, do seu estado de conservaçã o, dos custos de adaptaçõ es, quando
imprescindíveis à s necessidades de utilizaçã o, e do prazo de amortizaçã o dos investimentos;
 Certificaçã o da inexistência de imóveis públicos vagos e disponíveis que atendam ao objeto;

Desde logo, observo que os requisitos legalmente exigíveis à formalizaçã o do referido


contrato estã o presentes aos autos, atendendo, portanto, as exigências legais.

III – CONCLUSÃO

Por todo exposto, respeitosamente, desde que anexado aos autos a documentaçã o
apontada acima, entendo pela possibilidade do prosseguimento dos autos, nos termos do art. 24, inc. X e 62, §
3º, inc. I, da Lei 8.666/93, retornando à Secretaria solicitante para complementar os autos e, em seguida,
encaminhá -los ao Gabinete do Excelentíssimo Senhor Prefeito para ciência do presente.

É o parecer.

Procuradoria Geral do Município de Apiacá-ES, 19 de setembro de 2022.

Atenciosamente,
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PREFEITURA MUNICIPAL DE APIACÁ
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO

THADEU MOREIRA HUDSON


Procurador Geral do Município
Matrícula 305906

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