Eq. Conservacao

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Equações de Conservação

Angela O. Nieckele

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro


Departamento de Engenharia Mecânica
DFC - Grupo de Dinâmica dos Fluidos Computacional
Objetivo

 Apresentação das equações de conservação


para analisar escoamento multifásicos

2
Introdução
 Fases:
 Sólida (partículas)
 Líquido (uma ou mais imiscíveis)
 Gás

 Escoamentos Bifásicos:
 Gás/Líquido
 Gás/Sólido
 Líquido/Líquido

 Multifásico
 Gás/Líquido/Líquido
 Gás/Sólido/Líquido
 Gás/Sólido/Líquido/Líquido

3
Introdução
 Classificados de acordo com a estrutura
 Separados, misturados ou dispersos
estratificado

estratificado
ondulado

bolhas alongadas

golfadas

anular

bolhas golfadas caótico anular


bolhas dispersas

Escoamento multifásicos são mais complexos de serem


modelados do que escoamentos monofásicos, devido a
estrutura complexa e desconhecida das interfaces
4
Introdução
 Padrão de Escoamento: A importância em
conhecer o padrão de escoamento é clara. É
necessário para:
 avaliar a transferência de calor, queda de
pressão, etc.,
 Realizar cálculos, visando determinar a condição
de operação de equipamentos.
 modelar o escoamento, pois dependendo do
padrão, diferentes aproximações e
consequentemente modelos podem ser mais
apropriados

5
Introdução
 Escoamento monofásico:
 Leis de conservação: massa, quantidade de movimento e
energia
 Condição de contorno: entrada, paredes, simetria e saída
 Classificado em laminar ou turbulento
 Escoamento multifásico
 Mesma leis de conservação que o escoamento monofásico
 Dificuldades:
 Múltiplas interfaces, deformáveis, móveis e desconhecidas
 Descontinuidade de propriedades
 Campos complexos nas regiões de interface
6
Leis de Conservação para
Escoamento Monofásico
 
 Conservação de massa  div( u )  0
t
 Conservação de quantidade de movimento
  u 
    u u     p r    ( [  u  ( u)T ])
t 2
p r  p   g  x    u
3
 Conservação de energia
  h 
    h u      q 
Dp
 τ :  u  q
t Dt
D( ) ( )
q   k T Dt

t
 u  ( )

7
Leis de Conservação para
Escoamento Multifásico
 Mesma leis de conservação que o escoamento
monofásico

Balanços ui
n2 1

Interfaciais n1

Ai
2

n1   n 2

8
Balanços Interfaciais
 Fluxo de massa interfacial

m k  k n k  (u k  ui )

ui  u ni  u ti

 uni velocidade de deslocamento da interface u ni  ui  n k

S / t
 Posição da interface S(x, t) u ni  ui  n k  
S

 Balanço de massa interfacial


2 2
  k n k  (u k  u i )  0 ou  m k  0
k 1 k 1
9
Balanços Interfaciais
 Fluxo momentum interfacial

M k  k n k  (u k  ui ) u k  n k   k

m k  k n k  (u k  ui )  k   pk I  τ k

M k  m k u k  n k   pk I  τ k 

 Balanço de quantidade de movimento interfacial


2
 Mk  Mm
k 1
10
Balanços Interfaciais
 Fonte de momentum de mistura

k
Mm  2 κ g n  Mm
normal tangencial

 Parcela normal representa o efeito líquido da curvatura da


interface, onde k é a curvatura média da superfície e g é a
tensão superficial.

 Parcela tangencial devido ao gradiente da tensão superficial.

11
Balanços Interfaciais
1
n2

A1

n1

 Balanço de energia A2
Ai
2

 Energia interna por unidade 1 1


ia   i d
de área interfacial:  
2

 ia 2  
 u 2


 ia  ui  M k  ui   k n k  (u k  ui ) ik  k   n k    k  u k  q k 
t k 1  

2 


 
taxa de trabalho
variação da transferência de energia do fluido de
realizado pela cada lado da interface
energia da
superfície tensão
superficial

12
Balanços Interfaciais
1
n2

A1

n1

 Fluxo energia interfacial Ai
A2 2

 2
 u 
Ek  m k  ik  k   n k   pk I  τ k   u k  q k 
 2 
 

2
 Balanço de energia interfacial  Ek  Em
k 1

 Fonte de energia de mistura: Em

13
Escoamentos Multifásicos
 Formulação local e instantânea para escoamentos
multifásicos é muito difícil

Classes de Modelos
 Modelos de “um fluido”: solução detalhada
das equações de Navier Stokes

 Modelos de equações reduzidas, uso de


grandezas médias

14
Modelos de “um fluido”

15
Modelos de “um fluido”
 solução detalhada das
equações de Navier
Stokes:
 Malha Adaptativa
 Fronteira Imersa
 Volume of Fluid (VOF)
 Level-Set

16
Modelos de “um fluido”
 Os diferentes fluidos podem ser identificados n
com a função degrau H (Heaviside).
Fluido 1: H = 1, Fluido 2: H = 0 A
H=0
H ( x, y )    ( x  x' )  ( y  y' ) d a' H=1
A S

 O gradiente de H pode ser avaliado utilizando o teorema


de divergência
H     ( x  x' ) ( x  x' ) n ds'
S (t )
y s n
 introduzindo coordenadas locais,
tangente (s) e normal (n) à frente

 H ( x, y )     ( s' )  (n' ) n' d s'    (n) n


S x
17
Modelos de “um fluido”:
Tratamento das Propriedades
 Massa específica:
 ( x, y )  1 H ( x, y )   o [1  H ( x, y )]
  ( x, y )  ( 1   o )  H ( x, y )  ( 1   o )  ( n ) n

 Equações análogas podem ser escritas para as outras


propriedades, como viscosidade e propriedades termo-
físicas
glg
 Ângulo de contato
 g sg g sl 
  arccos 
gás  líquido
g sg gsl
 g lg 
  sólido
sl

g= tensão interfacial


18
Malha Adaptativa
(2D)  21 Oct 2000 STRFCN (2D)  21 Oct 2000 STRFCN

 Equações de conservação são escritas em um sistema de


coordenadas curvilíneas móvel.
 Movimento da interface governado pelas condições de
(2D)  21 Oct 2000 STRFCN (2D)  21 Oct 2000 STRFCN

salto de massa, quantidade de movimento e energia na


interface.

Fase 1 Fase 2

  u 
    u
~ u     p r    ( [  u  ( u)T ])
t 
~
u  u  u mesh
19
Malha Móvel  Fusão em uma cavidade

26
(Rocha e Nieckele, 2000)
Método de Fronteira Imersa
 As equações de Navier-Stokes são resolvidas em
uma malha fixa
 Uma frente móvel e deformável é usada para
marcar a interface

Conhecendo
informações da frente,
as direções normais e
tangenciais são
facilmente obtidas

31
Método de Fronteira Imersa
 Interpolando da malha
 As velocidades da malha fixa são interpoladas
para serem utilizadas na malha móvel

ijk    wijk

Os pesos wijk podem


ser selecionados de
diferentes formas

32
Método de Fronteira Imersa
 Aproximando os termos singulares
 Os valores da frente são distribuídos na malha fixa

na frente: por comprimento

na malha: por volume

S
ijk    wijk
h3

33
Métodos de Captura de Interface:
VOF e Level-Set
 Função marcadora: C
 VOF: fração volumétrica de uma fase

 Level-Set: distância à interface

 Evolução da função marcadora


DC C
0   u  C  0
Dt t

34
VOF
 Função marcadora:
 fração volumétrica de uma fase

a0 Phase 1 a


Phase 2 a0
a interface a 0,

 Excelente em satisfazer a conservação de massa.

 Dificuldades com falsa difusão.


35
Level-Set
 Função marcadora:
 Função Distância com Sinal

a

 O campo distância é suave ao longo de todo o domínio,


inclusive ao redor das interfaces.
 Problemas em satisfazer conservação de massa.
36
Modelos de “um fluido”
 Equações de conservação:

 Conservação de Massa:     u   0
t

 Conservação de Quantidade de Movimento Linear

  u 
    u u     p r    (  [  u  ( u)T ])  g k  ( n ) n
t

r 2 k n
p  p   g  x    u
3 k= raio de curvatura
g= tensão interfacial
37
Estimativa da Curvatura
 CSF (Continuous Surface Force)
 a   a 
k    g k (n) n  g     a
 a   a 
   
 Level-Set / VOF acoplamento
 Height-Function
 Reconstructed Distance Function (RDF)
 Kernels suavisado no VOF field
 Campo de VOF ajustado com superficies em
intervalos quadráticos
 Point-cloud VOF 38
Movimento ascendente de uma bolha
através de uma restrição

39
(Melo e Nieckele, 1995)
(Azevedo, 2005)

(Melo e
Nieckele, Imagem de uma bolha de
1995) Taylor e campo de 53
velocidade com PIV
Formação de Golfada
 Escoamento água/ar em uma tubulação com 2 in de diâmetro
 solução numérica com VOF (Febres, 2009)
 experimental (Fagundes Netto, 1999)
Calda da golfada Nariz da golfada

Um= 1,8 m/s

Um= 0,6 m/s


Formação de Golfada
 Escoamento água/ar em uma tubulação com 1 in de diâmetro

Um= 0,6 m/s


experimental numérico
(Fonseca Jr, 2009) VOF (Febres, 2009)

1.0

0.5 1.0

y/R
0.0 0.5

y/R
0.0
-0.5
-0.5
-1.0
0.0
-1.0 0.3 0.6 0.9 1.2 1.5 1.8
0.0 0.3 0.6 0.9 1.2 1.5 1.8
WW(m/s)
(m/s)
-0.2D
-0.2D Fonseca(2009)
Fonseca(2009) Presente
VOFPresente
-0.4D Fonseca(2009) Presente
VOF
-0.4D Fonseca(2009) Presente
-0.6D Fonseca(2009) VOF
Presente
-0.6D Fonseca(2009)
-0.8D Fonseca(2009) VOFPresente
Presente
-0.8D Fonseca(2009) Presente
Formação de Golfada
 Escoamento água/ar em uma tubulação
com 1 in de diâmetro

Um= 0,77 m/s

- 0,8D -0,6 D -0,4 D -0,2D 0,0 D


Bolha ascendente

Re=35 Re=35
Eo=9 Eo=125
Ca=0,286 Ca=3,571
We=10 We=125

Kassar et al, Cobem, 2015


57
Kassar et al, ICMF, 2016
Modelos de Equações Reduzidas

58
Modelos de Equações Reduzidas

 O escoamento em geral é caótico, com a


exceção de casos muito simples. Uma
descrição estatística é necessária.

 É necessário definir propriedades médias da


mistura: médias no volume, na área, médias
temporais, médias de conjunto, ou uma
combinação destas.

59
Definição de Médias
 Média espacial:
volume área linha
1 1 1
 F (t , x ) d( x )  F (t , x ) dA  F (t , x ) dC
  A A C C

1
 Média temporal:  F (t , x ) dt
tt

 Média temporal: intervalo de tempo [ t ] deve ser grande o suficiente


para suavizar as variações locais das propriedades, mas pequeno o
suficiente quando comparado com o tempo macroscópico do
escoamento.

60
Definição de Médias
1
 Médias no volume da fase Z k (x, t )   Z k d
k 
k
k
 Fração volumétrica da fase k : ak 

•Volume:  =1+2 → a1 + a2 = 1

•Fronteira do volume  : S = S1 + S2

• S1 (pontilhada) e S2 são as partes de 


que estão em contato com as fases 1 e 2

• A soma das interfaces separando as


duas fases dentro de  é Si.

61
Formulação de Médias
 Consequências do processo de média
 suavização das flutuações de forma
análoga a que ocorre em um escoamento
monofásico turbulento
 existência de duas fases, que ocupam
alternadamente um elemento de volume,
no mesmo ponto, com uma probabilidade
adequada para cada fase

62
Modelos de Equações Reduzidas
 Modelos de Dois Fluidos
 Fases separadas, um conjunto de equações de
conservação para cada fase

 Modelo de Deslizamento (Drift)


 Modelo intermediário entre os outros dois. Determina o
escoamento médio, porém, permite deslizamento entre
as fases

 Modelo Homogêneo
 Pseudo propriedades de um único fluido

O Modelo de Deslizamento e o Modelo Homogêneo podem ser


obtidos a partir do Modelo de Dois Fluidos
63
Modelos de Equações Reduzidas
 Processo de obtenção do conjunto de equações que
caracteriza o Modelo de Dois Fluidos
• Formulação local instantânea
Navier- para cada fase
Stokes • Equações constitutivas/Salto na
Interface
1
 F (t , x ) dt
tt
Modelo de • Equações médias para
Média Temporal cada fase
Dois • Equações constitutivas
Fluidos 3D e fontes interfaciais
1
Fk (x, t )   Fk dAt
At A
t Modelo de
Média Espacial
Dois
(seção transversal) Fluidos 1D

64
Equações Médias 3D
Conservação média volumétrica de massa
 (a k k )
t

   a k  k u k  k 
1 N
k    m
 k d Si m k  k (u k  ui )  n k  k  0
S fluxo de massa da fase k k 1
i
através da interface Si
Média de Favre:
 u  (a k k )
û k  k k
k    a k k û k   k
t
fluxo volumétrico da fase k ou
velocidade superficial.
jk  a k û k

65
Equações Médias 3D
Equação média volumétrica de conservação
de quantidade de movimento linear
 (a k k u k )
t

   a k k u k u k  
  (a k σ k )  a k k g  M k

 T 2 
σ k   pk I  τ k ; τ k   k  u k  ( u k )    u k I
 3 
Fluido Newtoniano
N
 Mk  Mm
k 1
66
Equações Médias 3D
Equação média volumétrica de conservação
de quantidade de movimento linear

Média de Favre: k u k u k  k u k u k

Introduzindo a definição de uk  u k  û k


flutuação

u k u k  û k û k  uk uk  û k û k  τk

 
  a k k u k u k    a k k û k û k     a k τk 
67
Equações Médias 3D
Equação média volumétrica de conservação
de quantidade de movimento linear
σ k   pk I  τ k

  (a k σ k )  (a k pk )    (a k τ k )

  ( a k σ k )   a k p k  p k a k    ( a k τ k )

M k  k (u ki  û k )  pkia k   a k  τ ki  M ki
Força de arraste
generalizada

68
Equações Médias 3D
Equação média volumétrica de conservação
de quantidade de movimento linear
 (a k k û k )
   a k k û k û k    a k  pk 
t
 
   a k ( k  k )  a k k g 

 (u ki  û k )k  ( pki  pk ) a k  a k  ki  M ki

 Equações de fechamento: k ; M ki ; k ; ki

69
Equações Médias 3D
Equação média volumétrica de
conservação de energia
 (a k k hk )
t
 
   a k k u k hk  a k qk

Dk (a k pk )
   ( a k qk )   a k τ k : u k  Ek
Dt
 ˆ 2
 u   ak
k
Ek  k  hki  u ki  û k    q ki  pki  M ki  a k  τ ki  u ki
 2  t
 
N
 Ek  Em
k 1
70
Equações Médias 3D
Equação média volumétrica de
conservação de energia
Introduzindo a média Favre e a definição de flutuação

 (a k k hk )
   a k k û k hk   a k qk 
t
Dk  pk 
   [a k ( qk  qk )]  a k  k  k 
Dt
Dk a k
 k hki  q ki  ( pk  pki )  M ki  a k  τ ki  (u ki  û k )
Dt

k  a k τ k :  û k ; k  a k τk : uk  uk    (a k τk )


Dissipação viscosa Fonte de energia turbulenta
71
Equação de Energia Simplificada
 Desprezando:
 geração de calor

 termos devido aos efeitos mecânicos

(transferência de calor e mudança de fase dominantes)

 (a k k hk )
   a k k û k hk  
t
   [a k ( qk  qk )]  k hki  q ki

2
 k hki  qki  0
k 1
72
Modelos de Dois Fluidos Isotérmico
 Conservação de massa para cada fase

 (a k k )
   a k k û k   k
t

 Conservação de quantidade de movimento para cada fase

 (a k k û k )
   a k k û k û k    a k  pk 
t
 
   a k ( k  k )  a k k g 

 (u ki  û k )k  ( pki  pk ) a k  a k  ki  M ki

73
Modelos de Deslizamento (Drift)
 Conservação de massa
 para cada fase

 (a k k )
   a k k û k   k k 1 e 2
t
ou
 uma fase e a mistura, onde a conservação da mistura é
obtida somando as equações de conservação de cada
fase
 m
   m u m   0  (α1 ρ1 )
   α1 ρ1 u m   1    α1 ρ1 u m  û1 
t t

m  a1 1  a 2 2 m u m  a1 1 û1  a 2 2 û 2

74
Modelos de Deslizamento (Drift)
 Conservação de quantidade de movimento para a mistura
 ( m u m )
   m u m u m  J   m g   pm    m   (u1  u 2 ) m dSi
1
t S
i

pm  a1 p1  a 2 p2 ; τ m  a1 τ1  a 2 τ 2

J é o fluxo de deslizamento (“drift flux”) generalizado

(desprezando termos de
correlação cruzada e para m J  a1 a 2 1 2  û 2  û1  û 2  û1 
fluidos incompressíveis)

 Modelo para a velocidade de deslizamento  û 2  û1 


utiluza-se modelos empíricos (Ishii, 1975, Hibiki e Ishii, 2002 e 2003).

75
Modelo Homogêneo
 As duas fases escoam com a mesma velocidade: J = 0

 Conservação de massa da mistura


 m
   m u m   0
t
 Conservação de quantidade de movimento da mistura

 ( m u m )
   m u m u m   m g   pm    m
t

76
Comentários sobre as Equações
Reduzidas
 Os modelos baseados na equações reduzidas, são
baseados nas equações médias temporais

 Necessitam de equações de fechamento para


avaliar as iterações existentes nas interfaces

77
Modelo de Dois Fluidos 1D

78
Modelo de Dois Fluidos 1D
 O Modelo de Dois Fluidos 1D é extremamente usado na
simulação de escoamentos bifásicos em dutos
 Ex. Indústria do petróleo, nuclear, etc
 Natureza complexa (3D) do escoamento (ex. regime de
golfadas)
 Apesar disso, estratégia 1D ainda
é a mais adequada para a
simulação de longos dutos
 No entanto, é preciso ter extremo cuidado
 O processo de média leva a perda de informação
 Modelos de fechamento devem ser incorporados
 Efeito crítico sobre o caráter matemático das equações
(bem- ou mal-posto)

79
Modelos de Equações Reduzidas 1D
 Processo de obtenção do conjunto de equações que
caracteriza o Modelo de Dois Fluidos 1D
• Formulação Local
Navier- Instantânea para cada fase
• Equações
Stokes constitutivas/Salto na
1 Interface
 F (t , x ) dt
tt
• Equações Médias
Média Temporal Modelo de para cada fase
Dois • Equações
constitutivas e
Fluidos 3D fontes interfaciais
1
Fk (x, t )   Fk dAt
At A
t Modelo de
Média Espacial
Dois
(seção transversal) Fluidos 1D

80
Modelo de Dois Fluidos 1D
 integrar as equações tri-dimensionais através da seção transversal
 introduzir valores médios apropriados.

1 a k Fk
Fk (x, t )   Fk dAt Fk (x, t ) 
At A ak
t

k
 Fração de vazio ak 


O componente axial da  a k uk jk
velocidade média na área uk  
ponderada da fase k
ak ak

fluxo volumétrico da fase k ou  2 2 


jk  a k uk j   jk   a k u k
velocidade superficial. k 1 k 1

81
Conservação de Massa 1D

1  (a k k )   1
     (a k k u k ) dAt   k dAt
At A  t  At A
t t

 Escoamento 1D na direção x:
𝜕
𝑢𝑘𝑦 ≪ 𝑢𝑘𝑥 𝑢𝑘𝑧 ≪ 𝑢𝑘𝑥 ~0
𝜕𝑧

𝜕 𝜕
𝛼𝑘 𝜌𝑘 + 𝛼𝑘 𝜌𝑘 𝑢𝑘𝑥 = Γ𝑘
𝜕𝑡 𝜕𝑥
 Equações de fechamento: Γ𝑘
82
Conservação de Quantidade de
Movimento Linear 1D

1   a k k u k   
     (a k k u k u k ) dAt 
At A  t 
t


1
  
 a k  pk    a k τ k  τk
At A
dAt  A1  a k k g k dAt
t t At

 (u ki  û k )k  ( pki  pk ) a k   a k   ki  M ki  dAt


1

At A
t

 Escoamento 1D na direção x:
𝜕
𝑢𝑘𝑦 ≪ 𝑢𝑘𝑥 𝑢𝑘𝑧 ≪ 𝑢𝑘𝑥 ~0
𝜕𝑧

83
Conservação de Quantidade de
Movimento Linear 1D
1   1   
 Termo    ( a  u u
k k k k ) dAt   ( a  u
k k k uk ) dAt
convectivo At A At A  x
t t
1

At A
  ( a 
 
u u
k k k k ) dAt 

x
k a k   
uk uk 
t
𝑢𝑘2
 Parâmetro de distribuição 𝐶𝑢,𝑘 = 2
𝑢𝑘
𝑢𝑘2 𝛼𝑘 𝑢𝑘2 𝛼𝑘 𝑢𝑘2 𝛼𝑘 2 𝛼𝑘 𝑢𝑘2 𝑑𝐴 𝛼𝑘 𝑑𝐴
𝐶𝑢,𝑘 = 2
= 2
= 2
= 2
𝑢𝑘 𝛼𝑘 𝑢𝑘 𝛼𝑘 𝑢𝑘 𝛼𝑘 𝑢𝑘 𝑑𝐴

1

At A
  ( a 
 
u u
k k k k ) dAt 

x
C a 

u
u ,k k k k

uk 
t
84
Conservação de Quantidade de Movimento
Linear 1D
 Fluxo líquido viscoso na direção x
1
  
   a k τ k  τk dAt 
At A
t


1
 

At A   x
a  
τ
k k xx  τ 
k xx  

y
a  
τ
k k xy  τ 
k xy  


z
a τ
k k xz  τ 


k xz  dAt

t

1
  
   a k τ k  τk dAt  
At A
τ wk S k 
At

x

ak τ k xx  τ k xx 
t

o τ wk tensão cisalhante que atua na parede do duto

85
Conservação de Quantidade de Movimento
Linear 1D
 Termo interfacial
 (u ki  û k )k  M ik   a k   ki  ( pki  pk ) a k  dAt 
1
At A
t
 ak
 ( u ki  û k ) k  M dk  ( pki  pk )
x

d  M
força cisalhante interfacial total: M k ik x   a k  τ ki x

d i S i
Mk  
At
o τi Tensão cisalhante na interface

86
Conservação de Quantidade de Movimento
Linear 1D


 a k k uk
t


x
 
Cu , k a k k uk

uk  
  ak

x
τ S
pk  wk k 
At

x

a k τ k xx  τ k xx 
i S i  a k

 a k k g x  uki  uˆ k k 
At

x
 pki  pk 

 Equações de fechamento: 𝐶𝑢,𝑘 ; 𝜏𝑤𝑘 ; 𝜏𝑖


𝑝𝑘𝑖 − 𝑝𝑘 ; 𝑝𝑔𝑖 − 𝑝𝑙𝑖

87
Equações de Conservação 1D
 Conservação de energia
 a k k hˆk   
  Ch, k a k k uk hˆk  
t x 


qwk S k 
At

x

ak qk x  qk x  hki k  qki

o Sem transferência de massa e sem difusão axial


o Eliminando as barras para simplificar

𝜕 𝜕 𝑞𝑤𝑘 𝑆𝑘 𝑞𝑖 𝑆𝑖
𝜌𝑘 𝛼𝑘 ℎ𝑘 + 𝐶ℎ,𝑘 𝜌𝑘 𝛼𝑘 𝑢𝑘 ℎ𝑘 = ±
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝐴 𝐴

 Equações de fechamento: 𝐶𝑢,ℎ ; 𝑞𝑤𝑘 ; 𝑞𝑖


89
Modelo 2 Fluidos Isotérmico 1D
 Hipóteses:
o Sem transferência de massa, isotérmico,
sem difusão axial
 Eliminando as barras para simplificar 𝑢𝑘 = 𝑢𝑘𝑥

𝜕 𝜕
𝜌𝑘 𝛼𝑘 + 𝜌𝑘 𝛼𝑘 𝑢𝑘 = 0
𝜕𝑡 𝜕𝑥

𝜕 𝜕
𝜌𝑘 𝛼𝑘 𝑢𝑘 + 𝐶𝑢,𝑘 𝜌𝑘 𝛼𝑘 𝑢𝑘2 =
𝜕𝑡 𝜕𝑥

𝜕 𝑝𝑘𝑖 𝜕𝛼𝑘 (𝑝𝑖𝑘 − 𝑝𝑘 ) 𝜏𝑤𝑘 𝑆𝑘 𝜏𝑖 𝑆𝑖


= −𝛼𝑘 + − 𝛼𝑘 𝜌𝑘 𝑔𝑥 − ±
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝐴 𝐴

90
Modelo Homogêneo Isotérmico 1D
 Hipóteses:
o Bifásico, sem transferência de massa,
isotérmico, sem difusão axial

 m  ( m um )
 0
t z

 (  m um )  (  m u m u m )  pm  S
    m g sen   w w
t z z A

 Equações de fechamento: 𝜏𝑤

91
Modelos 1-D de Deslizamento (Drift)
 Hipóteses:
o Bifásico, sem transferência de massa,
isotérmico, sem difusão axial
 Equação de conservação de massa

 
 (a g  g )  a g  g u g
 0
 (a    )

 a    u  
0
t z t z
ou

 (a g  g )


 a g  g um 


 a g  g Vgm  Vgm  u g  um
t z z

 m  ( m um )
 0
t z
Modelos 1-D de Deslizamento (Drift)
 Equação de conservação de quantidade de movimento

 (  m um )  (  m um um )  pm  S J
    m g sen  w w 
t z z A z

J
 
a ga   g  u g  u u g  u  Fluxo de drift
m

 Equações de fechamento: 𝜏𝑤 ; Vgm =(ug - um) ; ur = (ug - uℓ)


velocidade relativa
entre fases
Modelos 1-D de Deslizamento (Drift)
 velocidade entre fases: ur  (u g  u )
ug Vgj
 velocidade relativa entre a fase gasosa Vgj  u g  j ou
e o fluxo volumétrico j = ag ug + aℓ uℓ Vgj  a  (u g  u )  a  ur

 velocidade relativa entre a fase gasosa Vgm  u g  um a


e velocidade média
u g  Co j  Vdrift
■ Formulação de Zuber-Findlay (1965): j

Co : parâmetro de distribuição: considera o


efeito de ag e um nos perfis
Vdrif : velocidade de deslizamento

Vgj  Vdrift  (Co  1) j 


u g  um  V gj
m
a g  g  2
J Vgj ag g
a m u  u m  Vgj
1  a g m

94
Análise das Características do Modelo de
Dois Fluidos 1D
 Segundo Courant e Lax (1949) um modelo é
considerado "bem-posto" ("Well-posed") se as
condições de Hadamard são satisfeitas

 A solução existe
 A solução é única
 A solução depende continuamente das condições
iniciais e de contorno

 Para tal, a análise das características é realizada

95
Análise das Características do Modelo de
Dois Fluidos 1D
 Linearização do sistema de equações

são matrizes Jacobianas de dimensão


é um vetor coluna de dimensão

 Características do sistema, são definidas tais que

 reais distintas: sistema hiperbólico


 nulas: sistema parabólico
 complexas: sistema elíptico "Mal-posto"

96
Modelo "Bem-posto" vs. "Mal-posto"
 Montini (2011)
o Taxa de crescimento das
perturbações
o Bem-posto vs. Mal posto

 Carneiro (2006)
o Transição escoamento
estratificado -> golfadas
o Frequência das
golfadas para
casos bem e mal-
postos

97
Escoamento Estável vs.
Instável

98
Estabilidade vs. Bom-Condicionamento
 Escoamento
estratificado e golfadas
 Região estável (bem
posto)
 Região instável e
bem–posto
(golfadas!)
 Região mal-posta
(golfadas,
comportamento não
físico)

99
Modelos de Fechamento
 Parâmetro de Forma/Distribuição
o Geralmente considera-se 𝐶𝑢,𝑘 = 1
o 𝐶𝑢,𝑘 corrige o fato de que o perfil de velocidades não é
uniforme (ex. Escoamento estratificado)
o Altera o fluxo de quantidade de
movimento
o Escoamento monofásico:
• Laminar: 𝐶𝑢,𝑘 =4/3=1,33

• Turbulento (lei de 1/7): Cu,k =1,02


(Febres, 2010)
o Escoamento multifásico:
• 𝐶𝑢,𝑘 geralmente empírico, pode depender de
velocidades, geometria e frações volumétricas
100
Modelos de Fechamento
 Tensão Cisalhante das fases com a parede e na interface

1 1
 wk  f k k uˆ k uˆ k τi  fi i uˆ 2 uˆ1 uˆ 2 uˆ1
2 2
fk: fator de atrito, determinado empiricamente em função do número
de Reynolds da fase k

 Difusão axial frequentemente desprezada

 Salto de pressão na interface:


 Tensão superficial: g ( pig  pi )  g k
g
 Curvatura:k

101
Modelos de Fechamento
 Diferença entre a pressão média em cada fase e
pressão interfacial
o É possível demonstrar que, se a pressão média em cada fase for
constante e igual a pressão interfacial, o modelo é mal-posto sob
qualquer condição ( exceto )

o Escoamento horizontal ou levemente inclinado: Banerjee e Chan


(1980) propuseram a consideração de uma distribuição hidrostática de
pressão
𝜕𝛼𝑘 (𝑝𝑘 − 𝑝𝑘𝑙 𝜕ℎ𝑙
= 𝛼𝑘 𝜌𝑘 𝑔 𝑐𝑜𝑠 𝛽
𝜕𝑥 𝜕𝑥

102
Modelos de Fechamento
 Diferença entre a pressão média em cada fase e
pressão interfacial
𝜕𝛼𝑘 (𝑝𝑘 −𝑝𝑘𝑙
o Escoamento vertical:
𝜕𝑥

Reference Formulation

2
Model 1 ∆ 𝑃𝐿𝑖 = 𝑊𝑓 𝜌𝐿 𝑈𝐿 − 𝑈𝑤𝑎𝑣𝑒
(Fowler and Lisseter, 1992) 𝑈𝑤𝑎𝑣𝑒 = 𝑋 𝑈𝐿 , 𝑋=const.

Model 2
(Gonzalez, Nieckele and Carneiro, ∆ 𝑃𝐿𝑖 = 𝑊𝑓 𝜌𝐿 𝑈𝐿 − 𝑈𝑤𝑎𝑣𝑒 2
2016) 𝑈𝑤𝑎𝑣𝑒 = 𝑈𝑤𝑎𝑣𝑒 (𝑈𝑠𝐿 , 𝑈𝑠𝐺 , 𝜌𝐿 , 𝜌𝐺, 𝜇𝐿 , 𝜇𝐺, 𝜎)
(Berna et al., 2014)
Model 3 2
∆ 𝑃𝐺𝑖 = ∆ 𝑃𝐿𝑖 = 1.2 𝜌𝑚 𝑈𝐿 − 𝑈𝐺
(Bestion, 1990)

103
Outros métodos de regularização
 Massa virtual
 Difusão Artificial
 Equação de Quantidade de Movimento

 Equação da Conservação de Massa

104
Escoamento em Horizontal
Estratificado e Golfada
Água + ar com troca térmica
Anular

Silva et al, 2013


Simões et al, 2014

Óleo viscoso + gás denso


Golfada

Ondulado
Escoamento Vertical Água + ar
Anular Golfada
Espessura Gonzalez, 2016
do filme

Modelo 1

Modelo 2

Experimental (Zhao et al, 2013)

Inácio, 2012
Comentários Finais
 Diferentes tipos de modelos podem ser utilizados
dependendo do tipo de aplicação

 Modelos de “um fluido”:


 Apresentam uma demanda computacional maior

 Envolvem um grau menor de hipóteses simplificadoras

 É necessário determinar com precisão da posição da


interface, raio de curvatura para obtenção de solução de
qualidade

107
Comentários Finais
 Modelos baseados na equações médias:
 são mais simples e de solução mais rápida.

 Possuem diferentes graus de aproximação e necessitam


de equações de fechamento para avaliar as iterações
existentes nas interfaces
 Fechamento 1D possui profundo efeito no caráter
matemático das equações do Modelo de Dois Fluidos 1D
 Se manifesta, por exemplo, na impossibilidade de se
obter uma solução independente da malha
 É preciso ter extremo cuidado: softwares comerciais
frequentemente "mascaram" os efeitos de um modelo
mal-posto pois malhas grosseiras são utilizadas
108
Obrigado !
Agradecimentos:

João N.E. Carneiro (Sintef do Brasil)

109

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