Permacultura Conceitos Básicos
Permacultura Conceitos Básicos
Permacultura Conceitos Básicos
CONCEITOS BÁSICOS
QUANDO SURGIU?
A Permacultura foi desenvolvida no começo dos anos 70 pelos
australianos Bill Mollison e David Holmgren, como uma síntese das
culturas ancestrais sobreviventes com os conhecimentos da ciência
moderna. A partir de então, passou a ser difundida na Austrália,
considerando que, naquele país, a agricultura convencional já estava em
decadência adiantada, mostrando sinais de degradação ambiental e
perda de recursos naturais irrecuperáveis. Na verdade, em situação
muito similar à do Brasil de hoje.
Desde então, os inúmeros casos de sucesso na aplicação da
Permacultura têm provado ser, ela, uma solução viável não somente
para a Austrália, como para todo o Planeta. Os conceitos de agricultura
permanente começaram a ser expandidos como uma cultura
permanente, envolvendo fatores sociais, econômicos e sanitários para
desenvolver uma verdadeira disciplina holística de organização de
sistemas.
Hoje, existem institutos de Permacultura em todos os continentes,
em mais de cem nações. Diversos países, como o Brasil, vêm adotando
a Permacultura como metodologia agrícola e, até mesmo, escolas de
todos os níveis estão incluindo a Permacultura no seu currículo básico.
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POR QUÉ PERMACULTURA?
A ÉTICA DA PERMACULTURA
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Para realizar a Permacultura, é necessário adotar uma ética
específica de sustentabilidade que exija um repensar dos nossos hábitos
de consumo e dos nossos valores, em geral. Os pontos fundamentais
são definidos assim:
DESIGN OU DESENHO?
Nesse contexto, a tradução da palavra "design" é mais do que
desenho. Design é planejamento consciente, considerando todas as
influências e os inter-relacionamentos que ocorrem entre os elementos
de um sistema vivo.
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Os resultados de um bom design permacultural deverão incluir:
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PLANEJAMENTO POR ZONAS
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Um viveiro de mudas também deve ser incluído, como base para a
diversificação da produção.
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Zona 5 - Aqui, só entraremos para aprender ou para uma coleta
ocasional de sementes. É onde não interferimos, permitindo, assim, que
exista o desenvolvimento natural da floresta. Sem esta Zona ficamos
sem referência para a compreensão dos processos que tentamos incluir
nas outras zonas.
A ECOLOGIA DA PERMACULTURA
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Agora, imagine como seria se pudéssemos recriar essa harmonia com a
mesma produtividade, introduzindo espécies de plantas e animais que
fossem úteis às necessidades humanas. Na verdade, esse trabalho é
possível e necessário. Ecossistemas cultivados podem, até, superar os
ecossistemas naturais quanto à produtividade para os seres humanos.
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4 Sucessão e dimensões - Imagine a floresta após uma queimada.
Mesmo que o solo tenha sido desnudado de sua cobertura natural, a
natureza trabalha permanentemente para recuperar sua diversidade no
local. Novas espécies aparecem, colonizando o local em etapas
sucessivas, com grupos de plantas diferentes, até que, com o tempo, a
floresta amadureça novamente. Essas plantas são conhecidas, para fins
de estudo, como espécies pioneiras (no primeiro estágio), intermediárias
e de clímax.
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2. Agora, faça um reconhecimento da terra. Ande por todos os lados,
observe as diferenças entre os vários terrenos. Descubra a
inclinação específica de cada área.
CLIMAS E MICROCLIMAS
A superfície da Terra absorve calor e, assim, aquece de baixo para
cima a atmosfera que nos cerca. Esse ar quente sobe e, nas camadas
mais altas da atmosfera, perde calor novamente, fazendo o ar frio
descer. Esse padrão geral é o responsável pelas variações climáticas
predominantes no Planeta.
LATITUDE E ALTITUDE
A linha do equador representa o centro de uma faixa à volta do
Planeta que recebe a maior quantidade de irradiação solar, durante o
ano. Isso é devido à posição do Planeta, no percurso que faz à volta do
sol.
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À medida em que nos afastamos do equador (latitude 0), a
quantidade de irradiação solar diminui com o ângulo do sol em relação
ao horizonte. Assim, quanto maior for a latitude, menores serão as
temperaturas médias anuais.
INCLINAÇÃO
Este fator é relativo ao grau de elevação no terreno, em relação a
uma linha horizontal. Terrenos com inclinação demasiada (maior do que
20 graus) são considerados, em geral, impróprios para o cultivo. Devem
ser revegetados com espécies de floresta, para evitar erosão, ou
cuidadosamente cultivados com terraços. Terrenos muito planos causam
dificuldades na drenagem e, geralmente, são pobres em diversidade de
microclimas possíveis.
ASPECTO
A direção, para a qual a inclinação do terreno estiver voltada, é
definida como o aspecto do terreno: Norte, Sul, Leste ou Oeste. Esse
fator, conjuntamente com a inclinação e a latitude do local, determina a
quantidade de irradiação solar direta que o terreno recebe. Esse fator
também sofre a influência de corpos que reflitam ou absorvam a luz
(lagos, edificações etc.). Quanto mais irradiação solar, mais quente. 0
local ideal, então, incluiria uma variedade de aspectos e inclinações,
oportunizando uma maior diversidade de espécies e uma variedade de
técnicas.
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Assim, dentro da análise de situação que o projetista executa antes
de realizar um projeto, ele incluirá um estudo dos microclimas, como
apontado no mapa.
QUEBRA - VENTOS
Um local aberto, exposto aos ventos, pode diminuir muito a
produtividade de um sítio. Portanto, devemos projetar quebra - ventos ,
de forma a permitirem o desenvolvimento saudável das plantas.
Quebra - ventos deverão também, cumprir várias outras funções,
como a de atrair pássaros silvestres, produzir forragem animal, proteger
do fogo e evitar a erosão.
0 quebra - vento ideal é composto por várias camadas de plantio,
de forma a que o vento não seja totalmente interrompido no seu percurso
(isso causa turbulência e pode destruir o plantio), diminuindo em torno de
80% de sua intensidade.
Com um planejamento adequado, poderemos posicionar os
quebra -ventos de forma a melhorarem a polinização das espécies
produtivas que estivermos cultivando.
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SOLOS
A grande maioria dos solos cultivados, no mundo de hoje, estão
doentes, empobrecidos pelo manuseio incorreto, contaminados pelo uso
excessivo de biocidas e improdutivos pela falta de manejo generalizada.
0 uso excessivo de fertilizantes sintéticos também causa problemas
gerais à fertilidade do solo.
Hoje, sabemos que todos os desertos do Planeta estão
aumentando, ao invadirem áreas antes produtivas. Problemas de
salinidade estão impedindo o cultivo no que, antes, era terra fértil.
Os desertos e as planícies salinas são exemplo vivo da nossa
irresponsabilidade no manejo do solo.
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associações entre plantas e organismos microscópicos, no solo, ainda é
um campo rico e relativamente inexplorado.
Plantios de cobertura - da mesma forma que a adubação verde, os
plantios de cobertura também melhoram a estrutura geral dos solos.
Além de executarem esse trabalho, os plantios poderão, também, ter
outras funções, como forragem animal, alimentação humana ou mulch.
Esterco animal - o valor do esterco animal como adubo já é amplamente
conhecido no Brasil. No entanto, a novidade é que poderemos executar
essa adubação diretamente, sem a intervenção humana no transporte ou
no trato, utilizando as técnicas de tratores vivos e evitando o uso
excessivo de energia.
ÁGUA
Apesar de o Brasil estar em posição privilegiada em relação à
quantidade das chuvas totais no Planeta, a quantidade de água potável
disponível para a utilização direta das pessoas está diminuindo. Imagine
que se toda a água existente no Planeta coubesse em uma garrafa, a
quantidade de água potável ao nosso alcance não chegaria a uma gota.
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0 método Yeomans pode ser resumido em:
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sistemas a solo nu e, certamente, absorvem muito mais água no
momento da chuva, evitando, assim, a erosão superficial.
Na verdade, as florestas podem ser consideradas como imensos
lagos cheios de água em constante reciclagem com o solo e a atmosfera.
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Tratores Vivos são técnicas de utilização do comportamento natural dos
animais para limpar, arar e fertilizar a terra. Galinhas, porcos, patos,
gansos e outros animais poderão ser utilizados dessa forma, criando
sistemas rotativos que economizam o trabalho da pessoa e, ao mesmo
tempo, beneficiam o animal e o ambiente.
0 ENSINO DA PERMACULTURA
BIBLIOGRAFIA
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