Habeas Corpus Maria Da Penha
Habeas Corpus Maria Da Penha
Habeas Corpus Maria Da Penha
Autos de nº 1501538-11.2023.8.26.0559
HABEAS CORPUS
DOS FATOS
conhecer do habeas corpus, porque o correto é a revisão criminal, conceder habeas corpus
de ofício!" (BADARÓ, Gustavo Henrique. Manual dos Recursos Penais. 2ªed. Revista dos
Tribunais, 2017. Versão ebook, p 23.4.2.)
É da jurisprudência do STJ:
"Sabe-se que o ordenamento jurídico vigente traz a liberdade do indivíduo como regra. Desse
modo, antes da confirmação da condenação pelo Tribunal de Justiça, a prisão revela-se
cabível tão somente quando estiver concretamente comprovada a existência do periculum
libertatis, sendo impossível o recolhimento de alguém ao cárcere caso se mostrem
inexistentes os pressupostos autorizadores da medida extrema, previstos na legislação
processual penal." (HC 430.460/SP, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO,
SEXTA TURMA, DJe 16/04/2018, #93323612)
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei
penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo
gerado pelo estado de liberdade do imputado.
Art. 313. Nos termos doArt. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão
preventiva: I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior
a 4 (quatro) anos; II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada
em julgado, ressalvado o disposto noInciso I do Caput do art. 64 do Decreto-Lei nº 2.848, de
7 de dezembro de 1940 - Código Penal; III - se o crime envolver violência doméstica e familiar
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para
garantir a execução das medidas protetivas de urgência.
É do STJ:
o Supremo Tribunal Federal - AgRg no HC 180.365, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 27/3/2020; AgR no HC 147.210, Segunda Turma, Rel. Min. Edson Fachin,
julgado em 30/10/2018 -, pacificaram orientação no sentido de que não cabe habeas corpus
substitutivo do recurso legalmente previsto para a hipótese, impondo-se o não conhecimento
da impetração, salvo quando constatada a existência de flagrante ilegalidade no ato judicial
impugnado. 2. A Terceira Seção desta Corte, no julgamento do Eresp 1.887.511/SP, de
Relatoria do Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (em 9/6/2021), fixou as seguintes
diretrizes para a aplicação do art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006. 1 - a natureza e a quantidade
das drogas apreendidas são fatores a serem necessariamente considerados na fixação da pena-
base, nos termos do art. 42 da Lei n. 11.343/2006. 2 - sua utilização supletiva na terceira fase
da dosimetria da pena, para afastamento da diminuição de pena prevista no § 3º do art. 33 da
Lei n. 11.343/2016, somente pode ocorrer quando esse vetor conjugado com outras
circunstâncias do caso concreto que, unidas, caracterizem a dedicação do agente à atividade
criminosa ou a integração a organização criminosa. 3 - podem ser utilizadas para modulação
da causa de diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei n. 11.343/2006 quaisquer
circunstâncias judiciais não preponderantes, previstas no art. 59 do Código Penal, desde que
não utilizadas na primeira etapa, para fixação da pena-base. (grifos no original). 3. Embora
tenha externado a minha opinião pessoal, inúmeras vezes, sobre a impossibilidade de se
aplicar a minorante especial da Lei de Drogas nos casos de apreensões de gigantescas
quantidades de drogas - p. ex. toneladas, 200 ou 300 kg - por ser deduzível que apenas uma
pessoa envolvida habitualmente com a traficância teria acesso a esse montante de
entorpecente, a questão não merece discussão, uma vez que está superada, diante do
posicionamento contrário do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 4. Todavia, proponho
a revisão das orientações estabelecidas nos itens 1 e 2 do Eresp 1.887.511/SP,
especificamente em relação à aferição supletiva da quantidade e da natureza da droga na
terceira fase da dosimetria. 5. No julgamento do ARE 666.334/AM, de Relatoria do Ministro
Gilmar Mendes, o Pleno do STF, em análise da matéria reconhecida como de repercussão
geral, reafirmou a jurisprudência de que "as circunstâncias da natureza e da quantidade da
droga apreendida devem ser levadas em consideração apenas em uma das fases do cálculo
da pena". O resultado do julgado foi assim proclamado: Tese As circunstâncias da natureza
e da quantidade da droga apreendida devem ser levadas em consideração apenas em uma das
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TEIXEIRA DA COSTA & ADVOGADOS
fases do cálculo da pena. Obs: Redação da tese aprovada nos termos do item 2 da Ata da 12ª
Sessão Administrativa do STF, realizada em 09/12/2015. Tema 712 - Possibilidade, em caso
de condenação pelo delito de tráfico de drogas, de valoração da quantidade e da natureza da
droga apreendida, tanto para a fixação da pena-base quanto para a modulação da causa de
diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006. 6. Portanto, diante da orientação
consolidada há tempos pelas Cortes Superiores, proponho mantermos o posicionamento
anterior, conforme acolhido no ARE 666.334/AM, sobre a possibilidade de valoração da
quantidade e da natureza da droga apreendida, tanto para a fixação da pena-base quanto para
a modulação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006, neste
último caso ainda que sejam os únicos elementos aferidos, desde que não tenham sido
considerados na primeira fase do cálculo da pena. 7. Precedentes recentes do STF no mesmo
sentido: RHC 207256 AgR, Relator (a): ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em
18/12/2021; RHC 192.643 AgR, Relator: GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em
24/5/2021). 8. Hipótese em que o Juiz de origem afastou o redutor do tráfico privilegiado por
entender que a expressiva quantidade de droga apreendida (147 quilos de maconha) não
qualificaria o réu como pequeno e iniciante no comércio ilícito de entorpecentes. Contudo, o
STF tem posicionamento firme de que "A quantidade de droga apreendida não é, por si só,
fundamento idôneo para afastamento da minorante do art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006" (
RHC 138117 AgR, Relatora: ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 15/12/2020,
publicado em 6/4/2021). 9. Assim, verificado o atendimento dos requisitos do art. 33, § 4º da
Lei de Drogas, reduzo a pena em 1/6, atento ao disposto no art. 42 da Lei n. 11.343.2006
(expressiva quantidade de droga apreendida - 147 quilos de maconha). 10. Habeas corpus
não conhecido. Ordem concedida, de ofício, a fim de reduzir a pena do ora agravante para 4
anos, 10 meses e 10 dias de reclusão, no regime inicial semiaberto, mais o pagamento de 486
dias-multa. (STJ - HC: 725534 SP 2022/0051301-0, Data de Julgamento: 27/04/2022, S3 -
TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 01/06/2022)
https://www.conjur.com.br/2023-jul-05/quantidade-droga-nao-afasta-trafico-privilegiado-
ministro#:~:text=Como%20j%C3%A1%20foi%20decidido%20pela,organiza%C3%A7%C
3%A3o%20voltada%20para%20o%20crime.
DO PEDIDO