Tóp.3-Doenças Causadas Por Bactérias V3

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Doenças Bacterianas

Bacteriologia

Do grego: bakterion (= bastão, bastonete) + logos (= ciência)

É o estudo da morfologia, ecologia, genética e bioquímica das bactérias.

As bactérias são muito pequenas, mas podemos observá-las por meio de


microscópios.

Estudamos as bactérias utilizando corantes especiais e também cultivando-


as em meios de cultura em placas e tubos.
As Bactérias e a Saúde

As doenças causadas por bactérias são as bacterioses, mais comumente


chamadas infecções bacterianas.

Os medicamentos usados para combater as bactérias são os antibióticos.

• Você sabe como são as bactérias?

• Como as identificamos?

• Que doenças causam e como é


possível prevenir e tratar elas?

Bactéria KPC: Klebsiella pneumoniae,


resistente a múltiplos antibióticos.
A KPC pode causar pneumonia, infecções
sanguíneas, no trato urinário e em feridas
cirúrgicas.
Morfologia das Bactérias
Os seres mais simples
As bactérias são organismos unicelulares procariotos, ou seja, seu material
genético não está separado do citoplasma por uma membrana, como nos
animais e plantas (eucariotos).

material genético (DNA)


citoplasma

LUÍS MOURA / ARQUIVO DA EDITORA


membrana plasmática

parede celular

cápsula

flagelo

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Morfologia das Bactérias

Estrutura de Defesa Bacteriana

-Biofilme: Algumas bactérias secretam substâncias que formam uma camada


pegajosa, que envolvem uma comunidade destes microrganismos, ajudando-
os a ficarem aderidos à um objeto ou parte do corpo humano.
Os biofilmes também ajudam a proteger as bactérias contra antibióticos.
Morfologia das Bactérias

Estrutura de Defesa Bacteriana

-Cápsula: As bactérias encapsuladas são envoltas em uma cápsula protetora.


Funções da cápsula:
-Impedir que a célula seja fagocitada (ingerida) por células de defesa.
-Promover a adesão das bactérias em diferentes substratos (dentes
humanos, trato respiratório, mucosa intestinal, etc.).
-Proteger as bactérias contra desidratação e choques mecânicos.

cápsula
Morfologia das Bactérias

Estrutura de Defesa Bacteriana

-Membrana Externa: Bactérias gram-negativas têm uma membrana externa,


sob a cápsula, que as protege contra certos antibióticos. Quando perturbada,
essa membrana libera substâncias tóxicas chamadas de endotoxinas que
contribuem para a gravidade dos sintomas durante as infecções.
Morfologia das Bactérias

Estrutura de Defesa Bacteriana

-Esporos: Algumas bactérias produzem esporos de resistência, que são uma


forma dormente do próprio microrganismo.
Assim elas sobreviverem quando as condições ambientais são difíceis.
Quando as condições são favoráveis, cada esporo germina para uma bactéria
ativa.

Nucleóide

Endósporo em
formação

Conteúdo celular
em degeneração

Endósporo maduro
Morfologia das Bactérias

Estrutura de Defesa Bacteriana

-Flagelos: Os flagelos são filamentos longos e finos que se projetam da


superfície da célula e capacitam a bactéria a se mover. As bactérias sem
flagelos não podem se mover sozinhas.
Formato e Arranjo das Bactérias
Os seres podem
As bactérias maisser
simples
classificadas em quatro formatos básicos:
-Coco: forma esférica.
-Bacilo: forma de bastonete (bastão).
-Vibrião: forma de vírgula (bastões curvados).
-Espirilo: forma espiralada.
Bacilo
Coco

Vibrião

Espirilo
Formato e Arranjo das Bactérias
Os seres mais simples
As bactérias além de formatos variados podem formar diferentes
arranjos, de acordo com a sua divisão celular.

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Coloração das Bactérias

O método tintorial predominante utilizado em bacteriologia é o método de


Gram.
É chamado de coloração de Gram o método de coloração utilizado para
diferenciar espécies bacterianas em dois grupos, baseado nas diferenças
das suas paredes celulares.
É um método rápido, prático e barato para identificação de bactérias
responsáveis por infecções.
Coloração de Gram
Respiração das Bactérias

As bactérias podem ser classificadas de várias maneiras diferentes. Uma


maneira é baseada em sua necessidade de oxigênio — se elas precisam de
oxigênio para viver e crescer:

Bactérias Aeróbias: Necessitam do oxigênio para


sobreviver.

Ex: Mycobacterium tuberculosis

Bactérias Anaeróbias: Tem dificuldade para viver


ou crescer na presença do oxigênio.

Ex: Clostridium tetani

Bactérias Facultativas: Podem viver e crescer com


ou sem oxigênio.

Ex: Escherichia coli


Reprodução das Bactérias
As bactérias se reproduzem assexuadamente. Na maioria das vezes por
um processo chamado divisão binária, também conhecida como
cissiparidade ou bipartição.
Cromossomo
Bactéria
Permite a rápida colonização de Duplicação cromossônica
bactérias, em meio ambiente
favorável, num pequeno intervalo
de tempo.

Estrangulamento citoplasmático

A divisão binária ocorre quando


uma bactéria duplica o seu material
genético e logo em seguida se
divide, originando duas bactérias
idênticas a ela.

Bactérias-filhas
Reprodução das Bactérias
As bactérias não apresentam nenhum tipo de reprodução sexuada, e sim
recombinação genética que pode ocorrer por transformação,
transdução ou conjugação.

Na transformação uma bactéria pode absorver DNA livre no meio


ambiente, proveniente de outra bactéria morta, e inseri-lo ao seu
material genético.
Reprodução das Bactérias

Bacteriófago
(fago)

Na transdução ocorre troca de material genético entre bactérias com a


participação de um vírus (bacteriófago).
Reprodução das Bactérias

A conjugação ocorre quando duas ou


até três bactérias se unem,
normalmente, por uma ponte formada
através das pili sexuais, sendo o
material genético (plasmídeos)
passados de uma bactéria para outra.
Reprodução das Bactérias

Se a cada vinte minutos surgem duas novas bactérias, quantas surgirão num período
de 24 horas?
Resistência Bacteriana

Algumas bactérias são naturalmente resistentes a determinados antibióticos.


Outras bactérias desenvolvem resistência a medicamentos porque elas
adquirem genes de outras bactérias que se tornaram resistentes ou porque
seus genes sofrem mutação.
Resistência Bacteriana

Exemplo:
1. Logo depois que a penicilina foi introduzida em meados da década de 40, algumas
bactérias Staphylococcus aureus isoladas adquiriram genes que tornaram a penicilina
ineficaz contra elas.

2. As cepas que possuíam esses genes especiais tinham uma vantagem de sobrevida
quando a penicilina foi comumente usada para tratar infecções. As cepas
de Staphylococcus aureus que não tinham esses genes novos foram mortas pela
penicilina, permitindo que o restante das bactérias resistentes à penicilina se
reproduzisse e se tornasse mais comum ao longo do tempo.

3. Os químicos então alteraram a molécula da penicilina criando um medicamento


diferente, mas similar, a meticilina, o que mataria as bactérias resistentes à penicilina.

4. Logo após a meticilina ser introduzida, cepas de Staphylococcus


aureus desenvolveram genes que as tornaram resistentes à meticilina e aos
medicamentos relacionados. Essas cepas são chamadas de Staphylococcus
aureus resistente à meticilina (SARM/MRSA).
Termos Associados à Presença de Bactérias

-Bacteremia: Presença de bactérias na corrente sanguínea.

-Sepse: É um conjunto de manifestações graves em todo o organismo


produzidas por uma bacteremia ou outra infecção. Geralmente inclui
febre, fraqueza, taquicardia, taquipneia e elevação dos leucócitos do
sangue.
A sepse era conhecida antigamente como septicemia ou infecção no
sangue. Hoje é mais conhecida como infecção generalizada.

-Choque Séptico: A sepse que causa uma pressão arterial


perigosamente baixa (choque) é o choque séptico. Como resultado, os
órgãos internos geralmente recebem muito pouco sangue, causando seu
mau funcionamento. O choque séptico representa uma ameaça à vida.

-Bacteriúria: Presença de bactérias na urina.


Principais Doenças Bacterianas

Pneumonia Bacteriana
Tuberculose
Hanseníase (Lepra)
Leptospirose
Coqueluche
Difteria (Crupe)
Doença Meningocócica
Tétano
Cólera
Gangrena Gasosa
Infecções Estreptocócicas
Infecções Estafilocócicas
Pneumonia
Ficha Técnica
Pneumonia Bacteriana

Agente Etiológico: Streptococcus pneumoniae (pneumococo) (mais comum)

Forma de transmissão: Pelo ar. Mas não é contagiosa.

Sintomas: Infecção pulmonar aguda com calafrios, febre, dor nas costas e tosse
com expectoração podendo ser sanguinolenta.

Tratamento: Uso de antibióticos.

Profilaxia: Vacina parcialmente eficiente. Recomendado é não permanecer em


locais sem ventilação por muito tempo, verificar periodicamente as condições de
aparelhos ar condicionados, esterilização de carpetes e tapetes.
Tuberculose
Ficha Técnica
Tuberculose

Agente Etiológico: Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch)

Forma de transmissão: Trato respiratório. Através da tosse, espirro ou


expectoração de pessoas infectadas. Gotículas de saliva com bactérias podem
ficar suspensas no ar por horas.

Sintomas: Tosse constante, as vezes com sangramento (hemoptise), febre,


suores noturnos, falta de apetite, emagrecimento e indisposição. Dificuldade
respiratória e acúmulo de secreção na pleura em casos mais graves.

Tratamento: Poliquimioterapia com até 4 medicamentos divididos em 1ª fase


(ataque) e 2ª fase (manutenção), com duração de 6 meses.

Profilaxia: Vacinação (BCG), evitar contanto com pessoas contaminadas, evitar


permanecer em ambientes fechados.
Hanseníase (Lepra)
Ficha Técnica
Hanseníase (Lepra)

Agente Etiológico: Mycobacterium leprae (Bacilo de Hansen)

Forma de transmissão: Contato direto com pessoas doentes, pela pele ou pelo
ar, após contatos íntimos e prolongados com o portador.

Sintomas: Aparecimento de manchas na pele, ulcerações e deformidades,


lesões nas terminações nervosas causando perda de sensibilidade.

Tratamento: Uso de antibióticos (há cura se for diagnosticado e tratado nas


fases iniciais).

Profilaxia: Educação sanitária, tratamento imediato dos doentes, vacinar todos


os familiares e pessoas que convivem intimamente com o doente (vacina BCG).
Leptospirose

O rato de esgoto (Rattus novergicus) é o principal responsável


pela infecção humana, em razão de existir em grande número
e da proximidade com seres humanos. A bactéria multiplica-se
nos rins desses animais sem causar danos, e é eliminada pela
urina, às vezes por toda a vida do animal.
Ficha Técnica
Leptospirose

Agente Etiológico: Leptospira interrogans

Forma de transmissão: Água e alimentos contaminados pela urina de ratos e


cães.

Sintomas: Febre alta, calafrios, cefaleia, dores pelo corpo (principalmente


panturrilhas). Podem ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Nas formas graves:
icterícia, sangramento e alterações urinárias.

Tratamento: Uso de antibióticos (penicilina).

Profilaxia: Educação sanitária, adotar medidas que minimizem a proliferação de


ratos, realizar vistoria de bueiros e redes de esgoto para evitar possíveis
entupimentos que promovam inundações, quando entrar em contato com
regiões inundadas ou com lama, usar luvas e botas de borracha.
Coqueluche
Ficha Técnica
Coqueluche

Agente Etiológico: Bordetella pertussis

Forma de transmissão: Pelo ar e saliva contaminados com a bactéria.

Sintomas: Tosse persistente (tosse de cachorro), causada devido a infecção


dos brônquios e bronquíolos. Febre baixa, mal-estar geral, coriza.
Eventualmente cianose, com sensação de asfixia nas crises de tosse, vômitos
após o guincho.

Tratamento: Uso de antibióticos específicos.

Profilaxia: Vacinação (Tríplice).


Difteria (Crupe)
Ficha Técnica
Difteria (Crupe)

Agente Etiológico: Corynebacterium diphthriae

Forma de transmissão: Pelo ar contaminado e pela saliva.

Sintomas: Dor e inflamação de garganta com placas pseudomembranosas


branco-acinzentadas/amareladas.
Febre, dificuldade de respirar, tosse, cansaço, catarro, manchas
vermelhas na pele, dificuldade e dor ao engolir, cefaleia, náusea.
A bactéria produz toxina que pode causar asfixia, problemas
cardíacos, neurológicos e renais.

Tratamento: Soro antidiftérico, antibioticoterapia (penicilina G, eritromicina),


repouso, nebulização e aspiração frequente.

Profilaxia: Vacinação.
Doença Meningocócica
Doença Meningocócica
Ficha Técnica
Doença Meningocócica

Agente Etiológico: Neisseria meningitidis (meningococo)

Forma de transmissão: Por meio de secreções respiratórias e da saliva,


durante contato próximo ou demorado com o portador.

Sintomas: Na meningite: febre alta e repentina, intensa cefaleia, rigidez do


pescoço, vômitos e, em alguns casos, sensibilidade à luz (fotofobia) e confusão
mental.
Na meningococcemia (sepse): febre alta, dores pelo corpo, tosse,
dor de cabeça, fraqueza, vômito, manchas púrpuras pelo corpo (petéquias,
equimoses) e até necroses que podem levar à amputação do membro
acometido.

Tratamento: Uso de antibióticos intravenosos.

Profilaxia: Vacinação.
Tétano
Ficha Técnica
Tétano

Agente Etiológico: Clostridium tetani

Forma de transmissão: Contaminação acidental de ferimentos profundos com


terra ou objetos sujos contaminados com esporos da bactéria.

Sintomas: Febre baixa ou ausente, hipertonia muscular, hiperreflexia e


contraturas musculares dolorosas. Trismo e riso sardônico (contratura dos
masseteres/mandíbula), contratura do pescoço (rigidez de nuca) e região dorsal
(opistótono). Abdome em tábua devido à rigidez progressiva. Insuficiência
respiratória devido à contratura do diafragma.
Crises desencadeadas por estímulos diversos (luz, som, toque).
Mantém lucidez e consciência.

Tratamento: Utilização de soros.

Profilaxia: Vacina tríplice (antitetânica).


Cólera
Ficha Técnica
Cólera

Agente Etiológico: Vibrio cholerae

Forma de transmissão: Água e alimentos contaminados com as fezes dos


doentes.

Sintomas: Vômitos, diarreias intensas, desidratação severa. Os sintomas são


causados por uma toxina produzida pelas bactérias.

Tratamento: Reidratação, transmissão intravenosa de fluidos (IV) e antibióticos.


A cólera é fatal se não for tratada imediatamente.

Profilaxia: Educação sanitária e saneamento básico. A vacina é pouco eficaz e


de curta duração (protege em apenas 50% dos casos, por um período de três a
seis meses). Só é recomendada para quem viaja para locais onde existe a
doença.

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