Teorias Da Expiação

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SOBRE A EXPIAÇÃO DO PECADO

O Santo Deus criou o ser humano e lhe concedeu uma existência mortal (uma
vida passível de morte), e lhe ordenou o que deve acreditar e como deve se relacionar com o
Criador, consigo mesmo, com o próximo, e com a natureza como um todo. A confiança em
Deus e a obediência à Sua santa ordenação têm a promessa divina da imortalidade (a vida
terna). Por sua vez, a rejeição à Deus e a desobediência à Sua santa ordenação têm a ameaça
da perda definitiva da vida (a morte eterna).
Neste ponto, importa ressaltar que, na linguagem bíblica, santo é a alguém que
vive dedicado a observar a santa ordenação do Criador, enquanto ímpio é alguém que vive de
modo contrário à santa ordenação do Criador. Justo, em certo sentido, é alguém que ajusta sua
vida ao padrão de vida ordenado pelo Criador, enquanto injusto, em certo sentido, é alguém
cujo viver é desajustado do padrão de vida ordenado pelo Criador.
A ordenação divina é intrínseca ao ser humano, e está implícita na Criação, que
mostra como as coisas devem ser e como não devem ser. Contudo, o Criador foi além, e
revelou, de modo expresso, aos seres humanos de todos os povos, através do Povo que escolheu
para guiar os outros povos, a Sua santa ordenação, que chamou de Sua Lei (Sua Instrução).
Da criação até a revelação expressa e completa da ordenação divina para o ser
humano, ficou estabelecido o justo conselho do Santo Deus:
1 – A confiança com a obediência asseguram a permanência definitiva da vida
(a imortalidade/vida eterna);
2 – A rejeição com a desobediência conduzem à perda definitiva da vida (a
morte eterna).
Contudo, o ser humano, embora tenha a potência para a obediência, é passível
de desobedecer, de sorte que, praticamente, nenhum ser humano é santo e justo (dedicado e
ajustado a observar a santa ordenação de Deus) sem jamais se desviar dela (desobedecê-la em
algum ponto).
Sabendo disso, o Santo e Justo Deus, que também é Gracioso, providenciou
para o ser humano que o ofender, transgredindo Sua santa ordenação, mas se arrepender, uma
forma de reestabelecer a paz (comunhão) com Ele, para voltar ao caminho da obediência e vida
e, assim, ser livrado da punição de morte eterna.
Essa graciosa forma de reconciliação e salvação/livramento/expiação da culpa
envolve a Santidade de Deus, a Justiça de Deus, e a Graça de Deus. A Santidade é o bem divino
agredido; a Justiça é o tratamento divino estabelecido (morte ao desobediente e vida ao
obediente); e a Graça é a disposição divina em prover recomeço (nova chance de vida) e
livramento da morte ao desobediente arrependido.
Assim, para que o Santo Deus que foi ofendido perdoe o ofensor, lhe dê uma
nova chance de seguir no caminho de obediência e vida eterna, e o livre da punição de morte
eterna, o ofensor (pecador/transgressor) deve:
1 - Fazer uma oferta compensatória capaz de satisfazer a justiça divina;
2 - Estar arrependido de suas transgressões;
3 - Contar com a intercepção de alguém capaz de interceder à Deus em seu
favor;
4 - Corrigir o seu viver (deixando de viver desajustado e passando a viver
ajustado à ordenação divina).
Tudo isso ficou didaticamente muito claro no sistema sacerdotal e sacrificial
disposto na Lei de Deus. Mas, com o passar do tempo, esse sistema (sacerdotal e sacrificial)
foi banalizado, vindo o Templo a ser destruído e, consequentemente, o sacerdócio a ser
desativado.
Diante de tudo isso, surgem as seguintes perguntas:
1 - Em que sentido a obra de Cristo tem a ver com a graciosa forma de perdão,
reconciliação, e livramento da morte de que falei acima?
2 – A graciosa forma de perdão, reconciliação e livramento da morte, dispensa
algum elemento: oferta compensatória, arrependimento, intercessão, e conversão do viver?
3 – quais desses elementos são competência de Cristo e quais são competência
do pecador?
4 – O pecador, mesmo depois de arrependido e de haver tomado a decisão de
ajustar seu viver ao padrão divino de vida (isto é, se converter à Deus) continua passível de
pecar, e a morte continua sendo a justa punição pelo pecado. Sendo assim, se ele pecar, o que
Cristo ainda pode fazer por ele, para que ele não seja punido com a morte eterna?

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