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A Opep

Este capítulo introduz a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), criada em 1960 por países produtores de petróleo para regular preços e produção. Apresenta a história da OPEP, incluindo choques petrolíferos, membros atuais e funções como estabilizar preços e fornecimento de petróleo. Também discute a importância estratégica da OPEP e seu papel atual.
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A Opep

Este capítulo introduz a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), criada em 1960 por países produtores de petróleo para regular preços e produção. Apresenta a história da OPEP, incluindo choques petrolíferos, membros atuais e funções como estabilizar preços e fornecimento de petróleo. Também discute a importância estratégica da OPEP e seu papel atual.
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INSTITUTO POLIVALENTE EDICK RAMON – IPER

ENSINO PARTICULAR
ÁREA DE FORMAÇÃO ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS
CURSO TÉCNICO DE CONTABILIDADE E GESTÃO

TRABALHO PARA A DISCIPLINA DE DOCUMENTAÇÃO E


LEGISLAÇÃO FISCAL

TEMA: A OPEP

Docente
_____________________________

0
INSTITUTO POLIVALENTE EDICK RAMON – IPER
ENSINO PARTICULAR
ÁREA DE FORMAÇÃO ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS
CURSO TÉCNICO DE CONTABILIDADE E GESTÃO

TRABALHO PARA A DISCIPLINA DE DOCUMENTAÇÃO E


LEGISLAÇÃO FISCAL

TEMA: A OPEP

Nome da aluna: Vanda Simosa


Professor: Marcos Graciano
12ª Classe
Turma A
Sala 40

Luanda 2023/ 2024

1
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais que tudo fazem para que possa ter sucesso na vida e
a Daniela Gerardo, minha maior fonte de inspiração.

2
AGRADECIMENTO

Eu, agradeço primeiramente a Deus por me capacitar e guiar em todos os momentos.


Aos meus pais pelo apoio que sempre dão. Um apreço elevado aos meus professores,
outros membros da instituição e amigos que ao longo desta caminhada contribuíram de
forma directa ou indirecta para na minha jornada académica o que permitiu, de certa
forma, que o trabalho fosse realizado.

3
EPÍGRAFE

4
“Minha receita para enriquecer? Acorde cedo, trabalhe
muito, ache petróleo.” - Paul Getty

Lista de abreviaturas

AIE- Agência Internacional de Energia


MIREMPET- Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo E Gás
ONU- Organização das Nações Unidas
OPAEP- Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo
OPEP- Organização dos Países Exportadores de Petróleo

5
RESUMO

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), foi criada com o objectivo
principal de representar as intervenções governamentais numa escala global em relação
aos regulamentos sobre a indústria de petróleo e gás, dando poder aos países produtores
de petróleo, em vez das grandes companhias petrolíferas internacionais.
Desta forma, torna-se imperativo referir que a função da OPEP não é de controlar o
preço do barril de petróleo no mercado internacional através da restrição e
implementação de cortes de produção, conforme muitas vezes referenciado. A OPEP
integra, unifica e coordena a política petrolífera e os regulamentos dos países membros,
assegurando uma estabilização nos preços do crude e o abastecimento regular de
petróleo aos consumidores, bem como manter uma renda constante para os produtores e
um retorno seguro sobre o capital investido.
Com os programas de desenvolivemnto a longo prazo que se irão implementar, o
governo angolano achou que seria uma boa altura para se retirar da organização, uma
vez que as limitações em termos da produção de petróleo o impedirá de realizar os
objectivos traçados. Então, em 1 de Janeiro de 2024, Angola sai oficialmente da OPEP,
recebendo um feedback positivo por parte de algumas entidades, uma vez que agora o
país terá mais liberdade na actuação das actividades produtivas deste sector. No entanto,
o ministros dos Recursos Minerais, Petróleo E Gás, não deixou de salientar a gratidão
pelos 16 anos de cooperação, mostrando o total respeito por uma das maiores e mais
influentes organizações do mundo, a OPEP.

Palavras chaves: Petróleo, OPEP, cartel.

6
ABSTRACT

The Organization of Petroleum Exporting Countries (OPEC), was created with the main
objective of representing government administrations on a global scale in relation to
regulations on the oil and gas industry, giving power to oil producing countries, rather
than large companies. International oil companies.
Therefore, it is imperative to mention that OPEC's function is not to control the price of
a barrel of oil on the international market by restricting and implementing production
cuts, as is often referred to. OPEC integrates, unifies and coordinates the oil policy and
regulations of member countries, ensuring a stabilization of oil prices and a regular
supply of oil to consumers, as well as maintaining a constant income for producers and
a safe return on invested capital. .
With the long-term development programs that they will implement, the Angolan
government considered that it would be a good time to withdraw the organization, since
limitations in terms of oil production would prevent the achievement of the objectives
set. Then, on January 1, 2024, Angola officially joined OPEC, receiving positive
feedback from some entities, as the country will now have more freedom in carrying out
productive activities in this sector. However, the ministers of Mineral Resources, Oil
and Gas, did not fail to highlight their gratitude for 16 years of cooperation, showing
total respect for one of the largest and most influential organizations in the world,
OPEC.

Keywords: Oil, OPEC, cartel.

7
Sumário
DEDICATÓRIA................................................................................................................2
AGRADECIMENTO........................................................................................................3
EPÍGRAFE........................................................................................................................4
Lista de abreviaturas..........................................................................................................5
RESUMO..........................................................................................................................6
ABSTRACT......................................................................................................................7
Capítulo I: Introdução........................................................................................................9
1.1-Introdução...............................................................................................................9
1.2- A história da OPEP..............................................................................................10
1.3- Choques petrolíferos............................................................................................12
1.4- Os membros da OPEP..........................................................................................13
1.5- Medidas de controlo da OPEP.............................................................................14
1.6- Função da OPEP..................................................................................................14
1.7- Importância da OPEP...........................................................................................15
1.8- A OPEP na actualidade........................................................................................15
Capítulo II- Angola e a OPEP.........................................................................................16
2.1- Entrada do País na OPEP.....................................................................................16
2.2- A saída de Angola da OPEP.................................................................................17
Conclusão........................................................................................................................20
Bibliografia......................................................................................................................21

8
Capítulo I: Introdução
1.1-Introdução

O petróleo é um recurso natural fóssil e não renovável que possui grande importância
política e econômica. A sua origem está atrelada a antigos depósitos orgânicos formados
em zonas de bacias sedimentares. Esse recurso natural é utilizado principalmente para a
produção de fontes de energia e como matéria-prima na indústria tendo como derivados
a gasolina e o óleo diesel.
Por apresentar uma importância vital no abastecimento de energia, o que garante o
funcionamento da sociedade, o petróleo é considerado como um recurso natural
extremamente estratégico, ou seja, aqueles que o possuem, além de garantir uma fonte
de renda, também conseguem representar certo domínio de poder, pois a maioria das
nações deseja adquirir esse recurso para o interno abastecimento. Historicamente
falando, o aumento na demanda mundial pelo petróleo vem sendo resultado do próprio
crescimento econômico das nações, onde a energia representa uma fonte indispensável
para produção.
De forma a regularizar da melhor forma os preços e quantidades produzidas pelos países
produtores de petróleo, criou-se a Organização dos Países Exportadores de Petróleo
(OPEP), uma organização intergovernamental de 13 nações, fundada em 15 de
setembro de 1960 em Bagdá pelos cinco países membros fundadores Irã, Iraque,
Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela, com sede desde 1965 em Viena, na Áustria.
Após a sua formação, a organização marcou um ponto decisivo para a soberania
nacional sobre os recursos naturais e as decisões da organização passaram a
desempenhar um papel de destaque no mercado global de petróleo e nas relações
internacionais.

9
1.2- A história da OPEP

Após a Segunda Guerra Mundial, o movimento pela descolonização foi seguido pelo
direito das nações disporem livremente dos próprios recursos naturais. Nesse contexto,
os países do Golfo Pérsico passaram a manifestar o desejo de libertar-se das companhias
petrolíferas ocidentais. Assim, em 1948, com o apoio dos Estados Unidos enquanto
superpotência, obtiveram o fim do "acordo da Linha Vermelha". Empresas recém-
chegadas, como a estadunidense Getty Oil Company, ofereceram melhores condições à
Arábia Saudita, obrigando as companhias petrolíferas, determinadas a manter as suas
posições, a conceder a este país, em 1950, uma fatia dos lucros da exploração petrolífera
na base de 50/50.
Então, em 14 de Setembro de 1960 como uma forma dos países produtores de petróleo
se fortalecerem frente às empresas compradoras do produto, em sua grande maioria
pertencentes aos Estados Unidos, Inglaterra e Países Baixos, que exigiam cada vez mais
uma redução maior nos preços do petróleo, criou-se a OPEP.
A missão declarada da organização é "coordenar e unificar as políticas de petróleo de
seus países membros e garantir a estabilização dos mercados de petróleo, a fim de
garantir um fornecimento eficiente, econômico e regular deste recurso aos
consumidores, uma renda estável aos produtores e um retorno justo de capital para
aqueles que investem na indústria petrolífera" (OPEP).
Ao cartel, como é citada pelos economistas, formado pelos países da OPEP pode
atribuirse grande parte da responsabilidade pelos choques do preço do petróleo
ocorridos em 1973 e 1979. Crise esta que fez com que os países consumidores e as
majors revisassem suas estratégias de atuação no mercado petrolífero. A queda brutal
dos preços em 1986, ou o contrachoque, foi um dos resultados desta reestruturação, que
também permitiu um realinhamento de forças entre os agentes pertencentes ao setor.
Este realinhamento caracterizase pelo enfraquecimento da OPEP, pela retomada de
parte do controle pelas companhias petrolíferas e pelo fortalecimento dos países
consumidores. O contrachoque representou um marco no processo de mudança no
regime de formação do preço do petróleo.
Crise de 1973- após a fundação da OPEP, os países membros, insatisfeitos com o
domínio estrangeiro do petróleo, anunciaram um embargo, limitando a produção e
exportação à países europeus e aos Estados Unidos. Devido à escassez de petróleo, o
preço quadruplicou de US$ 3 para US$ 12.
Crise de 1979- quando ocorreu uma revolução islâmica fundamentalista no Irã. Toda a
organização do país acabou se transformando, levando a uma queda na produção de
petróleo durante este período, e para piorar, o Irã iniciou uma guerra contra o Iraque
outro grande produtor de petróleo.
Guerra do Golfo- nos anos 90, o Iraque entrou em guerra com o Kuwait outro país que
faz parte da OPEP. Com isto, o golfo pérsico, principal passagem de petróleo do
mundo, foi fechado, resultando em mais uma grande escalada no preço da commodity
nos mercados.

10
Quanto às mudanças nas estratégias de atuação dos agentes, várias foram as respostas ao
nível de preços e ao contexto de concentração da oferta de petróleo em torno da
OPEP que configurava esta indústria após os choques. Obviamente, o objetivo principal
de todas as "soluções" desenvolvidas era a redução da dependência em relação ao
petróleo produzido pelos países do Oriente Médio. Dentre estas "soluções" podem
ser destacadas:
1. Disseminar programas de conservação e/ou eficiência energética visando
utilizar a energia com mais racionalidade. Esta eficiência no uso pode
ser encontrada através da elevação dos preços ao consumidor, de novas
regulamentações, de incentivos à eliminação dos desperdícios, entre outras
iniciativas.
2. Pesquisar e implementar novas fontes energéticas que pudessem substituir o
petróleo, reduzindo a dependência por um energético vindo, na sua maior parte,
de uma região tão instável.
3. Valorizar os recursos energéticos nacionais.
4. Diversificar as fontes de importação de petróleo. Após os choques, ocorreu
uma grande corrida em busca de novas áreas exploratórias, tanto por parte dos
governos dos países consumidores quanto por parte das grandes companhias
petrolíferas. Para tanto a difusão das inovações tecnológicas foram primordiais.
Todas estas políticas concorreram para transformar profundamente o abastecimento
mundial após a década de 70. A partir de 1980, a OPEP teve que praticar sucessivos
cortes na sua produção, a qual, em 1985, atingia 16,7 milhões de barris/dia,
representando 29,1% da produção mundial. No entanto, em 1973, o volume produzido
pela OPEP era de 30,9 milhões de barris/dia 52,9% da produção mundial naquele ano.
Esta significativa perda de controle pela OPEP sobre as quantidades ofertadas no
mercado petrolífero estava intimamente relacionada com o processo de substituição
iniciado ainda na primeira metade dos anos 70 e que se desenvolveu em 3 níveis:
 petróleo barato por petróleo caro;
 petróleo por outras fontes de energia;
 petróleo por capital.
Outro fator condicionante da queda da demanda foi a introdução de novas legislações
ambientais, principalmente nos países industrializados, as quais incentivam a redução
das emissões de poluentes e o aumento da utilização de combustíveis mais "limpos",
como o gás natural. Além disso, a queda do ritmo de crescimento econômico mundial,
na década de 80, também contribuiu para reduzir a demanda por petróleo e por outras
fontes de energia primária, compensadas pelo aumento do consumo de "novas" fontes
de energia.
Os órgãos da OPEP são: a Conferência, autoridade suprema da organização, composta
por representantes dos países membros, que reúne duas vezes por ano; o Concelho de
Administração, que gere a organização e executa as resoluções da Conferência, com um
administrador por cada Estado-membro nomeado por dois anos, e reunindo, pelo
menos, duas vezes por ano; o Secretariado, chefiado por um secretário-geral, é
composto por vários departamentos; e a Comissão Económica, um órgão especializado

11
permanente, no âmbito do Secretariado, que visa dar assistência à organização na
promoção da estabilidade dos preços internacionais.”
O reconhecimento da OPEP pela ONU deu-se em 6 de novembro de 1962, quando
contava com mais três integrantes: Catar, Indonésia e Líbia. Desde então, outros países
passaram a integrar a organização, que conta atualmente com oito membros plenos e
cinco membros fundadores.

1.3- Choques petrolíferos

Entre 6 e 24 de Outubro de 1973, aconteceu a Quarta Guerra Israelo-Árabe, também


designada de Guerra de Yom Kippur. Por consequência, a 16 de Outubro de 1973,
verificou-se o Primeiro Choque Petrolífero, imposição do embargo árabe ao
fornecimento de petróleo bruto. Os países membros da OPAEP (constituída apenas por
países exportadores árabes, foi criada em 9 de Janeiro de 1968, em Beyrouth, pelos
países, Arábia Saudita, Koweit e Líbia, sendo alargada mais tarde à Argélia, Bahrein,
Dubai e Qatar em 1970 e por último, ao Egipto, Iraque e Síria em 1972) numa reunião
que teve lugar no Koweit, decidiram aumentar em 70% os preços de venda do petróleo.
A 17 de Outubro de 1973, os países membros da OPEP decidiram reduzir o total da sua
produção de petróleo em 5%, continuando a reduzir esta mesma percentagem por cada
mês passado, até que Israel saísse de todos os territórios árabes ocupados ao longo da
Guerra dos Seis Dias.
Esta ideia da redução da produção de petróleo foi ainda mais reforçada quando a 18 de
Outubro, a Arábia Saudita, que era a detentora das maiores reservas do mundo,
anunciou um maior corte na produção até que as exigências árabes fossem cumpridas.
Com estas medidas tomadas, trouxe como consequência os aumentos dos encargos
fiscais sobre o petróleo exportado e, devido a isto os preços aumentaram quatro vezes
mais em 1974. Este embargo durou até ao dia 18 de Março de 1974, dia em que foi
levantado. O Segundo Choque Petrolífero surgiu inicialmente devido à Revolução
Islâmica no Irão, devido a uma decisão do ayatollah Khomeyni em renegociar os
contratos de exploração das companhias estrangeiras, nomeadamente a BP, criando um
aparente mau estar entre as partes. Numa fase posterior da causa deste choque foi a
Guerra Irão Iraque em 1980 e que só terminou em 1988. Durante estes anos, foram estas
as duas causas do aumento abrupto do petróleo, uma vez que o preço do barril passou a
custar entre 78/79 dólares nos anos de 1979/80.
Anos mais tarde, com a invasão do Iraque ao Koweit a 2 de Agosto de 1990,
desencadeia o Terceiro Choque Petrolífero. Quando o Iraque invadiu o Koweit, um dos
maiores produtores de petróleo do mundo, levou a que a Organização das Nações
Unidas (ONU) interviesse no conflito para que o Iraque se retirasse do território do
Koweit, porém, antes da retirada, as forças iraquianas incendiaram todos os poços de
petróleo existentes na região, tirando desde logo do mercado uma produção de 4,6
milhões de barris, o que provocou uma gigantesca crise nos mercados mundiais e por
consequência aumentando os preços deste recurso.

12
Aquando dos Choques Petrolíferos7 , por todo o mundo, os países tentaram reduzir a
sua dependência em relação a este recurso natural, recorrendo ao carvão que se tornou
novamente na maior fonte energética dos EUA e Japão.
Actualmente, o vector principal de afirmação dos países é o económico. Portanto, o
domínio das fontes energéticas é deveras importante para a afirmação económica, pois
sem recursos energéticos estes países paralisam e as suas economias estão condenadas
ao fracasso.
1.4- Os membros da OPEP

Em janeiro de 2020, a OPEP contava com 13 países membros: cinco no Oriente Médio
(Ásia Ocidental), sete na África e um na América do Sul. De acordo com a
Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA), a taxa combinada de
produção de petróleo da OPEP (incluindo gás condensado) representou 44% do total
mundial em 2016.
A aprovação de um novo país membro requer o acordo de três quartos dos membros
existentes da OPEP, incluindo todos os cinco fundadores. Angola, foi aceite
oficialmente como membro da organização em 1 de janeiro de 2007.
Actualmente, a organização conta com 12 países membros:
 Arábia Saudita
 Kuwait
 Irã
 Iraque
 Venezuela
 Líbia
 Emirados Árabes Unidos
 Argélia
 Nigéria
 Guiné Equatorial
 Gabão
 Congo

O Estatuto da OPEP distingue entre os Membros Fundadores e os Membros Plenos,


aqueles países cujos pedidos de adesão foram aceitos pela Conferência.
O Estatuto estipula que "qualquer país com uma exportação líquida substancial de
petróleo bruto, que tenha interesses fundamentalmente semelhantes aos dos Países
Membros, pode tornar-se Membro Pleno da Organização, se aceito por uma maioria de

13
três quartos dos Membros Plenos, incluindo os votos concordantes de todos os
Membros Fundadores".
O Estatuto prevê ainda os Membros Associados, que são os países que não se
qualificam para a adesão plena, mas que, no entanto, são admitidos nas condições
especiais que possam ser prescritas pela Conferência.

1.5- Medidas de controlo da OPEP

O primeiro objetivo da organização foi de contrapor ao domínio global exercido pelas


maiores empresas do ramo petrolífero na época. As grandes empresas exploravam os
recursos naturais dos países que detinham largas reservas, e em troca pagavam baixos
royalties (uma quantia paga por alguém a um proprietário pelo direito de uso,
exploração e comercialização de um bem). Sendo assim, os lucros astronômicos
ficavam na mão das transnacionais, enquanto os países explorados pouco se
beneficiavam.
As empresas que detinham o controle de todo o mercado eram conhecidas como as 7
irmãs. Esse oligopólio era constituído por 5 empresas americanas (Chevron, Exxon,
Gulf, Mobil e Texaco), uma anglo-holandesa (Shell) e uma britânica (British
Petroleum).
Para combater esses grandes conglomerados, a OPEP estabeleceu uma política
petrolífera aos membros. Dentre as medidas propostas, constavam as estratégias de
produção e controle dos preços no mercado, assim como a ampliação de conhecimento e
informações sobre o mercado de petróleo mundial.
As primeiras políticas de controle da OPEP surgiram por volta de Junho de 1967
devido à chamada Terceira Guerra Israelo-Árabe, também conhecida por Guerra dos
Seis Dias que resultou no embargo imposto pelos países árabes sobre o envio de
petróleo para os países europeus e para os Estados Unidos. Essa medida foi tomada pelo
apoio dado por essas nações a Israel durante o conflito árabe-israelense nos anos
anteriores.
Em 1973, a OPEP elevou o preço do petróleo em duas ocasiões, fazendo com que o
valor dos barris quadruplicassem, eclodindo, assim, a primeira crise do petróleo daquela
década. A produção também passou por medidas de controle, o que refletiu no
desequilíbrio dos preços.
Ao final do período, em 1979, uma nova crise do petróleo foi desencadeada. No início
da década de 1980, os valores do barril do petróleo haviam aumentado quase 10 vezes
comparativamente a 1973. Com as oscilações constantes no preço, que caíram
significativamente em 1986, e a queda na receita dos países-membros, a Opep passou a
estabelecer um teto produtivo e um referencial de preços.

14
1.6- Função da OPEP

A Opep tem como função a regulamentação da produção e comercialização do petróleo


para os seus membros, tornando o produto deles mais competitivo no mercado. Isso é
feito pelo controle do preço dos barris de modo a torná-lo estável, controlando
quaisquer alterações que possam prejudicar os países-membros.
As políticas da Opep atuam, ainda, no controle da produção, mais especificamente na
quantidade de petróleo produzida e que ingressa no mercado (oferta)..

1.7- Importância da OPEP

O petróleo é a principal fonte de energia do mundo atual, representando uma parcela de


31,5% da matriz energética. Ao mesmo tempo, constitui-se em uma matéria-prima
altamente dinâmica e utilizada na confecção de uma série de produtos utilizados no dia
a dia.
Devido a sua grande utilidade e influências geopolíticas, muitos países acabaram por se
tornar dependentes desta matéria, sendo assim, qualquer oscilação brusca nos preços
desta matéria-prima acabam resultando em mudanças de rota para a economia mundial.
Sabendo disso, é possível entender como a OPEP acabou ganhando tanto protagonismo
e influências, tornando-se uma das organizações mais poderosas do mundo. Afinal,
como essa associação é capaz de mudar o ritmo do crescimento global, os países, os
mercados financeiros e as grandes empresas ficam de olho em todos os passos e
medidas que a organização toma.
Cabe ressaltar que, com esse poder todo, a OPEP sempre buscou encontrar os melhores
cenários para os países membros, mesmo que em detrimento dos desejos do resto do
mundo. Pois, desde a sua criação, o objetivo sempre foi dar os melhores rendimentos
aos seus filiados.
A importância da Opep, dessa forma, reside na regulação do mercado por meio do
controle dos preços e das quantidades produzidas, no balanço do fornecimento de
petróleo e também na sua atuação como um agente diplomático no cenário político
internacional.

1.8- A OPEP na actualidade

Em setembro de 2018, os então países membros representavam 44% da produção global


de petróleo e 81,5% das reservas de petróleo "comprovadas" do mundo, dando à OPEP
uma grande influência nos preços globais de petróleo, previamente determinados pelos
chamados agrupamento "Sete Irmãs" de empresas multinacionais de petróleo.

15
No entanto, com a queda nos preços do barril de petróleo entre 2014 e 2016 demonstrou
o impacto reduzido que a OPEP agora exerce no mercado petrolífero. Todavia, cortes
mais profundos da OPEP também significam perda de participação no mercado.
Actualmente a produção da OPEP representa apenas 30% da oferta global de petróleo,
sendo que os remanescentes 70% pertence os países não-OPEP, dificultando assim a
pretensão de domínio da OPEP sobre a indústria global de petróleo e gás.
Hoje a OPEP enfrenta vários desafios dentro do cartel com a saída de membros como o
Qatar e do Equador. O aumento da produção de petróleo de xisto dos EUA tem sido o
verdadeiro desafio da organização, uma vez que a produção norte-americana
simplesmente repõe a quantidade de petróleo retirada pela OPEP, tornando nulo o
esforço da organização. De acordo com a AIE, o continente americano está a crescer
enquanto produtor de petróleo e já superou a região do Médio Oriente, que era, até bem
pouco tempo, a principal fonte mundial de abastecimento de crude, com a Arábia
Saudita, os Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Iraque e Irão (todos membros da OPEP) a
destacarem-se. O relatório da AIE indica que, incluindo em matéria de derivados, a
América já produz mais do que todos os países da OPEP, que controlava 40 por cento
da produção mundial de petróleo em 2006 e, actualmente, apenas um terço (31%).
Outro desafio patente é o aumento de produção de vários outros países não-OPEP, em
especial o Brasil que lidera a lista dos potenciais produtores para os anos vindouros.
O ano 2020 foi bastante desafiador para a Organização dos Países Exportadores de
Petróleo, visto que os olhares estavam atentos ao cumprimento dos cortes após terem
sido aprofundados em Dezembro do ano anterior. Sabe-se a prior que os efeitos dos
cortes de produção da OPEP têm tido pouco impacto no preço do barril de petróleo e
estão a ser auxiliados por questões geopolíticas, especialmente a guerra tarifária EUA-
China.
No entanto, apesar da enfraquecida influência no mercado do petróleo, a OPEP continua
a ser uma entidade importante para indústria de petróleo e gás, principalmente para os
países produtores de petróleo, em detrimento das companhias petrolíferas
internacionais.

Capítulo II- Angola e a OPEP

2.1- Entrada do País na OPEP

O governo angolano, encabeçado pelo presidente em poder na altura, José Eduardo dos
Santos, solicitou a entrada na Opep, disse em e-mail divulgado por Antonio Sampaio,
porta-voz da embaixada do país em Londres. E, a 1 de Janeiro de 2007, a OPEP
declarou oficialmente a entrada de Angola na organização. A entrada para a OPEP
poderá submeter Angola às restrições do grupo relativas à produção de petróleo bruto,
ajudando a organização a influenciar os preços da commodity. Nesse ano, o país

16
africano aumentou sua produção em 18%, para mais de 1,4 milhão de barris/dia,
quantidade semelhante à produzida pela Argélia, nono maior produtor da Opep.
Com a entrada de Angola, a OPEP pretende também aumentar o controlo que tem sobre
as reservas mundiais de petróleo. Para o novo membro, o corte de produção anunciado
hoje só será efectivo a partir de Março de 2007.
Angola passou assim a ser o décimo segundo membro da OPEP. O Conselho de
Ministros angolano que estava no poder na altura, aprovou, a 29 de Novembro, a adesão
do país à OPEP, como membro de pleno direito, na sequência do crescimento registado
na produção petrolífera, que ascendeu 1,4 milhões de barris diários. O país tornou-se
também o segundo país da África subsaariana a integrar a OPEP, sendo já o segundo
maior produtor de petróleo da região, atrás da Nigéria, que aderiu à organização em
1971. Os responsáveis do sector previam que Angola pudesse atingir uma produção de
dois milhões de barris diários em 2007, devido ao início da exploração de novos poços.
Em uma visita ao país para participar da terceira edição da Conferência e Exposição
Angola Oil & Gas 2022, um evento cujo principal foco é garantir a captação de novos
investimentos e impulsionar o desenvolvimento sustentável em toda a cadeia da
indústria petrolífera nacional, o secretário-geral da OPEP, Haitham Al Ghais, ao falar
para a empresa, abordou sobre a importância do país para a organização. "Angola para a
OPEP é um membro muito importante e já ocupou por duas ocasiões a presidência da
nossa organização, em 2009 e 2021, este último um ano muito difícil devido à pandemia
e de outros problemas relacionados à demanda do petróleo, fornecimento do petróleo,
sendo uma época que tivemos que tomar decisões muito duras e essas decisões foram
muito importantes para melhorar o estado internacional de petróleo", explicou.

2.2- A saída de Angola da OPEP

Em conformidade com o Plano de Desenvolvimento Sectorial 2023-2027 do Ministério


dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás angolano, que traçou uma estratégia que visa
manter a produção de petróleo acima de 1 milhão de barris/dia, por via da entrada em
produção de novas oportunidades (entenda-se novos poços, novos blocos) e optimização
dos que estejam em declínio de produção, em 21 de Dezembro de 2023, O Governo
angolano enviou à OPEP o documento que formaliza a sua saída voluntária deste bloco
económico, a partir de 1 de Janeiro próximo. "Sentimos que neste momento Angola não
ganha nada mantendo-se na organização e, em defesa dos seus interesses, decidiu sair",
disse aos jornalistas o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, em Luanda, à
margem da reunião do Conselho de Ministros.
Segundo o MIREMPET, a comunicação foi enviada para o secretário-geral da OPEP,
Haitham AL Ghais, com vista a formalizar a retirada de Angola da Organização
intergovernamental. “O Governo de Angola vem pela presente comunicar a decisão de
retirar-se da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, com efeitos a partir de

17
01 de Janeiro de 2024, conforme o Decreto Presidencial n.° 233/23 de 21 de
Dezembro”, esclarece o MIREMPET.
De acordo com o governo, Angola é membro da OPEP há mais de 16 anos e durante
este período tem cumprido, cabalmente, com todas as obrigações devidas à agremiação,
bem como partilhado dos esforços que os países signatários da Declaração de
Cooperação OPEP e Não OPEP (OPEP+) têm desenvolvido, com vista a estabilizar o
mercado petrolífero internacional.
Entretanto, a decisão do país abandonar a OPEP surge na sequência da 36ª Reunião
Ministerial desta Organização e seus aliados, realizada a 30 de Novembro deste ano, via
videoconferência, que deliberou a atribuição a Angola de uma quota de produção de
1.110 milhões de barris de petróleo bruto por dia. A esse respeito, o ministro
Diamantino Azevedo explicou que a decisão “não foi tomada por unanimidade” e
contrariou a posição de Angola, pelo que o Governo angolano reiterou e manteve a sua
proposta de produzir 1.180 milhões barris de petróleo bruto por dia, em 2024.
Em reacção a deliberação dos participantes na Reunião Ministerial, que obrigaria
Angola a cortar na sua produção 70 mil barris de petróleo por dia, o governo angolano
enviou uma nota de protesto ao Secretariado Geral da Organização, facto que veio
culminar com a sua saída na OPEP.
Embora tenha oficializada a retirada do país da OPEP, o governo angolano agradece o
apoio que esta organização tem prestado aos países membros e deseja felicidades na
execução do seu trabalho para a estabilidade do mercado petrolífero.
Com o abandono de Angola, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP
ou OPEC, em inglês) passa a contar com 12 nações.
Para o economista angolano Yuri Quixina, Angola, que está na sua fase "embrionária"
de extracção petrolífera, já devia ter saído da organização "há muito tempo", para ter
maior liberdade.
“Angola nem devia ter entrado na OPEP, por duas razões. A primeira é que estávamos
ainda a sair do conflito militar e era a oportunidade de organizarmos a nossa própria
indústria. Nem tínhamos empresas angolanas a explorar petróleo, como até agora aliás,
não temos grandes empresas nacionais a explorar petróleo, temos a Sonangol mas
também não explora com grande capacidade, ao contrário das grandes empresas
nacionais nos países árabes. A produção era feita por empresas estrangeiras Como não
temos ainda um sector petrolífero muito desenvolvido, estamos a produzir muito abaixo
das nossas capacidades. Com a entrada na OPEP, Angola só assistiu ao declínio da
produção. houve uma queda de investimentos. A maior parte das empresas começaram a
desacreditar muito na economia petrolífera em Angola, tendo em conta as limitações e
as regras estabelecidas pelo grupo”, explicou o economista.
Quixina, realça que Angola nunca passou da taxa de crescimento económico de 10%
com a OPEP e, segundo ele, Angola ganhou em experiência. A imagem do país a nível
internacional também beneficiou da participação na organização, mas "do ponto de vista
do lucro, Angola só perdia dentro da OPEP".

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Porém, economista admite que, com esta decisão, surge a ameaça de um possível
boicote por parte da Arábia Saudita, peso pesado do cartel.
“Um dos inimigos é a Arábia Saudita. Ganhámos um inimigo de peso, porque a Arábia
Saudita pode boicotar as nossas vendas. Eles podem vender aos clientes de Angola a
preços mais baixos ainda. Quando a Rússia não quis cortar na produção, o que é que [os
países do Golfo] fizeram ? Aumentaram a produção, para vender petróleo a preços mais
baixos aos clientes da Rússia. O preço baixou, e a Rússia teve que entrar na Opep. A
Arábia Saudita tem sempre a sua arma, a de inundar o mercado para fazer com que os
outros concorrentes entrem no cartel”.
Quanto à questão da transição energética, em aparente contradição com a ambição
angolana de aumentar a extracção e produção petrolífera, o economista angolano
considera que seria um erro "caminhar já para as energias renováveis". São energias que
exigem "muito capital", e considerando a dívida externa do continente africano, seria
"um suicídio enorme".

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Conclusão

É possível notar como a OPEP, tem um um impacto em escala global, devido ao


petróeleo que uma das maiores fontes de energia da actualidade. Com a saída de Angola
da oganização, o governo pretende aumentar a produção de petróleo que era limitaa
pelos termos impostos pela OPEP, por isso, mutos acreditaram ser uma melhor decisão
por parte do governo de forma a ter mais lucros neste sector.
Concluíndo, é importante ressaltar a importância da OPEP para a economia, uma vez
que as medidas tomadas pela organização, principalemnte em relação ao prço do
petróleo, afecta diversos países, tendo mais impacto aos países que dependem deste
recurso para manter a estabilidade, como é o caso de Angola.

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Bibliografia

Angola negocia para se tornar o 12º- país-membro da Opep - TN (tnpetroleo.com.br)


OPEC : Secretariat
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) (uol.com.br)
Organização dos Países Exportadores de Petróleo – Wikipédia, a enciclopédia livre
(wikipedia.org)
Angola abandona OPEP (aimnews.org)
A OPEP e a Sua Influência no Mercado Petrolífero - PETROANGOLA
Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás - Notícias - O MERCADO
PETROLÍFERO, OS CENÁRIOS PARA 2024 E A SAÍDA DE ANGOLA DA OPEP
(gov.ao)
OPEP: o que é e qual a sua importância? | Politize!
Tiago Manuel Oliveira Ribeiro. INTERPRETAÇÃO GEOPOLÍTICA E
GEOESTRATÉGICA DO PETRÓLEO: DINÂMICAS DE PODER, DILEMAS E
CONFLITUALIDADE. Lisboa, 28 de Agosto de 2008
Helder Queiroz Pinto Junior, Luciana dos Santos Nunes.
Dos choques petrolíferos à atual estrutura de formação dos preços do petróleo.

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