1623 37 - Material Didático - Sociologia Da Educação
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NÚCLEO COMUM
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
Núcleo de Ensino a Distância
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CDD 371.12
Este curso foi concebido e produzido pela UNIMES Virtual. Eventuais marcas aqui
publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários.
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SUMÁRIO
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Para Florestan Fernandes apud Rodrigues (2000) as práticas que têm por
finalidade educar utilizam técnicas, seguem normas e valores compartilhados que
fazem parte de uma determinada sociedade, de uma determinada cultura e de um
determinado tempo histórico. Para a Sociologia, não há técnica pedagógica neutra:
todas são construídas e utilizadas em meio a valores e normas. Ao mencionar o
termo técnicas aplicadas à educação abrangia não só os recursos ou meios
utilizados para transmitir conteúdos, mas também a pedagogia, compreendida em
todos os aspectos filosóficos e sociológicos.
É neste sentido que as técnicas utilizadas em educação estão presentes nas
práticas educacionais que seguem as normas e os valores sociais. As normas são
as leis e regulamentos escritos e as regras, aquelas estabelecidas nos grupos
sociais. Os valores correspondem aos critérios de julgamento de si e dos outros, as
concordâncias e discordâncias; as aprovações e reprovações que nunca são
individuais, mas aceitas e compartilhadas na vida social.
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Portanto, toda análise e estudo a ser realizado devem ter como base os
fundamentos trazidos pelos seus iniciadores que analisaram a sociedade de sua
época - a sociedade capitalista, buscando compreendê-la em suas peculiaridades,
propondo caminhos teóricos interpretativos para os mais variados fenômenos
sociais.
Acompanharemos “o caminho trilhado” por alguns desses autores que
iniciaram os estudos no campo da Sociologia.
Para complementar seus conhecimentos, apresentamos a seguir breves
considerações sobre a História da Sociologia.
História da Sociologia
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REFERÊNCIAS
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• Fato social:
Fenômeno ou ocorrência social, com as seguintes características:
generalidade, exterioridade e coerção social.
• Ação social:
Ato individual de caráter social, com significado e valor ativo.
• Interação social:
Ação coletiva que pressupõe reciprocidade e interdependência entre agentes
sociais.
• Relação social:
Forma como ocorre a interação social.
• Estratificação social:
Processo que coloca os indivíduos de uma sociedade em camadas ou
estratos sociais diferentes, de acordo com suas condições econômicas, de
nascimento, étnicas, religiosas etc.
• Classe social:
Cada um dos estratos ou camadas que constituem a sociedade estratificada.
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• Status social:
Corresponde à posição que o indivíduo ocupa num grupo social ou na
sociedade.
• Papel social:
Função que cada indivíduo desempenha em consequência do status que
ocupa.
• Grupo social:
Conjunto de indivíduos que interagem uns com os outros durante um certo
período de tempo.
• Sociedade:
Conjunto de indivíduos, grupos e instituições, cujos relacionamentos são
impessoais, formais, utilitários.
• Comunidade:
Grupo ou grupos localizados, bastante integrados, com predominância de
contatos primários: pessoais, informais, tradicionais, sentimentais.
SOCIEDADE COMUNIDADE
Complexa Simples
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Leia abaixo:
“Isabel é do signo de Leão. Completará dezessete anos no dia 10 de agosto.
Nasceu num pequeno povoado, de não mais de vinte famílias de pequenos
agricultores. Na escola local fez as três primeiras séries do ensino fundamental. Era
uma escola de apenas uma sala, na qual a professora procurava ensinar, ao mesmo
tempo, a vinte e duas crianças da primeira a quarta série.
Aos dez anos Isabel mudou-se para a cidade. Foi morar num apartamento.
Nem sabe quem são seus vizinhos do apartamento em frente. Apenas “bom dia”,
“boa tarde”, “tudo bem”? e nada mais. Atualmente, frequenta a segunda série do
curso de magistério. A tarde trabalha numa loja, para reforçar o orçamento familiar,
que anda apertado.
Hoje, Isabel acordou às sete horas, um pouco tarde para entrar na escola às
sete e meia. Lavou-se e vestiu-se rapidamente. Pôs o uniforme da escola, blusa
branca e saia azul, meias brancas e tênis. Tomou café e saiu. No caminho encontrou
Joana e Sandra, duas amigas inseparáveis. Foram conversando de tudo um pouco,
as matérias do dia, os namorados, etc.
Saindo da escola, Isabel vai correndo para casa, troca de roupa, almoça e vai
para o serviço, onde permanece das 13 às 19 horas. Sabe que não pode chegar
atrasada, pois as consequências são pesadas.
Seis horas mostrando tecidos, roupas, blusas, calças, meias! Preços,
descontos, notas! Isabel sai do serviço, vai para casa, toma banho, janta. E agora?
Novela das oito, trabalho de escola, cansaço, sono, namorado etc. O que fazer?
Isabel procura conciliar as coisas, fazer o que dá. “Quer ser professora e precisa
estudar”.
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Row, 1958. Analise o conceito de fato social a partir da resenha elaborada por
Cristina Costa:
O aborto é uma velha prática, mas mesmo na Antiguidade provocava grandes
diferenças de opinião. Platão, na República, aprovava o aborto a fim de impedir o
nascimento de filhos concebidos em incesto; Aristóteles, sempre prático, pensava no
aborto como um útil regulador malthusiano. De outro lado, o juramento de Hipócrates
contém as palavras: “não darei a uma mulher o pessário para provocar aborto”;
Sêneca e Cícero condenaram o aborto a partir de princípios morais; o código
Justiniano proibia o aborto. No entanto, parece haver pouca dúvida de que, no
Império Romano e no mundo helenístico, o aborto era, nas palavras de um
especialista, “muito comum nas classes altas”. A Igreja Cristã opôs-se rigorosamente
a essa “atitude pagã” e considerou o aborto um pecado. Em muitos estados, a lei
seguiu a doutrina da Igreja e considerou o pecado um crime. Mas na lei anglo-
saxônica o aborto era considerado apenas “um delito eclesiástico”.
Hoje, o aborto é um problema mundial. Os levantamentos e estudos
realizados por pesquisadores isolados e pela Unesco mostram que essa prática é
muito difundida nos países escandinavos, na Finlândia, na Alemanha, na União
Soviética, no Japão, no México, em Porto Rico, na América Latina, nos Estados
Unidos, bem como em outras regiões. O livro de George Devereux, “A study of
abortion in primitive societies”, que abrange aproximadamente 400 sociedades pré-
industriais, bem como 20 nações históricas e modernas, conclui que o aborto “é um
fenômeno absolutamente universal”.
REFERÊNCIAS
COSTA, Cristina. Sociologia. Ed Moderna, SP, 1997. p.68.
PILETTI, Nelson. Sociologia da Educação, SP, Ed. Ática, 2003. p. 243 e 244.
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b) [...] Não nascemos com este ser social, nem ele se desenvolve em nós
espontaneamente. O ser humano, espontaneamente, não se submeteria à
autoridade, não respeitaria a disciplina, não se sacrificaria por objetivos
comuns. É a educação, como socialização, que o leva a tais condutas.
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tanto as relações humanas dos que dela participam, como o espaço físico
onde acontecem estas relações [...].
Se definirmos a instituição social como sendo uma força que atua sobre a
conduta individual, logo perceberemos que qualquer outra instituição, sejam quais
forem suas características e finalidades depende dos padrões da linguagem.
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REFERÊNCIAS
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Fonte - https://pluralidadeculturalemfoco.wordpress.com/
2016/10/15/ o-que-e-a-pluralidade-cultural/, acessado em 09/06/2021
Para responder a esta pergunta, leia o texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais,
conhecido como PCNs - Pluralidade Cultural que são fundamentais para a formação
do educador. Selecionei apenas a apresentação, a introdução, a justificativa de
Pluralidade Cultural nos PCNs.
No link, em nossa sala, pode ser encontrado o texto completo sobre
pluralidade cultural.
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Justificativa
É sabido que, apresentando heterogeneidade notável em sua composição
populacional, o Brasil desconhece a si mesmo. Na relação do país consigo mesmo,
é comum prevalecerem vários estereótipos, tanto regionais como em relação a
grupos étnicos, sociais e culturais.
Historicamente, registra-se dificuldade para se lidar com a temática do
preconceito e da discriminação racial/étnica. Na escola, muitas vezes, há
manifestações de racismo, discriminação social e étnica, por parte de professores,
de alunos, da equipe escolar, ainda que de maneira involuntária ou inconsciente.
Essas atitudes representam violação dos direitos dos alunos, professores e
funcionários discriminados, trazendo consigo obstáculos ao processo educacional
pelo sofrimento e constrangimento a que essas pessoas se veem expostas.
Movimentos sociais, vinculados a diferentes comunidades étnicas,
desenvolveram uma história de resistência a padrões culturais que estabeleciam e
sedimentavam injustiças.
Gradativamente conquistou-se uma legislação antidiscriminatória, culminando
com o estabelecimento, na Constituição Federal de 1988 [1], da discriminação racial
como crime.
Mais ainda, há mecanismos de proteção e de promoção de identidades
étnicas, como a garantia, a todos, do pleno exercício dos direitos culturais [2], assim
como apoio e incentivo à valorização e difusão das manifestações culturais.
A aplicação e o aperfeiçoamento da legislação são decisivos, mas
insuficientes. Para construir uma sociedade justa, livre e fraterna, o processo
educacional terá de tratar do campo ético, de como se desenvolvem no cotidiano
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[1] Art. 5o, parágrafo XLII: “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei”.
[2] Art. 5o, parágrafos VI e IX: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença...; é livre a
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação”.
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Conhecimentos Sociológicos
Toda seleção curricular é marcada por determinantes fatores culturais, sociais
e políticos, que podem ser analisados de forma isolada, para efeito de estudo, mas
que se encontram amalgamados no social. Conhecimentos sociológicos são
indispensáveis na discussão da Pluralidade Cultural, pelas possibilidades que abrem
de compreensão de processos complexos onde se dão interações entre fenômenos
de diferentes naturezas. A escola pode fortalecer sua atuação tanto mais quanto seja
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Conhecimentos Antropológicos
A Antropologia caracteriza-se como o estudo das alteridades, no qual se
afirma o reconhecimento do valor inerente a cada cultura, por se tratar do que é
exclusivamente humano, como criação, e próprio de certo grupo, em certo momento,
em certo lugar. Cada cultura tem sua história, condicionantes, características, não
cabendo qualquer classificação que sobreleve uma em detrimento de outra. Alguns
temas, conceitos e termos da temática da Pluralidade Cultural dependem
intrinsecamente de conhecimentos antropológicos, por se referirem diretamente à
organização humana, na qual se coloca a diversidade. Entre eles destacamos os
conceitos de cultura, raça e etnia.
No sentido antropológico do termo, afirma-se que todo e qualquer indivíduo
nasce no contexto de uma cultura e, ao longo de sua vida, ajuda a produzi-la. Não
existe homem sem cultura, mesmo que não saiba ler, escrever e fazer contas. É
como se fosse possível dizer que o homem é biologicamente incompleto: não
sobreviveria sozinho sem a participação das pessoas e do grupo que o gerou. A
cultura é o conjunto de códigos simbólicos reconhecíveis pelo grupo a partir dos
quais se produz conhecimento: neles o indivíduo é formado desde o momento de
sua concepção nesses mesmos códigos e, durante a infância, aprende os valores
do grupo. Por intermédio deles é mais tarde introduzido nas obrigações da vida
adulta, da maneira como cada grupo social as concebe.
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pensar sobre o outro também apenas a partir de seus próprios valores e categorias
— muitas vezes dificulta um diálogo intercultural, impedindo o acesso ao inesgotável
aprendizado que as diversas culturas oferecem.
Por isso é errado, conceitual e eticamente sustentar argumentos de ordem
racial/étnica para justificar desigualdades socioeconômicas, dominação, abuso,
exploração de certos grupos humanos. Historicamente, no Brasil, tentou-se justificar,
por essa via, injustiças cometidas contra povos indígenas, contra africanos e seus
descendentes, desde a barbárie da escravidão a formas contemporâneas de
discriminação e exclusão destes e de outros grupos étnicos e culturais, em diferentes
graus e formas. A escola deve posicionar-se criticamente em relação a esses fatos,
mediante informações corretas, cooperando no esforço histórico de superação do
racismo e da discriminação.
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tanto para evitar o abandono dos estudos, como na percepção e atitude dos alunos
em relação à escola como instituição voltada para o bem comum, a qual cabe
valorizar, cuidar e proteger. Entrelaçando-se com Ética, é importante tratar da
cidadania a partir de atitude de valorização da solidariedade como princípio ético e
como fonte de fortalecimento recíproco.
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expropriação, institucionalização e filtragem, pela estrutura de poder, do
conhecimento gerado e, intelectual e socialmente, organizado, que é
devolvido ao povo, inclusive dificultando-lhe o acesso, para sua
sobrevivência e servidão ao poder. (p. 53).
Fonte:- https://www.pensador.com
/melhores_frases_paulo_freire_patrono_educacao_brasileira/
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As comunidades tribais
Trata-se de sociedades que não têm Estado, classes sociais, escrita,
comércio e escola. Essa sociedade é essencialmente mítica. Nas comunidades
tribais, as crianças aprendem imitando os gestos dos adultos em suas atividades
diárias. A adaptação aos usos e valores da tribo, geralmente é levada a efeito sem
uso do castigo.
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A Escola Nova
No Brasil, o movimento da Escola Nova começou só no século XX, na década
de 1920. Na escola renovada, o aluno é o centro da educação e há uma preocupação
muito grande com a natureza psicológica da criança. A educação tradicional é
magistrocêntrica.
A escola tecnicista
A escola tradicional no século XX sofreu inúmeras críticas, de enfoques
diversificados. Entre essas críticas, a partir da década de 1960 surgem propostas de
inspiração tecnicista, baseadas na convicção de que a escola só se tornaria mais
eficaz caso adotasse o modelo empresarial. No modelo citado, há uma nítida
preocupação com a transmissão do saber científico exigido pela moderna tecnologia.
No Brasil, nunca houve de fato plena implantação de reformas de tendência
tecnicista, por estarem os professores imbuídos ou da tendência tradicional ou das
ideias escola-novistas.
A desescolarização da sociedade
A Escola Nova pretendeu revolucionar os métodos trazendo a vida para a
escola tradicional. No entanto, seu ideal de democratização não foi atingido, aliás,
ela continuou a reproduzir as formas de dominação social. Devido a esse fato, o
australiano Ivan Illich (2019) apresenta uma proposta radical, a desescolarização da
sociedade.
A principal crítica que pode ser feita a Illich refere-se à dimensão individualista
do seu projeto, que despreza uma análise mais profunda dos conflitos sociais. Na
verdade, ele propõe uma revolução moral, empenhada em conscientizar os
indivíduos para a mudança e converter cada um no seu íntimo.
Até a próxima aula!
REFERÊNCIAS
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Resumo: Unidade I
REFERÊNCIAS
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PILETTI, Nelson. Sociologia da Educação, SP, Ed. Ática, 2003. p. 243 e 244.
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Fonte: https://policialbr.wordpress.com/2012/08/23/
retratos-da-sociedade-brasileira-a-seguranca-publica/, acessado em 09/06/2021
No início dos anos de 1970, Edmar Barra apud Kruppa (1994) usou o termo
Belíndia para falar da desigualdade social no Brasil. Segundo ele, havia uma
pequena parcela da sociedade brasileira que possuía grande poder aquisitivo,
comparando-a com a Bélgica, enquanto a maioria era pobre, comparada à Índia.
Sobre isso, Kruppa diz que:
A explicação usa o exemplo da “Bélgica” e da “Índia” como convivendo no
mesmo Brasil, impossibilita-nos de ver que, longe de se apresentarem como
realidades distintas, aqueles que se encaixam na Bélgica brasileira vivem
assim graças à miséria causada pela exploração daqueles que são
considerados como pertencentes à Índia brasileira. As razoes disso estão
na forma pela qual o capitalismo se estrutura, desde seu aparecimento: na
exploração do trabalho assalariado, que progressivamente foi separando os
trabalhadores, o proletariado, dos donos dos meios de produção, a
burguesia”. (1994, p. 48)
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REFERÊNCIAS
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O QUE É POLÍTICA?
De acordo com o Dicionário de Sociologia de Allan G. Johnson (1997): Política
é o processo social através do qual o poder coletivo é gerado, organizado, distribuído
e usado nos sistemas sociais.
A maioria das sociedades é organizada, sobretudo, em torno da instituição do
Estado, embora este fenômeno seja relativamente recente. Nas sociedades feudais,
por exemplo, o Estado era muito fraco e subdesenvolvido e o poder político cabia
principalmente aos nobres, vassalos e clero, cujas esferas de influência eram bem
definidas pela extensão de suas terras.
Embora seja associado com mais frequência às instituições de governo nos
níveis: internacional, nacional, regional e comunitário, o conceito de política pode ser
aplicado a, virtualmente, todos os sistemas sociais nos quais o poder representa
papel importante. Podemos, por conseguinte, fazer perguntas sobre a política da
vida familiar e da sexualidade, a política de escritório, a política universitária ou
mesmo a política da arte e da música. Este último argumento tem importância
especial, porque chama a atenção para o fato de que todos os sistemas sociais têm
uma estrutura de poder e não apenas aqueles cujas funções sociais são formalmente
definidas em termos de poder.
Para Giddens (2012, p.697), política diz respeito aos meios pelos quais o
poder é usado para afetar o alcance e o conteúdo das atividades governamentais.
Contudo, a política é um conceito questionado, e a esfera do político pode ir muito
além do governo em si.
Já para Hannah Arendt (2002, p. 9), as ideias da liberdade e da
espontaneidade humanas, para as quais deve haver um espaço para o
desenvolvimento, quer dizer, um espaço para a política está muito acima da
compreensão usual e mais burocrática da coisa política, que realça apenas a
organização e a garantia da vida dos homens. Sua ideia do político nasceu, é
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verdade, da lembrança da antiga polis grega, mas que, não obstante, sempre pode
ser realizada de novo. A política nesse verdadeiro sentido aparece raras vezes na
História. Ela se manifesta "em poucos grandes acasos felizes da História", mas que
por isso, são decisivos, porque neles se manifesta por completo o sentido da política,
que continua atuando na História. A política de hoje também não pode prescindir
dessa lembrança e presentificação de seu verdadeiro sentido, a fim de poder
permanecer livre e humana.
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REFERÊNCIAS
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Nesta aula, escolhemos uma crônica para trabalhar com as diferentes formas
de “acatar as leis” em sociedades distintas. É importante percebermos que a cultura
de cada povo e a sua organização social é responsável pelo modo como entende e
respeita as leis.
Leiam a crônica escrita, na revista Emoção, de fevereiro de 2000, pelo
jornalista americano Matthew Shirts, colunista do jornal “O Estado de São Paulo” e
redator-chefe da revista “Nacional Geographic Brasil”. Ele nasceu em São Diego,
nos Estados Unidos, e fez pós-graduação em História na Universidade Stanford.
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As sociedades erguidas sobre um contrato são assim. Por aqui, no entanto, ninguém
entendeu o motivo de tanto escândalo. Na visão brasileira, Clinton era culpado de
uma pulada de cerca. Devia explicações para a mulher dele, sim, jamais para
instância mais alta do sistema legal do país. Era uma questão pessoal. Se havia
violado uma lei qualquer não vinha ao caso.
Explicar por que algumas sociedades são contratuais e outras contextuais é
uma tarefa complexa. Os motivos têm a ver com a formação cultural de cada nação.
Alguns analistas destacam a relativa fraqueza de certas burguesias nacionais e a
consequente dificuldade para impor às sociedades contextuais o que o filósofo
italiano Antonio Gramsci (1891-1937) chamou de hegemonia cultural. Também é
possível chamar a atenção para o papel da escravidão e do colonialismo na falta de
legitimidade dos sistemas legal e político.
Se um tipo de cultura - seja contratual, seja contextual - é melhor que o outro,
não está claro e depende um pouco do gosto de cada um. Quando os brasileiros
reclamam, diante de uma contravenção no trânsito, que o país não tem jeito, estão
dizendo que só quando o comportamento dos patriotas mudar é que o país poderá
dar certo. Ou seja, só quando a americanização do brasileiro for completa. Já os
partidários da cultura contextual tendem a destacar a capacidade do brasileiro para
lidar com situações de improviso. A vida por estas bandas é mais divertida. Ao menos
é o que dizem.
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Fonte: https://www.escritas.org/pt/l/karl-marx
Karl Marx foi criado num ambiente cultural de classe média. Como o pai de
Marx era advogado, ele teve a oportunidade e acesso aos estudos. Formado numa
sociedade alemã regida por um governo autoritário que para se manter no poder
político eliminava seus adversários. Marx era portador de ideias novas e críticas com
relação ao estado alemão, governado por Frederico IV. Não conseguiu ser professor
universitário, e sua carreira passou a ser o jornalismo, dirigindo uma agência
jornalística.
Marx considerava que a sociedade capitalista sempre seria imperfeita, sendo
que o único caminho para a superação dos problemas sociais seria a luta política
para a construção de uma nova sociedade: o socialismo. Para entender melhor a
diferença entre o capitalismo e socialismo, é necessário se aprofundar na teoria de
Marx.
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Ideologia e Educação
A Sociologia Crítica parte do princípio de que o elemento básico é o trabalho.
Para sobreviver, o ser humano transforma a natureza que o cerca e cria os bens
materiais de que necessita. Assim, ao realizar um trabalho, as pessoas passam a
pensar e a desenvolver suas consciências para, em seguida, se comunicar, trocar
ideias através de uma linguagem. Nesse processo, passam a interpretar não só a
sociedade em que vivem, como também as suas atividades práticas. É assim que as
pessoas estabelecem relações sociais.
No desenrolar da história, não ocorreu que primeiro os seres humanos
estabelecessem formas de comunicação entre si para depois transformar a natureza,
mas, como já vimos, só foi possível desenvolver uma consciência e uma linguagem
tentando resolver problemas práticos que surgem ao enfrentar a natureza. É a luta
do ser humano pela sobrevivência que o faz desenvolver pensamento e linguagem.
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Fonte: http://www.ms.gov.br/
escola-de-autoria-abre-caminho-para-jovens-nas-universidades/, acessado em 09/06/2021
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Entretanto, diante desse fato, Marx parece mostrar à classe trabalhadora que
ela não deve negar a escola ou abandoná-la. Pelo contrário, deve exigir, com mais
força, seu direito à educação e, ao mesmo tempo, atuar dentro e fora da escola para
que ela se transforme numa instituição que possa representar também os interesses
da classe trabalhadora.
Estudos da escola, com base nos conceitos marxistas, têm necessariamente
uma análise da sociedade em que se encontra essa escola: estudo das condições
de trabalho e das relações sociais existentes entre as classes sociais;
• das implicações das contradições presentes nessa sociedade;
• das condições de produção de conhecimento;
• das consequências da divisão do trabalho presentes em todas as
instituições;
• da forma de reprodução da sociedade capitalista.
REFERÊNCIAS
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. 6. ed. São Paulo: Hucitec,
1987.
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Resumo - Unidade II
REFERÊNCIAS
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. 6. ed. São Paulo: Hucitec,
1987.
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Figura 8 - Crianças Irantxe dançando, aldeia Cravari, Terra Indígena Irantxe, Mato Grosso
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REFERÊNCIAS
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Fonte: https://www.dw.com/pt-002/mo%C3%A7ambique-promessas-do-governo-para-sa%C3%BAde-e-
educa%C3%A7%C3%A3o-caem-em-saco-roto/a-38848541, acessado em 09/06/2021.
1). Por que a educação aparece como propriedade, como sistema e como
escola?
2) O que os pesquisadores descobriram ao estudar as classes subalternas,
em relação às formas próprias de educação do povo?
3) Por que os esforços dos professores e diretores, para que haja um maior
intercâmbio entre a escola e a comunidade, resultam, quase sempre, em fracasso?
4). Qual é a esperança que se pode ter na educação?
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REFERÊNCIA
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Fonte:https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2280/o
-que-aprendi-sendo-gestora, acessado em
09/06/2021
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possam conquistar realmente seus objetivos com potencial inteiramente favorável
à realidade do processo histórico em todas as dimensões. (BANKERSEN e
STOCKMANNS, 2013)
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REFERÊNCIAS
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mecanicamente pelas carteiras, constata sempre os mesmos erros que
aponta com maior ou menor irritação, para começar de novo tudo no dia
seguinte, no mês seguinte, no semestre seguinte. Os dias são todos iguais.
(PATTO, 1987)
REFERÊNCIAS
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A reflexão sobre o papel social da escola e a quem ela serve parece ganhar
relevância no atual cenário brasileiro.
Figura11- Conselho escolar
Fonte: -http://conselhoescolarsemed.blogspot.com/2013/05/
publicacoes-dos-conselhos-escolares_3155.html, acessado em 09/06/2021
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Considerações finais
A função da escola é transmitir conhecimentos e habilidades que possibilitem
às pessoas situarem-se e inserirem-se no mundo de hoje, ler e interpretar a grande
quantidade de informações existentes, conhecer e compreender tecnologias
disponíveis, bem como continuar seu processo de aprendizagem de forma
autônoma.
Por meio de seu trabalho específico, a escola deve levar o aluno a
compreender a realidade de que faz parte, situar-se nela, interpretá-la e contribuir
para a sua transformação.
A escola é fundamental para a formação da cidadania, por isso, nenhuma
criança pode ficar excluída de seus benefícios. Todas têm o direito a uma sólida
formação escolar. Todas têm o direito de sonhar e perseguir seus sonhos, realizando
projetos individuais e coletivos.
REFERÊNCIAS
ESTÁCIO, Mércia Maria De Santi. A visão de Durkheim sobre a escola e a
família na transformação da criança em um ser social. XXVII Congreso de la
Asociación Latinoamericana de Sociología. VIII Jornadas de Sociología de la
Universidad de Buenos Aires. Asociación Latinoamericana de Sociología, Buenos
Aires, 2019.
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Fonte-- https://amenteemaravilhosa.com.br/
voce-conhece-significado-das-palavras-sawabona-shikoba/, acessado em 09/06/2021
SAWABONA!!! SHIKOBA!!!
Há uma "tribo" africana que tem um costume muito bonito.
Quando alguém faz algo prejudicial e errado, eles levam a pessoa para o centro da
aldeia, e toda a tribo vem e o rodeia. Durante dois dias, eles vão dizer ao homem
todas as coisas boas que ele já fez. A tribo acredita que cada ser humano vem ao
mundo como um ser bom.
Cada um de nós desejando segurança, amor, paz, felicidade.
Mas às vezes, na busca dessas coisas, as pessoas cometem erros. A comunidade
enxerga aqueles erros como um grito de socorro.
Eles se unem então para erguê-lo, para reconectá-lo com sua verdadeira natureza,
para lembrá-lo quem ele realmente é, até que ele se lembre totalmente da verdade
da qual ele tinha se desconectado temporariamente: "Eu sou bom".
Sawabona!!! Shikoba!!!
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Sawabona significa “eu respeito você, valorizo você e você é importante para
mim!”
E a pessoa responde Shikoba, que quer dizer “então… eu sou bom e eu existo
para você”.
Este ato de reconhecimento reconstrói o interior maculado da pessoa que errou,
fazendo com que ele se sinta querido e valorizado.
Agora, reflita:
• Seria interessante esta prática em sala de aula?
• Na escola, conseguimos olhar nossos alunos sob esta ótica?
• Em quais situações propomos práticas para que nossos alunos acreditem em
sua verdadeira natureza: a bondade, a honestidade, o interesse pelos estudos
e pelo trabalho, a sabedoria inata em cada um deles?
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REFERÊNCIAS
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