A Crítica Social Presente No Livro de Amós

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO SERVO DE CRISTO

HAMILTON GOMES

Amós
Justiça Social

São Paulo
2023
Introdução
Um dos temas observados no texto registrado pelo profeta Amós é o abandono, por
parte da classe mais abastada de Israel, do cuidado com os pobres e necessitados. O
presente trabalho tem como objetivo avaliar tal postura diante das determinações divinas
de cuidado com os mais necessitados, apresentando as leis dadas por Deus que
demonstram como Israel deveria se comportar com tal grupo e qual era a realidade
presente no momento histórico registrado pelo profeta, criador de ovelhas em Tecoa.

b. Descrição do contexto ou problema

Apresentação descritiva do contexto de trabalho ou de um problema a que se


proponha uma solução, com a citação de fatos, dados e recursos de análise da realidade
(sociologia, antropologia, história, psicologia, etc.).

c. Fundamentação teórica - Demonstração de habilidade no manuseio da teoria


apreendida durante o curso, na área de especialização optada, refletindo a partir de
referenciais bibliográficos coerentes. Manter o cuidado de não repetir aspectos relativos à
descrição do contexto ou problema (item b), bem como não antecipar as propostas de
intervenção ou solução (item d).
d. Intervenção - Sugestão de estratégias, propostas e caminhos para a “solução” ou
enfrentamento da situação contextual ou problema investigado no item “b”. A intervenção é
o encontro da fundamentação teórica com o problema desembocando numa proposta de
solução.
e. Conclusão - Resumo do processo percorrido no trabalho com indicação de
possíveis caminhos, desdobramentos interessantes, estudos futuros, etc.

➢ ANOTAÇÕES GERAIS
Amós é do Reino do Sul – Tecoa, mas sua mensagem é para reino do Norte
O Deus está dizendo que haverá juízo e misericórdia

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•A mensagem consistente das Escrituras é que o povo de Deus deve cuidar dos
pobres, da viúva e dos fracos (Êx22.21-27; Dt 23.19; 24.6-17; Am2.6-7; 5. 11-12).
•Os profetas do Antigo Testamento trataram as questões da injustiça social de
maneira tão a sério quanto a idolatria, como Amós demonstra em sua profecia (Am2.6-7;
5.11-12; 8.4-6).

CAPÍTULO 1 - ISRAEL E OS EXCLUÍDOS

Analisando a criação humana descrita no Gênesis, na qual se baseia grande parte


da cultura ocidental do surgimento humano, é perceptível que Deus dá ao homem um valor
intrínseco, diferente do restante da criação.
Deus declara que o homem é sua própria imagem e semelhança:

Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa


semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais
grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão".
(Genesis 1:26; NVI)

Tal ação divina proporcionou a toda humanidade a participação na imago dei,


igualando os homens indistintamente. Pode-se crer que mediante à percepção divina, não
há homens ou mulheres melhores ou piores e que os valores comumente usados em nossa
sociedade para nos diferenciar, tais como: sexo; cor; idade; classe social e até os mais
subjetivos como: conhecimento ou cultura, diante de Deus não significam nada.
Tal entendimento pode ser constatado mediante afirmações como o conhecido e
celebrado texto de João 3:16, onde Jesus anuncia que o Filho foi entregue ”(...) para que
todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, o texto mencionado deixa
claro que não há qualquer outra distinção apresentada como pressuposto à salvação a não
ser a fé em Jesus Cristo. Ou ainda na afirmativa do Apóstolo Paulo em Romanos 3:23 “(...)
todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”.
O que se percebe, portanto, é que, em se tratando da manifestação de sua graça,
Deus, o Criador, não nos distingue, e quanto à afirmativa de nossa condição pecaminosa,
também não somos diferentes. Mas ainda é possível lembrar que o destino humano;
independente de qualquer situação vivida, durante sua rápida passagem por esse mundo;
não importando seja situações de poder e glória, ou miséria e anonimato; é dobrar seus

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joelhos diante do Soberano Deus. “Porque está escrito: ‘Por mim mesmo jurei’, diz o
Senhor, ‘diante de mim todo joelho se dobrará e toda língua confessará que sou Deus’ ".
(Romanos 14: 11; NVI)
O que, portanto, compreende-se é que todo homem é a imagem e semelhança de
Deus. São todos iguais. Deus criou o homem para se relacionar de maneira igualitária com
o seu próximo e no plano original do Criador não havia desejo de ver seres humanos
explorando uns aos outros.
Shedd (2013, p. 25) afirma que “a relevância de longo alcance da verdade sobre as
origens humanas é resumida no mandamento bíblico de amar ao próximo como a si
mesmo. ”. Conforme o texto bíblico de Levítico 19.18 "Não procurem vingança, nem
guardem rancor contra alguém do seu povo, mas ame cada um o seu próximo como a si
mesmo. Eu sou o Senhor. ”, reafirmado por Jesus em Mateus 22.39, “(...) ‘Ame o seu
próximo como a si mesmo’. ”
Tal realidade se apresenta utópica a partir da queda do homem no jardim do Éden,
pois ela torna o ser humano inimigo de seu próximo e faz com que a lei divina se esvazie
no coração egoísta e hedonista do homem contaminado pelo pecado.
A reposta de Adão ao questionamento divino quando da sua atitude de
desobediência nos mostra a nova realidade interior do homem. Agora, desvirtuado, Adão
atribui, imediatamente, a culpa pelo ocorrido à sua companheira. “Disse o homem: ‘Foi a
mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi’". (Gênesis
3:12; NVI). Assim, aquela que era carne de sua carne e ossos dos seus ossos, (Gênesis
3:23) torna-se inimiga e culpada.
A história bíblica nos mostra que o desejo humano de domínio sobre o próximo não
se estanca no incidente citado, mas alcança toda a descendência do primeiro casal e os
irmãos Abel e Caim, protagonizam o primeiro conflito cuja consequência é o homicídio
(Gênesis 4:08). Dessa forma, o gênero humano se mostra irremediavelmente inimigo de si
mesmo.
Pode-se perguntar como Deus, o Criador, enxerga e lida com o distanciamento entre
sua criação máxima e seus propósitos. Como Deus avalia a exploração; o mal; a
diferenciação; a extorsão; e todas as práticas decorrentes do caminho que, como
humanidade, escolhemos seguir.
A resposta bíblica é que o Deus de Israel se apresenta como o Senhor dos
esquecidos; injustiçados; fracos; oprimidos e pobres.

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O jejum que desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do
jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o
faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda
ao próximo? Aí sim, a sua luz irromperá como a alvorada, e prontamente surgirá a sua cura;
a sua retidão irá adiante de você, e a glória do Senhor estará na sua retaguarda. (Isaías
58: 6-8; NVI)

Tal realidade, começa a se apresentar de maneira mais profunda e perceptível, ainda


dentro do Egito, pois o Deus de Israel escuta e atende o clamor de seu povo que, naquele
momento, era excluído e explorado.

(...)Os israelitas gemiam e clamavam debaixo da escravidão; e o seu clamor subiu


até Deus. Ouviu Deus o lamento deles e lembrou-se da aliança que fizera com Abraão,
Isaque e Jacó. Deus olhou para os israelitas e viu qual era a situação deles. (Êxodo 2:23-
25; NVI)

Pode-se afirmar, então, que o povo de Israel no Egito, já era uma nação em
formação, que após o êxodo foi encaminhada por Deus para uma consolidação geográfica,
política, religiosa e social.
O enfrentamento entre Moisés, representando Israel e Javé, versus o Faraó de
então, representando os deuses egípcios, apresenta ao povo de Israel uma divindade
poderosa, mas, ao mesmo tempo, misericordiosa com os explorados. Assim, o êxodo
esclarece a Israel a característica divina do cuidado com os oprimidos, pois Javé se
apresenta como o Deus que os tirou do Egito. "Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou
do Egito, da terra da escravidão.” (Êxodo 20: 2, NVI)
Conclui-se então, que Israel conhece Javé a partir de sua ação libertadora para com
os oprimidos, sendo essa sua identificação.
Pixley enfatiza que

um Deus que legitima a opressão dos camponeses, por mais solene que se
apresente seu culto, não é o deus verdadeiro. Pois o Deus verdadeiro é unicamente aquele
que ouve o clamor dos oprimidos e os liberta da opressão. (PIXLEY 1990, p.10)

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1.1 Israel e suas leis

Em sua caminhada pelo deserto, rumo à tão sonhada terra prometida, Israel recebeu
as leis de Deus através de seu líder Moisés, (Êxodo 19) e tal conjunto de leis, conhecido
por Torá, atendia a vários setores da vida de Israel.
Torá é o principal vocábulo hebraico traduzido para o português como Lei, aparece
duzentas e vinte vezes no Antigo Testamento e seu sentido, algo que os estudiosos
indicam, é mais abrangente do que esse, apresentando a ideia de instrução divina, pois a
etimologia do termo, ainda que alvo de discussões entre os peritos, indica que está
relacionado ao ato de ensinar, instruir ou direcionar.
Champlin (1991, vol. 6, p.770) diz que “o termo Torá presente em Isaías 8:16 a 20 e
Miquéias 4:02 tem um sentido lato de instrução da parte de Deus. Indicando a totalidade da
vontade divina revelada, com suas palavras, seus mandamentos, seus julgamentos, seus
caminhos, seus preceitos, etc.”
As leis mosaicas podem ser divididas em três blocos, a saber; as leis morais que têm
seu resumo nos Dez Mandamentos, também chamado de Decálogo. A representação do
número dez está ligada à plenitude ou completude, pois esse conjunto representa o padrão
ético dado à humanidade por toda Bíblia sendo que a lei moral de Deus está baseada em
Sua própria natureza, sendo Ele o padrão máximo de justiça. As leis cerimoniais, ou leis
que se referem à relação de Israel com a religião e com o próprio Deus. As leis civis, ou
estatutos que governavam os cidadãos de Israel em suas relações diárias.
A análise a respeito do cuidado divino com os mais frágeis se concentrará no
conjunto de leis civis, pois tais instruções apresentam a intenção divina para as relações
humanas, refletindo Sua equidade e justiça entre os homens e em meio às estruturas que
são inerentes ao convívio humano. Mas também se observará a maneira como Deus dirige
o povo a criar estruturas mais justas.
Portanto, perceber tais situações, é perceber a maneira como Deus deseja que as
relações humanas aconteçam e nelas vemos que o caráter justo de Deus, e seu desejo de
que o homem cuide dos mais fragilizados, se destaca.

1.1 O quarteto da fragilidade

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O termo “Quarteto da Fragilidade”, foi cunhado por Wolterstorff (apud KELLER 2013,
p. 25) e se refere a um determinado grupo apresentado frequentemente nas Escrituras. São
os órfãos; as viúvas; os estrangeiros e os pobres, aqueles que devem receber uma atenção
especial pois, segundo Keller (2013 p.26), “nas sociedades agrárias pré-modernas, esses
quatros grupos não tinham poder social, mal tinham o que comer e, se houvesse fome na
terra, invasão, ou até mesmo distúrbio social, morreriam em questão de dias”.

Assim diz o Senhor dos Exércitos: ‘Administrem a verdadeira justiça, mostrem


misericórdia e compaixão uns para com os outros. Não oprimam a viúva e o órfão, nem o
estrangeiro e o necessitado. Nem tramem maldades uns contra os outros’. (Zacarias 7: 9,
NVI)

A determinação, dada por Javé, para que o cuidado de Israel atingisse


prioritariamente tal grupo, nos dá a clara percepção a respeito do quanto a dignidade
humana e a preservação da vida são importantes para o Deus de Israel.

1.2 Governo

O êxodo também se apresenta como instrumento para a quebra do paradigma da


estrutura social que prevalecia nas nações vizinhas ao Egito. Na época, o modelo de
exploração dos mais fracos por uma elite era a realidade vigente nas sociedades da
Palestina Antiga.
O texto de Gênesis 47: 13 a 25 descreve o tipo de sociedade do Antigo Oriente. Ali
encontramos José, bisneto de Abraão, trabalhando em prol do Faraó do Egito em um
período de extrema seca predito no sonho do Monarca. Percebe-se a estratificação social
muito bem delimitada, pois tem-se na base da sociedade o povo, que morava em aldeias e
pagava tributos à coroa. Em troca, eram protegidos pelo exército real. Não havia
possibilidade de crescimento social. Uma vez povo, sempre povo.
Havia o rei do Egito, que era dono de todas as terras, animais e pessoas a quem o
povo pagava tributo por ser ele o dono de tudo.
Existiam ainda os súditos e empregados da coroa, que a serviam e eram alimentados
e mantidos pela mesma. É importante frisar a necessidade de um poderoso exército para
proteger a nação do perigo das invasões, o qual também era suprido e comandado pelo
rei.

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Além das classes acima mencionadas, existia também o aparelho religioso que tinha
como objetivo autenticar a divindade do rei. Eram os sacerdotes que exerciam tal papel.
Em alguns trechos do livro de Êxodo, encontramos a figura do rei, conselheiros e
povo. Tal estrutura é apresentada como a síntese da sociedade do Egito.
Disse o Senhor a Moisés: "Levante-se logo cedo, apresente-se ao faraó e diga-lhe
que assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Deixe o meu povo ir para que me preste culto.
Caso contrário, mandarei desta vez todas as minhas pragas contra você, contra os seus
conselheiros e contra o seu povo, para que você saiba que em toda a terra não há ninguém
como eu”. (Êxodo 9: 13, 14 NVI)

Pixley (1990, p.12) afirma que “pode-se entender todas as sociedades que fazem
parte da história bíblica de Israel derivadas deste sistema.”
Podemos dizer que a quebra de tal paradigma continua quando observamos a
maneira como Deus dirige Moisés a criar o primeiro modelo de governo para o Israel recém
liberto.
Vale ressaltar a realidade de um povo que acabara de ser liberto de 430 anos de
escravidão sob domínio egípcio (Êxodo 12:40) e que não possuía instrução, pois o
soberano opressor jamais investiria recursos na educação de um povo escravo. Assim tem-
se a convicção de que um modelo de governo era necessário pois, antes da escravidão
eram apenas uma família. (Êxodo 1:05)
Em Êxodo 18:19 a 27 e Deuteronômio 1:09 a 18, a história bíblica nos mostra que
Moisés tenta carregar o fardo da liderança e das decisões entre os conflitos do povo de
maneira solitária, mas isso se torna impossível e, seguindo o conselho de seu sogro Jetro,
o líder hebreu então institui o primeiro sistema de governo e aprimora o sistema judicial do
povo recém-saído do Egito. O novo sistema teria diferentes níveis de governo o que
facilitaria a administração e resolução das questões judiciais da nação.
A Bíblia nos mostra que os homens escolhidos para liderar a nação, deveriam
apresentar as seguintes qualificações: sabedoria; entendimento; e respeitabilidade e que
tal modelo resolveria uma questão importante. O próprio povo escolheria os representantes
de suas tribos e todos teriam voz igualitária. “Escolham homens sábios, criteriosos e
experientes de cada uma de suas tribos, e eu os colocarei como chefes de vocês,”
(Deuteronômio 1:13, NVI)
Cope afirma que

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Deus dá a autoridade do Governo ao povo. Deus decretou por lei e delegou ao povo
o direito e a responsabilidade de escolher quem iria governá-los. Ele instituiu uma linha de
autoridade de baixo para cima em oposição à linha de autoridade de cima para baixo dos
faraós egípcios. Ele deu poder ao povo. (COPE 2008, p.31)

O sistema estabelecido e conhecido como modelo dos Juízes, se mantém vigente


por 470 anos, até o episódio em que o povo pede a Deus um rei. “Quando, porém, disseram:
‘Dá-nos um rei para que nos lidere’” (1 Samuel 8: 6, NVI)

1.2 Judiciário

A imparcialidade no julgamento é o cerne da atividade dos juízes.


Sabe-se que, em uma sociedade onde isso não ocorre, às vezes pela corrupção
direta aos magistrados; por seu despreparo; ou ainda por interesses ligados a grandes
grupos econômicos e políticos, os mais fracos, indubitavelmente, são mais prejudicados.
Keller (2013, p. 43) afirma que “o suborno obriga o pobre a ficar à margem do poder.“
Pode-se registrar o interesse pela justiça em sociedades antigas e também encontrá-
lo na modernidade.
Descoberto durante a expedição de Jacques de Morgan, em 1901, na região do atual
Irã, o monólito que registra o conhecido “código de Hamurabi”, apresentou à humanidade
o primeiro conjunto de leis elaborado por um monarca. O rei babilônico Hamurabi, que
reinou entre 1792 A.C. a 1750 A.C., afirmou tê-lo recebido de Anu e Bel, divindades
cultuadas também pelos Assírios. (PRADO 2004, p7)
O código se baseava na máxima: “olho por olho e dente por dente”, e sua intenção
era dar aos menos favorecidos a possibilidade de justiça, ainda que baseada em vingança.
Em sua introdução, o próprio rei Hamurabi afirma:

(...) por esse tempo de Anu e Bel me chamaram, a mim, Hamurabi, o excelso
príncipe, o adorador dos deuses, para implantar a justiça na Terra, para destruir os maus e
o mal, para prevenir a opressão do fraco pelo forte... para iluminar o mundo e propiciar o
bem-estar do povo. (PRADO 2004, p.7)

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No artigo 10 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada
pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948,
lê-se:

Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência
por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou
fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

O Deus de Israel apresenta, através de um direcionamento dado a Moisés, o modelo


judiciário que demonstra Seu interesse pela aplicação da justiça, sendo esta, parte de Seu
próprio caráter. “Pois o Senhor, o seu Deus, é o Deus dos deuses e o Soberano dos
soberanos, o grande Deus, poderoso e temível, que não age com parcialidade nem aceita
suborno.” (Deuteronômio 10:17, NVI)
Baseando-se no texto de Deuteronômio 1: 09 a 18, pode-se afirmar que a intenção
divina era a de fazer presente um sistema confiável e equilibrado de julgamento, em que
ninguém deixaria de ser devidamente atendido. E, ainda, eliminar a corrupção que poderia
atingir profundamente as questões relativas ao denominado “quarteto da fragilidade”.

Naquela ocasião ordenei aos juízes de vocês: "Atendam as questões de seus irmãos
e julguem com justiça, não só as questões entre os seus compatriotas como também entre
um israelita e um estrangeiro. Não sejam parciais no julgamento! Atendam tanto o pequeno
como o grande. Não se deixem intimidar por ninguém, pois o veredicto pertence a Deus.
Tragam-me os casos mais difíceis e eu os ouvirei. (Deuteronômio 1:16-17, NVI)

Cope nos diz que

(...) a justiça em Israel não deveria pender em direção aos poderosos, influentes ou
aos ricos. Todas as pessoas deveriam ser ouvidas. O escravo não tinha voz no Egito, mas
Deus orientou Israel a demonstrar um nível superior de Justiça humana. (COPE 2008, p.34)

1.3 Economia

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“O defeito inerente ao capitalismo é a distribuição das benesses; a virtude inerente
ao socialismo é a distribuição equitativa das desgraças”. (CHURCHILL 2012, p26)
A frase de Winston Churchill (1874-1965), um dos maiores estadistas britânicos,
talvez resuma o quanto os recentes sistemas de economia falharam quando o assunto é
igualdade social.
Na economia capitalista prevalece a economia de mercado e há pouca interferência
governamental na ação dos agentes como: empresas; bancos; prestadores de serviços;
etc., o maior objetivo é o lucro. A geração de riquezas é sua maior característica, mas a
desigualdade em sua distribuição também é acentuada.
Por outro lado, o socialismo, com a mão forte do Estado dirigindo os meios de
produção: fábricas; bancos e unidades de produção agrícola, etc., e administrando a
distribuição de renda, controla todo o sistema e dificulta o desenvolvimento da economia.
Mas o que se destaca nas leis dadas por Deus a Israel é a criação de um sistema
econômico generoso com os mais necessitados.
A Bíblia diz que, após o êxodo, Deus abençoou Israel materialmente de maneira
especial, pois, segundo a cronologia bíblica, em pouco mais de 300 anos, aquela que era
uma nação pobre se torna uma potência. O reinado de Salomão (961 a.C. a 922 a.C.) é
destacado como um período de grande riqueza e glória para Israel (I Reis capítulos 1 a 9),
chamando atenção de monarcas da região, entre eles a Rainha de Sabá, que visita a Israel
a fim de verificar a sabedoria de Salomão, mas acaba se surpreendendo, também, com a
riqueza de seu reino.
Mas eu não acreditava no que diziam, até ver com os meus próprios olhos. Na
realidade, não me contaram nem a metade; tu ultrapassas em muito o que ouvi, tanto em
sabedoria como em riqueza. (1 Reis 10:07, NVI)

A trajetória econômica surpreendente é fruto da obediência que a nação prestou aos


mandamentos apresentados por Deus quando de sua saída da escravidão. Obediência
esta, que Javé exortou veementemente Israel a prestar continuamente às suas leis.

(...) contanto que obedeçam em tudo ao Senhor, ao seu Deus, e colocarem em


prática toda esta lei que hoje lhes estou dando.
Pois o Senhor, o seu Deus, os abençoará conforme prometeu, e vocês emprestarão
a muitas nações, mas de nenhuma tomarão emprestado. Vocês dominarão muitas nações,
mas por nenhuma serão dominados. (Deuteronômio 15:06, NVI)

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Nesse conjunto de regras a serem observadas por Israel, destacam-se aquelas que
trariam à nação uma distribuição justa das suas riquezas e Deus dirige o povo em algo
muito específico: Não poderá haver pobres entre vocês. Assim, não deverá haver pobre
algum no meio de vocês, pois na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes está dando como
herança para que dela tomem posse, ele os abençoará ricamente, (Deuteronômio 15: 4,
NVI)
Aqui está uma das chaves que rege toda a ordenança divina para a economia de
Israel: a abundância deve ser distribuída.
Keller (2013, p. 45) afirma que “O interesse de Deus pelos pobres é tão profundo
que Ele deu a Israel um conjunto grande de leis que, se fossem exercidas, a classe menos
favorecida praticamente desapareceria. ”
As leis que dirigem a nação hebreia a esse caminho estão presentes no
relacionamento do povo com as riquezas e esclarecem como o processo de distribuição de
renda e preservação do mais pobre deveria ocorrer.
Cope (2008, p.40) observa que “Se alguém fosse pobre ou destituído em Israel, seria
uma vergonha para a comunidade como um todo. ”

1.4.1 Limitação de dívidas

Em Deuteronômio 15: 1 a 3, a lei determina que a cada sete anos, todas as dívidas
deveriam ser perdoadas e, caso houvesse penhora de bens como garantia, o credor deveria
abrir mão.
O sistema funcionava com um ciclo de tempo específico. O devedor e credor
acertavam os detalhes do empréstimo, baseando-se no tempo que faltava para o ano
sabático ou ano da “libertação”, assim, não importava quando o empréstimo era feito, já se
sabia que sua data limite para pagamento.
O termo hebraico para esse conjunto específico de leis é “shemitta” procedente de
“libertação”. Tratava-se da preservação contra a dívida que oprime. Keller (2013, p. 44) diz
que “A lei da libertação era uma política pública específica e poderosa, cujo objetivo era
anular um dos maiores causadores da pobreza – a dívida pesada e duradoura.”

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Os dados a respeito do comportamento econômico do brasileiro em 2015 nos
mostram que o grupo que mais recorre a empréstimos são os mais necessitados.
O percentual de famílias com dívidas no mês de setembro é o maior já registrado
neste ano, segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da
Confederação nacional do Comércio (CNC). No mês, o total de famílias endividadas
chegou a 63,5%, ou seja, em cada dez famílias, cerca de seis têm algum tipo de dívida. O
número supera o patamar observado no mesmo período de 2014. (...) Também cresceu,
no mês de setembro, o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso: a taxa
chegou a 23,1% do total, ou cerca de duas em cada dez famílias. Essa é a maior
porcentagem já alcançada desde julho de 2012. Os dados mostram ainda que 8,6% das
famílias afirmaram não ter condições de pagar as dívidas em atraso — esse é o maior
patamar já registrado desde junho de 2011. (MENDANHA, 2015)

Mariane Hanson, economista da Confederação Nacional do Comércio, afirmou que

(...) o aumento do endividamento não está sendo acompanhado pelo incremento do


consumo. Segundo ela, está havendo uma redução de vendas no varejo, principalmente
em relação aos bens duráveis, como eletrodomésticos, móveis e financiamento de
automóveis.
Para Marianne, a alta do custo de crédito com taxas de juros elevadas, o aumento
do custo de vida e o cenário menos favorável do mercado de trabalho são os principais
fatores que influenciaram o aumento de famílias endividadas e da inadimplência.
(MENDANHA, 2015)

Ou seja, os devedores estão devendo cada vez mais.


Com relação à realidade de Israel, Champlim (1991, p.438) diz que “De modo geral,
podemos afirmar que, no primitivo Israel, os empréstimos eram mais um ato de caridade,
com o intuito de ajudar a alguém em necessidade, e não uma medida com vista a lucros.”
A ideia central do empréstimo não era o enriquecimento do credor, mas a capacitação
econômica do devedor.
Portanto, o ano da “libertação” tinha como objetivo, dar ao pobre a condição de
mudança econômica efetiva e de criar um sistema público de ajuda aos mais necessitados.
Vale ressaltar que o princípio citado ainda permanece vigente nas relações entre os
judeus, que carregam a fama de se ajudarem em momentos difíceis.

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1.4.2 A propriedade da terra

Na concepção bíblica, Deus é dono da absoluto terra. “Ao Senhor, ao seu Deus,
pertencem os céus e até os mais altos céus, a terra e tudo o que nela existe. “
(Deuteronômio 10:14, NVI)
Portanto, mediante Sua lei, dada a Israel, o título de propriedade de qualquer espaço
não dava ao dono o direito absoluto sobre este. Levítico 25: 23 diz: "A terra não poderá ser
vendida definitivamente, porque ela é minha, e vocês são apenas estrangeiros e imigrantes.

O ajuste de propriedade, acontecia no “ano do jubileu”, que ocorria imediatamente
após o intervalo de sete anos sabáticos, ou seja, após o sétimo ano sabático (49º ano
corrido), o ano seguinte era denominado “ano do jubileu” (50º ano corrido). Além do perdão
de dívidas, já citado, a terra era devolvida às tribos e famílias que a receberam
originalmente quando da entrada de Israel em Canaã.
Tal lei, tinha como objetivo, equilibrar a realidade das famílias que durante o período
de cinquenta anos haviam ganhado muito em detrimento a outras que haviam perdido suas
terras. Shedd (2013, p.28) afirma que “A tendência humana natural de adquirir mais e mais
terras, criando um monopólio, não deveria ser permitida. “
Percebe-se que a preservação, do que podemos chamar de “usofruto” da terra, por
parte das famílias que originalmente as receberam, tinha também, como objetivo, preservar
os herdeiros que poderiam ser prejudicados pela má administração de seus antecessores.
Blomberg (apud KELLER 2013, p. 46) afirma que

(...) observamos a relativização máxima da propriedade particular. Na média, cada


pessoa ou família tinha, pelo menos uma vez na vida, a chance de recomeçar, não
importava o quanto houvesse sido responsável com suas finanças ou quanto estivesse
atolado em dívidas.

1.4.3 Limite para o ganho

Em uma sociedade capitalista moderna, a máxima da economia é “lucrar, lucrar e


lucrar”. É bem conhecido o desequilíbrio social que tal direção causa, pois em troca do
lucro, a vida é desvalorizada. Homens exploram homens, pois o que vale é ao ganho.

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Ao desejar um equilíbrio nas relações, Deus direciona o povo de Israel a limitar seus
ganhos, como forma de proporcionar distribuição de renda aos menos favorecidos e institui
o que Keller chama de “lei da respingadura” (KELLER, 2013 p.45), que determinava aos
donos de terras férteis a impossibilidade de ficar com toda a produção, deixando um
suprimento aos mais necessitados.

Quando fizerem a colheita da sua terra, não colham até às extremidades da sua
lavoura, nem ajuntem as espigas caídas de sua colheita. Não passem duas vezes pela sua
vinha, nem apanhem as uvas que tiverem caído. Deixem-nas para o necessitado e para o
estrangeiro. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês. (Levítico 9: 09 e 10, NVI)

Um exemplo bíblico de tal prática é encontrado no livro de Rute, que junto com sua
sogra, Noemi, após uma tragédia familiar, se dispõe a colher espigas no campo alheio e
assim é salva da miséria que se abatia sobre sua família. Rute, a moabita, disse a Noemi:
‘Vou recolher espigas no campo daquele que me permitir’. ‘Vá, minha filha’, respondeu-lhe
Noemi. (Rute 2:02, NVI)
Vale ressaltar que os donos de plantações também eram protegidos dos possíveis
exploradores, que utilizavam tal lei para colher demais.

Se vocês entrarem na vinha do seu próximo, poderão comer as uvas que desejarem,
mas nada poderão levar em sua cesta. Se entrarem na plantação de trigo do seu próximo,
poderão apanhar espigas com as mãos, mas nunca usem foice para ceifar o trigo do seu
próximo. “ (Deuteronômio 23: 24-25, NVI)

1.4.4 Escravidão

A escravidão, que poderia ocorrer por não pagamento de dívida ou por tempos
de crise, deveria terminar no “ano da libertação”.

Se seu concidadão hebreu, homem ou mulher, vender-se a você e servi-lo seis anos,
no sétimo ano dê-lhe a liberdade.
Não se sinta prejudicado ao libertar o seu escravo, pois o serviço que ele prestou a
você nesses seis anos custou a metade do serviço de um trabalhador contratado. Além

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disso, o Senhor, o seu Deus, o abençoará em tudo o que você fizer. (Deuteronômio 15:12
e 18, NVI)

Baseando-se em Deuteronômio 15:15, Crusemann afirma que

um irmão se toma escravo, uma irmã, escrava, mas eles continuam irmão e irmã. O
mandamento de libertá-los depois de seis anos, no fundo, baseia-se nesta relação. A
pessoa com quem se fala também fora, como agora o irmão, escravo no Egito, e essa
pessoa deve agir de acordo com essa experiência. (CRUSEMANN 2001, p.309)

Quando um escravo fugisse de seu amo, a recomendação a Israel era que o fugitivo
fosse acolhido e bem tratado.

Se um escravo refugiar-se entre vocês, não o entreguem nas mãos do seu senhor.
Deixem-no viver no meio de vocês pelo tempo que ele desejar e em qualquer cidade que
ele escolher. Não o oprimam.” (Deuteronômio 23: 15-16, NVI)

A respeito do assunto, Crusemann diz que

todo escravo – e é claro que, nessa linguagem inclusiva, também se pensa nas
escravas – tem o direito irrestrito de estabelecer-se em qualquer lugar no meio do povo de
Deus e começar vida nova sem ser incomodado. O povo inteiro torna-se um lugar de asilo
para escravos fugidos. (CRUSEMANN 2001 p. 345)

1.5 Princípios diversos

Outras áreas da relação social, também eram abrangidas pelas leis divinas. Tais
como: as mulheres, que tinham seus direitos protegidos por lei (Mateus 19:3-9); os
homicidas involuntários, que poderiam se refugiar de seus possíveis vingadores nas
chamadas “cidades refúgio”, (Números 35:06) e os estrangeiros, os órfãos e as viúvas que
deveriam ser bem tratados (Deuteronômio 10:8 e 24:17).
Shedd (2013, p. 29) diz que, “por ser doador da prosperidade e o distribuidor da
riqueza, Deus exige que Sua generosidade seja reconhecida com gratidão e louvor (Dt
8.11-20), acompanhados de um compromisso com a justiça”

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1.6 A advertência de Amós

As leis dadas por Javé, deveriam ser obedecidas pelo povo que tinha como
obrigação, espelhar a glória do Deus de Israel às nações vizinhas.

Eu lhes ensinei decretos e leis, como me ordenou o Senhor, o meu Deus, para que
sejam cumpridos na terra na qual vocês estão entrando para dela tomar posse. Vocês
devem obedecer-lhes e cumpri-los, pois assim os outros povos verão a sabedoria e o
discernimento de vocês. Quando eles ouvirem todos estes decretos dirão: "De fato esta
grande nação é um povo sábio e inteligente". Pois, que grande nação tem um Deus tão
próximo como o Senhor, o nosso Deus, sempre que o invocamos? Ou, que grande nação
tem decretos e preceitos tão justos como esta lei que estou apresentando a vocês hoje?
(Deuteronômio 4: 05-08, NVI)

Entre erros e acertos, é isso que Israel faz; mas em sua história, encontra-se
momentos de extrema desobediência. É o que o livro autógrafo do profeta Amós, apresenta.
Os profetas declaravam as palavras de Deus ao povo, a fim e exortá-lo e dirigi-lo.
“Tu, pois, cinge os teus lombos, dispõe-te, e dize-lhes tudo quanto eu te mandar; não te
espantes diante deles, para que eu não te infunda espanto na sua presença.” (Jeremias
1:17).
O nome Amós, segundo Champlin (1991, vol.1, p.144) significa “forte” e
representa bem a dureza de suas palavras a Israel, que nos dias dos reis Uzias, de Judá,
e Jeroboão, de Israel, em cerca de 786-746 A.C., tinha como marca a desigualdade. Os
ricos tinham muito, o suficiente para terem mais de uma casa (Amós 3:15), o suficiente
também para não se privarem de qualquer satisfação material (Amós 3:12). Os pobres eram
explorados e viviam miseravelmente, sendo, inclusive, extorquidos comercialmente (Amós
8:05), em transações imobiliárias (Amós 2: 06 e 07) e não tinham ninguém a quem recorrer.
A ganância era a marca da sociedade a quem Amós condena. Pape (1983 apud LOPES,
2007, p.19), diz que “no tempo de Amós, a sociedade era entregue à vida de estonteante
luxúria e grassava a mais devassa podridão entre os mais privilegiados.
Corroborando um cenário que desagradava ao Deus de Israel, havia a prática da
religião de aparências, mas que não era acompanhada de verdadeira obediência aos
mandamentos divinos. Lopes (2007, p. 25) ressalta que “Israel estava equivocado acerca

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do caráter de Deus. Eles pensavam que o Senhor, enquanto recebia ofertas e adoração do
Seu povo, não se incomodava pela vida que levavam.”
Através de Amós, Javé então denuncia o esbanjamento dos ricos em
detrimento aos necessitados.

(...) Vendem por prata o justo, e por um par de sandálias o pobre.


Pisam sobre a cabeça dos necessitados como pisam no pó da terra, e negam justiça
ao oprimido (Amós 2:06-07, NVI)

Vocês estão transformando o direito em amargura e atirando a justiça ao chão,


(Amós 5:07, NVI)

(...) vocês odeiam aquele que defende a justiça no tribunal e detestam aquele que
conta a verdade. Vocês pisam no pobre e o forçam a dar-lhes o trigo. Por isso, embora
vocês tenham construído mansões de pedra, nelas não morarão; embora tenham plantado
vinhas verdejantes, não beberão do seu vinho. Pois sei quantas são as suas transgressões
e quão grandes são os seus pecados. Vocês oprimem o justo, recebem suborno e impedem
que se faça justiça ao pobre nos tribunais. Por isso o prudente se cala em tais situações,
pois é tempo de desgraças. Busquem o bem, não o mal, para que tenham vida. Então o
SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará com vocês, conforme vocês afirmam. Odeiem o
mal, amem o bem; estabeleçam a justiça nos tribunais. Talvez o SENHOR, o Deus dos
Exércitos, tenha misericórdia do remanescente de José. (Amós 5:10-15, NVI)

Observando-se a denúncia divina, fica claro que a determinação do Deus de Israel,


era que, a despeito do tempo ou do momento histórico, Sua vontade quanto à preservação
da vida, ao cuidado dos mais frágeis, ao tratamento do pobre, da viúva, do estrangeiro e do
órfão, fosse necessariamente obedecida por Israel.

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Bibliografia

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