Minilivro Pense Como Um Nerd
Minilivro Pense Como Um Nerd
Minilivro Pense Como Um Nerd
COMO UM
NERD
Tradução:
CARLOS SZLAK
Capa ar iana ab u d
isbn 978-85-9581-085-3
Título original: Everything all at once
317 Agradecimentos
As limitações proporcionam
oportunidades.
PRINCÍPIOS
DE VIDA NERD
O tao do phi
E ste livro trata de tudo. De tudo que sei e também de tudo que acho
que você deveria saber.
Entendo que pode parecer um pouco absurdo, mas estou falando sério.
Vivemos em uma época de acesso sem precedentes à informação. Ao pegar
o celular ou abrir o laptop, você pode se conectar instantaneamente a um
setilhão de bytes de dados; isso é 1 seguido de 24 zeros. Todos os anos, ou-
tro sextilhão de bytes de dados circula pela internet, carregando de tudo,
desde aqueles importantes vídeos com gatinhos até detalhados resultados
misteriosos, mas fantásticos, de colisões de partículas subatômicas no
Grande Colisor de Hádrons. Nesse sentido, falar de “tudo” é fácil. Tudo o
que você e eu sabemos, e tudo o que precisamos saber, já está por aí ao nos-
so alcance.
No entanto, apesar de todos esses uns e zeros sibilantes — a inteligên-
cia coletiva de bilhões de cérebros humanos —, ainda sinto que parecemos
muito estúpidos. Não estamos usando toda essa sabedoria compartilhada
para solucionar os grandes problemas. Não estamos enfrentando a mudan-
ça climática. Não descobrimos como disponibilizar energia limpa, renová-
vel e segura para todos. Muitas pessoas morrem em acidentes de trânsito
evitáveis, sucumbem a doenças curáveis, não têm comida e água limpa su-
ficientes, e ainda não têm acesso à mente cheia de vida da internet. Apesar
de estarmos mais conectados do que nunca, não somos muito generosos
uns com os outros, nem no entendimento mútuo, preferindo nos esconder
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Agora, assim como amo os nerds e a cultura nerd, também observei algumas
tendências preocupantes nos últimos anos que me motivaram a me posicio-
nar. Aparentemente, as coisas são promissoras. A maior atenção ao apren-
dizado de ciência, tecnologia, engenharia e matemática é algo fantástico. É
incrível que programadores e empreendedores orientados pela tecnologia
tenham se tornado importantes celebridades em nossa cultura e em nossos
negócios. Afinal, nossa sociedade depende cada vez mais da tecnologia, e
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O escoteiro salva‑vidas
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Antes mesmo do que consigo lembrar, minha mãe insistiu para que eu e
meus irmãos aprendêssemos a nadar. Como criança sofrendo por causa dos
verões absurdamente quentes de Washington (isso foi antes que nossa casa
tivesse ar‑condicionado), eu jamais perdia a chance de mergulhar em uma
piscina de água fria. Assim, tornei‑me um nadador natural, completamen-
te seguro de mim mesmo na água. Talvez não conseguisse fazer minha mão
voar colocando‑a para fora da janela do carro, mas, com certeza, era capaz
de usar meus braços para propelir meu corpo através da água. Eu conseguia
me movimentar flutuando. Sentia como se estivesse voando ali, e, em cer-
to sentido científico, estava. Não havia preocupação de me meter em apu-
ros ou me afogar, pois eu estava em meu habitat.
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Eu contra a pedra
N ada aguça mais o apreço pela ciência e engenharia do que uma situa-
ção de vida ou morte estimulante, interessante. Mas calma, estou
me adiantando. Deixe‑me retroceder e levá‑lo a uma viagem de retorno à
minha infância na década de 1960.
Como você já deve ter notado, eu adoro estar na água. Também amo
passar o tempo sobre a água, navegando com minha própria força. Esse se-
gundo amor remonta à idade de 11 anos, quando, junto com alguns outros
escoteiros novatos, embarquei em uma canoa pela primeira vez.
“Uncle Bob” Hansen, chefe do nosso grupo de escoteiros, era corretor
da bolsa de valores, fazendeiro e consumado entusiasta da vida ao ar livre.
Ele tinha um amigo íntimo chamado John Berry, canoísta excelente, que
construía seus próprios barcos de fibra de vidro em casa. Se você ouvisse a
conversa de “Uncle Bob”, acharia que seu amigo realmente inventou a ca-
noa com convés. Uma canoa com convés parece um caiaque, mas possui di-
ferenças sutis. A canoa possui mais quilha, o casco é mais arredondado do
que o do caiaque, e a proa e a popa se curvam para o céu um pouco mais do
que o casco do caiaque. Se a natação me ensinou respeito pela física da água,
meu encontro com a canoa me fez reconhecer que a ciência sozinha não é
suficiente. Quando você está em uma parte perigosa de um rio, a engenha-
ria também é muito importante.
Tanto o caiaque como a canoa possuem uma longa história de enge-
nharia por trás de si. São produtos de culturas diferentes, elaborando
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